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TRF3

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL II


O PROCESSO CIVIL NOS SISTEMAS DE
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Pós-edital

Livro Eletrônico
LISIANE BRITO

Professora de Direito Administrativo, especia-


lista em preparação para concursos públicos.
Pós-graduada em Políticas Públicas e Gestão
Governamental pela UNIP. Advogada inscrita na
OAB/MG desde 1997. Graduada em direito pela
Faculdade de Direito da PUC/MG. Larga expe-
riência como docente, tendo ministrado aulas
de Direito Administrativo nos principais cursos
preparatórios do país. Já participou de bancas
examinadoras e elaboração de questões para
processos seletivos. Atua como advogada e
consultora de empresas na área de Licitações
e Contratos.

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O Processo Civil nos Sistemas de Controle de Constitucionalidade
Prof.ª Lisiane Brito

Apresentação do Curso.................................................................................4
Apresentação da Professora..........................................................................5
Dica de estudo para o melhor aproveitamento das aulas em PDF.......................6
Apresentação da Aula..................................................................................8
O Processo Civil nos Sistemas de Controle de Constitucionalidade......................9
Introdução.................................................................................................9
Evolução Teórica do Controle de Constitucionalidade das Leis.......................... 10
O Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade................................. 12
Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade nos Tribunais........................... 14
Legitimação Ativa no Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade................ 15
Objeto do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade............................... 15
O Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade........................................... 16
A Participação do Representante do MP no Incidente...................................... 17
Procedimento do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade no Tribunal..... 17
Dispensa.................................................................................................. 19
Instrução................................................................................................. 19
Julgamento............................................................................................... 21
Questões de Concurso................................................................................ 25
Gabarito................................................................................................... 28
Gabarito Comentado.................................................................................. 29

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Apresentação do Curso
Caro(a) aluno(a), estamos iniciando nosso Curso de Direito Processual Civil,

para o Concurso Público da Câmara Municipal de Fortaleza.

Você terá três aulas, elaboradas especialmente para esse certame, tendo sido

todo o conteúdo adequado aos temas cobrados pelo Edital.

Seu concurso será regido pela FCC, como você sabe. Infelizmente, não há mui-

tas questões de concursos recentes sobre esse tema. Mas mesmo assim teremos

ao final das aulas uma bateria de exercícios, com as questões existentes.

Em relação ao conteúdo, saiba que trataremos dos temas do Edital da forma

mais didática possível, de maneira que tanto o(a) candidato(a) que está no começo

de seus estudos, quanto os que já estão em fase mais adiantada, farão excelente

proveito das aulas.

A metodologia adotada inclui a explicação dos institutos jurídicos, juntamente

com os apontamentos da jurisprudência, sempre que esses forem relevantes para

sua prova.

Iniciamos nosso estudo com a abordagem teórica de cada tema. Como nosso

curso é voltado para provas objetivas, deverão ser estudados aspectos da legis-

lação processual atualizada, nos termos do NCPC. Diante disso, o conteúdo terá

como principal enfoque a legislação, pois a maioria das questões objetivas abordam

o texto legal, de forma literal, além de exigir conhecimento teórico. Nesses pon-

tos traremos a você o posicionamento dos principais processualistas.

Por fim, teremos abordagem da jurisprudência dos tribunais superiores – prin-

cipalmente STF e STJ.

Ressalte-se que doutrina e Jurisprudência serão trabalhadas na medida do ne-

cessário para que você resolva as questões da prova.

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Em relação ao Direito Processual Civil, verifico que, após a entrada em vigor

do NCPC, alguns dos que se preparam para Concursos Públicos, devido ao imenso

volume de matérias a estudar, não tiveram oportunidade ou tempo suficiente para

adquirir um aprofundamento no estudo da nova legislação, o que é absolutamente

necessário, já que o NCPC trouxe novas premissas ao Direito Processual Civil. Esse

deficit no aprendizado acaba por criar dificuldades aos candidatos, no momento

em que se deparam com provas que abordam um vasto conteúdo dessa disciplina,

como é o caso do nosso concurso.

Pois bem, amigo(a).

Nossas aulas vão dar a você uma explanação minuciosa do NCPC, propiciando

a melhor compreensão da disciplina e, consequentemente, o sucesso na resolução

das questões da sua prova.

Confie na sua determinação, persiga sua meta com toda a sua energia e apro-

veite ao máximo as aulas!

Apresentação da Professora
Sou a professora Lisiane Brito.

Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental desde 2005, iniciei

naquele ano minhas atividades de docente.

Ministro aulas nos principais Cursos Preparatórios para Concursos Públicos de

Brasília, bem como nos mais importantes Cursos do País há mais de treze anos,

além de atuar como instrutora em Cursos de Formação de Servidores Públicos e

docente em programas de pós-graduação.

Ao longo de todo esse período, venho acompanhando e comemorando o sucesso

dos milhares de alunos que conquistaram a tão sonhada vaga no serviço público,

com aproveitamento máximo nas provas.

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Busco cada vez aprimorar mais a didática empregada nas aulas, lançando mão

desse “dom” de transmitir o conhecimento de maneira clara e simples, de modo

que o Direito se torne uma disciplina acessível até mesmo àqueles que não tem

formação nessa área de conhecimento. Penso que isso é um dos maiores atrativos

das aulas.

