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Anotações................................................................................................................................................... 6
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1. Introdução ......................................................................................................................................... 8
10.1 Representação 14
10.2 Condição 15
10.3 Termo 15
10.4 Encargo 16
Primeiro gostaria de te parabenizar por ter escolhido estudar essa disciplina tão
fascinante que é o direito imobiliário.
Na graduação nós vemos bem superficialmente o direito das coisas (Livro III do
Código Civil )e ninguém nos ensina nada de atuação junto aos cartórios de registros
de imóveis, ninguém explica como devemos atuar se precisarmos de uma autorização
junto ao município para fechamento de um loteamento por exemplo, nós não ouvimos
uma frase sequer sobre financiamento de imóveis, então, o jeito é “estudar por fora”
por meio de cursos livres, pois saber de direito imobiliário é um diferencial muito
relevante.
utilizaremos casos práticos reais para que o aprendizado não fique tão abstrato.
Por esses motivos, eu, ProfessoraEloisa Moreira, preparei esse material com o
objetivo de direcioná-lo/la nessa jornada de aprendizado e espero que lhe seja útil e
agradável.
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1. Introdução
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Antes de iniciar os estudos de Direito Imobiliário propriamente dito, é necessário
que você conheça a sua matéria prima de trabalho, bem como as ferramentas a sua
disposição.
O direito imobiliário não possui um código só dele, ou seja, você não encontrará
um código de direito imobiliário, o que significa dizer que as regras de direito
2. A sua ferramenta
Para que a sua matéria prima seja transformada em algo que tenha relevância
anulado no futuro.
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NEGÓCIO NULO NEGÓCIO ANULÁVEL
Art. 166. É nulo o negócio jurídico Art. 171. Além dos casos expressamente
quando: declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - celebrado por pessoa absolutamente I - por incapacidade relativa do agente;
incapaz;
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é Art. 172. O negócio anulável pode ser
Quando pensamos em uma casa isso fica muito claro, mas imagine que uma grande
máquina em uma indústria, se ela estiver concretada ao solo, ela incorporou-se, logo é
imóvel, se for dar essa máquina em garantia é por meio de hipoteca. Se ela estiver
REPOUSADA APENAS sob solo, ela é móvel, se for dar essa máquina em garantia é por
meio de penhor.
Em alguns casos é complicado saber se o bem está ou não incorporado. Não sofra!
ISSO É TRABALHO DO ENGENHEIRO. Na dúvida peça um parecer técnico e o
profissional que é habilitado dirá se aquele bem está ou não incorporado ao solo.
buraco aberto, nestes casos em que se abre uma cratera e o solo desaparece, não há
propriedade para o sujeito do subsolo, pois essa faz parte do patrimônio da
Administração Pública. O que se pode fazer nesse caso? – Se for possível apurar de
quem foi a culpa resolve-se por meio de indenização.
- Estado por não manter corretamente as tubulações de água ou gás que explodem
causando a cratera, ou desmorona obra de metrô
- culpa da construtora por não ter feito estudo de solo, ou escolha errada da fundação
do prédio e etc.
Já o bem móvel, que não é objeto de nosso estudo, conforme art. 82 do Código Civil
são os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem
alteração da substância ou da destinação econômico-social.
E as árvores? São móveis ou imóveis? Se forem plantadas para corte, são móveis por
antecipação, se forem plantadas para ficar no local indefinidamente, são imóveis.
Imobiliária.
10.1 Representação
Imagine que você foi contratado para assessorar seu cliente em uma compra e
venda, onde seu cliente é o comprador. O vendedor se fez representar por procurador.
No entanto, extrapolando os poderes que lhe foi concedido o procurador faz negócio
prejudicial ao vendedor.
Então veja a importância de compreender essa matéria, pois, contratar com outrem
sem se certificar se a pessoa tem poderes para agir e qual o limite de atuação, pode
significar dor de cabeça futura.
