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NOÇÕES DE

DIREITO CIVIL
E DIREITO
PROCESSUAL
CIVIL
Teoria Geral do Processo e Procedimento
Comum

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum

Sumário
Gustavo Deitos

Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum................................................................... 3


1. Teoria Geral: Processo e Procedimento. . ................................................................................. 4
1.1. Dos Tipos de Processo. . ............................................................................................................ 5
1.2. Dos Procedimentos. . ................................................................................................................ 11
1.3. Objeto e Mérito do Processo.................................................................................................15
2. Procedimento Comum: Aspectos Gerais. . .............................................................................. 17
3. Petição Inicial............................................................................................................................. 20
3.1. Requisitos da Petição Inicial................................................................................................. 20
3.2. Pedidos..................................................................................................................................... 26
3.3. Indeferimento da Petição Inicial......................................................................................... 36
4. Improcedência Liminar do Pedido.......................................................................................... 41
5. Respostas do Réu e Revelia.. ................................................................................................... 45
5.1. Contestação. . ............................................................................................................................46
5.2. Reconvenção.. .......................................................................................................................... 59
5.3. Revelia e Confissão................................................................................................................ 62
6. Valor da Causa. . .......................................................................................................................... 66
Exercícios......................................................................................................................................... 69
Gabarito............................................................................................................................................89
Gabarito Comentado.....................................................................................................................90

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Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
Gustavo Deitos

TEORIA GERAL DO PROCESSO E PROCEDIMENTO


COMUM
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online!
Espero encontrá-lo muito bem! Neste curso, apresento-lhe várias aulas autossuficientes
de direito processual civil, com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o
substrato de conteúdo necessário para ter o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. de qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual Civil:
• Teoria geral do processo;
• Procedimento comum: aspectos gerais;
• Respostas do réu: contestação e reconvenção;
• Petição inicial: requisitos, pedidos e indeferimento;
• Improcedência liminar do pedido;

Revelia e confissão.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.

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satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso você
tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum problema,
por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar sua avaliação.
Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir quaisquer pro-
blemas nas aulas.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

1. Teoria Geral: Processo e Procedimento


O processo consiste em instrumento do Estado para a realização da tutela jurisdicional
dos direitos. É o conjunto de atos que, se praticados da forma correta (preestabelecida), pro-
porcionam a efetiva entrega dos bens jurídicos àquelas pessoas que tenham tido seus direitos
envolvidos num conflito de interesses.
A aplicação justa do direito, na ótica de um Estado Democrático de Direito, necessita do
respeito ao contraditório e à legalidade. Dessa forma, a tutela jurisdicional somente pode ser
válida quando for entregue ao jurisdicionado mediante processo tramitado de acordo com as
regras expressas de pleito, defesa e julgamento.
Ao aplicar o direito ao caso concreto – e, por consequência, exercer a função jurisdicional
–, o Estado passa a ser compreendido como Estado-juiz, exercendo a tutela jurisdicional so-
bre os negócios jurídicos, os atos e as pessoas. Portanto, o processo é o meio pelo qual os
sujeitos (jurisdicionados) levam seus conflitos de interesses à apreciação do Estado-juiz.
A partir daí, torna-se possível conceituar o que é processo civil: é um ramo do direito públi-
co que engloba princípios e regras responsáveis pelo tratamento da jurisdição civil, consisten-
te na aplicação do direito material civil aos casos concretos.

A incidência das regras e princípios do processo civil dá-se a


partir da aliança de dois fatores: conflito de interesses + pre-
tensão posta à análise do Estado-juiz.

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O conflito de interesses, por si só, não atrai a incidência das normas processuais civis. É
necessário que tal conflito seja posto à apreciação do órgão jurisdicional competente.
A partir do momento em que ocorre a submissão do conflito de interesses ao crivo do
Poder Judiciário, estabelece-se uma relação jurídica processual, ou uma relação de direito
processual, como preferir. Tal relação é triangular, desta forma ilustrada:

Juiz

Parte Parte
Autora Ré

A relação jurídica processual existe do autor para com o juiz, do réu para com o juiz e do
autor para com o réu. Isso significa que as partes, além de deverem atuar com boa-fé no re-
lacionamento com o juiz, deverão comportar-se de forma cooperada e de boa-fé entre elas,
também. Logo, ambas as partes defenderão suas pretensões (direitos) nos limites das normas
jurídicas aplicáveis ao processo.
Desde já, as principais conclusões que você pode tirar acerca da definição de processo
civil são:
1) É um ramo do direito público;
2) Sempre tem o Estado como parte da relação estabelecida no processo civil, sendo este
o principal fundamento pelo qual o processo civil é ramo do direito público;
3) É um instrumento de aplicação (tutela jurisdicional) do direito material civil aos casos
concretos;
4) É atraído mediante existência de conflito de interesses e de submissão deste conflito à
apreciação do Estado-juiz (Poder Judiciário).

1.1. Dos Tipos de Processo


Os processos judiciais, embora sejam universalmente destinados à tutela jurisdicional, são
diferenciados em razão da natureza e da complexidade das regras processuais que regem

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cada processo. Você entenderá melhor este fundamento ao observar quais são os tipos de
processo (compreendidos dentro do processo civil).
Os tipos de processo, na teoria, possuem os mesmos nomes dados às ações. Apesar da
identidade de nomes, você compreenderá o porquê da diferenciação das classificações (tipos
de processo e espécies de ação).
Registro que os doutrinadores Marinoni, Mitidiero e Arenhart apontam que os tipos/espé-
cies de processo não seriam propriamente espécies ou tipos, mas, sim, espécies de atividades
que podem ser desempenhadas ao longo do processo.
Embora tal posicionamento seja importantíssimo para a compreensão do tema, tratare-
mos as “espécies de atividades” como tipos de processo, uma vez que as atividades desem-
penhadas dentro do processo configuram a sequência de atos processuais, que dá sentido ao
processo. Logo, pode-se concluir que o conjunto de atos é, por excelência, o processo.
1) PROCESSO DE CONHECIMENTO: É o conjunto de princípios e regras destinadas à cog-
nição (conhecimento) do conflito de interesses. É o processo responsável pela descoberta
da verdade sobre o conflito, mediante coleta de provas, oportunidade de defesa, narração dos
fatos, dentre outros fatores, todos destinados a formar o convencimento do juiz sobre a ver-
dade real do conflito de interesses (lide) existente. O objetivo do processo de conhecimento
é o esclarecimento do conflito, de modo que o juiz possa sentir e aplicar a solução mais justa
possível ao caso concreto.
• O processo de conhecimento tem por resultado prático o reconhecimento (certificação)
da existência ou inexistência do direito, bem como da maneira como tal direito pode ser
exercido e de seus parâmetros de aplicação.

2) PROCESSO DE EXECUÇÃO: É o conjunto de princípios e regras destinadas a buscar a


satisfação de um direito já certificado e reconhecido num processo de conhecimento, ou de
um direito que, por preencher alguns requisitos legais, não precisou de um processo de conhe-
cimento para ser satisfeito diretamente. O objetivo do processo de execução é a efetiva entre-
ga de um direito que já é certo. Portanto, todas as regras processuais da execução consistem
em meios de forçar o devedor (executado) a entregar o direito do credor (exequente), ou, em
alguns casos, de forçar um terceiro a cooperar para que o direito do exequente seja satisfeito.
• O processo de execução tem por resultado prático a satisfação do titular do bem jurídi-
co, que tem seu direito “entregue” pelo Estado.

Acima, você viu a diferenciação tradicional de conhecimento e execução no direito proces-


sual civil. O conhecimento (cognição) e a execução (satisfação) também podem ser mencio-
nados em questões como fases:
• Fase de Conhecimento (fase cognitiva)
• Fase de Execução (fase satisfativa/executiva/executória)

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A depender do Estado e de sua política legislativa quanto a direito processual, os processos


(fases) de conhecimento e de execução podem ser unificados, isto é, ocorrerem num mesmo
processo, como se se misturassem.
No CPC de 2015, as tradicionais fases de conhecimento e de execução ocorrem no mesmo
processo. Você verá, ainda, que a fase de execução é tecnicamente nomeada no direito proces-
sual civil brasileiro como fase de cumprimento de sentença.

No CPC anterior (de 1973), o processo de conhecimento e o de execução ocorriam de


forma separada. Deveria existir um processo para cada fase: conhecimento e execução. Esta
separação de processos para as duas fases da tutela jurisdicional perdurou até a edição da Lei
n. 11.232/2005, que alterou o CPC de 1973 para tornar desnecessária a abertura de um novo
processo para a execução de um direito já certificado.
A partir de tal mudança, o que antes se conhecia como “processo de conhecimento” e
“processo de execução” passou a ser entendido da seguinte maneira: FASE de conhecimento
e FASE de execução, dentro de um mesmo processo.
O CPC de 2015 apresentou a temática de forma igual à alteração de 2005, adotando a
configuração do sincretismo processual, que consiste na unificação das fases de conheci-
mento e de execução em um só processo, coisa que já havia sido levada a efeito pela Lei n.
11.232/2005.
Portanto, atualmente, as fases de conhecimento e de execução não se separam em proces-
sos, mas, sim, em fases de um mesmo processo. Trata-se da teoria do sincretismo processual.
Para ilustrar:

PROCESSO

FASE DE CONHECIMENTO

FASE DE EXECUÇÃO

Nada melhor que imaginar o processo como uma grande caixa que armazena, em seu inte-
rior, as fases de conhecimento e de execução, juntas.
Agora, veremos com mais detalhes os aspectos básicos e as diferenças entre o processo
de execução autônoma e o cumprimento de sentença.

1.1.1. Processo de Execução Autônoma e Cumprimento de Sentença

Em muitos conflitos judiciais, a satisfação de uma obrigação somente é possível quando o


réu cumprir alguma obrigação, seja de pagar, fazer ou não fazer alguma coisa.

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Nem sempre o réu cumpre voluntariamente as obrigações a que está obrigado. para fazer
com que essas obrigações sejam cumpridas, o processo civil dispõe do sistema da execu-
ção. Esse sistema é integrado por atos processuais destinados à constrição/bloqueio de bens,
à intimação do réu/executado para pagamento, à penhora, à expropriação de bens penhora-
dos e a várias outras ferramentas destinadas à satisfação da obrigação reconhecida no título
executivo.

O que seria um título executivo?

O título executivo é um documento tido como objeto da execução. É o documento que


demonstra qual é a obrigação descumprida pelo réu/executado, a qual deve ser cumprida de
forma forçada por meio da execução.

 Obs.: Grave que a execução é um sistema de cumprimento forçado/involuntário das obriga-


ções, com o aval do Estado.

Para ser objeto da execução, o título executivo deve ter alguns requisitos. Deve o título
executivo ser:
1) CERTO: o título/documento aponta a existência de uma dívida certa (em dinheiro ou em
prestação de fazer ou não fazer). Deve ser, ao menos, identificável a prestação devida pelo
devedor. Não deve haver dúvidas, no entanto, sobre a existência da dívida.
2) LÍQUIDO: é o valor da dívida, o chamado quantum debeatur, ou, ainda, podem ser os bens
objeto da obrigação. da simples leitura do título deve ser possível saber o valor ou os bens
devidos pela obrigação.
3) EXIGÍVEL: a dívida deve estar vencida, e não deve haver condição suspensiva ou termo
inicial sobre a dívida. Não pode haver nenhum obstáculo à cobrança do débito. Ainda, não pode
a dívida estar prescrita, pois a prescrição torna o débito inexigível pela via judicial.
Estes três requisitos são previstos no texto do art. 783 do CPC: “A execução para cobrança
de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”.
O processo autônomo de execução, ou simplesmente “processo de execução”, é o proces-
so que já se inicia na fase de execução, e nela termina. Todos os atos processuais do processo
de execução autônoma destinam-se ao reconhecimento da dívida e à busca pela satisfação
dessa dívida de variadas formas.

Afinal, por que devemos falar em “execução autônoma”?

É porque o processo de execução não depende de outro processo para existir.

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Continuam existindo, após a entrada em vigor do CPC de 2015, certos processos autônomos
de execução. A seguir, apresentarei a você as hipóteses em que se deve realizar cumprimento
de sentença e aquelas em que se deve abrir processo autônomo de execução.

A diferença entre a necessidade de cumprimento de sentença e de processo de execução


é muito simples:
1) Haverá cumprimento de sentença quando existir um título executivo judicial.
• TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS: são os produzidos com atividade do Poder Judiciário
(decisões judiciais, acordos homologados pelo juiz).

Exemplo: Uma sentença do juiz de primeira instância é um título executivo judicial, assim como
um acórdão de tribunal e uma decisão interlocutória de mérito.

A lista completa dos títulos executivos judiciais consta do rol do art. 515 do CPC:

Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos pre-
vistos neste Título:
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II – a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III – a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e
aos sucessores a título singular ou universal;
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido apro-
vados por decisão judicial;
VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII – a sentença arbitral;
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Su-
perior Tribunal de Justiça;
X – (VETADO).

 Obs.: Estudaremos cada título executivo judicial, em espécie, no capítulo em que abordar-
mos as disposições gerais sobre o cumprimento de sentença no CPC.

2) Haverá processo de execução (autônomo, desvinculado de qualquer outro processo)


quando existir um título executivo extrajudicial.
• TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS: são os produzidos sem nenhuma interferên-
cia do Poder Judiciário.

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Exemplos: títulos de crédito em geral, como cheques, notas promissórias, duplicatas e letras
de câmbio.

A lista completa dos títulos executivos extrajudiciais consta do rol do art. 784 do CPC:

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:


I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III – o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV – o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado
por tribunal;
V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele
garantido por caução;
VI – o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de en-
cargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X – o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, pre-
vistas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente
comprovadas;
XI – a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e
demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII – todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.

Agora, não lhe restam dúvidas sobre as hipóteses de cabimento de cumprimento de sen-
tença e de processo de execução:
• CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: títulos executivos judiciais (rol do art. 515 do CPC).
− O cumprimento de sentença ocorre nos mesmos autos do processo de conhecimen-
to, como se fosse o mesmo processo. Trata-se de uma mera separação de fases de
um mesmo processo: fase de certificação/conhecimento e fase de cumprimento.

O PULO DO GATO
O cumprimento de sentença é muitas vezes mencionado como fase executiva ou fase de exe-
cução. Todavia, não confunda “fase” de execução com “processo” de execução. As duas coi-
sas são muito distintas uma da outra. Portanto, depois que um direito for certificado em ação
judicial, não se fala mais em “processo de execução”, mas, sim, em cumprimento de sentença.

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• PROCESSO DE EXECUÇÃO: títulos executivos extrajudiciais (rol do art. 784 do CPC).


− O processo de execução é também conhecido como ação autônoma de execução,
ação executiva, execução autônoma e processo autônomo de execução.
− Diz-se que o processo de execução é “autônomo” porque pode existir sem que exista
um processo anterior de conhecimento. Ele não depende de outro processo para po-
der tramitar regularmente.

Acerca do processo autônomo de execução, existe uma regra muitíssimo importante, ante sua
grande recorrência em questões: a do art. 785 do CPC.

Confira o que dispõe o art. 785 do CPC:

Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de
conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.

Imagine que uma pessoa tenha cópia de um contrato assinado por duas testemunhas (títu-
lo executivo extrajudicial). Todavia, esta pessoa, já sabendo das várias formas de defesa pro-
cessual que a parte contrária usará para frustrar a execução, toma uma decisão: a de ajuizar
ação de conhecimento (comum) para obter título executivo judicial, ao invés de ficar apenas
com um título executivo extrajudicial.
Na prática, em muitos casos o título executivo judicial passa mais confiança ao juízo, em
razão de ter havido atividade decisória sobre a relação jurídica que originou o crédito.
Portanto, é perfeitamente possível que uma pessoa, com título executivo extrajudicial,
ajuíze ação de conhecimento para conseguir um título executivo judicial (decisão de mérito), a
ser efetivado mediante cumprimento de sentença, e não por execução autônoma.

1.2. Dos Procedimentos


Talvez você esteja se perguntando: qual seria a diferença entre processo e procedimento?
O conceito que lhe foi apresentado anteriormente afirma que o processo é um instrumento
do Estado para a realização da tutela jurisdicional dos direitos. É o conjunto de atos que, se pra-
ticados da forma correta (preestabelecida), proporcionam a efetiva entrega dos bens jurídicos
àquelas pessoas que tenham tido seus direitos envolvidos num conflito de interesses.
Agora, prepare-se para absorver um pequeno paradoxo, que será logo explicado.
O procedimento, por sua vez, é o conjunto de regras que regulam a forma e as condições em
que os atos processuais deverão ser praticados, em especial a ordem e o tempo desses atos.

Professor, o conceito de “procedimento” não estaria se confundindo com o de processo?

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Veja bem, querido(a) aluno(a): o procedimento é um elemento englobado pelo processo.


O procedimento está dentro do processo. Afinal, toda e qualquer tramitação de ação se de-
senvolverá num processo, mas esse desenvolvimento (tramitação) pode seguir regras muito
diferentes daquelas aplicáveis a outros processos.
Conclusão: todos os procedimentos, sejam eles quais forem, são englobados pela estru-
tura do processo. Esta conclusão implica na seguinte lição: o processo sempre existirá com a
mesma essência, mas os procedimentos podem ser diferentes em relação a cada tipo de ação.
Embora o procedimento seja corretamente compreendido como um “conjunto de atos pro-
cessuais”, não é errado dizer que o processo também seja um conjunto de atos processuais,
uma vez que todo procedimento está dentro do processo. É da seguinte forma:

PROCESSO

PROCEDIMENTO

O procedimento (regras aplicáveis aos atos processuais) pode ser diferente para cada es-
pécie de ação. Isso significa que existem ações sujeitas a regras específicas (diferentes do
comum), e outras sujeitas a regras mais genéricas (usualmente aplicadas às ações mais cor-
riqueiras).
Sabendo disso, você já pode observar que, no direito processual civil brasileiro, após a en-
trada em vigor do CPC de 2015, existem dois grandes tipos de procedimento:
1) PROCEDIMENTO COMUM: É o procedimento aplicado a todas as causas, como regra
geral. Todas as ações que não tiverem um procedimento especial definido em lei tramitarão de
acordo com o conjunto de regras que compõe o procedimento comum. Confira a regra do art.
318, caput:

Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.

O procedimento comum é aquele definido no Título I do Livro I da Parte Especial do CPC:


regras sobre petição inicial, audiência de conciliação e mediação, provas, contestação, im-
procedência liminar, extinção do processo, saneamento processual, julgamento antecipado,
audiência de instrução e julgamento.
2) PROCEDIMENTOS ESPECIAIS: no CPC e em legislações esparsas, existem procedimen-
tos (conjuntos de regras) diferenciados, que preveem espécies diferentes de atos processuais,
prazos distintos, número de atos diverso, dentre outras inúmeras particularidades. Os procedi-
mentos especiais aplicam-se estritamente aos casos a que se referirem em lei.

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Exemplos: A Lei da Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/1985) traça um procedimento especial para
a ação civil pública, que observará, portanto, regras diversas do procedimento comum. Outros
casos: ações possessórias (arts. 554 a 568 do CPC), ação de exigir contas (arts. 559 a 553 do
CPC), ação de consignação em pagamento (arts. 539 a 549 do CPC), ações de família (arts.
693 a 699 do CPC).

Professor, quer dizer que as ações especiais, submetidas a procedimentos especiais, de-
vem prever, para si, todo um regramento relativo a provas, audiências, decisões, defesas
e petição inicial?

Não é bem assim, caro(a) aluno(a). para evitar este trabalho excessivo do legislador, dos
magistrados, dos advogados e, também, dos estudantes, não é necessário que exista todo
este grande e robusto regramento para cada procedimento especial.
A fim de que as necessidades de todos os procedimentos sejam atendidas, criou-se a regra
da subsidiariedade do procedimento comum. Ela é prevista no parágrafo único do art. 318:

Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos
especiais e ao processo de execução.

Conclusão: sempre que o procedimento especial tiver uma norma específica, será aplicada
esta própria norma específica.

Exemplo: O art. 714 do CPC estabelece como prazo para a contestação, no procedimento
especial de restauração de autos, o prazo de 5 dias. Logo, neste procedimento, não será apli-
cado o prazo de 15 dias do procedimento comum.

Se o procedimento especial não tiver nenhuma norma específica para determinada situa-
ção do processo, será aplicada a regra pertinente do procedimento comum, de forma subsidiá-
ria (em caso de lacuna no regramento especial).

