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DIREITO

NOTARIAL E
REGISTRAL
Prof: Ana Carolina
2/2022
Parte I: introdução
Histórico dos Registros
1. ORIGEM HISTÓRICA DO REGISTRO CIVIL
• As pessoas naturais passam, no correr de sua existência, por várias situações ligadas à sua condição na
sociedade: ESTADO DA PESSOA;
• Homem é ser social, tem necessidade de viver em grupos, de onde nascem as relações jurídicas;
• Esses sujeitos das relações precisam ser individualizados, identificados, como titulares de direitos e
deveres na ordem civil;
• Principais elementos individualizadores: nome, estado, domicílio (sede jurídica);
• Estado da pessoal natural: status – posição da pessoa no meio social;
• Hoje: é a soma das qualificações da pessoa na sociedade;
• 03 aspectos: individual, familiar e político
• a) individual ou físico: constituição orgânica;
• b) familiar: situação na família;
• c) político: na sociedade

• Estado civil familiar: solteiro, casado, viúvo, divorciado;


• As pessoas naturais passam, no correr de sua existência, por várias situações ligadas à sua condição na
sociedade que há interesse individual e público em perpetuar, através dos registros públicos;
1. ORIGEM HISTÓRICA DO REGISTRO CIVIL
• A Bíblia: censo e registro da assembleia dos filhos de Israel, segundo suas
famílias e suas casas, com indicação de nome e filiação dos varões de 20
anos e acima;
• O povo grego conhecia a inscrição dos indivíduos na phratria, a que mais
tarde se opõe a demos;
• Em Roma, procedia-se à inscrição dos nomes dos patrícios em registro
especial, e, com caráter geral, os imperadores ordenavam anotações
censitárias periódicas;
• Registro moderno: Idade Média pelos padres cristãos, que anotavam o
batismo, o casamento e o óbito dos fiéis, visando ao melhor
conhecimento de seus rebanhos e à escrituração dos dízimos e
emolumentos - a cargo da Igreja.
1. ORIGEM HISTÓRICA DO REGISTRO CIVIL
• Século XIX: em razão de se mostrarem os assentos eclesiásticos
insuficientes para atender às necessidades públicas, como ainda pela
proliferação dos filiados a outras crenças que ficavam sem meios de
provar aqueles momentos essenciais de sua vida civil, instituiu-se, pelo
Decreto nº 1.144/1861, o registro dos nascimentos, casamentos e óbitos
para as pessoas que professassem religião diferente da oficial do Império;
• A regulamentação atual dos Registros Públicos: Lei nº 6.015, de 31 de
dezembro de 1973 (LRP) e permanece em vigor;
• Código de 2002 limita-se a determinar o registro e a averbação dos fatos
essenciais ligados ao estado das pessoas, deixando a normação casuística
dos assentos para a mencionada Lei de Registros Públicos (LRP).
2. O CÓDIGO CIVIL
• Livro I, Título I: arts. 9º e 10 do Código Civil e art. 29 da Lei dos Registros Públicos,
todos os atos ou fatos ligados ao estado das pessoas ficam consignados, de forma
a assinalá-los definitivamente e fazerem prova as certidões dos respectivos
assentos, exaradas pelos oficiais que os têm a seu cargo;
• Registro Civil das Pessoas Naturais: registra os nascimentos, casamentos e óbitos;
a emancipação dos menores, seja a concedida pelo pai e pela mãe no exercício
do poder familiar, seja a outorgada pelo juiz; a sentença declaratória de ausência
e de morte presumida e as opções de nacionalidade;
• Averbação à margem dos respectivos assentos das sentenças que decretarem a
nulidade ou anulação de casamento, a separação e o restabelecimento da
sociedade conjugal; o divórcio; as sentenças que declararem a filiação; os atos de
reconhecimento espontâneo de filhos; as alterações ou abreviaturas de nomes.
3. O QUE É REGISTRO?
• é a inscrição dos momentos capitais da vida do indivíduo, o registro
patenteia o seu estado, que dele se infere enquanto subsistir, mas
não constitui prova absoluta, porque suscetível de anulação por
erro ou falsidade;
• Registro civil é a perpetuação, mediante anotação por agente
autorizado, dos dados pessoais dos membros da coletividade e dos
fatos jurídicos de maior relevância em suas vidas, para fins de
autenticidade, segurança e eficácia;
• Finalidade: publicidade - provar a situação jurídica do registrado e
torná-la conhecida de terceiros.
3. O que é registro?
• Quais fatos podem ser levados a registro?
• São objeto do registro os factos com relevância jurídica a que a lei
impõe o registro como condição para poderem ser invocados
perante terceiros e a que atribui valor de prova.
4. Registro X averbação
• registro, que é o principal ato ocorrido no cartório, pois neste, serão
registrados nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações,
interdições, ausência, morte presumida, opção de nacionalidade;
• ato secundário o qual modifica o teor do Registro;
• exemplo: certidão de casamento e o divórcio;
• função do registro é dar publicidade aos atos
que modificam ou constituem a propriedade, tais atos encontram-se
elencados no Artigo 167, I da Lei 6.015/73;
• já a averbação tem por finalidade a publicidade de alterações de atos
já existentes na matrícula.
4. Registro X averbação
• Atos de registro. Registro é o ato principal, lavrado em livro próprio,
que documenta um ato ou fato, tornando o conhecimento deste ato
ou fato perene, público e verdadeiro
• Atos de averbação. Averbar é fazer constar da margem ou do pé de
um registro todas as ocorrências que, de qualquer modo, o alteram
5. Finalidade do registro
• conferir fé pública e autenticidade a diversos documentos de ordem
pública e privada;
• publicidade, autenticidade, segurança e eficácia de atos jurídicos;
• auxiliar o Poder Judiciário, uma vez que reduz o número de processos a
serem analisados em juízo e os tornam mais céleres, pois atuam
orientando as partes sobre muitos atos. Alguns desses atos foram
retirados da esfera judicial, como, por exemplo, os divórcios que
preenchem os requisitos de consenso entre as partes, ausência de filhos
menores de 18 anos de idade ou incapazes e petição realizada por um
advogado, ainda que não se verifique a atuação desse profissional em
esfera judicial;
• conceder segurança jurídica, garantindo estabilidade nas relações
negociaiS.
Fé pública
• Os registros, bem como os documentos exarados ou confirmados
por notário, gozam de fé pública;
• Fé pública significa, como resulta das disposições da lei civil já
citadas, a presunção legal
Parte II: O Direito Notarial e
Registral
Conceito e fundamentos
1. Teoria Geral
• No Direito Notarial e Registral, o ato notarial e registral assume
especial relevo na compreensão do arcabouço teórico da disciplina
sendo de grande importância a detecção de aspectos gerais aplicáveis
a todos os setores da mesma;
• Conceito: Direito Notarial X Direito Registral
1. Teoria Geral
• Os registradores e notários são considerados particulares em
colaboração com o Estado, pessoas físicas sem vinculação com a
estrutura do funcionalismo público que exercem atividade notarial ou
registral por delegação do Poder Público.
• O ato de outorga de delegação pelo Poder Público ao particular é
personalíssimo, ou seja, perante o Estado compete ao delegatário do
serviço extrajudicial realizar a atividade pessoalmente, ainda que em
companhia de colaboradores por ele contratados.
1. Teoria Geral
• notários e registradores – particulares formados em Direito (ou com
10 anos de exercício em serviço notarial ou de registro) que, após
aprovação em concurso público de provas e títulos, e respectiva
investidura, exercem uma função pública delegada pelo Estado,
dotados de fé pública – não são remunerados pelos cofres públicos,
mas por emolumentos recebidos dos usuários do serviço extrajudicial
e atuam nos mais diversos Distritos, Municípios e Comarcas dos
estados brasileiros, desempenhando o papel de orientação jurídica,
conferência e validação de atos negociais, propiciando transparência,
segurança e publicidade aos mais diversos fenômenos de criação,
modificação e extinção da vida civil e empresarial
1. Teoria Geral
• O legislador brasileiro, nos últimos anos, promoveu inúmeros incrementos
nas atividades dos notários e registradores, como, por exemplo: inventário
extrajudicial nos Tabelionatos de Notas – Lei 11.441/2007; usucapião
extrajudicial nos Registros de Imóveis, salientando que caberá ao
registrador de imóveis a atividade de verificação e viabilidade de registro
do direito de propriedade oriundo da prescrição aquisitiva (ou seja, mais
que simplesmente qualificar um título apresentado para registro (atividade
típica), o registrador analisará os documentos e confeccionará o título
registrável) – art. 216-A da Lei de Registros Públicos; emissão de
documentos públicos pelo Registro Civil das Pessoas Naturais, Ofícios da
Cidadania – Lei 13.484/2017 (declarada constitucional – ADI 5.855, relator
Min. Alexandre de Morais, data do julgamento 10.4.2019); homologação
de penhor legal pela via extrajudicial – art. 703, § 1º, do Código de
Processo Civil, dentre outros.
Ingresso por concurso público
• Ingresso por concurso público;
• CF, art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em
caráter privado, por delegação do Poder Público.(…)§ 3º O ingresso na
atividade notarial e de registro depende de concurso público de
provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga,
sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de
seis meses.
