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PENHOR E HIPOTECA
Docente: João Jaime, Msc
CALCULO FINANCEIRO II
PENHOR E HIPOTECA
2. PENHOR ..................................................................................................................................... 5
3. HIPOTECA ................................................................................................................................ 7
4. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 15
1. INTRODUÇÃO
As garantias representam um importante aparato jurídico no que diz respeito ao
adimplemento das obrigações. Ademais, estas auxiliam a circulação de crédito e consecução
satisfativa dos negócios jurídicos.
.
Classicamente, a doutrina nacional divide as garantias em pessoas e reais. As
primeiras possuem caráter obrigacional e incidem sobre a generalidade do patrimônio de um
sujeito, enquanto as segundas consistem em um gravame específico sobre um bem
determinado, que pode ser móvel, imóvel, corpóreo e, também, incorpóreo.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
1.1.2. Específicos
2.1. Conceito
É um direito real de garantia sobre bens móveis. Deriva de uma expressão latina
"pugnus", que significa punho, ou seja, o penhor é um direito real de garantia que depende da
tradição (transferência do bem), no caso, do bem ser levado pelo próprio punho (PEREIRA,
2004).
É importante ressalvar que o credor pignoratício tem o direito de guardar a coisa, mas
ele não pode ficar com a coisa para si, em virtude de vedar a legislação pátria o instituto da
cláusula comissória.
Penhor Rural - Que pode ser agrícola ou pecuário. Tanto o penhor rural, quanto o
industrial incidem sobre a agricultura ou bens de comércio. Num dado caso ele pode incidir
sobre imóvel, que será o de produção agrícola, ou até mesmo maquinário industrial, que será
considerado imóvel por acessão natural ou industrial. Possui prazos de renovação estipulados
entre 3 e 4 anos (recente alteração do codigo civil, verificar), registrados em cartório
imobiliários.
Penhor de Título de Crédito é aquele em que o credor tem por garantia o seu título
de garantia. Esse título pode ser empenhado quando ele é entregue a um terceiro através de
tradição e depende de registro no cartório de títulos e de documentos.
Penhor de Veículos - Tem prazo máximo de dois anos e o veículo deve estar
segurado para que possa ser dado em garantia. Além disso, deverá ser registrado no
DETRAN para que seja oponível contra terceiros. Graças a exigência do seguro, a tradição é
dispensada, haja vista que, se o bem sumir, o seguro cobrirá.
2.3. Penhora
É possível também que a dívida seja paga por meio de transferência do próprio bem
penhorado para o patrimônio do autor do processo, no que é chamado de adjudicação.
Mediante a penhora, é o juízo garantido, expressão jurídica que indica que há, no patrimônio
do executado, bens para satisfazer a dívida, gerando no autor da cobrança a segurança
jurídica de que a cobrança judicial será eficaz.
Tanto a legislação brasileira quanto a portuguesa preveem que os bens públicos não
pode ser penhorada. Os dois países também protegem os instrumentos de trabalho e os
salários e remunerações, além de diversos outros bens. Também não podem ser penhorados
bens sem liquidez.
Nesse caso, não se trata de impenhorabilidade; o bem não será penhorado já que sua
baixa (ou inexistente) liquidez impede que ele seja vendido, e, portanto, que o valor dessa
venda possa ser utilizado para o abatimento da dívida. É possível mais de uma penhora sobre
o mesmo bem, efetuada por diferentes sujeitos. Nesse caso, eventual produto da venda do
bem será distribuído de acordo com a preferência estabelecida pela lei. A legislação brasileira
estabelece que, em regra, deve ser primeiro analisada a existência de crédito privilegiado (por
exemplo, crédito de origem trabalhista), que irá preferir aos demais (VENOSA, 2006).
2.3. Impenhorabilidade
Impenhorabilidade é nome dado a condição decerto bem que não pode ser penhorado,
não se sujeitando à penhora. A impenhorabilidade normalmente resulta de preceito legal, que
expressamente dispõe que aquela espécie de bem não está sujeito à penhora. É possível, no
entanto, que a impenhorabilidade surja também de um acordo de vontades, como no caso de
transferência de bem com cláusula de inalienabilidade.
Nessa hipótese, como o bem não poderá ser alienado, em razão da cláusula de
inalienabilidade, conclui-se que também não poderá ser penhorado, já que a penhora é ato
processual intermediário que resulta na venda do bem, caso a dívida não seja paga. Todo bem
gravado com essa cláusula, portanto, é impenhorável, mas o contrário não necessariamente
irá ocorrer, sendo possível que um bem impenhorável seja alienado.
