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Belo
Horizonte
2023
WELLINGTON CLAYTON DOS SANTO CARDOSO
Belo
Horizonte
2023
RESUMO
Para se chegar a uma conclusão foi necessário que se fizesse uma breve
explanação histórica, após passou-se pela exposição de alguns princípios aplicáveis
ao tema proposto, ainda por uma breve exposição dos pontos centrais do Direito
Penal, Processo Penal e Direito Digital. Pelo exposto, chega-se à indubitável
conclusão de que sim há a possibilidade e não só possibilidade de renovação do
Direito Penal e Digital e sim uma necessidade visto a mudança constante nos fatores
que tratam de crimes cibernéticos no Direito Penal Brasileiro.
In the course of this, bringing to the center a doctrinal discussion around the
possibility of applying such penalties, or understanding, exposing the ideas of jurists,
applied methodologies, understanding of the legal model, as present its evolutions in
the digital environment, to what happens to the necessary understanding about
changes in Criminal Law, not far from cybercrimes. It should be noted that the
ideological basis for the execution of this work is minority. For the elaboration of the
present study, the deductive method was used, starting from the general concept to
the more specific one.
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6
2. CONCEITOS ........................................................................................................ 7
6. ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO..................................................................... 19
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITOS
Diante disso, como passagem rápida, o Estado tem o direito de punir (jus
puniendi), para não contradizer suas diretrizes, não pode de imediato e
arbitrariamente imputar uma pena, sem o devido processo legal, assim o Estado
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Em primeiro momento, o Direito Penal tem como principal artigo o Art. 1º.
do Código Penal, discorre que “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
pena sem prévia cominação legal - CP.” ou seja, aquele crime só é de fato um crime
quando ele está tipificado no modelo do Código Penal, observados a aplicabilidade
à anterioridade da lei.
Brevemente, foi ponto de partida, não tão distante do atual ano, podemos
mencionar a "Revolução industrial 4.0”, que são Tecnologias para automação e
troca de dados e utiliza conceitos de Sistemas ciber-físicos, Internet das Coisas e
Computação em Nuvem, quem vem pelo caminho da predominância. Para mais, o
Direito Penal na era digital está ganhando mais espaço na usabilidade de
tecnologias, metodologias e utilizando de novo entendimento legal, assim essas
alterações causam inúmeros desafios, conflitos, discordâncias, aceitações dentre
outras alterações nas relações sociais, jurídicas, financeiras e globais.
passaram-se por uma evolução, um processo digital que desde sua implementação
está sendo grande progresso na sociedade, com esses avanços, trouxe grandes
benefícios sociais. Contudo, aparentado, não só os progressos benéficos como
também os crimes praticados aumentaram no ciberespaço.
o principal foco dessa evolução digital foi para ter controle e minimizar os impactos
causados pela pandemia, assim houve a criação de novas melhorias no convívio da
sociedade.
Diante disso, estes foram os novos meios usados com tecnologia em toda
sociedade, essas mudanças do físico para o digital excederam os contratempos da
aplicação do Direito Penal, do Processo Penal, não excluindo outros direitos, no
início da estação virtual, que surgiram também outros crimes virtuais como novas
práticas.
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Assim como no mundo, o Brasil teve sua notícia dos primeiros crimes de
phishing scam bancário (pescaria de senhas) em 1999. Igualmente, outro
caso célebre foi o de um empresário e ex-controlador de uma rede de varejo,
acusado à época (1999) de ter enviado, de Londres, e-mails para o mercado
financeiro com informações falsas alardeando o risco de quebra de um banco.
A partir de então, os problemas envolvendo a investigação de crimes
informáticos, que poderiam ser praticados em qualquer localidade do mundo.
Mais que isso, notou-se a refletir sobre a necessidade de leis que tratassem
de crimes informáticos. (JESUS; MILAGRE, 2016).
No ano de 1997, em novembro, a Justiça de Belo Horizonte tirava da Internet
páginas com fotografias de crianças em sexo explícito, sendo que o
responsável tinha apenas 15 anos de idade.
Na época, poderia alguém já imaginar que haveria necessidade de lei
específica para responder a tais delitos; crime de computador – prova pericial
necessária à demonstração da autoria. (JESUS; MILAGRE.2016).
outro nome que merece destaque quando se trata de outros crimes cibernéticos
trazidos por Carneiro;
Outro feito foi que para minimizar o problema, o Estado brasileiro teve a
iniciativa de focar e tratar assuntos tecnológicos nas últimas décadas, pois o número
de denúncias e cometimento de crimes on-line só aumentavam. Atualmente,
pesquisas relacionadas a crimes virtuais, sabe-se que o Brasil é o quarto do mundo
com o maior número de ameaças virtuais, por falta de segurança eficiente e usuários
leigos no assunto, veja que;
Nos dias que ocorrem, são conhecidos pela sociedade como crimes
virtuais, assim conceituando-se, como crime virtual a conduta típica e ilícita praticada
por meio de um computador, tablet, smartphone e uso da internet, mesmo sem estar
conectado a ela, ou seja, qualquer meio eletrônico que possa prejudicar terceiros.