• O art. 14 da Lei 8.935/1994 estabelece os requisitos para o ingresso
nas serventias extrajudiciais.:
Composição da banca de concurso
• O art. 15 da Lei 8.935/1994 estabelece que os concursos serão realizados
pelo Poder Judiciário, com indispensável participação em todas as fases do
concurso de um membro do Ministério Público, um membro da OAB, um
notário e um registrador.
• art. 15. Os concursos serão realizados pelo Poder Judiciário, com a
participação, em todas as suas fases, da Ordem dos Advogados do Brasil,
do Ministério Público, de um notário e de um registrador.§ 1º O concurso
será aberto com a publicação de edital, dele constando os critérios de
desempate.§ 2º Ao concurso público poderão concorrer candidatos não
bacharéis em direito que tenham completado, até a data da primeira
publicação do edital do concurso de provas e títulos, dez anos de exercício
em serviço notarial ou de registro.
Composição da banca de concurso
• Nota-se que na parte final do caput do art. 15 da Lei 8.935/1994 o
legislador ordinário destinou dois assentos de examinadores na Banca
de Concurso aos titulares de serventia extrajudicial – um registrador e
um notário. Por evidente, a expressão “registrador” abarca o
registrador de imóveis, civil de pessoas naturais, civil de pessoas
jurídicas e títulos e documentos, mas a expressão “notário” abarcaria
o tabelião de notas e também o tabelião de protesto? Dentro de uma
análise técnica, a expressão notário só compreende a figura do
tabelião de notas, pois sinônimas, não se admitindo o alcance do
protestador.
Concurso de remoção
• O preenchimento de 2/3 das delegações vagas far-se-á por concurso
público, de provas e títulos, destinado à admissão dos candidatos que
preencherem os requisitos legais previstos no art. 14 da Lei
8.935/1994; e o preenchimento de 1/3 das delegações vagas far-se-á
por concurso de provas e títulos de remoção, com a participação
exclusiva daqueles que já estiverem exercendo a titularidade de outra
delegação, de notas ou de registro, em qualquer localidade da
unidade da federação que realizará o concurso, por mais de dois
anos, na forma do art. 17 da Lei 8.935/1994, na data da publicação do
primeiro edital de abertura do concurso (art. 3º da Resolução 81 do
CNJ).
Concurso de remoção
• De acordo com o art. 17 da Lei 8.935/1994: “Ao concurso de remoção somente
serão admitidos titulares que exerçam a atividade por mais de dois anos”. O prazo
de dois anos pode ser completado no curso do concurso? Não. Conforme
orientação do Conselho Nacional de Justiça, o candidato tem que ter o prazo de
dois anos completos na data da publicação do primeiro edital de abertura do
concurso (art. 3º da Resolução 81/2009).
• É possível aproveitar o prazo de dois anos como titular de serventia extrajudicial
de outro estado para o concurso de remoção? Não. Apenas os titulares de outra
delegação, de notas ou de registro, em qualquer localidade da unidade da
federação que realizará o concurso, por mais de dois anos, poderão participar do
concurso de remoção (art. 3º da Resolução 81/2009). Ex.: titular de serventia por
dois anos no estado de Minas Gerais não pode prestar concurso para remoção no
estado do Paraná.
2. Conceito de Direito Notarial
• O direito notarial tem na forma jurídica o seu eixo fundamental: a forma é
o objeto direto do estudo cienufico, tomando-se as formas notariais como
instrumento que necessariamente deve ser cumprido para obter-se, como
resultado final, a forma juridicamente exigida.
• FORMAS SÃO INSTRUMENTOS e DOCUMENTOS QUE DEVEM SER
REDIGIDOS;
• A Lei n. 8935/1994 (artigo 6º) reafirma o caráter instrumental ou formal da
atividade notarial;
• O direito notarial é o conjunto de normas que regulam a função do notário,
a organização do notariado e os documentos ou instrumentos redigidos
por este profissional do Direito que, a ktulo privado, exerce uma função
pública por delegação do Estado.
2. Conceito de Direito Notarial
• enquanto o Poder Judiciário atua na"solução dos litígios", o tabelião
de notas atua na"prevenção"destes, prestando assessoramento
jurídico às partes, orientado pelos princípios e regras de direito, pela
prudência e pelo acautelamento.
2. Conceito de Direito Registral
• O direito registral, assim como o direito notarial, possui caráter
instrumental ou formal, porém diferentemente do direito notarial
que se instrumentaliza na observância da forma, o direito registral,
por sua vez se instrumentaliza na publicidade jurídica e nos
procedimentos que lhe são inerentes.
• O direito registral é o conjunto de normas que regulam a atividade do
registrador, o órgão do Registro, os procedimentos registrais e os
efeitos da publicidade, bem como o estatuto jurídico aplicável a este
profissional do direito.
• Pesquisa acadêmica?
2.1. Objeto e finalidade
• Direito Registral: Publicidade
• Direito Notarial: Forma jurídica
• Art. 1º: Serviços notariais e de registro são os de organização técnica
e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade,
segurança e eficácia dos atos jurídicos. (Lei n. 8935/94)
• A ideia de segurança jurídica implica em valores como estabilidade e
certeza das regras que regem as relações intersubjetivas,
conhecimento das normas jurídicas e proteção contra abusos da
parte mais forte.
2.2. Os titulares e seus prepostos
• Os titulares são notários ou tabeliães e oficiais de registro ou registradores,
como sinônimos.
• Profissionais do direito dotados de fé pública, a quem se delega o exercício
da atividade notarial e de registro, gozam de independência no exercício de
suas atribuições e têm direito à percepção dos emolumentos integrais
pelos atos praticados na serventia.
• Para o exercício de suas funções, deve o titular organizar técnica e
administrativamente a serventia, sendo de sua responsabilidade exclusiva
o gerenciamento administrativo e financeiro dos serviços, inclusive no que
diz respeito às despesas de custeio, investimento e pessoal, cabendo-lhe
estabelecer normas, condições e obrigações relativas à atribuição de
funções e de remuneração de seus prepostos, de modo a obter a melhor
qualidade na prestação dos serviços (artigos 20 e 21 da Lei n. 8.935/94).
2.2. Os titulares e seus prepostos
• Tem o titular independência jurídica, como delegado de função pública que
exige a formação de juízo e a tomada de decisões.
• A execução dos serviços exige a participação de outras pessoas e, para
tanto, podem os delegatários contratar empregados, com remuneração
livremente ajustada e sob o regime da legislação do trabalho.
• Os empregados são escreventes e auxiliares, ficando a critério de cada
titular determinar o número a contratar. Entre os escreventes, o notário ou
registrador escolherá os substitutos para, simultaneamente com o titular,
praticar todos os atos que lhe sejam próprios. Entre os substitutos, um será
designado pelo titular para responder pelo serviço em suas ausências ou
impedimentos (§ 5º do art. 20 da Lei n. 8.935/94).
3. Atividades dos notários e dos registrados
• Lei n. 8.935/94 dispõe sobre a natureza e os fins dos serviços notariais e de
registro, trata dos titulares dos serviços e de seus prepostos (escreventes e
auxiliares), das atribuições, do ingresso na atividade, da responsabilidade civil e
criminal, das incompatibilidades e dos impedimentos, dos direitos e deveres, das
infrações disciplinares e penalidades, da fiscalização pelo Poder Judiciário3, da
extinção da delegação e da seguridade social. É a Lei Orgânica dos Notários e
Registradores e de extrema relevância para os profissionais do direito que
exercem as funções notariais e registrais.
• A regra domiciliada no art. 1º da Lei n. 8.935/94 define como fins dos serviços
notariais e registrais “garantir publicidade, autenticidade, segurança e eficácia
dos atos jurídicos”.
• A Lei de Registros Públicos (editada anteriormente – Lei n. 6.015/73), também no
art. 1º, dispõe que os serviços concernentes aos registros públicos são
estabelecidos pela legislação civil para “autenticidade, segurança e eficácia dos
atos jurídicos”, tratando em seus arts. 16 a 21 da publicidade.
4. Princípios
• A fonte dos princípios registrais é a própria lei (v.g., Código Civil, Lei
6.015/1973 e Lei 8.935/1994).
• O ordenamento jurídico que os cria, de forma expressa ou implícita,
por via direta ou indutiva.
• Na sua origem, os princípios registrais decorrem de construções
doutrinárias, de ideias abstratas formuladas por juristas.
• Princípio da legalidade (registral): todos os documentos submetidos à
registro devem obedecer os requisitos legais para que possam ser
publicizados. A qualificação é a atividade do registrador que examina
os documentos.
4.1. Princípios registrais
• Princípio da obrigatoriedade do registro
• Princípio da rogação ou instância
• Princípio da prioridade
• Princípio da especialidade
• Princípio da continuidade
• Princípio da parcelaridade ou cindibilidade do utulo
• Princípio da presunção de veracidade ou da legitimidade
• Princípio da fé pública registral
• Princípio da concentração
• Princípio da disponibilidade
4.1.1. Princípio da obrigatoriedade do registro ou inscrição
• Princípio da "obrigatoriedade" ou do ônus do registro: nos atos entre
vivos, a cons}tuição, transferência, modificação ou ex}nção da
propriedade, ou outro direito real rela}vo à imóvel, apenas se efetivam
com o registro do utulo respectivo;
• O registro confere prerrogativas: propriedade (Art. 108, CC.): Não
dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o
maior salário mínimo vigente no País.