3. HIPOTECA
A sua anotação jurídica, contudo, remonta ao Direito Romano, onde era comum nas
atividades rurais, nas quais o agricultor deixava os bens de seu trabalho afetados pelas dívidas
que contraía, o que no Direito contemporâneo, confundir-se-ia com o penhor, dado o tipo de
bem garantidor e sua posse. Antes da codificação de Justiniano1, a hipoteca consistia em o
devedor dar em garantia gado, escravos e utensílios, embora continuasse na posse dos
mesmos (VENOSA, 2006, p. 553).
Pelo Conseguinte, fica claro a partir dos conceitos que a hipoteca distingue-se
basicamente do penhor pelos tipos de bens dados em garantia e a forma com que se regula a
posse dos mesmos na relação entre credor e devedor, embora tenham as mesmas origens. É
um direito real desde que obedecidas às formalidades de registro, vinculando o bem gravado,
o que assegura ao credor o adimplemento de uma obrigação, dando-lhe o direito de
perseguição do bem, além de possuir natureza jurídica civil. Define-se, portanto, hipoteca
como a garantia real e acessória de um contrato que se perfaz através do registro do gravame,
cujo bem imóvel ou assim considerado fica na posse do devedor, conferindo ao credor
preferencial direito de venda no caso de inadimplemento.
3.2. Princípios que regem a hipoteca
A hipoteca, como se vê, oriunda do Direito Romano, contemplada pelo Código Civil
de 1916 e em vigor graças ao novel Código, rege-se por alguns princípios, os quais são o da
acessoriedade, indivisibilidade, especialização, publicidade e o subprincípio da prioridade.
Por acessoriedade, entende-se que a hipoteca seja dependente de outro contrato para
que exista, não podendo haver a chamada hipoteca abstrata (VENOSA, 2006, p. 556),
oportunidade na qual é necessário volver a atenção para a teoria do excelso Pontes de
Miranda, em sua escada dos negócios jurídico2. Da mesma forma, a hipoteca servirá de
garantia independentemente da natureza e da espécie da obrigação da qual ela nasça
(RUGGIERO, 2005, p. 717).
O credor sub-hipotecário pode remir desde que vencida a primeira hipoteca, caso o
devedor não ofereça pagamento, devendo depositar a importância devida, juros, e despesas
judiciais, visto que apenas por esse meio é que poderá ocorrer a remição, através de uma ação
e com a devida citação do credor (DINIZ, 2009, p. 579). Essa remição funciona como um
tipo de artifício disponibilizado a esse credor, para que ele possa apressar a execução da
hipoteca e defender seus direitos (RODRIGUES, 2006, p. 412).
A remição poderá ser feita por meio do adquirente do imóvel hipotecado, visto que
um dos efeitos da hipoteca é a sequela do bem, de tal forma que se o mesmo for alienado, o
gravame será transferido, possibilitando a remição do bem pelo adquirente. Caso isso nã o
ocorra, o adquirente sujeitar-se-á à situação anterior, ou seja, à execução da hipoteca por
parte do credor (DINIZ, 2009, p. 579).
Por esse viés, o penhor se difere da hipoteca pelo fato de ser constituído sobre bens
móveis e, esses, ficarem na posse do credor, que não poderá usufruir deles, bastando-se ao
seu depósito e guarda.
A hipoteca será extinta com o perecimento da coisa, pelo fato de que ela ficará sem
objeto. A destruição deverá ser total, pois não serão admitidas uma simples desvalorização ou
perda parcial do bem hipotecado. Caso a desvalorização ou perda parcial ocorra com a
hipoteca constituída, o credor poderá solicitar o reforço da garantia, sob pena de ter a
hipoteca antecipadamente vencida (DINIZ, 2009, p. 591).
Os bens que podem ser hipotecados são os mais variados, não se limitando aos
imóveis.
REFERÊNCIAS
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito das coisas. 24 ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito das coisas. 4 ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário técnico jurídico. 10 ed. São Paulo: Rideel,
2009.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Antonio Houasiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2007.
LISBOA, Roberto Senise. Manual de direito civil: direitos reais e direitos intelectuais. 3 ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
MARINONI, Luis Guilherme; MITIDIEIRO, Daniel. Código de Processo Civil. São Paulo:
RT, 2008.
MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito privado: direito das coisas. 2 ed. Rio de Janeiro:
Borsoi, 1959, v. 20.
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: direito das coisas. 38 ed. São
Paulo: Saraiva, 2007.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: direitos reais. 18 ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2004.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Direito das Coisas. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
RUGGIERO, Roberto de. Instituições de direito civil. 2 ed. Campinas: Bookseller, 2005, v. 2.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direitos reais. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2006.