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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

IMPUTABILIDADE E IMPUTABILIDADE ABSOLUTA E RELACTIVA PENAL

Realizado por:

Helton Baptista

Malaika Elvira Maiela

Docente:

DR. José Franze

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – LABORAL - 8° GRUPO

CADEIRA: DIREITO PENAL I

Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

IMPUTABILIDADE E INIMPUTABILIDADE ABSOLUTA E RELATIVA PENAL

Realizado por:

Helton Baptista

Malaika Elvira Maiela

Docente:

DR. José Franze

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – LABORAL - 8° GRUPO

CADEIRA: DIREITO PENAL I

Chimoio, 2023
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

O presente trabalho versa em torno da imputabilidade e inimputabilidade absoluta e relativa


no âmbito penal.

Para cada crime deve haver a sua devida punição, pois é mister que o agente infrator possa
ser responsabilizado e obrigado a reparar o dano que causou, assim, proporcionando a ordem
e o cumprimento imparcial da lei.

Porém, existem circunstância em que não deve haver a responsabilização criminal, por
exemplo à crianças menor de 16 anos, sendo assim, o trabalho analisará os pressupostos
referente ao tema em causa a luz do Código Penal.
1. Objectivo geral
 Analisar a imputabilidade e inimputabilidade absoluta e relativa no âmbito
penal.

2. Objectivos específicos
 Conceituar a imputabilidade;
 Expor a responsabilidade penal das pessoas colectivas e entidades
equiparadas;
 Descrever as circunstâncias que dirime e atenua a responsabilidade criminal
 Expor a inimputabilidade absoluta e relativa.

3. Metodologia de pesquisa

Para a elaboração deste presente trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica, neste caso, a
documentos que tratam do assunto em questão e ao código penal moçambicano.
CAPÍTULO II. IMPUTABILIDADE E INIMPUTABILIDADE ABSOLUTA E
RELATIVA PENAL

I. IMPUTABILIDADE
1. Conceito de Responsabilidade penal

De acordo com o artigo 28° do CP, a responsabilidade penal consiste na obrigação de reparar
o dano causado na ordem jurídica da sociedade, cumprindo a pena ou a medida estabelecida
na lei.

2. Carácter pessoal da responsabilidade

Salvo o disposto no artigo 30° do CP e nos casos especialmente previstos na lei, só as pessoas
singulares são susceptíveis de responsabilidade penal1.

3. Pessoas colectivas e entidades equiparadas


3.1. Fundamentação para a Responsabilidade Penal das Pessoas Coletivas 2 no
Direito Penal Moçambicano

Ao longo da história e evolução do Direito foram várias as teorias e os argumentos


produzidos de forma a rejeitar a responsabilidade criminal das pessoas coletivas. Contudo,
certo é que o tradicional princípio societas delinquere non potest tem vindo a ser
progressivamente substituído pelo moderno princípio societas delinquere potest. Conquanto,
a doutrina continua a debater a problemática da responsabilidade penal das pessoas coletivas
– nas últimas décadas, a controvérsia da responsabilização das coletividades entrou
definitivamente na discursividade dogmática penal - com o propósito de concretizar uma
teoria que consinta a punição daquelas entidades pelos crimes cometidos no âmbito do direito
penal de justiça, sem pôr em causa os seus tradicionais princípios. Neste sentido, procura-se
uma nova fundamentação dogmática que legitime “materialmente a responsabilização penal
dos entes colectivos” 3.