Foi a partir dessa experiência em sala de aula e com o emprego da mesma didá-

tica, que desenvolvi nossas aulas de Direito em PDF. Todo o material foi elaborado

com muito cuidado, utilizando uma linguagem simples, clara e objetiva, sem abrir

mão do devido cuidado em trazer às aulas o necessário aprofundamento ao conte-

údo abordado.

Então, espero que você faça o melhor proveito do nosso Curso!

Dica de estudo para o melhor aproveitamento das aulas


em PDF
Ter uma aula sem precisar se deslocar até o local do curso, sem perder tempo

no trânsito, a qualquer hora, hoje é a maneira mais moderna, prática e objetiva de

estudar, já que o aluno tem a possibilidade de assistir uma aula a qualquer hora,

em qualquer lugar!

Mas, saiba que essa opção exige disciplina e organização, para que o resul-

tado seja uma aprendizagem efetiva e sólida.

Não há nenhuma dúvida acerca da capacidade do cérebro de assimilar conheci-

mentos, mas é preciso saber explorar ao máximo essa capacidade!

Siga essas dicas e você verá que é bem mais simples do que parece.

1. Elabore um cronograma de estudos.

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Ter um cronograma de estudos é fundamental. É nele que você organiza sua

rotina de estudos, criando com isso o hábito de estudar. Se você ainda não elaborou

o seu, comece agora.

2. Estabeleça metas de estudo.

Metas de estudo diárias comprovadamente ajudam na motivação do(a) estu-

dante, o que consequentemente o faz progredir gradativamente nos estudos. Mas,

estabeleça uma meta realista, de acordo com o seu tempo disponível, seu ritmo de

leitura e sua capacidade de concentração.

Comece assim: “vou ler x páginas por dia”.

Quando já tiver adquirido um ritmo mais intenso, vá aumentando a meta.

3. Respeite os limites de seu cérebro.

Estudos demonstram que o tempo ideal para o cérebro assimilar conhecimento

sem perder a atenção é de 50 minutos.

Por isso, é importante que você faça a seguinte programação: 50 minutos de

estudo e 10 minutos de descanso.

Nesse período de repouso, hidrate-se, alongue-se um pouco, mexa-se.

Não adianta “forçar a barra”, tentando prolongar o período de estudo, mas tam-

bém não se deve estender os 10 minutos de repouso, para evitar dispersão e perda

de foco.

4. Organize seu local de estudo.

Manter o local de estudo organizado vai te ajudar a ganhar tempo, pois não

será necessário parar para procurar materiais, livros etc. isso também evita pro-

crastinações. Imagine ter que arrumar a gaveta antes de começar a estudar, para

poder reunir todo o material! Quando você se der conta, já estará arrumando todas

as gavetas e o estudo ficou para trás. Perde-se muito tempo procurando materiais

espalhados.

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5. Organize o conteúdo a ser estudado.

Organize o conteúdo a ser estudado. Perde-se muito tempo decidindo o que vai

estudar no dia. Você pode organizar o conteúdo juntamente com a elaboração de

seu cronograma de estudos. Fazendo isso você certamente vai otimizar seu apren-

dizado, pois já sabe o que deve ser estudado em cada dia da semana.

6. Relaxe.

Não exagere. Lembre-se que a jornada é longa. Estresse é inimigo do cérebro,

pois atrapalha as transmissões e impede a memorização. É importante ter um mo-

mento de relaxamento. Aproveite umas horas do fim de semana para encontrar

seus amigos, passear, curtir a família... Isso vai ajudar a recuperar a energia para

uma nova semana de estudos.

Essas dicas são atitudes simples, mas que fazem toda a diferença. Experimente!

Apresentação da Aula
Nessa aula analisaremos o sistema de controle de constitucionalidade, com

foco no Código de Processo Civil de 2015.

É interessante conhecer a origem desse instituto, para que possamos compre-

ender os procedimentos de controle de constitucionalidade nos julgamentos brasi-

leiros, conforme requeridos pela lei. Só assim poderemos identificar os legitimados,

a matéria e as questões de procedimento, em conformidade com o Novo CPC. Fi-

nalmente, faremos um “roteiro” do procedimento judicial, com ênfase aos pontos

mais importantes, que são aqueles a aplicação desse instituto no sistema jurídico

brasileiro.

Então, vamos lá!

Boa aula!

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O PROCESSO CIVIL NOS SISTEMAS DE CONTROLE DE


CONSTITUCIONALIDADE
Introdução
O controle de constitucionalidade das leis é um tema de grande importância

para o Direito Constitucional e Processual, na medida em que tem por objetivo fa-

zer cumprir a Constituição.

Se dedicarmos alguns minutos à observação da convivência entre os grupos que

integram o Estado, perceberemos que todos buscam constantemente implementar

e assegurar seus diversos interesses.

Ocorre que muitas vezes isso se faz dentro dos parâmetros traçados pela Cons-

tituição, mas há situações que se desviam desses parâmetros. Diversas vezes nos

deparamos com casos em que o Direito é utilizado como instrumento de legitima-

ção de situações injustas, ou mesmo ilegais. Nesses momentos o controle de cons-

titucionalidade assume seu papel mais importante.