• O princípio da inscrição é consagrado no art. 1.245 e seguintes do Código
Civil:
• "Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do utulo
translativo no Registro de Imóveis. § 1. Enquanto não se registrar o utulo translativo,
o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
4.1.2. Princípio da rogação ou instância
• a atividade registral depende de provocação: os atos do registro somente serão
praticados por ordem judicial; a requerimento do Ministério Público, quando a lei o
autorizar; e a requerimento verbal ou escrito do interessado (artigo 13, Lei n.
6.015/1973)
• De regra, o requerimento é verbal, acompanhado do título que se pretende registrar,
mas nos casos de averbação e cancelamento exige-se requerimento por escrito, com
firma reconhecida (art. 206, da Lei 6.015/1973)
• apesar de hoje estar prevista na LRP a re}ficação de o~cio, o registrador não está
obrigado a revisar todos os livros em busca de falhas para corrigi-las, pois isso seria uma
exigência inviável. No entanto, deparando-se com algum erro poderá ́ o oficial re}ficá-lo
de ofício ou, ao menos, instaurar de ofício um procedimento re}ficatório, em que
no}ficará as pessoas interessadas para as providências necessárias. A atuação de ofício
decorre de um importante princípio de direito administrativo, o da autotutela;
• O protocolo ou prenotação é o ato pelo qual se recebe um título para registro. A única
exceção à obrigatoriedade do protocolo é a apresentação do título ao registrador apenas
para exame e cálculo dos emolumentos a serem pagos pelo interessado.
4.1.3. Princípio da especialidade
• De acordo com o princípio da especialidade, todo imóvel que seja objeto
de registro deve estar perfeitamente individualizado.
• A identificação do imóvel é feita mediante a indicação de suas
características e confrontações, localização, área e denominação, código e
dados constantes do CCIR (certificado de cadastro de imóvel rural), se
rural; ou logradouro e número, se urbano, e sua designação cadastral, se
houver
• O art. 176 da Lei 6.015/73 é a expressão do princípio da especialidade e
objetivamente exige a identificação do imóvel com todas as suas
características e confrontações, localização, área e denominação, se rural
ou logradouro e número se urbano, e sua designação cadastral, se houver
[...].
4.1.4. Princípio da prioridade
• Em matéria de Registro de Imóveis, o direito de preferência ou
prioridade se materializa por intermédio do acesso ao registro do
documento que contém um direito real imobiliário: o título que é
prenotado em primeiro lugar tem prioridade no registro em relação
aos títulos que materializam direitos reais contraditórios sobre o
mesmo imóvel, protocolados posteriormente.
• Conforme determina o art. 182 da Lei 6.015/1973, por ocasião do
protocolo, todos os títulos recebem um número de ordem, de acordo
com a sequência rigorosa de sua apresentação.
4.1.4. Princípio da prioridade
• Exemplo: A celebração do contrato ou da escritura de compra e venda
não produz efeitos de transmissão da propriedade, não representa
um direito real, apesar de garantir os direitos pessoais ou
obrigacionais entre as partes. Se, por exemplo, um mesmo imóvel for
vendido, por má fé do alienante, para dois compradores diferentes,
aquele que primeiro apresentar o título no cartório de imóveis,
mesmo que de data posterior ao primeiro, garante para si a
propriedade.
• A preferência do registro será daquele título prenotado no protocolo
"sob número de ordem mais baixo, protelando-se o registro dos
apresentados posteriormente, pelo prazo correspondente a, pelo
menos, um dia útil" (Lei 6.015/73, art. 191).
4.1.5. Princípio da continuidade
• Segundo o princípio da continuidade, os registros devem ser perfeitamente
encadeados, de forma que não haja vazios ou interrupções na corrente
registrária – deve haver vínculo com anterior.
• Em relação a cada imóvel deve existir uma cadeia de titularidade à vista do
qual só se fará o registro ou averbação de um direito se o outorgante dele
figurar no registro como seu titular.
• Registro inicial é a matrícula e os demais devem decorrer do anterior.
• O trato sucessivo é um mecanismo técnico que tem por objetivo manter o
enlace ou a conexão dos registros, mediante a ordem regular dos
sucessivos titulares registrais de modo a garantir uma continuidade
perfeita dos assentos em relação ao tempo, sem nenhum salto.
4.1.5. Princípio da continuidade
• Artigo 195, LRP.
• Exemplo 1: Maria comprou o imóvel em 2010 quando ela se encontrava no
estado civil de solteira. Em 2017, “Maria” vendeu seu imóvel, porém, no
estado civil de casada com “João”, com quem casara em 2012. Desta forma,
para registrar essa escritura de venda e compra, primeiramente deve-se
averbar na matrícula o casamento de Maria com João, informando que o
estado civil dela foi alterado para o de casada e, logo em seguida, realizar o
registro da venda o imóvel.
• Exemplo 2: João e Maria possuem um imóvel, eles são casados no regime
da comunhão universal e João aparece sozinho vendendo o imóvel. Há
continuidade em uma escritura que ingressa no registro de imóveis
vendendo 100% do imóvel de uma pessoa que possuía 50%? Não. Nesse
exemplo houve uma quebra de continuidade e o registro não permite
quebra de continuidade em atos entre vivos.
4.1.6. Princípio da parcelaridade ou cindibilidade do
título
• De acordo com o princípio da parcelaridade ou cindibilidade, o título pode
ser cindido, isto é, o registrador pode registrar uma parcela do título.
• Pode o registrador, por exemplo, a requerimento do interessado, averbar
mandado de penhora de imóvel no qual conste a existência de construção
não averbada na matrícula respectiva.
• Exemplo: se um título diz respeito a 20 imóveis e, dentre eles, 5
apresentam algum aspecto que inviabiliza o registro, é possível requerer a
cindibilidade do título e registrar o documento em relação aos outros 15
imóveis. Do mesmo modo, se o interessado não deseja registrar o título em
relação a todos os 20 imóveis, por alguma conveniência particular, poderá
solicitar, por exemplo, que se faça o registro apenas em relação a 11
imóveis
4.1.7. Princípio da fé pública
• Pelo princípio da fé pública, a existência do direito registrado ou a
inexistência do direito cancelado prevalecem absolutamente em
relação ao terceiro de boa-fé que, confiando nos assentos do Registro
de Imóveis, celebrou o negócio jurídico com o titular aparente.
• Qual o fundamento?
• No atual direito brasileiro, o princípio da fé pública é atenuado, uma
vez que o registro inválido ou lastreado em negócio jurídico nulo ou
anulado, e que por tal motivo venha a ser cancelado, não protege o
terceiro de boa-fé. Entre a segurança jurídica da transação imobiliária
e o direito do verdadeiro proprietário, optou o legislador brasileiro
por privilegiar este último valor.
4.1.8. Princípio da concentração
• Art. 54, Lei n. Lei n. 13.097, de 2015, pois dela deriva que todos os fatos,
atos ou situações jurídicas devem ser tornados públicos na matrícula do
imóvel, para que possam ser oponíveis contra o terceiro de boa-fé que
adquira a propriedade ou algum direito real imobiliário.
• Os ônus, encargos e gravames reais, decorrentes de atos da vontade ou da
lei, não afetam o título do adquirente da propriedade do imóvel ou outro
direito real imobiliário quando não estiverem inscritos no Registro de
Imóveis.
• A segurança jurídica de um negócio imobiliário deveria ser dada apenas
pelas situações constantes do registro, e não de outras situações que,
mesmo se existentes no mundo administrativo ou processual, não fossem
levadas e não constassem do registro do imóvel.
4.1.9. Princípio da publicidade
• A publicidade registral pode ser definida como a garantia dos direitos
reais inscritos e, tal como estão inscritos, da pessoa que consta como
titular registral; e ainda como garantia da tutela dos interesses
daqueles que, confiando nas informações constantes do Registro,
realizam negócios jurídicos imobiliários.
• A publicidade registral, assim, é uma presunção de veracidade e
integridade do registro para todo aquele que confia no registro e
inscreve o título de aquisição do imóvel. Por publicidade registral se
entende a publicidade jurídica que é obtida por meio da inscrição de
um título específico em um órgão específico denominado Registro.
4.2. Princípios notariais
• Princípio da fé pública
• Princípio da formalidade, autoria e responsabilidade
• Princípio da justiça preventiva
• Princípio da rogação
• Princípio da unicidade do ato notarial
• Princípio da conservação e publicidade
4.2.1. Princípio da fé pública
• Autoridade legítima atribuída aos notários e registradores para que
os documentos que autorizam em devida forma sejam considerados
como autênticos e verdadeiros, até prova em contrário.
• Fé pública é verdade, confiança ou autoridade que a lei atribui aos
notários e registradores no que concerne à verificação ou atestação
de fatos, atos e contratos ocorridos ou produzidos em sua presença
ou com sua par}cipação.
• Notário é o profissional do direito, dotado de fé pública, podendo
autentificar fatos, reconhecer firmas e autenticar documentos (arts.
