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APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 21
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 27
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 275
APÊNDICE.......................................................................................................... 289
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CIP)
6 Mb ; ePub
Bibliografia.
ISBN 978-65-5991-221-6
22-104724 CDU-347.235.11(81)
347.235.11(81)
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
0
Introdução
O Registro de Imóveis é a peça fundamental da
1
Os Bens Públicos e o Registro de Imóveis - Vol. VI - Ed. História do Registro de Imóveis - Vol. I - Ed.
2022 2022
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CAPÍTULO 1. O REGISTRO DE IMÓVEIS E A PUBLICIDADE IMOBILIÁRIA
CAPÍTULO 1. O REGISTRO DE IMÓVEIS E A PUBLICIDADE IMOBILIÁRIA
0
Capítulo 1. O registro de imóveis e a
publicidade imobiliária
Nos modernos sistemas de registros de direitos, os
assentos registrais não se limitam a refletir ou a publicar
processos transmissivos consumados fora deles,
extrarregistralmente, mas, antes, integram o próprio
processo transmissivo. O Estado, nos países em que
vigora a fé pública registral, limita a possibilidade de
reivindicação do imóvel, e, por meio de uma instituição
criada especificamente para publificar direitos sobre
1
registral.
Os Bens Públicos e o Registro de Imóveis - Vol. VI - Ed. História do Registro de Imóveis - Vol. I - Ed.
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Capítulo 2. Antecedentes da publicidade imobiliária entre os povos da antiguidade
Capítulo 2. Antecedentes da publicidade imobiliária entre os povos da antiguidade
Capítulo 2. Antecedentes da publicidade imobiliária entre os povos da antiguidade
0
Capítulo 2. Antecedentes da
publicidade imobiliária entre os
povos da antiguidade
Sumário:
2.1 Introdução
2.2 A publicidade imobiliária entre os antigos hebreus
2.3 A publicidade imobiliária entre os povos da Antiga
Mesopotâmia
2.4 A publicidade imobiliária no antigo Egito
2.5 A publicidade imobiliária na Grécia Antiga
2.6 A publicidade imobiliária no Direito Romano
2.1. Introdução
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, p. 17.
13
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, p.17. No mesmo sentido Émile De Laveleye, De la proprieté et
de sés formes primitives, 1831, trad. Ing. De G. R. L. MARRIOT,
Primitive Property, 1ª. Ed., Londres, Macmillan and Co, 1878 e
Emmanuel Besson, Lês livres fonciers et la reforme hypothécaire –
etude historique et critique sur la publicité dês transmissions
immobilières em France et a l’etranger depuis lês origines jusqu’a nos
jours, 1ª. ed., Paris, J. Delamotte, 1891, p. 12. Este último relata que a
etnografia comparada dá conta que os povos nômades ou que viviam
do pastoreio, por seu próprio modo de vida, não chegaram a
conhecer a apropriação individual da terra. A propriedade imobiliária –
com um sentido de que certa porção da terra pertence a uma pessoa
determinada, e que, por exclusão, não pertence às demais – somente
teria surgido quando os povos se tornaram sedentários, e o regime
agrícola, intimamente ligado à passagem do tempo e à fixação no
espaço, passou ao centro da atividade econômica. Num primeiro
momento, já nessa fase, a terra teria pertencido à tribo, ao clã. E,
num segundo momento, passaria, então, a pertencer à família,
entendida esta como um grupo de pessoas aparentadas,
descendentes de um ancestral comum, sob a autoridade de um
patriarca. A organização patriarcal, contudo, ainda inviabilizaria a
apropriação privada da terra. Os bens eram de todos, e constituíam
um capital necessário à sobrevivência do grupo. Isso teria dado lugar
ao surgimento da classe das rei mancipi no direito romano, cuja
alienação estava sujeita ao consentimento do grupo, materializado na
solenidade e formalismo da mancipatio. Ainda, Henry James Sumner
Maine (Ancient Law – Its connection to the history of early society, and
its relation to Modern Ideas, 5ª. Ed., Nova Iorque, Henry Holt and
Company, 1864) afirma que, ao invés do que ocorria no Direito
Romano já maduro – em que a copropriedade era excepcional – na
Índia antiga o estado excepcional era a propriedade individual, a qual
sempre permanecia tendente a, mediante certos acontecimentos,
retornar ao domínio comum. As pequenas comunidades eram
compostas por irmandades, as quais formavam mais do que um
grupo de parente ou de parceiros associados. Representavam uma
sociedade organizada, com um patrimônio comum, que se
aproximava da gens romana, uma extensão da família baseada em
razões perdidas na noite dos tempos.
17
.Cf. Max Weber, História Agrária Romana, 1ª Ed., São Paulo, Martins
Fontes, 1994, pp. 70-71.
18
.Cf. Ettore Salvi, Storia del Diritto di Proprietà, 1ª Ed., Milão, Ulrico
Hoepli, 1915, pp. 32-33.
19
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 15-16.
20
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 15-16.
21
.Cf. Ettore Salvi, Storia del Diritto di Proprietà, 1ª Ed., Milão, Ulrico
Hoepli, 1915, pp. 106-112.
25
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 18-19.
31
.Cf. Marc Van de Mieroop, A History of the Ancient Near East, 1ª Ed.,
Oxford, Blackwell, 2004, pp. 1-2.
33
.Cf. Marc Van de Mieroop, A History of the Ancient Near East, 1ª Ed.,
Oxford, Blackwell, 2004, p. 39.
37
.Cf. Samuel Noah Kramer, The Sumerians: Their History, Culture, and
Character, 1ª Ed., Chicago, The University of Chicago Press, 1963,
pp. 3-5.
39
.Cf. <https://collections.louvre.fr/en/ark:/53355/cl010123454>.
42
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 20-21.
47
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, p. 47.
48
.Cf. Marc Van de Mieroop, A History of the Ancient Near East, 1ª Ed.,
Oxford, Blackwell, 2004, pp. 166-167.
64
.Cf. Marc Van de Mieroop, A History of the Ancient Near East, 1ª Ed.,
Oxford, Blackwell, 2004, p. 169.
74
.Cf. Jaromir Malek, The Old Kingdom, in, The Oxford History of
Ancient Egypt, 1ª Ed., Oxford, Oxford University Press, 2003, pp. 99-
101.
89
.Cf. Jaromir Malek, The Old Kingdom, in, The Oxford History of
Ancient Egypt, 1ª Ed., Oxford, Oxford University Press, 2003, p. 101.
90
.Cf. Jacobus Van Dijk, The Amarna Period and Later New Kingdom,
in, The Oxford History of Ancient Egypt, 1ª Ed., Oxford, Oxford
University Press, 2003, p. 298.
92
.Cf. Alan B. Lloyd, The Ptolemaic Period, in, The Oxford History of
Ancient Egypt, 1ª Ed., Oxford, Oxford University Press, 2003, pp. 404-
405.
94
.Cf. Alan B. Lloyd, The Ptolemaic Period, in, The Oxford History of
Ancient Egypt, 1ª Ed., Oxford, Oxford University Press, 2003, p. 409.
95
.Cf. John Taylor, The Third Intermediate Period, in, The Oxford History
of Ancient Egypt, 1ª Ed., Oxford, Oxford University Press, 2003
p. 344.
109
.Cf. John Taylor, The Third Intermediate Period, in, The Oxford History
of Ancient Egypt, 1ª Ed., Oxford, Oxford University Press, 2003
p. 341.
110
.Cf. Jose Luis Alonso, The Bibliotheke Enkteseon and the Alienation
of Real Securities in Roman Egypt, in, The Journal of Juristic
Papyrology, (40) (2010).
127
.Cf. Jose Luis Alonso, The Bibliotheke Enkteseon and the Alienation
of Real Securities in Roman Egypt, in, The Journal of Juristic
Papyrology, (40) (2010).
130
.Cf. François Lerouxel, Le Marché du Crédit Privé, la Bibliothéque des
Acquêts et les Tâches Publiques en Egypte Romaine, in, Annales.
Histoire, Science Sociales, (67) (2012).
131
.Cf. Michael Gagarin, The Unity of Greek Law, in, The Cambridge
Companion to Ancient Greek Law, 1ª Ed., Cambridge, Cambridge
University Press, 2005.
137
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 24-30.
139
.Cf. Moses I. Finley, Ancient Sicily, 2ª Ed., Londres, Chatto & Windus,
1979, p. 36-37.
142
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 24-30.
143
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, p. 28.
154
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 30-33.
181
Os Bens Públicos e o Registro de Imóveis - Vol. VI - Ed. História do Registro de Imóveis - Vol. I - Ed.
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Capítulo 3. Antecedentes da publicidade imobiliária na idade média e início da idade moderna europeias
Capítulo 3. Antecedentes da publicidade imobiliária na idade média e início da idade moderna europeias
Capítulo 3. Antecedentes da publicidade imobiliária na idade média e início da idade moderna europeias
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Capítulo 3. Antecedentes da
publicidade imobiliária na idade
média e início da idade moderna
europeias
Sumário:
neste registro .
202
.Cf. Paul Fouracre, Frankish Gaul to 814, in, The New Cambridge
Medieval History, Vol. II, 1ª Ed, Cambridge, Cambridge University
Press, 2006, p. 106.
31
.Cf. Janet L. Nelson, Kingship and Royal Government, in, The New
Cambridge Medieval History, Vol. II, 1ª Ed, Cambridge, Cambridge
University Press, 2006, p. 389.
33
.Cf. Hans-Werner Goetz, Social and Military Institutions, in, The New
Cambridge Medieval History, Vol. II, 1ª Ed, Cambridge, Cambridge
University Press, 2006, pp. 471-472.
34
.Cf. Emmanuel Besson, Lês livres fonciers et la reforme hypothécaire
– etude historique et critique sur la publicité dês transmissions
immobilières em France et a l’etranger depuis lês origines jusqu’a nos
jours, 1ª. ed., Paris, J. Delamotte, 1891, pp. 52-53.
35
.Cf. Henri de Page, Traité Élémentaire de Droit Civil Belge, Vol. 07-1,
Bruxelas, Émile Bruylant, 1943, pp. 843-852.
100
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., p. 131.
118
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 131-132.
120
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, p. 58.
122
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., p. 132.
124
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 132-133. LUZZATI dá conta que a
recepção do direito romano na Alemanha proporcionou estudos
importantes no direito público e privado, mas sem a paixão e o
caráter revolucionário que obteve em outras terras. Segundo o autor,
tal ter-se-ia se dado por uma maior potência da organização feudal,
advinda da maior proximidade com seu centro de origem, ou da
índole natural da mente alemã em fazer críticas tenazes, lentas e
seguras, não levando os juristas alemães a desprezar ou odiar as
instituições vigentes. Cf. Ippolito Israele Luzzati, Della Trascrizione –
Commento teorico-pratico al titolo XXII, libro III del códice civile
italiano, vol. I, 4ª. ed., Turim, Utet, 1905, p. CXXII. Para BESSON,
pelos esforços da igreja, imperadores e jurisconsultos, o direito
romano fora penetrando, no século XV, na prática dos tribunais. Era
ensinado como lei viva, e do ponto de vista de sua aplicação no
cotidiano. Com isso, o Corpus Iuris Civilis substituia a autoridade dos
costumes locais. Estes, atacados pelos romanistas, foram perdendo o
significado, e ao fim sucumbiram. Assim, nos lugares que receberam
esta influência – cujo exemplo maior é a Prússia – a transmissão dos
bens imóveis se daria pela tradição, real ou ficta, sem investidura ou
inscrição. O único efeito das inscrições era gerar presunção de
anterioridade em relação às aquisições não inscritas, nada agregando
em sua eficácia. Cf. Emmanuel Besson, Lês livres fonciers et la
reforme hypothécaire – etude historique et critique sur la publicité dês
transmissions immobilières em France et a l’etranger depuis lês
origines jusqu’a nos jours, 1ª. ed., Paris, J. Delamotte, 1891, p. 252.
128
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 132-134.
144
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., p. 134.
146
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., p. 134.
148
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 135-187.
149
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 135-139.
150
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 139-142.
151
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 142-150.
152
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 150-183.
153
.Cf. Martin Wolff, Tratado de Derecho Civil, T. III, Vol. I, 32ª. Ed.,
Barcelona, Bosch, s.d., pp. 184-250.
154
.Cf. Friedrich Carl Von Savigny, Das Obligationenrecht als theil des
heutigen Römischen Rechts, Vol. II, 1ª Ed., Berlim, Veit und Comp,
1853, pp. 256-257.
164
.Cf. John Moorhead, Ostrogothic Italy and the Lombard Invasions, in,
The New Cambridge Medieval History, Vol. I, 1ª Ed, Cambridge,
Cambridge University Press, 2005, p. 145.
189
.Cf. Katherine Fischer Drew, Ostrogoths, in, Dictionary of the Middle
Ages, Vol. 7, 1ª Ed., Nova Iorque, Charle`s Scribner Sons, 1986,
pp. 289-293.
190
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, p. 36.
200
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 37-38.
202
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 37-38.
204
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 38-39.
208
.Cf. Nicola Coviello, Della Trascrizione, Vol. I, 2ª. Ed., Turim, Utet,
1924, pp. 38-39.
211
.Cf. Giovanni Villani, Matteo Villani, Filippo Villani, Croniche, Vol. II,
Trieste, Sezione Letterario-Artistica del Lloyd Austriaco, 1858,
pp. 181-182.
213
Os Bens Públicos e o Registro de Imóveis - Vol. VI - Ed. 2022 História do Registro de Imóveis - Vol. I - Ed. 2022
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Capítulo 4. História da publicidade imobiliária no Brasil
Capítulo 4. História da publicidade imobiliária no Brasil
Capítulo 4. História da publicidade imobiliária no Brasil
0
Com efeito, aquilo que se entende por Direito Registral Imobiliário abrange normas de
mais de uma natureza. Há normas de direito civil e outras procedimentais, ou
administrativas, todas elas teleologicamente reunidas em um mesmo conjunto.
No entanto, por suas diferenças essenciais, não podem ser incluídas em uma mesma
linha de desenvolvimento, sob pena de se sacrificar, de um lado ou de outro, contribuições
importantes para a história da publicidade imobiliária no Brasil.
Lei de Terras – Lei 601, de 1850 –, segundo a qual todo possuidor ficava sujeito a declarar
sua posse perante cada freguesia do Império.
O Regulamento da lei, Decreto 1.318, de 1854, fixou prazos para referidas declarações,
determinando aos vigários das paróquias que se encarregassem de tomá-las, e, a partir
delas, lavrassem registros. Os prazos iniciavam-se e encerravam-se em datas diferentes
conforme a província do Império, pois quem fixava os termos iniciais eram os presidentes
de cada uma delas. Assim, havia prazos sucessivos para a prestação das declarações, a
saber, dois anos da data inicial, três anos da data inicial, ou três anos e seis meses da data
inicial. Se perdido o prazo de um ano pagava-se multa; se perdido o de três anos, a multa
era duplicada; e, se perdido o prazo de três anos e seis meses, a multa era quadruplicada.
A realização desses registros incumbia aos vigários das paróquias. Uma vez que a
religião católica era a oficial do Estado, os sacerdotes eram intimamente relacionados com
o governo, razão por que receberam esta atribuição.
O Registro do Vigário não tinha valor como título de domínio, apenas consignando as
declarações de posse. Por isso, nada valia como documento de domínio. Acolhia
declarações de proprietários, mas também as prestadas por posseiros. Portanto, não se
pode em nenhuma hipótese afirmar que acrescenta qualquer valor ao domínio, ou que o
prova. Contudo, por vezes se faz confusão a esse respeito, dando-se a entender que o
registro prova uma posse legítima, lastreada na propriedade, o que não é verdade.
Antes de mais nada, é importante que se diga: o Registro do Vigário nada tem que ver
com o Registro de Imóveis. Seu conteúdo não diz nada sobre a situação jurídica dos
imóveis, nem mesmo no precário nível da posse. Na verdade, o seu objeto não é a posse,
mas sim declarações acerca da posse.
Por isso, realizar a declaração não é um ônus, mas um dever jurídico: o possuidor
declara para não pagar as multas previstas no artigo 95 do Regulamento, e não para obter
alguma modificação benéfica em sua situação jurídica de possuidor.
Mesmo como prova de posse, o conteúdo desses livros não é nem mesmo um meio
privilegiado: seu valor é o mesmo de um testemunho interessado, já que a declaração foi
feita pelo suposto possuidor.
Em 1975, o Supremo Tribunal Federal enfrentou a questão dos efeitos do registro das
terras possuídas, no Recurso Extraordinário 80.416, de Goiás, em sede de ação
demarcatória. Em primeiro grau o processo havia sido extinto sem julgamento de mérito,
por carência de ação, e, em segundo grau, o pedido fora julgado improcedente. O
fundamento era o mesmo, contudo: a ausência de prova da propriedade, já que os títulos
apresentados consistiam tão somente em declarações lançadas no “Registro do Vigário”.
Em seu voto, o relator, Ministro Cunha Peixoto afirmou que este registro não tinha
finalidades puramente estatísticas, mas sim um papel de “consolidação das posses que,
bem ou mal, foram tomadas em terras às províncias”. Com isso, encaminhava o recorrente
à via da usucapião – admitida pelo STF iterativamente para as posses de mais de quarenta
anos anteriores ao Código Civil de 1916 – servindo seus documentos não como títulos,
nem como prova da propriedade, mas como meio de prova de posse. Com isso, o recurso
nem mesmo foi conhecido, por unanimidade.
Assim, quando muito, pode-se admitir que o vigário exercia uma atividade semelhante à
notarial , autenticando o recebimento de uma declaração. Tratava-se de um simulacro
4
Até 1846 não havia no Brasil qualquer meio de publicidade imobiliária que produzisse
efeitos jurídicos, quer quanto à constituição dos direitos reais e transmissão da
propriedade, quer quanto a seus efeitos em relação a terceiros.
domínio não basta simplesmente o titulo, mas deve acceder a tradição; e sem esta só se
tem direito a acções pessoaes.
Tenha-se em mente, contudo, que a tradição ficta e a simbólica não deixavam de ser
tradição, razão por que não se podia afirmar que no Brasil, em qualquer época, o mero
contrato tenha tido força translativa de direitos reais.
