Você está na página 1de 7

Diferença entre penhor e penhora o conceito de penhor está disposto no

artigo 1.431 do Código Civil e o conceito de penhora está disposto no artigo


831 CPC.
O penhor em regra, é um direito real de garantia sob bens móveis. Por
outro lado, a penhora é um ato processual de bloqueio de bens através do
processo de execução para satisfazer a dívida com a ajuda da hasta pública. O
penhor em regra, é um direito real de garantia sob bens móveis.

Artigo 1.431 CC
Nos exatos termos do art. 1.431 do Código Civil, constitui-se o penhor
pela efetiva entrega de coisa móvel, suscetível de alienação, do devedor
pignoratício ao credor pignoratício, como garantia de pagamento de uma
dívida principal.
O penhor tem em sua definição intrínseca a entrega (tradição) do bem
móvel pelo devedor pignoratício, de forma a assegurar o credor do pagamento
da dívida antes contraída. Entretanto, em determinadas espécies de penhor
não se opera a tradição do bem, permanecendo este nas mãos do próprio
devedor, por força da cláusula constitui, conforme se verifica no penhor rural,
industrial, mercantil e de veículos.
O penhor é um direito acessório, posto que assegura o pagamento de
uma relação creditícia considerada principal. Só em caso de inadimplência do
débito principal é que o bem empenhado será levado a leilão, a fim de que o
credor possa pagar-se integralmente.

É exemplo típico de contrato de penhora entrega de joias pelo particular


à Caixa Econômica Federal, a fim de obter crédito pessoal, sob uma taxa de
juros mais atrativa do que a oferecida no mercado financeiro; daí a
popularidade desta modalidade de negócio. Características do penhor: o
penhor é um direito acessório, vale dizer que o penhor não existe por si só e
sim em função de uma dívida principal que o originou. De fato, ele visa à
segurança e a garantia de uma negociação principal, entabulada anteriormente
pelo devedor pignoratício.
Assim, como se trata de obrigação acessória, ela segue o destino da
principal, ou seja, caso está seja declarada nula, nulificada estará a garantia do
penhor.
Constitui-se pela tradição, qual seja, pela efetiva entrega do bem, objeto
da garantia, ao credor pignoratício. Por esta razão, é tido como um contrato
real, que depende da entrega efetiva do bem para consolidar-se.
A característica anterior comporta exceções, como se dá no penhor rural
(agrícola ou pecuário), industrial, mercantil e de veículos, no quais os bens
dados em garantia continuam nas mãos do devedor, por previsão legal
(parágrafo único, art. 1.431). O objeto do penhor deve ser coisa móvel, seja
singular ou coletiva, corpórea ou incorpórea. Se o objeto do penhor for coisa
móvel fungível, este será denominado penhor irregular, obrigando devedor a
restituir o bem, após o pagamento da dívida, na mesma quantidade e
qualidade. O bem móvel deve ser alienável, ou seja, deve estar disponível para
que possa ser transferido por alienação a terceiros, em caso de venda judicial.
Destarte, não poderá ser considerado como bem fora do comércio, nos termos
do art. 1.420 do Código Civil. Não admite o pacto comissório, como prevê o art.
1.428 do Código. Assim, não poderá o credor pignoratício apropriar- se do bem
para se pagar, em caso de inadimplemento, sendo tal cláusula considerada
nula. É garantia indivisível, pois que, ainda que o pagamento da dívida principal
seja solvida em parte, o direito real continuará incidindo sobre o bem como um
todo, até que o pagamento seja quitado integralmente.

Artigo 1.432 CC
Formas de constituição do penhor. pelo contrato (penhor comum), onde
as partes manifestam a livre vontade em constituir a garantia pignoratícia
quanto à obrigação principal, podendo ser efetuado por instrumento particular
ou público, registrado junto ao Cartório de Títulos e Documentos, a fim de que
passe a gerar efeitos erga omnes. Pela lei (penhor legal), quando a norma
permite a alguns tipos de credores a retenção dos bens do devedor como
garantia do pagamento integral da dívida, tal como ocorre com os 3. No que diz
respeito às espécies de hospedeiros ou fornecedores de pousadas, quanto às
bagagens dos hóspedes (art. 1.467).
No que diz respeito às espécies de penhor, podemos dividi-los em duas
grandes categorias: penhor comum e penhor especial. Penhor comum (ou
tradicional) é aquele oriundo da vontade das partes, incidindo sobre bem
corpóreo, entregue pelo devedor ao credor pignoratício no momento da
constituição do negócio (Rodrigues, 2003, p.353). Penhor especial, refere-se a
diversas categorias: a) penhor rural (agrícola e pecuário); b) penhor industrial e
mercantil, c) penhor de títulos de créditos; d) penhor de veículos; e) penhor
legal.

Artigo 1.433 CC
O dispositivo trata dos direitos do credor pignoratício, estabelecendo em
seu inciso I o direito à posse da coisa empenhada. Essencial nos casos do
penhor comum, a posse do credor pignoratício pode ser protegida pelos
interditos possessórios.

