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Ramos do Direito

Ramos do Direito
Em cada Estado, por regra rege apenas um e único Direito ou seja uma
única ordem jurídica, é o que caracteriza o princípio da plenitude do
ordenamento jurídico e o princípio da unidade do ordenamento jurídico.
Entretanto, as relações jurídicas que são fruto da convivência em
sociedade, são reguladas pelas normas específicas de cada relação. É
pelas características diferenciadas dessas relações jurídicas, que surgem ou
se diferenciam os diferentes ramos do Direito.
O estudo da ordem jurídica e respectivas regras postula a diferenciação de
sectores, que tradicionalmente são conhecidos por Ramos do Direito,
perpassados pelos princípios vigentes de cada ramo.
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A primeira classificação que devemos ter em conta é a que distingue
entre relações inter-estaduais e relações intra-estaduais. As primeiras
são reguladas pelo direito internacional e as segundas, são reguladas
pelo do direito interno.
Direito Internacional – é o direito que regula as relações inter-
estaduais, isto é, as relações entre Estados e ou outras entidades
equiparadas a Estados no plano do direito internacional, como é o caso
das organizações internacionais;
Direito Interno – é o direito que regula as relações intra-estaduais, isto
é, dentro de um Estado;
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O Direito internacional é também denominado Direito Internacional Público,
para distingui-lo do Direito Internacional Privado. Entretando o que nos
interessa é o direito interno.
A clasificação fundamental do direito interno é a que distingue entre Direito
Público e Direito Privado.
Esta distinção remonta já aos tempos romanos, donde que, o direito público
era definido por respeitar à organização do Estado romano e à disciplina da
sua actividade e o direito privado por respeitar à utilidade dos particulares.
Porém, actualmente, são perfilhados outros critérios de distinção entre
direito público e direito privado, os quais têm a sua origem na aludida
classificação romana.
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A este respeito, não existe um critério unânime de distinção, sendo
antes propostos pela doutrina diversos critérios, principalmente três:
1- Critério do Interesse
Para alguns autores, o critério a considerar é o do interesse: “a norma é
de direito público quando directamente protege um interesse público
(“aquele que respeita à existência, conservação e desenvolvimento da
sociedade política”) e só indirectamente beneficia interesses privados”.
Isto é, o direito público visaria a satisfação de interesses públicos ou
da colectividade e o direito privado a satisfação de interesses
privados, individuais, do particular enquanto tal.
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Porém, este critério é passível de muitas críticas:
• Não existe uma separação estanque entre o interesse público e o interesse privado: o
interesse público corresponde, pelo menos indirectamente, aos interesses particulares,
e o interesse público é protegido porque há um interesse particular nesse sentido;
• Por outro lado, existem normas de direito privado que tutelam interesses sociais, como
é o caso dos artºs 188º, n.º 1 e 190º, n.º 1, al. b) do C. Civil relativos à instituição de
fundações;
• Outras normas de direito privado, além de interesses particulares, tutelam interesses
públicos - é o caso da norma que exige a celebração de escritura pública de um contrato
de compra e venda de um imóvel, tutelando, dessa forma, as partes contra a sua
ligeireza ou precipitação e o interesse público da segurança do comércio jurídico, da
prova fácil da realização do acto (art.º 875º do C.C.);
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• Tal critério não pode aceitar-se nem como nota tendencial no sentido de
que, o direito público tutelaria predominantemente interesses da
colectividade, e o direito privado protegeria predominantemente
interesses dos particulares, já que em muitos casos não pode saber-se
qual é o interesse predominante;
• Por outro lado, existem normas que, dada a sua inserção no sistema, são
classificadas como de direito privado, mas visam predominantemente
interesses públicos é o caso das normas imperativas, as quais não
podem ser afastadas por vontade dos particulares em contrário, já que
realizam interesses públicos prevalecentes sobre quaisquer interesses
que os particulares convencionados.
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2- Critério da Qualidade dos Sujeitos
Para outros autores o critério relevante é o do sujeito da relação jurídica: seriam
relações de direito público aquelas em que um dos sujeitos é o Estado ou outra
pessoa dotada de autoridade política, ao passo que as relações de direito privado
seriam aquelas em que nenhum dos sujeitos se integrasse nessa categoria.
Logo, o direito era público quando regulasse situações em que interviesse o
Estado, ou em geral qualquer ente público, enquanto que o direito era privado
quando regulasse as situações dos particulares.