A aquisição da propriedade se dava pela conjugação de título e modo de aquisição, e
isto se manteve ao longo de toda a história do Direito Brasileiro.
Contudo, em grande parte do país a maneira mais comum de detenção da terra era a
mera posse, sem propriedade. Afrânio de Carvalho , contextualizando a história da
9
Terras de 1850, ou por usucapião quando tal era cabível , ou, após a Lei de Terras, o
12
Era o propósito do registro tornar público o estado da fortuna dos cidadãos quanto à
situação jurídica de seus bens imóveis, de maneira a reprimir fraudes que poderiam afligir
terceiros e prestigiar a boa-fé. Com isso, pretendia-se criar mecanismos mais eficazes de
satisfação dos credores, por meio da obtenção, na excussão do bem, do valor que lhes era
devido. Estas melhorias dependiam da existência de um bom sistema hipotecário,
instituição que já vinha sendo criada, nesta altura, em muitos países europeus. Sem o
arranjo jurídico e institucional que representa um sistema hipotecário – isto é, a conjugação
de regras claras e meios eficientes e seguros de publicidade – as hipotecas não seriam
eficazes nem poderiam gerar efeitos contra terceiros .
13
Entretanto, se, por um lado, se pode dizer que havia no século XIX um clamor
generalizado por sistemas dessa natureza, por outro se deve reconhecer que não era
unânime o sentimento acerca das vantagens da disseminação das hipotecas no país. Em
monografia sobre a propriedade, José de Alencar bradava contra o instituto da hipoteca, a
qual considerava mecanismo pelo qual se operavam grandes injustiças . Para o 14
romancista, a hipoteca legal fora criada com os mais nobres intuitos, ou seja, a proteção
dos bens das mulheres e dos órfãos. Mas o instituto, insinuando-se na legislação,
espraiou-se em outros recintos, passando a abranger os bens do Estado, das vítimas de
crimes, coerdeiros e das corporações de mão-morta. A forma que se deu à hipoteca legal
acabou por atrair grandes críticas, uma vez que, por seu próprio mecanismo, gerava
injustiças contra outros credores legítimos, ainda que estes fossem protegidos por outras
hipotecas convencionais .
15
Outro projeto foi elaborado pelo deputado João Manuel Pereira da Silva, o qual o
defendeu perante a Comissão de Justiça Civil no dia 18 de março de 1843. Afirmava o
deputado que era absolutamente necessária a adoção de uma lei que estabelecesse
regras claras e invariáveis para a constituição e o funcionamento das hipotecas, de
maneira a se assegurar a propriedade individual e coibir abusos. O deputado apresentou o
projeto em 1º de abril de 1843, mas este foi esquecido, não tendo servido nem mesmo de
base para a elaboração de projetos posteriores .17
Curiosamente, das várias críticas formuladas pelo Conselho de Estado, nenhuma delas
dizia respeito ao ponto que ensejaria mais críticas nos anos seguintes: a ausência no
regulamento do registro das transmissões.
Com efeito, a inscrição das hipotecas no registro gerava os efeitos legais, enumerados
no artigo 13 do regulamento. Eram eles a “nulidade”, em favor do credor, das alienações
de bens dados em hipoteca posteriores ao registro, a título gratuito ou oneroso; a
possibilidade de o credor penhorar e executar os bens dados em hipoteca, com quem quer
que se encontrassem; e garantir ao credor cuja hipoteca foi registrada sua prioridade em
relação a outros credores . 22
Teixeira de Freitas deixa claro que não se tratava propriamente da nulidade das
alienações, mas sim de uma ineficácia perante o credor hipotecário. O ato em si não era
nulo, e, extinta a hipoteca pelo pagamento, por exemplo, o bem continuaria nas mãos do
adquirente .
23
Esse estranho preceito deixou marcas que persistem até hoje em nossa legislação
registral. O artigo 192 da Lei 6.015/1973 excepciona a regra de prioridade determinada
pela prenotação nas hipóteses em que se tenha escrituras públicas, lavradas na mesma
data, apresentadas na mesma data, e que determinem a hora de sua lavratura, caso em
que a prioridade será dada não à prenotação anterior, mas sim à escritura lavrada em
primeiro lugar.
propriedade e nem das próprias hipotecas, uma vez que o credor não dispunha de meios
para saber se o hipotecante realmente era titular da propriedade do bem. Ademais, não
foram extintas as hipotecas gerais sobre bens futuros, absolutamente incompatíveis com
um sistema de publicidade. A reforma em si já nasceu imperfeita, exigindo nova
mudança .27
Com isso, um ano após a vigência do sistema instituído pelo Decreto 482 já se percebia
a necessidade de sua reforma.
O sistema do registro das hipotecas de 1846 não havia surtido os efeitos esperados. A
falta dos princípios da especialidade e da publicidade, e os problemas gerados por isso,
acabaram por contribuir para a criação de um mecanismo de registro que proporcionasse
uma base segura para as garantias, pelo que era fundamental que contemplasse também
as transmissões imobiliárias. Assim, as críticas à Lei de 1843 catalisaram os anseios por
mudança .31
A lei tinha alguns eixos centrais. O primeiro deles era o de que a hipoteca é um instituto
que deveria gravar imóveis, somente; poderia gravar também seus acessórios – até
mesmo escravos – desde que isso se fizesse juntamente com o principal. O segundo eixo
determinava que toda hipoteca, quer fosse legal, quer fosse convencional, deveria ser
especial, ou seja, dizer respeito a um imóvel, ou a imóveis, específicos (e não a todo o
patrimônio do devedor), e deveria ser registrada, sob pena de não valer contra terceiros.
Algumas exceções permaneceriam, contudo, como as hipotecas legais concedidas à
mulher casada, aos menores e aos interditos, que poderiam permanecer válidas, ainda que
gerais, e, por conseguinte, não registradas. Como uma tentativa de se remediar os riscos
gerados por essas exceções, previa-se que a hipoteca geral não poderia concorrer com as
especiais enquanto houvesse outros bens livres do devedor – ou seja, a hipoteca
convencional prevalecia sobre aqueles bens específicos, desde que o crédito garantido
pela hipoteca geral pudesse ser satisfeito pela execução de outros bens. O terceiro eixo, e
mais importante, foi a necessidade de transcrição das aquisições de bens hipotecáveis,
bem como das instituições dos ônus reais constantes do rol da lei. Com isso, pretendia-se,
o registro acabaria funcionando como uma espécie de cadastro da propriedade, evitando
aos credores hipotecários e aos adquirentes de boa-fé surpresas quanto ao estado
patrimonial de um devedor ou quanto à propriedade de um bem alienado. Entretanto, o
registro não provaria o domínio – este sempre ficava a salvo de quem fosse. Um último
eixo, também importante para os fins a que a reforma se propunha, foi a extinção dos
privilégios creditórios. Por exemplo, nas situações em que um imóvel hipotecado fosse
arrematado ou adjudicado em sede de execução, não mais subsistia o chamado “privilégio
de senhor de engenho”, que impedia que propriedades pertencentes a tais pessoas
fossem arrematados em execuções; também não mais subsistiria a proibição de um bem
ser alienado em execução quando o seu valor excedesse o dobro da importância da
dívida. O credor passaria a ter direito de pagar-se pela forma que lhe fosse mais
conveniente . Isto representava um grande rompimento com a tradição, e até mesmo uma
34
Por conta disso, e das demais disposições do projeto, havia também grande
preocupação com a formulação de um todo coerente. Uma discussão ocorrida na Câmara
em 06 de junho de 1855 acerca de dever o projeto ser discutido em bloco, ou artigo por
artigo, é reveladora sobre a mentalidade da época. São as palavras do deputado cearense
Araujo Lima: “Porque é impossível a discussão artigo por artigo? A camara sabe que em
debates semelhantes se essa discussão devesse versar artigo por artigo, seria mui difícil
ou quasi impossivel obter-se um resultado definitivo. Nesta materia são tantas as cabeças
quantas as opiniões. Uns adoptarão o systema francez; seguirão outros o systema
allemão; agradará a outros o systema mixto, e a outros a nenhum dos systemas de que se
trata. O corpo legislativo, composto de tantas intelligencias, em que as opiniões divergem
sobre tantos assumptos, não poderia apresentar um systema de legislação seguido, um
systema uniforme, apresentaria uma machina desmantelada, apresentaria um monstro de
Horácio” . “O Monstro de Horácio” é um ser descrito na Ars Poetica, com cabeça de
38
mulher humana, pescoço de cavalo, penas nos membros e “pés” de peixe, simbolizando os
poemas malfeitos. Ou seja, receava-se que, ao se discutir artigo por artigo o projeto, a
coerência dada pelo Conselheiro Nabuco se perdesse, dando lugar a uma
monstruosidade.
bastante acidentada, que se arrastou por dois anos na Câmara, e mais sete no Senado.
Quando da tramitação no Senado até mesmo foram apresentados novos projetos. Além do
substitutivo de 1856, também outro, de 1859, de autoria do próprio Ministro da Justiça,
Muritiba .
40
manifestando seu desconforto com a distração que a consulta gerara em seu espírito, na
ocasião em que, segundo ele, “todas as faculdades do meu espírito se achão absorvidas
com o trabalho do Projeto do Código Civil”. O primeiro ponto analisado por ele foi o de
ser ou não exequível no Brasil, naquele momento, uma reforma geral do regime
hipotecário baseada na especialidade e na publicidade. A isso respondia enfaticamente
que sim, não apenas no Brasil, como também em qualquer país politicamente constituído e
cuja propriedade imóvel tivesse uma organização qualquer, já que a questão da
necessidade da publicidade e da especialização das hipotecas já havia sido
“peremptoriamente resolvida pela história, pelo raciocínio, pelas legislações
contemporâneas e até pela nossa legislação actual” .43
O segundo ponto tratado por Teixeira de Freitas no parecer diz respeito à necessidade
de que também fossem inscritas no registro, além das hipotecas, as transmissões dos
imóveis. Quanto a isso afirma que se, por um lado, o Sistema Germânico é aquele que
contém prova irrecusável da propriedade com todos os ônus a que esta possa estar
sujeita, por outro há sistemas que mais ou menos realizam esta ideia, ainda que com
efeitos menos amplos, que, nem por isso, deixam de ter suas vantagens assim como
inconvenientes. A respeito disso, opinava que o exequível e apropriado no Brasil daquele
momento seria a criação de um sistema que contemplasse também as transmissões da
propriedade e a constituição de outros direitos reais, sistema esse que, se, por um lado,
não desse certeza legal da propriedade – o que, naquele momento, era impossível – por
outro criasse um modo público e uniforme de tradição e aquisição de direitos reais . A 45
despeito disso, entendia que o ideal seria aguardar o advento do Código Civil, já que
“tudo estreitamente se liga na harmonia das relações jurídicas” .
46
Essa ideia de o sistema brasileiro ser um “híbrido” dos sistemas francês e alemão é
algo que perdura, e, não obstante, não descreve adequadamente o Sistema Brasileiro. O
Sistema Francês é um sistema de título; o Sistema Alemão, após a introdução da
abstração, tornou-se um sistema de modo; e o Sistema Brasileiro é um sistema de título e
modo, e, portanto, algo distinto dos dois. Considerar que por adotar o princípio da
inscrição, mas não a fé pública registral, tem-se um híbrido entre os sistemas francês e
alemão, é desconsiderar os traços essenciais do sistema.
Nesse ponto, a Lei 1.237, de 1864, mostra-se como um marco fundamental não apenas
do Direito Registral Imobiliário, como também da própria disciplina dos direitos reais no
Brasil. Até então, não havia um rol legal de direitos reais, aplicando-se, na matéria,
essencialmente o Direito Romano Justinianeu, como direito subsidiário às Ordenações
Filipinas, que muito pouco tratavam do tema.
Quanto à transmissão da propriedade por ato inter vivos, havia polêmica sobre a
natureza e os efeitos do registro.
Para Teixeira de Freitas, o Brasil filiara-se aos países que tinham no registro a tradição
legal do bem. Na França, em virtude da doutrina do consensualismo, bastava o
consentimento das partes para a transmissão da propriedade, servindo a data do contrato
para fixar o momento da aquisição. Já em outros países – como ocorria no Brasil – havia a
necessidade de registro para haver prova oficial do domínio, publicidade, gerando
prioridade àquele que primeiro registrara, e era o ato inoponível a terceiros até que o
registro fosse realizado .
52
formalizava a tradição da coisa, mas não tinha o poder de gerar direito real, nem muito
menos purgar vícios do negócio; e, com isso, não derrogava o brocardo segundo o qual
não poderia ninguém transferir mais direitos do que possuísse. Por isso, via a transcrição
como uma formalidade extrínseca, voltada à publicidade, nada agregando ou retirando da
substância do próprio título que transmitia o domínio. Não o supria ou retificava. Assim
seria o direito racional, depreendido na interpretação do parágrafo 4º do art. 8º da lei.
Opinião semelhante tinha ainda Furtado de Mendonça, para quem, quanto aos efeitos
do registro, o regime brasileiro adotara o princípio da inscrição do Sistema Germânico, pelo
que a transcrição dos títulos translativos de domínio nos atos entre vivos era constitutiva.
Com isso, segundo a doutrina majoritária, acabou por substituir o ingresso na posse pela
tradição do bem, necessário à aquisição. Por essa razão, segundo ele, poder-se-ia dizer
que no regime da Lei 1.237 a transcrição operava a tradição dos títulos translativos de
propriedade, e a quase tradição dos direitos reais limitados .54
Isso seria demonstrado pelo artigo 8º da Lei, o qual, por fazer, em última instância,
prevalecer a transcrição da alienação em favor de certa pessoa, em face da tradição feita a
outra, acabaria por revogar a Ordenação do Livro 4º, Título 7º, parágrafo, segundo, a qual
era a tradição que servia como de aquisição da propriedade . 55
No mesmo sentido, Martinho Garcez, para quem a tradição e a transcrição eram dois
fatos externos que manifestavam a transferência da propriedade, segundo a lei. A lei
sujeitava as transmissões a atos externos por ser o domínio um direito absoluto, oponível a
terceiros, e que, portanto, deveria ter suas mutações conhecidas por todos. A tradição em
si era insuficiente para dar esse conhecimento, podendo haver tradições secretas do
mesmo prédio a pessoas diferentes. Por isso, foi criada a transcrição, garantia dos
adquirentes e base do sistema hipotecário. Assim, a transcrição era o modo legal de
transmissão da propriedade de imóveis, ao passo que a tradição transmitia a propriedade
dos bens móveis. Seria, portanto, a transcrição uma tradição solene dos imóveis alienados,
e até sua realização o domínio não se transmitia ao adquirente. Sem ela, este não poderia
dispor do bem, gravá-lo de ônus reais, hipotecá-lo, reivindicá-lo, ou mesmo opor exceções
de domínio .
56
Para Lafayette, na mesma linha, a natureza dos direitos reais e sua oponibilidade a
terceiros exigiria que sua transmissão se realizasse por atos materiais e visíveis. A fim de
obrigar a todos, o ato de transmissão deveria ser conhecido por todos. A publicidade seria
necessária para evitar fraudes que poderiam ser perpetradas sob o manto da
clandestinidade e da ocultação dos direitos. No Direito Francês, as ideias de Hugo Grotius,
Wolf, Puffendorf, Burlamaque e outros fizeram com que se eliminasse do sistema a
tradição, dando ao contrato eficácia de transmitir o domínio. Entretanto, a legislação é uma
obra prática, e, esta praticidade não pode ser sacrificada para dar lugar a especulações
filosóficas. Por isso, o Código Napoleão restabeleceu, para bens móveis, a tradição como
modo de aquisição, e, em 1855, foi instituído na França o regime da transcrição para dar
publicidade às transferências de bens imóveis .
57
No entanto, ainda segundo Lafayette, a tradição pura não geraria publicidade suficiente.
Por isso, no seu regime, um mesmo prédio poderia ser alienado clandestinamente a mais
de uma pessoa. Essa possibilidade deu azo ao surgimento de um novo sistema de
publicidade: a transcrição dos títulos aquisitivos em registros públicos. A transcrição seria
inaplicável a bens móveis, pela incessante circulação a que estão sujeitos, bem como pela
dificuldade na fixação de sua identidade; mas para os imóveis seria adequada, já que
estes podem ser perfeitamente identificados, e estão sujeitos, ao longo de sua história, a
bem menos mutações jurídicas do que os bens móveis. Por essa razão, a transcrição seria
empregada, em alguns sistemas, como verdadeiro modo de transmissão da propriedade.
Já em outros sistemas, por timidez e receio de se abandonar costumes, a transcrição seria
apresentada como mero requisito de oponibilidade a terceiros, como se deu na lei francesa
de 1855. Em qualquer das modalidades, a transcrição geraria publicidade e daria
segurança ao adquirente no esclarecimento de pontos que poderiam vir a comprometer a
segurança da aquisição, por exemplo, informar se o alienante ainda figurava como
proprietário, se o domínio se mantinha igual ou se havia sido desdobrado pela instituição
de direitos reais limitados etc. Por outro lado, seria a transcrição também um pilar do
regime hipotecário, sendo o conhecimento do estado jurídico da propriedade imobiliária
fundamental ao credor garantido pela hipoteca: não sabendo se o devedor é ou não
proprietário do bem, ou se já deu o bem em garantia a outro credor que goze de
preferência, não há como ter segurança de que, em caso de inadimplemento, terá seu
crédito satisfeito pela excussão .
58
Entretanto, uma outra corrente defendia que a transcrição não representava realmente
a tradição legal do bem, mas seria somente meio de publicidade, nos moldes do Direito
Francês. Para Perdigão Malheiro, a escritura bastava à transferência do domínio. O
registro, por não provar a propriedade, não gerava efeitos entre as partes, e sua ausência
não implicava a não transmissão do domínio . Esta interpretação era baseada na
60
ideia principal do registro era garantir o comprador ou o credor contra a fraude e a má-fé,
as quais eram maximizadas pelo desconhecimento do estado das mutações reais da
propriedade. A transcrição, portanto, somente geraria efeitos perante terceiros, pois cada
ato em si já era do conhecimento das partes que o praticaram – por conseguinte, nada
poderia acrescentar entre elas. Mesmo antes da transcrição, segundo ele, poderia o
adquirente que não recebeu a coisa propor uma ação reivindicatória contra o alienante; no
entanto, se este vendeu a coisa uma segunda vez, e o segundo adquirente a transcreveu
antes do primeiro, prevaleceria o direito daquele em face deste. Portanto, a produção de
efeitos entre as partes não dependia da transcrição, sendo esta necessária apenas para
oponibilidade a terceiros.