Exemplo: Os procedimentos especiais de jurisdição voluntária não têm regras específicas para
a coleta de prova pericial. Logo, serão aplicadas as regras sobre perícias, peritos e laudos peri-
ciais dos arts. 464 e seguintes do CPC.

Ainda é importante sabermos de que, dentro dos procedimentos especiais, existem


duas divisões:
1) Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa;
2) Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária.
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Abaixo, apresento a diferenciação básica entre estas duas divisões.


• PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA: O Estado visa à compo-
sição de litígios por meio de um processo autêntico, no qual exista uma lide (conflito)
a ser resolvida, com a presença das partes (autor e réu) e aplicação das regras proces-
suais de ônus probatório, revelia e confissão. Nessa modalidade jurisdicional, a decisão
judicial pode produzir coisa julgada formal e material.
• PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: O Estado participa como
mero administrador de interesses privados, dando validade a negócios jurídicos por
meio de um procedimento judicial. Neste caso, não existe lide (conflito) e nem partes
(autor e réu), mas apenas interessados (requerentes). Nesta modalidade jurisdicional, a
decisão judicial pode produzir tão somente coisa julgada formal.
• Coisa julgada material é a força impositiva que torna imutável e indiscutível a decisão
de mérito não mais sujeita a recurso. A decisão judicial, neste estágio, já ganha força de
lei (art. 503, caput).
• Coisa julgada formal restringe-se à impossibilidade de manifestação, sobre a causa, no
mesmo processo, em razão de este ter sido extinto. Neste caso, o mérito da ação (alega-
ções do autor e do réu, ou dos requerentes, se de jurisdição voluntária) não é apreciado.

A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de nova ação


acerca da mesma causa;
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de nova ação
sobre a mesma causa.

Ainda, registro que os procedimentos especiais de jurisdição voluntária têm sua natureza
jurídica conceituada na doutrina de duas formas:
• TEORIA CLÁSSICA OU ADMINISTRATIVISTA: Segundo os filiados a essa teoria, na juris-
dição voluntária, o juiz não atua exercendo atividade propriamente jurisdicional. Ele atua
exercendo mera administração de interesses privados.

Obs.: As bancas CESPE e VUNESP já adotaram esse posicionamento.


• TEORIA REVISIONISTA OU JURISDICIONALISTA: de acordo com esta teoria, apesar de
a jurisdição voluntária ter suas peculiaridades, o juiz atua exercendo, sim, atividade juris-
dicional no sentido próprio da palavra.

Vamos adiante.
No CPC revogado (de 1973), existiam os procedimentos “ordinário” e “sumário”, que se
diferenciavam pelo valor da causa. Agora, existem somente o procedimento comum (aplicado

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a todos os processos como regra geral, independentemente do valor da causa) e os procedi-


mentos especiais.
Para finalizar este tema, saliento que existem duas regras de transição importantes sobre
procedimentos, nos arts. 1.046, § 1º, e 1.049 do CPC:

Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1º As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e
aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não senten-
ciadas até o início da vigência deste Código.

O procedimento sumário (já revogado) e eventuais procedimentos especiais que tenham


sido revogados juntamente com o CPC de 1973 continuarão sendo observadas, pelo juiz e
pelas partes quando, no início da vigência do CPC de 2015, as ações submetidas a tais ritos
estejam pendentes e ainda não julgadas em primeiro grau de jurisdição.
Depois que tais ações forem julgadas, passará a ser aplicado, na íntegra, o conjunto de
regras do Novo CPC.

Art. 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-lo,
será observado o procedimento comum previsto neste Código.
Parágrafo único. na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o proce-
dimento comum previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se
houver.

Quando dispositivos de leis esparsas disserem que determinado assunto observará as nor-
mas da legislação processual comum, ou, genericamente, as normas do CPC, será observado
o conjunto normativo do procedimento comum.
Quando uma lei específica, anterior ao CPC de 2015, fizer remissão ao procedimento sumá-
rio do CPC, dizendo que ele deve ser observado em determinada situação, deverá ser observa-
do o procedimento comum, naquilo em que não contrariar as regras do procedimento especial
definido na legislação esparsa.

Exemplo: Ação revisional de aluguel (art. 68 da Lei n. 8.245/91), que, segundo seu dispositivo,
terá “rito sumário”. para tal ação, deve ser aplicado o procedimento comum, nas ações ajuiza-
das após a entrada em vigor do Novo CPC.

1.3. Objeto e Mérito do Processo


O objeto do processo, tecnicamente, é a pretensão principal formulada por meio da ação.

Exemplo: Numa ação de reintegração de posse, o objeto do processo é a reintegração do autor


na posse do bem esbulhado (perdido para outrem).

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O objeto é algo mais amplo do que o pedido em si. O pedido é uma partícula do objeto.
Explico com o mesmo exemplo da ação de reintegração de posse.

Exemplo: Na ação de reintegração de posse, pode haver vários pedidos, em cumulação: medida
liminar de reintegração em caso de posse nova, remoção de pessoas do imóvel, inserção efe-
tiva do autor na posse, condenação do réu a pagar indenização pelos danos decorrentes do
esbulho, dentre outros possíveis pedidos.
Nesta mesma ação, o objeto central é a reintegração do autor à posse do imóvel, por meio de
todas as diligências requeridas pelo autor (em vários pedidos separados) ou determinadas de
ofício pelo juiz, quando possível.

O objeto do processo é o que norteia o conjunto de regras a serem aplicadas. Se o objeto


for a reintegração do autor à posse do bem esbulhado, o procedimento especial atraído será o
procedimento especial das ações possessórias (arts. 554 a 568 do CPC).
Pela mesma lógica, se o objeto do processo for consignar em pagamento um débito em
favor do credor-consignado (réu), o procedimento a ser aplicado será o procedimento especial
da ação de consignação em pagamento (arts. 539 a 549 do CPC).
O mérito do processo, por sua vez, vai além da mera pretensão: abrange a pretensão em
conjunto com todos os fatos alegados na petição inicial, na contestação e nas manifestações
de terceiros intervenientes, inclusive do Ministério Público. É o emaranhado de situações que
esclarecem ao juiz o que realmente ocorreu no bojo do conflito submetido à sua apreciação.
Basicamente, o juiz analisará o mérito do processo quando afirmar que o autor, ou o réu,
possui razão com relação a um fato alegado. na sentença de mérito (sentença definitiva), o juiz
julgará o processo:
1) Totalmente procedente
2) Parcialmente procedente
3) Totalmente improcedente
Para definir a forma como julgará o processo, o juiz deverá ater-se aos fatos específicos do
conflito, aplicando o direito abstrato a todos estes fatos.
Quando o juiz extinguir o processo por razões de pressupostos processuais e questões
preliminares, e não se manifestar sobre qualquer fato da lide, ele não estará analisando o mé-
rito do processo.

Exemplo: Extinção do processo por falta de interesse processual, indeferimento da petição ini-
cial, abandono da causa etc. (extinções sem resolução do mérito).

Quando o juiz analisar o mérito do processo em sentença definitiva, a decisão será imutá-
vel e indiscutível naquele mesmo grau de jurisdição, só podendo ser substituída em grau de
recurso ou, remotamente, em ação rescisória.

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Se o juiz não analisar o mérito, a mesma causa poderá ser submetida ao mesmo juiz, que,
se não encontrar qualquer entrave formal, poderá, finalmente, adentrar à análise do mérito.
Para resumir:

OBJETO MÉRITO
Define o procedimento a ser seguido Se analisado, torna a matéria imutável e
(comum ou especial) indiscutível no respectivo grau de jurisdição
É a pretensão principal do conflito, com a Envolve o tratamento da pretensão principal
qual todos os atos processuais devem se no contexto do conflito, à luz dos fatos e
relacionar alegações de todos os sujeitos do processo.

2. Procedimento Comum: Aspectos Gerais


Talvez você esteja se perguntando: qual seria a diferença entre processo e procedimento?
O processo é um instrumento do Estado para a realização da tutela jurisdicional dos direi-
tos. É o conjunto de atos que, se praticados da forma correta (preestabelecida), proporcionam
a efetiva entrega dos bens jurídicos àquelas pessoas que tenham tido seus direitos envolvidos
num conflito de interesses.
Agora, prepare-se para absorver um pequeno paradoxo, que será logo explicado.
O procedimento, por sua vez, é o conjunto de regras que regulam a forma e as condições em
que os atos processuais deverão ser praticados, em especial a ordem e o tempo desses atos.
Professor, o conceito de “procedimento” não estaria se confundindo com o de processo?
Veja bem, querido(a) aluno(a): o procedimento é um elemento englobado pelo processo.
O procedimento está dentro do processo. Afinal, toda e qualquer tramitação de ação se de-
senvolverá num processo, mas esse desenvolvimento (tramitação) pode seguir regras muito
diferentes daquelas aplicáveis a outros processos.
Conclusão: todos os procedimentos, sejam eles quais forem, são englobados pela estru-
tura do processo. Esta conclusão implica na seguinte lição: o processo sempre existirá com a
mesma essência, mas os procedimentos podem ser diferentes em relação a cada tipo de ação.
Embora o procedimento seja corretamente compreendido como um “conjunto de atos pro-
cessuais”, não é errado dizer que o processo também seja um conjunto de atos processuais,
uma vez que todo procedimento está dentro do processo. É da seguinte forma:

PROCESSO

PROCEDIMENTO

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O procedimento (regras aplicáveis aos atos processuais) pode ser diferente para cada es-
pécie de ação. Isso significa que existem ações sujeitas a regras específicas (diferentes do
comum), e outras sujeitas a regras mais genéricas (usualmente aplicadas às ações mais cor-
riqueiras).
Sabendo disso, você já pode observar que, no direito processual civil brasileiro, após a en-
trada em vigor do CPC de 2015, existem dois grandes tipos de procedimento:
1) PROCEDIMENTO COMUM: É o procedimento aplicado a todas as causas, como regra
geral. Todas as ações que não tiverem um procedimento especial definido em lei tramitarão de
acordo com o conjunto de regras que compõe o procedimento comum. Confira a regra do art.
318, caput:

Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.

O procedimento comum é o definido no Título I do Livro I da Parte Especial do CPC: regras


sobre petição inicial, audiência de conciliação e mediação, provas, contestação, improcedên-
cia liminar, extinção do processo, saneamento processual, julgamento antecipado, audiência
de instrução e julgamento.
2) PROCEDIMENTOS ESPECIAIS: no CPC e em legislações esparsas, existem procedimen-
tos (conjuntos de regras) diferenciados, que preveem espécies diferentes de atos processuais,
prazos distintos, número de atos diverso, dentre outras inúmeras particularidades. Os procedi-
mentos especiais aplicam-se estritamente aos casos a que se referirem em lei.

Exemplos: A Lei da Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/1985) traça um procedimento especial para
a ação civil pública, que observará, portanto, regras diversas do procedimento comum. Outros
casos: ações possessórias (arts. 554 a 568 do CPC), ação de exigir contas (arts. 559 a 553 do
CPC), ação de consignação em pagamento (arts. 539 a 549 do CPC), ações de família (arts.
693 a 699 do CPC).

Professor, quer dizer que as ações especiais, submetidas a procedimentos especiais, de-
vem prever, para si, todo um regramento relativo a provas, audiências, decisões, defesas
e petição inicial?

Não é bem assim, caro(a) aluno(a). para evitar este trabalho excessivo do legislador, dos
magistrados, dos advogados e, também, dos estudantes, não é necessário que exista todo
este grande e robusto regramento para cada procedimento especial.
A fim de que as necessidades de todos os procedimentos sejam atendidas, criou-se a regra
da subsidiariedade do procedimento comum. Ela é prevista no parágrafo único do art. 318:

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Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos
especiais e ao processo de execução.

Conclusão: sempre que o procedimento especial tiver uma norma específica, será aplicada
esta própria norma específica.

Exemplo: O art. 714 do CPC estabelece como prazo para a contestação, no procedimento
especial de restauração de autos, o prazo de 5 dias. Logo, neste procedimento, não será apli-
cado o prazo de 15 dias do procedimento comum.

Se o procedimento especial não tiver nenhuma norma específica para determinada situa-
ção do processo, será aplicada a regra pertinente do procedimento comum, de forma subsidiá-
ria (em caso de lacuna no regramento especial).

Exemplo: Os procedimentos especiais de jurisdição voluntária não têm regras específicas para
a coleta de prova pericial. Logo, serão aplicadas as regras sobre perícias, peritos e laudos peri-
ciais dos arts. 464 e seguintes do CPC.

No CPC revogado (de 1973), existiam os procedimentos “ordinário” e “sumário”, que se


diferenciavam pelo valor da causa. Agora, existem somente o procedimento comum (aplicado
a todos os processos como regra geral, independentemente do valor da causa) e os procedi-
mentos especiais.
Para finalizar este tema, saliento que existem duas regras de transição importantes sobre
procedimentos, nos arts. 1.046, § 1º, e 1.049 do CPC:

Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1º As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e
aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não senten-
ciadas até o início da vigência deste Código.

O procedimento sumário (já revogado) e eventuais procedimentos especiais que tenham


sido revogados juntamente com o CPC de 1973 continuarão sendo observadas, pelo juiz e
pelas partes quando, no início da vigência do CPC de 2015, as ações submetidas a tais ritos
estejam pendentes e ainda não julgadas em primeiro grau de jurisdição.
Depois que tais ações forem julgadas, passará a ser aplicado, na íntegra, o conjunto de
regras do Novo CPC.

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Art. 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-lo,
será observado o procedimento comum previsto neste Código.
Parágrafo único. na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o proce-
dimento comum previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se
houver.

Quando dispositivos de leis esparsas disserem que determinado assunto observará as nor-
mas da legislação processual comum, ou, genericamente, as normas do CPC, será observado
o conjunto normativo do procedimento comum.
Quando uma lei específica, anterior ao CPC de 2015, fizer remissão ao procedimento sumá-
rio do CPC, dizendo que ele deve ser observado em determinada situação, deverá ser observa-
do o procedimento comum, naquilo em que não contrariar as regras do procedimento especial
definido na legislação esparsa.

Exemplo: Ação revisional de aluguel (art. 68 da Lei n. 8.245/91), que, segundo seu dispositivo,
terá “rito sumário”. para tal ação, deve ser aplicado o procedimento comum, nas ações ajuiza-
das após a entrada em vigor do Novo CPC.

O estudo do procedimento comum é disperso em vários outros tópicos de Direito Proces-


sual Civil. Quando você estuda os requisitos da petição inicial, você está estudando, também,
o procedimento comum. Quando você estuda os elementos da contestação, está estudando o
procedimento comum. O mesmo raciocínio vale para o estudo das audiências, do saneamento,
das providências preliminares e da sentença.

3. Petição Inicial
O estudo da petição inicial possui três elementos estruturantes: os requisitos da petição
inicial, os pedidos e as hipóteses de indeferimento da petição inicial.
Neste capítulo da aula, trataremos de cada um desses três elementos de forma separada,
em subcapítulos.

3.1. Requisitos da Petição Inicial


Os requisitos da petição inicial bem como os seus aspectos acessórios são objeto de re-
gramento nos arts. 319 a 321 do CPC. de modo a tornar seu estudo sistematizado e completo,
apresentarei o tópico mediante comentários individualizados a cada dispositivo do CPC, com
as pertinentes associações necessárias.

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CAPÍTULO II
DA PETIÇÃO INICIAL

Seção I
Dos Requisitos da Petição Inicial

O art. 319 apresenta todos os itens que devem constar do corpo e do conteúdo da petição
inicial. Alguns desses itens são predominantemente formais, e outros se relacionam muito
mais com o conteúdo argumentativo-textual. Explicarei cada um.

Art. 319. A petição inicial indicará:


I – o juízo a que é dirigida;

Tradicionalmente, o requisito do inciso I denomina-se “endereçamento”. O advogado que


peticiona deverá protocolar a petição inicial perante o juízo competente, que será o juiz ou o
tribunal apontado pelas regras de competência aplicáveis ao caso.
O endereçamento é o primeiro item da petição inicial, constante do cabeçalho da peça.

Exemplos práticos:
1) Se a competência para a apreciação da ação for do Juízo da comarca de Uberlândia (MG),
o endereçamento deverá indicar este juízo. As formas de fazer essa indicação são inúmeras, e
listo as seguintes como exemplos:
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Comarca de Uberlândia (MG)”;
“Ao Juízo da Comarca de Uberlândia (MG)”;
“Excelentíssimo Senhor de uma das Varas Cíveis da Comarca de Uberlândia (MG)”.
2) É possível que o endereçamento seja direcionado a um tribunal. Neste caso, a tradição
forense costuma observar o seguinte:
2.1) em se tratando de tribunal regional, denomina-se “Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª
Região”;
2.2.) EM se tratando de tribunal superior, denomina-se “Colendo Superior Tribunal de Justiça”.

 Obs.: A nomenclatura utilizada para o endereçamento é questão de mera praxe forense. É


suficiente que o órgão jurisdicional competente seja indicado.

II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de


inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

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São muitos dados, não é mesmo? Quase sempre os autores têm plena certeza dos nomes,
do estado civil, doe endereço e da profissão dos réus que indicarão. Todavia, é comum que
dados como CPF/CNPJ e endereço eletrônico sejam desconhecidos pelos autores.
Em atenção a isto, o legislador acrescentou a este artigo os §§ 1º a 3º.
Quando o autor não tiver um desses dados e o dado não obtido for essencial para a locali-
zação do réu, o autor poderá requerer ao juiz diligências necessárias à obtenção desse dado.

Exemplo: Se o autor procurou por muitos meios o endereço atualizado do réu e não o encon-
trou, poderá requerer ao juiz que determine a consulta, nos convênios judiciários, de endereço
atualizado do réu. Esses convênios costumam ser eficazes, pois se relacionam com bancos
de dados de instituições financeiras, empresas de energia elétrica, cooperativas de proteção
ao crédito etc.

Professor, se o autor deixar de fora algum dos elementos do inciso II, a petição inicial será
indeferida, ou deverá ser emendada?

Querido(a) aluno(a), a depender da situação, não será necessário emendar a inicial, e ela
também não será indeferida. O § 2º assegura que a petição inicial não será indeferida se, ape-
sar da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

Exemplo: O autor deixa de indicar o CPF e o endereço eletrônico do réu, mas indicou correta-
mente o seu endereço. Neste caso, se a petição inicial não tiver nenhum vício, será admitida e
terá regular prosseguimento, com a subsequente citação do réu.

Há, ainda, outra hipótese em que os elementos descritos no inciso II poderão ficar de fora
da petição inicial. O § 3º dispõe que “a petição inicial não será indeferida pelo não atendimento
ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça”.
A impossibilidade ou a excessiva onerosidade ao acesso à justiça são circunstâncias cuja
comprovação depende, muito, do entendimento de cada juiz. Alguns entenderão que deter-
minado fato torna impossível o acesso à justiça, e outros não. A aplicação da regra do § 3º
dependerá muito da argumentação utilizada pelo advogado e do entendimento do juiz.
Para sintetizar, apresento-lhe lista das hipóteses legais em que os elementos do inciso II
poderão ficar de fora da petição inicial:
1) Quando for possível a citação do réu mesmo sem os elementos faltantes (§ 2º);
2) Quando a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso
o acesso à justiça (§ 3º);

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III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

Os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido são, juntos, conhecidos como CAU-


SA DE PEDIR.
Existem a causa de pedir próxima e a causa de pedir remota.
• Causa de pedir próxima: é o fundamento jurídico que embasa o pedido. em uma ação
de divórcio, é o casamento; em uma ação de cobrança, é o contrato, e assim por diante.
• Causa de pedir remota: são os fatos narrados pelo autor na petição inicial. É o aconteci-
mento fático que levou o autor a ajuizar a ação.

A doutrina é divergente sobre a definição de causa de pedir próxima e remota.

Alguns doutrinadores classificam a causa de pedir de forma inversa à apresentada acima:


dizem que os fundamentos jurídicos integram a causa de pedir remota, e que a causa de pedir
próxima consistiria nos fatos que ensejaram a lide.
Para Daniel Amorim Assumpção Neves, essa divergência não tem lado certo ou errado:
aqueles que consideram o fato como causa de pedir remota o fazem tendo como perspecti-
va de proximidade o pedido do autor, porque o pedido é formulado com base no fundamento
jurídico; já aqueles que consideram o fato como causa de pedir próxima o fazem tendo como
perspectiva de proximidade a pretensão jurídica do autor, porque ela nasce diretamente do fato.
A causa de pedir é um elemento essencialíssimo à petição inicial. Se ela não for exposta
na petição, ela poderá ser considerada inepta (art. 330, § 1º, inciso I), e o processo, extinto sem
resolução do mérito por inépcia da petição inicial.
Quando a petição inicial é inepta, o fundamento legal da extinção do processo é o indefe-
rimento da petição inicial, pois uma das hipóteses de indeferimento da inicial é a inépcia da
peça, conforme o art. 330, inciso I, que dispõe:

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:


I – for inepta; (…)

Estudaremos com maior profundidade, mais adiante, a inépcia e o indeferimento da peti-


ção inicial.