Obviamente esse controle não tem o poder de eliminar todas as ilicitudes e

injustiças, acabando com o problema de uma vez por todas. Mas ainda é um ins-

trumento muito importante e eficaz de verificação da adequação das normas infra-

constitucionais ao texto da Constituição, que estabelece valores e regras gerais de

organização do Estado, fazendo uma síntese das propostas mínimas de convivência

coletiva, servindo de bússola e ponto de estabilização de todo sistema jurídico, que

deverá se adequar a ela.

O surgimento e vigência de normas infraconstitucionais eivadas de inconstitu-

cionalidade é um fenômeno jurídico altamente negativo, pois essas normas dimi-

nuem a força do texto constitucional, provocando uma inversão errada na hierar-

quia normativa.

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Passamos agora a uma análise objetiva do controle de constitucionalidade, para

que você tenha subsídios necessários para a compreensão do tema.

Evolução Teórica do Controle de Constitucionalidade


das Leis
A doutrina aponta a origem da teoria dos controles constitucionais das leis no

direito americano, que desempenhou tarefa importante no sentido de estabelecer

limites e restrições ao poder político, gerando estabilidade para as normas consti-

tucionais e fortalecendo o desenvolvimento de estruturas democráticas

O desenvolvimento das técnicas de controle da constitucionalidade das leis foi

consequência do surgimento dos Estados modernos, quando se percebeu a neces-

sidade de criar mecanismos que impusessem limites, a fim de evitar a centralização

do poder em poucas pessoas e instituições

José Gomes Canotilho1 sintetiza os sistemas de controle da constitucionalida-

de da seguinte forma:

• Quanto aos sujeitos:

− Controle político;

− Controle jurisdicional:

o sistema difuso ou americano;

o sistema concentrado ou austríaco.

• Quanto ao modo de impugnação:

− Controle por via incidental;

− Controle por via principal.

1
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra:
Almedina.

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• Quanto aos efeitos da decisão:

− Efeitos gerais e efeitos particulares;

− Efeitos retroativos e efeitos prospectivos.

• Quanto à natureza da decisão de inconstitucionalidade:

− Controle declarativo;

− Controle constitutivo.

 Obs.: nessa classificação, os regulamentos e os atos infralegais ficam de fora do

controle de constitucionalidade.

Para Barbosa Moreira2 a classificação se baseia nos critérios objetivo e sub-

jetivo, da seguinte forma:

Pelo critério subjetivo ou orgânico, pergunta-se: quem ou qual órgão é

responsável pelo controle de constitucionalidade?

Pelo critério objetivo ou formal pergunta-se: como será feito o controle?

Vejamos, então, a resposta a esses questionamentos.

• Critério subjetivo ou orgânico

O controle de constitucionalidade poderá ser exercido por todos os órgãos ju-

risdicionais indistintamente (controle difuso) ou poderá ser atribuído a um único

órgão, especialmente criado para isso (controle concentrado).

• Critério formal

Busca indicar como o controle será efetuado.

Se o exame da constitucionalidade ocorrer dentro de um processo, diante de um

caso concreto (controle incidental) a questão referente à inconstitucionalidade

da norma infraconstitucional aparecerá no processo como uma questão preju-


2
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Temas de direito processual civil.

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dicial, a ser resolvida para propiciar ao juiz condições de encontrar as premissas

lógicas da decisão da lide.

Podemos citar como exemplo do sistema de controle difuso incidental o sis-

tema americano.

Se a questão da inconstitucionalidade é o próprio objeto da atividade juris-

dicional, sem haver relação de dependência com outro litígio temos o controle

por via principal.

O modelo austríaco é exemplo do sistema de controle concentrado por via prin-

cipal.

Alguns países, como a Itália por exemplo, adotam um sistema misto, no qual

um único órgão judicial tem competência para exercer o controle, podendo fazê-lo

tanto pela via principal, mediante ação de algum legitimado quanto pela via inci-

dental.

Nessa última hipótese um caso concreto é submetido a qualquer órgão judicial,

que encaminha a questão à Corte Constitucional, que dará a solução, com força

vinculativa.

O processo permanecerá suspenso até a solução da Corte superior.

O Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade


O Brasil adota o sistema eclético ou misto.

Por esse sistema o controle de constitucionalidade poderá ser incidental, exer-

cido por qualquer órgão judicial (difuso) e, nesse caso, a questão da constitucio-

nalidade deverá ser examinada como preliminar da decisão.

O controle difuso de constitucionalidade ocorre por via indireta, mediante decla-

ração incidental em um processo. Qualquer juiz ou tribunal do país poderá declarar

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inconstitucional uma lei federal, estadual ou municipal, mas a decisão não produzi-

rá efeitos erga omnes, obviamente. Os efeitos ficarão restritos ao caso dos autos.

Se a causa for submetida a um juiz singular, de primeiro grau não haverá ar-

guição de inconstitucionalidade por meio de incidente. Não haverá procedimento

próprio e o juiz singular decidirá a matéria como se fosse uma preliminar do julga-

mento da causa que lhe é submetida.

Ao apreciar a questão, o juiz exercerá o controle difuso, afastando a aplicação

da norma por ele considerada inconstitucional àquele caso concreto. Considerar

ou não inconstitucional uma lei será antecedente lógico do julgamento, que o juiz

precisa resolver antes de penetrar no mérito da causa.

Situação diferente ocorre quando a causa é submetida a Tribunal.