10.2 Condição
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A condição é a cláusula que, por vontade das partes, subordina o efeito do
negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Então suponha que o seu cliente tenha interesse em um imóvel, mas depende da
venda de seu carro para concretização. É perfeitamente possível elaborar um contrato
preliminar para amarrar essa situação, ou seja, João comprará o imóvel de José se em
03 meses conseguir vender seu automóvel, utilizando o dinheiro como sinal de compra
do imóvel de José.
10.3 Termo
Ainda:
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado considerar-se-á prorrogado o prazo até o
seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no
imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
E por qual motivo isso seria relevante? Veja, numa situação em que você precisa fazer
o cálculo de dias inadimplidos para fins de calculo de juros de mora e correção
monetária, é preciso conhecer as regras de maneira correta.
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10.4 Encargo
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. (abuso de
direito)
Essas previsões dos arts. 186 e 187 que são famosíssimas em todas as especialidades
de direito, induzem ao dever de indenizar que será visto lá no art. 927, entre outros
efeitos.
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Fala do inadimplemento das obrigações, da Mora, das perdas e danos, dos juros legais,
da cláusula penal e das arras ou sinal.
Tendo em vista não ser este tema o objeto do curso, e ser uma matéria muito extensa,
aconselho o estudo por livros de doutrina próprios do tema, ou seja, Das Obrigações.
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Se você não souber onde encontrar informações quando se deparar com esses
problemas, você fatalmente perderá muito tempo correndo atrás de informações de
qualidade.
Dispõem os artigos 818 e 819 que pelo contrato de fiança, uma pessoa garante
satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra,
sendo certo que a fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
• Tendo em vista não ser este tema o objeto do curso, e ser uma matéria muito
extensa, aconselho o estudo por livros de doutrina próprios do tema, ou seja,
Da responsabilidade civil (objetiva e subjetiva).
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aqu
isição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as
circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi
adquirida.
Perda do caráter de posse de boa-fé. A posse tem o caráter com que foi
adquirida. Quem adquiriu de má-fé presume-se que continuou de má-fé; sem que se
exclua a possibilidade de a boa-fé suceder a má- fé.Tomou, violentamente, o terreno e,
depois, comprou-o, adquirindo, a seu ver, por justo título. Quem adquiriu de boa-fé
pode vir a não crer em que seja justa a sua posse.
Na posse de boa-fé, o vício que impede o posseiro de ser dono é por ele
ignorado, ou seja, o obstáculo é por ele desconhecido. Para se ter posse de boa-fé
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tem-se título e há uma crença positiva no titulo. Ao revés na má-fé o posseiro conhece
o vicio ou obstáculo.
JUSTO TÍTULO
E diz-se justo o titulo hábil para, em tese, transferir a propriedade. Basta que o seja em
tese, isto é, independentemente de circunstâncias particulares do caso. Ex.:: uma
escritura de compra e venda é título hábil para gerir transmissão da res vendita.
Se lhe faltarem requisitos para, na espécie, causar aquela transferência, o adquirente
que recebe a coisa, possui com justo título, porque o fundamento de sua posse é um
título hábil à transmissão de bens, se não lhe faltasse o elemento que eventualmente
está ausente.
De modo que se alguém possui com justo título a coisa, tem em seu favor a
presunção de boa-fé. Mas trata-se de presunção jurisprudência tantum, isto é, passível
de desfazer-se com prova contrária ou quando a lei expressamente não admite essa 25
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem
como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento
da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
fé.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que
acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
atual.
--> Evicção é uma perda, que pode ser parcial ou total, de um bem por motivo
de decisão judicial ou ato administrativo (art. 447 do Código Civil) que se relacione a
Aquisição da Posse
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome
A posse só nasce com o exercício de uma das ações: USAR, GOZAR, DISPÔR e/ou
DEFENDER.
Clausula Constituti – o Constituto possessório, também conhecido
cláusula constituti, trata-se de uma operação jurídica que altera a titularidade na
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posse, de maneira que aquele que possuía em nome próprio, passa a possuir
em nome alheio. Ex: vendo uma casa que possuía em nome próprio, e coloco
no contrato de compra e venda uma cláusula que prevê minha permanência na
casa na condição de locatário, ou seja, passo a possuir a casa em nome alheio.