3°, 6°, inciso III e 7°, incisos IV e V, da Lei 8.935/1994)
4.2.2. Princípio da formalidade, autoria e
responsabilidade
• O ato notarial também é essencial para a validade, dentre outros atos ou negócios
jurídicos:
• a) da criação de fundação (que não for instituída por ato de última vontade - art. 62 do
CC);
• b) contratos pré-nupciais (art. 1.653 do CC);
• c) mandato para negócios que exijam a solenidade da escritura pública (art. 657 do CC) e
para casamento (art. 1.542 do CC);
• d) testamento público (art. 1.864, I, CC); e) cessão de herança (art. 1.793 do CC) etc.
• Outros contratos ou atos jurídicos podem, segundo a vontade das partes, ser feitos por
escritura pública, como é o caso do reconhecimento da paternidade. Assim, nada impede
que a cessão de posse ou a promessa de compra e venda, dentre outros contratos, seja
formalizada por escritura pública.
• Responsabilização: Artigo 22, da Lei 8.935/94.
4.2.2. Princípio da formalidade, autoria e
responsabilidade
• O princípio geral que baliza nosso direito privado é o da liberdade das
formas: é livre a forma do contrato, salvo se existir norma expressa a exigir
uma forma solene.
• Nos negócios jurídicos de maior importância para as partes e para a
comunidade, justamente para garantir a segurança jurídica e chamar a
atenção das partes para a relevância do negócio entabulado, a lei exige o
cumprimento de determinadas solenidades e impõe como substância do
ato a escritura pública.
• Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade
dos negócios jurídicos que visem à cons}tuição, transferência, modificação
ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes
o maior salário mínimo vigente no País (art. 108 do CC)
4.2.3. Princípio da justiça preventiva
• Este princípio refere-se à prevenção de liugios. Com a finalidade de prevenir
conflitos, o notário favorece a conclusão de acordos claros e equilibrados,
assegurando-se às partes a manifestação de seu consentimento esclarecido e, em
nosso país, a assistência de advogados em vários casos.
• Disposto no art. 1o da Lei 8.935/1994, como pressuposto da segurança jurídica
(sem paz social não há estabilidade jurídica) e de leis especiais;
• a) separação e o divórcio voluntários, desde que o casal não tenha filhos
menores, nascituro ou incapazes e esteja patrocinado por advogado (art. 733,
CPC);
• b) a extinção consensual da união estável, observadas as mesmas condições
indicada na letra "a" (art. 733, CPC) o inventário e partilha, em que não haja
herdeiros menores, nascituro, ou incapazes e desde que o falecido não tenha
deixado testamento, sendo obrigatória a assistência de advogado alteração ou
estabelecimento de divisas de imóveis (art. 213, § 9°, da Lei 6.015/1973 e art.
571, CPC); e
• c) homologação do penhor legal (art. 703, par. 2, CPC).
4.2.4. Princípio da rogação
• O notário não pode agir de o~cio: cabe à parte procurar seus
serviços, dirigindo-se ao local onde atua (na cidade ou comarca para
a qual recebeu delegação), ainda que seja domiciliada em cidade
diversa ou que o bem, objeto do contrato, esteja situado em outro
local.
• Art. 4º do Código do Notariado.
4.2.5. Princípio da unicidade do ato notarial
• Segundo este princípio, consagrado no art. 215, par. 1°, I e VII, do Código Civil, os
atos notariais devem ser realizados em uma única oportunidade, sem que haja
interrupções temporais relevantes. Isso não significa que, colhida a vontade das
partes, o notário deva desde logo lavrar a escritura pública.
• A unicidade do ato notarial significa que a escritura pública deve ser lida na
presença das partes ou de seus representantes, que seja feita a conferência se o
ato notarial realmente é fiel e atende à vontade das partes e que estas
expressem sua anuência com a aposição das respectivas firmas, tudo de uma só
vez. Ambas as partes devem estar presentes ao ato, por si ou por seus
representantes.
• O princípio da unicidade do ato notarial sempre teve nítido caráter instrumental.
Vale dizer, a lavratura final do ato, sua leitura na presença das partes, a
conferência pelos comparecentes e a outorga das assinaturas, é rito
procedimental que deve ser uno, guiado pelo notário, praticado de uma só vez,
em continuidade.
4.2.6. Princípio da conservação
• De acordo com esse princípio, o notário deve conservar todos os
documentos colacionados pelas partes, bem como os livros de o~cio
em local seguro, a fim de minimizar o risco de perdas e deteriorações
5. O serviço notarial e registral
- art. 236, CF/88: é ofício público, exercido em caráter privado, por
delegação do Poder Público, e a lei regulará as suas atividades,
disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, oficiais de
registro e dos seus prepostos, bem como definirá a fiscalização dos
seus atos pelo Poder Judiciário;
- a lei federal (Lei n. 10.169/2000) estabelecerá normas gerais para
fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços
de registro;
- Local: serventias (cartórios ou tabelionatos).
6. O serviço notarial e registral: funções
• Constituição Federal Título IX Das Disposições Constitucionais Gerais
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter
privado, por delegação do poder público. (...)
• Lei 8935/94, Art. 1º Serviços notariais e de registro são os de
organização técnica e administrativa destinados a garantir a
publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos.
• Lei 6015/73, Art. 1º Os serviços concernentes aos Registros Públicos,
estabelecidos pela legislação civil para autenticidade, segurança e
eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido
nesta Lei.
6. O serviço notarial e registral: funções
• Função delegada pelo Estado. O Estado delega não propriamente as
funções, mas o seu exercício como fica claro das normas jurídicas
acima reproduzidas. Tratam-se de funções públicas desempenhadas
não por funcionários públicos em sentido estrito, mas por agentes
públicos na categoria de particulares em contribuição com a
Administração.
• Controle da legalidade. A função notarial e de registro tem por base o
princípio da legalidade, no seu duplo aspecto de cumprimento das
solenidades para que o documento seja reputado um instrumento
público, e de determinação dos meios jurídicos mais adequados para
a consecução dos fins desejados pelas partes.
6. O serviço notarial e registral: funções
• Intervenção nos negócios jurídicos particulares. Ambos os agentes e
profissionais do direito fazem parte do mecanismo de segurança preventiva
do Estado, isto é, eles intervêm previamente na conclusão dos contratos
(notários) ou da irradiação dos efeitos destes negócios jurídicos pela
publicidade registral (registradores), a fim de garantir os direitos individuais
e a segurança do tráfico jurídico.
• Função de assessoramento e mediação. O notário aconselha e aproxima
as partes por ocasião de sua intervenção nos atos e negócios jurídicos. Os
registradores também orientam o interessado para que o fato ou o título
possa ter acesso à publicidade jurídica e o registrador de imóveis, em
particular, exerce relevante papel de mediação em procedimentos como os
de retificação de registro e regularização fundiária.
6. O serviço notarial e registral: funções
• Imparcialidade. O notário e o registrador são profissionais imparciais que têm o
dever de defender igualmente os interesses de ambas as partes, sem privilegiar
qualquer delas, independentemente de pressões ou influências de qualquer
natureza. Por tal motivo, o art. 28 da Lei n. 8.935/94, garante a independência
destes agentes, bem como os direitos de percepção dos emolumentos integrais e
de somente perder a delegação nas hipóteses previstas em lei e mediante o
devido processo legal.
• Independência x controle da função. O art. 236, parágrafo primeiro, da
Constituição é expresso ao afirmar que ao Poder Judiciário cabe a fiscalização das
atividades notariais e de registro, a ser definida por lei. A delegação pelo Estado
de funções ou serviços públicos para sua prestação independente fora do âmbito
da Administração pública não exclui que o Estado garanta aos cidadãos seu
cumprimento com igual ou maior grau de eficiência caso viesse a ser prestado
diretamente pelo próprio poder público.
EXERCÍCIOS
• (2018, IESES, TJ-CE - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento) Em
relação à principiologia notarial é INCORRETO afirmar:
• A. O princípio da unicidade do ato ou unicidade instrumental, segundo o qual a
lavratura do documento notarial não pode sofrer interrupções, tampouco
mostrar- se desconunuo, impede que em qualquer escritura pública a assinatura
das partes ou intervenientes ocorra em momentos temporais distintos.
• B. Aplicam-se também ao notário os princípios da segurança jurídica, eficácia,
autenticidade e o da profilaxia jurídica.
• C. O princípio da publicidade orienta a a}vidade notarial e é aplicado inclusive
nos casos envolvendo escrituras de separação e divórcio extrajudicial de acordo
com o previsto na Resolução 35 do Conselho Nacional de Justiça.
• D. O princípio rogatório contribuiu com a garantia da imparcialidade do notário e
também veda práticas mercadológicas de captação de clientes.
EXERCÍCIOS
• (2016, IESES, TJ-PA - Titular de Serviços de Notas e de Registros –
Provimento).
• Em relação aos princípios que regem a função notarial, está INCORRETO
afirmar:
• A. Princípio da publicidade, pelo qual os atos notariais devem ser levados a
conhecimento geral, de forma ilimitada.
• B. Princípio rogatório, que determina que o notário não pode agir de o~cio,
necessitando da provocação da parte interessada.