Ocorre que, o que se pode entender é uma ideia de que o crime virtual,
em tese, era considerado um crime-meio, em que se utiliza uma tecnologia como
ferramenta para alcançar um determinado crime.
entende-se que o crime virtual pode ser um crime-meio, mas vem se desenvolvendo
como crime-fim, o que demandou, aliás, a tipificação de alguns crimes informáticos
próprios, com a edição das Leis nº12.735/2012 (que tipifica condutas realizadas
mediante uso de sistema eletrônico, digital ou similares, que sejam praticadas contra
sistemas informatizados e similares) e nº. 12.737/2012 (tipificação criminal de delitos
informáticos e dá outras providências).
a) violação à privacidade;
b) crimes econômicos:
b.1) hacking;
b.2) espionagem;
b.3) pirataria em geral (cópias não autorizadas);
b.4) sabotagem e extorsão;
b.5) fraude;
c) conteúdos ilegais e nocivos;
d) outros ilícitos;
d.1) contra a vida;
d.2) crime organizado;
d.3) guerra eletrônica.
também conhecido como crime informático autora francesa, Martine Brait (1985, p.
287), que classificou esses delitos em crimes onde a informática dar-se o ponto de
partida, que se pode citar;
6. ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO
logo, pode se observar que qualquer tipo de violação ao individuo torna-se ilegal ao
que se espera desse entendimento.
“O crime virtual puro seria “toda e qualquer conduta ilícita que tenha por
objetivo exclusivo o sistema de computador, pelo atentado físico ao
equipamento e seus componentes, inclusive dados e sistemas” Afinal, o crime
virtual comum seria aquele que se utiliza da internet “apenas como
instrumento para a realização do delito já tipificado pela lei penal, dentre os
quais destacamos as seguintes legislações. (REGINALDO CÉSAR).”
desse modo, o Código Penal tipifica cada crime com ligação aos crimes cibernéticos,
desde do crime feito no ambiente virtual ou como os que usam apenas a ferramenta
como meio da prática do crime.
Lei nº 1.521/51 (pirâmides, bola de neve), Art. Art. 195 da Lei n. 9.279/96
(concorrência desleal), Art. 10 da Lei n. 9.296/96 (interceptação telefônica),
Art. 12 da Lei n. 9.609/98 (software), Art. 72 da Lei Eleitoral (alterações no
sistema e no resultado/danos), Art. 94 da Lei n. 8.666/93 (licitações).
Esses crimes são conhecidos por ter alguma ligação com tecnologia, em
momento considera-se como crime, o que mais chama atenção é o de “FAKE NEWS”
- Conhecido como expor, anunciar, declarar, impulsionar, dizer, postar notícias falsas
em meio digital. Ainda em fase de votação o projeto Lei a PL 2630/2020, trata-se
dessas “Fakes News”, que distribui a responsabilidade para aquele que trata da
notícia.
Diante disso, alguns crimes que podem ser praticados na internet, como
crimes contra o patrimônio em geral furto, estelionato, dano, extorsão etc; fraudes em
gera promessas de altos ganhos e serviços on-line de investimentos; crimes contra
honra, calúnia injúria e difamação; Racismo; interceptação de correspondência,
violação de direitos autorais, pornografia infantil com pedofilia, pirataria de “software”
programas de computador, clonagem falsificação de cartão de crédito e débito,
invasão de dispositivos informáticos, interrupção de serviço informático e dentre
outros crimes cibernéticos.
o que se entende é que, um crime puro é aquele que são praticados no ambiente
virtual, como “ransomware” (resgate de dados furtados, seus dados são furtados e
suspeito lhe obriga a pagar uma certa quantia para devolução ou acesso àqueles
dados), diferentemente os mistos que usam de uma ferramenta digital para aplicar o
delito, pode-se citar o cartão magnético de aproximação, sendo uma ferramenta
digital, mas pode ser violado no meio físico, em ambos os ambientes.
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Este pode ser, data venia, um dos principais erros de grande parte dos
doutrinadores e legisladores sobre o tema: confundirem técnica com conduta.