Essa cláusula é a constituti.
O constituto não se presume! Em outras palavras, para que ele ocorra é necessário
que no contrato de compra e venda haja cláusula específica de constituto possessório.
Isso é de suma importância uma vez que a posse de Murilo para Caio só ocorre nessa
hora e isso é de fundamental importância para fins futuros de reintegração de posse.
Aquisição derivada
beneficiar da vantagem)
É aquisição originária. Adquire-se por acessão tudo aquilo que adere ao solo e
não pode ser retirado sem danificação. Através da acessão a coisa imóvel vai aumentar
por alguma das cinco hipóteses do art. 1248. As quatro primeiras são acessões naturais
e horizontais (dependem da natureza, mais precisamente da atividade fluvial/dos rios,
do movimento de areia feito pelos rios) e a quinta é acessão humana e vertical
(decorre da atividade artificial do homem ao plantar e construir).
d) álveo abandonado: trata-se do leito do rio que secou; este rio seco torna-se 29
PROBLEMÁTICA
João vende para Pedro por meio de compromisso de compra e venda o terreno “A”.
Por esse instrumento Pedro tem posse, mas não tem domínio, pois ausente a escritura
registrada na matrícula do imóvel que é a única forma de adquirir domínio. Pedro
a) Usucapião
b) Registro – não há como registrar o título em virtude do principio da
continuidade registral.
c) Acessão
d) Sucessão – não é transferência “causa mortis”.
OU, Administrativamente, João, Pedro e José vão ao Cartório de Notas, levam todos os
contratos firmados – João leva a matrícula onde conste como titular de domínio, Pedro
leva o compromisso de compra e venda e José também leva seu compromisso. Todos 30
Problemas
1) João já morreu: Não é a forma correta, mas, na maior cara de pau, peça nos
autos do inventário, por ser medida de economia processual a transferência do bem.
Pode ser que o juiz diga que não, mas ele pode conceder a posse. Ai José vai precisar
ou pedir que Pedro peça a adjudicação do bem em juízo em face do espólio e depois
lhe peça que outorgue a escritura definitiva OU Usucapião.
2) João desaparecido: Abre-se o inventário na qualidade de inventariante
provisório. Informa de que há um crédito de que se e titular e pede informações para
a Receita, Detran e etc. OU, vai de usucapião direto. Veja que, PODE VENDER O BEM
na pendência do processo de usucapião onde o comprador entra nos autos da
usucapião via substituição processual.
Só pode adquirir posse quem se ache no gozo de sua capacidade. E, além dessa
precisa também de legitimidade.
Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada à outra em virtude de mandato, de
prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um
ou mais negócios, conforme as instruções recebidas.
Representante: Sem procuração. São exemplos – comissário, pai, mãe, curador, tutor e
etc.
Procurador: Munido de procuração – Mandatário.
Representante Legal
Neste caso a lei exige a concorrência de duas vontades – a do representante e a do
representado. É preciso ainda que o representante mandatário tenha o “animus” de
adquirir a coisa. Precisa de poder específico para adquirir a posse. “ANIMUS
POSSIENDI”- intenção de possuir.
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Transmissão da posse
nulo!
Em regra, os atos praticados pelo incapaz são inválidos. Vale dizer, se praticados por
absolutamente incapaz são nulos, enquanto se praticados por relativamente incapaz,
são anuláveis. Portanto, em regra os atos praticados por incapazes são nulos ou
anuláveis. A exceção se faz quando tais atos são praticados com terceiro de boa fé, ou
seja, aquele que não sabia e não teria como saber que o outro possuía alguma
incapacidade. Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos:
REsp 296.895-PR . Nulidade de ato jurídico praticado por incapaz antes da sentença
de interdição . Reconhecimento da incapacidade e da ausência de notoriedade.