3.2. Argumentos Político-Criminais

1
Exposto no art. 29° do código penal.
2
A expressão Pessoas Coletivas devemo-la a Guilherme Moreira. Cf. MOREIRA, Guilherme, Instituições de
Direito Civil Português I, Parte Geral, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1907 §14, pp. 153 a 163, disponível
em: http://www.fd.unl.pt/Anexos/Investigacao/1228.pdf.
3
DIAS, Jorge de Figueiredo, Direito Penal – Parte Geral, Tomo I, 2ª Edição, Coimbra, Coimbra Editora, 2007,
§24, p. 297
Desde cedo que se tem vindo a considerar insuficientes as respostas dadas pelo direito civil e
administrativo4, acima de tudo pela necessidade de tutela eficaz dos bens jurídico-penais, que
é conseguido por intermédio da eficácia preventiva e intimidativa que é atribuída à
responsabilização penal do ente coletivo e à própria sanção criminal 5. Eficácia essa que
cremos não se encontrar ao alcance do direito civil, nem mesmo do direito administrativo 6.
Questão pertinente será a de que se é necessário responsabilizar penalmente os entes
coletivos, não se bastando a punição dos indivíduos responsáveis pela prática de crimes no
âmbito da atuação em nome e representação daqueles (órgãos, representantes, gerentes)? A
atuação delituosa no seio da pessoa coletiva é uma atuação diversa da atuação
exclusivamente individual, pelo que é nosso entendimento que a resposta não pode deixar de
ser afirmativa. Concordamos, portanto, com a apreciação de Germano Marques da SILVA
quando afirma que aquela solução dada no plano do direito penal individual7, maxime,
solução por nós já plasmada no art. 12.º do Código Penal (adiante designado apenas por CP)
é uma resposta insatisfatória. Aquele entendimento começou desde logo por ser posto à
prova8, nomeadamente no pós-guerra, com o crescimento exponencial da criminalidade
desenvolvida no seio dos entes coletivos (em particular da empresa) 9. Seguindo este
raciocínio, Jorge dos Reis BRAVO refere que a “exclusiva punição das pessoas físicas que
actuem no nome e no interesse de entes colectivos, não surtiria um efeito preventivo”10
suficiente de forma de evitar a criminalidade desenvolvida no seio das pessoas coletivas pelo
que, se justifica inteiramente a responsabilidade cumulativa1. Como nos escreve o ilustre

4
Que, no entanto, na esteira de BRAVO, Jorge dos Reis, Direito Penal de Entes Colectivos…, pp. 132-133,
parece não constituir obstáculo, afirmando mesmo que “os propósitos de uma opção sancionatória das
actividades delituosas desenvolvidas por entes colectivos, podem ser prosseguidos – com resultados porventura
bem mais sucedidos do que por intermédio da intervenção penal – por outros meios ou instrumentos, como p.
ex., através do ordenamento sancionatório de mera ordenação social, ou tãosomente, administrativo”.
5
SILVA, Germano Marques da, Responsabilidade penal das sociedades…, pp. 157 e ss.
6
Ibidem, pp. 117-118.
7
Ibidem, p. 118.
8
DIAS, Jorge de Figueiredo, Direito Penal - Parte Geral, Tomo I…, §23, p. 296.
9
Já em 1995 Klaus Tiedemann assinalava que “nuevas formas de criminalidad como los delitos de los negócios
(…) se instalan en sistemas y medios tradicionales del Derecho Penal ante dificultades tan grandes que una
nueva aproximación parece indeispensable. En la realidade de nuetros días, la mayor parte de los delitos de los
negocios, o socioeconómicos, son cometidos con ayuda de una empresa, y el crimen organizado se sirve de la
mayor parte de las Instituciones de la vida económica: establecimentos financeiros, sociedades de exportación
o de importación etc”. Cf. TIEDEMANN, Klaus, “Responsabilidad Penal de Personas Jurídicas y Empresas en
Derecho Comparado” in Revista Brasileira de Ciências Criminais, n.º 11, Jul./Set., 1995, p. 22 apud RIBEIRO,
José Luiz de Araújo, A Responsabilidade Penal da Pessoa Júridica ou Colectiva, Coimbra, 2000, p. 2.
10
BRAVO, Jorge dos Reis, Direito Penal de Entes Colectivos…, pp. 64-65; SOUSA, João Castro e, As Pessoas
Colectivas em Face do Direito Criminal…, p. 92.
professor Figueiredo DIAS, os seguidores de uma dogmática penal que assentava na
responsabilidade exclusivamente individual depararam-se com exigências de política
criminal11 que invocavam, por razões de eficácia penal, à responsabilização penal das pessoas
coletivas. O certo é que a persistência numa responsabilidade exclusivamente individual
conduziria, não raras vezes, a uma absoluta impunidade - essencialmente pelo facto de se
tornar “extremamente difícil determinar a real responsabilidade de cada um dos indivíduos
que opera no seio da colectividade (…) em virtude da extrema dispersão do poder
decisório”12. Ora, advogar por uma exclusiva responsabilidade individual das pessoas
coletivas – ou mesmo procurando amparar-nos numa resposta civil e/ou administrativa –
resultaria numa deficiente (e não desejável) tutela dos bens jurídico-penais, em virtude de
uma lacuna de punibilidade da própria pessoa coletiva.