IV – o pedido com as suas especificações;

Em subcapítulo próprio, estudaremos com profundidade os elementos necessários ao pe-


dido, bem como os aspectos inerentes à sua especificação.

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 Obs.: A ausência de pedido é outra causa de inépcia da petição inicial (art. 330, § 1º, inciso
I). É um elemento tão essencial quanto a causa de pedir.

V – o valor da causa;

A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imedia-
tamente aferível (art. 291 do CPC).
As regras peculiares sobre a fixação do valor da causa constam dos arts. 291 a 293 do
CPC, que são abordadas no capítulo n. 6 desta aula.

VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

Juntamente com a petição inicial, devem ser juntadas as provas que o autor já tiver con-
sigo no momento do protocolo da petição. É claro que eventuais provas obtidas no meio do
processo poderão, oportunamente, ser juntadas.
A ausência de provas documentais juntadas à inicial não é razão para seu indeferimento.
Todavia, a ausência dessas provas, em determinadas situações, pode gerar consequências
ruins, como a improcedência liminar do pedido, se o juiz entender que a causa dispensa fase
de instrução (art. 332, caput, CPC), a depender da narrativa dos fatos.
Estudaremos as regras da improcedência liminar do pedido em capítulo próprio desta aula.

VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.

Deverá o autor afirmar se tem interesse, ou não, em eventual audiência de conciliação e


mediação, caso vislumbre a possibilidade de resolver o conflito de maneira autocompositiva
(mediante acordo entre as partes).
Esse requisito existe porque, de acordo com o art. 334, § 4º, inciso I, a audiência de conci-
liação/mediação não será marcada se ambas as partes manifestarem, expressamente, desin-
teresse na composição consensual.

 Obs.: Se o autor nada disser a respeito do desejo de participar de audiência conciliatória,


entender-se-á que ele concorda com a realização dessa audiência. Portanto, a omis-
são desse requisito não importa emenda ou indeferimento.

§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial,
requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o
inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo
se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

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Os §§ 1º a 3º foram comentados juntamente com a abordagem do inciso II, à qual remeto.

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Não é necessário que todos os documentos destinados à instrução probatória sejam jun-
tados com a petição inicial.
O art. 320 exige que os documentos indispensáveis à propositura da ação, ou seja, os
necessários ao manejo de uma determinada ação sejam juntados com a petição inicial, de
forma anexa.

Exemplos: Procuração, comprovante de recolhimento de custas, comprovante de depósito de


5% do valor da causa para o ajuizamento de ação rescisória, certidão de casamento para ação
de divórcio etc.

Veja: todos os documentos acima exemplificados são indispensáveis por, pelo menos,
duas razões: para o preenchimento de pressupostos processuais (como a regularidade de re-
presentação, no caso de procuração) e para a justificação do interesse processual (como a
certidão de casamento para a ação de divórcio).
É claro que, posteriormente, poderão ser juntadas as demais provas destinadas à certifica-
ção/comprovação do direito postulado. Note que as provas suscetíveis de juntada posterior
são aquelas relacionadas à prova do direito, e não à validade do processo manejado.

3.1.1. Emenda da Petição Inicial

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará
que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que
deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

O art. 321 institui a emenda da petição inicial.


A petição inicial poderá ser emendada (leia-se: retificada, consertada, corrigida) nas se-
guintes situações:
1) Falta de algum dos requisitos dos arts. 319 e 320: falta de algum documento indispen-
sável à propositura da ação, falta de endereço atualizado do réu, falta de pedido ou causa de
pedir etc.
2) Defeitos e/ou irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito: documen-
tos juntados são ilegíveis, determinada argumentação textual é ambígua, confusão acerca de
os pedidos serem subsidiários ou alternativos etc.

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Não deixe passar batido este detalhe: o juiz deverá INDICAR COM PRECISÃO o que deve ser
corrigido ou completado. Portanto, não poderá o juiz simplesmente intimar o autor para emen-
dar a inicial: ele deverá apontar o defeito constado: falta de pedido, incerteza de um pedido,
falta de endereço etc.

O PULO DO GATO
O juiz não pode extinguir o processo sem resolução do mérito sem dar à parte a oportunidade
de emendar a petição inicial. A extinção somente será medida imperativa se o autor não emen-
dar a inicial ou, emendando-a, não suprir o vício apontado (parágrafo único).

 Obs.: Quando a emenda não for realizada ou o for de forma insuficiente, a extinção do pro-
cesso sem resolução do mérito será fundada em indeferimento da petição inicial (art.
485, I, CPC).

O prazo da emenda à petição inicial pelo autor é de 15 DIAS, contados da intimação efetiva.

3.2. Pedidos
Materialmente, o pedido é um dos três elementos estruturantes da ação, ao lado das partes
e da causa de pedir. Formalmente, o pedido é um requisito da petição inicial (art. 319, IV, CPC).
O pedido é a pretensão formulada pelo autor, como condenar o réu a pagar ou fazer alguma
coisa, declarar a existência de uma relação jurídica, dentre infinitos outros possíveis.
A ausência de pedido é uma causa de indeferimento da petição inicial por inépcia. Logo,
grave desde já que uma petição inicial que não demonstre pedido é inepta. Estudaremos as
hipóteses de inépcia em outro subcapítulo desta aula.
Para entendermos melhor, e de uma forma sistematizada, trabalharemos os demais aspec-
tos do pedido mediante comentários individualizados à Seção do CPC destinada propriamente
ao tratamento do pedido, suas faces e suas formas de formulação.

Seção II
Do Pedido

Art. 322. O pedido deve ser certo.

O caput do art. 322 dispõe que o pedido deve ser certo, e o caput do art. 324 preconiza que
o pedido também deve ser determinado.

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• PEDIDO CERTO: é o pedido explícito/expresso na petição inicial. É a indicação precisa de


qual bem jurídico o autor pretende.

Exemplo: pedido de obtenção de guarda de uma criança é um pedido certo, enquanto “auto-
rização de exercício do poder familiar sobre uma criança” é um pedido incerto, se formulado
isoladamente.

• PEDIDO DETERMINADO: é o pedido que, além de explícito, possui uma dimensão mate-
rial especificada. É a indicação da quantidade relativa ao bem jurídico pretendido.

Exemplo: condenação do réu ao pagamento de R$ 10.000,00 referentes a um contrato de pres-


tação de serviços de pintura já cumprido pelo autor e não pago pelo réu.

§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbên-


cia, inclusive os honorários advocatícios.

O § 1º do art. 322 é importantíssimo e muito explorado em provas.

Imagine que o autor postule, expressamente, a condenação do réu ao pagamento de R$


10.000,00 referentes a um contrato de prestação de serviços de pintura. na mesma oportunida-
de, o autor pede o benefício da justiça gratuita, pede tramitação prioritária, e faz vários peque-
nos requerimentos, mas não pede nada relativo a juros legais, a correção monetária, verbas de
sucumbência em geral e honorários advocatícios de sucumbência.
Mesmo que o autor seja silente a respeito destes três itens, eles serão considerados impli-
citamente postulados. Portanto, não faz diferença se o autor pediu, expressamente, por juros
legais, correção monetária e honorários de sucumbência: estes três itens serão deferidos pelo
juiz de qualquer maneira, e o julgamento não será considerado ultra petita.

 Obs.: A sentença somente se configura como ultra petita se o juiz defere à parte mais do que
ela postulou, mas quando a lei não prevê que a parcela adicionalmente deferida seja
implicitamente constante dos pedidos.

O PULO DO GATO
Os juros contratuais não se consideram implícitos nos pedidos. Somente os juros legais, con-
forme a regra literal do § 1º.

§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da


boa-fé.

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O juiz deverá interpretar o pedido formulado pelo autor de uma forma coerente, com boa-fé,
sem presumir erros grosseiros ou pretensões “absurdas” em razão de meros vícios de lingua-
gem, por exemplo.
É claro que, em certos casos, a ambiguidade na argumentação do autor ou a má redação
dos pedidos pode dificultar a apreciação deles. Neste caso, poderá o juiz determinar ao autor
que emende a inicial para esclarecer essas questões, indicando-as precisamente.
A interpretação do juiz e da parte contrária sobre os pedidos deve ser sistemática, consi-
derando todo o conjunto de pedidos, de modo que se evitem conclusões contraditórias acerca
da mesma petição inicial.

Art. 323. na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas
serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e
serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo,
deixar de pagá-las ou de consigná-las.

O art. 323 prevê mais um pedido considerado incluído na petição inicial, mesmo que o autor
nada fale sobre ele, da mesma forma que os itens do § 1º do art. 322.

Imagine que o autor postule a condenação do réu ao pagamento de pensão alimentícia,


sem fazer menção a parcelas dessa pensão. Veja: o objeto da ação é o cumprimento de obri-
gação em prestações sucessivas (pensão alimentícia). Neste caso, o pedido pelo pagamento
das parcelas da pensão se considera implícito na inicial, e as parcelas poderão ser deferidas
pelo juiz independentemente de pedido expresso do autor, enquanto durar a obrigação.
Dessa forma, poderá ser promovido o cumprimento de sentença em caso de o devedor
deixar de pagar ou consignar as parcelas da obrigação.

DICA!
Para gravar:
Sempre se consideram incluídos nos pedidos os seguintes
itens:
JUROS LEGAIS (não contratuais)
CORREÇÃO MONETÁRIA
VERBAS DECORRENTES DA SUCUMBÊNCIA (especialmente
os Honorários Advocatícios Sucumbenciais)
PRESTAÇÕES SUCESSIVAS

Art. 324. O pedido deve ser determinado.

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Acima, tratamos do que é um “pedido determinado”. É o pedido que, além de explícito, pos-
sui uma dimensão material especificada. É a indicação da quantidade relativa ao bem jurídico
pretendido.

§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:

Um pedido “indeterminado” é, tecnicamente, um pedido genérico, que não indica uma


quantidade pertinente ao bem jurídico pretendido.
Como regra geral, o pedido genérico é vedado, e sua formulação pode acarretar a inépcia
da petição inicial se o autor, intimado para emendá-la, não corrigir o problema.
Existem exceções a esta regra, nas quais o pedido genérico será aceito. Todavia, o aceite
de um pedido genérico somente se dará nas hipóteses abaixo especificadas.

I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;

As ações universais são aquelas que versam sobre universalidades de fato e/ou de direito.
O art. 90 do Código Civil conceitua esses dois tipos de universalidades. Confira:

Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma
pessoa, tenham destinação unitária.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dota-
das de valor econômico.

Exemplo: Ação de petição de herança. O autor postulará o recebimento de parte dos bens do
falecido, mesmo sem determiná-los. Trata-se de uma ação universal, em que o pedido genéri-
co “receber parte do patrimônio” é admitido, excepcionalmente.

II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;

Este inciso refere-se principalmente às ações indenizatórias por atos/fatos ilícitos.

Exemplos: Ação de indenização por lucros cessantes de uma empresa, em razão de veicula-
ção de notícias falsas sobre o produto da empresa e ação de indenização por lesão corporal.

Nestes dois exemplos, é possível que o prejuízo total ainda não tenha sido apurado no mo-
mento da propositura da ação: é possível que o total dos lucros cessantes da empresa lesada
ainda não seja preciso, e que o grau de incapacidade adquirido pela pessoa agredida não tenha
sido tecnicamente apurado.
Nestas situações, por exemplo, é possível que o autor postule a condenação do réu ao
pagamento de indenização em dinheiro pelos lucros cessantes ou danos emergentes, mesmo

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sem a indicação de uma quantia para a condenação. É outra hipótese em que o pedido genéri-
co é excepcionalmente admitido.

III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.

É possível que a quantia pertinente ao pedido do autor seja precisada somente após a
prática de algum ato pelo réu. O exemplo mais apresentado para o inciso III é o da ação de
exigir contas: a quantia devida ao autor da ação pode ser determinada somente depois que o
réu prestar as contas devidas, situação em que o saldo devedor será apurado somente depois
dessa prestação.
É a última hipótese em que o pedido genérico é excepcionalmente admitido.
Fora dos casos dos incisos I a III, o pedido genérico é proibido, e pode causar o indeferi-
mento da petição inicial, por inépcia, se não corrigido no prazo de 15 dias para a emenda da
inicial (art. 321 do CPC).

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.

A reconvenção, por ter natureza de ação nova, como veremos mais adiante, também deve
contemplar pedidos certos e determinados. É a mesma lógica aplicável aos pedidos do autor
na petição inicial.

Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a
prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegura-
rá o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado
pedido alternativo.

Pedido alternativo é aquele que, dizendo respeito a uma pretensão específica, possa ser
atendido de duas ou mais maneiras, em razão da natureza da obrigação.

Exemplo: Se Pedro se comprometer a cumprir obrigação de fazer (serviços de pequena emprei-


tada) em favor de João, e não cumprir com o pactuado, João poderá pedir que Pedro cumpra
a obrigação ou que pague alguém para prestar o mesmo serviço, de igual qualidade. Este
exemplo se enquadra no art. 249 do Código Civil: “Se o fato puder ser executado por terceiro,
será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem
prejuízo da indenização cabível”.

No exemplo acima, a escolha não cabia ao devedor. no entanto, quando a escolhe couber
ao devedor, este poderá cumprir a obrigação da forma como melhor lhe for, mesmo sem a con-
cordância do autor, e ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.

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Exemplo: Mário paga R$ 5.000,00 a Pablo para que este lhe entregue um touro ou uma vaca,
independentemente de qual seja. Trata-se de uma obrigação alternativa, que, conforme o art.
252 do Código Civil, dá o direito de escolha ao devedor, se o contrário não for disposto pelas
partes. Neste caso, se Mário processar Pablo pedindo que lhe entregue uma vaca, Pablo poderá
entregar-lhe um touro, mesmo que Mário tenha pedido apenas pela vaca.

3.2.1. Cumulação de Pedidos

Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do
posterior, quando não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um
deles.

A partir de agora, estudaremos a cumulação de pedidos na petição inicial. Cumular pedidos


nada mais é que formular mais de um pedido na mesma petição inicial, contra o mesmo réu.
A cumulação de pedidos pode ser própria ou imprópria.
• CUMULAÇÃO PRÓPRIA: O autor formula vários pedidos perfeitamente compatíveis en-
tre si, que podem ser deferidos todos em conjunto pelo juiz, se este entender que todos
eles são procedentes.
− A cumulação própria pode ser simples ou sucessiva.
◦ CUMULAÇÃO PRÓPRIA SIMPLES: Dois ou mais pedidos são formulados na inicial,
mas cada um deles é independente dos demais, envolvendo análises separadas
do juiz.

Exemplo: Pedido de condenação do réu ao pagamento de indenização por danos causados


ao veículo do autor, e condenação do réu ao pagamento de outra indenização, esta por danos
causados à casa do autor. Veja que cada uma das indenizações envolve análise totalmente
independente por parte do juiz, que poderá deferir qualquer uma delas sem indeferir a outra.

◦ CUMULAÇÃO PRÓPRIA SUCESSIVA: Dois ou mais pedidos são formulados na ini-


cial, mas o deferimento de um deles depende, logicamente, do deferimento do outro.

Exemplo: Pedido de declaração de existência de uma obrigação cumulado com pedido de con-
denação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais provocados pelo descum-
primento da obrigação existente. Veja que a procedência do pedido de declaração de existên-
cia da obrigação é condição lógica necessária para a procedência do pedido de indenização
pelo seu descumprimento. Se o primeiro pedido não for provido, o segundo ficará prejudicado.

• CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA: O autor formula dois ou mais pedidos, mas eles não podem
ser deferidos em conjunto, por serem incompatíveis entre si.

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− A cumulação imprópria pode ser alternativa ou subsidiária.


◦ CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA ALTERNATIVA: O autor formula dois ou mais pedidos,
de modo que o juiz deva optar por um deles a deferir, à sua escolha, de acordo com
seu entendimento de justiça. O litígio pode ser resolvido de mais de uma maneira.

Exemplo: Cléber obriga-se a prestar serviços de pintura a Adriano, mediante pagamento adian-
tado. Adriano, prejudicado, poderá pedir ao juiz que condene Cléber a devolver-lhe o dinheiro
ou (alternativamente) condene-o a cumprir a obrigação de fazer.

◦ CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA SUBSIDIÁRIA (ou EVENTUAL): O autor apresenta um


pedido principal, que é de sua preferência. Sabendo da possibilidade de o pedido
principal ser indeferido, o autor pede ao juiz que, caso não acolha o pedido princi-
pal, acolha um outro pedido (subsidiário).

Exemplo: Thiago é ofendido publicamente por Elton, e ajuíza ação de reparação de danos
contra Elton. em sua petição inicial, Thiago pede que o juiz condene Elton a pagar-lhe indeniza-
ção de R$ 50.000,00 em razão de danos morais causados pela repercussão da ofensa. Thiago
pede subsidiariamente que, caso o juiz entenda que o dano moral não possa ser reparado
com dinheiro, condene o réu a retratar-se, publicamente, da ofensa desferida. Veja: Thiago não
pediu por indenização em dinheiro e retratação. Ele pediu somente por indenização em dinhei-
ro, mas, caso o juiz entenda descabida a reparação da ofensa com dinheiro, Thiago ficaria
satisfeito com a retratação do ofensor em público.

O art. 326 apresenta as duas hipóteses de cumulação imprópria: a subsidiária (caput) e a


alternativa (parágrafo único), todas acima descritas e exemplificadas.

Não confunda “pedido alternativo” com “cumulação alternativa”.


O pedido alternativo é o que, mesmo sem requerimento do autor, possa ser cumprido de duas
ou mais maneiras, a critério do réu. É o exemplo acima apresentado sobre um contrato de
compra e venda em que o réu deveria ter entregado uma vaca ou um boi, à sua escolha. em se
tratando de pedido alternativo, o réu poderia entregar qualquer um dos animais mesmo que o
autor não faça pedidos alternativos, isto é, peça somente pela vaca ou somente pelo boi.
Já a cumulação alternativa envolve, necessariamente, formulação de pedidos alternativos ex-
pressamente pelo autor. Seria o caso de cumulação alternativa se o autor, no exemplo acima
reiterado, pedisse expressamente a condenação do réu a lhe entregar uma vaca ou um boi.

Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda
que entre eles não haja conexão.

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O art. 327 trata da cumulação própria, já conceituada e exemplificada pouco acima


nesta aula.
Vários pedidos podem ser acumulados em face do mesmo réu mesmo que eles não sejam
conexos entre si.
Se os pedidos forem conexos, tratar-se-á de cumulação própria sucessiva, nos termos
antes apresentados.
Se, todavia, os pedidos não forem conexos, tratar-se-á de cumulação própria simples, nos
termos antes apresentados.
Abaixo, abordaremos os requisitos de admissibilidade da cumulação simples, isto é, os
pressupostos para que dois ou mais pedidos possam ser feitos na mesma petição inicial.

§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:


I – os pedidos sejam compatíveis entre si;

O inciso I dispensa aprofundamento. Não pode um pedido ser logicamente contrário ao


outro, como: “condenação do réu a dar um veículo em pagamento da dívida e a dar uma casa
em pagamento da dívida, sem formar relação de alternatividade ou subsidiariedade, isto é,
pedindo ambas ao mesmo tempo, quando claramente só tem direito a uma das prestações”.

II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

A competência material, funcional e pessoal (absoluta) deve ser a mesma.

 Obs.: Se a competência relativa territorial for diversa, não haverá nenhum prejuízo à cumula-
ção se a competência for prorrogada, por falta de alegação do réu.

Exemplo: Não é possível que o autor peça indenização por danos morais decorrentes de uma
agressão num juízo cível e, cumulativamente, reconhecimento de relação de emprego com o
réu, pois o segundo pedido compete à Justiça do Trabalho apreciar, e não à Justiça Comum.

III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.

Os procedimentos não podem ser absolutamente incompatíveis.