Sabemos que compete aos Tribunais de Justiça dos Estados a apreciação de in-

constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais e municipais, em face da

Constituição Estadual, nos termos do § 2º do artigo 125 da CF/1988.

Nesse caso o controle indireto será feito por meio de incidente de arguição de

inconstitucionalidade.

O procedimento desse controle difuso perante o Tribunal é variável, de

acordo com o momento e o órgão perante o qual é feita a arguição incidental de

inconstitucionalidade.

Nos interessa estudar com cuidado esse ponto. Trataremos do tema em sepa-

rado, mais adiante.

Outra modalidade adotada no Brasil é o controle direto de constitucionali-

dade, concentrado.

O artigo 102, I, “a”, da CF/1988, com as posteriores alterações da Emenda

Constitucional n. 3, de 17/3/1993, estabelece a competência exclusiva do Su-

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premo Tribunal Federal para apreciar tanto a Ação Direta de Inconstitucio-

nalidade, cuja finalidade é impingir à norma em questão o reconhecimento de in-

constitucionalidade ou emitir um juízo declaratório afirmativo, através da chamada

Ação Declaratória de Constitucionalidade.

Há ainda outro mecanismo de controle direto.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (Lei n.

9.882/1999), cuja finalidade é apreciar atos do Poder Público (leis ou atos adminis-

trativos) ofensivos à Constituição.

E, por fim, a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, regula-

mentada na Lei n. 9.868/1999, com as alterações da Lei n. 12.063/2009.

Muito bem! Agora que já temos uma noção dos sistemas de controle de consti-

tucionalidade passíveis de serem aplicados no Brasil (esse tema é estudado com o

devido aprofundamento nas aulas de Direito Constitucional), vamos passar à aná-

lise do ponto que interessa à nossa matéria.

Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade nos Tri-


bunais
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 103, alterado pela Emenda Cons-

titucional n. 45, de 30/12/2004, traz o rol dos legitimados a propor a Ação Direta

de Inconstitucionalidade perante o STF:

• Presidente da República;

• Mesa do Senado Federal;

• Mesa da Câmara dos Deputados;

• Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

• Governador de Estado ou do Distrito Federa;

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• Procurador-Geral da República;

• Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

• Partido Político com representação no Congresso Nacional;

• Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

O Procurador-Geral será obrigatoriamente ouvido, se não for o próprio Autor da

Ação Direta de Inconstitucionalidade.

O Advogado-Geral da União possui legitimação passiva para promover a defesa da

lei federal arguida de inconstitucionalidade.

Legitimação Ativa no Incidente de Arguição de Inconsti-


tucionalidade
São legitimados ativos para propor incidente de declaração de inconstituciona-

lidade:

• as partes envolvidas na demanda (autor, réu e assistentes);

• o Ministério Público, seja como parte ou como fiscal da ordem jurídica;

• o relator do processo principal na Turma ou Câmara, quando for submeti-

do ao órgão fracionário;

• qualquer juiz do Tribunal ao qual a causa esteja submetida.

Objeto do Incidente de Arguição de Inconstitucionalida-


de
O incidente de arguição de inconstitucionalidade previsto no art. 948 e seguin-

tes do CPC/2015 poderá versar sobre a inconstitucionalidade de lei ou ato norma-

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tivo estadual, federal ou municipal. Incluem-se aí a lei ordinária, lei complementar,

emenda à Constituição, Constituição dos Estados, decreto-lei, decreto legislativo,

lei delegada, resolução, ato normativo baixado por órgão do Poder Público e que

ofendam a Constituição Federal ou Estadual.

O Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade

O incidente poderá ser suscitado em qualquer processo submetido aos Tri-

bunais, seja em decorrência de julgamento de recursos, causas de competência

originária dos Tribunais ou mesmo as submetidas ao duplo grau de jurisdição obri-

gatório.

Em relação ao momento processual, o incidente poderá ser suscitado na pe-

tição inicial, na contestação, em razões dos recursos interpostos pelas partes e até

mesmo em sustentação oral no Tribunal.

Não há preclusão na arguição de inconstitucionalidade, uma vez que se trata de

questão de direito.

Independentemente do Tribunal em que seja processado, o incidente deverá

observar o procedimento descrito no art. 948 e seguintes.

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normati-


vo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a
questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.

O relator, de ofício ou a requerimento das partes, submeterá à Câmara ou Tur-

ma à qual pertence a questão, para que seja decidido pelo colegiado se deve o

incidente deve ou não ser instaurado.

Deverá ser observado o prévio contraditório, inclusive no que se refere à oitiva

do Ministério Público, como fiscal da ordem jurídica.

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A Participação do Representante do MP no Incidente

O MP pode suscitar a inconstitucionalidade, oralmente ou por escrito, em qual-

quer oportunidade que tenha de falar nos autos.

Se estiver atuando como fiscal da ordem jurídica a manifestação poderá ser

feita na própria sessão em que a arguição for suscitada. Na hipótese de o repre-

sentante do MP julgar necessário mais tempo para a análise, a sessão deverá ser

adiada, abrindo-se novo prazo para manifestação do MP e da parte que ainda não

tenha se manifestado.

• A participação do MP no incidente de arguição de inconstitucionalidade, pre-

vista no art. 948 do CPC/2015, é obrigatória. A inobservância dessa regra

importa a nulidade.