A falta de apoio técnico – especialistas em tecnologia e segurança da
informação, em setores legislativos – leva o legislador brasileiro à criação de
tipos penais incoerentes. (JESUS, DAMÁSIO, p.12).
sendo assim, não obtendo tanto êxito no que diz respeito à dificuldade de todo o
entendimento e classificação dos crimes são a falta de especialistas no assunto para
qualquer compreensão técnica do tipo penal relacionado aos fatos ilícitos em todo
ambiente digital.
“Isto porque o legislador deve ter o cuidado para que não conceba uma
ordenação jurídica natimorta, que ingressa no arcabouço legislativo de modo
ultrapassado.
Sendo assim, no Brasil, a lacuna era atribuída de tal modo de se
legislar sobre o tema, por vezes, tentou condenar técnicas informáticas (ao
invés de condutas praticadas por diversas técnicas), essas técnicas estão em
mudança a todo momento, com a evolução dos sistemas, novas
vulnerabilidades e plataformas tecnológicas. (JESUS, DAMÁSIO).”
ao entendimento o que resta são inúmeras questões que surgem quando se trata de
condutas realizadas no ciberespaço, quanto a materialidade, quanto ao fato e autoria.
Não despercebido, esse entendimento, da criminalidade moderna suscita dúvidas e
insegurança quanto os efeitos das normas já existentes, restando lacunas.
delitiva e aos indícios de autoria que fornecem o mínimo viabilidade (justa causa) à
propositura de uma ação penal.
A importância da perícia está cada vez maior, pois diversas empresas têm
avaliado que manter seguro o segredo industrial tem se tornado um desafio
cada vez mais difícil, pois eventos como fraudes, invasão de crackers, avarias
em rede, distribuição de vírus e abusos de uso de credenciais administrativas
em sistemas, possuem objetivos de subtração de algo alheio ou ainda de
causar prejuízos operacionais. (RICARDO MARQUES).
por outro lado, existem diversas razões que levam à não investigação, como o alto
custo e a ausência de recursos de infraestrutura. Na maioria das vezes, pode ser mais
fácil e rápido reconstruir o sistema do que investigar as causas que levaram à sua
queda ou, então, ao roubo de alguma informação. Para reduzir esses problemas, se
faz necessária a alocação de equipes especializadas em análises forenses com
conhecimentos técnicos e científicos para conduzir a investigação das suspeitas que
envolvem o ambiente de tecnologia.
atualmente, o ambiente jurídico usa-se da internet como seu maior aliado, propondo
ações de entendimento de recursos, materialidade dentre outras questões de
informática, passando a valorização do Direito Penal ao entendimento do crime
cibernético, de alguns crimes segundo Jesus Milagre;
não distante, a internet tem sido um meio de comunicação e ligação de pessoas, com
isso ela trás uma nova forma de contrato. Onde pessoas de limítrofes ou países
distintos são conectadas em um mesmo contrato celebrado por essa via.
assim, quando se trata de contratos por via online, o Brasil não possui legislação
específica sobre os ilícitos cometidos através do meio informático, o que demonstra o
desafio no combate aos crimes cibernéticos.
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outro fator que merece destaque é o local dos crimes, ou seja, qual é o entendimento
da aplicação um dos maiores problemáticas, assim é observado o princípio da
territorialidade. Nesse sentido, previsto no art. 5º do Código Penal Brasileiro, dispõe
que aos crimes cometidos em território brasileiro aplica-se a lei brasileira.
logo, após o entendimento dos territórios, mudanças são recomendadas nas leis que
protegem esse tipo de bem no ambiente virtual, buscando assim, proteger os
interesses envolvidos contra os avanços da utilização dos meios informáticos em
práticas que ferem a dignidade da pessoa humana, assimilando as nuances da nova
realidade social.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
10. REFERÊNCIAS
BULOS, Uadi Lammego. Curso de Direito Constitucional. 6.ed. rev. e atual. São
Paulo. Saraiva. 2010.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 19. Ed. rev. São Paulo:
Atlas, 2015.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 41. ed., rev. e
atual. até a Emenda Constitucional nº 99, de 14.12.2017. São Paulo: Malheiros, 2018.
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-99/crimes-virtuais-elementos-para-uma-
reflexaosobreoproblemanatipificacao/#:~:text=Na%20d%C3%A9Cada%20de%2070
%20a,%C3%A0%20dade%20de%20se%20despender. Acesso em: 16 Nov. 2020
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DINIZ, Maria H. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral do Direito Civil. v.1.
[Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2023. E-book. ISBN 9786553628045.
Disponível em:
GRECO, Rogério. Direito Penal Estruturado. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2023. E-
book. ISBN 9786559647651. Disponível em:
REIS, Alexandre Cebrian A.; GONÇALVES, Victor Eduardo R. Direito processual penal.
(Coleção esquematizado®) . [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2023. E-book. ISBN
9786553626638. Disponível em: