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DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
A Garantia
Discentes:
Jéssica da Luz
Rosa da Felicidade
LICENCIATURA EM DIREITO
Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
A Garantia
Discentes:
Jéssica da Luz
Rosa da Felicidade
Docente:
LICENCIATURA EM DIREITO
Chimoio, 2023
ÍNDICE
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO.................................................................................................4
1. Objectivo geral................................................................................................................5
2. Objectivos específicos.....................................................................................................5
3. Metodologia de investigação...........................................................................................5
1. Noção de garantia............................................................................................................6
2. Modalidades da garantia.................................................................................................7
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................15
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
No presente trabalho iremos falar acerca da Garantia. A Garantia Jurídica é, assim, a seguraça
que o sujeito passivo tem para que haja a reposição do seu interesse quando este esteja em
causa, desta forma existe duas principais modalidades de Garantias, temos a Garantia Pública
em que os meios, neste caso, os meios repressores públicos entram em acção para gantir a
defesa do interesse de um sujeito passivo, e Privado quando a acção do particular.
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1. Objectivo geral
A luz do Código Civil, fazer um estudo da Garantia.
2. Objectivos específicos
Trazer uma noção do que é a Garantia;
Elencar as modalidades de Garantia;
Explicar as modalidades de Garantia.
3. Metodologia de investigação
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CAPÍTULO II: A GARANTIA
1. Noção de garantia
De acordo com Cabral de Moncada (pág. 451), a garantia da relação jurídica constitui a
diferença específica que a demarca das relações da vida social, dando-lhe o tom próprio da
juridicidade. Traduz, no plano da relação jurídica, a coercibilidade das normas de Direito.
Através dela, fica assegurada ao titular dos poderes jurídicos que integram o conteúdo da
relação a tutela jurídica, em vista da realização, tanto quanto possível efectiva, do seu
interesse.
A garantia acompanha, assim, as relações jurídicas, numa forma latente mas pronta a actuar,
quando a realização do correspondente interesse seja posta em causa. Deste modo, se a
relação jurídica se desenvolver com normalidade, se, v.g., o devedor cumprir pontualmente a
vinculação a que está adstrito, a garantia jurídica passa despercebida.
Para a garantia surgir com mais evidência e passar de potência a acto, há-de ocorrer uma
circunstância anómala na relação jurídica, a qual consiste, em termos gerais, numa violação
ou, ao menos, numa ameaça de violação do direito.
Em tal caso, pode o seu titular recorrer a diversos meios de agir, postos ao seu dispor pelo
Direito, e que visam, justamente, assegurar a cessação da violação ou da ameaça e a
realização do seu interesse, que por tal motivo estava posto em causa.
Por assim ser, já o estudo da garantia há-de ser orientado para a análise dos meios técnicos
que o Direito constrói e põe na disponibilidade do titular do poder jurídico, em vista da
efectiva realização do seu interesse, quando ela não seja obtida pela actuação voluntária do
sujeito passivo.
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2. Modalidades da garantia
Vão, por isso, ser expostas as mais relevantes no Direito Civil, segundo vários critérios que
atendem ao modo, ao momento e à forma como a garantia actua, deixando desde já referido
tratar-se de classificações relativas a vários aspectos sobreponíveis, como melhor resulta da
exposição subsequente.
Com base naqueles critérios, são distintas, segundo a ordem indicada, as:
Portanto, será somente exposto a primeira classe das garantia, neste caso a alínea a).
Tomando em conta o modo como actua a garantia, é clássica a distinção entre garantia
pública e garantia privada ou, como mais correntemente se diz, entre justiça pública e justiça
privada. São sugestivas, em si mesmas, as designações destas modalidades, pelo que se
podem definir em termos simples.
Há garantia pública quando a tutela do direito se obtém pelo recurso à força pública,
do Estado, organizada em vista da defesa dos interesses particulares, quando
ameaçados ou violados. Essa força pública apresenta-se sob várias modalidades
(desde as forças de segurança pública – polícia – aos tribunais), constituindo em
qualquer caso uma manifestação do próprio poder de mando do Estado. No âmbito da
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Teoria Geral releva em particular o poder judiciário (e os seus órgãos, os tribunais),
actuando então a garantia pela intervenção desse poder na resolução dos conflitos
emergentes da violação dos direitos e na sua realização efectiva, quando necessária, a
solicitação (em termos gerais) do próprio interessado.
A garantia privada – já houve oportunidade de o dizer – constitui hoje um meio de tutela que
o Direito só legitima em casos excepcionais. Razões diversas impõem essa solução.
A tutela privada não permite, sequer, assegurar a garantia do direito em todos os casos de
violação. Ela poderá funcionar – com mais ou menos adequação – quando se trate de
violação, ou ameaça de violação material de um direito. Mas é de todo inoperante nos casos
de violação intelectual. Assim, o indivíduo, a quem seja furtada ilicitamente certa coisa, pode
alcançar a sua restituição por meios de tutela privada. Tais meios já se revelam, porém, de
todo inoperantes se a violação se traduzir na negação ou no não reconhecimento da
titularidade do direito sobre essa coisa.
A tutela pública constitui, sem dúvida – deve constituir –, o meio normal de garantia jurídica.
Contudo, o Direito não pode ignorar que a tutela pública nem sempre se mostra operacional
ou eficaz; por vezes, o lesado não tem meios de a fazer funcionar em tempo útil e está, por
outro lado, em condições de obter a restituição do interesse lesado pelos seus próprios
recursos. Ora, em tais casos, e acautelados os justos limites de actuação do particular, não há
também razão para não se legitimarem certos meios de tutela privada.
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2.1.1.1. Acção directa
O Código Civil ocupa-se da acção directa nos arts. 336.º e 338.º Estes preceitos fixam o
regime geral do instituto; para além deles, há ainda a considerar vários outros que lhe dão
aplicação específica. São exemplos destes últimos casos o art. 1036.º, na locação, quanto à
realização de reparações, ou outras despesas urgentes; o art. 1277.º, quanto à defesa da posse;
e os arts. 1314.º e 1315.º relativos a casos de acção directa no direito de propriedade e noutros
direitos reais.
A acção directa pode consistir, como se vê do n.º 2 do art. 336.º, na apropriação, destruição
ou deterioração de uma coisa, na eliminação da resistência irregularmente oposta ao exercício
de um direito e ainda em outros meios análogos de assegurar o exercício do direito.
Há, assim, acção directa, quando, por exemplo, o titular de um direito de servidão de
passagem elimina os obstáculos físicos, levantados pelo dono do prédio serviente para
impedir o exercício desse direito.
A legítima defesa consiste em alguém afastar pela força qualquer agressão actual e ilícita
contra a sua pessoa ou património, ou contra a pessoa ou o património de terceiro.
O Código Civil também se ocupa do regime geral deste instituto nos arts. 337.º e 338.º
Importa relacionar o regime destes preceitos com o dos que regulam figura homóloga no
Direito Penal (art. 53º do CP).
De modo semelhante à acção directa, hão-de concorrer alguns requisitos para a legítima
defesa ser lícita. São eles:
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Impossibilidade de recurso aos meios coercivos normais
A sua caracterização resulta do art. 337.º, quando nele só se admite o recurso à legítima
defesa «desde que não seja possível fazê-lo [afastar a agressão] pelos meios normais».
Violação actual significa uma agressão do interesse do titular do direito já iniciada, mas não
consumada.
A legítima defesa justifica um acto que, analisado em si mesmo, seria ilícito, ficando, por
isso, afastado, em princípio, o dever de indemnizar. Ainda assim, é devida a indemnização,
na legítima defesa, em dois casos: excesso de legítima defesa e erro indesculpável quanto aos
seus pressupostos.
De acordo comOliveira Ascensão, no seu livro ``O Direito``, na pág. 93, dita que:
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perigo ou terceiro) para remover o perigo, desde que o dano a prevenir
seja manifestamente superior ao resultante da actuação do agente.
Deste modo, age em estado de necessidade uma pessoa que, para evitar o risco de a sua
habitação ser consumida pelo fogo, destrói uma cultura alheia para ter rápido acesso à água
de um poço, com o propósito de extinguir o incêndio.
a) a actualidade do perigo;
c) o dever de indemnizar.
Em primeiro lugar, interessa recordar que valem para a tutela pública algumas classificações
atrás feitas, nomeadamente a que distingue entre tutela preventiva e repressiva. Do
seguimento da exposição, resultará que a essas duas formas de tutela correspondem
modalidades diferentes de acção judicial.
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Assim, em certos casos, a violação consiste apenas em pôr em causa a existência de certo
direito ou até de um facto. A diz, por exemplo, que B não é titular de um direito, de que este
se arroga. B tem, naturalmente, interesse em recorrer ao tribunal para este dirimir o conflito.
O seu interesse ficará, em regra, plenamente satisfeito mediante uma decisão declarativa da
existência de tal direito ou facto. A decisão final vem, assim, a traduzir-se numa simples
declaração da existência ou inexistência dos mesmos; daí a designação de simples apreciação,
dada por lei a estas acções.