Proteção do adquirente de boa-fé. Precedentes da Corte. 1. A decretação da nulidade
do ato jurídico praticado pelo incapaz não depende da sentença de interdição.
Reconhecida pelas instâncias ordinárias a existência da incapacidade, impõe-se a 33
Código Civil: Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os
mesmos caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor
singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
institui legatário.
O art. 1.206 diz que a posse é transmitida com os mesmos caracteres em que foi
adquirida, ou seja, se a posse foi injusta, se foi de má-fé, se foi clandestina, ela será
transmitida da mesma forma.
O sucessor universal “pega” a posse com a mesma quantidade de tempo que o seu
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antecessor. Assim, se meu pai tinha posse de um imóvel há 30 anos, eu terei a posse
no dia em que ele morrer da seguinte forma: 30 anos do meu pai + 1 dia de posse
minha.
O sucessor singular pode (faculdade) somar a sua posse ao do antecessor. Para que
isso seja possível é necessário que na Cessão de Direitos Possessórios a posse seja
transmitida com os mesmos caracteres em que foi adquirida e outra cláusula dizendo
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
Veja que essa presunção é “juris tantum”, ou seja, admite prova em contrário, mas não
seja desatento, quando for redigir um contrato de venda e compra, locação, uso,
habitação, o que for, faça a ressalva de que a posse a ser transmitida é somente do
bem imóvel, ressalte que os bens móveis (bicicleta, televisão, aparelho de som,
desse exercício.
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o
bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade.
Veja que aquele que quer se manter possuidor deve assumir uma CONDUTA de
conservação da posse, ou interesse na sua manutenção. Assim, aquele que compra
uma gleba de terra e nunca mais volta para visitá-la está sujeita a perder a posse, pois
não a usa, nela não frutifica, não defende de invasores visto que sequer lá aparece e
não dispõe, ou seja, nada faz, deixa a coisa a sua própria sorte. Aqui cabe o dito
popular “Quem ama, cuida”. Se o titular de domínio não cuida do que é seu, não
merece ser mantido na posse da coisa.
O caseiro, em tese tem detenção (posse sob ordens), SE o dono do sítio lhe emite
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ordens. Se passar longo período sem emitir ordens o caseiro passará a ter posse.
DICA: Se você é dono ou o seu cliente, procure enviar email, carta, mensagem de
texto, ou qualquer outra forma que se posse posteriormente comprovar de que ordens
eram emitidas. Para não ter dor de cabeça faça um contrato de uso ou habitação da
casa em que o caseiro morará com sua família para elidir o “animus” de ter como seu
dos outros membros da família (mulher e filhos) e com o caseiro tenha uma relação de
trabalho (mundo ideal). Se não der, ao menos o contrato de habitação. Não tem muito
Nunca deixe o bem a mercê do destino! Ao deixar de dar ordens, deixar de usar o
sitio, deixar de nele plantar ou criar animais, não vender, não locar e por consequência
não reivindicar VAI PERDER A POSSE! E, pior, se deixar passar o tempo vai perder
também a propriedade após a usucapião. Outro ponto a se lembrar é que o possuidor
terá direito de retenção por benfeitorias. Então o dono do sitio fica 05 anos sem ir no
sitio, quando chega lá o caseiro aumentou a casa em 03 cômodos, fez garagem, e até
colocou uma piscina. Ai o dono quer mandar o rapaz embora. Tudo bem, caso não
haja ainda em curso ação de usucapião, mas o possuidor terá direito a ser ressarcido
Esse tema interessa, pois o dia da perda da posse é marco inicial para a contagem da
usucapião.
Efeitos da Posse
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente
a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes,
salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de
má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que
acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do
reivindicante.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder 39
sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias
necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não
lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor
atual.
que não lhe pertence, deve o possuidor de má-fé responder por suas consequências.
Já o possuidor de boa-fé só responde pela perda ou deterioração a que der causa. Ele
não deve responder pelos estragos ou danos, nem pela perda integral do imóvel.