Exemplo: Não pode o autor pedir, na mesma ação, o despejo de um inquilino e a reversão de
uma desapropriação indireta efetuada pelo Poder Público a pretexto de utilidade pública, pois
o primeiro pedido segue o rito especial da Lei n. 8.245/91 e o segundo, o rito especial do Decre-
to-Lei n. 3.365/41. Não há como conciliá-los.

§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumu-
lação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas proces-

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suais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos
cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.

É possível que, mesmo se os procedimentos para dois ou mais pedidos sejam diferencia-
dos uns dos outros, o autor os cumule na mesma petição inicial, desde que o autor escolha o
procedimento comum.
Além de escolher o procedimento comum, somente poderão ser aplicadas técnicas de pro-
cedimentos especiais se elas não forem contrárias ao procedimento comum.

Exemplo: O autor cumula, na inicial, os pedidos de declaração de existência de sua propriedade


sobre um imóvel e de reintegração de posse, em razão de esbulho praticado por terceiro que
alega ser o verdadeiro proprietário do imóvel.

Neste caso, o autor deverá empregar o procedimento comum, podendo solicitar as me-
didas processuais próprias do procedimento especial das ações possessórias, se elas não
forem incompatíveis com o procedimento comum.

Exemplo: O pedido de liminar do art. 565 do CPC, próprio das ações possessórias, poderá ser
formulado no procedimento comum, se o juiz ficar convencido de que a medida não desfigura-
ria o procedimento.

§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326.

Como dito, o art. 327 trata somente da cumulação própria. O art. 326 trata da cumulação
imprópria, cuja principal característica é a falta de compatibilidade entre os pedidos. por esta
razão, o § 3º exclui as cumulações impróprias da aplicabilidade do art. 327.

Art. 328. na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do proces-
so receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.

Qualquer credor poderá pedir o cumprimento de sentença para receber seu crédito, e pode-
rá atuar em busca de direito próprio ao pedir por sua parte.
Poderá o credor atuar, também, em busca de direito alheio quando solicitar o cumprimento
da sentença que reconhece a exigibilidade da obrigação indivisível, pois este pleito é de inte-
resse de todos os demais credores.
O mesmo raciocínio se aplica quando um dos credores ajuíza ação de conhecimento. Nes-
te caso, o credor que postula o adimplemento da obrigação atua como substituto processual
dos demais, eis que a indivisibilidade da obrigação torna impossível que se peça o adimple-
mento exclusivo da parte daquele que postula.
É por isso que o credor que não tiver integrado o processo também receberá sua parte,
devendo custear as despesas do processo mediante dedução da parte que tiver a receber.
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3.2.2. Aditamento da Petição Inicial

Art. 329. O autor poderá:


I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimen-
to do réu;
II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento
do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo míni-
mo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.

O art. 329 dispõe sobre o aditamento da petição inicial.


A diferença entre aditamento e emenda é um tanto quanto sutil. A emenda é normalmente
mencionada diante de necessidade de correção de vício/defeito (art. 321). Já o aditamento
consiste no acréscimo de elementos não integrantes da petição inicial, não necessariamente
para corrigir defeitos.
Aditar a petição inicial significa acrescentar ou modificar elementos do pedido, da funda-
mentação (causa de pedir próxima) e/ou dos fatos (causa de pedir remota).
O aditamento da inicial encontra limites de acordo com a fase processual em que a
ação estiver.
1) Após o protocolo da petição inicial, ela poderá ser aditada/alterada, sem consentimento
do réu, se este ainda não tiver sido citado.
2) Se o réu já tiver sido citado, mas o processo ainda não tiver passado pela decisão de
saneamento/organização do processo (do art. 357 do CPC), a petição poderá ser aditada/alte-
rada, desde que o réu consinta.

Se o réu concordar com o aditamento após ter oferecido contestação (antes do saneamento/
organização), ele terá direito ao prazo de 15 dias para se manifestar sobre as modificações
resultantes do aditamento do autor. É como se fosse uma “nova contestação”, desta vez de
forma adstrita às modificações oriundas do aditamento da inicial.
Assim como toda contestação, essa nova manifestação do réu poderá ser utilizada para o re-
querimento de prova suplementar, que nada mais é que o pedido por produção de provas em
sentido contrário às alegações do autor inseridas por meio do aditamento.

3) Após a prolação da decisão de saneamento/organização do processo (art. 357 do CPC),


a inicial não poderá ser aditada/alterada NEM MESMO se o réu concordar.
Para ajudá-lo(a) a visualizar a regra do aditamento, apresento-lhe um resumido mapa men-
tal do processo, abordando somente as fases envolvidas nessas regras:

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Protocolada a CITAÇÃO DO Decisão de


saneamento (art. Instrução
petição inicial RÉU
357 do CPC)

Aditamento SEM Aditamento COM NÃO cabe


consentimento do consentimento do aditamento, NEM se
réu réu o réu concordar

 Obs.: As mesmas regras se aplicam à reconvenção, podendo o reconvinte (réu originário)


aditar a petição inicial se ainda não tiver chegado a fase de saneamento/organização
(art. 357) e o reconvindo (autor originário) concordar. Após tal fase, o aditamento será
impossível.

3.3. Indeferimento da Petição Inicial


O indeferimento da petição inicial ocorrerá, resumidamente, em quatro hipóteses:
1) A petição inicial não preenche os requisitos legais (arts. 106 e 321 do CPC);
2) A petição inicial for inepta (hipóteses do § 1º);
3) A ação não preencher qualquer de suas condições essenciais (interesse processual e/
ou legitimidade ad causam), conforme incisos I e II.
4) Hipótese especial do § 2º.
Vamos à análise dos dispositivos do CPC:

Seção III
Do Indeferimento da Petição Inicial

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:


I – for inepta;

Aguente firme: estudaremos com profundidade o instituto da inépcia no comentário ao §


1º, que descreve suas hipóteses de ocorrência.

II – a parte for manifestamente ilegítima;


III – o autor carecer de interesse processual;

Conforme o art. 17 do CPC, são condições da ação:

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INTERESSE LEGITIMIDADE

Interesse deve ser compreendido, em sentido completo, como interesse processual. Tradi-
cionalmente, chama-se tal condição de interesse de agir. Portanto, é possível que você veja em
provas esta condição com os nomes “interesse”, “interesse de agir” ou “interesse processual”.
O interesse existirá quando o autor da ação completar um binômio técnico: necessidade +
adequação. Explicarei cada um destes itens.
• NECESSIDADE: A ação deve ser necessária e útil para que o direito seja protegido, res-
taurado ou compensado. Se a proteção, restauração ou compensação do direito for per-
feitamente possível sem o ajuizamento de ação, não existirá necessidade; logo, não
existirá interesse.
• ADEQUAÇÃO: Não basta que o autor tenha a necessidade de buscar o Judiciário: ele
deve escolher o meio processual legalmente adequado para a tutela de seu direito. Se o
autor procurar a tutela de seu direito por meio de uma espécie incorreta de ação, ou por
uma ferramenta inapropriada, sua pretensão não poderá ter seguimento, em razão de a
via processual por ele escolhida ser inadequada; logo, o autor não terá interesse proces-
sual, em razão de a medida processual eleita ser incorreta (inadequada).

 Obs.: É possível que o autor tenha necessidade, mas não tenha interesse, uma vez que a
necessidade deve aliar-se à adequação do meio processual escolhido (ação adequa-
da) para ter interesse de agir (interesse processual), no sentido técnico da palavra.

Não é suficiente que o autor tenha pleno interesse processual. Agora, vamos à segunda
condição da ação: legitimidade. Trata-se de uma condição aplicável tanto ao autor como ao réu.
A legitimidade, no processo, deve ser compreendida como legitimidade para a causa (legi-
timidade ad causam). Deve o autor, assim como o réu, ser legalmente autorizado a requerer a
tutela do direito envolvido no conflito de interesses.

Quando inerente ao autor, toma-se o termo LEGITIMIDADE


ATIVA (do polo ativo – autor)
Se pertinente ao réu, usa-se o termo LEGITIMIDADE PASSIVA
(do polo passivo – réu)

A extensão da legitimidade ad causam é disposta no art. 18 do CPC:

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo or-
denamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.

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A legitimidade para a causa pode ter uma de duas naturezas:


1) LEGITIMIDADE ORDINÁRIA: O direito pleiteado pertence à própria parte que participa do
processo. Trata-se do pleito de direito próprio em nome próprio.
2) LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA: O direito é pleiteado por uma pessoa que, a rigor, não
é a própria titular desse direito. Trata-se do pleito de direito alheio em nome próprio. A legitimi-
dade extraordinária, para preencher a condição da ação “legitimidade”, deve ser expressamen-
te autorizada por lei, para certa e determinada hipótese.
• O legitimado extraordinário, por defender direito alheio em nome próprio, é tecnicamen-
te denominado SUBSTITUTO PROCESSUAL. Logo, havendo participação do legitimado
extraordinário, ocorre o fenômeno da substituição processual, ao qual se refere o pará-
grafo único do art. 18 do CPC.

Isto é importantíssimo caro(a) aluno(a): faltando qualquer das condições da ação, ocorre
o fenômeno processual da carência de ação.
Logo, se o autor não tiver interesse (necessidade e/ou adequação) ou legitimidade para
a causa, ou se o réu apontado pelo autor não for passivamente legitimado a responder pela
lesão, concluir-se-á que o autor carece de interesse e/ou legitimidade.
Nesta situação, se o autor não puder corrigir o vício no prazo de 15 dias para emendar
a petição inicial, ela será INDEFERIDA, e o processo, extinto sem resolução do mérito (art.
485, I, CPC).

IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.

Já estudamos nesta aula o art. 321, que trata da emenda da inicial. Se o autor, intimado
para emendar a inicial, não conseguir corrigir o vício indicado precisamente pelo juiz, terá sua
petição inicial indeferida, e o processo, extinto sem resolução do mérito (art. 485, I, CPC).
O art. 106 do CPC, por sua vez, dispõe:

Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:


I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de
intimações;
II – comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.

Ao postular numa causa própria, o advogado acumula as funções de parte e de advogado.


Isto, até aqui, é óbvio.
O interessante é que este artigo institui um requisito a mais, a ser preenchido pelo advo-
gado: fornecimento de endereço para receber intimações deste processo (o processo em que
figura como parte e advogado). Afinal, o endereço em que o advogado pretenda receber intima-
ções do processo em que for parte nem sempre será o mesmo endereço em que exerce sua
profissão (escritório).

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É bem possível que o advogado queira receber intimações em outro endereço, diferente do
escritório. É por isso que ele deve manter o endereço para suas intimações sempre atualizado.
Se tal endereço não constar da petição inicial, ele será intimado para informá-lo em 5 dias,
sob pena de indeferimento da petição inicial.

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:


I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;

Pedidos e causas de pedir, assim como as partes, são elementos identificadores da ação.
A ausência de qualquer deles torna a petição inicial inepta: é impossível saber o que o autor
pretende se ele não expuser os pedidos de forma certa, e será inviável saber se o pedido é justo
se não houver a exposição dos fatos e fundamentos que o respaldem (causas de pedir).
Se o autor não puder corrigir o vício no prazo de 15 dias para emendar a petição inicial, ela
será INDEFERIDA, e o processo, extinto sem resolução do mérito (art. 485, I, CPC).

II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido gené-
rico;

Só se admite pedido genérico (indeterminado) nas hipóteses excepcionais do art. 324,


§ 1º do CPC (ações universais etc.). Fora destas hipóteses, o pedido genérico dá causa ao
indeferimento da petição inicial, se o autor não puder corrigir o vício no prazo de 15 dias para
emendá-la.

III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

O autor falou, narrou, explicou, mas toma uma conclusão totalmente descabida e inespera-
da, que torna nebulosa a análise dos pedidos formulados. Se o autor não puder corrigir o vício
no prazo de 15 dias para emendar a petição inicial, ela será INDEFERIDA, e o processo, extinto
sem resolução do mérito (art. 485, I, CPC).

IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.

A cumulação de pedidos, como estudamos, ocorrerá se os pedidos cumulados forem com-


patíveis entre si, ou, se incompatíveis, forem formulados em caráter subsidiário ou alternativo
(art. 326 do CPC).
Conclusão: se a cumulação de pedidos for inadequada, o autor deverá ser intimado para
emendar a petição inicial e ajustar os termos da cumulação: apontando uma subsidiariedade
ou alternatividade, ou retirando um ou mais dos pedidos.
Se o autor não puder corrigir o vício no prazo de 15 dias para emendar a petição inicial, ela
será INDEFERIDA, e o processo, extinto sem resolução do mérito (art. 485, I, CPC).
Existe, ainda, outra hipótese de inépcia (§ 2º). Confira.
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§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de finan-
ciamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial,
dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor
incontroverso do débito.

Ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de finan-
ciamento ou de alienação de bens são extremamente complexas, por envolverem inúmeras
provas documentais de análise maçante.
Nestes casos, o autor deverá delimitar/apontar quais são, especificamente, as obrigações
sobre as quais ele pretende discutir e litigar, indicando, ainda qual é o valor pretendido e, tam-
bém, o valor incontroverso do débito.

Exemplo: O autor pretende discutir somente o percentual de juros: ele entende que o percen-
tual correto seria de apenas 1%, e o banco teria aplicado o de 5%. Neste caso, indicará de qual
valor pretende ser restituído (a diferença entre 1 e 5%) e, ainda, o valor incontroverso da dívida,
isto é, montante do qual não deverá ser restituído (o resultante dos 1% que o próprio autor con-
corda em pagar).

Se o autor, nessas ações, não apontar o valor incontroverso e/ou não indicar as obrigações
específicas que pretende discutir no processo, a petição inicial será considerada INEPTA e,
portanto, será indeferida, e o processo, extinto sem resolução do mérito.

§ 3º na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo con-
tratados.

As ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de fi-
nanciamento ou de alienação de bens, como todas as outras, não suspendem a exigibilidade
de uma obrigação, a menos que o juiz conceda tutela provisória neste sentido.
Dessa forma, o valor apontado como incontroverso (no exemplo acima, o equivalente a
juros de 1%, aceitos pelo autor) deverá continuar a ser pago na exata forma contratual.

Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)
dias, retratar-se.
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.

O indeferimento da petição inicial é determinado mediante sentença de extinção do pro-


cesso (art. 485, I, CPC). Portanto, contra o indeferimento da petição inicial cabe apelação.
Interposta a apelação, o juiz poderá se retratar em 5 dias, permitindo o regular processa-
mento da ação, caso se convença dos fundamentos recursais do autor.
Se o juiz não se retratar, ele citará o réu para que ofereça, se quiser, contrarrazões à apelação.

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Para contrarrazoar a apelação, o réu será citado, pois, até o momento, ainda não terá sido cita-
do, eis que a petição inicial foi indeferida. A banca poderá inserir uma pegadinha dizendo que
o réu seria “intimado”, o que é equivocado.

§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da
intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.

O § 2º trata do contexto em que o juiz não se retrata, a apelação sobe ao Tribunal e este dá
provimento à apelação do autor para determinar o retorno dos autos à origem e o seu regular
processamento.
Nesta situação, o juiz deverá primeiramente designar audiência de conciliação/mediação
nos termos do art. 334. Havendo esta audiência, o réu terá o prazo para contestar contado da
data da sessão conciliatória frustrada.
É possível que ambas as partes tenham discordado da marcação da audiência, ou que o
objeto da ação não admita a audiência de conciliação/mediação (art. 334, § 4º, CPC). Neste
caso, o prazo para a contestação será contado da intimação do réu de que os autos retornaram
do tribunal para o respectivo processamento.

§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.

O PULO DO GATO
Se o juiz indeferir a petição inicial e o autor não recorrer, o réu será somente intimado, mesmo
que não tenha sido anteriormente citado, uma vez que só é citada uma pessoa que deva inte-
grar o processo, e o réu, neste caso excepcional, não deverá integrar o processo, pois ele já
terá findado.

Para não confundir:

DICA!
Interposta apelação: réu CITADO para contrarrazoar
NÃO interposta a apelação: réu INTIMADO para ciência

4. Improcedência Liminar do Pedido


É possível que um pedido seja julgado improcedente mesmo sem que o processo tenha
qualquer andamento. O juiz bate o olho na petição inicial e conclui: “este pedido é improceden-
te; não me darei sequer o trabalho de instrui-lo ou de esperar a contestação do réu”.
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A improcedência liminar do processo não se confunde com o indeferimento da peti-


ção inicial.
Apresento-lhe um quadro com as diferenças essenciais entre os dois institutos:

IMPROCEDÊNCIA LIMINAR INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO


Extinção COM resolução do mérito (art. Extinção SEM resolução do mérito (art.
487, I, do CPC) 485, I, CPC)
Faz coisa julgada material Não faz coisa julgada material

Passada essa importantíssima distinção inicial, podemos analisar as regras do CPC perti-
nentes ao instituto da improcedência liminar do pedido.

CAPÍTULO III
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu,
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

Existe uma grande restrição à aplicação da improcedência liminar do pedido: o pedido


deve dispensar qualquer instrução probatória. O pedido deve ser aquele suscetível de análise
somente a partir da petição inicial e dos documentos anexados.
A fase instrutória, portanto, deve ser dispensável para que o juiz possa julgar um ou mais
pedidos liminarmente improcedentes (com resolução do mérito).
É possível que, dentre vários pedidos cumulados, o juiz julgue somente parte deles liminar-
mente improcedentes. Trata-se da improcedência liminar parcial.
Os dispositivos do CPC não dizem nada sobre a repercussão processual da improcedência
liminar parcial, mas aplica-se a ela a mesma lógica do julgamento antecipado parcial do mérito:
1) A improcedência liminar total/integral é determinada mediante SENTENÇA, impugnável
por apelação (art. 1.009 do CPC).
2) A improcedência liminar parcial é determinada mediante DECISÃO INTERLOCUTÓRIA,
impugnável mediante agravo de instrumento (art. 1.015, II, CPC).
Para ilustrar:

I. L. TOTAL I. L. PARCIAL
SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
APELAÇÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Além do mais, caro(a) aluno(a), o CPC de 2015 inovou no tocante à improcedência liminar
do pedido, tornando-a obrigatória quando verificada alguma das suas hipóteses de cabimento.

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Trata-se de mais um instituto destinado a garantir a força praticamente vinculante dos prece-
dentes judiciais.
Portanto, se, em qualquer fase do processo, o juiz descobrir a possibilidade de improce-
dência liminar, ele deve prolatar sentença de improcedência liminar, mesmo que, por equívoco
ou praxe, tenha permitido o início da fase instrutória.

O PULO DO GATO
O ideal, de acordo com o CPC, é que a improcedência liminar seja decretada logo em seguida
ao protocolo da petição inicial, antes mesmo da citação do réu. Dessa forma, o réu somente
seria citado se o autor apelasse, para apresentar contrarrazões recursais.
Em razão do caráter obrigatório da improcedência liminar, não haverá problemas se a improce-
dência liminar for determinada somente após a citação do réu, em caso de o juiz, somente em
momento posterior, identificar a hipótese de aplicação do instituto.

A improcedência liminar de um ou de todos os pedidos, embora obrigatória, somente tem


lugar diante da presença de pelo menos uma das hipóteses dos incisos I a IV, ou do § 1º, que,
abaixo, estudaremos.

I – (contrariar) enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Jus-


tiça;
II – (contrariar) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justi-
ça em julgamento de recursos repetitivos;
III – (contrariar) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
IV – (contrariar) enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

Veja que a improcedência liminar do pedido é um dos institutos processuais destinados a


garantir a força praticamente vinculante dos precedentes judiciais, pretendida pelo legislador.
Sim, é necessário um certo trabalho de memorização para gravar quais são os precedentes
judiciais que legitimam a improcedência liminar do pedido. A boa notícia é que tenho grandes
dicas para te ajudar:
A Súmula Vinculante NÃO é um desses precedentes.

 Obs.: Embora o inciso I fale apenas em “súmulas”, sem fazer distinções, a banca CESPE já
considerou que a Súmula Vinculante não se enquadra no inciso I. É um entendimento
coerente, porque os Municípios, por exemplo, só podem solicitar a revisão ou o cance-
lamento de súmulas vinculantes se impugná-las no curso de um processo (art. 3º, §
1º, Lei n. 11.417/06).

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2) O entendimento firmado em decisões proferidas em controle de constitucionalidade


(ADI, ADC e ADPF) também NÃO é um desses precedentes.