Já pela lei brasileira, na verdade, não haveria domínio perante quaisquer terceiros até a
transcrição, e, portanto, não o havia também entre os contratantes. O mero contrato não
transferia domínio. Isso poder-se-ia se depreender do artigo 257 do Decreto 3.453, que
afirmava que “até a transcripção, os referidos actos são simples contractos que só obrigam
as partes contractantes”, donde se deduz que o contrato não transcrito apenas gera
direitos e obrigações pessoais. Em suma, diferentemente da lei francesa, que gerava
grandes complicações sobre saber quais terceiros foram obrigados e quais não, a lei
brasileira adotava um princípio claro: antes da transcrição não havia domínio.
Antes da transcrição não poderia o adquirente reivindicar de quem quer que fosse,
alienar, gravar de hipoteca, e nem mesmo opor exceções de domínio a ações reais
promovidas por terceiros.
Por outro lado, ainda segundo Martinho Garcez, a eficácia da transcrição dependia de
certas formalidades, e também de certas condições, como a capacidade das partes e a
legitimidade do título que deu causa à transferência. Quanto à capacidade, aplicar-se-iam
as regras da tradição. Se o alienante não era proprietário do imóvel, tal como na tradição a
transcrição não sanava o vício . Este saneamento era próprio do Sistema Germânico, o
67
qual não fora adotado no Brasil. Nos debates anteriores à lei de 1864 houve quem
defendesse a adoção deste último, o que seria temerário e incompatível com o estado da
organização da propriedade imobiliária do Brasil, e também com alguns princípios do
direito nacional. Em primeiro lugar, eram incertos os títulos de propriedade brasileiros
quanto à origem e aos limites da propriedade, em especial nas aquisições por sucessão,
repletas de dubiedades. Por isso, eram muitas as usurpações de terras, e o saneamento
de vícios por uma formalidade erigida em modo de aquisição poderia legalizar inúmeras
situações de espoliação e fraude. Em segundo lugar, a Constituição de 1824 garantia no
inciso 22 do seu artigo 179 a propriedade e a perpetuidade do domínio. Este, uma vez
adquirido, não poderia ser expropriado contra a vontade do dono, salvo por motivo de
utilidade pública. Ora, a transcrição com eficácia de firmar o domínio na pessoa do
adquirente de forma absoluta geraria muitos casos de uma verdadeira expropriação, o que,
como se viu, era vedado. Em terceiro lugar, a implantação do Sistema Alemão demandaria
a criação de uma jurisdição especial para liquidação do domínio, e, com isso, cada
transcrição tornar-se-ia um processo contencioso. O processo nasceria da intervenção da
autoridade, e não da iniciativa das partes, o que, em si, já pervertia o sistema processual.
Ainda, a verdade sobre o domínio somente surgiria com a presença de todos os
interessados, o que demandaria citações, provas etc. Em quarto lugar, sempre segundo
Martinho Garcez, somente teria havido um bom funcionamento do sistema na Alemanha
porque lá a propriedade era constituída por grandes domínios, os quais, por substituições
fideicomissárias e morgados, acabaram por se manter por gerações com as mesmas
famílias. Assim, sendo poucas as mutações do estado jurídico do bem, ter-se-ia tornado
possível a formulação de um cadastro que organizasse o conjunto de imóveis. No Brasil,
em que as alienações ocorriam em número muito maior, e com muito maior fracionamento,
o sistema seria inaplicável .
68
Há de se reconhecer que o Brasil nunca adotou o Sistema Francês, nem muito menos
o consensualismo. Se a transcrição não era, no regime da Lei 1.237, modo de aquisição da
propriedade, então este posto continuaria cabendo à tradição. A instituição de um sistema
de registro em si não pode ser vista como uma mutação do regime jurídico dos direitos
pessoais e reais, sob pena de o acessório subordinar o principal. Não se pode, de modo
algum, presumir que uma vez criado um sistema de registro que prevê a oponibilidade a
terceiros, os contratos tenham passado a ter eficácia real, sem previsão expressa nesse
sentido. Ainda, ao que parece, efetivamente a transcrição do sistema da Lei 1.237 era
modo de aquisição da propriedade, em especial porque o artigo 257 do regulamento do
Decreto 3.453 claramente trata de uma separação, ainda que relativa, dos planos
obrigacional e real. Isto é o compatível com os efeitos propostos para a transcrição, ou
seja, tornar um direito oponível erga omnes, o que significa transformar um direito pessoal
em direito real. Se é certo que o contrato não foi elevado ao status de produtor de direitos
reais; e se é certo que é a transcrição, e não a tradição que marca a data da aquisição;
então deve-se concluir forçosamente que o modo de aquisição era a própria transcrição.
Reforça essa noção a previsão contida no artigo 68 do Decreto 3.453, segundo a qual
“Os officiaes do registro não podem examinar a legalidade dos titulos apresentados antes
de tomarem nota da sua apresentação e de lhes conferirem o numero de ordem, que lhes
compete em razão da data da mesma apresentação”. Ou seja, após o protocolo, ou, nas
palavras do Decreto, a tomada de nota e conferência de um número de ordem, deveriam
os registradores examinar a legalidade dos títulos apresentados. Isto significa que a
atividade do registrador não era passiva, de mero receptor de títulos que, em si, já
produziram seus efeitos, e que seria típica de um Sistema de Registro de Documentos. Ao
contrário, cabia ao registrador examinar a legalidade e decidir sobre sua aptidão para
ingressar no registro. Assim, o registro era ato jurídico do Estado representado pelo
registrador, condicionado a requisites próprios de validade, e não um mero fato jurídico.
O Decreto 169-A, de 1890, não trouxe grandes mudanças para o direito material do
Registro que já vigorava desde a Lei 1.237, de 1864. Permaneceu a ideia da transcrição
como modo de aquisição da propriedade, ou, como prefere Martinho Garcez, tradição
solene do bem . No art. 10 do Decreto 169-A, de 1890, havia uma expressão mal
71
empregada, “proprietário primitivo”, que poderia levar a confusões quanto aos efeitos da
transcrição no regime da nova legislação. Ora, até a transcrição ele seria proprietário atual,
e não primitivo, ainda titularizando as ações decorrentes do domínio. O contrato dava ao
adquirente direitos pessoais, somente. Por outro lado, a transcrição não purgava vícios do
domínio, apesar de ser condição essencial da transferência da propriedade.
Após uma clamor de que a lei de 1864 – em especial em seus aspectos processuais –
deixava o devedor indefeso na mão do credor hipotecário, ávido e impaciente por obter seu
lucro, tentou-se equilibrar a situação, dispensando o sequestro como condição de ação e
dando ao devedor o direito de opor embargos, tanto os fundados nas nulidades constantes
da lei quanto os demais embargos autorizados pelos artigos 577 e 578 do regulamento
737, de 1850. No entanto, a lei de 1890, ainda que reproduzindo parte da Lei 3.272, de
1885 – que tratava da execução das hipotecas, e não propriamente de matéria registral –
tomou do executado os embargos que eram previstos no Regulamento 737. Disso resultou
grande divergência na doutrina e na jurisprudência .73
Quanto ao dispositivo de interesse por uma boa razão, o artigo 234 previa que até a
transcrição “os referidos actos”, isto é, os atos de transmissão inter vivos, a título oneroso
ou gratuito, de imóveis suscetíveis de hipoteca, “são simples contractos, que só obrigam as
partes contractantes”. Ou seja, mais uma vez a separação relativa entre os planos
obrigacional e real era reafirmada, estando expresso que selo o modo de aquisição o
contrato é somente um contrato, e, portanto, somente produz obrigações que, por
definição, valem inter partes.
Já os dispositivos que são de interesse, mas não por uma boa razão, são dois. O
primeiro deles é o tristemente célebre artigo 11, parágrafo único, que ordenava a
incineração dos antigos livros de transcrição do penhor de escravos, transportando-se
eventuais outros registros para os livros correntes. Tristemente célebre em virtude do
evidente desrespeito pelo passado e pela História, além de possíveis interesses escusos
na supressão destes registros.
Outro, ou melhor, os outros, são os artigos 44 a 46, que tratam de prioridade, mantendo
algo que já constava dos artigos 47 a 49 do Decreto 3.453, de 1865. Segundo o artigo 44,
quando duas pessoas “concorrem ao mesmo tempo” os títulos apresentados são
prenotados sob o mesmo número de ordem. E esclarece o artigo 45 que “o mesmo tempo”
quer dizer de manhã, das 06 às 12 horas, e de tarde, das 12 às 6 horas. Não há prioridade
entre títulos que têm o mesmo número de ordem; e, neste caso, a preferência se regula
pela data do título. Tenha-se, assim, uma situação na qual uma pessoa apresenta a
registro um título às 07 horas da manhã, e outra, no mesmo dia, apresente um título sobre
o mesmo imóvel às 11 horas da manhã. Esta apresentação seria considerada “ao mesmo
tempo”, pelo que a preferência abandonaria o registro e passaria à data do título. Além dos
evidentes riscos e confusões que um dispositivo dessa natureza gerava, tem-se, ainda,
como seu fruto um dispositivo incompreendido – e anacrônico – da Lei 6.015, de 1973, o
artigo 192. A fattispecie do dispositivo é a situação na qual duas escrituras públicas, que
tenham sido lavradas no mesmo dia, que tenham sido apresentadas no mesmo dia, e na
qual se mencione a hora em que foram lavradas, terão sua prioridade regulada pelo título,
e não pela apresentação a registro. Com efeito, não há qualquer sentido em um sistema
que adota fólio real e no qual o protocolo dos títulos é praticamente imediato, abandonar a
segura regra de prioridade estabelecida pelo número de ordem no protocolo, para outra
que sofra tantos condicionantes.
O terceiro Decreto de 1890, 451-B, trata do Registro Torrens, mas deste sistema não se
falará neste momento.
O Código Civil de 1916 foi decisivo para que fossem lançadas as bases do sistema de
registro que vigorou no Brasil ao longo de todo século XX e parte do século XXI, e, logo
após sua entrada em vigor, já começou a gerar vívida polêmica na doutrina civilista
nacional no campo da eficácia do Registro de Imóveis. Com autores, em geral, filiando-se
a uma de duas posições, a discussão durou, ao menos, até os anos 1940 . 74
Contudo, um parecer de Sylvio Romero dava conta que havia na comissão e entre os
juristas pátrios da época três posições: os que acreditavam dispensável a inscrição das
transmissões de imóveis; os que a tinham como necessária tão somente à publicidade; e
os que a proclamavam prova irrecusável de domínio. A primeira corrente não chegou a
prosperar; a segunda era a proposta pelos revisores do projeto; e a terceira a que constava
do projeto primitivo e que permaneceu com o abandono do parágrafo único. Com isso, a
inscrição seria uma tradição mais cercada de cautelas, mais solene, à qual, não obstante,
dever-se-iam aplicar os mesmos princípios .77
Assim, afirmava Lysippo Garcia que o Código Civil de 1916 tinha atentado para o
problema que afligia todos os países calcados no Sistema Francês, reconhecidamente
mais imperfeito . Ora, o que definia o Sistema Germânico era a força probante dos livros,
79
com inscrições tidas por verdadeiras até prova em contrário; a legalidade, ou seja, o
encarregado do registro deveria examinar os títulos apresentados, podendo recusá-los se
não fossem exatos; e a publicidade, ou seja, o registro consistia em base segura de
conhecimento e de fácil demonstração do estado da propriedade imóvel. E nesse sentido
trabalhou o autor do Código de 1916, o que se percebia especialmente pela retirada do
parágrafo único do artigo 530, a qual expelia do Código o Sistema Francês . 80
Ainda, o Sistema Germânico não seria incompatível com o caráter de tradição solene
dado à inscrição, pois o que o definia, como se disse, era a força probante dos livros
calcada na legalidade, e não a depuração da propriedade. Da força probante resultaria
uma consequência muito importante: a anulação da inscrição do título pelo qual o alienante
adquiriu o bem não atingiria o direito de terceiros adquirentes de boa-fé, que contrataram a
título oneroso. Assim, em tal sistema ficariam expostos os contratantes, quem adquiriu de
proprietário não inscrito, e os terceiros de má-fé, ou que adquiriram o imóvel a título
gratuito; e ficariam protegidos os terceiros adquirentes de boa-fé, que contrataram a título
oneroso. O Sistema Francês quase condicionava a propriedade à probatio diabolica dos
glosadores, ensejando a necessidade de investigação da genealogia da propriedade.
Mesmo a prescrição – remédio do sistema – trazia os problemas de saber se a posse era
de boa-fé, e se teria sido interrompida ou suspensa. Não se poderia admitir tamanha
insegurança, gerada por uma propriedade vacilante que colocava o interesse de um à
frente do interesse de toda a sociedade. Por isso, o Código de 1916 teria acolhido o
sistema da força probante, calcado na legalidade da inscrição e na presunção relativa de
propriedade .
81
A mesma posição era defendida por Clóvis Beviláqua. Segundo ele, no Código Civil a
transcrição era modo de adquirir, e não apenas meio permanente de publicidade. Era a
criação de direito real pelo ato do registro. Por isso, o Código adotara o Sistema
Germânico, adequando-os às condições do país. Esta adequação, contudo, não
prejudicava o maior mérito do sistema, que era a força probante do registro. Eram
princípios fundamentais do Sistema Alemão a publicidade; a força probante, fundada na fé
pública do registro, presumindo-se a titularidade do direito por aquele em nome de quem
se inscreveu ou transcreveu, presunção esta que poderia ser afastada pela anulação do
registro; e a legalidade, consistente na atribuição do encarregado dos registros de opor
dúvidas e fazer exigências para assegurar a legalidade dos títulos apresentados. Os três
princípios estavam no Código de 1916, e, portanto, este teria se filiado ao Sistema
Germânico .82
força probante dos livros de registro como critério distintivo dos sistemas de publicidade.
Em primeiro lugar, haveria, de fato, no Sistema Germânico, uma sincronia entre o direito
formal e o direito material. Contudo, não havia um real vínculo de necessidade entre os
efeitos materiais da publicidade e a existência de um cadastro, nem entre referidos efeitos
e a adoção de um sistema de base real. Seria exagerada a ideia de que qualquer sistema
de publicidade não baseado no cadastro, sujeito a uma constante necessidade de
sincronia entre o estado jurídico e o estado geodésico dos imóveis, estivesse fadado ao
insucesso.
Além do mais, não se poderia aceitar que o texto do artigo 859 tivesse implícita a
ressalva do direito anterior, tendo em vista as reiteradas afirmações de seu autor em
sentido contrário. Na verdade, havia uma efetiva intenção de se ter no dispositivo uma
presunção absoluta de domínio. A omissão da reprodução de outros dispositivos do
Código Civil Alemão, que complementassem o artigo 859, não poderia ensejar conclusões
opostas à intenção do artigo, deslocando-o totalmente de sua função. Ainda, uma vez que
o Código Civil Brasileiro afirmava a aquisição da propriedade pela transcrição, não se
poderia dar a esta o regime do direito anterior, de mero veículo de publicidade e
oponibilidade a terceiros. Não se poderia admitir que a usucapião e a acessão fossem
modos absolutos de aquisição de propriedade, e a transcrição não . 89
Outro argumento em favor da força probatória da transcrição seria a prevalência do
direito do terceiro adquirente de imóvel recebido indevidamente pelo alienante em virtude
de pagamento indevido, o que, em si, já ensejaria uma aplicação analógica, transpondo-se
os efeitos do artigo que trata do pagamento indevido para todos os terceiros adquirentes
de boa-fé. Esta analogia – a qual geraria estabilidade na circulação de riqueza – não se
prestaria a suprir uma lacuna, mas sim a completar um sistema já firmado no artigo 859 . 90
A outra corrente – defendendo que o Código Civil de 1916 não implantou no Brasil o
Sistema Germânico – teve sua defesa definitiva em trabalho da lavra de Soriano Neto,
catedrático de direito civil da Faculdade de Direito do Recife. Para ele, em primeiro lugar, o
parágrafo 891 do Código Civil Alemão – vertido para o artigo 859 do Código Civil
Brasileiro – representaria presunção processual, somente, não servindo de base à fé
pública. Segundo ele, a unanimidade dos juristas alemães afirmava que a fé pública não
estava no parágrafo 891 do Código Civil Alemão, mas no parágrafo 892, o qual
prescreve: “§ 892: Reputa-se exato o teor do registro fundiário a favor daquele que adquire,
por ato jurídico, um direito sobre um imóvel ou um direito sobre um tal direito, a menos que
não esteja inscrita uma contradita contra a exatidão ou não seja conhecida do adquirente a
inexatidão.” Assim, como se disse, o parágrafo 891 geraria apenas presunção iuris tantum
de verdade do registro, regulando o ônus da prova. Poderia aquele cujo nome constava do
registro propor ações reais sem necessidade de provar a exatidão da inscrição, legitimado
pela aparência de legalidade. Porém, poderia qualquer interessado afastar esta presunção,
provando a inexistência do direito aparente .92
A seguir, o autor apresentava uma plêiade de autores alemães que defenderiam esta
ideia, como Wolff, Dernburg, Biermann, Gierke, Strecker, Heymann, Heck, Staudinger,
Heilfron e Pick, e Endemann . 93
Em suma, para Soriano Neto, não havia fé pública no direito brasileiro; a transcrição do
direito brasileiro era causal; e houve no Código Civil de 1916 simples reforço da transcrição
por ser ela constitutiva na transmissão do direito.