• C. Princípio da cautelaridade, que determina que a função notarial se
desenvolva na esfera da realização voluntária do direito, prevenindo
liugios.
• D. Princípio da imparcialidade, que determina que o tabelião esteja acima
dos interesses das partes, sendo sua obrigação protegê-las com igualdade.
O registro público
Lei n. 6.015/1973
1. O registro público
• De acordo com a Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973, o sistema
de registros públicos no País é organizado da seguinte forma:
• I – o registro civil de pessoas naturais;
• II – o registro civil de pessoas jurídicas;
• III – o registro de títulos e documentos;
• IV – o registro de imóveis.
1. O registro público eletrônico
• Os serviços de registros previstos na Lei n. 6.015/73 instituirão
sistema de registro eletrônico, conforme determinação da Lei n.
11.977/2009, que fixou o prazo de cinco anos a contar de sua
publicação (8-7-2009) para que sejam inseridos no sistema de
registro eletrônico todos os atos registrais praticados a partir da
vigência da Lei n. 6.015/73 (art. 37, caput).
• A implantação do registro eletrônico depende de expedição de
regulamento dispondo sobre etapas e condições mínimas, bem
como sobre os prazos máximos a serem cumpridos pelos serviços de
registros (art. 45).
• Hoje: Lei n. 14.382/2022
O REGISTRO CIVIL
2. O registro civil
• O registro civil é a instituição administrativa que tem por objetivo
imediato a publicidade dos fatos jurídicos de interesse das pessoas e
da sociedade;
• Função: dar autenticidade, segurança e eficácia aos fatos jurídicos
de maior relevância para a vida e os interesses dos sujeitos de
direito;
• Na constituição de uma pessoa jurídica, por exemplo, o registro, de
natureza constitutiva, é condição sine qua non para a sua existência
legal;
• Consta a história civil da pessoa: a biografia jurídica de cada cidadão
2. O registro civil
• Consta a história civil da pessoa: a biografia jurídica de cada cidadão;
• 02 espécies de registros de pessoas, de acordo com a pessoa a ser registrada:
• a) pessoa natural: o ato é realizado no Registro Civil de Nascimento (RCPN),
elementar à prática de todos os atos importantes na vida social das pessoas por
meio de registros do nascimento, casamento e óbito, por exemplo;
• b) pessoa jurídica: o registro é feito no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ)
ou na junta comercial, a depender da espécie de pessoa jurídica que está sendo
constituída
• OBS: registro de nascimento da pessoa natural - natureza jurídica declaratória,
em contraposição à natureza constitutiva (essencial) do registro da pessoa
jurídica: “a pessoa natural registra-se porque nasce e a pessoa jurídica nasce
porque se registra”.
2.1 O registro civil das pessoas naturais
• Art. 29, LRP: registro dos nascimentos, dos casamentos, dos óbitos,
das emancipações, das interdições, das sentenças declaratórias de
ausência e de adoção e das opções de nacionalidade.
• As ocorrências que venham a alterar os registros (p. ex., divórcio)
são averbadas.
• Assegura a Lei n. 8.935/94 que “em cada sede municipal haverá no
mínimo um registrador civil das pessoas naturais” e que “nos
municípios de significativa extensão territorial, a juízo de cada
Estado, cada sede distrital disporá no mínimo de um registrador civil
das pessoas naturais” (§§ 2º e 3º do art. 44)
2.1 O registro civil das pessoas naturais
• Os atos registráveis, conforme o art. 29 da Lei 6.015/1973, combinado
com o art. 9º do vigente Código Civil, são: os nascimentos; os
casamentos; os óbitos; as emancipações outorgadas pelos pais ou por
sentença do juiz; as interdições por incapacidade absoluta ou relativa; as
sentenças declaratórias de ausência; as opções de nacionalidade; as
sentenças que deferirem a legitimação adotiva.
• Além desses, em leis esparsas ou normas extrajudiciais das Corregedorias
Estaduais ou Nacional, constam igualmente os seguintes atos: sentença
de adoção da criança e adolescente (art. 47, caput, da Lei 8.059/1999);
registro da união estável (Provimento 37/2014 – CNJ), a sentença que
decreta a decisão apoiada (item 1, alínea l, Cap. XVII, Tomo II, NSCGJSP);
conversão da união estável em casamento
2.1 O registro civil das pessoas naturais
• Os atos averbáveis constam elencados no art. 29, § 1º, da Lei 6.015/1973,
combinado com o art. 10 do vigente Código Civil. Assim, são averbáveis:
a) as sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o
divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
b) os atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a
filiação; c) as alterações ou abreviaturas de nomes.
• Além desses, cite-se, por exemplo, o art. 3º da Lei 8.560/1992, que
estabelece a averbação, à margem do assento de nascimento do filho, da
alteração de patronímico da genitora a partir do casamento. Há que se
mencionar, igualmente, por força da Lei 11.441/2007, e Resolução
35/2007 do CNJ, a averbação das escrituras públicas de separação e
divórcio consensuais.
2.1 O registro civil das pessoas naturais
• O Registro Civil está a cargo de pessoas que recebem delegação do poder
público e são denominadas Oficiais do Registro Civil das Pessoas Naturais;
• Têm, também, competência para exercer essas funções, como o comandante de
aeronaves, que pode lavrar certidão de nascimento e dos óbitos que ocorrerem
a bordo (Código Brasileiro de Aeronáutica, art. 173), bem como as autoridades
consulares (LINDB, art. 18);
• A Constituição Federal de 1988 dispõe que são gratuitos para os
reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b)
a certidão de óbito (art. 5º, LXXVI) e artigo 30, Lei n. 6.015/1973;
• o Código Civil, no art. 1.512: “O casamento é civil e gratuita a sua celebração”. O
parágrafo único acrescenta: “A habilitação para o casamento, o registro e a
primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as
pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei”.
2.1 O registro civil das pessoas naturais
• Atos gratuitos em cartórios: Registro Civil das Pessoas Naturais
• Registro de Nascimento (gratuidade universal): o acesso ao registro civil de nascimento gratuito é um direito garantido
pela Lei 6.015 a todo cidadão.
• Registro de Óbito (gratuidade universal): o registro de falecimento do cidadão também é gratuito, de acordo com a Lei
Federal 9.534/1997.
• 1ª via da Certidão de Nascimento (gratuidade universal): a primeira via é gratuita para todos os brasileiros e brasileiras.
A segunda via é gratuita para pessoas reconhecidamente pobres, de acordo com a Lei n° 9.534/97.
• 1ª via da Certidão de Óbito (gratuidade universal): não serão cobrados emolumentos pelo assento de óbito, bem como
pela primeira certidão respectiva, segundo o artigo 30 da Lei dos Registros Públicos.
• 2ª via de certidões (para os reconhecidamente pobres): o estado de pobreza será comprovado por declaração do
próprio interessado.
• Registro de Casamento (para os reconhecidamente pobres): o Código Civil, no artigo 1.512, diz que a habilitação para o
casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza
for declarada, sob as penas da lei.
• 1ª via da Certidão de Casamento (para os reconhecidamente pobres): para garantir esse direito, é preciso que, além de
não ter condições financeiras para arcar com os custos, faça uma declaração de pobreza.
• Certidões e Averbações oriundos da Defensoria Pública e mandados judiciais.
2.1 O registro civil das pessoas naturais
• A Emenda Constitucional n. 54, de 20 de setembro de 2007, visando
assegurar o registro nos consulados de brasileiros nascidos no
estrangeiro:
• art. 12, I, c: brasileiros natos “os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente
ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira”;
• Art. 95, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: “Os nascidos no
estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda
Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados
em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de
registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil”.
2.1 O registro civil das pessoas naturais: emancipação
• EMANCIPAÇÃO: Emancipação voluntária é o ato pelo qual os pais
autorizam o adolescente, com idade entre 16 e 18 anos, a praticar todos os
atos da vida civil, passando a responder por esses atos como se fosse maior
de idade.
• Como é feita?
• A emancipação é feita por escritura pública, no cartório de notas. Trata-se
de ato irrevogável que torna o menor plenamente capaz. É obrigatório o
comparecimento do pai, da mãe e do filho a ser emancipado, o qual
necessariamente deve ser maior de 16 (dezesseis) anos.
• Atenção: A escritura de emancipação somente gera efeitos em relação a
terceiros depois de registrada no Registro Civil das Pessoas Naturais da
comarca onde residir o emancipado (artigo 89 da Lei 6.015/73 – Lei dos
Registros Públicos).
2.1 O registro civil das pessoas naturais: registro de nascimento

• A Lei 6.015/1973, art. 52, apresenta um rol de pessoas que devem fazer a
declaração de nascimento. A ordem apresentada demonstra que os
primeiros escolhidos são aqueles mais próximos e que, em tese, conhecem
mais a pessoa que se quer registrar;
• Declaração de nascido vivo: DNV (local: nascimento da criança ou
residência dos pais
• O prazo ampliado de 60 dias (15 dias + 45 dias previstos no § 1º do art. 52
da Lei 6.015/1973), a prorrogação é para caso da mãe ser a declarante ou
quando lugar do parto for distante (maior que 30km da serventia).