O PULO DO GATO
As bancas tentam confundir os candidatos incluindo esses dois tipos de precedentes entre
as alternativas, esperando que o candidato fique em dúvida, dada a grande importância das
súmulas vinculantes e dos entendimentos firmados em julgamentos de ADI, ADC e ADPF.
Todavia, você, agora, não cairá nessas pegadinhas. Súmulas vinculantes e entendimentos fir-
mados em julgamentos de ADI, ADC e ADPF não legitimam a improcedência liminar do pedido,
por não constarem do rol do art. 332.

§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.

Ao lado dos precedentes judiciais dos incisos I a IV do caput, também legitimam a impro-
cedência liminar do pedido a decadência do direito e a prescrição da pretensão.
De forma sintética, listo para você os elementos que, verificados, impõem a improcedência
liminar do pedido:
• PRESCRIÇÃO;
• DECADÊNCIA;
• CONTRARIEDADE a enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
• CONTRARIEDADE a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
• CONTRARIEDADE a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas re-
petitivas ou de assunção de competência;
• CONTRARIEDADE a enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos
do art. 241.
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu,
e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo
de 15 (quinze) dias.

A improcedência liminar do pedido, se for completa, é determinada mediante sentença de


extinção do processo (art. 485, I, CPC). Portanto, contra ela cabe apelação.
Interposta a apelação, o juiz poderá se retratar em 5 dias, permitindo o regular processa-
mento da ação, caso se convença dos fundamentos recursais do autor para deixar de julgar

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liminarmente improcedente o pedido e permitir o regular processamento do feito, com instru-


ção probatória, se necessária.
Caso o juiz se retrate, ele permitirá o prosseguimento do processo, com a citação do réu
para integrá-lo como parte.
Se o juiz não se retratar, ele citará o réu para que ofereça, se quiser, contrarrazões à apelação.

Para contrarrazoar a apelação, o réu será citado, pois, até o momento, ainda não terá sido cita-
do, eis que a petição inicial foi indeferida. A banca poderá inserir uma pegadinha dizendo que
o réu seria “intimado”, o que é equivocado.

O PULO DO GATO
Se o juiz julgar todos os pedidos liminarmente improcedentes e o autor não recorrer, o réu será
somente intimado, mesmo que não tenha sido anteriormente citado, uma vez que só é citada
uma pessoa que deva integrar o processo, e o réu, neste caso excepcional, não deverá integrar
o processo, pois ele já terá findado.

Para não confundir:

DICA!
Interposta apelação: réu CITADO para contrarrazoar
NÃO interposta a apelação: réu INTIMADO para ciência

 Obs.: em caso de improcedência liminar de parte dos pedidos, a lógica aplicável será a
mesma do julgamento antecipado parcial do mérito: caberá agravo de instrumento
quanto à parte extinta, e o processo prosseguirá no tocante aos demais pedidos.

5. Respostas do Réu e Revelia


As respostas do réu no processo civil têm várias possíveis formas.
Ordinariamente, tais respostas são a contestação e a reconvenção. A primeira consiste na
forma comum de defesa do réu em face dos pedidos do autor, e a segunda é uma forma de se
construir uma ação nova do réu contra o autor no mesmo processo. Estudaremos ambas as
figuras com profundidade logo a seguir.
Há, todavia, várias outras respostas do réu espalhadas pelo CPC, recebendo tratamentos
diferenciados. Como exemplo, existem, dentre outras:
• A manifestação do sócio contra o incidente de desconsideração da personalidade jurí-
dica (art. 135 do CPC);

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• Embargos à execução (arts. 914 e seguintes do CPC);


• Impugnação ao cumprimento de sentença (art. 525 do CPC).

Nesta aula, daremos enfoque às respostas do réu mais ordinárias: a contestação e a re-
convenção. As respostas mais excepcionais, como as citadas acima, são tratadas nas aulas
correspondentes aos seus procedimentos.

5.1. Contestação
Trataremos sobre todos os aspectos da contestação mediante comentários individualiza-
dos a cada dispositivo do CPC que lhe for pertinente.

CAPÍTULO VI
DA CONTESTAÇÃO

Que a contestação é a forma ordinária de defesa do réu nos processos em geral, você mui-
to provavelmente já sabia. O art. 335 dispõe sobre o momento processual em que a contesta-
ção deve ser apresentada pelo réu. Acompanhe.

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo
inicial será a data:

Estamos estudando, agora, as regras gerais sobre a contestação. Há procedimentos especiais


que preveem prazos diversos e momentos processuais diversos para a contestação.
Agora, daremos enfoque à regra geral.
Desde já, grave que o prazo da contestação, independentemente do seu termo inicial (dia de
início da contagem), será de 15 DIAS.

A contestação deve ser escrita, em petição, a ser juntada aos autos do processo. no CPC,
não há previsão de contestação oral em audiência, como acontece, em alguns casos, nos Jui-
zados Especiais.
O prazo de 15 dias para a juntada da contestação será contado a partir de diferentes mo-
mentos possíveis, a saber:

I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qual-


quer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;

O art. 334 impõe que, como regra, deve haver tentativa de conciliação em audiência de con-
ciliação e mediação. A regra, aqui, é simples: se houver audiência de conciliação/mediação, os
15 dias serão contados a partir da data da audiência.

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O PULO DO GATO
A banca poderá tentar te confundir, dizendo que o prazo seria contado somente a partir da jun-
tada da ata da audiência aos autos. Esta informação estaria errada.
O prazo de 15 dias será contado a partir da data da celebração presencial da audiência, se não
houver acordo ou se uma das partes for ausente.

II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresen-


tado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;

O art. 334, § 4º, inciso I permite às partes pedir para que não ocorr a audiência de conci-
liação/mediação.
Se o autor pedir pelo cancelamento da audiência, e o réu peticionar pedindo a mesma coi-
sa, a audiência não ocorrerá.
Neste caso, os 15 dias para apresentação da contestação serão contados a partir da data
do protocolo do pedido de cancelamento pelo réu.

III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.

O inciso III aplica-se às ações em que a conciliação não é admitida, em razão do obje-
to da ação. Nestes casos, não terá ocorrido audiência, e nem protocolo de pedido por seu
cancelamento.
Se o direito em litígio não admitir conciliação/mediação, o prazo de 15 dias será contado
de uma das seguintes formas:
1) da juntada aos autos do aviso de recebimento dos Correios, se a citação do réu tiver sido
por esta forma;
2) da juntada aos autos do mandado cumprido pelo Oficial de Justiça, se a citação do réu
tiver sido por esta forma;
3) do término do prazo previsto no edital de citação publicado em Diário de Justiça, se a
citação do réu tiver sido por esta forma;
4) da data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão
ou do chefe de secretaria.

§ 1º no caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial pre-
visto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de
cancelamento da audiência.

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O § 6º do art. 334 dispõe que, havendo litisconsórcio passivo, o desinteresse na realização


da audiência de conciliação/mediação deve ser manifestado por todos os réus. Se um dos
réus tiver interesse nessa audiência, ela ocorrerá.
Caso nenhum deles tenha interesse na audiência de conciliação/mediação, o prazo para
apresentação de contestação, por parte de cada um deles, será a contar da data de seu res-
pectivo pedido de cancelamento da audiência.

Exemplo: O réu Fábio protocolou o pedido de cancelamento da audiência em 15/03, e será este
o termo inicial dos 15 dias para a contestação; o réu Pedro protocolou em 17/03, e será este o
seu termo inicial, e assim sucessivamente.

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor
desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intima-
ção da decisão que homologar a desistência.

Quando o direito envolvido no litígio não admitir a autocomposição (§ 4º, II do art. 334), e
houver mais de um réu, será possível que o autor desista da ação somente em relação a um
deles, mantendo o processo com relação ao outro.
Neste caso, o prazo da contestação será contado a partir da intimação da decisão que
homologar a desistência parcial da ação.

Exemplo: Se o autor peticionou pedindo a desistência em 15/04, a decisão de homologação


for publicada em 18/04 e as partes forem intimadas dessa decisão em 23/04, será 23/04 o
termo inicial dos 15 dias para contestação.

 Obs.: A forma de contagem mencionada acima somente se aplica aos processos em que
o direito envolvido não admitir conciliação/mediação. Se o admitir, a forma de conta-
gem será a dos incisos I ou II do artigo ora em comento (335).

Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de
fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende pro-
duzir.

O art. 336 do CPC insculpe o princípio da eventualidade.


De acordo com este princípio, no momento (evento) previsto em lei, a parte deverá alegar
toda matéria de defesa de sua pretensão. Isso quer dizer que, dentro do prazo da contestação
(15 dias), o réu deverá apresentar todos os fatos e fundamentos jurídicos que tem em mente
para impugnar os pedidos do autor.
No mesmo prazo, o réu deverá especificar quais provas pretende produzir, para provar os
fatos que tiver alegado, para extinguir, impedir ou modificar as pretensões do autor.

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Após o referido momento processual, a parte não poderá apresentar sua defesa nas mes-
mas condições em que poderia apresentar no momento oportuno.
Muitos confundem, no início, os sentidos dos princípios da impugnação especificada e da
eventualidade. Abaixo, apresento a basilar diferenciação entre eles, de modo que você possa
observar claramente a diferença:

EVENTUALIDADE
IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA (art. 336)
(art. 341) Tudo deve ser impugnado NO
TUDO deve ser impugnado MOMENTO CORRETO (na
contestação)

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

O art. 337 apresenta as questões preliminares de contestação. São questões preliminares


processuais.

O art. 337 não traça um limite temporal a todas as matérias mencionadas em seus incisos.
Algumas delas podem ser alegadas a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição.
Outras, por sua vez, devem ser alegadas necessariamente em preliminar de contestação, sob
pena de preclusão.

I – inexistência ou nulidade da citação;

Se o réu apresentar contestação e não reclamar da inexistência ou nulidade de sua citação,


esta questão ficará preclusa, pois o art. 239, § 1º dispõe que “o comparecimento espontâneo
do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação”.

II – incompetência absoluta e relativa;

Se a incompetência for relativa e ninguém a suscitar até a contestação, a competência


será prorrogada, e o juízo passará a ser definitiva e absolutamente competente para processar
e julgar a demanda. Trata-se do fenômeno da prorrogação de competência, previsto no art. 65
do CPC: “Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preli-
minar de contestação”.
O jogo muda se a incompetência for absoluta. Neste caso, a preliminar de contestação
não é a única forma de suscitar a incompetência. Se o réu não a alegar em preliminar de
contestação, poderá suscitar a incompetência a qualquer momento, inclusive mediante sim-
ples petição.

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Ademais, a incompetência absoluta pode ser declarada de ofício pelo juiz, porque o vício
absoluto de competência ofende preceitos de ordem pública, que ultrapassam o mero interes-
se das partes.
Tanto a alegação das partes e do Ministério Público quanto a declaração de ofício pelo juiz,
acerca da incompetência absoluta, podem ocorrer em qualquer tempo ou grau de jurisdição (§
1º). Portanto, mesmo que a incompetência absoluta demore a ser reconhecida, não ocorrerá,
jamais, o fenômeno da prorrogação de competência.

A prorrogação de competência somente se verifica diante de incompetência relativa.


A incompetência absoluta nunca se prorroga.

III – incorreção do valor da causa;

Esta é uma questão que preclui.


Conforme o art. 293 do CPC, “o réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor
atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão”.

IV – inépcia da petição inicial;


V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;

Inépcia, perempção, litispendência, coisa julgada e conexão são questões processuais que
não precluem, e podem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício
pelo juiz.

IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

O art. 76 dispõe que “verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da repre-


sentação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja
sanado o vício”.
A incapacidade processual é constatada quando a pessoa, ao longo do processo ou em
seu início, vem a necessitar de representante (no caso do absolutamente incapaz) ou assis-
tente (no caso do relativamente incapaz), seja por ter ajuizado a ação sem representação ou
assistência, seja por ter sido interditada no meio do processo.

 Obs.: A correção do vício relativo à incapacidade é realizada mediante inclusão de represen-


tante ou assistente no processo, com registro nos autos.

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A irregularidade de representação é um problema relacionado ao advogado constituído,


por várias razões possíveis: a procuração não ter sido juntada aos autos, a ação ter sido ajui-
zada após o prazo fixado na procuração, o advogado ter-se licenciado, o advogado ter sofrido
suspensão ou exclusão dos quadros da OAB, o substabelecimento ter ocorrido sem consenti-
mento da parte, dentre vários outras razões práticas.

 Obs.: A correção da irregularidade de representação é feita de acordo com cada contexto: jun-
tada de procuração, realização e juntada do substabelecimento, constituição de novo
advogado etc. Basta que o problema relativo ao advogado, no contexto, desapareça.

O CPC não fixa um prazo certo para a correção do problema com a incapacidade proces-
sual ou com a irregularidade de representação: ele deixa ao arbítrio do juiz a fixação do prazo. É
possível, caso o juiz não tenha fixado nenhum prazo até o momento, que o réu aponte eventual
incapacidade do autor ou defeito na regularidade de sua representação.
Ademais, poderá o réu apontar que o autor deveria ter recebido alguma autorização para
ajuizar a ação, mas não a teve. É o caso das ações que versam sobre direito real imobiliário, em
que o autor precisa do consentimento de seu cônjuge para ajuizar a ação. Se tal consentimento
não tiver sido prestado, poderá o réu impugnar sua falta em preliminar de contestação.

X – convenção de arbitragem;

O § 6º do artigo ora em comento já enuncia a consequência processual da falta de alega-


ção de existência de convenção de arbitragem entre o autor e o réu: “A ausência de alegação
da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação
da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral”.

XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;

Estas são as duas condições de ação, e a falta de qualquer delas pode ser apontada a qual-
quer tempo e grau de jurisdição. Logo, a questão processual deste inciso não preclui.

XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;

Na ação rescisória, por exemplo, é devido um depósito prévio de 5%, pelo autor. Se o juiz
tiver deixado passar este detalhe, poderá o réu impugnar a ausência desse depósito em ques-
tão preliminar de contestação.
Por se tratar de pressuposto processual, a falta de caução ou prestação exigida em lei
pode ser apontada a qualquer tempo e grau de jurisdição. Logo, a questão processual deste
inciso não preclui.

XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.

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Se, antes da contestação, o autor tiver recebido o benefício da justiça gratuita, o réu deverá
impugnar tal concessão em preliminar de contestação, sob pena de preclusão.
Após este momento processual, o réu somente poderá impugnar a justiça gratuita concedi-
da ao autor se surgirem novas condições que impeçam o autor de ter tal benefício.

§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.


§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o
mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.

Os §§ 1º a 4º são conceituais. Atribuem-se os seguintes conceitos:


• LITISPENDÊNCIA: repetir ação que já estiver em curso, isto é, ajuizar uma ação idêntica
a outra já ajuizada e ainda em andamento.
− Se a ação repetida já tiver transitado em julgado, o fenômeno constatado da reprodu-
ção da ação de forma idêntica será o da COISA JULGADA.

O § 2º institui os três elementos identificadores da ação: partes, causa de pedir e pedido.


• 1) Partes: autor e réu (ou requerente e requerido, como preferir), em se tratando de juris-
dição contenciosa, ou os meros interessados, em se tratando de jurisdição voluntária.
• 2) Causa de pedir: existem a causa de pedir próxima e a causa de pedir remota.
− Causa de pedir próxima: é o fundamento jurídico que embasa o pedido. É o artigo de
lei, da Constituição, um princípio, um dispositivo de ato normativo etc.
− Causa de pedir remota: são os fatos narrados pelo autor na petição inicial. É o acon-
tecimento fático que levou o autor a ajuizar a ação.
• 3) Pedido: é a pretensão formulada pelo autor: condenar o réu a pagar ou fazer alguma
coisa, declarar a existência de uma relação jurídica etc.

A ausência de pedido ou de causa de pedir é uma causa de indeferimento da petição inicial


por inépcia, como estudado anteriormente.

§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício


das matérias enumeradas neste artigo.
• Existência de convenção de arbitragem: somente o réu pode alegar.
• Incompetência relativa (em razão do lugar ou do valor): somente o réu pode alegar.

Todas as demais questões processuais elencadas no art. 337 podem ser reconhecidas
tanto pelo juiz, de ofício, quanto pelo réu, por requerimento.

§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste


Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.

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Não alegada a existência de convenção de arbitragem entre as partes até a contestação,


eventual sentença arbitral já existente não será eficaz, e a jurisdição do Poder Judiciário pode-
rá substituir todos os termos da sentença arbitral.

Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo
invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substitui-
ção do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários
ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou,
sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídi-
ca discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de
indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição
inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2º no prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.

Quando o autor ajuizar a ação contra um réu que alega que, na verdade, não tem legitimida-
de para atuar no processo (preliminar de ilegitimidade passiva) ou não tem responsabilidade
pelo dano reclamado, o autor terá 15 dias para alterar, em sua petição inicial, o réu contra o
qual pretende litigar.

O prazo de 15 dias para alteração do réu terá início independentemente de o juiz concordar, ou
não, com a ilegitimidade passiva alegada pelo réu.
Portanto, é suficiente para o início do prazo de 15 dias para “troca de réus” que o réu simples-
mente alegue sua ilegitimidade passiva.

Se, após o transcurso do prazo de 15 dias, o autor não trocar o réu, em razão de discordar
da preliminar de ilegitimidade ou simplesmente em razão de silenciar-se, o juiz decidirá se o
réu é, ou não, parte legítima do processo. As consequências possíveis são duas:
1) Se o juiz entender que o réu é parte legítima, o processo terá prosseguimento normal.
2) Entendendo o juiz pela ilegitimidade passiva do réu, o processo será extinto sem reso-
lução do mérito, por falta de preenchimento de todos os aspectos da legitimidade (art. 485,
inciso VI, CPC).

 Obs.: A extinção sem resolução do mérito por ilegitimidade passiva somente acontecerá se
o autor perder o prazo de 15 dias para trocar de réus, ou se o autor discordar da ilegiti-
midade e se o juiz entender que, de fato, o réu é parte passivamente ilegítima.

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Se o réu se valer da preliminar de ilegitimidade passiva, e houver alguma razão lógica que
leve a concluir que o réu é capaz, sim, de indicar o sujeito que deva responder pelos fatos (o
legítimo réu), terá ele o dever de indicar, ao mesmo tempo, quem seria o legítimo réu da ação.
Não haverá problemas se o réu demonstrar razões convincentes de que ele não tem conhe-
cimento do sujeito que deva responder pelos fatos narrados na petição inicial. Todavia, se o
réu realmente puder indicar o sujeito responsável e não fizer essa indicação, ele deverá pagar
todas as despesas do processo, bem como deverá indenizar o autor pelos prejuízos que decor-
rerem do seu silêncio no tocante à indicação.
Conclusão: mesmo que o processo acabe extinto sem resolução do mérito por ilegitimida-
de passiva, se o réu deixar de indicar o verdadeiro legitimado quando puder fazer a indicação,
ele pagará as custas processuais e os honorários advocatícios. Trata-se de uma expressão
do princípio da causalidade: quem der causa à extinção do processo (neste caso, o réu, em
razão da impossibilidade de prosseguimento em face do real responsável) deve arcar com as
despesas processuais.
Quando o réu indicar o verdadeiro legitimado ou responsável, o autor poderá tomar uma
de duas atitudes:
1) Dentro do prazo de 15 dias para alteração (aditamento) da petição inicial, poderá excluir
o atual réu e incluir aquele indicado na preliminar de ilegitimidade passiva da contestação.
Neste caso, somente o novo réu (incluído) continuará no processo (art. 339, § 1º, CPC).
• Nesta primeira hipótese, o autor pagará ao advogado do réu excluído (ilegítimo) hono-
rários advocatícios, em montante a ser fixado pelo juiz, respeitado o limite mínimo de
3% e máximo de 5%, calculados sobre o valor da causa (já que nesta fase do processo
ainda não há condenação).

Honorários advocatícios – exclusão de 5%


3%
réu ilegítimo

Do VALOR DA CAUSA

 Obs.: Se o valor da causa for muito irrisório (baixo), os honorários ao advogado do réu excluí-
do poderão observar a regra do art. 85, § 8º, do CPC: o juiz fixará, de forma equitati-
va (justa), um valor que dignamente remunere a atividade do advogado no processo,
levando-se em conta o tempo despendido, o zelo, o lugar da prestação dos serviços, o
trabalho despendido, a natureza e a importância da causa (art. 85, § 2º, CPC).

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2) Também dentro do prazo de 15 dias para aditamento da inicial, o autor poderá manter o
primeiro réu e incluir, como litisconsorte passivo (outro réu), o sujeito indicado na preliminar de
ilegitimidade. É uma situação em que ambos os réus (o originário e o indicado) permanecerão
no processo (art. 339, § 2º, CPC). Logo, nesta hipótese, não haverá necessidade de pagamento
de honorários de advogado ao primeiro réu, eis que que continua no processo.