Essa ideia de simples reforço também foi defendida por Virgílio Sá Pereira, segundo o
qual não era o pensamento de Clóvis Beviláqua fazer mudanças radicais. Houve uma
mudança – a transcrição deixou de ser meio de publicidade, para passar a ser modo de
aquisição de propriedade. No entanto, não foi instituída no Brasil a depuração do direito de
propriedade operada pela inscrição do título, própria do Sistema Germânico, por falta do
cadastro e seus outros requisitos formais. Transcrição e tradição fundiram-se. E,
respeitados os princípios da tradição, de que ninguém transmite mais direitos do que
possui, retira-se tudo o que possa haver de germânico .99
Outro professor de Recife, Joaquim Guedes Correia Gondim Filho, também afirmou ter
sido mantida no Código a tradição causal do direito romano: o direito não se transferia sem
a transcrição, mas, uma vez transcrito, os efeitos eram gerados pelo próprio ato, e não
pela transcrição. Assim, concluiu que, sem seguir qualquer orientação definida, não houve
aumento ou diminuição na segurança do comércio pelo advento do Código Civil de 1916 . 100
O Sistema Brasileiro não seria totalmente baseado no francês, pois sempre existira nos
ofícios de registro, juntamente com o índice pessoal, um índice baseado nos próprios
imóveis. Assim, não seria tão diferente do Sistema Germânico; e algumas mudanças nos
modelos dos livros utilizados os tornariam ainda mais próximos. Quanto ao cadastro, a
realização deste seria impossível a curto prazo, e dependeria de levantamentos
cartográficos e geodésicos. Mas isto não tornaria o sistema de força probante dos livros
impossível no Brasil. Em primeiro lugar, a identificação de imóveis urbanos era fácil, o que
muito contribuiria para a regularização dos títulos. E mesmo quanto aos imóveis rurais,
muitos deles já estavam perfeitamente individualizados e identificados, especialmente os
mais valiosos, pois o interesse econômico seria acompanhado de cautelas e garantias . 104
Era a opinião também do registrador Francisco Bertino de Almeida Prado, para quem o
Código Civil de 1916 adotara os princípios mais importantes do Sistema Germânico, ou
seja, a publicidade absoluta – a necessidade de registro para transmissão da propriedade
ou para sua disponibilidade em hipóteses de aquisição causa mortis, por exemplo; o
princípio da prova, pelo qual o titular indicado no registro era presumidamente o
proprietário, salvo prova em contrário, valendo os direitos adquiridos de boa-fé até a data
da impugnação; e o princípio da legalidade, que dava ao oficial atribuição para recusar o
título se este não se adequasse às exigências legais . 108
Pontes de Miranda apresentou sua opinião em seu Tratado. Não levou em conta as
discussões travadas na doutrina brasileira, e, com base em argumentos inusitados,
sustentou que a fé pública do registro protegeria até mesmo o terceiro adquirente de má-
fé.
Segundo o autor, em primeiro lugar o registro não teria nada a ver com a tradição ou
com a posse. Era meio de publicidade, traduzindo em livros situações jurídicas externas. A
fé pública do registro daria validade às transmissões posteriores, bem como geraria a
nulidade das transmissões contrárias àquilo que estivesse registrado . No Código Civil
109
O Código Civil apresentaria uma presunção, que seria menos do que fé pública: a
presunção não protegeria o terceiro, como a fé pública fazia. Seria passível de eliminação
pelo cancelamento do registro, ao passo que, havendo fé pública, os direitos adquiridos
antes do cancelamento seriam preservados. Não havia tal presunção no Decreto 169-A, de
1890, nem na legislação anterior. Nestes, a transcrição não induzia prova do domínio. A
presunção do Código Civil nada teria com a fé pública, e sua relevância seria quase que
exclusivamente processual . 111
meio de publicidade. Mais do que isso, seria meio de aquisição da propriedade. Por isso,
os terceiros de boa-fé adquiririam pelo registro ainda que o alienante não fosse dono.
Insista-se, para o autor era absolutamente necessário que um registro constitutivo fosse
dotado de fé pública. Portanto, a aquisição independia até mesmo da boa-fé – pelo
registro, adquirentes de boa e má-fé adquiririam, pois a fé pública viria do registro, e não
da boa ou má-fé do adquirente. O terceiro adquirente de má-fé poderia ser
responsabilizado de forma pessoal, mas ainda assim adquiriria o bem, se baseado estava
na fé pública .
113
Ainda, o Código Civil de 1916 determinou, no artigo 532, o registro também das
aquisições causa mortis ou a título judicial, para sua disponibilidade, e, mais importante de
tudo, estabeleceu o princípio da legitimação: a presunção relativa de que aquilo que está
no registro vale, até que o registro venha a ser cancelado. Por essa razão, tem-se aqui o
Código Civil de 1916 como um marco relevante na linha da história da publicidade
imobiliária no direito brasileiro em seu aspecto material.
Um último ponto de interesse diz respeito aos elementos que compõem a mutação real
no Sistema Brasileiro de Registro de Imóveis. Observe-se que estas observações, não
obstante digam respeito a um debate que se iniciou na vigência do Código Civil de 1916,
são válidas também para o período da vigência do Código Civil de 2002.
A grande maioria dos autores que consideraram o registro constitutivo, como se viu, o
compreendiam como a própria tradição do bem. O registro seria modo de aquisição porque
a antiga tradição havia assumido a sua forma. Contudo, isto não é pacífico, e houve
notáveis entendimentos em sentido diverso na doutrina civilista do Século XX.
Como expunha Pontes de Miranda, quem vende não consente, só por isso, na
transmissão. Com a venda, obrigou-se a cumprir uma obrigação; mas ainda não a cumpriu.
O cumprimento da obrigação se dá pelo acordo de transmissão, que, não obstante possa
ser apresentado concomitante à venda na escritura, tecnicamente não se confunde com
ela. Assim, quando a escritura menciona que “e, recebido o preço, disseram que desde já
transferem o domínio, direito, ação e posse...”, têm-se, em sequência, um acordo de
transmissão da propriedade e um acordo de transmissão da posse, que, novamente, não
se confundem com a compra e venda . 117
Observe-se, por fim, que para Pontes de Miranda o acordo de transmissão era abstrato,
ou seja, a nulidade do negócio jurídico causal, de natureza obrigacional, nenhum efeito
projetaria nele .
119
Objetando a isso, Clóvis do Couto e Silva afirmava que o Código Civil Brasileiro havia
adotado um sistema de separação relativa – e não absoluta – entre os planos obrigacional
e real. Assim, em princípio, a vontade de adimplir, ou seja, de transmitir, pode ser
considerada codeclarada no negócio jurídico obrigacional antecedente. Todavia, se, no
plano psicológico, estas vontades possam ser inseparáveis, no plano jurídico dão origem a
negócios jurídicos distintos, um obrigacional, e outro de direito das coisas, destinado ao
adimplemento. Isto não se confunde com os pré-contratos: na promessa de venda e
compra, por exemplo, o objeto é realizar a compra e venda, ou seja, uma obrigação de
fazer. A compra e venda é que terá por objeto a obrigação de dar, e que, por conseguinte,
será cumprida por um negócio jurídico de disposição .
120
O registro, como bem disse Pontes de Miranda, é ato administrativo praticado pelo
registrador; e não ato das partes. Seria uma visão demasiadamente privatística considerar
que os autores do registro são as partes, cabendo ao registrador tão somente receber sua
vontade, o que seria o caso se o registro fosse considerado apenas uma tradição solene.
Ainda, coloca em seu devido lugar o numerus clausus dos direitos reais, que não se
aplica aos negócios causais: a compra e venda pode ser da propriedade ou do usufruto , 123
já que a transmissão ou a instituição do direito real limitado dependerá da etapa seguinte,
o negócio de disposição.
Contudo, é válida a referência, uma vez que, de forma expressa, o novo Código pôs fim
à vexata quaestio que se desenvolveu ao longo da primeira década do século XX.
Com isso, toma posição no clássico conflito entre o proprietário de algum modo
espoliado pelo registro e o terceiro adquirente de boa-fé, que, como já visto na introdução,
foi sintetizado por Victor Ehrenberg como um conflito entre a segurança do direito e a
segurança do tráfego. Havendo este conflito, o dispositivo assume a defesa do proprietário,
em prejuízo do terceiro de boa-fé.
Ainda, houve no Código Civil de 2002 um pequeno reforço da eficácia do registro, pelo
interessante dispositivo constante do artigo 1.242, parágrafo único, que, salvo melhor juízo,
tem sido mal compreendido pela doutrina brasileira.
Uma leitura apressada poderia sugerir que a modalidade de usucapião descrita nesse
parágrafo tem, como único pressuposto fático, a posse por cinco anos, com justo título
oneroso, boa-fé e moradia ou investimentos de quem obteve o registro no Registro de
Imóveis, e, por alguma razão, não adquiriu. Ou seja, ter-se-ia, aqui uma usucapião tabular.
Todavia, o parágrafo, quando compreendido como uma unidade, não permite esta – ou
apenas esta – interpretação. O ponto central é a compreensão do significado de “adquirido,
onerosamente, com base no registro”. Ora, não se pode pretender que isto signifique
necessariamente que o título tenha sido registrado. Se há necessidade de usucapião para
a aquisição da propriedade, isto significa que a aquisição não aconteceu com o registro.
Compreender que “adquirido, onerosamente, com base no registro” significa simplesmente
que o título chegou a ser registrado, implicaria uma dupla aquisição, se o registro
transmitiu a propriedade; ou uma impossibilidade de usucapir, se não transmitiu (já que,
neste caso, não se “adquiriu com base no registro”).
Na verdade, “com base no registro” deve ser interpretado como “confiando no registro”,
ou seja, a aquisição onerosa, registrada ou não, teve como alienante aquele que figurava
no registro como proprietário; e, por alguma razão, a propriedade não pôde ser transmitida
pela via derivada, donde a necessidade de recurso ao usucapião.
Tem-se, assim, uma situação na qual um terceiro adquirente a título oneroso e de boa-
fé (ou seja, adquiriu do proprietário tabular), se tiver a posse do bem acompanhada de
moradia ou investimentos, verá a consolidação do seu direito no prazo reduzido de cinco
anos, o pondo a salvo de eventuais defeitos na cadeia filiatória que, de alguma maneira,
influíssem no direito do alienante que figurava como proprietário do registro.
E, não obstante não se tenha aqui tecnicamente fé pública registral – já que pressupõe
o exercício de posse e a solução é dada pelo usucapião, e não diretamente pelo registro –
os efeitos serão os mesmos de uma fé pública registral diferida, tal como se dava no
Sistema Austríaco, em prestígio da confiança no registro.
no registro deve conter informações tão completas sobre a situação jurídica do bem que se
torne prescindível qualquer outra diligência com a finalidade de apurá-la. Segundo os
autores, “nenhum fato jurígeno ou ato jurídico que diga respeito à situação jurídica do
imóvel ou às mutações subjetivas pode ficar indiferente à inscrição na matrícula” , 126
tratava dos problemas criados para o mercado de veículos usados pelos “lemons”. Lemon,
segundo o autor, seria a maneira como, popularmente, era conhecido, na época, um carro
ruim. O estudo de Akerloff pretendia responder uma questão bastante concreta: por que
um carro que acaba de sair da concessionária vale consideravelmente menos do que
aqueles que são vendidos diretamente por ela? Segundo o autor, a explicação habitual
seria a de que as pessoas aceitam pagar mais pela sensação de ter comprado um carro
novo. No entanto, segundo ele, haveria também uma outra explicação possível. E esta
outra explicação levava em conta a existência dos lemons. Assim, o autor propunha um
modelo de mercado no qual existissem carros com apenas quatro qualidades: novos,
usados, bons e ruins, pelo que um carro poderia ser novo e bom; novo e ruim; usado e
bom; ou usado e ruim. Neste mercado, quando um carro novo fosse vendido pela
concessionária, ninguém saberia ainda se aquele carro específico seria bom ou ruim, já
que ninguém ainda o utilizara. Então, todos os carros novos seriam vendidos pelo mesmo
preço. Lembre-se que dentre as quatro qualidades possíveis somente uma é conhecida
por todos: a de se tratar de um carro novo. Uma vez vendido o carro, o comprador do carro
novo, ao usá-lo – por pouco que fosse – passaria a ter mais informações sobre ele, tendo,
então, mais chances de saber se comprou um carro bom ou um lemon. Se resolvesse
vendê-lo, no entanto, esta informação (a probabilidade de se tratar de um carro bom) seria
absolutamente desconhecida pelo comprador; e, com isso, também os carros usados –
bons ou ruins – seriam vendidos pelo mesmo preço, já que aos olhos do comprador o carro
teria apenas uma qualidade: a de se tratar de um carro usado. Assim, o carro usado
necessariamente deve valer menos do que o novo.
Esse fato traz para o mercado de carros usados uma consequência grave: a
possibilidade de se estar comprando um carro usado ruim – ou seja, a incerteza sobre a
qualidade do carro – acabará por eliminar, ou dificultar, a venda dos carros usados bons.
Pode-se dizer, com isso, que há um ônus jurídico imposto a estes interessados de levar
ao registro o fato que os beneficia. Não o fazendo, abrem mão de sua oponibilidade.
Em regra, esta inscrição não depende de decisão judicial específica, bastando que se
apresente ao registro requerimento instruído com certidão que comprove o ato. Contudo,
excepcionalmente nas hipóteses do inciso IV, há necessidade de decisão judicial
específica. Este diz respeito a outros tipos de ação, isto é, ações judiciais que não sejam
execuções, nem estejam em fase de cumprimento de sentença, mas cujos resultados ou
responsabilidade patrimonial possam reduzir o proprietário do bem à insolvência. Caberá a
este, preferencialmente, indicar os bens sobre os quais a averbação deverá recair; e deve
o juiz restringi-la a quantos bastem para garantir a satisfação do direito. Recebida a ordem,
o oficial a prenota e a cumpre, ou devolve com exigências em cinco dias; e, após o
cumprimento, deve comunicar o fato ao juiz, no prazo de dez dias.
A segunda modalidade de reforço de eficácia que foi trazida pela lei tem sua sede no
parágrafo único do artigo 54, pelo qual os terceiros de boa-fé que adquiram ou recebam o
imóvel em garantia ficam protegidos, inclusive para fins de evicção, contra situações
jurídicas não inscritas, salvo certas exceções, previstas expressamente pela lei. Esta
segunda modalidade, portanto, protege os terceiros contra quaisquer outras situações
jurídicas, como, por exemplo, a de verdadeiro proprietário, que foi espoliado pela
transmissão. Com isso, limita a possibilidade de reivindicação do bem, por um lado, bem
como da sua evicção, por outro.
Desse modo, não havia ainda um título que pudesse ser levado ao registro, não
vigorando, para o credor, ou para o verdadeiro proprietário, o mesmo ônus que vigora na
primeira modalidade. Essa a razão, portanto, da exigência de mais um elemento como
requisito da proteção: a boa-fé do adquirente.
O que significa “terceiro” aqui? Por terceiro entende-se alguém que não adquiriu o bem
ou direito diretamente daquele que teve sua situação jurídica violada. Assim, por exemplo,
se “B” compra o bem de alguém que se passa por “A”, proprietário do bem, esta pessoa
“B”, mesmo que esteja de boa-fé, não contará com a proteção da eficácia material do
registro. Já se “B” comprou de “A” – que se passou pelo proprietário tabular – e vendeu o
bem a “C”, então “C”, se de boa-fé, contará com a proteção.
Há, contudo, exceções muito relevantes. A primeira exceção trata das hipóteses de
aquisição ou extinção da propriedade que independam de registro, como as aquisições
originárias, ou causa mortis. Assim, se alguém adquire imóvel do titular tabular e registra a
transmissão, ainda assim o perderá em favor de quem outra pessoa que já o tenha
adquirido por meio de usucapião, ainda que a ação não constasse da matrícula, ou mesmo
que não houvesse sido ainda ajuizada. O mesmo ocorrerá se adquirir o bem de herdeiro
aparente, e o verdadeiro herdeiro vier a reivindicá-lo.
A segunda exceção diz respeito ao disposto nos artigos 129 e 130 da Lei 11.101/2005
(Lei de Falências), que tratam da ineficácia de certos negócios praticados pelo falido em
relação à massa falida. Assim, ainda que não haja na matrícula qualquer notícia da
falência, o credor beneficiado pela garantia real não poderá opô-la contra os credores da
massa se o negócio foi realizado dentro do termo legal da falência. Também serão
ineficazes em relação à massa falida as aquisições gratuitas desde dois anos antes da
decretação da falência, bem como as aquisições ou constituições de direitos reais, a título
gratuito ou oneroso, registradas após a decretação, salvo prenotação anterior. Ainda, serão
revogáveis, nos termos do artigo 130, quaisquer atos que tiverem por objetivo prejudicar
credores, mediante prova do conluio fraudulento entre devedor e terceiro. Quanto à esta
última situação, a Lei 13.097 já não seria aplicável independentemente da formulação de
exceção expressa, uma vez que a proteção concedida por esta segunda modalidade exige
a boa-fé do adquirente.
É importante destacar que essa terceira exceção tem um alcance maior, atingindo
todas as modalidades de proteção previstas pela Lei 13.097. Assim, aplicam-se também à
terceira modalidade, que se verá adiante, e à primeira, da qual já se tratou. E, quanto a
esta, deve-se ressaltar que os créditos tributários inscritos em dívida ativa continuam
sendo oponíveis ao adquirente, ainda que não constem da matrícula do bem, o que se
depreende da conjugação do artigo 58 da Lei 13.097 com o artigo 185 do Código Tributário
Nacional (Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas,
ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito
tributário regularmente inscrito como dívida ativa).
Finalmente, apesar de a lei não fazer esta restrição, esta modalidade especial de
proteção somente faz sentido se o dispositivo que a concede for interpretado de forma a
ser aplicado exclusivamente às transmissões feitas pelo empreendedor . Assim, as
132
É fundamental observar que, pelas razões apontadas, o Tribunal considerou que o caso
era de venda a non domino: uma vez que o bem era comum, e o ex-companheiro o alienou
integralmente sem participação de sua então companheira, acabou alienando coisa que
não lhe pertencia. Todavia, não se admitiu a anulação do negócio pela preocupação com
os interesses de terceiros de boa-fé e com a segurança jurídica. Com isso, concluiu que a
anulação do negócio com este fundamento somente seria possível se a existência da
união estável houvesse sido levada ao registro de imóveis. Ainda, “não havendo o referido
registro da relação na matrícula dos imóveis comuns, ou não se demonstrando a má-fé do
adquirente, deve-se presumir a sua boa-fé, não sendo possível a invalidação do negócio
que, à aparência, foi higidamente celebrado”.