Condenado a restituir a coisa, essa se dará no estado em que ela se encontre, não
incorrendo em qualquer outra responsabilidade.
Obs.: Ainda que seja de boa-fé a posse, se houver cláusula contratual de que o
posseiro pagará pela deterioração da coisa, a cláusula é válida, SALVO se provar que
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houve vício de consentimento, fraude ou outro fator que macule a vontade, dando
causa à cláusula.
Civil)
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem
como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento
da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia
de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo
vigente no País.
A Escritura Pública é o instrumento jurídico de declaração de vontades celebrado entre
uma ou mais pessoas perante um Cartório de Tabelionato de Notas, que tem a
responsabilidade legal e formal para a sua lavratura. A Escritura Pública é necessária
para dar validade formal ao ato jurídico exigido por Lei, que pode ser uma
compra/venda; uma doação ou até mesmo uma simples declaração.
A escritura pública é ato que fica “depositado” em livro de Notas “para sempre. A
primeira via da escritura pública chama-se traslado. As outras vias solicitadas pelo
cidadão são as chamadas certidões. No valor pago pela escritura, está incluído o
traslado. As certidões são pagas separadamente pelo interessado.
ou não do bem.
Título Singular: a aquisição será singular quando tem por objeto um ou vários
bens individualizados. Verifica-se ordinariamente por negócios entre vivos.
Quando ocorrer aquisição de vários bens, a doutrina dá o nome de “aquisição
coletiva”.
Será a titulo singular sempre que o objeto abranja um ou vários bens individualizados.
Integram essa espécie as coisas singulares, as coisas compostas e as universalidades de
fato.Normalmente a aquisição se dá por atos entre vivos, sem afastar, todavia, a
origem causa mortis , como no testamento.
Titulo Universal: só existe um modo de aquisição universal, que é a sucessão
hereditária. A sucessão ocorre em razão do evento “óbito”.
Nessa modalidade de aquisição a transmissão envolve bens que constituem o
patrimônio que neste caso é uno, ou seja, é uma unicidade de bens. Por esta forma, o 45
Direito de vizinhança
anormal da propriedade, passagem forçada, limite entre prédios entre outros temas.
Uso Nocivo da Propriedade - vizinho que joga lixo no terreno vizinho, que ateia fogo
Há também uso nocivo quando, embora dentro do âmbito do seu direito, o vizinho
Direito de Construir
titular de domínio.
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe
aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje
águas, diretamente, sobre o prédio vizinho.
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de
metro e meio do terreno vizinho.
§ 1o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as
perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros.
§ 2o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou ventilação, não
maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento e construídas a
mais de dois metros de altura de cada piso.
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de três
metros do terreno vizinho.
Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, fornos ou
quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou interferências
prejudiciais ao vizinho. Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés
ordinárias e os fogões de cozinha.
Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para uso
ordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a elas preexistentes.
Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao poço
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ou à nascente de outrem a água indispensável às suas necessidades normais.
Ex.1: Proprietário que constrói uma enorme chaminé apenas para escurecer a
propriedade do vizinho por pura picuinha (Orlando Gomes).
Ex.2: Envenenamento da água do Vizinho.
Limitações Constitucionais
Art. 5º XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
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XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte 50
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida
em lei.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
propriedade.
Imobiliária.
A relação jurídica que se estabelece com a adoção deste direito envolve o dono do
terreno, denominado proprietário, que é o titular da propriedade do solo, e aquele que
adquire o direito de superfície, superficiário.
Como a lei prevê que esta operação pode ser gratuita ou onerosa, ou seja, mediante
um pagamento, neste caso surge a obrigação desta contraprestação, que pode ser
periódica ou não, e denomina-se cânon superficiário.
Nesta relação jurídica surgem direitos e obrigações, tanto do dono do solo como do
superficiário, podendo o primeiro usar o restante do solo, inclusive subsolo e o espaço
aéreo, desde que não interfira na construção superficiária, recebimento do pagamento
acordado e preferência sobre o direito de superfície, sendo recíproca a obrigatoriedade
no caso da aquisição do solo, além de abster-se de qualquer ato que prejudique a
atividade de construção.
