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CONTRATO DE

EMPRÉSTIMO
Prof ª Ariane Caroline Vieira
É um negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega
uma coisa a outra, de forma gratuita, obrigando-se
esta a devolver a coisa emprestada ou outra de
mesma espécie e quantidade

Comodato – empréstimo de bem infungível e inconsumível, em que a coisa


emprestada deverá ser restituída findo o contrato (empréstimo de uso).
DUAS ESPÉCIES
Mútuo – empréstimo de bem fungível e consumível, em que a coisa é consumida e
desaparece, devendo ser devolvida outra de mesma espécie e quantidade (empréstimo
de consumo).
Natureza Jurídica PARTES NO COMODATO
comodante (que transfere a coisa)
comodatário (que recebe a coisa).
unilaterais; Exemplo: empréstimo de um veículo.
gratuitos (benéficos);
comutativos;
informais; PARTES NO MÚTUO
reais (tem aperfeiçoamento com a entrega mutuante (transfere)
da coisa - tradição) mutuário (recebe a coisa, devendo
devolver outra)
Exemplo: empréstimo de dinheiro.
COMODATO
Arts. 579 a 585 CC

MÚTUO
Arts. 586 A 592 CC
COMODATO
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a
tradição do objeto.

Os tutores, curadores em geral ou administradores de bens alheios não poderão dar em


comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda ( Art. 580 CC)

Na vigência do contrato, o comodante não pode reaver a coisa.

Findo o contrato ou notificado o comodatário, deve o último devolvê-la.

Se assim não faz, passa a responder pela conservação da coisa, devendo arcar com um aluguel - pena a ser
fixada pelo comodante. Cabe, ainda, ação de reintegração de posse.

Se o comodato não tiver prazo convencional irá se presumir o tempo necessário para o uso concedido; (art.
581 CC)

Não pode o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e
gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado.;
(art. 581 CC)
O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada,
não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de
responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela
responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
(art. 582 do CC).

Caindo em risco a coisa emprestada, se o comodatário deixar de salvá-la para salvar coisa
própria, responderá por caso fortuito e força maior (art. 583 do CC).

O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso
e gozo da coisa emprestada (art. 584 do CC).

O art. 585 do CC prevê responsabilidade solidária passiva entre comodatários.


MÚTUO
O mútuo feito a menor sem a autorização de seu representante ou daquele sob cuja
guarda estiver não poderá ser reavido nem do mutuário nem de seus fiadores (art. 588 do
CC).

Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:


I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o
ratificar posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os
seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor
não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
Por transferir o domínio da coisa emprestada, por conta do mutuário correm todos os riscos da coisa desde a
tradição (art. 587 do CC).

No caso de mútuo feneratício de dinheiro (mútuo oneroso), com a cobrança de juros, o art. 591 do CC limita os
mesmos à taxa prevista no art. 406 do CC (1% ao mês).
Obs: A norma não se aplica se o empréstimo for bancário.
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como
para semeadura;
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
CONTRATO DE
DEPÓSITO
O contrato de depósito o depositário recebe um objeto móvel e corpóreo, para guardar, até
que o depositante o reclame. Ao contrário do comodato, o depositário não pode usar a coisa,
mas apenas guardá-la, em regra.

Natureza Jurídica
unilateral;
gratuito;
comutativo;
personalíssimo;
real;
temporário;
informal.
Obs: é possível o depósito bilateral e oneroso,
diante de convenção das partes, atividade ou
profissão do depositário;
Modalidades de depósito
Depósito voluntário: resulta da autonomia privada, do acordo de vontade das partes.

DEPÓSITO NECESSÁRIO OU OBRIGATÓRIO:

Depósito legal – é aquele realizado no desempenho de obrigação decorrente de lei, como ocorre no caso de
depósito legal em caso de incapacidade superveniente, negando-se o depositante a receber a coisa.

Depósito miserável – é aquele efetuado por ocasião de calamidades, como nos casos de inundação,
incêndio, naufrágio ou saque. Em casos tais, o depositário é obrigado a se socorrer da primeira pessoa que
aceitar o depósito salvador.

Depósito do hospedeiro – refere-se à bagagem dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde eles
estiverem (art. 649 do CC).
As partes contratantes são tecnicamente denominadas por:
depositante aquele que entrega o bem;
depositário aquele que recebe.

Forma e prova do contrato de depósito: A lei não exige nenhuma forma para a substância do contrato de depósito.
Portanto,a forma não é critério para a validade do negócio jurídico de depósito. O que a lei requer, no art. 646 do
CC/02,é a forma escrita para que se prove o depósito voluntário
PRISÃO DO DEPOSITÁRIO

POLÊMICA: refere-se à possibilidade de prisão do depositário infiel diante do descumprimento de um


contrato.

art. 652 do CC/2002 que: “Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando
exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos”.

O STF acabou por concluir pela inconstitucionalidade da previsão, diante da força supralegal do Pacto de
San José da Costa Rica, tratado internacional do qual o Brasil é signatário e que proíbe a prisão civil por
descumprimento contratual (STF, RE 466.343/SP e HC 87.585/TO).

Tal conclusão gerou a edição da Súmula Vinculante 25 pelo STF, que enuncia: “É ilícita a prisão civil de
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito” (aprovada em 16.12.2009).
CONTRATO DE
TRANSPORTE
Trata-se do contrato pelo qual alguém se obriga, mediante uma determinada remuneração,
a transportar de um local para outro pessoas ou coisas, por meio terrestre (rodoviário e
ferroviário), aquático (marítimo, fluvial e lacustre) ou aéreo.

bilateral;
oneroso;
consensual;
comutativo;
informal.

Na grande maioria das vezes o transporte assume a forma de contrato de consumo (Lei
8.078/1990) ou de adesão. Assim, é possível buscar diálogos entre o CC e o CDC no que se
refere ao contrato em questão, aplicando-se os princípios sociais contratuais.
Transporte de pessoas: O transporte de pessoas é aquele pelo qual o transportador se
obriga a levar uma pessoa e a sua bagagem até o destino, com total segurança, mantendo
incólume os seus aspectos físicos e patrimoniais.
São partes:
transportador;
passageiro

A obrigação assumida pelo transportador é sempre de resultado, justamente diante dessa


cláusula de incolumidade, o que fundamenta a sua responsabilização
independentemente de culpa, em caso de prejuízo (responsabilidade objetiva).
Transporte de coisas: Pelo contrato de transporte de coisas, o expedidor ou remetente
entrega bens corpóreos ou mercadorias ao transportador, para que o mesmo os leve até um
destinatário, com pontualidade e segurança. É preciso ressalvar, contudo, que o destinatário
pode ser o próprio expedidor.

A remuneração devida ao transportador, nesse caso, é denominada frete.

transportador de coisas também assume uma obrigação de resultado, o que justifica a sua
responsabilidade contratual objetiva.

A coisa, entregue ao transportador, deve necessariamente estar caracterizada pela sua


natureza, valor, peso e quantidade, e o que mais for necessário para que não se
confunda com outras.

Também deverá constar a identificação de quem seja o destinatário.

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