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rumo ao mpu
Direito Civil
Transmissão das Obrigações
Livro Eletrônico
DIREITO CIVIL
Transmissão das Obrigações
Prof. Carlos Elias
SUMÁRIO
Transmissão das Obrigações.........................................................................4
1. Aula de hoje...........................................................................................4
2. Noções Gerais.........................................................................................4
3. Cessão de Crédito....................................................................................5
3.1. Definição.............................................................................................5
3.2. Cessão de Crédito e Cessão de Direito.....................................................6
3.3. Importância no Sistema Econômico.........................................................7
3.4. Cabimento...........................................................................................8
3.5. Notificação ao Devedor..........................................................................9
3.6. Cessão Pro Soluto e Cessão Pro Solvendo............................................... 10
3.7. Evicção e Cessão de Crédito................................................................. 12
3.8. Pluralidade de Cessão do Mesmo Crédito................................................ 13
3.9. Penhora de Crédito.............................................................................. 14
3.10. Caso Especial: Pagamento com Cheque de Terceiro................................ 15
4. Assunção de Dívida................................................................................ 16
4.1. Definição........................................................................................... 16
4.2. Consentimento do Credor..................................................................... 18
4.3. Efeitos da Assunção............................................................................ 19
4.4. Extinção das Garantias Dadas pelo Devedor Primitivo............................... 20
4.5. Extinção das Exceções Pessoais do Devedor Primitivo............................... 20
4.6. Espécies de Assunção de Dívida............................................................ 21
4.6.1. Liberatória e Cumulativa................................................................... 21
4.6.2. Por Expromissão ou por Delegação..................................................... 22
4.7. Invalidade da Assunção: Efeitos............................................................ 22
4.8. Caso Especial: Assunção de Dívida no Caso de Alienação de Estabelecimento
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Comercial................................................................................................. 23
5. Cessão de Contrato................................................................................ 23
6. Contratos de Gaveta.............................................................................. 24
Resumo.................................................................................................... 26
Questões de Concurso ............................................................................... 27
Gabarito................................................................................................... 38
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CARLOS ELIAS
Consultor Legislativo do Senado Federal (único aprovado no concurso para
a área de Direito Civil, Processo Civil e Direito Agrário). Advogado.
Ex-membro da Advocacia-Geral da União (Advogado da União).
Ex-Assessor de Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Mestre em
Direito pela UnB. Bacharel em Direito pela UnB (1º lugar no vestibular
1º/2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro e em Direito
Público. Professor em cursos de graduação, pós-graduação e em cursos
preparatórios para concursos em Brasília/DF e em outras cidades.
1. Aula de hoje
assunto que cai em grande quantidade em concurso, mas isso não diminui sua im-
dos candidatos errará a questão, salvo você, que faz Gran Cursos Online!!! Rsrsrs
Vamos lá!
E repito: tenho procurado aprofundar as aulas, porque quero que você esteja
2. Noções Gerais
Errado.
explicar.
ças de credor e de devedor em uma obrigação, o que ocorre por meio da cessão
pode confundir a cessão de crédito e assunção de dívida com a novação, pois esta
3. Cessão de Crédito
3.1. Definição
Certo.
mais.
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pessoa.
Como regra, o crédito inteiro, incluindo os seus acessórios – como os juros, cláu-
salvo disposição em contrário (art. 287, CC). É nesse sentido que, se o crédito es-
tiver garantido por uma hipoteca (crédito hipotecário), o cessionário tem o direito
289 do CC. Entendemos que, se a hipoteca incidir sobre imóvel de valor superior a
30 salários mínimos, a cessão do crédito hipotecário deverá ser feita por escritura
cessionário; (2) legal, quando procede de lei, a exemplo do caso do art. 40, § 1º,
tos que o loteador tinha dos compradores dos lotes na hipótese de o Município ter
quando procede de ordem judicial, a exemplo dos créditos do de cujus que, por
A cessão pode ser onerosa ou gratuita, conforme o cedente exija ou não alguma
retribuição.
tem um direito é credor por poder exigir uma prestação de dar, fazer ou não fazer
1
Se fosse uma novação subjetiva ativa, haveria a extinção de uma obrigação pela criação de uma nova, que
se distingue da anterior por envolver um novo credor (art. 360, CC).