3.3. Responsabilidade penal das pessoas colectivas e entidades equiparadas

As pessoas colectivas e entidades equiparadas, com excepção do Estado, de pessoas


colectivas no exercício de prerrogativas de poder público e de organizações de direito
internacional público, são responsáveis pelos crimes previstos neste Código e demais
legislação específica, quando cometidos13:

a) Em seu nome e no interesse colectivo por pessoas que nelas ocupem uma posição de
direcção; ou
b) Por quem actue sob a autoridade das pessoas referidas na alínea anterior em virtude de
uma violação dos deveres de vigilância ou controlo que lhes incumbem.

3.3.1. Abrangência do conceito de pessoas colectivas

Estão abrangidas no conceito de pessoas colectivas no exercício de prerrogativas de poder


público as entidades públicas empresariais, as entidades concessionárias de serviços públicos,
independentemente da sua titularidade, os institutos públicos e outras assim definidas por
lei14.

3.3.2. Efeitos da responsabilidade penal

11
DIAS, Jorge de Figueiredo, Direito Penal - Parte Geral, Tomo I…, §23, p. 297; MEIRELES, Mário Pedro
Seixas, Pessoas colectivas e sanções criminais…, p. 20.
12
DIAS, Jorge de Figueiredo, Direito Penal - Parte Geral, Tomo I…, §23, p. 296.
13
ExtraÍdo do n° 1 do art. 30° do CP.
14
n° 2 do art. 30° do CP.
Conforme previsto na lei penal, para efeitos de responsabilidade penal, consideram-se
entidades equiparadas a pessoas colectivas as associações de facto e as sociedades civis e
comerciais15.

E a responsabilidade das pessoas colectivas e entidades equiparadas não exclui a


responsabilidade individual dos respectivos agentes nem depende da responsabilização
destes16.

3.4. Vicissitude das pessoas colectivas e entidades equiparadas

Quanto a vicissitude das pessoas colectivas e entidades equiparas nos é descrito nos n°s 1 e 2
do artigo 31° do Código Penal e nos diz que:

Responsabilidade penal da pessoa colectiva ou entidade equiparada, respondendo pela prática


do crime:

a) A pessoa colectiva ou entidade equiparada em que a fusão se tiver efectivado; e


b) As pessoas colectivas ou entidades equiparadas que resultaram da cisão.

A responsabilidade das pessoas colectivas ou entidades equiparadas é excluída quando o


agente tiver actuado contra ordens ou instruções expressas de quem de direito.

3.5. Actuação em nome de outrem

O n° 1 do art. 32° dita que – é punível quem age voluntariamente como titular do órgão de
uma pessoa colectiva ou entidade equiparada, ou em representação legal ou voluntária de
outrem, mesmo quando o respectivo tipo de crime exigir:

a) Determinados elementos pessoais e estes só se verificarem na pessoa do representado;


ou
b) Que o agente pratique o facto no seu próprio interesse e o representante actue no
interesse do representado.

A ineficácia do acto que serve de fundamento à representação não impede a aplicação do


disposto no número anterior17

15
n° 3 do art. 30° do CP.
16
n° 4 do art. 30° do CP.
17
n° 2 do art. 32° do CP.
3.6. Extensão da responsabilidade penal

Sem prejuízo do direito de regresso, as pessoas que ocupem uma posição de direcção são
subsidiariamente responsáveis pelo pagamento das multas e indemnizações em que a pessoa
colectiva ou entidade equiparada for condenada, relativamente aos crimes18:

a) Praticados no período de exercício do seu cargo, sem a sua oposição expressa; ou


b) Praticados anteriormente, quando a decisão definitiva de aplicá-las tiver sido
notificada durante o período de exercício do seu cargo e lhes seja imputável a falta de
pagamento.

Entende-se que ocupam uma posição de direcção os órgãos e representantes da pessoa


colectiva ou entidade equiparada e quem nela tiver autoridade para exercer o controlo da sua
actividade19 e sendo várias as pessoas responsáveis do facto, é solidária a sua
responsabilidade20.

3.7. Independência da responsabilidade Penal em relação à responsabilidade


Civil

De acordo com o artigo 34° do Código Penal, a isenção da responsabilidade penal não
envolve a da responsabilidade civil, quando tenha lugar.