Tome muito cuidado para não confundir as regras de substituição de réus (quando há alega-
ção de ilegitimidade passiva na contestação), com o fenômeno da substituição processual.
A substituição processual é sinônimo de legitimidade extraordinária: quando uma pessoa
pleiteia direito alheio em nome próprio, nos casos em que o ordenamento jurídico permitir.
As regras sobre substituição de réus nada têm a ver com substituição processual, no senti-
do técnico.

 Obs.: em caso de ilegitimidade passiva manifesta (grosseira), que não dê nenhuma margem
minimamente razoável de dúvida, não haverá nem mesmo o procedimento dos arts.
338 e 339 do CPC: a petição inicial será indeferida (art. 330, inciso II, CPC). Afinal de
contas, aquele procedimento tem utilidade quando o réu tiver alguma possibilidade de
indicar o legítimo réu. Se a ilegitimidade for extremamente patente, a petição inicial
será indeferida antes mesmo da oportunidade de aditamento em 15 dias.

Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser pro-
tocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa,
preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de
carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo
da causa.

O réu poderá alegar que o foro onde o autor protocolou a petição inicial é incompetente,
absoluta ou relativamente. Neste caso, poderá o réu protocolar a sua contestação no foro do
seu domicílio, devendo comunicar o juiz imediatamente desse protocolo, preferencialmente
por meio eletrônico.
A contestação será remetida ao juízo onde tiver sido registrada (se for Vara única) ou para
onde tiver sido distribuída a petição inicial (se for um foro com várias Varas).
Se a citação do réu tiver sido por carta precatória, a contestação, protocolada no foro do
seu domicílio, será juntada aos autos da carta precatória, com igual remessa ao juízo onde
tiver sido registrada ou para onde tiver sido distribuída a petição inicial.

§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a con-
testação ou a carta precatória será considerado prevento.

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O § 2º institui uma excepcionalíssima hipótese em que o juízo prevento será aquele para onde
tiver sido distribuída a contestação, ou, ainda, a carta precatória, se for o caso.

Como regra geral, é prevento o juízo onde for feito o registro da petição inicial, ou para onde
a petição inicial for distribuída (art. 59 do CPC).
No § 2º, vê-se o único caso em que a prevenção do juízo se dará pelo registro ou pela dis-
tribuição da contestação: quando for reconhecida a competência do foro indicado pelo réu em
preliminar de contestação.

§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de


conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de concilia-
ção ou de mediação.

Até que seja resolvida a questão da competência relativa ou absoluta, não ocorrerá au-
diência de conciliação/mediação. Somente depois da resolução dessa questão preliminar é
que poderá ser designada nova data para tal audiência, salvo se o objeto da lide não admitir
autocomposição, caso em que o processo terá prosseguimento com a contestação.

Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constan-
tes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:

O art. 341 do CPC insculpe o princípio da impugnação especificada, ou da impugnação


específica.
A parte ré deverá se manifestar, em sua contestação, sobre toda a matéria que deva arguir
em sua defesa, presumindo-se verdadeiro tudo o que não for impugnado. Cada fato narrado
na petição inicial deve ser impugnado de forma específica.
Em regra, é inapropriada a impugnação genérica a todos os pedidos, sem especificações.
Dessa forma, o réu não pode se defender desta forma: “tudo o que o autor falou é mentira”.
Como regra geral, o réu deve desconstruir cada fundamento e fato invocado pelo autor, indican-
do as razões que levam tal fato/fundamento a não ser plausível.
Como regra geral, se um ou mais fatos da petição inicial não forem impugnados pelo réu,
tais fatos serão presumidos como verdadeiros, o que produz o efeito da confissão do réu.

DICA!
Se o réu apresentar contestação mas deixar de impugnar um
ou mais fatos, esses fatos, como regra geral, serão presumi-
dos como verdadeiros. É como se fosse uma “revelia parcial”,
a grosso modo.

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Contudo, há situações excepcionais em que o efeito da confissão não será implementado,


mesmo que o réu não apresente impugnação aos fatos e fundamentos pertinentes. Tais situa-
ções são as abaixo elencadas:

I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;

De acordo com o art. 392 do CPC, não cabe confissão sobre direitos indisponíveis. Portan-
to, se o réu deixar de impugnar um fato relativo a direitos indisponíveis, não haverá presunção
de veracidade desse fato.

II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do
ato;

A este inciso, aplica-se o mesmo exemplo apresentado no comentário ao inciso III do art.
345, com necessárias adaptações:

Exemplo prático:
João impetra mandado de segurança contra órgão local integrante da estrutura de determina-
do Ministério (integrante da estrutura orgânica da União), por ter este negado a expedição de
certidão requerida em processo administrativo. João alega ter cópia da decisão denegatória,
mas não junta ao processo tal cópia.
Se a falta do documento passar despercebida pelo juiz e a União não impugnar especificada-
mente um ou mais fatos, não serão produzidos efeitos da confissão em relação a eles, pois,
nesse caso, a lei obriga o sujeito a apresentar, juntamente com a petição inicial, o documento
comprobatório da violação de direito líquido e certo (art. 6º da Lei n. 12.016/2009).

III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

É possível que certas alegações sejam contrárias a outros fatos narrados na inicial.

Exemplo: O autor diz que requereu benefício previdenciário perante o INSS, junta comprovan-
te desse requerimento, e dpeois, alega que o réu lhe impediu de ir ao INSS para requerer um
benefício. O último fato está em contradição com o conjunto da defesa, e em relação a ele não
haverá efeito de confissão, se o réu deixar de se manifestar sobre ele.

Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público,
ao advogado dativo e ao curador especial.

São dispensados de impugnar especificadamente os fatos do autor as pessoas que represen-


tem judicialmente os necessitados e as pessoas que precisem de curatela especial.

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Logo, os representantes dessas pessoas podem impugnar genericamente a petição inicial,


dizendo, em outras palavras: “tudo o que o autor diz é mentira e isso será comprovado”.
Portanto, os Defensores Públicos somente terão o privilégio de poder impugnar genericamen-
te as iniciais se estiverem representando um necessitado.

Revisão
Você se lembra das pessoas que devem ter curadores espe-
ciais (art. 72)?
São os incapazes, se não tiverem representante legal ou se os
interesses deste colidirem com os daqueles, enquanto durar a
incapacidade;
Réu preso revel, bem como, enquanto não for constituído ad-
vogado;
Réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não
for constituído advogado.

Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:

O art. 342 trata das hipóteses excepcionais em que o réu poderá formular novas alegações
em sua defesa depois de ter apresentado contestação. Trata-se de exceções ao princípio da
eventualidade.

I – relativas a direito ou a fato superveniente;

É perfeitamente possível que, depois da contestação, aconteçam novos fatos relevantes


para a defesa, ou passem a existir novos direitos relevantes para a defesa.
Nestas duas hipóteses (direito ou fato supervenientes), o réu poderá apresentar novas ale-
gações, desde que relativas ao direito ou fato superveniente.

II – competir ao juiz conhecer delas de ofício;

Há matérias que, por lei, podem ser conhecidas pelo juiz de ofício.

Exemplos: Decadência fixada em lei, falta de pressupostos processuais, coisa julgada, litispen-
dência etc.

Em relação a todas as matérias sobre as quais o juiz puder se pronunciar de ofício, o réu
também poderá fazer alegações.

III – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdi-
ção.

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Há matérias que podem ser levantadas pelas partes em qualquer tempo e grau de juris-
dição. Muitas delas se confundem com as mencionadas no inciso II, porque, enquanto o juiz
pode conhecê-las de ofício, elas também podem ser alegadas em qualquer tempo e grau de
jurisdição.
Portanto, apresento-lhe os mesmos exemplos: falta de pressupostos processuais, coisa
julgada, litispendência, incompetência absoluta etc.

5.2. Reconvenção
A Reconvenção é um instituto processual estruturado no CPC que possui o dom de ser, ao
mesmo tempo, uma resposta do réu e uma ação nova.
Isso quer dizer que o oferecimento de Reconvenção só se mostra possível quando outra
pessoa (parte autora e, em seguida, reconvinda) ajuíza uma ação contra o reconvinte (que
oferece a reconvenção). A reconvenção é oferecida na oportunidade de contestação, mas tem
natureza de ação nova, que tramita nos mesmos autos do processo principal, em que foi pro-
tocolada a petição inicial.

DICA!
Reconvinte: é o réu, que apresenta a reconvenção
Reconvindo: é o autor, que se torna réu da reconvenção no
mesmo processo

Abaixo, apresentarei os artigos do CPC que versam sobre a reconvenção, com os comen-
tários cabíveis.

Art. 343. na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, co-
nexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

Embora a reconvenção tenha natureza de ação nova – por veicular pretensão própria do
réu (agora reconvinte), os direitos postulados na reconvenção devem ter CONEXÃO com a
ação principal ou com as razões defensivas: devem ter alguma relação com os pedidos formu-
lados na petição inicial do autor, ou direta relação com os fundamentos que justificam a defesa
oferecida em contestação.

Exemplo prático:
Jânio Confeiteiro ME ajuíza ação de consignação em pagamento, depositando em juízo os
valores que entende devidos a Pedrinho, um de seus fornecedores, que desapareceu sem
sequer receber seus créditos.

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Pedrinho, citado, oferece, juntamente com a contestação, uma RECONVENÇÃO, alegando que
os valores depositados por Jânio Confeiteiro ME são muito menores do que o montante real-
mente devido.
Estas duas pretensões conexas (ação principal e reconvenção) tramitarão nos autos do
mesmo processo.

§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar
resposta no prazo de 15 (quinze) dias.

Essa “resposta à reconvenção” é, em essência, uma contestação do autor (reconvindo) à


reconvenção apresentada pelo réu (reconvinte).
É muito estranho pensar que o autor do processo deva oferecer uma contestação. Talvez
seja por isso que o legislador utilizou o termo “resposta” para a impugnação do autor à recon-
venção do réu.

O autor será intimado por intermédio de seu advogado, e não diretamente por carta ou qual-
quer outra forma. Este detalhe tem sido muito explorado em provas.

§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.

Se a ação principal for extinta sem resolução do mérito por algum motivo que não prejudi-
que necessariamente a pretensão formulada na reconvenção, o processo seguirá tramitando
somente com a reconvenção.

Não confunda estas duas informações:


1) As pretensões formuladas na Reconvenção DEVEM ser conexas com a ação principal ou
com o fundamento da defesa
2) NÃO EXISTE relação de dependência processual entre a ação principal e a reconvenção.
Logo, uma pode existir sem a outra.

§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.

O réu (reconvinte) não precisa restringir suas pretensões somente contra o autor (reconvin-
do). Ele pode incluir terceiros como litisconsortes do autor/reconvindo.
Abaixo, apresento-lhe exemplo retirado de uma questão da banca VUNESP, que será apre-
sentada em nossa lista de exercícios:

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Exemplo prático:
Paulo, engenheiro, casado, propôs ação de cobrança contra Pedro, médico, casado, alegan-
do que deveria receber o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) pela venda de um automóvel.
Ocorre que Pedro, além de entender que a quantia não é devida, uma vez que já realizou o
depósito, alega que Paulo é quem deveria lhe pagar a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil
reais) relativos à venda de uma casa. Pedro poderá propor reconvenção contra Paulo, podendo
aproveitar o processo para cobrar a esposa de Paulo, também proprietária do imóvel, incluin-
do-a como ré da reconvenção (reconvinda, ao lado do autor), mesmo que ela não tivesse nada
a ver com o processo até esse momento.

§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

É possível que o réu/reconvinte forme litisconsórcio com outra pessoa para apresentar a
reconvenção contra o autor/reconvindo.
O exemplo que te apresentarei é o mesmo anterior, mas com um final diferente.

Exemplo prático:
Paulo, engenheiro, casado, propôs ação de cobrança contra Pedro, médico, casado, alegan-
do que deveria receber o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) pela venda de um automóvel.
Ocorre que Pedro, além de entender que a quantia não é devida, uma vez que já realizou o depó-
sito, alega que Paulo é quem deveria lhe pagar a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)
relativos à venda de uma casa.
Pedro poderá propor reconvenção em litisconsórcio com sua esposa, tendo em vista que sua
reconvenção tem por objeto bem imóvel, que interessa juridicamente a ambos.

 Obs.: O CPC de 2015 permite a ampliação subjetiva do processo por meio da reconvenção.
Ampliar subjetivamente significa aumentar o número de sujeitos processuais, que,
neste caso, são novos autores e/ou novos réus.

§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face
do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de
substituto processual.

Nos dizeres de Marinoni, Arenhart e Mitidiero1, a reconvenção, por ter o dever de veicular
somente pretensões conexas àquelas da ação principal, deve respeitar a identidade subje-
tiva do direito. Isso significa que os direitos discutidos devem ter relação com os seus reais
titulares.

1
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos
mediante procedimento comum. 3. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. v. 2.

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Logo, se o autor do processo, agora reconvindo, for substituto processual do verdadeiro ti-
tular dos direitos ali discutidos, todas as pretensões cobradas na reconvenção também devem
ter relação jurídica com o substituído. Mesmo assim, o reconvindo, o “réu da reconvenção”,
será o substituto processual.

Para simplificar:
A reconvenção é proposta contra o substituto.
Os direitos cobrados na reconvenção são cobrados do substi-
tuído, que será representado pelo seu substituto, o reconvindo.

§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

O Novo CPC permite algo que, antes, não era possível: oferecer SOMENTE Reconvenção,
sem contestação.
Estrategicamente, esta faculdade deve ser exercida com cautela, pois a ausência de con-
testação pode provocar confissão quanto à matéria de fato não contestada.
Logo, a estratégia de apenas oferecer reconvenção somente será adequada quando o ad-
vogado tiver certeza de que todos os fundamentos da reconvenção, por si só, são capazes de
contrapor os fatos e fundamentos apresentados na petição inicial.

5.3. Revelia e Confissão


A revelia é a omissão do réu consistente em não contestar os pedidos do autor.
Trataremos de todos os elementos essenciais da revelia nos comentários aos seus perti-
nentes dispositivos do CPC, a seguir.

CAPÍTULO VIII
DA REVELIA

Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor.

A revelia, como regra geral, tem um grande “efeito acessório”. O referido efeito é a confis-
são quanto à matéria de fato, isto é, a presunção de que todos os fatos alegados pela parte
contrária são verdadeiros.
Em ocasiões normais, em caso de revelia do réu, a respectiva confissão já seria a prova
necessária pelo autor para a procedência de seus pedidos.
Entretanto, há casos bem específicos em que, embora de fato ocorra revelia (ausência de
defesa), não ocorre confissão. A consequência disso é que o autor deverá, de qualquer modo,

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comprovar os fatos que alegou, sem poder invocar a confissão a seu favor nestas hipóteses.
Isso porque, nesses casos, não existirá confissão.
Os referidos casos/hipóteses são descritos nos incisos do art. 345, abaixo citado.

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos.

Dar-lhe-ei exemplos práticos de cada um desses incisos, para uma completa absorção.

Exemplos práticos:
Inciso I:
O autor, Cláudio, ajuíza ação de cobrança contra Ricardo, devedor principal, e seu fiador, José.
Ricardo apresenta contestação dentro do prazo legal, mas José permanece inerte. Neste caso,
apesar de José não ter contestado e ser revel, ele não será considerado confesso quanto à
matéria de fato.
Inciso II:
Hugo ajuíza ação impugnando o apossamento do Município sobre um de seus bens imóveis,
que teria ocorrido de maneira ilegal (desapropriação indireta). O Município deixa de apresentar
contestação no prazo, e é considerado revel. Neste caso, apesar de revel, o Município não terá
sido confesso quanto à matéria de fato, pois o patrimônio público é, em regra, direito indispo-
nível.
Inciso III:
João impetra mandado de segurança contra órgão local integrante da estrutura de determina-
do Ministério (integrante da estrutura orgânica da União), por ter este negado a expedição de
certidão requerida em processo administrativo. João alega ter cópia da decisão denegatória,
mas não junta ao processo tal cópia.
Se a falta do documento passar despercebida pelo juiz e a União for revel, não serão produzi-
dos efeitos da confissão, pois, nesse caso, a lei obriga o sujeito a apresentar, juntamente com
a petição inicial, o documento comprobatório da violação de direito líquido e certo (art. 6º da
Lei n. 12.016/2009).
Inciso IV:
1) Marcos ajuíza ação de cobrança contra Fernando, postulando o pagamento devido em razão
de contrato de prestação de serviços, no qual Marcos deveria ter ido à lua e voltado ao mesmo
dia com fragmentos do solo lunar (fato inverossímil).

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2) Cláudio postula o pagamento de dívida contratual que não teria sido paga, mas acidental-
mente junta aos autos comprovante bancário que atesta o pagamento desse débito (fato con-
trário às provas dos autos).
Nesses dois casos, os efeitos de confissão não serão produzidos, ainda que o réu não apre-
sente defesa.

Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do
ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em
que se encontrar.

O réu revel não é pessoalmente intimado dos atos processuais. Sua intimação é ficta, pois
ocorre mediante publicação das decisões e intimações no Diário Eletrônico do tribunal a que
se vincule o órgão jurisdicional.
A única intimação pessoal que o réu revel recebe é da sentença definitiva. Fora esta,
nenhuma intimação pessoal será direcionada ao réu, mas tão somente por meio de Diários
Eletrônicos.
Quanto à possibilidade de o réu revel intervir no processo, registro que essa possibilidade
existe em qualquer fase do processo, mas, a depender da fase, o réu poderá praticar muitos,
poucos ou nenhum ato processual.
A regra que você precisa levar para a prova é a de que o revel receberá o processo no es-
tado em que se encontrar. Logo, não poderá ele requerer o refazimento de atos processuais
(audiências, perícias etc.) pelo simples fato de não os ter presenciado no momento oportuno.
Para saber mais sobre a possibilidade de o réu requerer a produção de provas, remeto o(a)
aluno(a) ao item 5.3.1. desta aula, logo abaixo.

5.3.1. Possibilidade de o Réu Revel Atuar no Processo

Confira, primeiramente, o que dispõe o art. 349 do CPC:

Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde
que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa
produção.

Sim! É possível que o réu revel requeira a produção de provas. Mas esta possibilidade é
muito limitada. Explico.
O réu revel tem o direito de ingressar no processo a qualquer tempo. Todavia, em qualquer
caso, o réu revel receberá o processo no estado em que se encontrar. Isso quer dizer que, se a
fase de especificação das provas já tiver terminado, o réu não poderá requerer nenhum tipo de
prova, a menos que o juiz também tenha interesse na prova requerida pelo réu.

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O art. 370 do CPC dispõe: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar
as provas necessárias ao julgamento do mérito. Veja: o juiz pode determinar a produção de
provas de ofício.
Sabendo disso, podemos concluir que o réu poderá requerer a produção de provas em duas
situações:
1) Se não tiverem ocorrido os efeitos de confissão dos fatos alegados pelo autor (hipóte-
ses do art. 345), e o réu integrar o processo dentro do prazo dado ao autor para especificar as
provas que pretende produzir (art. 348 do CPC).
2) Quando o juiz não se convencer dos fatos alegados pelo autor e determinar de ofício a
produção de determinadas provas, mesmo que o réu seja confesso ou que o autor não requei-
ra determinada prova. Nesse caso, o réu pode indicar alguma prova que entenda pertinente,
e o juiz pode concordar com seu requerimento e deferi-lo para que seja produzida a prova
requerida.

Exemplo prático:
O juiz pode entender que, para comprovar determinados fatos, não é possível basear-se unica-
mente nas alegações do autor: é necessário mais algum elemento (Ex.: perícia grafodocumen-
toscópica para avaliar se determinada assinatura, apontada como falsa, é, de fato, falsa). Se
o réu revel requerer a realização de perícia grafodocumentoscópica, poderá o juiz, se também
entender necessária, deferi-la.

5.3.2. Contumácia

Há ainda que se dar atenção a outro termo jurídico: contumácia. A contumácia consiste na
desobediência de ordens judiciais em geral: ausência em audiência, ausência de manifestação
sobre atos processuais no prazo adequado, falta de esclarecimentos solicitados pelo juiz etc.
De forma mais simples, pode-se afirmar que a contumácia consiste na inércia da parte
para a prática de quaisquer atos processuais no momento oportuno.
Para ilustrar:

CONTUMÁCIA
GÊNERO REVELIA
Espécie
Inércia da parte para a prática de
Ausência de defesa (contestação)
qualquer ato processual

A contumácia é um gênero que abrange a revelia como sua espécie. Afinal de contas,
a revelia consiste na consequência da ausência de defesa, que é somente uma hipótese do
abrangente gênero da contumácia. Esta, por sua vez, compreende a inércia para qualquer ato
processual, inclusive o ato de contestar.