O direito de retenção tem como escopo o ressarcimento de despesas


realizadas, desde que justificadas e não decorram de culpa do credor. O vício
da coisa empenhada poderá ensejar o direito ao ressarcimento do prejuízo
sofrido pelo credor, como no exemplo dado por Caio Mário da Silva Pereira de
contágio do rebanho do credor por enfermidade de gado empenhado, com o
conhecimento do devedor (Instituições, Volume IV, 2004, p. 344).
Pode o credor promover a execução judicial, como forma de excutir o
bem, nos termos da legislação processual. Também poderá promover a venda
amigável da coisa empenhada, desde que exista autorização expressa no
contrato ou que seja obtida posteriormente, devendo prestar contas ao
devedor, devolvendo eventual saldo. 5. Não poderá o credor apropriar-se do
bem empenhado para o pagamento do débito, pois o artigo 1.428 do Código
Civil considera nula a cláusula comissória. No caso de venda amigável, não
poderá adquiri-la para si Artigo mesmo. Poderá, contudo, adjudicar o bem na
hipótese de execução judicial.
O credor também poderá apropriar-se dos frutos da coisa empenhada,
como uma forma de reforçar a garantia e de obter um adiantamento das
parcelas que lhe são devidas (Carlos Roberto Gonçalves, Volume 5, 2010, p.
555), direito este a que corresponde uma obrigação correlata de que o valor
dos frutos apropriados seja imputado nas despesas mencionadas no artigo
1.535, inciso III. Enfim, prevê o Código o direito de promover a venda
antecipada da coisa empenhada quando houver receio fundado de que venha
a se perder ou deteriorar. Cabe ao Juiz avaliar a presença do requisito exigido
em lei.

Artigo 1.434 CC
A primeira parte do artigo evidencia a indivisibilidade da garantia real,
estabelecendo que o credor não pode ser obrigado a devolver nem mesmo
parte da coisa enquanto não ocorrer o pagamento integral. A regra poderá ser
excepcionada nas hipóteses em que o devedor requerer autorização judicial
para a venda de uma das coisas dadas em garantia ou de parte da única coisa,
para que obtenha valor suficiente para o cumprimento do restante da
obrigação, o que atende ao princípio de que a execução deverá ser realizada
na forma menos onerosa ao devedor.

Artigo 1.435 CC
O credor pignoratício deve conservar a coisa empenhada, equiparando-se ao
depositário, devendo ressarcir ao dono a perda ou deterioração do bem quando
for culpado, podendo a importância da responsabilidade ser compensada na
dívida.
A posse direta do credor pignoratício não anula a posse indireta do
proprietário (devedor pignoratício), incumbindo-lhe a defesa da sua posse e a
obrigação de dar ciência ao dono a respeito de eventual ameaça, turbação ou
esbulho, uma vez que a eventual perda ou deterioração da coisa não extinguirá
a dívida, de modo que o prejuízo será do devedor.
A apropriação dos frutos pelo credor constitui adiantamento do
pagamento, devendo imputar aqueles valores apropriados nas despesas de
guarda e conservação, nos juros e no capital.
O credor pignoratício não é proprietário do bem empenhado, tendo os
deveres de entregar a coisa e, no caso de execução judicial, o de entregar o
produto que exceder o valor da dívida.
Artigo 1436 CC
A primeira causa extintiva do penhor é a extinção da obrigação por ele
garantida. Em se tratando de direito acessório, extingue-se com a extinção do
principal, salientando-se que, nos casos de pagamento, este deve ser integral,
tendo em vista o disposto no artigo 1.421.

O perecimento da coisa também constitui causa de extintiva do penhor.


Se houver destruição parcial, a garantia subsiste em relação à parte
remanescente. A renúncia do credor também extingue o penhor. Trata-se de
um ato de vontade, podendo ser expressa ou tácita, sendo que o §1º do artigo
1.436 prevê os casos em que há presunção da renúncia, como nas hipóteses
de consentimento da venda particular do penhor sem reserva de preço, da
renúncia, como nas hipóteses de consentimento da venda particular do penhor
sem reserva de preço, da restituição da posse ao devedor e de anuência à
substituição por outra garantia.
A extinção do penhor pela confusão ocorre quando, na mesma pessoa,
se confundem as qualidades de credor e dono da coisa empenhada. Se a
confusão for apenas parcial, substituirá inteiro o penhor quanto ao resto. A
adjudicação judicial, a remição e a venda da coisa empenhada também
implicam na extinção do penhor, tratando-se de medidas disciplinadas pela
legislação processual civil.

Artigo 1.437 CC
A extinção do penhor produzirá efeitos apenas depois da averbação do
seu cancelamento no registro, devendo ser produzida prova da causa extintiva
ao oficial do cartório.
Referência Bibliográfica: Manual de Direito
Civil - Volume Único Flávio Tartuce; Código
Civil Comentado: Doutrina e jurisprudência –
Lei n. 10.406;

Você também pode gostar