Em determinados casos, porém, a tutela do interesse do titular do direito exige outro tipo de
intervenção do tribunal. Considere-se o seguinte exemplo: A alega ter vendido certa coisa a B
e pretende naturalmente obter deste o pagamento do preço; mas B, por seu turno, alega
defeitos da coisa para justificar a redução do preço (art. 911.º do CC) e recusa-se a pagar a
quantia pretendida por A. Em casos como este, para A alcançar a tutela do seu interesse não
lhe basta que o juiz se limite a apreciar se o seu direito existe ou não. Na hipótese de A estar
na razão, isto é, ter o direito invocado, ele pretende naturalmente exigir o cumprimento da
correspondente prestação. Assim, justifica-se que, reconhecido o direito de A, o juiz ordene a
B, na sentença, o pagamento daquilo a que A tenha direito. Diz-se, em técnica processual,
que o juiz condena então B a realizar esta prestação, pelo que a acção se denomina de
condenação.
A violação do interesse do titular do direito nem sempre se apresenta sob uma das
modalidades referidas no número anterior. Por vezes sucede que, mesmo após estar
judicialmente convencido do direito que assiste ao seu titular, o devedor se nega a satisfazê-
lo, ou não toma a iniciativa de o fazer.
Retoma-se aqui o exemplo dado a respeito da acção declarativa de condenação, por ser o
mais flagrante. O devedor foi já condenado pelo juiz a realizar a prestação devida ao credor;
contudo, ainda assim, recusa-se, sob qualquer pretexto, ou sem pretexto algum, a cumprir.
O recurso à execução pressupõe, contudo, que o direito esteja previamente fixado em títulos
tidos, pela lei, como idóneos para determinar o fim e os limites da acção executiva. Esses
meios constituem um título executivo. Título executivo é, por excelência, a sentença
proferida numa acção declarativa de condenação, mas outros documentos têm o mesmo valor,
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como sejam os autênticos ou autenticados e certos documentos particulares, que satisfaçam,
em qualquer dos casos, os requisitos enumerados na lei.
O meio mais adequado para alcançar tal fim consiste na execução específica, sendo esta a
tendência geral da lei, como se dispõe no art. 562.º do C.C. Quem estiver obrigado a reparar
um dano deve reconstituir a situação que existiria, se não se tivesse verificado o evento
danoso. Mas este resultado nem sempre é possível e por isso existem também casos de
execução não específica.
Conjugando vários preceitos do Código Civil, estabelecia Castro Mendes o seguinte quadro
de casos de execução específica:
a) obrigação pecuniária;
c) obrigação de prestação de facto fungível, pois o «credor […] tem a faculdade de requerer,
em execução, que o facto seja prestado por outrem à custa do devedor» (art. 828.º);
e) obrigação de negociar, nos casos previstos no art. 830.º, por a parte poder obter do tribunal
uma sentença que produza efeitos de declaração negocial do faltoso.
Torna-se, portanto, necessário, para a garantia pública ter eficácia, assegurar o seu
funcionamento a título preventivo, acautelando os interesses tular do direito contra actos
daquele tipo, nomeadamente através dos meios de conservação da garantia patrimonial (arts.
605.º e seguintes do CC.).
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CAPÍTULO III. CONCLUSÃO
Chegando no fim desta pesquisa, referir que a pesquisa cingia-se no estudo da Gantia.
Entendeu-se que a garantia acompanha, assim, as relações jurídicas, numa forma latente mas
pronta a actuar, quando a realização do correspondente interesse seja posta em causa.
Percebeu-se à luz do Código Civil, se não dizermos todas, várias relações jurídicas (negócios
jurídicos) são estabelecidas garantias para em caso de algum interesse estiver em causa.
A garantia é privada quando é o próprio titular do direito, carecido de defesa, que, pelos seus
próprios meios, nomeadamente pelo recurso à força física, assegura a satisfação do interesse
violado ou ameaçado. Por isso, se identifica esta modalidade como justiça privada,
autodefesa ou autotutela.
E a garantia é pública quando a tutela do direito se obtém pelo recurso à força pública, do
Estado, organizada em vista da defesa dos interesses particulares, quando ameaçados ou
violados. Essa força pública apresenta-se sob várias modalidades (desde as forças de
segurança pública – polícia – aos tribunais), constituindo em qualquer caso uma manifestação
do próprio poder de mando do Estado.
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BIBLIOGRAFIA
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