Também este critério não é válido na medida em que muitas vezes o Estado actua
na veste de particular e não de autoridade, pertencendo tais relações ao âmbito
do direito privado, como sucede nos casos de responsabilidade do Estado por
actos de gestão privada; com a possibilidade de ser herdeiro nos termos gerais
(art.º 2153º do C.C.); com as compras e vendas que celebra, entre outros.
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3- Critério da Posição dos Sujeitos
Atendendo as críticas que os outros critérios sofrem, este é o critério a
adoptar. Segundo o critério da posição dos sujeitos:
É de direito público a relação que se estabelece entre entidades
dotadas de autoridade política e que actuem nessa veste de
autoridade, e não como particulares, ou seja, nela intervêm entidades
munidas de autoridade pública, de ius imperii.
Pelo que, são normas de direito público aquelas que regulam as
relações que regulam a actividade do Estados e outros entes públicos
como entidades dotadas de ius imperii;
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São relações de direito privado as relações que se estabelecem entre particulares e as relações
em que são intervenientes entidades dotadas de autoridade política/pública que actuam
desprovidas desse ius imperii, no mesmo plano que os particulares.
Donde que, são normas de direito privado as que regulam as relações em que os sujeitos
estão em posição de paridade (quando, por exemplo, o município compra um automóvel,
arrenda um edifício para instalar um serviço, etc.)
Mas qual o interesse prático da distinção Direito Público – Direito Privado?
Em determinadas situações, determina as vias judiciais a que o particular lesado pelo Estado
ou por uma autarquia deve recorrer ou vice-versa, isto é, determina o tribunal competente,
em razão da matéria, para apreciar a lide (tribunais judiciais/tribunais administrativos).
Responsabilidade civil decorrente de uma actividade de órgãos, agentes ou representantes do
estado, está sujeita a um regime diverso, consoante os danos sejam causados no exercício de
uma actividade de gestão pública ou de uma actividade de gestão privada.
Ramos do Direito: Direito Privado
O direito privado classifica-se em Direito Privado Comum ou Civil e
Direito Privado Especial.
O Direito Privado Comum ou Civil, regula as relações jurídicas entre os
particulares de um modo geral;
O Direito Privado Especial, regula de modo particular determinadas
relações entre os particulares que postulam princípios específicos;
O Direito Privado Comum é constituído pelo direito civil, o Direito
Privado Especial é constituido pelo Direito Comercial ou Mercantil e
pelo Direito Laboral ou do Trabalho.
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1) Direito Civil
O direito civil é o ramo do direito que regula, em regra, toda a actividade ou “condição
normal” dos particulares, ou seja, a relação jurídica civil. É por outras palavras, “um
subsistema de normas jurídicas que regula relações entre os particulares”.
Nele encontram-se os princípios gerais do direito, o que é comum a várias disciplinas,
ou pelo menos, tendencialmente a todas. Ora, o Código Civil é o principal diploma de
normas de direito civil.
A principal consequência de Moçambique ser ex colónia portuguesa, é a de o nosso
direito ser de matriz portuguesa, e inclusive o nosso Código Civil ser o mesmo que
vigorava antes de Moçambique alcançar a independência, embora tenha sofrido
diversas e profundas reformas, que tinham como objectivo, adequar o código civil à
realidade do nosso país e principalmente adequar as normas civis, às reformas
constitucionais que o país vai sofrendo.
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Pela vastidão e complexidade das relações que o direito civil regula, houve a necessidade de
subdividir o direito civil em tantos sub-ramos quantas as características específicas das relações.
A classificação tradicionalmente adoptada, é a denominada classificação germânica do direito
civil, a qual subdivide o direito civil em quatro grandes partes, nomeadamente:
- Direito das Obrigações;
- Direito Reais ou das Coisas;
- Direito da Família; e
- Direito das Sucessões.
No caso de Moçambique em particular, a parte referente ao Direito da Família, não se encontra
inserida no Código Civil, mas sim em uma Lei especial a Lei de Família que aquando da sua
aprovação em 2004 (Lei nº 10/2004 de 25 de Agosto), revogou o Livro IV do C.C.
NB: A Lei 10/2004 de 25 de Agosto, foi revogada pela Lei nº 22/2019 de 11 de Dezembro,
actualmente em vigor.
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A actual subdivisão do Código Civil tem como autor o alemão, FRIEDERICH CARL VON
SAVIGNY.