3.8. Erro sobre elementos circunstanciais e consentimento do ofendido

Não dirime da responsabilidade penal21:

a) A ignorância da lei criminal;


b) A ilusão sobre a criminalidade do facto;
c) O erro sobre a pessoa ou a coisa a que se dirigir o facto punível;
d) A persuasão pessoal da legitimidade do fim ou dos motivos que determinaram o facto;
e) O consentimento do ofendido, salvo os casos especificados na lei;
f) A intenção de cometer crime distinto, ainda que o crime projectado fosse de menor
gravidade;
g) O erro censurável sobre a ilicitude do facto punível;
18
n° 1 do art. 33° do CP.
19
n° 2 do art. 33° do CP.
20
n° 3 do art. 33° do CP.
21
Não se anula a responsabilidade criminal nas circunstâncias previstas nas alíneas a) a i) do n° 1 do artigo 35°
do CP.
h) O erro sobre os pressupostos de uma causa de justificação ou de exculpação;
i) Em geral, quaisquer factos ou circunstâncias, quando a lei expressamente não declare
que eles dirimem de responsabilidade penal.

As circunstâncias designadas nas alíneas a) e b) em nada contribuem para atenuar a


responsabilidade penal22 e a circunstância designada na alínea f) não pode dirimir em caso
algum a intenção criminosa, não podendo por consequência ser por esse motivo classificado o
crime como meramente culposo23.

E por último o n° 3 do art. 35° dita que o erro sobre a pessoa, a que se dirigir o facto punível,
agrava ou atenua a responsabilidade penal, segundo as circunstâncias.

4. Premeditação

A premeditação consiste no desígnio, formado ao menos vinte e quatro horas antes, de


praticar um acto com relevância criminal, ainda que este desígnio seja dependente de alguma
circunstância ou de alguma condição24.

5. Reincidência25

1. A reincidência ocorre quando o agente, tendo sido condenado por sentença transitada em
julgado por algum crime, comete outro da mesma natureza antes de terem passado oito anos
desde a condenação, ainda que a pena do primeiro crime tenha sido prescrita, perdoada ou
indultada.

2. Quando o primeiro crime tenha sido amnistiado, não se verifica a reincidência. 3. Se um


dos crimes for intencional e outro culposo, não há reincidência.

4. Não exclui a reincidência a circunstância de ter sido o agente autor de um dos crimes e
cúmplice do outro.

5. Os crimes podem ser da mesma natureza, ainda que não tenham sido consumados ambos
ou alguns deles.

22
n° 2 do art. 35° do CP.
23
n° 4 do art. 35° do CP.
24
Art. 41° do CP.
25
Descrito nos números 1 a 7 do artigo 42° do CP.
6. As condenações proferidas por tribunais estrangeiros contam para a reincidência nos
termos dos números anteriores, desde que o facto constitua crime segundo a lei
moçambicana.

7. Nas contravenções dá-se a reincidência quando o agente, condenado por uma


contravenção, comete contravenção idêntica ou não, antes de decorrerem seis meses,
contados desde a dita punição.

6. Concurso de crimes

Há concurso de crimes quando o agente comete mais de um crime na mesma ocasião, ou


quando, tendo perpetrado um, comete outro antes de ter sido condenado pelo anterior, por
sentença transitada em julgado26.

Quando o mesmo facto é previsto e punido em duas ou mais disposições legais, como
constituindo crimes diversos, não se dá concurso de crimes27.

7. Crime continuado

Conforme o n° 1 do art. 44° do CP, constitui crime continuado as várias condutas do mesmo
agente que violem a mesma norma ou normas diferentes que tutelem o mesmo bem jurídico
ou bens jurídicos de idêntica natureza que, pelas condições de tempo, lugar e maneira de
execução, as subsequentes se possam considerar como mera continuação das anteriores,
porém, a continuação criminosa não se verifica quando são violados os bens jurídicos
inerentes à pessoa28.