Procedimento do Incidente de Arguição de Inconstitu-


cionalidade no Tribunal
O art. 97 da Constituição Federal estabelece que a inconstitucionalidade de lei

ou ato do poder público somente poderá ser declarada pelo voto da maioria abso-

luta dos membros do tribunal.

A maioria absoluta exige que sejam considerados os votos de todos os

membros do Tribunal ou do órgão especial, devendo ser alcançado o número

equivalente à metade mais um.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.

De acordo com esse dispositivo constitucional, somente o Tribunal Pleno ou

o Órgão Especial (se houver e mediante delegação expressa do Tribunal Pleno)

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poderá declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Trata-se da re-

serva de plenário – manifestação clara do princípio da colegialidade.

Sendo assim, se durante um julgamento for instaurado o incidente de inconsti-

tucionalidade e a Turma ou Câmara (órgão fracionário) acolher a arguição, deverá

ser suspendo o julgamento e submetida a questão ao plenário do Tribunal ou ao

Órgão Especial (inciso II do art. 949 do novo CPC).

Art. 949. Se a arguição for:


II – acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial,
onde houver.

Embora o órgão fracionário não tenha competência para declarar a inconstitucio-

nalidade, ele pode reconhecer a constitucionalidade, rejeitando a arguição feita

pela parte.

Assim, se o voto do relator for no sentido da constitucionalidade da lei ou ato

normativo e o colegiado entender da mesma forma, não há motivo para o incidente

ser instaurado.

Nesse caso o processo não será remetido ao Plenário ou Órgão Especial, devendo o

órgão fracionário prosseguir na apreciação das demais questões do processo prin-

cipal.

É o que estabelece o art. 949, inciso I, do CPC/2015:

Art. 949. Se a arguição for:


I – rejeitada, prosseguirá o julgamento;

Por outro lado, se o voto do relator for pela inconstitucionalidade, e os de-

mais julgadores votarem no mesmo sentido, o julgamento principal deverá ser

suspenso.

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Será lavrado o acórdão e remetidos os autos para que o Plenário ou Órgão Es-

pecial se pronuncie, por maioria absoluta de seus membros, sobre a inconstitucio-

nalidade ou não.

Somente após essa deliberação o julgamento será retomado no órgão fracioná-

rio, que deverá proferir sua decisão.

Dispensa
O parágrafo único do art. 949 trata da dispensa da instauração do incidente:

Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao


órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamen-
to destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

Embora o texto legal dê a impressão de que a dispensa é compulsória, ao es-

tabelecer que “os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário

(...)”, a interpretação mais correta não é nesse sentido.

A doutrina esclarece que a eficiência processual, embutida nesse dispositivo,

não pode levar à interpretação de que é compulsória a dispensa, se a decisão do

STF não tiver sido tomada em controle concentrado de constitucionalidade

ou Súmula Vinculante.

Assim, só será dispensada a instauração do incidente de inconstitucionalidade

se houve pronunciamento do STF ou do Tribunal Pleno ou órgão especial sobre o

tema e o processo em análise não trouxer qualquer elemento novo que justifique a

verificação da constitucionalidade da norma.

Instrução
Tendo sido instaurado o incidente, serão ouvidos vários entes, para que se es-

clareça a questão da constitucionalidade ou não da lei ou ato normativo.

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Veja o que estabelece o art. 950, do CPC/2005:

Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal desig-
nará a sessão de julgamento.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questiona-
do poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem,
observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.
§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição
Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de
apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de
apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.
§ 3º Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o
relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos
ou entidades.

Esse dispositivo prevê uma verdadeira instrução, dentro do incidente.

O § 1º permite que as pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela

edição da norma questionada se manifestem no incidente, desde que o requeiram,

no prazo previsto no regimento interno do Tribunal (como o procedimento para jul-

gamento do incidente não foi definido no NCPC, cabe aos Regimentos Internos dos

Tribunais deliberarem sobre a tramitação da matéria).

O § 2º prevê a possibilidade de manifestação, por escrito, dos legitimados ao

controle abstrato (direto) de constitucionalidade, arrolados no art. 103, da CF/1988.

O prazo para a manifestação será previsto pelo Regimento Interno do Tribunal, sen-

do permitida a juntada de documentos e apresentação de memoriais.

O § 3º permite que o relator autorize a manifestação de outros órgãos ou en-

tidades, diante da relevância da matéria e representatividade dos postulantes. Um

exemplo seria a participação do amicus curiae.

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Julgamento
Tendo sido instaurado, instruído e julgado o incidente, a tese fixada pelo Tri-

bunal Pleno ou, se for o caso, pelo Órgão Especial, deverá ser aplicada pelo órgão

fracionário que entendeu pela necessidade da instrução.

Barbosa Moreira,3 explica que se trata da chamada decisão subjetivamente

complexa na qual a competência é dividida, pelo critério funcional, entre o órgão

ao qual incumbe julgar o recurso e o órgão que vai apreciar a matéria objeto da

arguição de inconstitucionalidade. A decisão final resultará da integração de ambos

os pronunciamentos.

O processo ou a causa principal não serão julgados pelo plenário ou órgão es-

pecial. Esses se limitam a fixar a tese sobre a constitucionalidade ou inconstitucio-

nalidade. O julgamento do processo é tarefa do órgão fracionário.