Observe-se que no caso não havia dúvidas quanto aos direitos da ex-
companheira sobre o imóvel. Em uma situação de conflito entre dois interesses
legítimos, a solução deveu-se à opção – positivada na Lei 13.097 de 2015 – pela
segurança do tráfego jurídico e pela proteção do terceiro adquirente de boa-fé.
Para a obtenção do ofício não bastava a nomeação. O nomeado deveria ser submetido
a exame, se encartar, jurar, prestar fiança, adotar um sinal público, e pedir seu regimento.
A carta que lhe permitia trabalhar era, em regra, passada pelo Desembargo do Paço,
depois de pagos os direitos. Em seguida, juravam bem e verdadeiramente servir seus
ofícios, guardando seu regimento a serviço de Deus, do rei e a bem das partes. O
exercício sem carta e regimento era apenado, conforme L. 1, T. 80, parágrafo 19, e Lei de
08 de dezembro de 1649. Porém, no impedimento de algum tabelião, outro poderia servir
sem nova carta, recebendo o ofício das mãos do Corregedor da Comarca.
Em seguida, deveria o tabelião habilitar-se com escritura de fiança, lavrada por outro
tabelião e registrada no livro da câmara .
135
Cabia ao tabelião escolher um sinal público difícil de imitar, o qual ficaria arquivado em
livro em poder da Casa de Suplicação ou do Governador do Porto; ou da Chancelaria da
Comarca, para os nomeados pelo Corregedor. O sinal não era estilo: Deveria ser posto no
livro de notas, traslados e outros instrumentos, sem o qual não eram reputados
autênticos .
136
Então, deveriam pedir seu regimento, e guardá-lo, podendo os Corregedores exigir sua
exibição. O regimento dos tabeliães estava previsto no Livro 1, Títulos 78, 80 e 84 das
Ordenações Filipinas.
Aquele que obtinha o ofício deveria ter 25 anos (mas, tendo 22, poderia obter uma
dispensa do requisito pelo Desembargo do Paço), e casar-se em um ano após o
recebimento, sob pena de perdê-lo (embora o Desembargo do Paço pudesse conceder
mais dois anos para atendimento do requisito) .138
Não poderia o tabelião portar coroa, ainda que pequena. E deveria residir na cidade,
vila ou concelho em que fosse exercido seu ofício. Poderia se ausentar até oito dias por
ano sem autorização do juiz, ou três meses se houvesse quem o substituísse. Em regra,
exerciam pessoalmente seus ofícios, mas poderiam receber serventuários do Desembargo
do Paço, que os substituiriam, os quais deveriam ser examinados e aprovados pelo juiz
local. Estes serventuários deveriam ter seu provimento renovado constantemente, e
somente perderiam o ofício por culpa judicialmente provada, ou por notória incapacidade.
Enquanto realizassem a substituição deveriam entregar até 1/3 do rendimento do ofício ao
titular afastado .139
O tabelião deveria ter algumas virtudes, as quais eram ser verdadeiro, desinteressado,
diligente e perito. Verdadeiros, porque a falsidade leva a suspeita às escrituras por eles
produzidas, e, com isso, dele fugiriam as partes. Desinteressados, porque deveriam
contentar-se com seu salário, fixado por regulamento. E, por essa razão, ao fim das
escrituras lançavam o valor recebido. Se cobrassem a mais, receberiam a pena de perder
o ofício, ou outras mais graves. Diligentes, porque prontos para ir à casa das partes,
especialmente das pessoas que não podem ou devem ir a seu escritório; e também
prontos e velozes para passar os traslados solicitados. Por isso, convinha que tivessem
ajudantes, que redigiriam os traslados, ao final dos quais assinaria o tabelião. Enfim,
peritos porque deveriam aprender ortografia, para não comprometer o entendimento dos
textos dos atos, e também porque deveriam conhecer a matéria jurídica pertinente aos
atos praticados .
140
A escritura pública – seus atos mais frequentes – eram testemunhos autênticos dos
contratos ou atos extrajudicialmente feitos, outorgados pelas partes ou pelo tabelião em
nome delas, os quais deviam ser escritos nos livros de notas. Era tida por essencial na
venda dos bens de raiz, e o vendedor deveria declarar se havia foro, servidão ou qualquer
outro gravame desconhecido do comprador . Uma vez que os bens se presumiam
142
Como já se viu, o registro criado em 1846 tinha por objeto apenas as hipotecas.
A inscrição da hipoteca no registro se fazia por uma nota da dívida e bens hipotecados
lançada em livro criado pela lei para este fim, cuja escrituração ficava a cargo de um oficial.
Dessa forma, constavam em livros oficiais dados sobre o patrimônio e o estado das
finanças dos cidadãos, disponíveis a quem tivesse interesse, que os poderia obter sem
grande custo ou esforço .145
O fim de um registro hipotecário era a notícia ou publicação de uma dívida, e dos bens
dados em hipoteca para assegurá-la, bem como a publicação ou notícia das transmissões
entre vivos de imóveis hipotecáveis, ou da instituição de ônus reais. Tais notícias eram
lançadas em certos livros especialmente destinados a este fim pelo oficial de registro, a fim
de constar para qualquer um que nisto tivesse interesse. A finalidade última era a garantia
da segurança contra maus devedores, a fim de movimentar a circulação das riquezas
pelos empréstimos lastreados em garantias reais. Ainda, levar a geral conhecimento o
estado jurídico atual dos bens imóveis, novamente elevando o volume de crédito garantido
por eles.
Até a criação do sistema de registro não havia entre nós qualquer publicidade das
hipotecas que desse aos terceiros percepção do estado do patrimônio de seus
contratantes, vez que nem o Direito Romano, nem a legislação portuguesa prescrevia
formalidades com esse intuito. O comprador de um imóvel não tinha certeza de se ver livre
de uma execução hipotecária por um credor anterior, e os credores não tinham como saber
a quantos outros e por quanto o imóvel já havia sido dado em garantia anteriormente . 146
Em Portugal o registro foi criado por lei de 26 de outubro de 1836, mas esta era tida por
muito defeituosa, e não fixara as prioridades entre os credores. Já no Brasil, o registro
surgiu no artigo 35 da Lei 317, de 21 de outubro de 1843, regulada pelo Decreto 482, de 14
de novembro de 1846. Mas também fora insuficiente para garantir os credores.
O Código Comercial Brasileiro – no artigo 265 – tratou do registro das hipotecas por
dívidas comerciais. E tal foi reiterado nos artigos 62 a 71 do regulamento 738, de
novembro de 1850, sujeitando as hipotecas comerciais a registro no registro geral, na
forma do decreto de 1846. Estas disposições foram revogadas pela Lei 1.237, segundo a
qual qualquer hipoteca é regulada apenas pela lei civil.
Os tabeliães do Registro Geral das Hipotecas deveriam ter um livro para o registro
geral das hipotecas (número 1), um de protocolo (número 2), e um de índice (número 3).
Todos deveriam ser abertos, rubricados, numerados e encerrados não pelo tabelião, mas
sim pela “autoridade competente” – o Juiz de Direito da Comarca . 151
O livro de registro teria todas as páginas divididas em duas colunas, por um traço
perpendicular. Na parte esquerda seriam feitos os registros, e a parte direita ficaria em
branco, aguardando o lançamento de alterações, baixas, remoções, substituições e notas
sobre certidões a eles relativas passadas pelo tabelião .
152
no original ou por traslado, e uma cópia fiel destes assinada e selada .154
As assinaturas seriam reconhecidas pelo Tabelião do Registro, ou por duas pessoas
suas conhecidas, de confiança, que reconhecessem como próprias das partes . Então, o
155
anotaria no título dado as partes as folhas e livro do registro, bem como sua data .
158
Estas certidões negativas deveriam ser exigidas pelos tabeliães de notas na lavratura
de escrituras versando sobre bens imóveis, e incorporadas em seus textos. E as escrituras
de hipoteca apresentadas para registro ao tabelião do registro geral de hipotecas, se não
incorporassem a certidão negativa, deveriam ser recusadas e somente aceitas com sua
exibição. Recusando-se a parte exibi-la, o registro seria feito consignando este fato, sem
prejuízo de que fosse registrada uma segunda hipoteca em cuja escritura estivesse
incorporada uma certidão negativa dentro do prazo de validade . 163
eram remunerados por emolumentos no mesmo valor dos percebidos pelas escrituras dos
tabeliães de notas. Receberiam ainda metade do valor fixado, tratando-se de averbações.
E, pelas certidões, o mesmo que recebiam os tabeliães de notas pelas que passavam. Já
as certidões negativas tinham valor fixo: mil réis. Deveriam sempre lançar nos títulos ou
certidões a conta do que receberam .
166
Com isso, tinha-se o primeiro sistema de publicidade imobiliária implantado no Brasil.
Era restrito às hipotecas, mas já contemplava os princípios registrais da instância e da
prioridade, além da publicidade gerada pela expedição das certidões.
Era escriturado na forma de transcrições em inteiro teor dos títulos apresentados, forma
esta que seria abandonada já na reforma de 1864. Ainda, o livro era dividido em duas
colunas, diferentemente dos modelos impressos com várias colunas dos sistemas
posteriores. Esta forma de escrituração dificultava a compreensão dos assentos, uma vez
que cada elemento não estava em uma coluna própria, e, por vezes, a redação era
confusa.
Ainda, é bastante claro que a lavratura dos atos seguia o estilo próprio dos tabeliães, o
que, como se viu, era recomendado pela lei, incluindo-se aberturas e fechos nos atos, tal
como se dava nas escrituras .167
A data da instalação foi marcada para três meses após a data do regulamento, a partir
da qual cessava o funcionamento dos Registros Hipotecários. Esta mesma data fixava o
termo inicial da eficácia dos registros dos títulos segundo a nova modalidade, bem como
da necessidade do novo registro para valer contra terceiros.
O encarregado de fazer a instalação foi o Juiz de Direito (um aviso de 1865, constante
do apêndice, declarou que, onde houvesse mais de um juiz, a instalação seria presidida
pelo juiz da 1ª vara; e a este também incumbiria desempenhar as demais atribuições
judiciais do regulamento, as quais eram privativas dele, dada a necessária unidade que a
matéria exigia), o qual devia apregoa-la por editais, assistir na celebração, e mandar lavrar
no protocolo do ofício, na página seguinte à do termo de abertura, um auto de instalação,
contendo informações como a que título serve o oficial, o número e tipos de livros do antigo
registro (os quais ficariam arquivados para serem inseridas averbações nas hipotecas já
inscritas), o número e tipo dos livros que passariam a servir no novo Registro Geral.
Na hipótese de, na data prevista, não estar designado o oficial, ou não estarem prontos
os livros, a instalação não seria adiada. Deveria o juiz nomear interinamente um dos
tabeliães ou escrivães para desempenhar a função, fazendo auto de instalação, e sendo
lavrados os registros em cadernos legalizados nos termos do regulamento, até que
chegassem os livros e os dados fossem transferidos para estes. A partir disto, os cadernos
seriam inutilizados. Tamanha era a pressa do governo em instalar os registros que um
aviso da Fazenda, constante do apêndice, foi encaminhado às alfândegas, ordenando que
estas não atrasassem a liberação dos livros importados destinados aos ofícios de registro.
O juiz deveria, então, ordenar ao oficial que extraísse cópia do auto de instalação, e a
remetesse ao Governo da Corte, bem como aos Presidentes das províncias . 168
Os responsáveis pelo registro geral eram tabeliães que receberam uma denominação
que os diferenciava – Oficiais do Registro Geral – e estavam sujeitos somente ao juiz de
direito. Os ofícios eram, por sua natureza, únicos, privativos e indivisíveis. Mas os oficiais
poderiam ter os escreventes juramentados necessários ao desempenho do serviço. Estes
eram denominados “suboficiais”, e poderiam realizar toda a escrituração do registro geral.
Todos os atos, contudo, deveriam ser subscritos pelo Oficial, exceto o protocolo, cuja
escrituração caberia, a princípio, exclusivamente a este.
O Registro Geral da Lei 1.237 era formado por muitos livros, indicados no regulamento
do Decreto 3.453 de 1865, e enumerados a seguir:
Havia, ainda, dois livros auxiliares, um para o livro número 2, e outro para o livro
número 4 .
169
O Indicador Real era um repertório dos imóveis que figurassem de modo direto ou
indireto nos livros 2, 4, 5 e 6. Seriam destinadas folhas específicas para cada freguesia
pertencente à comarca. E sobre cada imóvel deverão ser inseridos dados acerca de sua
denominação, se rural, ou rua e número, se urbano; o nome do proprietário; as referências
aos livros que dele tratem; e eventuais anotações. O indicador pessoal era um índice
alfabético de todas as pessoas que figurassem nos livros de registro, das quais indicaria o
nome, domicílio, profissão, e referências aos livros em que eram mencionadas . 173
Na Corte e nas capitais, eram sempre conhecidos como “Oficiais do Registro Geral”. O
cargo, em tais circunstâncias, era um “ofício de justiça”, pois estava na classe dos
serventuários vitalícios, e era sujeito a concurso. Já em outras comarcas a situação era
diversa. Não se tratava de ofício privativo, mas de comissão temporária, cometida aos
tabeliães. Não dependia de provimento vitalício e definitivo, e não estava submetido ao
concurso público, mas sim à designação do presidente da província. A designação não era
permanente, podendo ser cassada por motivos de serviço público; era obrigatória a quem
se ordenasse que a executasse; somente poderia ser exercida por tabelião. Com isso, fora
da corte e capitais, a delegação acabava por ser um presente de políticos e juízes,
mudando com a mudança destes . 179
Tal situação era ruinosa, pois a escrituração não era uniforme, e desaparecia o arranjo
dos livros e papéis do serviço. Por isso, o aviso n. 347 de 18 de agosto de 1875, constante
do apêndice, declarou que convinha manter o titular no cargo tanto quanto fosse possível,
somente sendo cassada a designação nas hipóteses de mudança de sede da comarca.
Por outro lado, o regulamento de 1885 determinava a criação de ofícios privativos também
nas demais localidades, o que aumentaria a credibilidade da instituição. A criação do cargo
de oficial do registro geral nas capitais incumbia às assembleias legislativas provinciais,
tendo em vista que o ato adicional, em seu artigo 10, parágrafo 7º atribuiu a essas a
competência para criação ou supressão dos ofícios de justiça. No entanto, o legislativo
federal delegou essa possibilidade aos presidentes das províncias, o que leva a crer que
legislativo e executivo estaduais poderiam criá-los, concorrentemente. Pelas regras da
unidade e indivisibilidade, não poderiam ser criadas duas vagas na mesma cidade, nem se
dividir o ofício entre inscrições e transcrições, nem o anexar a qualquer tabelião da
capital .
180
Na Corte o exame deveria ser prestado perante a inspetoria geral de instrução pública;
as escolas politécnica, militar, naval ou normal; perante o tesouro nacional ou outra
repartição que exigisse as disciplinas para preenchimento de seus quadros. Já nas capitais
de províncias as provas deveriam ser prestadas perante o curso preparatório das
faculdades de direito; as delegacias de instrução secundária; as escolas oficiais de minas
ou farmácia; as escolas normais, liceus, institutos ou outros estabelecimentos de instrução
pública geridos pelos governos provinciais. Estavam dispensados das provas de português
e matemática os doutores e bacharéis em direito, os doutores e bacharéis em medicina,
matemáticas, ciências ou artes, os bacharéis em letras pelo Colégio Dom Pedro II, e os
serventuários providos depois de 1881 .184
Para serem aceitos, os títulos deveriam atender à forma legal. Deveriam ser lavrados
por instrumento público, ou, nas hipóteses permitidas, por instrumento particular assinados
pelas partes, as quais deveriam ser reconhecidas pelo oficial. Ainda, deveria o título ser
acompanhado do selo devido, e do recibo do pagamento do imposto de transmissão de
propriedade. O mesmo tratamento era dado a atos autênticos lavrados no exterior,
legalizados pelos consulados brasileiros e traduzidos para o vernáculo por tradutor
habilitado .
187
O fim principal da transcrição era levar às pessoas o conhecimento das mutações reais
sofridas por um certo bem imóvel, como um mecanismo de publicidade que gerasse
informação sobre a titularidade e a existência de ônus ou direitos limitados que
restringissem o valor e a disponibilidade dos bens. Por isso, abrangia os atos entre vivos, a
título oneroso ou gratuito, o fazendo por presumir que, por suas formas próprias, não
alcançariam um grau apreciável de publicidade. Pela mesma razão, não abrangia os
direitos sobre imóveis adquiridos por sucessão, legítima ou testamentária, presumindo a lei
que as formalidades que margeavam estas transmissões já conteriam suficiente
notoriedade. Ainda, a sucessão transferiria o domínio desde sua abertura, e
independentemente da tradição. Para Lafayette, submeter a transmissão a uma
formalidade derrogaria de modo inútil um princípio já aceito e determinado por
necessidades práticas .
188
Porém, havia certos atos dispensados de transcrição pelo decreto que não gozavam
desta publicidade: eram atos judiciais, como a arrematação e a adjudicação, as sentenças
proferidas nas ações divisórias, as sentenças que adjudicavam bens de raiz aos que
pagassem dívidas comuns nos inventários e partilhas. Não havia razões fortes para serem
excluídos da transcrição, podendo gerar fraudes. A simples publicidade do ato judicial não
era a publicidade demandada pela lei para as mutações reais imobiliárias, cuja fonte era o
registro. A publicidade dos atos judiciais era tão insuficiente que a própria lei exigia a
inscrição da sentença para validade perante terceiros da hipoteca judicial .
189
O Registro Geral teve grande importância por ter aberto as portas da publicidade
imobiliária às transmissões por atos entre vivos de direitos reais sobre imóveis. Quanto ao
direito formal, apresentou inovações em relação ao direito anterior, como a grande
ampliação do número de livros, designando séries específicas para a hipoteca, e para as
transcrições. Ainda, estes passaram a ser escriturados de forma padronizada, em livros
impressos segundo modelos previstos no Regulamento e adquiridos pelos oficiais por
intermédio do governo. E a escrituração passou a ser feita por extrato, não obstante a
designação “transcrição” aplicada ao registro dos atos translativos de direitos sobre
imóveis.