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de outrem. No caso de alguém que é titular de um direito real, ele pode exigir uma
norma expressa. Nesse sentido, há situações de leis que vedam a cessão de alguns
enquanto um bem com valor financeiro. Isso é muito comum na atualidade. Por
daqui um ano, ela cede esse crédito a um banco em troca de R$ 2.800,00 em espé-
cie. Com isso, a incorporadora transforma em dinheiro um mero crédito. Por outro
lado, o banco terá um lucro de R$ 200,00 por poder cobrar o valor total da dívida do
consumidor. Essas formas de negócios são muito comuns e são uma das formas de
de que tive ciência. Uma empresa, após celebrar um contrato de locação na modali-
dade built to suit (art. 54-A, Lei n. 8.245/1991) para, depois de construir um prédio
de anos pactuada, conseguiu vender esses seus recebíveis (rectius, ceder onerosa-
mente esses créditos) para uma empresa securitizadora, a qual, com fundamento
2 Há várias outras formas de efetivar esses negócios, como, por exemplo, endosso de título
de créditos.
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vendidos na Bolsa de Valores para investidores. Com isso, a empresa locadora con-
seguiu antecipar todo o dinheiro necessário para edificar o prédio, de modo que, ao
final do contrato de locação, terá um terreno com um prédio construído “de graça”.
muito maior. Países “quebram” por problemas nesse mercado proprietário virtual.
de direito civil) até arranjos negociais mais complexos envolvendo temas de Direito
Empresarial e Financeiro.
no mar de institutos jurídicos que sustentam esse mercado invisível do crédito que
3.4. Cabimento
trem. Excepciona-se essa regra quando houver (1) contrariedade à natureza da obri-
gação; (2) vedação em lei; e (3) pacto expresso pelas partes. Di-lo o art. 286, CC.
não pode ceder o seu crédito (direito à prestação de serviço) a terceiro, por causa
ros. Seria absurdo, porém, permitir que o cliente cedesse o crédito a um inimigo do
nalíssimo.
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A lei também pode proibir a cessão de crédito. Por exemplo, quem financia um
pode ser cedido a terceiros sem consentimento expresso do banco, por força do art.
29 da Lei n. 9.514/1997.
A vontade das partes também pode vedar a cessão de crédito. Essa cláusula
mente para ser oponível a terceiros cessionários de boa-fé (art. 286, CC). Trata-
-se da cláusula batizada como “pacto de non cedendo”. Companhias aéreas, por
exemplo, costumam proibir que o consumidor ceda o seu crédito (direito a exigir
da obrigação, lei ou pacto (art. 286, CC). O motivo é claro: devedor não tem direito
Todavia, para que a cessão de crédito seja eficaz contra o devedor, de modo a
que ele passe a ser obrigado a pagar para o novo credor, é essencial que ele seja
o devedor, por escrito, declara ter ciência da cessão (art. 290, CC).
para o cedente, que, para ele, ainda é o credor, consoante o art. 292, CC; e (2) o
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cessionário – por ter interesse jurídico no crédito – poderá praticar atos destinados
a conservar o seu direito, como, por exemplo, promover um protesto para inter-
cessão. Nada, porém, impede que o cessionário o faça, desde que a comprovação
Errado.
dor. O cessionário assume o risco. Em regra, as cessões de crédito são pro soluto,
salvo expressa previsão contratual diversa (art. 296, CC). O motivo é claro: quem
vencimento e, com base nesse cálculo, pagou o cedente pelo crédito cedido. A ex-
pressão pro soluto envolve a ideia de que o cedente, ao transferir o crédito, quitou,
pago. Trata-se de situação excepcional, razão por que a cessão pro solvendo de-
pende de previsão expressa (art. 296, CC). Essa espécie de cessão não caracteriza
to), e sim uma espécie de consignação. A expressão pro solvendo decorre do fato
de que o cedente, após transferir o crédito, ainda não quitou totalmente essa sua
transferir o crédito, ele está em processo de pagamento, isto é, ele está solvendo
Na cessão pro solvendo, o cedente responderá caso o devedor não pague a dívida
do cessionário (e não o valor da dívida), acrescido de juros, além das despesas que
ele teve com a cessão (ex.: taxas de registro da cessão de crédito, se for o caso)
ou com a cobrança da dívida (ex.: custas judiciais e honorários pagos para a con-
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4. (FCC/Juiz – TJSC/2017) Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não
po em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título
Certo.
translativo de propriedade.