• Após esse prazo: deve fazer registro apenas na circunscrição de residência
(art. 46, LRP)
2.1 O registro civil das pessoas naturais: averbação de paternidade

• Nos termos do art. 102, § 4º, da Lei 6.015/1973, devem ser averbados os atos
judiciais ou voluntários de reconhecimento de filhos.
• Realizado o reconhecimento de filho, este ato é considerado irrevogável, e não
pode ser condicionado, ou seja, o pai ou a mãe não pode estabelecer restrições
quanto aos efeitos decorrentes do seu ato, como por exemplo, eu reconheço “A”
como minha filha, sob a condição de que ela não terá o direito de usar meu
nome, nem herdará meus bens (art. 1.607 do Código Civil).
• Reconhecimento voluntário: juiz de Direito + escritura pública + averbação
• O caráter unilateral do reconhecimento, não exclui a necessidade da anuência do
outro genitor ou do filho maior de 18 anos, conforme previsão do art. 1.614 do
Código Civil. Igualmente, a impugnação pode ocorrer após atingida a maioridade
do filho, mesmo após ocorrida a averbação no assento de nascimento.
2.1 O registro civil das pessoas naturais: registro de casamento

• O registro de casamento tem como objetivo, portanto, assentar o ato


para que se presuma a publicidade erga omnes, assim como serve
para prová-lo e para atestar o estado civil de casados.
• Dispõe o art. 1.543 do Código Civil, de modo que o casamento
celebrado no Brasil prova-se pela respectiva certidão do registro,
sendo admitida, na sua falta ou perda do registro civil, qualquer outra
espécie de prova.
• O estado civil de separado ou divorciado, bem como a nulidade ou
anulação do casamento igualmente se provam pela respectiva
averbação constante do assento e que constará da Certidão de
Casamento emitida.
2.1 O registro civil das pessoas naturais: união estável

• Declaração de União Estável: Cartório de ?


• Registro
• é facultativa
• Dissolução da união estável: registro
• Conversão em casamento: Art. 1.726. A união estável poderá
converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao
juiz e assento no Registro Civil (escritura pública de união estável/ 2
testemunhas)
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• As pessoas jurídicas são entidades a quem a lei atribui personalidade
jurídica. Comumente, poderíamos defini-las como os indivíduos com
finalidades comuns que unem esforços e bens para agirem em
conjunto.
• A pessoa jurídica passa, no entanto, a atuar em seu nome próprio e
não em nome das pessoas que a compõe. Tal fenômeno se denomina
personificação;
• o art. 40 do Código Civil que existem três espécies de pessoas
jurídicas: (i) pessoas jurídicas de direito público interno; (ii) pessoas
jurídicas de direito público externo e (iii) pessoas jurídicas de direito
privado.
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• Art. 44, CC: Pessoas jurídicas de direito privado:
• Associações;
• Fundações;
• Sociedades;
• Organizações religiosas;
• Partidos políticos;
• Empresa individual de responsabilidade limitada (revogado pela Lei
14.382/22).
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• Para as pessoas jurídicas de direito privado, o Código Civil de 2002
adota a teoria da realidade técnica para indicar a natureza da pessoa
jurídica.
• Segundo seu artigo 45, a existência legal da pessoa jurídica de direito
privado inicia com a inscrição do seu ato constitutivo no respectivo
registro.
• assegura o art. 119 da Lei de Registros Públicos que a “existência legal
das pessoas jurídicas só começa com o registro de seus atos
constitutivos”.
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• estudo do Registro Civil das Pessoas Jurídicas: diz respeito à
personificação das pessoas jurídicas de direito privado.
• Ocorre com o registro perante o órgão competente.
• O registro nada mais é do que o ato por meio do qual um ser, que não
possui existência material e corpórea, passa a existir e ter
personalidade autônoma e independente dos seus criadores.
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• assegura o art. 119, parágrafo único, da Lei de Registros Públicos que, nos casos
em que o funcionamento da sociedade depender de aprovação da autoridade,
sem esta não poderá ser feito o registro;
• Sem o registro é apenas uma sociedade de fato ou não personificada (seria
equivalente ao nascituro). O patrimônio é comum (não há distinção entre cotas
patrimoniais), todos respondem pelos atos de gestão e solidária e ilimitadamente
com relação às obrigações sociais, excluído o benefício de ordem (segundo o qual
deve ser executado primeiramente o patrimônio da sociedade)
• Assim, o registro tem natureza constitutiva e atribui a personalidade, logo, não
possui natureza declaratória.
• O artigo 46 do CC/02, determina, portanto, os requisitos para conter o registro,
tais como: denominação, nome, sede, modo de administração, responsabilidade
dos membros e outros.
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
ASSOCIAÇÕES FUNDAÇÕES PRIVADAS SOCIEDADES CORPORAÇÕES ESPECIAIS
(partidos políticos e
organizações religiosas)
Artigo 53, CC Artigo 62, CC Art. 44, II e artigos 981 e ss, Artigo 44, IV e V, CC
CC
união de pessoas união de bens União de pessoas Não se aplica
Fins não lucrativos Fins não lucrativos e Fins lucrativos, Não se aplica
finalidade religiosa, moral, modalidades (empresária
cultural ou assistência ou simples)
Exemplos: clubes de esportes, Exemplo: Fundação Exemplos: AMBEV S.A., Exemplo: Movimento
IBDFAM (Instituto Brasileiro Ayrton Senna TIM CELULAR S.A Democrático Brasileiro (MDB)
de Direito de Família)
Requisitos para estatuto: Requisitos: dotação de Formas: sociedade em Lei específica
artigo 54, CC (sob pena de bens + finalidade + nome coletivo, sociedade
nulidade) transferência dos bens em comandita simples,
sociedade em conta de
participação ou sociedade
por quotas de
responsabilidade limitada.
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• Sociedades: Não personificadas e personificadas (após o registro)
• Sociedades personificadas: sociedade simples e sociedade empresária
• As empresárias são as sociedades que exercem atividade econômica organizada para
produção e/ou circulação de bens e serviços (art. 966, CC). A sociedade empresária ou
empresarial exerce atividade econômica para a produção ou circulação de bens ou de
serviços. Isso significa que que ela atua no comércio e em atividades que os produtos ou
serviços não são feitos necessariamente pelos seus sócios.
• Já as sociedades simples são aquelas que, embora pratiquem atividade
econômica, não desempenham objeto próprio da sociedade empresária (art. 966,
caput).
• O objetivo deste tipo de sociedade é a prestação de serviços onde os próprios sócios
exercem as atividades profissionais de formação em caráter pessoal. Ou seja, quando
médicos abrem uma clínica, advogados escritórios de advocacia e atuam de forma liberal
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• O2 situações: PJ de natureza civil e PJ de natureza comercial
• Registrar e alterar os atos constitutivos de associações, fundações,
sociedades simples, organizações religiosas, partidos políticos e empresas
individuais de responsabilidade limitada e natureza simples;
• Sociedades empresariais: o registro ficou sujeito aos termos previstos pelos
órgãos específicos que cuidam e regulamentam o Direito Comercial pátrio;
• Art. 1.150, CC: O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao
Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a
sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá
obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples
adotar um dos tipos de sociedade empresária.
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• Enunciado 142 da III Jornada de Direito Civil do CJF neste mesmo sentido:
“Os partidos políticos, os sindicatos e as associações religiosas possuem
natureza associativa, aplicando-se-lhes o Código Civil”.
• os partidos políticos deverão, nos moldes estabelecidos pelo art. 114, III,
da Lei de Registros Públicos, ter seu registro formalizado pelo Registro Civil
de Pessoas Jurídicas para que possam constituir-se como pessoas jurídicas
de direito privado.
• Tal como determina o art. 45 do Código Civil, começa a existência da
pessoa jurídica com a inscrição no registro competente. Com os sindicatos,
a regra é a mesma. Uma vez identificada sua natureza jurídica associativa, a
conclusão natural é a de que deverão os sindicatos ser registrados no
Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• Súmula 677 do Supremo Tribunal Federal: registro dos sindicatos
• Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho
proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio
da unicidade.
• Portanto, caberá ao Ministério do Trabalho, uma vez constituído o sindicato
perante o Registro Civil das Pessoas Jurídicas, verificar o atendimento ao princípio
da unicidade sindical previsto no inciso II do art. 8º da Constituição Federal, que
veda que em uma mesma base territorial sejam criadas mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
econômica.
• Dessa forma, acerca de competência registral para constituição dos sindicatos,
em uma clara exceção ao princípio da vedação ao duplo registro, a interpretação
mais adequada é a de que ambos os registros são obrigatórios, uma vez que
possuem finalidades distintas
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
Cartório de registro de ESTATUTOS: associações e CONTRATO SOCIAL:
pessoa jurídica fundações sociedades simples

Junta Comercial CONTRATO SOCIAL: ESTATUTOS das


sociedades empresárias cooperativas e sociedades
anônimas

Registro especial TSE: partidos políticos Sindicatos – Ministério do


Trabalho
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• Em cada estado, existem ainda as juntas comerciais (Lei n. 8934), que
executam e administram os serviços de registro. Logo, as juntas
comerciais tecnicamente são subordinadas ao DREI e tem como
objetivo principal efetuar os registros pertinentes ao Registro Público
de Empresas Mercantis e Atividades Afins.