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6. Valor da Causa
Conforme o art. 319, inciso V do CPC, a petição inicial deve sempre indicar o valor da cau-
sa. para entendermos a sistemática do valor da causa, vamos às regras positivadas do CPC
sobre o tema:

TÍTULO V
DO VALOR DA CAUSA

Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imedia-
tamente aferível.

O valor da causa tem por utilidade a sua configuração como base de cálculo para cus-
tas processuais, multas, emolumentos e outras despesas/sanções processuais. por esta ra-
zão, não importa se a causa envolve objeto de conteúdo econômico aferível de imediato: deve
ser atribuído algum valor à causa. Esse valor poderá depender de qual seja o objeto da ação
(art. 292).
Outra grande serventia do valor da causa é para a indicação do procedimento a ser seguido.
Se o processo for tramitar perante a Justiça Estadual e tiver até 40 (quarenta) salários mí-
nimos como valor da causa, ele tramitará perante o Juizado Especial Cível, como regra geral.
Se, todavia, o processo tramitar perante a Justiça Federal, ele terá prosseguimento de acor-
do com o rito do Juizado Especial Federal se tiver até 60 (sessenta) salários mínimos como
valor da causa.
Ainda, se o processo tiver, como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os
Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas, e, como
autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, o processo tra-
mitará perante o Juizado Especial da Fazenda Pública (como regra geral) se tiver como valor
da causa montante não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos.

Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:


I – na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora
vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;
II – na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução,
a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
III – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
IV – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem
objeto do pedido;
V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
VI – na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de
todos eles;

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VII – na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII – na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

Há dois grandes pontos a serem captados no art. 292. O primeiro é que, além da petição
inicial, também se sujeita à obrigatoriedade de indicação de um valor a reconvenção. Portanto,
tanto a ação quanto a reconvenção (que tem natureza de ação nova) devem ter um valor.
O outro grande ponto é que o valor da causa, em muitos casos, depende do objeto da ação.
Os incisos do caput indicam várias espécies de ações, a fim de que o valor da causa siga como
parâmetro, exatamente, o montante indicado no respectivo inciso. Recomendo-lhe a leitura
reiterada desses incisos, porque algumas questões pedem diretamente qual será o valor da
causa em determinada ação, como, por exemplo, a ação indenizatória, cujo valor da causa
será, exatamente, o valor pretendido (inciso V).

§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.


§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por
tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma
das prestações.

Como o próprio nome diz, as prestações vencidas são as que já venceram antes do ajui-
zamento da ação, e as vincendas são as que alcançarão o vencimento durante o curso do
processo. O valor de ambas as prestações devem ser somado para o fim de imputação do
valor da causa.
Todavia, nem sempre serão somadas todas as prestações vincendas para o fim de fixação
do valor da causa. Quando o total das prestações vincendas ultrapassar o período de um ano,
somente será imputado ao valor da causa o montante correspondente a um ano dessas pres-
tações (se forem mensais, 12 prestações vincendas).
Quando o total de prestações vincendas for menor do que um ano, será o caso de cômputo
de todas essas prestações.

§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corres-
ponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso
em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.

O valor da causa deve constar da petição inicial, mas poderá, a qualquer tempo, ser al-
terado de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes. Portanto, a incorreção do valor da
causa não gera motivo para indeferimento da inicial, eis que pode o juiz, de ofício, corrigir
eventual equívoco.
De qualquer maneira, o autor deverá recolher o valor restante das custas processuais, quan-
do o valor da causa for aumentado para maior. Se o valor da causa for corrigido para menor, o
excesso é restituído à parte autora (que pagou as custas iniciais).

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Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor,
sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das
custas.

O juiz pode alterar o valor da causa de ofício em qualquer momento do processo. O réu,
todavia, somente poderá impugnar o valor da causa até a contestação, sob pena de perder a
faculdade processual de requerer essa modificação (preclusão).
É claro que a preclusão somente se aplica ao réu, não impedindo o juiz de alterar, de ofício,
o valor da causa.

Sobre o valor da causa, é importante conhecer ainda um detalhe pertinente à tutela provisória
antecipada em caráter antecedente.

O art. 303, caput, do CPC dispõe:

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.

Petições iniciais propriamente dirigidas a requerer tutela antecipada em caráter anteceden-


te não terão enumeração de todos os pedidos e requerimentos próprios da tutela final (como
ocorre nas petições iniciais comuns), embora devam ao menos indicar qual será o pedido de
tutela final.
No entanto, apesar dessa limitação, até mesmo essas petições iniciais de tutela antecipa-
da em caráter antecedente devem indicar o valor da causa, levando em conta qual será seu
pedido de tutela final. Veja o que dispõe o § 4º do art. 303 do CPC:

§ 4º na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa,
que deve levar em consideração o pedido de tutela final.

Portanto, a hipótese de tutela antecipada em caráter antecedente não é exceção à regra da


indicação do valor da causa.

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EXERCÍCIOS
001. (2019/FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS) O
juiz, em seu primeiro contato com petição inicial que discute matéria exclusivamente de di-
reito (sendo, portanto, dispensada a instrução probatória), verifica que o pedido do autor está
em divergência com o entendimento pacificado pela jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, consolidado pela edição de uma súmula. Nessa situação, o Código de Processo Civil
determina que o magistrado
a) determine que o autor emende a petição inicial.
b) indefira a petição inicial.
c) julgue liminarmente improcedente o pedido.
d) determine a citação do réu.
e) julgue extinto o processo sem resolução do mérito por carência da ação.

002. (2019/VUNESP/PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUETÁ/PRO-


CURADOR) São requisitos da admissibilidade da cumulação de pedidos que
a) os pedidos sejam compatíveis entre si, ainda que sejam competentes para conhecer deles
juízos diferentes.
b) seja competente para conhecer deles o mesmo juízo e seja adequado para todos os pedidos
o tipo de procedimento.
c) seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento, ainda que os pedidos sejam
incompatíveis entre si.
d) os pedidos sejam compatíveis entre si, ainda que não sejam adequados para todos os tipos
de procedimentos.
e) não sejam adequados para todos os pedidos o tipo de procedimento e sejam competentes
para conhecer deles juízos diferentes.

003. (2019/IDIB/CREMERJ/ADVOGADO) Com base nas disposições do Código de Processo


Civil sobre a improcedência liminar do pedido, assinale a alternativa correta:
a) O julgamento liminar de improcedência do pedido ocorrerá apenas após a citação do réu.
b) O juiz não poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar a ocorrência de
decadência, que deverá ser arguida pelas partes.
c) Interposta a apelação contra o julgamento liminar de improcedência, o juiz deverá retratar-se
em 48 (quarenta e oito) horas.
d) O julgamento liminar de improcedência do pedido ocorrerá apenas se a causa dispensar a
fase instrutória.

004. (2019/FGV/MPE-RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/PROCESSUAL) Sobre a


substituição processual, é correto afirmar que:

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a) havendo substituição processual, o substituído não poderá intervir como assistente litis-
consorcial;
b) em caso de desistência infundada ou abandono da ação civil pública por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado não poderá assumir a titularidade ativa, deven-
do ser ajuizada nova demanda;
c) em caso de assistência simples, o assistente não poderia ser substituto processual do as-
sistido, na hipótese de revelia ou omissão;
d) compete ao Ministério Público acompanhar as ações de alimentos em favor de crianças e
adolescentes, não possuindo, porém, legitimidade para promovê-las;
e) em caso de reconvenção, se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar
ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do
autor, também na qualidade de substituto processual.

005. (2019/CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) no que concerne às providên-


cias preliminares e de saneamento, à reconvenção e a processos de execução, julgue o item
subsecutivo.
Caso o réu apresente reconvenção no procedimento comum, o autor reconvindo será intimado,
na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta, não sendo necessário que o patrono da
parte autora possua procuração com poderes específicos para esse ato.

006. (2019/CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Davi


ajuizou ação em desfavor do Estado, pleiteando o recebimento de medicamento de alto custo.
Ao apreciar o pedido, o magistrado o julgou liminarmente improcedente, com fundamento em
contrariedade a acórdão proferido pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Se Davi não recorrer dessa decisão, a ação transitará em julgado, sem intimação do réu.
b) Interposta apelação, é garantido o juízo de retratação.
c) Davi poderá requerer ao tribunal a concessão de tutela antecipada recursal, desde que pos-
teriormente à distribuição da apelação.
d) Interposta apelação, o prazo para apresentação de contrarrazões terá início após a intima-
ção do réu.
e) A distribuição do pedido de tutela provisória recursal não torna o seu relator prevento para
julgamento de apelação interposta.

007. (2019/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS)


Segundo as normas e princípios contidos no Código de Processo Civil, analise as afirmati-
vas a seguir.
I – em face do princípio da eventualidade ou concentração, o réu deve arguir toda a matéria de
defesa na contestação, sob pena de preclusão.

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II – A reconvenção pode ser meio de ampliação dos sujeitos do processo.


III – Caracterizada a revelia, a presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial é relativa.
IV – O juiz apreciará a prova constante dos autos, segundo o sistema da persuasão racional
ou convencimento motivado.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II, III e IV.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.

008. (2019/FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) Considere os enunciados seguintes, referentes à


petição inicial:
I – na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas
serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor,
e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do pro-
cesso, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
II – O pedido deve ser determinado, sendo lícito porém formular pedido genérico somente se
não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato, ou ainda, nas
ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados.
III – É lícita a cumulação em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, desde
que entre eles haja conexão ou continência.
IV – na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do proces-
so receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I, III e IV.

009. (2019/FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) Manoel oferece no quinto dia contestação em


uma ação de cobrança contra ele proposta. Posteriormente, ainda dentro dos quinze dias para
defesa, apresenta petição complementando suas razões, com argumentos outros que havia
esquecido de exteriorizar. Essa conduta
a) não é possível, tendo ocorrido preclusão consumativa.
b) é possível por se ainda estar no prazo de defesa, não tendo ocorrido preclusão temporal.
c) não é possível, tendo ocorrido preclusão-sanção ou punitiva.
d) é possível pelo direito da parte ao contraditório amplo, não sujeito à preclusão.
e) não é possível, tendo ocorrido preclusão lógica.

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010. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO – SP/ PROCURADOR) no que diz


respeito às defesas do réu, assinale a alternativa correta.
a) na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria ou de
terceiro, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
b) A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
c) A reconvenção pode ser proposta contra o autor, mas não contra terceiro, devendo, quanto
a este, ser proposta ação de regresso.
d) O réu somente pode propor reconvenção se oferecida contestação.
e) A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

011. (2018/FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO) em relação à reconvenção, está corre-


to afirmar:
a) É lícito ao réu propor reconvenção na contestação ou por petição autônoma, para manifestar
pretensão própria, conexa ou não com a ação principal ou com o fundamento da causa.
b) O réu só pode propor reconvenção de forma condicionada ao oferecimento de contestação
ao pedido inicial.
c) Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face
do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade
de substituto processual.
d) A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção, haja vista seu caráter de subor-
dinação ao pedido principal.
e) A reconvenção pode ser proposta pelo réu, defeso porém o litisconsórcio com terceiro.

012. (2018/FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LEGISLATIVO)


em relação à reconvenção,
a) a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
obsta o prosseguimento do processo quanto à reconvenção, por seu caráter acessório.
b) proposta a reconvenção, o autor será citado, pessoalmente, por via postal, para apresentar
resposta no prazo de quinze dias.
c) se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face
do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade
de substituto processual.
d) a reconvenção pode ser proposta somente contra o autor, sendo também possível seu ajui-
zamento pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
e) a reconvenção só pode ser proposta pelo réu se oferecida por ele contestação simultanea-
mente, na mesma peça de defesa.

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013. (2018/FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) Assinale a alternativa correta.


a) A reconvenção deverá ser apresentada na contestação e a pretensão nela deduzida deverá
ser conexa com a demanda principal ou com o fundamento da defesa.
b) na reconvenção é vedada a proposição contra autor e terceiro não participante da demanda
principal.
c) em caso de desistência ou causa extintiva que impeça o exame do mérito da demanda
principal, não há possibilidade de prosseguimento da reconvenção, merecendo ela também a
solução de extinção.
d) A reconvenção somente será admissível em caso de apresentação de contestação, sendo
vedado ao réu apresentá-la sozinha.
e) Não são devidos honorários advocatícios na reconvenção, apenas na ação principal.

014. (2017/IBFC/TJ-PE/OFICIAL DE JUSTIÇA) O fenômeno da reconvenção é verificado em


Direito Processual Civil, sendo considerado um instrumento importante para a defesa. A res-
peito desse tema, podemos dizer que é vedada a reconvenção quando proposta.
a) Sem conexão com a ação principal
b) Independentemente do oferecimento de contestação
c) em alinhamento com um dos fundamentos da defesa
d) por réu em litisconsórcio
e) em face de terceiro

015. (2019/FGV/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Tendo transitado em jul-


gado sentença que condenara o réu a pagar ao autor determinada soma pecuniária, este reque-
reu, a juízo situado em foro diverso do da condenação, o cumprimento do julgado.
Sem que tivesse satisfeito voluntariamente a obrigação, o réu, pretendendo arguir a incompe-
tência relativa do foro em que a execução foi deflagrada, deve ofertar:
a) embargos à execução;
b) exceção de incompetência;
c) impugnação;
d) objeção de pré-executividade;
e) contestação.

016. (2019/VUNESP/IPREMM – SP/PROCURADOR JURÍDICO) Paulo, engenheiro, casado,


propôs ação de cobrança contra Pedro, médico, casado, alegando que deveria receber o valor
de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) pela venda de um automóvel. Ocorre que Pedro, além de en-
tender que a quantia não é devida, uma vez que já realizou o depósito, alega que Paulo é quem
deveria lhe pagar a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) relativos à venda de uma
casa. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a alternativa correta.

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a) Caso Pedro proponha a reconvenção, Paulo será citado, pelo correio, para apresentar res-
posta no prazo de 5 (cinco) dias.
b) Caso Paulo desista da ação de cobrança, haverá óbice quanto ao prosseguimento da recon-
venção proposta por Pedro.
c) Pedro poderá propor reconvenção independentemente de oferecer contestação na ação
de cobrança.
d) Pedro poderá propor reconvenção contra Paulo, mas não poderá aproveitar o processo para
cobrar a esposa de Paulo, também proprietária do imóvel.
e) Pedro não poderá propor reconvenção em litisconsórcio com sua esposa caso ela não tenha
sido citada na ação de cobrança para pagamento do automóvel.

017. (2019/FGV/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Vencida e não cumprida


determinada obrigação contratual, o credor ajuizou ação em que pleiteava a condenação do
devedor a pagá-la. Depois de contestada a demanda, e encerrada a fase instrutória, o juiz re-
putou configurados os fatos constitutivos do direito alegado pelo autor, vindo a acolher a sua
pretensão. Além do pagamento da obrigação contratual, foi o réu condenado a pagar juros mo-
ratórios legais, correção monetária e honorários de sucumbência, itens que não haviam sido
objeto de pedido na inicial.
Nesse quadro, a sentença proferida foi:
a) nula, por ultra petita;
b) nula, por extra petita;
c) nula, por citra petita;
d) válida;
e) válida, embora o seu excesso deva ser podado pelo tribunal.

018. (2019/VUNESP/IPREMM – SP/PROCURADOR JURÍDICO) Sobre a possibilidade de mo-


dificação dos pedidos na petição inicial, o autor poderá
a) até o saneamento do processo, aditar o pedido independentemente de consentimento do réu.
b) até a citação, alterar a causa de pedir, desde que com o consentimento do réu, assegurado
o contraditório.
c) emendar ou completar a petição, no prazo de 5 (cinco) dias, para correção dos defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito.
d) até o saneamento do processo, alterar o pedido, com consentimento do réu, não sendo fa-
cultado o requerimento de prova suplementar.
e) até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consen-
timento do réu.

019. (2019/CESPE/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS) Proposta ação em uma das varas


cíveis da justiça estadual do Pará, sendo dispensada a fase instrutória, o juiz deverá

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a) julgar liminarmente improcedente o pedido, sem a citação do réu, desde que o pedido con-
trarie enunciado de súmula de tribunal regional federal.
b) determinar a citação do réu para apresentar contrarrazões no prazo de quinze dias, se hou-
ver julgamento liminar de improcedência do pedido e interposição do recurso de apelação,
desde que inexista retratação do magistrado.
c) julgar liminarmente procedente o pedido, sem a citação do réu, se o pedido estiver de acordo
com súmula vinculante do STF.
d) julgar antecipadamente o mérito em caso de revelia, ainda que o réu tenha requerido a pro-
dução de provas.
e) julgar liminarmente improcedente o pedido, sem a citação do réu, o que dará ensejo à repro-
positura da demanda pelo autor.

020. (2019/VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA – SP/ADVOGADO) Determinada petição ini-


cial traz o pedido de declaração de inexigibilidade do débito e indenização por danos morais
em razão da cobrança indevida, objeto do pleito declaratório. Nesse caso, é certo afirmar que
a cumulação de pedidos é
a) alternativa.
b) simples.
c) eventual.
d) sucessiva.
e) expansiva.

021. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS – SP/PROCURADOR) A respeito da res-


posta do réu, assinale a alternativa correta.
a) Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica
discutida sempre que tiver conhecimento.
b) Somente se houver alegação de incompetência absoluta, a contestação poderá ser protoco-
lada no foro de domicílio do réu.
c) A incompetência relativa deve ser alegada em peça autônoma.
d) A impugnação ao benefício da gratuidade de justiça será processado em autos apartados.
e) A reconvenção não pode ser proposta contra o terceiro.

022. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE POÁ – SP/PROCURADOR JURÍDICO) A contestação


é o instrumento processual pelo qual o réu exerce seu direito fundamental de defesa em face
da pretensão autoral.
Assinale a alternativa correta a respeito dessa espécie de resposta do réu.
a) O termo inicial do prazo para apresentação da contestação será a data da juntada do pedido
de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando
ambas as partes manifestarem desinteresse na composição consensual.

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b) Se não houve autocomposição na audiência de conciliação ou de mediação, o termo inicial


do prazo para apresentação da contestação será a data da juntada aos autos da ata ou termo
da última sessão conciliatória realizada.
c) Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima, o juiz facultará ao autor, em 10 (dez)
dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu, sob pena de arcar com as custas
e honorários.
d) Havendo alegação de incompetência absoluta ou relativa, a contestação poderá ser proto-
colada no foro de domicílio do réu.
e) Depois da contestação, não é lícito ao réu deduzir novas alegações.

023. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE POÁ – SP/PROCURADOR JURÍDICO) Assinale a alter-


nativa correta a respeito da técnica processual do reconhecimento da improcedência liminar
do pedido.
a) em respeito ao contraditório, só é possível após a citação do réu.
b) É possível no caso de pedido que contrariar entendimento firmado em assunção de
competência.
c) É possível no caso de se verificar a ocorrência de decadência, mas não no caso de prescrição.
d) É possível no caso de pedido que contrariar decisão proferida pelo mesmo juízo em casos
idênticos.
e) É possível no caso de pedido que contrariar decisão monocrática proferida por membro do
Supremo Tribunal Federal.

024. (2019/FCC/TRF 4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Rodolfo


ajuizou ação contra Felipe, versando o litígio sobre direito indisponível. Devidamente citado, o
réu não ofereceu contestação no prazo legal, tornando-se revel. Nesse caso, a revelia
a) impõe que o pedido seja julgado procedente.
b) torna precluso o direito de produzir provas.
c) veda a interposição de recurso contra a sentença.
d) impede o réu de intervir no processo, salvo na fase de cumprimento de sentença.
e) não enseja a presunção da veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor.

025. (2019/MPE-SC/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do Código


de Processo Civil, na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações su-
cessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, mediante pedido expresso do autor, e
serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do proces-
so, deixar de pagá-las ou consigná-las.

026. (2019/CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) Acerca do pedido, da tutela provisória, da


citação, da suspeição e dos recursos, julgue o item que se segue.