Se a cessão de crédito for onerosa, ou seja, se o cedente cobrar algum preço pela
existência do crédito; ele não pode transferir um “crédito frio” e, se o fizer, deve
Se, porém, a cessão de crédito for gratuita, já diz o ditado: “a cavalo dado não se
olham os dentes”. O cessionário não pode punir o cedente generoso pela inexistên-
cia do crédito, salvo se houver dolo. Nem mesmo a culpa pode chancelar. Trata-se
liza o cedente generoso pela inexistência do crédito (crédito frio) no caso de má-fé.
Essa regra guarda sintonia com o art. 392 do CC, que só responsabiliza o generoso
por dolo.
Há uma situação interessante que merece nossa atenção. Olhe esta questão:
mente da tradição.
Errado.
motivo (má-fé, lapso etc.), haverá um conflito entre os vários cessionários para
definir quem, enfim, terá direito efetivamente a receber o crédito. Nesse caso, pre-
(ou seja, o título representativo da obrigação), conforme exposto pelo art. 291 do
vel) a mais de uma pessoa, prevalecerá a cessão que se tenha aperfeiçoado com
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Quando o art. 290 do CC alude a “título do crédito cedido”, ele está se referindo ao
Cambial, como letra de câmbio, cheque etc. O Direito Cambial tem regras próprias
para a circulação das cártulas, de modo que não se aplica a elas a disciplina de
qual não exige notificação do devedor para ser eficaz, o que se distingue da cessão
móveis ou imóveis por determinação legal, nos termos dos arts. 80 e 83 do CC.
Tem conteúdo patrimonial, portanto. É por essa razão que ele é bem que pode ser
do credor para não dispor do crédito e do devedor para não pagar ao credor, e sim
para depositar em juízo. Caso a penhora recaia sobre direito do executado discutido
averbar a penhora nos autos, o que se conhece na praxe forense como “penhora no
De fato, uma vez penhorado o crédito, o credor não pode mais cedê-lo, por for-
ça do art. 298 do CC e do art. 855, II, do CPC. Trata-se de cautela legal para dar
efetividade à penhora.
Se, porém, o devedor não for intimado, a penhora não terá eficácia para ele.
Isso significa que o devedor ficará livre da obrigação se pagar ao credor originário
com cheque de terceiro extingue a obrigação, se, posteriormente, houver sua de-
Para a primeira corrente, se o credor recebeu cheque de terceiro e não fez res-
dação em pagamento pro soluto (por aplicação da regra da cessão pro soluto), de
modo a extinguir essa obrigação. A obrigação terá sido extinta com a entrega do
gamento for título de crédito (expressão que abrange não apenas as cambiais mas
a transferência atrai as regras da cessão de crédito (art. 358 do CC). Nesse caso,
em dinheiro, em moeda corrente (art. 315, CC). O cheque, por sua vez, só prova
uma relação contratual ainda hígida, ao passo que a condição do terceiro emitente
so, um ato de direito cambial, não extintiva da relação contratual existente, que
maneira que a cessão de crédito onerosa pro soluto não configuraria pagamento
4. Assunção de Dívida
4.1. Definição
3
O Cespe reputou errado este enunciado: "Considere-se que tenha sido firmado um contrato e que o devedor
tenha efetuado o pagamento da quantia devida ao outro contratante, mediante a entrega de um cheque, ao
portador, de emissão de terceiro, que foi posteriormente devolvido por falta de provisão de fundos. Nessa
situação, o devedor se libera da dívida, com a entrega do mencionado título ao credor, passando o emitente
do cheque a assumir a condição de devedor, ou seja, ocorrendo a substituição da parte devedora da relação
jurídica".