Já o superficiário tem o direito de usufruir o solo alheio da maneira que melhor lhe
convier, podendo vender, gravar e até hipotecar o direito de superfície, devendo
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utilizar o solo de acordo com os fins pactuados, pagar a contraprestação, conservar a
construção e arcar com os tributos e encargos que recaiam sobre a obra superficiária e
sobre o solo.
Como a essência deste direito guarda semelhança com o contrato de aluguel, pode se
tomar uma alternativa vantajosa no mercado imobiliário voltado para locações, uma
vez que a cessão de uso de superfície apresenta vantagens sobre a Lei do Inquilinato,
especialmente no que se refere à garantia que traz aos investidores.
SHOPPINGS - Esse tipo de contrato é muito utilizado por aqueles que são donos dos
terrenos onde os shoppings são instalados. Veja que e o cidadão vende o imóvel ao
shopping por 25 milhões de reais, até pode ser um bom negócio, mas se ele cede o
uso e cobra até o fim da vida 5% do faturamento mensal do shopping a titulo de
contraprestação pelo uso ele ganhará os mesmos 25 milhões em 2 anos e depois
continuará ganhando e, o principal, ele permanece proprietário do imóvel e se o
shopping falir o dono da construção tem duas opções : a) destruir o shopping o que é
muito caro ou b) deixar o imóvel construído sem nada poder reclamar.
Outra coisa muito comum entre shoppings é pagar pelos serviços com cotas. Ex.: a
empresa que vai fazer o sistema elétrico, ao invés de cobrar pelo serviço a empresa
pede 2 cotas. O cara que vai fazer o paisagismo mais 2 cotas e assim vai.
Cotistas sociais: Geralmente são entidades, de reputação ilibada, que gozam de boa
fama social que ganham, por meio de doação algumas cotas. Ex.:: Corpo de
bombeiros, AACD, Exército da Salvação... Porque disso? – Pense no caso do Shopping
Higienópolis. Deu um problema no numero de vagas. No projeto haviam “x” vagas,
mas quando o Ministério Público foi fiscalizar constatou-se que faltavam “w”vagas. Ai
ameaçou-se fechar o shopping. Os cotistas sociais foram em uma reunião com o
Ministério Público e disseram: - Não! Tantos por cento do meu faturamento vem do 57
shopping, se o shopping fechar eu terei que negar atendimento a 500 (número fictício)
criancinhas com câncer por mês. Ai o Ministério Público resolver fazer um TAC (Termo
de Ajustamento de Conduta) e o shopping não fechou evitando-se assim um prejuízo
enorme.
Dica de ouro: Quando uma lei é pensada pelo legislador ele explica a motivação
da lei na exposição de motivos. Essa motivação em muitas situações vai te ajudar a
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entender “o espírito” daquela lei e auxiliar na argumentação de pareceres jurídicos e
ações judiciais. Para encontrar a exposição de motivos procure pelo projeto de lei que
relevância.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Lei de Introdução Geral e Parte Geral. 10. ed. rev. atual.
e aum. São Paulo: Método, 2014. 550 p. v. 1.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Direito das Coisas. 6. ed. rev. atual. e aum. São Paulo:
Método, 2014. 606 p. v. 4.
FARIA, Cristiano Chaves de et al. Manual de Direito Civil. 3. ed. rev. atual. e aum.
Salvador: JusPODIVM, 2018. 2201 p
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral. 25. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 1995.
350 p. v. 1.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral das Obrigações. 24. ed. atual. São Paulo:
Saraiva, 1996. 326 p. v. 2.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Direito das Coisas. 24. ed. rev. São Paulo: Saraiva,
1997. 410 p. v. 5.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição Federal. [S. l.: s. n.], 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 18 jun.
2020.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial
da União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 18 jun. 2020.
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SAIBA MAIS:
Leia os julgados que foram encaminhados anexos à este material.