O Decreto 18.542, de 1928, autorizado pelo Decreto Legislativo 4.827, de 1924, e pelo
Decreto Legislativo 5.053, de 1926, e o Decreto 4.857, de 1939, a despeito de
consistirem em regulamentos destinados a tratar do Direito Formal de Registro acabam
ingressando no âmbito do direito material, ao prever as hipóteses de atos de registro e de
averbação. A rigor, esta matéria deveria, por seu conteúdo, estar tratada no Código Civil,
já que, em essência, diz respeito às situações jurídicas às quais se pretende ligar os
efeitos da publicidade imobiliária.
O Decreto 18.542 manteve os mesmos livros que já constavam do Decreto 370, exceto
quanto ao livro auxiliar, que passou a ser único. Isto foi repetido no Decreto 4.857,
ressalvado que este criou também um livro-talão de cédulas pignoratícias. Quanto a seu
tamanho, eliminaram a divisão em classes que era prevista no Decreto 370, e que
repercutia no seu número de páginas. Todos os livros, agora, passariam a ter o mesmo
tamanho, independente da entrância da comarca em que situado o registro.
Ao tratar das situações em que o título fosse nulo ou falso, e do dever de recusa do
oficial em registrar por duvidar da sua legalidade, o Decreto 370 previa que o
cancelamento do registro deveria se dar necessariamente por decisão judicial ou acordo
entre as partes. O Decreto 18.542 não tratou apenas do cancelamento, mas também da
possibilidade de retificação do registro, distinguindo casos em que esta poderia ser
realizada pelo próprio oficial – quando houvesse erro evidente na transposição dos dados
do título – daquelas em que a jurisdição era necessária.
Nova tentativa foi feita pelo autor em 1969. O anteprojeto seria incorporado ao novo
regulamento, o qual recebera também sugestões das Corregedorias de Justiça dos
tribunais da Guanabara e de Sergipe. Previa uma espécie de fé pública registral, operada
pela presunção absoluta da existência do direito em favor do adquirente que
desconhecesse a inexatidão do registro, ao qual não se opusera oportuna contradita, e
adquirisse a título oneroso. Previa, ainda, a criação de um livro fundiário, estabelecendo os
registros com base real, a “matrícula” do imóvel como inscrição aquisitiva, ou seja, aquela
que ocuparia o primeiro lugar no fólio, e a coordenação do registro com o cadastro, o qual
disciplinava como uma seção do registro de imóveis. E, em suas disposições finais, entre
outros pontos extinguia o Registro Torrens.
viu, ninguém previamente o conheceu para que pudesse estudá-lo, debatê-lo, e, assim,
apresentar sugestões que viessem melhorá-lo, escoimando-o de imperfeições e obstáculos
insuperáveis que, fatalmente, ocorrerão na sua execução prática” . Elvino criticava, ainda,
194
a afoiteza do projeto, bem como destacava a importância de que a criação de uma nova lei
de registros fosse feita em compasso com a reforma do Código Civil que então já se
iniciava .
195
Segundo Elvino, a criação do livro de Registro Geral era uma canhestra tentativa de
implantação do Brasil do fólio real, a qual, estabeleceu um modelo prévio com este fim, no
anexo do Decreto-Lei mas, sem maiores cuidados, manteve como disciplina da
escrituração as disposições do Decreto 4.857 de 1939, tornando impossível o
cumprimento da norma . 196
formulados pelo então Ministro da Justiça, Gama e Silva, figurava a ideia de “um registro
próprio para cada imóvel”, de maneira a facilitar uma futura “cadastração”.
Dessa maneira, por inovar sem qualquer critério razoável na natureza dos atos
praticados pelo registrador, e não inovar naquilo que se fazia mais necessário – a
implantação do fólio real – não é de espantar que o Decreto-Lei 1.000 tenha tido sua
execução adiada sucessivamente pelos Decretos 65.905, de 1969, 69.803, de 1971 e
72.406, de 1973, até ser revogado expressamente pela Lei 6.064, de 1974.
Uma nova tentativa de reforma, que daria origem à Lei 6.015, de 1973, se deu pelo
Projeto de Lei 2.267, de 1970, apresentado ao Plenário da Câmara em 19 de agosto de
1970 pelo deputado paranaense Francisco Accioly Rodrigue da Costa Filho, conhecido
como Accioly Filho. Na justificativa , Accioly Filho afirmava que o projeto era baseado em
198
trabalho elaborado por Ruy Ferreira da Luz, que fora durante longos anos, antes de se
aposentar, registrador no 1º Registro de Imóveis de Curitiba. Esclarecia o deputado que os
redatores do projeto que resultou no Decreto-Lei 1.000 não haviam compreendido as
intenções do Ministro da Justiça para a reforma. A reforma não exigia, a rigor, “um registro
para cada imóvel”, mas sim uma “matrícula para cada imóvel”, e registro, na matrícula, dos
atos que tivessem por objeto o imóvel matriculado. A matrícula diria respeito “à
caracterização do imóvel e à indicação de seu proprietário”; e o registro corresponderia “às
anotações das transferências e dos ônus relativos ao imóvel matriculado”. Quanto à
terminologia, a justificativa defendia a substituição dos termos transcrição e inscrição por
registro.
Ruy Ferreira da Luz entendia que a mais importante inovação seria, efetivamente, a
matrícula dos imóveis, de maneira a facilitar as pesquisas sobre a situação jurídica do bem
– que até então dependia da análise de vários livros distintos, cada um destinado a uma
espécie de assentamentos – e autorizando a mecanização da escrituração. O registrador
remete a Lysippo Garcia a ideia da adoção da matrícula, e deixa claro que, se, por um
lado, a matrícula não é um cadastro, por outro a inovação acabaria por suprir algumas das
deficiências da inexistência de um cadastro, e a perfeita execução da lei poderia contribuir
para seu aperfeiçoamento . Com efeito, já em 1922 Lysippo Garcia, na observação final
199
Com o fim da legislatura, o projeto foi arquivado em 02 de abril de 1971, nos termos do
artigo 104 da Resolução da Mesa de 22 de janeiro de 1964, que consolidava o então
vigente Regimento Interno da Câmara. Poucos dias depois, em 22 de abril de 1971 o
deputado paranaense Italo Conti requereu ao Presidente da Câmara seu desarquivamento,
o que foi deferido no dia 26 do mesmo mês.
No Senado foi proposto um novo substitutivo pelo agora senador Accioly Filho,
aproveitando, segundo ele, emendas dos senadores Carvalho Pinto, Nelson Carneiro e
Carlos Lindenberg, assim como sugestões “dos professores Almiro Couto e Silva e Rui
Ferreira Luz”. O substitutivo representava, em parte, um retorno a alguns preceitos do
Decreto-Lei 1.000 – como a divisão dos atos em transcrição, inscrição e averbação – e
propunha a divisão dos livros principais em “Registro Geral”, “Auxiliar”, e “Registros
Diversos”. Segundo Ruy Ferreira da Luz, o retorno à terminologia transcrição e inscrição se
deu a pedido do Ministério da Justiça, levando em conta o fato de que eram os termos que
apareciam em toda a legislação civil, com o que a adoção do novo termo “registro”
dependeria da alteração também das outras normas . 201
Caberia ao Registro Geral, nos termos do substitutivo, a matrícula dos imóveis bem
como a realização de registros e averbações que não fossem destinados expressamente
aos outros livros. Já o Livro Auxiliar – que já constava do projeto primitivo de Accioly, com
as mesmas funções, sem figurar entre os livros numerados - seria dividido em colunas, e
nele seriam registradas, por extrato, as convenções antenupciais, assim como os
contratos-padrão de que trata o artigo 61 da Lei 4.380, de 1964. No livro de Registros
Diversos seriam debêntures, cédulas de crédito e outros atos de competência do registro
de imóveis que não se referissem a imóveis determinados. Os livros destinados
especificamente aos registros de incorporações e de loteamentos eram mantidos.
Consta da transcrição da sessão no Diário Oficial que o requerimento foi aprovado após
os deputados, instados pelo presidente da Câmara, terem permanecido como se
encontravam; todavia a votação foi feita no mesmo dia, à tarde. Nas discussões, afirmou o
Deputado Francisco Amaral que o projeto havia hibernado na Câmara e no Senado, o que
ocorrera, segundo acreditava, “por inspiração do Executivo ou de alguém do Executivo”. A
despeito disso, na semana anterior à votação, com extraordinária rapidez o Senado
aprovara um substitutivo total que foi devolvido â Câmara “na sexta-feira, à última hora, às
horas sombrias da noite”. Assim, protestava o parlamentar contra “a volúpia, o desejo
incontido, a ânsia, a aflição do partido majoritário, nesta Casa, no sentido de fazer aprovar,
sem que os Parlamentares tenham conhecimento integral da matéria, um substitutivo que,
na verdade, é inteiramente ignorado pela maioria dos membros da Câmara dos
Deputados”. A contrariedade do deputado não dizia respeito ao mérito do projeto, mas sim
ao fato de que a Arena prevalecia-se “de sua esmagadora maioria para obrigar a Minoria a
votar, a decidir, a deliberar sobre um projeto que a maior parte dos Srs. Deputados
desconhece”. Em resposta, o Deputado Sinval Guazzelli afirmou que a Comissão de
Constituição e Justiça havia examinado o substitutivo todo e recomendado sua aprovação
por unanimidade. Retorquiu o Deputado Francisco Amaral que a Comissão havia tomado
conhecimento do substitutivo na véspera, apenas por seus nove integrantes – se é que
tinham tomado – razão por que o MDB votaria contrariamente à aprovação. Em resposta, o
Deputado Cantídio Sampaio afirmou ser “absolutamente lírica” a tese do Deputado
Francisco Amaral de que deveriam todos os deputados ter conhecimento em profundidade
de todas as proposições. Segundo ele, se assim fosse, “haveria aqui 310 técnicos em
Direito Processual Civil, e todos conheceríamos profundamente o novo Código de
Processo Civil. Sabe S. Ex.ª que isto é uma utopia; que é justamente essa divisão de
esforços e de trabalho que caracteriza o procedimento desta Casa em todas as ocasiões
em que legisla”.
Quanto ao seu grau de minúcia, Afrânio de Carvalho afirmava que o diploma o tinha
demasiado para uma lei, e, por outro lado, como regulamento, carecia de profundidade. E
ainda trazia matéria estranha ao seu contexto, como o Sistema Torrens . 202
Antes do início de sua vigência a lei já seria alterada. Pela Mensagem nº 37, de 1975 –
CN, de 24 de abril de 1975, a Presidência da República encaminhou ao Congresso
Nacional um projeto de lei alterando numerosos dispositivos da Lei 6.015, de 1973. Na
exposição de motivos o Ministro da Justiça, Armando Falcão, tratando especificamente das
disposições concernentes ao registro de imóveis afirmava que “acolhendo sugestões do
Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, reformula o Projeto todo o Título V (“Do Registro
de Imóveis”) da Lei nº 6.015, a fim de aperfeiçoar o sistema da matrícula que esse Diploma
introduziu, em caráter geral, no nosso ordenamento jurídico”.
Para isso, o projeto reduzia o número de livros a cinco, eliminando os livros destinados
a “registros diversos”, “registro de incorporações” e “loteamentos”. Tudo aquilo que não
coubesse no Livro 2, por não refletir diretamente em imóvel matriculado, seria lançado no
Livro 3, de Registro Auxiliar. O projeto também eliminava a distinção entre transcrição e
inscrição, englobando-as sob a terminologia registro.
O próximo passo nessa evolução situa-se, pelo que se pode vislumbrar para o futuro,
na estruturação dos dados constantes das matrículas e em sua transposição a um Sistema
de Registro Eletrônico de Imóveis, por meio da primeira qualificação eletrônica de que trata
o artigo 10, III, do Provimento 89, de 18 de dezembro de 2019, da Corregedoria
Nacional de Justiça. Este será, provavelmente, o próximo capítulo de nossa História.
1
.Manoel Linhares De Lacerda, Tratado das Terras do Brasil, Vol. I, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Editora Alba
Limitada, 1960.
2
.Cf. Marcelo Salaroli de Oliveira, Publicidade Registral Imobiliária, 1ª Ed., São Paulo, Saraiva, 2010, p. 107.
3
.Cf. Augusto Teixeira De Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de Janeiro, Laemmert, 1865, p. 431.
4
.Cf. Sérgio Jacomino, Registro do Vigário – um conto sem fim, 2011, Disponível em:
<https://arisp.wordpress.com/2011/03/19/registro-do-vigario-um-conto-sem-fim/>.
5
.Cf. Augusto Teixeira De Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de Janeiro, Laemmert, 1865, p. 433.
6
.Cf. Lourenço Trigo De Loureiro, Instituições de Direito Civil Brasileiro, Vol. I, 4ª Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1871, pp. 253-254.
7
.Cf. Manuel Antônio Coelho Da Rocha, Instituições de Direito Civil Portuguez, 2ª. Ed., Rio de Janeiro, H.
Garnier, 1907, p. 31.
8
.É interessante observar a praxe tabelioa, que, mesmo após a vigência do Código Civil de 1916 e
consequente necessidade do registro para a transmissão dos direitos reais sobre imóveis, seguiu inserindo
nos modelos das escrituras públicas expressões como “os outorgantes desde já cedem e transferem ao
outorgado toda a posse, domínio, direitos e ações que sobre o aludido imóvel ora vendido exerciam, para
que possa o mesmo outorgado dele usar, gozar e livremente dispor como seu que é e fica sendo de hoje em
diante, por força desta escritura”, ou “os outorgantes lhe cedem e transferem todo domínio, direito, ação e
posse que tinham sobre o dito imóvel”. Para os modelos, confrontar, respectivamente Sylvio Brantes De
Castro, Novo Manual dos Tabeliães (Teoria e Prática), 5ª Ed., São Paulo, Edições e Publicações Brasil,
1963, p. 96 e Carlos Alberto de Motta, Manual Prático dos Tabeliães, 9ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 2004,
p. 111. Se isso, por um lado, valia como tradição ficta antes da criação do Registro Geral, por outro, após a
criação do registro, acabou por conter verdadeiro negócio jurídico real de disposição, em que o alienante
manifesta a vontade de transmitir, e o adquirente de adquirir.
9
.Cf. Afranio de Carvalho, Registro de Imóveis – Comentários ao sistema de registro em face da Lei No
6.015, de 1975, 3ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1982, pp. 1-15.
10
.Para mais detalhes, cf. Ivan Jacopetti do Lago, O tratamento jurídico da venda de imóvel com divergência
de área na evolução do Direito Brasileiro; venda ad corpus e ad mensuram, Tese de Doutorado, São Paulo,
USP, 2014, p. 32 e seguintes.
11
.Cf. Ivan Jacopetti do Lago, O tratamento jurídico da venda de imóvel com divergência de área na evolução
do Direito Brasileiro; venda ad corpus e ad mensuram, Tese de Doutorado, São Paulo, USP, 2014, pp. 47-
48.
12
.Cf. Ivan Jacopetti do Lago, O tratamento jurídico da venda de imóvel com divergência de área na evolução
do Direito Brasileiro; venda ad corpus e ad mensuram, Tese de Doutorado, São Paulo, USP, 2014, p. 656.
13
.Cf. Lourenço Trigo De Loureiro, Instituições de Direito Civil Brasileiro, Vol. II, 4ª Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1871, p. 124.
14
.Com um estilo mais literário do que jurídico, o autor cita um exemplo de grande injustiça que a hipoteca
poderia causar: “Um homem exhausto de forças, miserável, talvez enfermo, é socorrido por outro, que lhe
empresta o necessário para a sua cura e subsistência até que possa voltar ao trabalho. Nesse acto o credor
é movido, é certo, pelo seu interesse pela confiança que deposita na perícia do artista enfermo; mas não
deixa de consultar os estímulos nobres do coração. O devedor não tem outra garantia a dar, além de
esperanças; e essas não são matéria hypothecavel. Correm os tempos. O artista restabelecido adquire de
repente pela sua industria, ou por doação alguns bens e, impellido pela ambição ou por qualquer
circumstancia fortuita, hypotheca estes bens a um novo credor mediante juros enormes. O dinheiro
proveniente desse ultimo empréstimo é consumido na satisfação, quem sabe? – de torpes vícios e paixões
desregradas. Como são essas relações jurídicas apreciadas pela lei civil, por essa mesma lei que em breve
se vai mostrar ridiculamente sentimental, sacrificando a justiça a uma falsa compaixão?Ao homem que
conservou uma existência à sociedade e à família; que, promovendo o seu interesse, praticou uma obra de
caridade; ao primeiro credor que, socorrendo o artista, foi o garante da acquisição posterior; a esse a lei
nega o direito real, e concede-lhe apenas um misero direito pessoal, sujeito a mil eventualidades. Ao outro,
ao usurário talvez, ao segundo credor, que, no rigor da justiça, fez um contracto nullo sobre haveres que o
artista já não possuía; a esse, talvez usurário e especulador, que veio acoroçoar o vicio e a improbidade; a
lei confere-lhe o direito real, e como corollário infallivel – a preferência. Nem sequer partilha; a um tudo, a
outro nada. A quem restituiu a sociedade um membro útil, a sociedade paga, despojando do que é
rigorosamente seu. A quem, ao contrario, prescindiu da creatura racional, e ateve-se unicamente à cousa, à
matéria bruta, a sociedade protege e privilegia! Como é generosa e animadora uma lei que esmaga assim o
coração humano, sob o peso da mais sórdida cobiça! A jurisprudência não cura de homens, mas de
proprietários. (...).Em outros termos, o primeiro credor tinha a hypotheca natural, legitima, racional, que é o
resultado lógico do empréstimo: o segundo tem a hypotheca artificial, nulla e absurda, imposta à força pelo
legislador.” Cf. José De Alencar, A Propriedade, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Garnier, 1883, pp. 72-74.
15
.Cf. José De Alencar, A Propriedade, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Garnier, 1883, p. 72.
16
.Cf. Júlia Rosseti Picinin Arruda Vieira, Transmissão da Propriedade Imóvel Pelo Registro do Título e
Segurança Jurídica: Um Estudo de História do Direito Brasileiro, Dissertação de Mestrado, Universidade de
São Paulo, 2007.