A classificação de SAVIGNY, é que serviu de base para a sistematização do Código Civil
português de 1966 e consequentemente do Código Civil de Moçambique e de todas as ex
colónias de Portugal (ex. Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Macau, etc.).
O Código Civil de 1966 estava subdividido em 5 livros nomeadamente:
- Livro I “Parte Geral”
- Livro II “Direito das Obrigações”
- Livro III “Direito das Coisas”
- Livro IV “Direito da Família”; e
- Livro V “Direito das Sucessões”
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Direito das Obrigações
O Direito das Obrigações, regula todas a realções obrigacionais ou relações jurídicas de créditos, aquelas que
resultam de uma obrigação. Ou seja, as situações pelas quais uma pessoa está vinculada a realizar em benefício de
outra uma prestação
Obrigação é o “vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com outra à realização de uma
prestação” (art.º 397º do C.C.).
É um facto corrente da vida jurídica que um particular se comprometa com o outro a uma certa conduta a favor
deste outro. Ou seja, se comprometa ao cumprimento de uma prestação.
Assim, se A vende a B o seu veículo automóvel mediante o pagamento de um certo valor X (uma prestação) por
parte deste último, B fica obrigado a pagar o valo X. O pagamento do valor X, é a prestação.
Os sujeitos da relação obrigacional designam-se por credor e devedor (no nosso exemplo A é credor e B devedor).
O Direito das Obrigações, está consagrado no Livro II do Código Civil e subdivide-se em dois títulos nomeadamente:
-Título I “Das Obrigações em Geral”
- Título II “Dos Contratos em Especial”
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Direito das Coisas ou Direitos Reais
Disciplina relações jurídicas em que o bem garantido é uma coisa, ou seja, regula a
atribuição das coisas, de modo que um sujeito fica com um direito oponível a
terceiros, tendo a possibilidade de tirar vantagens da coisa.
Direito Real é o “poder directo e imediato sobre uma coisa”, podendo o seu titular
“extrair da coisa a sua utilidade”, ao mesmo tempo que é um direito absoluto.
Implica um dever geral de respeito ou abstenção por parte de todas as outras
pessoas.
No âmbito dos direitos reais, ao invés do que sucede no âmbito obrigacional(onde
rege a liberdade contratual), as partes não podem livremente fixar o conteúdo
desses direitos, porque os direitos reais estão tipificados na lei – consagra-se o
princípio da tipicidade ou numerus clausus.
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Tal princípio está consagrado entre nós no art.º 1306º, n.º 1 do C.C.:
“ Não é permitida a constituição, com carácter real, de restrições ao direito de propriedade
ou de figuras parcelares deste direito senão nos casos previstos na lei; toda a restrição
resultante de negócio jurídico, que não esteja nestas condições, tem natureza obrigacional”.
Podemos distinguir três tipos de direitos reais:
a) Direitos reais de gozo: conferem “base jurídica ao gozo das coisas” (uso e fruição);
São direitos reais de gozo:
direito de propriedade (arts. 1302º e ss);
Usufruto (arts. 1439º e ss);
uso e habitação (arts. 1484º e ss);
direito de superfície (1524º e ss);
servidão predial (1543º e ss);
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b) Direitos reais de garantia: garantem a obrigação, mediante a constituição de um
vínculo especial entre o credor e certo bem do devedor – são as chamadas garantias
reais;
consignação de rendimentos (art. 656º C.C);
penhor (art. 666º e ss);
Hipoteca (art. 686º e ss) vv vvvvvvv;
privilégios creditórios (art. 773º e ss);
direito de retenção (art. 754º e ss);
Penhora (art.
c) Direitos reais de aquisição: direito real de preferência.
O Direito das Coisas, encontra-se no livro III do Código Civil, artigos 1251º e seguintes.
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Direito da Família
O Direito da Família regula as relações provenientes do casamento, procriação e adopção.
São fonte do Direito da Família “as relações jurídicas familiares a procriação, o parentesco, o
casamento, a união de facto, a afinidade e a adopção.” Artigo 7º da Lei nº 22/2019 de 11 de
Dezembro.
Casamento “ é a união voluntária e singular entre um homem e uma mulher, com o
propósito de constituir família, mediante comunhão plena de vida”. Artigo 8º da Lei de
Família.
Parentesco “é o vínculo que une duas pessoas, em consequência de uma delas descender
de outra ou de ambas procederem de um progenitor comum”. Artigo 9º da Lei de Família.
