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DIREITOS REAIS DE GARANTIA.

Os Direitos Reais de Garantia constituem um conjunto de prerrogativas conferidas ao credor,


baseadas na titularidade de um bem específico do devedor, com o propósito de assegurar o
cumprimento de uma obrigação. Estes direitos conferem ao credor o poder de satisfazer sua
pretensão diretamente sobre o bem dado em garantia, em caso de inadimplemento por parte
do devedor.

O bem dado como garantia não pode ser alvo de uso e gozo pelo credor, pois se trata de direito
acessório, destinado unicamente à satisfação da obrigação.

Em caso de perda do bem, seja por deterioração, destruição ou desapropriação, o credor


poderá antecipar a prestação, observando eventuais juros que foram projetados sejam
descontados. Mas, se caso o bem dado como garantia for executado, e esse bem ter o valor
menor que a dívida, o devedor ainda ficará responsável pela diferença que não foi coberta pelo
bem.

Art. 1419 – “nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado
em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação. ”

Os principais institutos que englobam os Direitos Reais de Garantia compreendem o penhor, a


hipoteca e a anticrese, iremos abordar cada um em seguida.

De acordo com o art. 1424 do CC, os contratos perderão a eficácia se não constarem os
seguintes requisitos:

I. O valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo;


II. O prazo fixado para pagamento;
III. A taxa de juros, se houver;
IV. O bem dado em garantia com as suas especificações.

1. Penhor. Art. 1431 a 1443.

“A palavra penhor vem de pignus ou pignoris, como primeiro direito real de garantia sobre
coisa alheia, o penhor é constituído sobre bens móveis (em regra), ocorrendo a transferência
efetiva da posse do bem do devedor para o credor (também em regra). Diz-se duplamente
em regra, pois, no penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas
continuam em posse do devedor, que as deve guardar e conservar, como estabelece o
parágrafo único do art. 1431 do CC de 2002. Com a celebração do negócio, a posse indireta a
da coisa é transmitida ao credor pignoratício, por meio de uma tradição ficta ou presumida,
o constituo possessório. ” – Flávio Tartuci – Direito civil – v.36

“Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao


credor, ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel,
suscetível de alienação”.

a. O penhor é um direito real de garantia que envolve a entrega de um bem


móvel ao credor como garantia de uma dívida. O devedor mantém a
propriedade do bem, mas o credor tem a posse do mesmo até que a dívida
seja paga.
b. O penhor é comumente utilizado em situações onde o devedor oferece joias,
veículos, máquinas, ou outros bens móveis valiosos como garantia de um
empréstimo ou financiamento.
c. São espécies de penhor:
I. Art. 1438 a 1447 – Penhor Rural;
I. Podem ser objetos do penhor rural, art. 1442.
II. Art. 1451 – Penhor de Direitos e Títulos de Crédito.
III. Art. 1461 – Penhor de Veículos e
IV. Art. 1467 – Penhor Legal.

São requisitos gerais:

I. Consentimento do devedor e do credor.


II. Capacidade geral para atos da vida civil;
a. Direitos e obrigações do credor (art. 1433 a 1435 do
CC)
III. Entrega do bem ao credor;
IV. O bem seja alienável;
V. Escritura pública ou instrumento particular para validação (art.
1432 do CC.).

2. Hipoteca. Art.1473 a 1505.


“Explica Rubens Limongi França que a palavra hipoteca vem do grego – hypotheke, de hypo
(por baixo), seguida de tithene (eu ponho),... para este autor, a hipoteca é o direito real
sobre coisa alheia que recai sobre bens imóveis, com regra, em que não há transmissão da
posse da coisa coisa entre as partes – a) Devedor hipotecante: aquele que dá a coisa em
garantia, podendo ser o devedor ou terceiro; b) credor hipotecário: tem o benefício do
crédito e do direito real, sendo dotado, entre os efeitos, de direito de preferência sobre a
coisa garantida.” – Flávio Tartuce – Direito Civil – v.36

- Podem ser objeto de hipoteca os itens que se observa nos incisos do art. 1473 e seus
parágrafos.

a. A hipoteca é um direito real de garantia sobre um imóvel que serve como segurança
para um empréstimo ou financiamento. O devedor continua sendo o proprietário do
imóvel, mas o credor tem o direito de vender o bem para recuperar a dívida em caso
de inadimplência.
b. É amplamente utilizada em operações de financiamento imobiliário, onde o imóvel
adquirido é dado como garantia até que o financiamento seja integralmente quitado.

São Requisitos gerais:

I. Contrato formalizado por escrito.


II. Capacidade geral para atos da vida civil;
III. Bem alienável;
IV. Registro da hipoteca no cartório de registro de imóveis. (art.
1492).

3. Anticrese. Art. 1506 a 1510-E.

“De acordo com a doutrina clássica, anticrese vem do grego, anti (em lugar de) + chresis
(uso), ..., por meio desse direito real de garantia, um imóvel é dado em garantia e
transmitido do devedor, ou por terceiro, ao credor, podendo o último retirar da coisa os
frutos para o pagamento da dívida em havendo uma compensação. Como se percebe a
anticrese está no meio do caminho, entre o penhor e a hipoteca, tendo características de
ambos. ” – Flávio Tartuce – Direito Civil – v.36

“Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de
perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos. ”
a. A anticrese é um direito real de garantia que envolve a concessão do uso e fruto de um
imóvel ao credor como forma de garantia. O credor tem o direito de usufruir dos
rendimentos gerados pelo imóvel até que a dívida seja paga.
b. É menos comum que o penhor e a hipoteca, mas pode ser utilizado em situações onde
o devedor possui um imóvel cujos rendimentos podem ser utilizados como garantia
para um empréstimo.

Requisitos Gerais:

I. Contrato formalizado por escrito.


II. Determinação dos frutos e prazos de fruição. (art. 1507 a 1510)

Portanto, os Direitos Reais de Garantia constituem uma importante ferramenta no âmbito das
relações jurídicas, proporcionando segurança tanto ao credor quanto ao devedor, ao
estabelecer mecanismos eficazes de proteção dos interesses das partes envolvidas em uma
transação.

Resumo esquematizado.
Fig. 1
Fig. 2

Fonte:

- Código civil brasileiro (Vade Mecum. RT -2023. 22ª edição).

- Aula 10 - Material de Apoio – pág. 05 (Direito das Coisas).pdf


https://anchieta.instructure.com/courses/18535/files/1299794?module_item_id=670757

- Flávio Tartuce – Direito Civil. V.36 - 2014

Aluno:
Eduardo Vendramin
Ra: 2005408

Jundiaí, 19 de novembro de 2023.

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