Da decisão da plenária do Tribunal, por unanimidade ou maioria absoluta, não

caberá recurso algum, conforme estabelecem as Súmulas n. 293 e 455 do STF.

Súmula n. 293 do STF


São inadmissíveis embargos infringentes contra decisão em matéria constitu-
cional submetida ao plenário dos tribunais.
Súmula n. 455 do STF
Da decisão que se seguir ao julgamento de constitucionalidade pelo Tribunal
Pleno, são inadmissíveis embargos infringentes quanto à matéria constitucio-
nal.

O art. 503, caput, do NCPC estabelece que a decisão que julgar total ou par-

cialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamen-

te decidida.
3
Op. Cit.

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Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limi-
tes da questão principal expressamente decidida.

O mesmo efeito previsto no caput se aplica à questão prejudicial decidida inci-

dentemente e de modo expresso no processo, se dessa decisão depender o julga-

mento do mérito e desde que o juízo tenha competência, em razão da matéria e da

pessoa (incisos I e III do art. 503 do novo CPC).

Art. 503.
(...)
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa
e incidentemente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso
de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como
questão principal.

Nelson Nery Jr.4 analisam várias hipóteses de apreciação da prejudicial de in-

constitucionalidade, segundo o órgão que a analisa.

• Juiz singular.

Não faz coisa julgada porque juiz singular não tem competência para conhe-

cer da matéria como ação autônoma, o que é privativo do Supremo Tribunal Federal

(CF/1988, art. 102, I):

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Consti-


tuição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

4
NERY JÚNIOR; Nelson. Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 63, n. 95, p. 211-225,
jan./jun. 2017.

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• Se a Constituição Estadual prevê competência para o Tribunal de Justiça

julgar em controle direto, abstrato e concentrado, a inconstitucionalidade de

lei ou ato normativo estadual ou municipal contestado em face da Constitui-

ção Estadual.

Poderá haver autoridade de coisa julgada, se o Tribunal apreciar a prejudicial de

inconstitucionalidade suscitada em ação de sua competência originária, como ação

rescisória, apelação ou agravo de instrumento.

• Prejudicial de inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo contestado

em face da Constituição Estadual, apreciada por órgão fracionário do Tribunal

de Justiça.

Somente faz coisa julgada se o órgão fracionário tiver competência definida pela

Constituição Estadual para julgar Ação Direta de Inconstitucionalidade estadual. Se

a Constituição do Estado estabeleceu que esta competência é do plenário do Tribu-

nal ou de seu Órgão Especial, a turma ou câmara deverá enviar o processo para que

a questão prejudicial seja apreciada por um destes órgãos. A decisão do plenário

ou do Órgão Especial em arguição prejudicial de inconstitucionalidade, desde que

preenchidos os demais requisitos do art. 503, I e III, também fará coisa julgada.

• Inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo reconhecida no Supremo Tribu-

nal Federal em sede de recurso extraordinário.

Nesse caso, assim como acontecia no CPC/73, o NCPC estabelece que a in-

constitucionalidade de lei ou ato normativo declarada incidentalmente, como fun-

damento da decisão de mérito, não faz coisa julgada. Somente haverá coisa

julgada quando o Supremo Tribunal Federal, em controle difuso, der provimento ao

Recurso Extraordinário, reconhecendo a inconstitucionalidade.

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Nesse a decisão não tem efeitos erga omnes. Os efeitos da declaração de in-

constitucionalidade serão restritos às partes envolvidas na demanda.

Para que a decisão tenha efeito erga omnes é necessário que o Senado Federal,

ao receber o acórdão do recurso extraordinário, emita uma resolução, suspendendo

a execução da lei ou ato normativo em todo o território nacional, conforme estabe-

lece o Art. 52, X, da CF/1988.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


(...)
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

Muito bem, caro(a) aluno(a)

Acabamos de traçar uma linha procedimental geral, que deverá ser adotada no

processamento da arguição de inconstitucionalidade em controle difuso, em todos

os Tribunais.

Com isso terminamos nossa aula.

Releia o material quantas vezes julgar necessário, até a completa fixação do

conteúdo.

A seguir, tente resolver as questões propostas e, ao final, confira o gabarito

comentado.

Um abraço e até a próxima aula!

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (QUADRIX/CRA-PR/ADVOGADO/2019) No que se refere à ordem dos

processos de competência originária dos tribunais, julgue o item a seguir.

O prévio pronunciamento do Plenário ou do órgão especial do tribunal não desonera

a turma ou a câmara de nova remessa de arguição de inconstitucionalidade sobre

uma mesma questão àquele colegiado, dispensa esta que somente tem lugar quan-

do houver posicionamento do Supremo Tribunal Federal.

Questão 2    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XXIII – PRIMEIRA

FASE/2017/ADAPTADA) Nos Juízos de Direito da capital do Estado ALFA tramita-

vam centenas de demandas semelhantes, ajuizadas por servidores públicos vincu-

lados ao Município ÔMEGA, discutindo a constitucionalidade de lei ordinária muni-

cipal que tratava do plano de cargos e salários da categoria.

Antevendo risco de ofensa à isonomia, com a possibilidade de decisões contraditó-

rias, o advogado de uma das partes resolve adotar medida judicial para uniformizar

o entendimento da questão jurídica.