Afinidade “é o vínculo que liga cada um dos cônjuges ao parentes do outro”. Artigo 14º da
Lei de Família.
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Adopção “é o vínculo que, à semelhança da filiação natural, mas independemente dos laços
de sangue, se estabelece legalmente entre duas pessoas, nos termos doas artigos 398 e
seguintes”. Artigo 16º da Lei de Família
Elementos do Parentesco (art.10 da Lei de Família)
O parentesco determina-se pelas gerações que vinculam os parentes um ao outro, cada
geração forma um quarto grau, e cada série dos graus constitui a linha de parentesco.
Ou seja, o parentesco determina-se por linhas e graus.
Linhas de Parentesco (art. 11 da Lei de Família)
1. A linha diz-se recta, quando um dos parentes descende do outro, diz-se colateral, quando
nenhum dos parentes descende do outro, mas ambos procedem de um progenitor
comum.
2. A linha recta é descendente ou ascendedente; descendente, quando se considera como
partindo do ascendente para o que dele procede; ascendente quando se considera como
partindo deste para o progenitor.
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Cômputo de graus (art. 13º da Lei de Família)
1. Na linha recta há tantos graus quantas as pessoas que formam a
linha de parentesco, excluindo o progenitor comum.
2. Na linha colateral os graus contam-se pela mesma forma, subindo
por um dos ramos e descendo por outro, mas sem contar o
progenitor comum.
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Direito das Sucessões
É o direito que regula a sucessão mortis causa, isto é, a transmissão por morte de uma
pessoa para outras da sua esfera jurídica transmissível, ou de outro modo dito, regula
as relações jurídicas sucessórias.
Assim sucede, porque a morte de uma pessoa não determina a transmissão de todas
as relações jurídicas de que era titular. Com efeito, determinadas relações – as
relações pessoais - extinguem-se com a morte do respectivo titular – são
intransmissíveis (art.º 2 da Lei 23/2019)
A sucessão, atendendo ao título pelo qual os sucessores são chamados, pode decorrer
de (art.º 1 da Lei 23/2019):
• lei – sucessão legal (art.º 3 da Lei 23/2019):
• testamento – sucessão testamentária/voluntária (art.º 296 da Lei 23/2019):
• contrato – sucessão contratual – é muito excepcionalmente admitida (art.º 158º).
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Dentro da sucessão o autor da herança é aquele cujos bens, são transmitidos
por sua morte, e os seus sucessores são herdeiros ou legatários, consoante
sucedam na totalidade, ou numa quota do património do falecido, ou
sucedam em bens ou valores determinados (arts. 4º, 5º e 6º da Lei 23/2019).
A sucessão legal pode ser (art.º 2 da Lei 23/2019):
Legítima – quando o falecido não dispõe válida e eficazmente, no todo ou
em parte, ou não manifesta qualquer vontade relativamente aos bens que
podia dispor para a morte (art.º 116º da Lei 23/2019);
Legitimária – sucessão destinada necessariamente aos herdeiros
legitimários por força de lei, mesmo contra a vontade do autor da sucessão
(art.º 136 da Lei 23/2019);
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Direito Privado Especial
a) Direito Comercial
O comércio, atento os seus interesses e o escopo lucrativo, é disciplinado juridicamente pelo
direito Comercial.
Nos termos do art.º 1º do C. Comercial “a lei comercial rege os actos de comércio, sejam ou
não comerciantes as pessoas que nele intervêm”.
Pode também suceder que determinados aspectos não estejam regulados particularmente na
lei comercial, caso em que se deve recorrer ao regime geral dos contratos e actos jurídicos
previstos no Código Civil.

b) Direito do Trabalho
Traduz-se no conjunto das normas jurídicas que regulam as relações jurídicas emergentes do
contrato de trabalho subordinado.
Ramos do Direito: Direito Público
2) Direito Público
No âmbito do Direito Público podemos indicar vários ramos de direito, mormente:
Direito Constitucional
Como o próprio nome indica o Direito Constitucional refere-se à Constituição. Porém,
podemos entender a Constituição com dois sentidos:
• Constituição em sentido formal – respeita ao texto legislativo composto pelo conjunto de
normas hierarquicamente superior no quadro das leis;
• Constituição em sentido material – abarca a estruturação da organização superior do
Estado e o estabelecimento dos direitos e deveres fundamentais das pessoas perante o
Estado e outras pessoas munidas de ius imperii.