18
.Cf. José Prospero Jehovah da Silva Caroatá, Resolução de 07 de Junho de 1845, in, Imperiaes Resoluções
Tomadas Sobre Consultas da Secção de Justiça do Conselho de Estado, Vol. I, 1ª Ed., Rio de Janeiro,
Garnier, 1884, pp. 50-53.
19
.Cf. José Prospero Jehovah da Silva Caroatá, Resolução de 07 de Junho de 1845, in, Imperiaes Resoluções
Tomadas Sobre Consultas da Secção de Justiça do Conselho de Estado, Vol. I, 1ª Ed., Rio de Janeiro,
Garnier, 1884, pp. 53-64.
20
.Cf. Lourenço Trigo De Loureiro, Instituições de Direito Civil Brasileiro, Vol. II, 4ª Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1871, p. 124.
21
.Decreto 482, de 1846, artigo 13: São effeitos legaes do registro das hypothecas: 1.º tornar nulla, a favor do
credor hypothecario, qualquer alienação dos bens hypothecados, que o devedor possa fazer, posteriormente
ao registro, por titulo, quer gratuito, quer oneroso: 2.º poder o credor hypothecario com sentença, penhorar e
executar os bens registrados, em qualquer parte que elles se acharem: 3.º conservar ao credor hypothecario
o privilegio de preferencia, nos bens registrados que, pela hypotheca, possa haver adquirido.
23
.Cf. Augusto Teixeira De Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de Janeiro, Laemmert, 1865, p. 617.
24
.Decreto 482, de 1846, artigo 17: Os credores hypothecarios, por titulos de data anterior á installação do
Registro geral das hypothecas, na Comarca onde forem situados os bens hypothecados, conservarão todos
os direitos que, a esse tempo houverem adquirido, huma vez que procedão ao competente registro, dentro
de hum anno subsequente á dita installação. As hypothecas referidas que forem registradas depois de hum
anno, só começarão a contar os seus effeitos legaes da data do seu registro.
25
.Decreto 482, de 1846, artigo. 14: Depois da installação do Registro das hypothecas, em qualquer Comarca,
os effeitos legaes das hypothecas dos bens n’ella situados, só começarão a existir da data do registro das
mesmas hypothecas. Artigo 15: No caso, porêm, em que duas hypothecas do mesmo devedor sejão
registradas no mesmo dia, não terá huma preferencia sobre a outra, ainda que o Tabellião declare que huma
foi registrada de manhã, e outra de tarde. Valerá, em tal caso, em igualdade de circunstancias, a data das
escripturas.
26
.Cf. Décio Antônio Erpen e João Pedro Lamana Paiva, Panorama Histórico do Registro de Imóveis no Brasil,
in, RDI 43 (1998).
27
.Cf. Affonso Dionysio Gama, Da Hypotheca (Theoria e Pratica), 1ª Ed., São Paulo, Saraiva, 1921, p. 14.
28
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2ª. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
p. 406.
29
.Cf. Relatório da Repartição dos Negócios da Justiça Apresentado à Assembléia Geral Legislativa na 4ª
Sessão da 6ª Legislatura em 1847 pelo Respectivo Ministro e Secretário d’Estado José Joaquim Fernandes
Torres, Rio de Janeiro, Typographia do Mercantil, 1847, pp. 8-11.
30
.Cf. Augustinho Marques Perdigão Malheiro, Repertório ou Índice Alphabetico da Reforma Hypothecaria e
Sobre Sociedades de Crédito Real (L. n.º 1237 de 24 de Setembro de 1864; Reg. n.º 3741 de 3 de Junho de
1865), 1ª Ed., Rio de Janeiro, Typographia Nacional, 1865, p. V.
31
.Cf. Afranio de Carvalho, Registro de Imóveis – Comentários ao sistema de registro em face da Lei nº 6.015,
de 1975, 3ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1982, pp. 1-15.
32
.Cf. Senado Federal, Falas do Trono – Desde o ano de 1823 até o ano de 1889, 1ª Ed., Brasília, Edições do
Senado Federal, 2019.
33
.Cf. Joaquim Nabuco, Um Estadista do Império, Vol. I, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Garnier, 1897, p. 270.
34
.Cf. Augustinho Marques Perdigão Malheiro, Repertório ou Índice Alphabetico da Reforma Hypothecaria e
Sobre Sociedades de Crédito Real (L. n.º 1237 de 24 de Setembro de 1864; Reg. n.º 3741 de 3 de Junho de
1865), 1ª Ed., Rio de Janeiro, Typographia Nacional, 1865, p. VI-VII.
35
.Cf. Teresa Cristina de Novaes Marques, Eram os senhores de engenho caloteiros? Reflexões sobre o
crédito e os direitos de propriedade no mundo luso, in, história econômica & história de empresas,
(17) (2014).
36
.É este o texto do parecer: “No Brasil estes princípios não se haviam introduzido na legislação; a
especialidade não se conhecia, e a publicidade só nos últimos tempos fora admitida e assim mesmo
incompleta e manca, não trazendo portanto as vantagens que a deviam acompanhar. Fixar o direito de
propriedade deve ser a primeira condição de um bom sistema hipotecário. Aqui desejaria a Comissão dar à
transcrição maior valor do que lhe dá o projeto; a transcrição deve importar a prova da propriedade e não
uma simples presunção.” Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis – A Transcripção, Vol. I, 1ª Ed., Rio de
Janeiro, Francisco Alves, 1922, p. 90.
37
.É este o texto do parecer: “No Brasil estes princípios não se haviam introduzido na legislação; a
especialidade não se conhecia, e a publicidade só nos últimos tempos fora admitida e assim mesmo
incompleta e manca, não trazendo portanto as vantagens que a deviam acompanhar. Fixar o direito de
propriedade deve ser a primeira condição de um bom sistema hipotecário. Aqui desejaria a Comissão dar à
transcrição maior valor do que lhe dá o projeto; a transcrição deve importar a prova da propriedade e não
uma simples presunção.” Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis – A Transcripção, Vol. I, 1ª Ed., Rio de
Janeiro, Francisco Alves, 1922, p. 90.
38
.Cf. Sérgio Jacomino, Reforma hipotecária de 1854: o “monstro de Horácio”, 2010, Disponível em:
<https://arisp.wordpress.com/2010/03/14/reforma-hipotecaria-de-1854-o-monstro-de-horacio/>.
39
.“A Comissão não desconhece que seria muito proveitoso para a consolidação e certeza do domínio o
registro público dos títulos de propriedade, de maneira a considerar-se o adquirente, ou o credor hipotecário,
perfeitamente seguro e inatacável a respeito do objeto adquirido ou hipotecado, e dos encargos a que está
sujeito; porém, o meio do sistema não produz estes resultados. A propriedade continua sujeita às variadas
ações reais, não só do próprio cedente, mas às que este era obnóxio, visto como, segundo o disposto no
projeto, o registro não prova o domínio, que fica a salvo a quem o tiver. Nos países em que essa
formalidade foi adotada, acontece o contrário, porque em alguns constitui a mutação das propriedades um
ato judiciário, em que se liquida o domínio, servindo-lhe de prova; em outros, o solo está demarcado,
cadastrado e dividido cuidadosamente. Se estas condições não existem entre nós, como transplantar o
sistema que nelas se baseia?”. Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis – A Transcripção, Vol. I, 1ª Ed.,
Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1922, p. 91.
40
.Cf. Didimo Agapito da Veiga, Direito Hipotecário – Comentário ao Decreto 169-A de 19.01.1890, 1ª Ed., Rio
de Janeiro, Laemmert, 1899.
43
.Cf. Augusto Teixeira de Freitas, Pareceres do Dr. Augusto Teixeira de Freitas, in, Reforma Hypothecaria –
Projectos e Pareceres mandados coligir pelo Exmo. Ministro e Secretario de Estado dos Negócios da
Justiça João Lustosa da Cunha Paranaguá, Rio de Janeiro, Tipografia Nacional, 1860, pp. 88-89.
44
.Cf. Augusto Teixeira de Freitas, Pareceres do Dr. Augusto Teixeira de Freitas, in, Reforma Hypothecaria –
Projectos e Pareceres mandados coligir pelo Exmo. Ministro e Secretario de Estado dos Negócios da
Justiça João Lustosa da Cunha Paranaguá, Rio de Janeiro, Tipografia Nacional, 1860, p. 89.
45
.Cf. Augusto Teixeira de Freitas, Pareceres do Dr. Augusto Teixeira de Freitas, in Reforma Hypothecaria –
Projectos e Pareceres mandados coligir pelo Exmo. Ministro e Secretario de Estado dos Negócios da
Justiça João Lustosa da Cunha Paranaguá, Rio de Janeiro, Tipografia Nacional, 1860, p. 92.
46
.Cf. Augusto Teixeira de Freitas, Pareceres do Dr. Augusto Teixeira de Freitas, in, Reforma Hypothecaria –
Projectos e Pareceres mandados coligir pelo Exmo. Ministro e Secretario de Estado dos Negócios da
Justiça João Lustosa da Cunha Paranaguá, Rio de Janeiro, Tipografia Nacional, 1860, p. 92.
47
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis – A Transcripção, Vol. I, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, p. 89-92.
48
.Cf. José Furtado De Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 41-53.
49
.Cf. José Furtado De Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 41-53.
50
.Cf. José Furtado De Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 41-53.
51
.Cf. José Furtado De Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 41-53.
52
.Cf. Augusto Teixeira De Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª Ed., Rio de Janeiro, Laemmert, 1865,
p. 281. É o teor do artigo 534 da Consolidação, no qual se baseia o autor: Vendida a mesma cousa a duas
differentes pessoas, prefere o comprador à quem primeiro se fez a entrega, se à esta accedeu o pagamento
do preço, ou o vendedor se deu por pago.
53
.Cf. Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque Sobrinho, Regimen Hypothecario Brazileiro (Legislação e
Doutrina), 1ª Ed., Porto Alegre, Typographia da Livraria Americana, 1906, p. 26 (nota 9).
54
.Cf. José Furtado De Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 41-53.
55
.Cf. José Furtado De Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 41-53.
56
.Cf. Martinho Garcez, Do Direito das Coisas Segundo o Projeto de Código Civil Brazileiro, 1ª Ed., Rio de
Janeiro, Tipografia do Jornal do Commercio, 1915, pp. 111-112.
57
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2a. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
s.d., p. 103 (nota 02).
58
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2a. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
pp. 104-107.
59
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2a. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
pp. 104-116.
60
.Cf. Agostinho Marques Perdigão Malheiro, Repertório ou Índice Alphabetico da Reforma Hypothecaria e
Sobre Sociedades de Crédito Real (L. n.o 1237 de 24 de Setembro de 1864; Reg. n. o 3741 de 3 de Junho
de 1865), 1ª Ed., Rio de Janeiro, Typographia Nacional, 1865, p. VI.
61
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
complete sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc., 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, p. 256.
62
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis – A Transcripção, Vol. I, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, p. 94.
63
.Segundo o autor, o Direito Brasileiro pré-codificado admitiu a transmissão da propriedade imóvel pelo
consenso das partes, independentemente de tradição, seguindo a doutrina do direito francês e dos demais
que a este se filiaram. No entanto, pelos riscos deste regime, foi criado um sistema de publicidade, para que
a transferência tivesse valor contra terceiros. O autor reconhece que haveria aí uma contradição essencial,
e uma incongruência no direito de propriedade, o que, segundo ele, levou a que se preparasse no Código
Civil de 1916 uma mudança que a sanasse. Cf. Caio Mário Da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Vol.
IV, 13ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1998, p. 90.
64
.Para ele, vigorava no Brasil até o advento do Código Civil o Sistema Francês, pelo qual a propriedade
imóvel se adquire pelo contrato, servindo a transcrição para dar publicidade e oponibilidade a terceiros.
Nessa época, a escritura de compra e venda, por si mesma, transmitia o domínio, e, por isso Teixeira de
Freitas e Lafayette prepararam a reforma, consubstanciada no Código Civil. Cf. Washington de Barros
Monteiro, Curso de Direito Civil – Direito das Coisas, Vol. 3, 22ª Ed., São Paulo, Saraiva, 1983, pp. 104-105.
65
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2ª. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
p. 116 (nota 02).
66
.Cf. Martinho Garcez, Do Direito das Coisas Segundo o Projeto de Código Civil Brazileiro, 1ª Ed., Rio de
Janeiro, Tipografia do Jornal do Commercio, 1915, p. 115.
67
.Cf. Martinho Garcez, Do Direito das Coisas Segundo o Projeto de Código Civil Brazileiro, 1ª Ed., Rio de
Janeiro, Tipografia do Jornal do Commercio, 1915, p. 117-120.
68
.Cf. Martinho Garcez, Do Direito das Coisas Segundo o Projeto de Código Civil Brazileiro, 1ª Ed., Rio de
Janeiro, Tipografia do Jornal do Commercio, 1915, p. 120 (nota 02).
69
.Cf. Relatorio do Ministério da Justiça. Rio de Janeiro, Typographia Nacional, 1865, p. 33.
70
.Cf. José Furtado De Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 41-53.
71
.Cf. Martinho Garcez, Da Hypotheca e das Acções Hypothecarias – Annotações ao Código Civil Brasileiro
(Arts. 809 a 862), 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos, 1918, p. 135.
72
.Cf. Manuel Antônio de Alvarenga, Consolidação das Leis Hypothecarias, 1a. Ed., São Paulo, Andrade,
Mello & Comp., 1899, pp. VII-XI. Afirma o autor: “Funcionários da justiça, obrigados a promover de ofício
esta especialização, ao deixar de faze-lo, quantos patrimônios e legítimas arruinaram! Assim, teria sido
melhor a continuação do regime de 1864, pelo qual ficavam gravados de hipoteca todos os bens presentes
e futuros dos reponsáveis, os quais teriam o cuidado de promover a especialização”.
73
.Cf. Manuel Antônio de Alvarenga, Consolidação das Leis Hypothecarias, 1a. Ed., São Paulo, Andrade,
Mello & Comp., 1899, pp. V-VI.
74
.Cf., por exemplo: Philadelpho Azevedo, Registro de Imóveis (Valor da Transcrição), 1ª. Ed., Rio de Janeiro,
Livraria Jacintho, 1942; Fernando Euler Bueno, Effeitos da Transcripção no regime do Código Civil
Brasileiro, 1ª. Ed., São Paulo, RT, 1941; Soriano Neto, Publicidade Material do Registro Immobiliario
(Effeitos da Transcripção), Recife, Officina Gráfica da Tribuna, 1940.
75
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis, Vol. I: A Transcripção, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, pp. 119-130.
76
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis, Vol. I: A Transcripção, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, pp. 119-130.
77
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis, Vol. I: A Transcripção, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, pp. 119-130.
78
.Para Rui Barbosa, a mudança de um termo consagrado – transcrição – não se justificava, tendo ares de
modismo. Clóvis Beviláqua refutou a crítica, afirmando ser frágil o argumento da manutenção pela simples
tradição. O termo somente faria sentido onde realmente o título fosse transcrito integralmente, o que não era
o caso, pois, no sistema vigente, a inscrição era feita por extrato, pela inclusão num formulário de dados
específicos constantes do título. Contudo, prevaleceu o argumento posto por Rui Barbosa. Cf. Lysippo
Garcia, O Registro de Imóveis: A Transcripção, Vol. I, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1922,
pp. 142-143.
79
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis, Vol. I: A Transcripção, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, pp. 103-109.
80
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis, Vol. I: A Transcripção, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, pp. 119-130.
81
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis, Vol. I: A Transcripção, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, pp. 119-130.
82
.Cf. Clóvis Beviláqua, Direito das Coisas, 1º. Vol., 4ª. Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1956, pp. 124-125.
83
.Cf. Arnoldo Medeiros Da Fonseca, O registro immobiliario e sua força probante em face do Código Civil –
Effeitos da Transcripção, in, Archivo Judiciário, XLII (1937).
84
.Cf. Arnoldo Medeiros Da Fonseca, O registro immobiliario e sua força probante em face do Código Civil –
Effeitos da Transcripção, in, Archivo Judiciário, Vol. XLII, 1937, pp. 33-34.
85
.Cf. Miguel Maria de Serpa Lopes, Tratado dos Registros Públicos, Vol. I, 4ª. Ed., Rio de Janeiro, Freitas
Bastos, 1960, pp. 70-85.
86
.Cf. Miguel Maria de Serpa Lopes, Tratado dos Registros Públicos, Vol. I, 4ª. Ed., Rio de Janeiro, Freitas
Bastos, 1960, pp. 70-85.
87
.Cf. Miguel Maria de Serpa Lopes, Tratado dos Registros Públicos, Vol. I, 4ª. Ed., Rio de Janeiro, Freitas
Bastos, 1960, pp. 70-85.
88
.Cf. Miguel Maria de Serpa Lopes, Tratado dos Registros Públicos, Vol. I, 4ª. Ed., Rio de Janeiro, Freitas
Bastos, 1960, pp. 70-85.
89
.Cf. Miguel Maria de Serpa Lopes, Tratado dos Registros Públicos, Vol. I, 4ª. Ed., Rio de Janeiro, Freitas
Bastos, 1960, pp. 70-85.
90
.Cf. Miguel Maria de Serpa Lopes, Tratado dos Registros Públicos, Vol. I, 4ª. Ed., Rio de Janeiro, Freitas
Bastos, 1960, pp. 70-85.
91
. Cf. Miguel Maria de Serpa Lopes, Tratado dos Registros Públicos, Vol. I, 4ª. Ed., Rio de Janeiro, Freitas
Bastos, 1960, pp. 85-88.
92
.Cf. Soriano Neto, Publicidade Material do Registro Immobiliario (Effeitos da Transcripção), Recife, Officina
Gráfica da Tribuna 1940, pp. 125-127.
93
.Cf. Soriano Neto, Publicidade Material do Registro Immobiliario (Effeitos da Transcripção), Recife, Officina
Gráfica da Tribuna 1940, pp. 128-158.
94
.Cf. Soriano Neto, Publicidade Material do Registro Immobiliario (Effeitos da Transcripção), Recife, Officina
Gráfica da Tribuna 1940, pp. 61-70.