• Também é na junta comercial que o empresário individual faz a
inscrição e a sociedade empresária arquiva o contrato social,
registrando eventuais alterações na pessoa jurídica, como endereço,
capital social, objeto social, troca de sócios (quando se tratar de uma
sociedade empresária) ou de natureza jurídica (de limitada para
individual, por exemplo).
2.2. O registro civil das pessoas jurídicas
• além da constituição de toda e qualquer associações, também é
obrigatório às sociedades cujo objeto social é a prestação de serviços não
organizada de forma empresarial, nos moldes do art. 44 e do art. 1.150 do
Código Civil, assim como as fundações públicas, em decorrência do art. 37,
XIX, da Constituição Federal e as fundações privadas, desde que
devidamente autorizadas pelo MP.
• Não poderão ser registrados os atos constitutivos de pessoas jurídicas
quando o seu objeto ou as circunstâncias relevantes indiquem destino ou
atividades ilícitos ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem público, à
segurança do Estado e da coletividade, à ordem pública ou social, à moral e
aos bons costumes. Ocorrendo qualquer dos motivos referidos, o oficial do
registro, de ofício ou por provocação de qualquer autoridade, sobrestará o
processo de registro e suscitará dúvida para o Juiz, que a decidirá (art. 115
da Lei 6.015/1973).
Assembleia virtual
• Assembleia virtual: Muito se vem discutindo acerca das denominadas
reuniões ou assembleias virtuais. Idealmente, elas deveriam constar
dos próprios contratos ou estatutos sociais, estabelecendo sua forma
de convocação, realização, identificação dos participantes e
deliberações. Nos atos constitutivos em que não há previsão expressa
nesse sentido, vem se considerando possível o registro de reuniões
ou assembleias nesse formato, desde que haja vedação expressa e
que atenda aos requisitos contratuais/estatutários básicos.
• Leis 14.030 e 14.382/2022
O REGISTRO DE TÍTULOS E
DOCUMENTOS
1. Histórico
• A primeira previsão legislativa: Oficial de Registro de Títulos e Documentos data do
período da República, por meio da edição da Lei 973, em 2 de janeiro de 1903.
• Crea o officio privativo e vitalicio do registro facultativo de titulos, documentos e outros papéis,
para authenticidade, conservação e perpetuidade dos mesmos, como para os effeitos do art. 3º da
lei n. 79, de 23 de agosto de 1892, e dá outras providencias
• O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil:
• Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sancciono a resolução seguinte:
• Art. 1º O registro facultativo de titulos, documentos e outros papéis, para authenticidade,
conservação e perpetuidade dos mesmos, como para os effeitos do art. 3º da lei n. 79, de 23 de
agosto de 1892, que ora incumbe aos tabelliães de notas, ficará na Capital Federal a cargo de um
official privativo e vitalicio, de livre nomeação do Presidente da Republica no primeiro
provimento, competindo aos tabelliães sómente o registro das procurações e documentos a que se
referirem as escripturas que lavrarem e que pelo art. 79, § 3º do decreto n. 4824, de 22 de
novembro de 1871, podem deixar de incorporar nas mesmas.
• § 1º Ficará igualmente a cargo do mesmo official o registro de sociedade religiosas, scientificas,
recreativas e outras a que se refere o decreto n. 173, de 10 de setembro de 1893, e presentemente
a cargo dos officiaes do registro hypothecario, e bem assim quaesquer registros que não estiverem
ou não forem attribuidos por lei privativamente a outro serventuário.
1. Histórico
• instituía-se a figura do Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil
de Pessoas Jurídicas, que seria nomeado pelo Presidente da República,
ficaria na Capital Federal, retirando dos Tabeliães as atribuições de registro
facultativo de títulos, documentos e outros papéis, para fins de
autenticidade, conservação e perpetuidade.
• Aos tabeliães ficou a competência para o então chamado “registro” das
procurações e documentos a que se referirem às escrituras que lavrassem.
• no § 1º do art. 1º, foi atribuída ao mesmo Oficial a competência para
registro de sociedades religiosas, científicas, recreativas e outras.
• o nascimento da figura desses dois Oficiais de Registro de Títulos e
Documentos e Civil de Pessoa Jurídica se deu de maneira conjunta, ou seja,
a cumulatividade de especialidades, presente até os dias de hoje, tem
raízes históricas.
1. Histórico
• O RTD surgiu pelo fato de que, desde tempos imemoriais, o homem tem
demonstrado intensa preocupação de perpetuar atos e fatos considerados
relevantes, daí a necessidade de torná-los públicos para a garantia de seus
efeitos, gerando, assim, transparência e segurança jurídica.
• No ano de 1903, pelo Decreto Federal n. 973, foi criado, na cidade do Rio
de Janeiro, então Distrito Federal, o serviço público correspondente ao “1o
Ofício Privativo e Vitalício do Registro Facultativo de Títulos, Documentos e
outros Papéis” para autenticidade, conservação e perpetuidade dos
mesmos e para os efeitos previstos no artigo 3o, da Lei no 79/1892.
• O CC/1916 reforçou o papel do RTD ao tratar dos “meios de prova”,
destacando-se, dentre os seus dispositivos, o artigo 135, cuja redação foi
aproveitada pelo CC/2002, em seu artigo 221, com exceção da exigência de
testemunhas para o instrumento particular.
1. Histórico
• O Decreto 4.775/1903, que regulamentou referida lei, passou a denominar esse Oficial
com funções cumuladas de Oficial de Registro Especial, expressão que perdurou até a
edição da Lei 6.015/1973.
• O decreto trazia descritas todas as atribuições do Oficial de Registro Especial, a forma de
escrituração, o processo de registro, a publicidade, a responsabilidade, o cancelamento,
enfim, todas as disposições gerais que, mesmo passado mais de um século e realizadas
as devidas atualizações, ainda persistem em nosso sistema e estruturam todo o nosso
Registro de Títulos e Documentos e o Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
• As sociedades civis, que até então eram atribuição dos Oficiais de Registro Hipotecário,
passaram então a ser registradas também por este “novo” Oficial de Registro de Pessoas
Jurídicas.
• Ainda do § 1º do art. 1º, em sua parte final, pode-se depreender a origem da
denominada competência residual do Oficial de Registro de Títulos e Documentos, vez
que passa a ser sua a atribuição para o quaisquer registros que não estiverem ou não
forem atribuídos por lei privativamente a outra especialidade.
1. Histórico
• A figura do Oficial de Registro de Títulos e Documentos está prevista
na primeira Lei, em seu art. 1º, § 1º, inciso III
• muito embora haja razões históricas que justifiquem a cumulatividade
da grande maioria das serventias de Registro de Títulos e
Documentos e de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, as duas
especialidades não se confundem, tanto no que diz respeito ao
regramento seguido por cada uma delas, quanto no que diz respeito à
escrituração.
• O parágrafo único do art. 127 da Lei 6.015/1973: “Caberá ao Registro
de Títulos e Documentos a realização de quaisquer registros não
atribuídos expressamente a outro ofício” = competência residual
2. Atribuições
• O registro de títulos e documentos é uma forma de garantir autenticidade,
conservação, publicidade e segurança de um documento original.
• Qualquer documento registrado tem uma segurança permanente.
• Você não precisa mais se preocupar com o extravio da sua via. Isto porque,
a qualquer tempo, poderá obter uma cópia idêntica e com a fé pública de
que o Cartório dispõe. Essa certidão tem o mesmo valor do original, em
juízo ou fora dele.
• Qualquer tipo de documento pode ser registrado em RTD para efeito de
conservação, garantindo sua data e a integralidade do texto (inciso VII, art.
127, da Lei 6.015/73)
• Para realizar o registro de um título ou documento basta comparecer a um
cartório do registro de títulos e documentos, munido do documento
original ao qual se deseja registrar.
2. Atribuições
• a Lei no. 6.015/1973 (LRP) contempla essa delegação nos seus arts. 127 e
seguintes.
• Além disso, outras normas tratam da matéria em caráter mais geral, como a Lei
dos Cartórios (Lei no. 8.935, de 18 de novembro de 1994), o Código Civil e o
Código de Processo Civil (CPC). Administrativamente, há a regulamentação por
intermédio de provimentos e resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
• O registro de título e documentos tem como principal atribuição registrar os atos
jurídicos realizados entre pessoas físicas ou jurídicas que estejam formalizados
em títulos ou documentos. Esses termos são entendidos em sentido amplo, pois
o próprio art. 127, V, da LRP prevê que o registro será efetuado para quaisquer
documentos.
• Portanto, a competência do registro de títulos e documentos é residual: são
registrados todos os documentos que não são atribuídos aos demais tipos de
cartórios (art. 127, parágrafo único, da LRP). Art. 127: rol exemplificativo por
causa do artigo 425 do Código Civil.
2. Atribuições
• O cartório de Registro de Títulos e documentos, tem como
finalidade registrar documentos e também possui a função de
praticar atos não atribuídos as outras instituições cartorárias
extrajudiciais, como por exemplo;
• Cartório de registro de imóveis.
• Cartório de registro civil.
• Cartório de notas.
• Cartório de registros marítimos.