4
O MPDFT reputou errado este enunciado: "Suponha que foi firmado um contrato de prestação de serviço
e venda de mercadorias, tendo o devedor efetuado o pagamento da quantia devida ao outro contratante,
mediante a entrega de um cheque, ao portador, de emissão de terceiro devolvido por falta de provisão de
fundos. Nessa situação, o devedor se libera da dívida, com a entrega do mencionado título ao credor, pas-
sando o emitente do cheque a assumir a condição de devedor, ou seja, ocorrendo a substituição da parte
devedora da relação jurídica".
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Certo.
A questão trata da assunção de dívida e faz uma afirmação “correta”. Vamos explicar.
vista no art. 360, II, do CC. Na novação, há extinção da obrigação originária, com
Não sucede o mesmo com a assunção de dívida, que não enseja a extinção da obri-
gação nem de seus acessórios (salvo as garantias especiais, na forma do art. 300
A assunção de dívida não era prevista no CC/16, mas era admitida pela doutrina e
5
Neologismo utilizado por civilistas, como Antunes Varela, Nelson Rosenvald, Cristiano Chaves, Carlos Roberto
Gonçalves (Gonçalves, 2011, p. 228).
6
Alerto que exceções pessoais não se transmitem, à luz do art. 302 do CC; só as exceções comuns.
7
Essa concepção personalista subjaz à própria etimologia do verbete credor. Credor vem de credere, que é
aquele que confia. O credor confia em determinada pessoa, e não em outras, por suas qualidades e capaci-
dade patrimonial. “Por isso, qualquer ideia de substituição no polo passivo era apenas admitida como nova-
ção subjetiva, com a consequente extinção da obrigação que incidia sobre o devedor originário, constituin-
do-se um segundo vínculo obrigacional com o novo credor” (Rosenvald e Farias, 2010, p. 302).
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priedade fiduciária é um direito real que concede uma garantia muito mais eficiente
do que a hipoteca. Desse modo, inexistem motivos para não lhe estender uma re-
pois, nesses casos, o seu silêncio será interpretado como recusa, uma vez que o art.
à luz do art. 3º, § 1º, da Lei n. 8.004/1990, a transferência da dívida deve ocorrer
por meio de nova contratação, o que significa que a assunção de dívida é vedada e
que a única forma de uma nova pessoa assumir a dívida é por meio de uma nova-
o estado de insolvência do assuntor (art. 299, CC). Entendemos que essa igno-
rância deve ser interpretada em conjunto com a boa-fé objetiva: somente poderá
o antigo devedor ser responsabilizado pela dívida se ele tiver, de má-fé, induzido o
tribui para que o assuntor aparente ter riqueza com base em documentos falsos,
contribuição dolosa do devedor originário, entendemos que ele jamais poderá vir
a ser responsabilizado pela dívida, pois o risco de insolvência do devedor deve ser
dívida, todas as garantias dadas por ele, como uma hipoteca, extinguem-se com a
assunção, salvo consentimento expresso dele (art. 300, CC). O contrato de cessão
devedor quanto à manutenção da hipoteca é, por exemplo, título idôneo para aver-
devedor primitivo.
Errado.
Novo devedor, novas exceções. Daí decorre que o assuntor obviamente não pode
“Exceções” significa defesa. Exceções pessoais são defesas que uma pessoa es-
CC), vício de consentimento etc. Não poderia, por exemplo, o assuntor se recusar a
8
Evidentemente, há de observarem-se os requisitos formais de registros públicos, como a descrição do bem
(princípio da especialidade objetiva), a necessidade de firma reconhecida se o contrato se formalizar por
instrumento particular (arts. 221, II, e 250, II e III, da Lei n. 6.015/1973) etc.
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do devedor, razão por que podem ser alegados pelo assuntor. Ex.: prescrição, pa-
gamento etc.