8. Circunstâncias atenuantes29

São circunstâncias atenuantes da responsabilidade penal do agente:

1.ª O bom comportamento anterior;

2.ª A prestação de serviços relevantes à sociedade;

3.ª Ser menor de dezoito ou maior de sessenta anos;

26
n° 1 do art. 43° do CP.
27
n° 2 do art. 43° do CP.
28
n° 2 do art. 44° do CP.
29
Artigo 45° do CP.
4.ª Ter sido a conduta do agente determinada por motivo honroso, por forte tentação ou
solicitação da própria vítima ou por provocação injusta ou ofensa imerecida;

5.ª A intenção de evitar um mal ou a de produzir um mal menor; 6.ª O imperfeito


conhecimento do mal do crime;

7.ª O constrangimento físico, sendo vencível;

8.ª A imprevidência ou imperfeito conhecimento dos maus resultados do crime;

9.ª A espontânea confissão do crime;

10.ª Ter havido actos demonstrativos de arrependimento sincero do agente, nomeadamente, a


reparação, até onde lhe era possível, dos danos causados;

11.ª A ordem ou o conselho do seu ascendente, adoptante, tutor ou educador, sendo o agente
menor e não emancipado;

12.ª O cumprimento de ordem do superior hierárquico do agente, quando não baste para
justificação deste;

13.ª Ter o agente cometido o crime para se desafrontar a si, ao seu cônjuge, ascendente,
descendente, irmãos, tios, sobrinhos ou afins nos mesmos graus, adoptante ou adoptado de
alguma injúria, desonra ou ofensa, imediatamente depois da afronta;

14.ª Súbito arrebatamento despertado por alguma causa que excite a justa indignação pública;

15.ª O medo vencível;

16.ª A resistência às ordens do seu superior hierárquico, se a obediência não for devida e se o
cumprimento da ordem constituísse crime mais grave;

17.ª O excesso da legítima defesa;

18.ª A apresentação voluntária às autoridades;

19.ª A natureza reparável do dano causado ou a pouca gravidade deste;

20.ª O descobrimento dos outros agentes, dos instrumentos do crime ou do corpo de delito,
sendo a revelação verdadeira e profícua à acção da justiça;
21.ª Ter o agente agido sob temor reverencial;

22.ª As que forem expressamente qualificadas como tais, nos casos especiais previstos na lei;

23.ª Em geral, quaisquer outras circunstâncias, que precedam, acompanhem ou sigam o


crime, se enfraquecerem a culpabilidade do agente ou diminuírem por qualquer modo a
gravidade do facto criminoso ou dos seus resultados.

9. Circunstâncias dirimentes30

São circunstâncias dirimentes da responsabilidade penal:

a) A falta de imputabilidade; e
b) A justificação do facto e a exclusão da culpa.

II. IMPUTABILIDADE ABSOLUTA E RELATIVA


1. Inimputabilidade absoluta31

Não são susceptíveis de imputação:

a) Os menores que não tiverem completado 16 anos;


b) Os que sofrem de anomalia psíquica sem intervalos lúcidos.

2. Inimputabilidade relativa

São relativamente inimputáveis32:

a) Os menores que, tendo mais de 16 anos e menos de 21, tiverem procedido sem
discernimento;
b) Os que sofrem de anomalia psíquica que, embora tenham intervalos lúcidos,
praticarem o facto naquele estado; e
c) Os que, por qualquer outro motivo independentemente da sua vontade, estiverem
acidentalmente privados do exercício das suas faculdades intelectuais no momento de
cometerem o facto punível.

30
Art. 47° do CP.
31
Art. 49° do CP.
32
As al. a), b) e c) do n° 1 do art. 49° do CP descrevem os relativamente iniputávei.
A negligência ou culpa consideram-se sempre como acto ou omissão dependente da
vontade33.

33
n° 2 do art. 49° do CP.
III. Conclusão

No trabalho em causa falou-se da imputabilidade e inimputabilidade absoluta e relativa penal


e percebeu-se que a responsabilidade penal consiste na obrigação de reparar o dano causado
na ordem jurídica da sociedade, cumprindo a pena ou a medida estabelecida na lei (art.28° do
CP).

Viu-se também que as pessoas coletivas tanto as entidades equiparadas são responsabilizadas
penalmente nos termos previstos na lei já descrita no decorrer do trabalho.

Percebeu-se també que não são susceptíveis de imputação os menores que não tiverem
completado 16 anos e os que sofrem de anomalia psíquica sem intervalos lúcidos.
IV. Bibliografia

Código Penal (Lei n° 24/2019, de 24 de Dezembro)

DIAS, Jorge de Figueiredo, Direito Penal – Parte Geral, Tomo I, 2ª Edição, Coimbra,
Coimbra Editora, 2007.

MOREIRA, Guilherme, Instituições de Direito Civil Português I, Parte Geral, Coimbra,


Imprensa da Universidade, 1907.

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