• Cartório de protestos.
2. Atribuições
• Os registros elencados no artigo 127 têm como característica a
facultatividade, para autenticidade, conservação e perpetuidade. Já
os mencionados no artigo 129 têm como característica a
obrigatoriedade, para validade em relação a terceiros, abrangendo,
assim, além dos signatários, pessoas estranhas ao documento.
• Em suma, pode-se dizer que, como regra geral, o registro em RTD é
facultativo, sendo apenas obrigatório em algumas situações, como
aquelas previstas no artigo 129, bem como em outras leis esparsas.
• Entre as partes, o documento vale independentemente do registro.
2. Atribuições
• Dispõe o caput do art. 127 da 6.015/1973 que “no Registro de Títulos e
Documentos será feita a transcrição” e passa a elencar os títulos passíveis
de registro = registrar
• O inciso VII do art. 127 da Lei 6.015/1973 atribui ao Oficial de Registro de
Títulos e Documentos o registro facultativo de quaisquer documentos, para
sua conservação: registros para conservação. Trata-se de registro
facultativo que tem como finalidade não apenas sua conservação, mas
igualmente a autenticação de data.
• o registro para fins de conservação não goza de publicidade, ou seja, não
há produção de efeitos perante terceiros e não deve ser utilizado como
forma de substituição de um registro que deva ser praticado em outro
formato ou perante outro órgão de registro
2. Atribuições
• O documento apresentado para fins de registro, seja para
conservação, seja para fins de publicidade, em regra, deverá ser
original. Caso seja apresentado, para registro exclusivamente para fins
de conservação, documento em cópia ou que contenha páginas em
cópias, “essa circunstância deverá ser expressamente esclarecida na
folha de certificação, facultando-se a aposição de carimbo, chancela
ou impressão com a palavra ‘CÓPIA’ nas respectivas páginas” (item
9.4, Cap. XIX, das NSCGJSP).
2. Atribuições
• é vedado o registro para fins de conservação de contratos em plena
vigência e documentos legalmente sujeitos a registros que exijam
publicidade (Lei 6.015/1973, art. 127, I a VI, e parágrafo único, e art.
129), salvo se houver requerimento expresso com declaração de
ciência do apresentante quanto ao fato de que o registro não gerará
publicidade nem eficácia perante terceiros. Tal dispositivo traz
novamente a preocupação com relação à correta utilização do
registro para fins de conservação, reforçando sua lisura e segurança
jurídica.
2. Atribuições
• Em que pese o argumento de que o RTD somente pode recepcionar
documento que não seja de atribuição de outro órgão de registro público,
o certo é que, qualquer documento, para efeito de conservação, pode, a
requerimento escrito do interessado, nele ser assentado, devendo, para
tanto, serem tomadas as cautelas necessárias para não induzir o leigo a
engano. Neste caso, deve o registrador apor, no título, informação de que o
mesmo foi registrado para os efeitos do inciso VII, do artigo 127, da Lei no
6015/73. Ex: compromisso de compra e venda de bem imóvel, cujo acesso,
no RI, foi preterido
• Veja-se que o oficial não pode recusar nem mesmo o registro de
documento sob suspeita de falsificação (artigo 156, parágrafo único, da
LRP).
2. Atribuições
• Os registros elencados tanto no art. 127 quanto no art. 129 estabelecem
casos de obrigatoriedade do ingresso do título no Registro de Títulos e
Documentos, dentro do prazo de 20 dias estabelecido pelo art. 130 da
mesma lei, à exceção dos registros destinados exclusivamente à
conservação, objeto do inciso VII do art. 127 da Lei 6.015/1973, que goza
de facultatividade.
• Principais atos inscritíveis no RTD: •Instrumentos particulares, •Penhor
comum sobre coisas móveis, •Caução de títulos, •Penhor de animais,
•Contrato de parceria agrícola ou pecuária, •Contrato de arrendamento,
•Contratos de locação, •Contratos de depósito e de caução, •Cartas de
fiança, •Contratos de locação de serviços, •Contratos de compra e venda
em prestações, com reserva de domínio ou não, •Alienação fiduciária de
bens móveis, •Documentos de procedência estrangeira
3. Notificações
• Notificar é dar ciência ou notícia a alguém de algum fato ou
acontecimento.
• As notificações podem ser judiciais ou extrajudiciais. Estas é que são
atribuição do RTD. Elas podem ser efetuadas, pessoalmente, por meio do
notificador autorizado pelo titular da delegação, ou via Correio (AR).
• A notificação extrajudicial é um instrumento de se fazer prova de
recebimento ou de se ter dado conhecimento, de maneira incontestável,
do conteúdo ou teor de qualquer ato jurídico levado a registro, fazendo,
dessa maneira, inequívoca constatação de que o notificado recebeu o
documento que lhe foi enviado, dele tomando ciência de todo o conteúdo,
e provando-se, quando necessário, qual foi o teor de que tomou
conhecimento.
3. Notificações
• As notificações extrajudiciais, com previsão no art. 160 da Lei
6.015/1973, são atos de extrema relevância nos Registros de Títulos e
Documentos.
• Servem para dar ciência, de maneira oficial e incontestável, do
conteúdo de qualquer documento levado a registro.
• O oficial, sempre que o apresentante assim o requerer, deverá
notificar do registro ou da averbação os demais interessados que
figurarem no título, documento, o papel apresentado, e a quaisquer
terceiros que lhes sejam indicados, podendo, inclusive, requisitar dos
oficiais de registro em outros Municípios, as notificações necessárias
(o que costuma denominar-se notificação para outra comarca).
3. Notificações
• Assim, uma vez recepcionado o documento, este deverá ser
prenotado, qualificado e registrado, antes do cumprimento de
qualquer diligência. É somente com a qualificação positiva do título e
seu lançamento nos livros de registro que se passará ao segundo
momento, que virá a ser o cumprimento da notificação.
• Em atenção ao princípio da territorialidade, aplicável aos Oficiais de
Registro de Títulos e Documentos por todo o país, somente poderia o
notificador cumprir diligências dentro de sua comarca de atuação, ou
seja, dentro da circunscrição de sua competência. Desse modo,
somente o oficial responsável pela comarca de domicílio/residência
do notificado seria competente para a realização do ato.
3. Notificações
• As notificações pessoais são aquelas realizadas diretamente pelo
notificador que deverá por no mínimo três vezes comparecer ao local
indicado para o cumprimento de diligências. O notificador possui fé
pública para afirmar exatamente o que aconteceu em cada uma das
diligências, de tudo fazendo prova.
• o art. 205, LRP: cessarão automaticamente os efeitos da prenotação
decorridos 30 (trinta) dias do seu lançamento no Protocolo.
• Especificamente com relação às notificações, é interessante que as
Corregedorias-Gerais estabeleçam, por meio de suas normas
regulamentadoras, prazos específicos ao menos para o cumprimento
da primeira diligência.
4. Documentos de procedência estrangeira
• o art. 224 do Código Civil que “os documentos redigidos em língua
estrangeira serão traduzidos para o português para ter efeitos legais
no País”. O dispositivo está alinhado com o art. 129, § 6º, da Lei
6.015/1973, que afirma estarem sujeitos a registro, no Registro de
Títulos e Documentos, para surtir efeitos em relação a terceiros;
• Art. 148, LRP: A produção de efeitos dos documentos de procedência
estrangeira no Brasil depende da apresentação no Registro de Títulos
e Documentos do documento original, traduzido por tradutor público
juramentado e devidamente legalizado
Delimitação de competência
Competência territorial e ética na atividade notarial e registral
AULA 09
1. Competência dos notários
• São atribuições do tabelião
• a) lavratura de testamento e de sua revogação, e aprovação de testamento
cerrado;
• b) lavratura de todos os atos para os quais a lei exija ou faculta a forma
pública;
• c) reconhecimento de firma, letra ou chancela, bem como autenticação de
cópia de documento;
• d) expedição de traslado, certidão, fotocópia e outros instrumentos
autorizados por lei;
• e) abertura e encerramento dos livros do seu ofício e rubrica das
respectivas folhas;
• f) assessoramento das partes sobre o ato notarial a ser realizado.
1. Competência dos notários
• o notário não pode executar atos fora da área geográfica do
município pelo qual recebeu a delegação para o exercício da sua
competência. Porém, nada impede que uma parte domiciliada em
outro município se dirija à serventia instalada em município diverso,
independentemente do estado da Federação.
• restando mais de um notário sediado em determinado município,
• ambos serão competentes dentro daqueles limites territoriais,
cabendo à parte interessada escolher livremente o tabelião da sua
confiança, qualquer que seja o seu domicílio ou localização dos bens
atrelados ao negócio jurídico.
2. Competência dos registradores
• O art. 130 da Lei no. 6.015/1973 define que os atos de registro
público são necessariamente registrados no domicílio das partes,
passíveis de nulidade, por exemplo, ainda que realizados fora do seu
domicílio expressamente declarado no ato constitutivo ou do
domicílio estatutário.
• O mesmo pode suceder se o ato entre pessoas naturais for registrado
fora do(s) domicílio(s) das partes contratantes, posta a ofensa ao
princípio da territorialidade que confere a eficácia da publicidade do
registro

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