A nosso ver, o devedor primitivo pode transmitir ao assuntor todos os seus direitos
pessoais e as suas respectivas ações, por constituírem bens móveis (art. 83, III, do
pessoais do devedor primitivo contra o credor. Ex.: poderá invocar a exceptio non
expressa no CC. Nesse caso, a assunção de dívida não exonera o devedor primiti-
vo, mas apenas amplia o polo passivo da obrigação com o ingresso do assuntor. Só
pacto, conforme prevê o art. 265, CC. Temos que a assunção cumulativa é mero
aditivo contratual, ou seja, uma mera modificação de suas cláusulas por vontade
pois o fiador assume uma obrigação própria, diversa da principal. O fiador não se
9
Há quem, na doutrina, não admita a assunção cumulativa como uma assunção de dívida, em virtude de não
haver exoneração do antigo devedor e, portanto, não haver transmissão a título singular do dever.
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contrato acessório.
curece do que esclarece, razão por que preferimos não a considerar como uma
assunção de dívida.
O credor é o senhor do crédito, e devedor não tem direito a opor-se. Daí decor-
credor. Também decorre daí que, mesmo sem anuência do devedor, o credor pode
mudar o devedor. Sob essa ótica, a doutrina aponta a existência de duas espécies
ção externa ocorre quando não há anuência do devedor, mas apenas de ajuste feito
do polo passivo.
do credor, devedor e assuntor. Há, por assim dizer, uma delegação da dívida pelo
consentimento do credor.
quo ante do art. 182 do CC. Daí decorre que é restaurada a dívida originária, com
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Todavia, por não se poder atingir terceiros, esse retorno ao status quo ante não
restaurará garantias dadas por terceiros (ex.: fiança), salvo se eles conheciam o
vício. A boa-fé objetiva é o guia para vincular ou não o terceiro, pois, se ele sabia
do vício, era seu dever informar isso ao credor, por força do dever anexo de infor-
to), desde que tenham sido regularmente contabilizadas, ao mesmo tempo em que
caso, há, por determinação legal, uma mescla de assunções cumulativa e liberató-
ria. No primeiro ano, há uma assunção cumulativa da dívida por parte do adquiren-
do polo passivo.
5. Cessão de Contrato
outrem. Não tem previsão expressa no CC por constituir um contrato atípico (art.
425, CC). O CC português optou por disciplinar expressamente essa matéria sob
o título de “Cessão da posição contratual” nos seus arts. 424º ao 427º, cuidando
dessa situação nos contratos bilaterais, ou seja, quando as partes são credoras e
gócio, pois, na realidade, a cessão de contrato nada mais é do que uma cessão de
celado decide ceder a sua posição contratual a outrem, ele está, na verdade, prati-
cando dois negócios jurídicos: uma cessão de crédito (o direito a receber o imóvel)
dito ou dívida cedidos. Daí decorre que, na referida hipótese, haverá necessidade
o preço parcelado.
6. Contratos de Gaveta
gaveta”, que se referem genericamente a contratos que não possuem eficácia ple-
na, mas apenas entre as partes que o celebraram (daí a metáfora da expressão “de
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gaveta”: é um contrato que está na gaveta; que só tem eficácia entre as partes).
Como exemplo, posso citar as famosas “vendas do ágio” de modo informal, como
685, CC) outorgado por quem financiou um bem e deseja vender “o ágio”.
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RESUMO
obrigações, e não de extinção. Por elas, mudam-se o credor ou o devedor, sem ex-
Antecipo que, como a matéria “transmissão das obrigações” não é tão cobrada
assim, não teremos muitas questões. Então, aproveite e tente resolver todas.
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QUESTÕES DE CONCURSO
I – Como André e Carla são devedores solidários de João e Maria, o fato de An-
dré ter pagado a Maria a integralidade da obrigação contraída fez que ele
das obrigações alternativas, ao credor restará ficar com a obrigação que subsistiu,
pagamento, um veículo para solver a dívida, o que foi aceito por Paulo, que, após
de evicção. Nessa situação, como Paulo foi evicto da coisa recebida em pagamento,
b) Ana tem uma dívida já prescrita no valor de R$ 300 com Maria, que, por sua
vez, deve a quantia de R$ 500, vencida recentemente, a Ana. Nessa situação, ain-
Ana apenas R$ 200, porquanto, embora prescrita, a dívida de Ana ainda existe e é
c) César, que deve a Caio a quantia correspondente a R$ 1.000, passa por situação
de dificuldade financeira, razão por que Caio resolveu perdoar-lhe a dívida. Nessa
aceitação de César.