Nessa hipótese, o advogado deve peticionar

a) ao Juízo de Direito no qual tramita a demanda por ele ajuizada, requerendo a

intimação do Ministério Público para conversão da demanda individual em coletiva.

b) ao Presidente do Tribunal ao qual está vinculado o Juízo de Direito, requerendo

a instauração de incidente de arguição de inconstitucionalidade.

c) ao Juízo de Direito no qual tramita a demanda por ele ajuizada, requerendo a

instauração de incidente de assunção de competência.

d) ao Presidente do Tribunal ao qual está vinculado o Juízo de Direito, requerendo

a instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas.

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Questão 3    (IADES/AL-GO/PROCURADOR/2019) Os tribunais, no controle difuso

de constitucionalidade, para declarar a inconstitucionalidade de uma lei federal,

devem

a) julgar o incidente de inconstitucionalidade na turma ou câmara.

b) submeter ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade

quando já houver pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal a res-

peito da questão, a fim de ratificar o posicionamento.

c) submeter a questão da inconstitucionalidade à turma ou câmara a que compe-

tir o conhecimento do processo. Assim, se a arguição for acolhida, a questão será

submetida ao plenário do tribunal ou ao respectivo órgão especial, onde houver.

d) ouvir o Ministério Público e as partes após o julgamento da questão pela turma

ou câmara.

e) proibir, em razão do princípio da eficiência, a manifestação dos responsáveis

pela edição do ato questionado.

Questão 4    (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Em sede de inventário ju-

dicial envolvendo disputa entre descendentes e companheiro supérstite do autor

da herança, a sentença de partilha é proferida em conformidade com o dispositivo

do Código Civil que regula os direitos sucessórios de companheiros em união está-

vel. Diante de recurso de apelação interposto pelo companheiro supérstite, órgão

fracionário do Tribunal de Justiça, reconhecendo incidentalmente a inconstituciona-

lidade do aludido dispositivo legal, reforma a sentença, determinando que seja apli-

cado ao caso o mesmo regime legal estabelecido para a sucessão entre cônjuges.

Descendentes do autor da herança, prejudicados com o resultado do julgamento,

interpõem recurso extraordinário em face do referido acórdão, proferido sem que

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houvesse decisão prévia do Plenário ou órgão especial do respectivo Tribunal sobre

a matéria.

Nesse caso, à luz da legislação aplicável e da jurisprudência do Supremo Tribunal

Federal na matéria, o recurso extraordinário

a) possui repercussão geral presumida, por ter sido o acórdão recorrido proferido

sem observância da cláusula de reserva de Plenário, em ofensa a súmula vinculante

do STF.

b) não é cabível, por não possuir repercussão geral a matéria constitucional discu-

tida, embora seja admissível reclamação, por ter sido o acórdão recorrido proferido

sem observância da cláusula de reserva de Plenário, em ofensa a súmula vinculante

do STF.

c) deverá ter seguimento negado, por ter sido o acórdão recorrido proferido em

conformidade com entendimento do STF exarado no regime de repercussão geral.

d) é admissível, por possuir repercussão geral a matéria referente à constituciona-

lidade do referido dispositivo do Código Civil, sendo cabível, concomitantemente, o

ajuizamento de reclamação, por ter sido o acórdão recorrido proferido sem obser-

vância da cláusula de reserva de Plenário, em ofensa a súmula vinculante do STF.

e) possui repercussão geral presumida, por ter o acórdão recorrido reconhecido a

inconstitucionalidade de dispositivo de lei federal, não cabendo ao Tribunal a quo

negar-lhe seguimento.

Questão 5    (BANPARÁ/BANPARÁ/ADVOGADO/2013/ADAPTADA) Acerca do inci-

dente de inconstitucionalidade, julgue o item seguinte.

No julgamento do incidente de inconstitucionalidade, se a alegação for rejeitada,

prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado acórdão, a fim de ser sub-

metida a questão ao tribunal pleno.

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GABARITO
1. E

2. d

3. c

4. c

5. C

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GABARITO COMENTADO

Questão 1    (QUADRIX/CRA-PR/ADVOGADO/2019) No que se refere à ordem dos

processos de competência originária dos tribunais, julgue o item a seguir.

O prévio pronunciamento do Plenário ou do órgão especial do tribunal não desonera

a turma ou a câmara de nova remessa de arguição de inconstitucionalidade sobre

uma mesma questão àquele colegiado, dispensa esta que somente tem lugar quan-

do houver posicionamento do Supremo Tribunal Federal.

Errado.

As hipóteses de dispensa da instauração do incidente de arguição de inconstitucio-

nalidade estão descritas no art. 949, parágrafo único:

Art. 949.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao
órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamen-
to destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

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FASE/2017/ADAPTADA) Nos Juízos de Direito da capital do Estado ALFA tramita-

vam centenas de demandas semelhantes, ajuizadas por servidores públicos vincu-

lados ao Município ÔMEGA, discutindo a constitucionalidade de lei ordinária muni-

cipal que tratava do plano de cargos e salários da categoria.

Antevendo risco de ofensa à isonomia, com a possibilidade de decisões contraditó-

rias, o advogado de uma das partes resolve adotar medida judicial para uniformizar

o entendimento da questão jurídica.