Donde que, Direito Constitucional é aquele que regula a estruturação e funcionamento dos
órgãos superiores do Estado e os direitos e deveres fundamentais das pessoas.
Ramos do Direito: Direito Público
Segundo MARCELO CAETANO, o Direito Constitucional ou Politico traduz-se num
conjunto de normas jurídicas que regula a estrutura do Estado, designa as funções e
define as atribuições e os limites dos supremos órgãos do poder político.
Para o Prof. BATISTA MACHADO, o Direito Constitucional ou Politico é o ramo do
Direito que se ocupa da organização do Estado e das grandes linhas de organização dos
entes públicos menores, bem como da organização dos órgãos de soberania e da
repartição dos poderes entre eles, e ainda da garantia da esfera de liberdade dos
cidadãos (direitos fundamentais), fixando as traves mestras do ordenamento jurídico da
comunidade.
Para o Prof. BCELAR GOUVEIA, o Direito Constitucional consiste no sistema de
princípios e de normas que regulam a organização, o funcionamento e os limites do
poder público do Estado, assim como estabelecem os direitos das pessoas que
pertencem à respectiva comunidade política.
Periodificação do Direito Constitucional
Moçambicano
Moçambique como nação surge em 25 de Junho de 1975 data da proclamação da independência. Antes disso, o território
moçambicano era considerado como sendo parte de Portugal, estando por via disso, sujeito ao Direito Constitucional Português.
A Constituição da República Popular de Moçambique começou a vigorar as zero horas do dia 25 de Junho de 1975. Com 73
artigos, tinha a seguinte sistematização inicial:
TÍTULO I – Princípios Gerais
TÍTULO I – Direitos e Deveres Fundamentais dos Cidadãos
TÍTULO II – Órgãos do Estado
Capítulo I – Assembleia Popular
Capítulo II – Comissão Permanente da Assembleia Popular
Capítulo III – Presidente da República
Capítulo IV – Conselho de Ministros
Capítulo V – Organização Administrativa e Órgãos locais do Estado
Capítulo VI – Organização Judiciária
TÍTULO IV – Símbolos da República Popular de Moçambique
TÍTULO V – Disposições Finais e Transitórias
Periodificação do Direito Constitucional
Moçambicano
Periodificação do Direito Constitucional
Moçambicano
Ramos do Direito
Direito Administrativo
Contrariamente ao direito constitucional que se relaciona com os
órgãos superiores do Estado, o Direito Administrativo “respeita aos
órgãos de mera execução ou aplicação, e regula a prossecução de
interesses públicos através do exercício de prerrogativas de autoridade
pelos referidos órgãos executivos ou administrativos”.
Ou seja, regula a organização e actividade dos órgãos da
Admnistração Pública e outros entes públicos na prossecução de
interesses colectivos.
A administração pode ser central ou local.
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Direito Financeiro/Finanças Públicas
É o ramo do direito que disciplina a cobrança de receitas e a efectivação
de despesas públicas.

Direito Fiscal
Respeita ao pagamento de receitas fiscais – impostos – ao Estado pelos
contribuintes, regulando a relação jurídica fiscal, nomeadamente a
definição e aplicação dos tributos.
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Direito Criminal ou Penal
Abrange o ramo do direito em que o Estado reage, munido de ius
imperii, contra certos actos praticados pelas pessoas – os crimes –
através de penas criminais, nomeadamente, penas de prisão ou penas
de multa.
Logo, todo aquele que comete um crime – “todo o facto descrito e
declarado passível de pena por lei anterior ao momento da sua prática”
(art.º 1º do Código Penal) pode incorrer em responsabilidade criminal.
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Direito Processual
O direito processual refere-se ao direito que disciplina a forma de resolução dos litígios
em tribunal, regulando a tramitação processual dessa resolução, ou seja, o processo.
O direito processual pode ser:
• direito processual civil – o litígio respeita a particulares, sendo solucionado pelo direito
privado – C.P.C.;
• direito processual laboral - o litígio respeita a uma entidade patronal e um trabalhador no
âmbito de um contrato de trabalho subordinado – C.P.T.;
• direito processual administrativo – o litígio estabelece-se entre particulares e o Estado-
Administração Pública, sendo solucionado pelo direito administrativo – E.T.A.F. e L.P.T.A;
• direito processual penal – o litígio estabelece-se entre particulares e o Estado sobre o
possível direito de aplicar ao primeiro uma pena criminal – C.P.P.;

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