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d) Márcio contraiu duas dívidas com Joana, nos valores de R$ 300 e R$ 150, com
Márcio entregou a Joana R$ 150, mas não indicou qual dívida desejava saldar.
Joana tampouco apontou qual dívida estava sendo quitada. Nessa situação, pre-
e) João contraiu obrigação, tornando-se devedor de Pedro, mas nada foi estabe-
das obrigações.
e danos.
d) O terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome sub-roga-se
sórios.
pendentemente de este ter sido notificado da cessão feita ou ter dado ciência dessa
cessão.
d) Na falta de previsão contrária, vige a regra pela qual o cedente do crédito res-
silêncio, decorrido o prazo de trinta dias, deve ser interpretado como anuência.
( ) Caso o credor da relação jurídica ceda seu crédito a terceiro, a ausência de
( ) Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
exceções que lhe competirem, bem como as que tiver contra o cedente no
e contratos.
( ) Na cessão de crédito por título oneroso, o cedente é responsável pela existên-
cia do crédito ao tempo em que o tenha cedido ao cessionário, ainda que pela
mediante contrato escrito, tenha doado 10% da safra produzida em sua fazenda
para uma instituição de caridade que, posteriormente, havia transferido essa van-
tagem para terceira pessoa. Nessa situação, o segundo negócio se configura como
a) novação.
b) sub-rogação legal.
c) subcontrato.
d) cessão de contrato.
e) cessão de crédito.
cerne aos negócios jurídicos, às obrigações e aos contratos, julgue o item subse-
quente.
( ) Considere que, em relação ao mesmo crédito, tenham ocorrido várias cessões
cedido.
( ) O pagamento por sub-rogação tem caráter liberatório para o devedor, extin-
( ) Nas cessões de crédito a título oneroso, a lei impõe ao cedente a responsabi-
DE MANDADOS)
vel que o credor de uma obrigação de alimentos ceda o seu crédito a terceiro.
( ) É possível a cessão de um crédito sem que todos os seus acessórios estejam
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DIREITO CIVIL
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(
) O crédito é um direito que pode ser cedido pelo seu titular (credor). Entretanto, a
do devedor.
( ) O crédito é um direito que pode ser cedido pelo seu titular (credor). Entretan-
quanto do devedor.
( ) Aroldo, pessoa afortunada, resolveu assumir uma dívida que seu cunhado,
Batista, possuía junto a Carlos, sem que este tivesse anuído à assunção da
das obrigações.
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( ) O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obri-
uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, com relação ao
direito obrigacional.
( ) Carla cedeu a Sílvia crédito que possuía com Luíza. Na data avençada para
( ) Em regra, na cessão de crédito ocorre a substituição subjetiva no polo ativo
dos os seus acessórios, a qual opera efeitos legais, com expressa anuência do
devedor originário.
tal prejuízo exceder o previsto na cláusula penal, o credor poderá exigir indeniza-
ção suplementar.
devedores.
prida no tempo, no lugar e na forma devidos. Nesse caso, o credor deverá exigir
lares na esfera patrimonial. Pode-se afirmar que o direito das obrigações exerce
bens. O direito das obrigações é, pois, um ramo do direito civil que tem por fim
normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial e que têm por objeto
prestações (dar, restituir, fazer e não fazer) cumpridas por um sujeito em proveito
de outro. Bruna Lyra Duque. Análise histórica do direito das obrigações. In: Jus
A partir das ideias apresentadas no texto acima, julgue o seguinte item, acerca do
paga a dívida em seu próprio nome não se sub-roga nos direitos do credor.
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GABARITO
1. b 26. b
2. c 27. e
3. a 28. C
4. e 29. E
5. C 30. E
6. e
7. E
8. C
9. C
10. e
11. C
12. E
13. E
14. E
15. C
16. E
17. E
18. E
19. E
20. E
21. E
22. E
23. E
24. E
25. E
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