Nessa hipótese, o advogado deve peticionar

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a) ao Juízo de Direito no qual tramita a demanda por ele ajuizada, requerendo a

intimação do Ministério Público para conversão da demanda individual em coletiva.

b) ao Presidente do Tribunal ao qual está vinculado o Juízo de Direito, requerendo

a instauração de incidente de arguição de inconstitucionalidade.

c) ao Juízo de Direito no qual tramita a demanda por ele ajuizada, requerendo a

instauração de incidente de assunção de competência.

d) ao Presidente do Tribunal ao qual está vinculado o Juízo de Direito, requerendo

a instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas.

Letra d.

Correta a alternativa “d”, nos termos dos arts. 976 e 977 do CPC/2015:

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:
I – efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito;
II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
I – pelo juiz ou relator, por ofício;
II – pelas partes, por petição;
III – pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.

Questão 3    (IADES/AL-GO/PROCURADOR/2019) Os tribunais, no controle difuso

de constitucionalidade, para declarar a inconstitucionalidade de uma lei federal,

devem

a) julgar o incidente de inconstitucionalidade na turma ou câmara.

b) submeter ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade

quando já houver pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal a res-

peito da questão, a fim de ratificar o posicionamento.

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c) submeter a questão da inconstitucionalidade à turma ou câmara a que compe-

tir o conhecimento do processo. Assim, se a arguição for acolhida, a questão será

submetida ao plenário do tribunal ou ao respectivo órgão especial, onde houver.

d) ouvir o Ministério Público e as partes após o julgamento da questão pela turma

ou câmara.

e) proibir, em razão do princípio da eficiência, a manifestação dos responsáveis

pela edição do ato questionado.

Letra c.

Correta a alternativa “c”, nos termos dos arts. 948 e 949 do CPC/2015:

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normati-


vo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a
questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
(...)
II – acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão espe-
cial, onde houver.

Questão 4    (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Em sede de inventário ju-

dicial envolvendo disputa entre descendentes e companheiro supérstite do autor

da herança, a sentença de partilha é proferida em conformidade com o dispositivo

do Código Civil que regula os direitos sucessórios de companheiros em união está-

vel. Diante de recurso de apelação interposto pelo companheiro supérstite, órgão

fracionário do Tribunal de Justiça, reconhecendo incidentalmente a inconstituciona-

lidade do aludido dispositivo legal, reforma a sentença, determinando que seja apli-

cado ao caso o mesmo regime legal estabelecido para a sucessão entre cônjuges.

Descendentes do autor da herança, prejudicados com o resultado do julgamento,

interpõem recurso extraordinário em face do referido acórdão, proferido sem que

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houvesse decisão prévia do Plenário ou órgão especial do respectivo Tribunal sobre

a matéria.

Nesse caso, à luz da legislação aplicável e da jurisprudência do Supremo Tribunal

Federal na matéria, o recurso extraordinário

a) possui repercussão geral presumida, por ter sido o acórdão recorrido proferido

sem observância da cláusula de reserva de Plenário, em ofensa a súmula vinculante

do STF.

b) não é cabível, por não possuir repercussão geral a matéria constitucional discu-

tida, embora seja admissível reclamação, por ter sido o acórdão recorrido proferido

sem observância da cláusula de reserva de Plenário, em ofensa a súmula vinculante

do STF.

c) deverá ter seguimento negado, por ter sido o acórdão recorrido proferido em

conformidade com entendimento do STF exarado no regime de repercussão geral.

d) é admissível, por possuir repercussão geral a matéria referente à constituciona-

lidade do referido dispositivo do Código Civil, sendo cabível, concomitantemente, o

ajuizamento de reclamação, por ter sido o acórdão recorrido proferido sem obser-

vância da cláusula de reserva de Plenário, em ofensa a súmula vinculante do STF.

e) possui repercussão geral presumida, por ter o acórdão recorrido reconhecido a

inconstitucionalidade de dispositivo de lei federal, não cabendo ao Tribunal a quo

negar-lhe seguimento.

Letra c.

Correta a alternativa “c”.

Temos aqui uma questão bastante complexa, pois exigiu dos candidatos conheci-

mento da lei e da jurisprudência atualizada do STF.

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O art. 949, parágrafo único, do CPC/2015 estabelece que

Parágrafo único. os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao


órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamen-
to destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

Esse dispositivo legal elimina as alternativas “a”, “b” e “e”.

Além disso, em maio de 2017 o STF reconheceu, em regime de repercussão geral,

a seguinte tese:

No sistema constitucional vigente é inconstitucional a diferenciação de regime


sucessório entre cônjuges e companheiros devendo ser aplicado em ambos os
casos o regime estabelecido no artigo 1829 do Código Civil (STF, RE 646721 e
RE 878694).

Correta, portanto, a alternativa “c”.

Questão 5    (BANPARÁ/BANPARÁ/ADVOGADO/2013/ADAPTADA) Acerca do inci-

dente de inconstitucionalidade, julgue o item seguinte.

No julgamento do incidente de inconstitucionalidade, se a alegação for rejeitada,

prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado acórdão, a fim de ser sub-

metida a questão ao tribunal pleno.

Certo.

Correta a afirmativa, com fulcro no art. 949 do CPC/2005.

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Prof.ª Lisiane Brito

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