95
.Cf. Soriano Neto, Publicidade Material do Registro Immobiliario (Effeitos da Transcripção), Recife, Officina
Gráfica da Tribuna 1940, pp. 162-163.
96
.A responsabilidade do Estado por atos dos notários e registradores sempre foi objeto de muita polêmica,
tendo em vista as grandes dificuldades teóricas em classificá-los como funcionários públicos ou como
simples particulares que respondem por seus próprios atos. Serpa Lopes, nos anos 1960, afirmou que era
inegável o seu status de funcionários públicos, e que, portanto, a tese da responsabilidade do Estado tinha
bastante força (Cf. Miguel Maria Serpa Lopes, Tratado dos Registros Públicos, Vol. I, 4ª. Ed., Rio de Janeiro,
Freitas Bastos, 1960, p. 74). Maria Sylvia Zanella di Pietro os classifica como “Particulares em colaboração
com o Poder Público”, ao lado dos leiloeiros e tradutores juramentados (Cf. Maria Sylvia Zanella di Pietro,
Direito Administrativo, 14ª Ed., São Paulo, Atlas, 2002, p. 437; e Hely Lopes Meirelles os classifica como
“Agentes Públicos Delegados”, ladeados por leiloeiros e tradutores juramentados, e também pelos
concessionários e permissionários de serviços públicos. O autor manifesta-se acerca do tema da
responsabilidade do Estado por seus atos, entendendo ser esta subsidiária, aplicável uma vez comprovada
a insolvência do Agente Delegado. Contudo, apresenta decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, na
Apelação Cível 159.914-5, que reconheceu a responsabilidade solidária da Fazenda do Estado por um ato
lesivo causado por tabelião (Cf. Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 32ª Ed., São Paulo,
Malheiros, 2006, p. 81). E a linha desta decisão é a que tem prevalecido em reiterada jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, sustentando que para efeitos de responsabilidade os notários e registradores
tem status de servidores públicos, e, portanto, o Estado tem responsabilidade direta por seus atos. O Estado
mantém a titularidade da prestação do serviço, o fiscaliza, e o controla. Portanto, não se pode excluir sua
responsabilização (Cf. Hércules Augusto da costa Benício, Responsabilidade Civil do Estado Decorrente de
Atos Notariais e de Registro, 1ª Ed., São Paulo, RT, 2005, pp. 243-244). O autor da citada monografia sobre
o tema, à página 250, fixa seu posicionamento contrário à responsabilização direta do Estado, devendo este
somente responder subsidiariamente. Cita o Recurso Extraordinário 201.595/SP – à época em trâmite
perante o Supremo Tribunal Federal – como um possível leading case deste novo posicionamento. Contudo,
a decisão manteve a posição já consolidada, sendo, portanto, pacífica na jurisprudência a responsabilização
direta do Estado por atos notariais e de registro. Todavia, no Recurso Extraordinário 842.846, de Santa
Catarina, julgado em 2019, fixou-se a tese de que o Estado responde objetivamente pelos atos dos notários
e registradores que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso
contra o responsável, em caso de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
97
.Cf. Soriano Neto, Publicidade Material do Registro Immobiliario (Effeitos da Transcripção), Recife, Officina
Gráfica da Tribuna 1940, pp. 167-169.
98
.Cf. Soriano Neto, Publicidade Material do Registro Immobiliario (Effeitos da Transcripção), Recife, Officina
Gráfica da Tribuna 1940, p. 183.
99
.Cf. Virgílio de Sá Pereira, Manual do Código Civil, Vol. VIII, Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
1924, p. 110.
100
.Cf. Gondim Filho, Transcrição e Domínio no Código Civil, in, Revista de Direito, Vol. 68, p. 257-263.
101
.Cf. Fernando Euler Bueno, Effeitos da Transcripção no regime do Código Civil Brasileiro, 1ª. Ed., São
Paulo, RT, 1941, pp. 24-36.
102
.Cf. Philadelpho Azevedo, Registro de Imóveis (Valor da Transcrição), 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Livraria
Jacintho, 1942, p. 6.
103
.Cf. Philadelpho Azevedo, Registro de Imóveis (Valor da Transcrição), 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Livraria
Jacintho, 1942, p. 11.
104
.Cf. Philadelpho Azevedo, Registro de Imóveis (Valor da Transcrição), 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Livraria
Jacintho, 1942, pp. 49-51.
105
.Cf. Philadelpho Azevedo, Registro de Imóveis (Valor da Transcrição), 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Livraria
Jacintho, 1942, pp. 64-67.
106
.Cf. Philadelpho Azevedo, Registro de Imóveis (Valor da Transcrição), 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Livraria
Jacintho, 1942, p. 83.
107
.Cf. Philadelpho Azevedo, Registro de Imóveis (Valor da Transcrição), 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Livraria
Jacintho, 1942, pp. 88-89.
108
.Cf. Francisco Bertino de Almeida Prado, Eficácia Probatória do Registro, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, Freitas
Bastos, 1943, pp. 121-122.
109
.Cf. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado – Parte Especial – Direito das
Coisas: Propriedade. Aquisição da propriedade imobiliária., Vol. XI, 1ª. Ed, Rio de Janeiro, Borsoi, 1955,
pp. 206-207.
110
.Cf. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado – Parte Especial – Direito das
Coisas: Propriedade. Aquisição da propriedade imobiliária., Vol. XI, 1ª. Ed, Rio de Janeiro, Borsoi, 1955,
p. 211.
111
. Cf. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado – Parte Especial – Direito das
Coisas: Propriedade. Aquisição da propriedade imobiliária., Vol. XI, 1ª. Ed, Rio de Janeiro, Borsoi, 1955,
pp. 234-235.
112
. Cf. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado – Parte Especial – Direito das
Coisas: Propriedade. Aquisição da propriedade imobiliária., Vol. XI, 1ª. Ed, Rio de Janeiro, Borsoi, 1955,
pp. 237-238.
113
.Cf. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado – Parte Especial – Direito das
Coisas: Propriedade. Aquisição da propriedade imobiliária, Vol. XI, 1ª. Ed, Rio de Janeiro, Borsoi, 1955,
pp. 248-249.
114
.Para o autor, a transcrição do título no registro de imóveis corresponde à tradição solene do bem, que os
individualiza e dá publicidade. Presume-se pertencer ao inscrito no registro o domínio da coisa. Não
obstante, a presunção é relativa, revertendo o ônus da prova, e facilitando a defesa do inscrito. Cf. Sílvio
Rodrigues, Direito Civil – Direito das Coisas, Vol. V, 5ª Ed., São Paulo, Saraiva, 1975, pp. 92-93.
115
.Após o advento do Código Civil, teria o direito brasileiro se aproximado do sistema da família germânica,
por ter se tornado a transcrição formalidade essencial à transmissão do domínio. No entanto, no Brasil não
há organização imobiliária semelhante à da Alemanha, e por essa, razão, a transcrição apenas geraria
presunção relativa de domínio em favor do titular inscrito. Contudo, não se trata da mera publicação do
Sistema Francês – é tradição solene do imóvel, transmitindo o domínio ao adquirente. Cf. Washington de
Barros Monteiro, Curso de Direito Civil – Direito das Coisas, Vol. 3, 22ª Ed., São Paulo, Saraiva, 1983,
p. 105.
116
.Para CAIO MÁRIO, no projeto de Código Civil, Beviláqua tentou criar um método que adaptasse o
Sistema Germânico às condições do Brasil, resultando na técnica germânica de aquisição pelo registro, mas
sem todos os efeitos gerados em tal sistema. Assim, o registro no Brasil cria o direito real. Não tem, porém,
a natureza de negócio jurídico abstrato do direito germânico. É ato jurídico causal, dependente do título que
lhe deu causa, somente operando a transmissão dentro dos limites deste. A presunção gerada seria,
portanto, relativa, diferentemente da alemã. O registro tem, contudo, certa força probante, entendida esta no
sentido de que o registro indica um titular de direito real e institui a presunção relativa de propriedade. Cf.
Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Vol. IV, 13ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1998,
pp. 90-94.
117
.Cf. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado, Vol. XI, 1a Ed., São Paulo, RT,
2012, pp. 410-445.
118
.Cf. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado, Vol. XI, 1a Ed., São Paulo, RT,
2012, pp. 410-445.
119
.Cf. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado, Vol. XI, 1a Ed., São Paulo, RT,
2012, p. 427.
120
.Cf. Clóvis do Couto e Silva, A Obrigação Como Processo, 1a Ed., Rio de Janeiro, Editora FGV, 2007,
pp. 52-53.
121
.Cf. Clóvis do Couto e Silva, A Obrigação Como Processo, 1a Ed., Rio de Janeiro, Editora FGV, 2007, pp 54-
55.
122
.Cf. Rafael Domingos Faiardo Vanzella, O Contrato e os Direitos Reais, 1ª Ed., São Paulo, RT, 2013, p. 261.
123
.Cf. Rafael Domingos Faiardo Vanzella, O Contrato e os Direitos Reais, 1ª Ed., São Paulo, RT, 2013, p. 261.
124
.Cf. Leonardo Brandelli, Registro de Imóveis – Eficácia Material, 1a Ed., Rio de Janeiro, Forense, 2016,
pp. 273-317.
125
.Cf. Décio Antonio Erpen, João Pedro Lamana Paiva, Princípios do Registro Imobiliário Formal, in, DIP,
Ricardo (coord.), Introdução ao Direito Notarial e Registral, 1ª Ed., Porto Alegre, SafE, 2004.
127
.Cf. Marcelo Augusto Santana de Melo, O meio ambiente e o Registro de Imóveis, in, Registro de Imóveis e
Meio Ambiente, 1ª Ed., São Paulo, Saraiva, 2010, p. 39.
128
.Cf. Nancy Andrighi, Ricardo Dip, Apontamentos Acerca dos Registros Públicos – Lei Nº 13.097/2015,
disponível em <http://www.irib.org.br/files/obra/20150327_artigo_nancy_desembargador_1.pdf >.
129
.Cf. George Akerlof, The Market For “Lemons”: Quality Uncertainty and the Market Mechanism, in, The
Quarterly Journal of Economics, (84 – 3) (1970).
130
.Cf. Fernando Pedro Méndez González, Fundamentación Económica Del Derecho de Propiedad Privada e
Ingeniería Jurídica Del Intercambio Impersonal, 1ª. Ed., Cizur Menor, Editorial Aranzadi, 2011, pp. 112-138.
131
.Cf. Marcelo Augusto Santana de Melo, Teoria Geral do Registro de Imóveis: Estrutura e Função, 1ª Ed.,
Porto Alegre, SAFe, 2016, p. 137.
132
.No mesmo sentido, cf. Marinho Dembinski Kern, A Lei 13.097/15 adotou o princípio da fé-pública registral?,
in, RDI (78) (2015), p. 53.
133
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, p. 5.
134
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, p. 5.
135
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, pp. 6-7.
136
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, pp. 8-9.
137
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, pp. 8-9.
138
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, pp. 8-9.
139
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, pp. 9-11.
140
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, pp. 11-12.
141
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, pp. 9-11.
142
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, p. 14.
143
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, p. 24.
144
.Cf. José Homem Correia Telles, Manual do Tabelião ou Ensaios de Jurisprudência Eurematica Contendo a
Coleção de Minutas dos Contratos e Instrumentos Mais Usuais, e das Cautelas Mais Precisas nos Contratos
e Testamentos, 1ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, p. 28.
145
.Cf. Lourenço Trigo de Loureiro, Instituições de Direito Civil Brasileiro, Vol. II, 4ª Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1871, p. 123.
146
.Cf. José Furtado de Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., RIO DE JANEIRO, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 81-82.
147
.Cf. José Furtado de Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., RIO DE JANEIRO, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 83-84.
148
.Cf. Dec. 482 de 1846, art. 2º; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 615.
149
.Cf. Dec. 482 de 1846, art. 3º; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 616.
150
.Cf. Augusto Teixeira de Freitas , Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de Janeiro, Laemmert, 1865,
p. 617.
151
.Cf. Dec. 482 de 1846, art. 22. A lei fala tão somente em “autoridade competente”. Há, no entanto, no
apêndice deste trabalho, uma transcrição do termo de abertura do Livro de Inscrições do das Hipotecas
Anteriores à Instalação do Registro do 1º Registro de Imóveis da Capital do Estado de São Paulo, subscrito
pelo Juiz de Direito da Comarca, Manoel de Castro Menezes, o que indica ser esta a autoridade a que a lei
se refere.
152
.Cf. Dec. 482 de 1846, art. 18; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 622.
160
.Cf. Dec. 482 de 1846, art. 19; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 622.
161
.Cf. Dec. 482 de 1846, arts. 24 e 25; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 623.
162
.Cf. Dec. 482 de 1846, art. 26; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 624.
163
.Cf. Dec. 482 de 1846, arts. 27 e 28; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 624.
164
.Cf. Dec. 482 de 1846, arts. 29 e 30; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 625.
165
.Cf. Dec. 482 de 1846, art. 33; Augusto Teixeira de Freitas, Consolidação das Leis Civis, 2ª E., Rio de
Janeiro, Laemmert, 1865, p. 626.
166
.Por exemplo, o encerramento do registro transcrito no apêndice: “O referido hé verdade, de que dou fé a
presente. Escrevi, conferi e assigno nesta Imperial Cidade de São Paulo. Aos quatro de agosto do Anno de
Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil, oitocentos e quarenta e sete. Fortunato José da Silva,
tabellião as escrevi, conferi e assigno.”
168
.Cf. José Furtado de Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., RIO DE JANEIRO, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 85-86.
169
.Cf. José Furtado de Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, p. 87.
170
.Cf. José Furtado de Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 88.
171
.Cf. José Furtado de Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 89.
172
.Cf. José Furtado de Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 90-91.
173
.Cf. José Furtado de Mendonça, Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 92-93.
174
.Cf. José Furtado de Mendonça , Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 101-102.
175
.Cf. José Furtado de Mendonça , Direito Hypothecario do Brasil, 1ª Ed., Rio de Janeiro, A. A. Da Cruz
Coutinho Editor, 1875, pp. 103-104.
176
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, p. 13.
177
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, p. 13-17.
178
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, p. 18-21.
179
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, p. 22-23.
180
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, p. 24-26.
181
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, pp. 38-39.
182
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, pp. 40-42.
183
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, p. 43-44.
184
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, p. 43-48.
185
.Cf. Joaquim de Oliveira Machado, Manual do Official de Registro Geral e das Hypothecas – Tratado
completo sobre a definição, criação, concurso, provimento, virtudes, direitos e deveres, permuta,
graduações, férias, licenças, penalidades do cargo, bem como sobre a inscripção de hypotheca ou penhor e
transcripção de transmissão de immoveis ou constituições de ônus reaes. Acompanhado de um formulário
de instalação do registro, prenotação, especialisação, recursos, extractos, etc, 1ª. Ed., Rio de Janeiro, B. L.
Garnier, 1888, pp. 71-73.
186
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2ª. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
s.d., pp. 128-130.
187
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2ª. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
s.d., p. 132.
188
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2ª. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
s.d., p. 122.
189
.Cf. Lafayette Rodrigues Pereira, Direito das Cousas, 2a. Ed., Rio de Janeiro, Jacintho Ribeiro dos Santos,
s.d., p. 123.
190
.Cf. Sérgio Jacomino, Os extratos e o antigo bordereau do Direito Francês, 2010, Disponível em:
<https://arisp.wordpress.com/2010/03/08/os-extratos-e-os-antigos-bordereaux-do-registro-frances/>.
191
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis – A Transcripção, Vol. I, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, p. 337.
192
.Cf. Afrânio de Carvalho, Registro de Imóveis, 3ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1982, pp. 482-492.
193
.Cf. Afrânio de Carvalho, Registro de Imóvei, 3ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1982, pp. 21-28.
194
.Cf. Elvino Silva Filho, Considerações em torno da Nova Lei dos Registros Públicos (Decreto-Lei 1.000, de
21 de Outubro de 1969), in, RT (413) (1970).
195
.Cf. Elvino Silva Filho, Considerações em torno da Nova Lei dos Registros Públicos (Decreto-Lei 1.000, de
21 de Outubro de 1969), in, RT (413) (1970).
196
.Cf. Elvino Silva Filho, Considerações em torno da Nova Lei dos Registros Públicos (Decreto-Lei 1.000, de
21 de Outubro de 1969), in, RT (413) (1970).
197
. Cf. Elvino Silva Filho, Considerações em torno da Nova Lei dos Registros Públicos (Decreto-Lei 1.000, de
21 de Outubro de 1969), in RT (413) (1970).
198
.O dossiê completo da reforma está disponível no website da Câmara dos Deputados, no link
<https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=5C99D662062B81261A9DAA2213
codteor=1192155&filename=Dossie+-PL+2267/1970>.
199
.Cf. Ruy Ferreira da Luz, Prática do Registro de Imóveis, 1ª Ed., São Paulo, Sugestões Literárias, 1974,
pp. 12-13.
200
.Cf. Lysippo Garcia, O Registro de Imóveis – A Transcripção, Vol. I, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves,
1922, p. 350.
201
.Cf. Ruy Ferreira da Luz, Prática do Registro de Imóveis, 1ª Ed., São Paulo, Sugestões Literárias, 1974,
p. 48.
202
.Cf. Afrânio de Carvalho, Registro de Imóveis, 3ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1982, pp. 21-28.
203
.Cf. Afrânio de Carvalho, Registro de Imóveis, 3ª Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1982, pp. 1-15.
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CAPÍTULO 5. O SISTEMA TORRENS
CAPÍTULO 5. O SISTEMA TORRENS
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unificou os sistemas.
.Cf. Greg Taylor, Is the Torrens System German, in, The Journal of
Legal History, (29) (2009).
7
.Cf. Greg Taylor, Is the Torrens System German, in, The Journal of
Legal History, (29) (2009).
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AGUILERA BACHET, Bruno, Historya y Derecho –
Manual de iniciación, Vol. I, 1a Ed., Barcelona, C. Moreno
y J. Serra, 1994.
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APÊNDICE
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Apêndice
Os documentos abaixo transcritos se encontram nos
arquivos do 1º Registro de Imóveis de São Paulo, cujo
acesso foi mui gentilmente franqueado pelo ilustre
registrador, Flauzilino Araújo dos Santos, e sua valorosa
equipe.
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