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Situação hipotética: em sede de liquidação de sentença, a parte impugnou decisão judicial que
incluiu na condenação juros de mora e correção monetária, sob o fundamento de configurar
julgamento extra petita. Assertiva: Nesse caso, a parte agiu erroneamente, porque a fixação de
juros de mora e correção monetária constitui pedido implícito.

027. (2019/CESPE/PGM/CAMPO GRANDE – MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Jorge foi de-


vidamente citado em ação movida por Márcio e pretende alegar incompetência territorial, im-
pugnar o valor da causa e apresentar reconvenção.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, a respeito do valor da cau-
sa, jurisdição e improcedência liminar do pedido.
Se o pedido feito na inicial por Márcio contrariar qualquer acórdão proferido por tribunal supe-
rior, o juiz deverá julgar liminarmente improcedente o pedido.

028. (2019/CESPE/PGM/CAMPO GRANDE – MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Jorge foi de-


vidamente citado em ação movida por Márcio e pretende alegar incompetência territorial, im-
pugnar o valor da causa e apresentar reconvenção.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, a respeito do valor da cau-
sa, jurisdição e improcedência liminar do pedido.
Tanto a incompetência territorial quanto o valor da causa deverão ser alegados como prelimi-
nares da contestação.

029. (2019/CESPE/PREFEITURA DE BOA VISTA – RR/PROCURADOR MUNICIPAL) À luz da


jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsecutivo, acerca da ação anulatória
de débito fiscal.
Caso a fazenda pública municipal não conteste a ação no prazo legalmente previsto, deverá
ser aplicado o efeito material da revelia.

030. (2019/CESPE/PREFEITURA DE BOA VISTA – RR/PROCURADOR MUNICIPAL) A res-


peito de tutela provisória, resposta do réu e juizado especial de fazenda pública, julgue o item
que se segue.
Não enseja preclusão temporal o fato de o réu deixar de alegar a litispendência ou a coisa jul-
gada em preliminar de contestação.

031. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) em razão de uma co-


lisão de veículos, Roberta, motorista e proprietária de um dos veículos, firmou acordo para
reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, motorista e proprietário do outro
veículo envolvido no acidente. no entanto, por ter sido descumprido o referido pacto, Roberta
ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo
não realizou esse ato processual.

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Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o


item seguinte.
Por não ter apresentado contestação, Eduardo será considerado revel, estabelecendo-se a pre-
sunção de que todos os fatos alegados por Roberta são verdadeiros.

032. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) em razão de uma co-


lisão de veículos, Roberta, motorista e proprietária de um dos veículos, firmou acordo para
reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, motorista e proprietário do outro
veículo envolvido no acidente. no entanto, por ter sido descumprido o referido pacto, Roberta
ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo
não realizou esse ato processual.
Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o
item seguinte.
Caso algum dos pedidos de Roberta esteja em dissonância com entendimento firmado em
súmula pelo Superior Tribunal de Justiça, o juiz deverá julgá-lo liminarmente improcedente.

033. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) em razão de uma co-


lisão de veículos, Roberta, motorista e proprietária de um dos veículos, firmou acordo para
reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, motorista e proprietário do outro
veículo envolvido no acidente. no entanto, por ter sido descumprido o referido pacto, Roberta
ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo
não realizou esse ato processual.
Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o
item seguinte.
Se, na petição inicial apresentada por Roberta, faltarem provas indispensáveis à demonstração
da verdade dos fatos por ela alegados, o juiz deverá indeferir imediatamente a inicial.

034. (2018/CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) À luz das disposições do CPC


relativas aos atos processuais, julgue o item subsequente.
É vedado ao juiz julgar pedido realizado em petição inicial sem antes citar o réu, em atenção
aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

035. (2018/QUADRIX/CREF/13ª REGIÃO (BA-SE)/ANALISTA ADVOGADO) Com base no Có-


digo de Processo Civil, julgue o item seguinte.
Nas hipóteses em que a ilegitimidade seja arguida em sede de contestação, exige‐se, sempre
que se tiver conhecimento, que o réu indique o sujeito passivo da relação jurídica discutida em
juízo, sob pena de ser condenado ao pagamento das despesas processuais e de indenização
ao autor pelos prejuízos que tiver.

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Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
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036. (2018/QUADRIX/CREF/13ª REGIÃO (BA-SE)/ANALISTA ADVOGADO) Com base no Có-


digo de Processo Civil, julgue o item seguinte.
Após o oferecimento de contestação, caso sejam constatadas irregularidades que dificultem o
julgamento do mérito, se houver concordância do réu, o juiz, com base no princípio da primazia
do mérito, oportunizará ao autor a faculdade de emendar a petição.

037. (2018/QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO) À luz do CPC/2015, julgue o seguinte item a res-


peito do regramento do pedido na petição inicial.
A compatibilidade entre os pedidos é requisito que somente submete a cumulação própria,
não alcançando, por lógica, a cumulação imprópria, que naturalmente congrega pretensões
excludentes entre si.

038. (2018/QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO) À luz do CPC/2015, julgue o seguinte item a res-


peito do regramento do pedido na petição inicial.
Na hipótese de múltiplos credores de obrigação indivisível, qualquer um deles ostenta legiti-
midade para, isoladamente, postular judicialmente o adimplemento da integralidade da obriga-
ção, funcionando como espécie de substituto processual dos demais credores.

039. (2018/CESPE/PGM/MANAUS – AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) À luz das disposi-


ções do CPC relativas aos atos processuais, julgue o item subsequente.
O princípio da adequação do procedimento admite a cumulação de pedidos iniciais procedi-
mentalmente incompatíveis, desde que seja possível ajustá-los ao procedimento comum.

040. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) Acerca do procedimento co-


mum, julgue o item que se segue.
Quando for dispensável a fase instrutória e o pedido contrariar súmula do Superior Tribunal
de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal, o juiz poderá julgar liminarmente improcedente o
pedido, mesmo sem a citação do réu.

041. (2020/CESPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/DIREITO) Considerando a situação


hipotética em que Bruno ajuizou uma ação de reparação de danos em desfavor de Henrique,
tendo requerido a gratuidade de justiça, julgue o item seguinte.
Caso o julgador verifique que o valor da causa é incompatível com o montante em discussão,
a ação será imediatamente suspensa.

042. (2020/CESPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/AVALIADOR) Maria deseja ajuizar ação in-


denizatória com pedidos cumulados de dano material e dano moral contra a empresa aérea Y,
em razão de cancelamento indevido de viagem ao exterior.
Nessa hipótese, de acordo com o CPC, o valor da causa será

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a) o valor do dano material apenas, porque o dano moral deverá ser requerido de forma genérica.
b) o fixado pelo magistrado segundo seu prudente arbítrio.
c) o indicado pelo autor, segundo critérios de equidade e proporcionalidade.
d) o total decorrente da soma do valor pedido a título de dano moral e de dano material.
e) o valor do maior dos pedidos realizado pela parte autora.

043. (2019/QUADRIX/CRO-RS/ADVOGADO) Segundo o Código de Processo Civil (Lei n.


13.105/2015), assinale a alternativa correta.
a) O valor da causa é dispensado quando o pedido deduzido for genérico ou indeterminado.
b) O valor da causa possui diferentes finalidades processuais, servindo como base de cálculo
de honorários sucumbenciais, de sanções processuais pecuniárias e de custas processuais,
além de funcionar sempre como critério de fixação de competência absoluta.
c) O valor da causa limita o pedido da parte, não podendo ser ultrapassado pela condenação.
d) O valor da causa, quando indispensável, poderá ser atribuído em salários mínimos ou em
outros parâmetros de aferição pecuniária, como sacas de soja.
e) O valor da causa pode ser corrigido de ofício pelo juiz se não corresponder ao conteúdo pa-
trimonial almejado pelo autor.

044. (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Rodrigo deixou de cumprir sua parte


em obrigação de fazer firmada com Vinícius. para assegurar seu direito, Vinícius ajuizou ação
em desfavor de Rodrigo.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Caso verifique que o valor da causa apontado por Vinícius em sua petição inicial não corres-
ponde ao montante referente à demanda, o juiz poderá realizar a correção desse valor.

045. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO – SP/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será na
a) ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal e dos juros de
mora, se houver, cujas parcelas deverão ser atualizadas até a data do vencimento da última.
b) ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolu-
ção, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida.
c) ação de alimentos, a soma das parcelas vencidas, acrescidas de 12 (doze) prestações men-
sais pedidas.
d) ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor venal da área ou do bem objeto
do pedido.
e) ação em que os pedidos são alternativos, o de menor valor.

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046. (2021/FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO) O valor da causa


a) é utilizado, qualquer que seja, como base de cálculo para fixação dos honorários advocatí-
cios, nas causas em que impossível mensurar o proveito econômico.
b) pode ser meramente estimado, e não o da condenação pretendida, nas ações nas quais se
pede compensação por dano moral.
c) constitui matéria dispositiva, não podendo ser alterado, a pedido da parte nem de ofício, se
não constar de impugnação, em preliminar de contestação.
d) corresponde à somatória dos pedidos principal e subsidiário, nas ações que contenham
pedidos principal e subsidiário.
e) deve levar em consideração o pedido de tutela final, no procedimento de tutela antecipada
requerida em caráter antecedente.

047. (2021/FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO) A reconvenção


a) prossegue mesmo que ocorra causa extintiva que impeça o exame de mérito da ação
principal.
b) dispensa a atribuição de valor à causa.
c) pode ser proposta apenas pelo réu contra o próprio autor.
d) não leva, se improcedente, à condenação em honorários advocatícios, os quais são devidos
apenas pela procedência do pedido principal.
e) só pode ser proposta se oferecida contestação.

048. (2021/CESPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL JURÍDICO DA RECEITA ESTADUAL) A res-


peito da função jurisdicional, dos deveres das partes e dos procuradores, da intervenção de
terceiros, da petição inicial e do cumprimento de sentença, julgue o item a seguir.
A possibilidade de o autor formular, em ação cível, pedido genérico consiste em exceção à
regra de que o pedido deve ser certo.

049. (2021/CESPE/MPE-AP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Segundo o Código de


Processo Civil, nas causas que dispensem a fase instrutória, se o pedido formulado na petição
inicial contrariar enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local, o juiz
a) julgará liminarmente improcedente o pedido, independentemente da citação do réu.
b) determinará a emenda da inicial, no prazo quinze dias, para alteração do pedido, sob pena
de indeferimento.
c) indeferirá, de plano, a petição inicial, cabendo ao autor, caso discorde da decisão, interpor
recurso de apelação, com possibilidade de retratação pelo juiz.
d) poderá instaurar incidente de resolução de demandas repetitivas no tribunal competente.
e) dará prosseguimento ao feito, uma vez que não se trata de hipótese de improcedência limi-
nar prevista no atual sistema processual.

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050. (2021/APICE/DPE-PB/ASSISTENTE JURÍDICO) no Direito Processual Civil, podemos afir-


mar que Contestação significa:
a) modalidade processual em que o réu solicita o arquivamento pedido formulado pelo au-
tor da ação;
b) modalidade processual em que o réu impugna o pedido formulado pelo autor da ação, de-
fendendo-se tanto no plano processual quanto do mérito;
c) a demanda do réu contra o autor no mesmo processo em que está sendo demandado. É o
contra-ataque que enseja o processamento simultâneo da ação principal e da reconvenção;
d) um ato-fato processual, consistente na não apresentação tempestiva da contestação;
e) preclusão em desfavor do réu do poder de alegar algumas matérias de defesa.

051. (2021/CESPE/APEX BRASIL/ANALISTA/PROCESSOS JURÍDICOS) de acordo com o CPC,


nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, de-
verá julgar liminarmente improcedente o pedido que contrariar
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal.
II – acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos.
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas.
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas os itens II e III estão certos.
c) Apenas os itens II, III e IV estão certos.
d) Todos os itens estão certos.

052. (2021/UNOESC/PREFEITURA DE MARAVILHA – SC/ADVOGADO) É causa de indeferi-


mento da petição inicial:
a) Contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça.
b) Decadência.
c) O autor carecer de interesse processual.
d) Não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato.

053. (2021/QUADRIX/CRM-MS/ADVOGADO) no que concerne à petição inicial no procedimen-


to comum e às hipóteses de improcedência liminar do pedido, assinale a alternativa correta.
a) É possível a cumulação de vários pedidos em um único processo, contra o mesmo réu, des-
de que entre eles haja conexão.
b) Somente é lícito formular pedido genérico nos casos em que o valor da condenação depen-
der de ato que deva ser praticado pelo réu.

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c) O autor poderá, até o saneamento do processo, alterar o pedido ou a causa de pedir, indepen-
dentemente de consentimento do réu.
d) A petição inicial será considerada como inepta e indeferida pelo juiz nos casos em que se
verificar a ocorrência de decadência ou de prescrição.
e) Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz julgará liminarmente improcedente o
pedido que contrariar o enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

054. (2021/CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ESPECIALIDADE: DIREI-


TO) À luz das regras do direito processual civil acerca dos atos processuais, dos elementos da
ação, da intervenção de terceiros e do procedimento comum, julgue o item a seguir.
A alegação de ilegitimidade passiva deduzida pelo réu em sua contestação possibilita que o
autor realize, no prazo legal e após manifestação do juiz, a alteração da petição inicial para
substituição do polo passivo.

055. (2021/CESPE/CODEVASF/ASSESSOR JURÍDICO/DIREITO) A respeito dos prazos no


processo civil, da tutela provisória, da petição inicial, do processo de execução e do mandado
de segurança, julgue o item a seguir.
Ocorrerá cumulação subsidiária ou eventual caso o autor da ação cumule dois ou mais pedi-
dos sem estabelecer ordem de preferência entre eles.

056. (2020/FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO FORENSE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO


RIO DE JANEIRO) Distribuída petição inicial de ação de despejo a uma vara de família da co-
marca da capital fluminense, procedeu-se ao juízo positivo de admissibilidade da demanda,
determinando-se a citação do réu.
Nesse cenário, o juízo de família é:
a) relativamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício por meio de exceção de in-
competência;
b) relativamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício com a arguição de preliminar em
contestação;
c) absolutamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício por meio de exceção de in-
competência;
d) absolutamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício com a arguição de preliminar
em contestação;
e) absolutamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício por meio de reconvenção.

057. (2020/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA – SP/PROCURADOR JURÍDI-


CO) Sobre as respostas do réu, de acordo com os contornos dados pelo Código de Processo
Civil de 2015, assinale a alternativa correta.

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a) Se o réu alegar na contestação não ser o responsável pelo prejuízo invocado, deverá o juiz
extinguir liminarmente o processo com resolução de mérito em seu favor.
b) É admitida a formação de litisconsórcio na reconvenção, seja ele ativo ou passivo, com a
integração de terceiro na demanda.
c) na hipótese de haver alegação de incompetência absoluta, a contestação deverá ser proto-
colada junto ao foro que o réu entende competente, cabendo a este definir o juízo perante o
qual tramitará a ação.
d) A desistência da ação ou mesmo a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito obsta a análise da reconvenção, por haver nítida relação de subordinação.
e) Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar a existência de incompetência relativa, a
qual, por ser de ordem pública, pode, inclusive, ser conhecida de ofício pelo juiz.

058. (2020/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA – SP/PROCURADOR JURÍDI-


CO) O ordenamento jurídico brasileiro é claro no sentido de que a petição inicial deve indicar
o pedido com as suas especificações. Quanto ao mencionado requisito da petição inicial, é
correto afirmar que
a) são compreendidos no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucum-
bência, excluídos os honorários advocatícios, cujo pedido deve ser expresso.
b) a existência de conexão é requisito para que se entenda lícita a cumulação de vários pedi-
dos, em um único processo, contra o mesmo réu.
c) é permitido ao autor formular mais de um pedido em ordem alternativa, ou seja, estabelecen-
do preferência entre os pedidos, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher
o anterior.
d) a interpretação do pedido deve se dar de forma restritiva, não devendo o juiz considerar
todo o conjunto da postulação mas apenas os pedidos formulados expressamente ao final da
petição inicial.
e) é permitida a cumulação de pedidos, mesmo quando, para cada pedido, corresponder pro-
cedimento diverso, devendo para tanto o autor empregar o procedimento comum, sendo-lhe
permitido inclusive adotar as técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos
especiais respectivos, desde que não sejam incompatíveis com as disposições sobre o proce-
dimento comum.

059. (2020/VUNESP/AVAREPREV-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Adriano, ao desviar de um


buraco no asfalto com seu veículo, colidiu com o carro de André, que estava estacionado na
mesma rua. Inconformado, André decidiu propor ação de reparação de danos morais em face
de Adriano, requerendo a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Adriano foi devidamen-
te citado, mas, entendendo absurdo o pedido, não apresentou contestação.
Diante da situação hipotética, considerando o entendimento dos tribunais superiores, Adriano

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a) é revel e, por isso, o juiz deverá julgar procedente a ação e condená-lo ao pagamento do valor
requerido por André.
b) é revel, mas a revelia não irá produzir o efeito de presunção de veracidade dos fatos alega-
dos por André, uma vez que a ação trata sobre direitos indisponíveis.
c) é revel e, por isso, deve-se presumir a veracidade quanto aos danos narrados na petição ini-
cial, no entanto, a presunção de veracidade não alcança a definição do quantum indenizatório
indicado pelo autor.
d) não é revel, considerando se tratar de direitos indisponíveis.
e) não é revel, uma vez que por entender absurdo o pedido, entende que as alegações de fato
formuladas pelo autor são inverossímeis.

060. (2020/FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO) Indeferida a inicial, o autor


a) poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se; se não houver retratação,
o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
b) poderá apelar, subindo os autos ao Tribunal imediatamente, sem citação do réu para respos-
ta ao recurso.
c) poderá impetrar mandado de segurança, pelo direito líquido e certo à prestação jurisdicional.
d) deverá aguardar o trânsito em julgado, se quiser ajuizar nova demanda sobre a mesma ma-
téria, não sendo possível o juízo de retratação.
e) poderá apelar, com possibilidade de retratação do juiz em cinco dias; não havendo retra-
tação, os autos subirão imediatamente, não havendo citação do réu porque não chegou a se
constituir a relação jurídico-processual.

061. (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS)


Sobre os procedimentos especiais, assinale a única afirmativa correta:
a) O CPC/2015 manteve no Título III do Livro I da Parte Especial as ações de exigir e pres-
tar contas.
b) A restauração de autos é um procedimento de jurisdição voluntária.
c) O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos procedimentos especiais.
d) O CPC/2015 extinguiu a divisão entre procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e
de jurisdição voluntária.

062. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP/PROCURADOR DO


MUNICÍPIO) Jurisdição é o poder que o Estado tem de resolver os conflitos, substituindo a
vontade das partes e impondo essa decisão coercitivamente. Assinale a alternativa que es-
tabelece, de acordo com a teoria clássica, majoritária no Brasil, a característica da jurisdição
voluntária.
a) Tem caráter administrativo.
b) Ocorre em um procedimento em que há interessados e coisa julgada.

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c) A jurisdição atua a partir de uma lide, na qual há conflitos de interesse.


d) Tem por finalidade a atuação do direito e a pacificação social.
e) Um exemplo de jurisdição voluntária é a ação de restauração de autos.

063. (2017/CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO) no que se refere à jurisdição civil nacional,


assinale a opção correta.
a) Pode ser de caráter administrativo ou judicial.
b) A desconstituição de uma sentença transitada em julgado por meio de ação rescisória é um
exemplo de exercício dessa jurisdição.
c) em decorrência do princípio da inevitabilidade, essa jurisdição não alcança a todos os
indivíduos.
d) O exercício dessa jurisdição inclui a expedição de cartas rogatórias, responsáveis por deter-
minar que os órgãos jurisdicionais brasileiros cumpram atos processuais.
e) Trata-se de direito inerente e exclusivo dos cidadãos brasileiros.

064. (2017/CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) A res-


peito de jurisdição, julgue o item a seguir.
Na jurisdição voluntária não há lide: trata-se de uma forma de a administração pública partici-
par de interesses privados.

065. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
Como regra geral, aplica-se a todas as causas o procedimento comum.

066. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais, mas
não ao processo de execução, que contempla regras especiais exaurientes.

067. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
Tão logo o Código de Processo Civil de 2015 entrou em vigor, suas disposições se aplicaram
desde logo aos processos pendentes.

068. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
Tão logo o Código de Processo Civil de 2015 entrou em vigor, as disposições da Lei n. 5.869/1973
(Código de Processo Civil de 1973), relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos
especiais que forem revogadas, aplicaram-se às ações propostas e não sentenciadas até o
início da vigência do Código de Processo Civil de 2015.
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069. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
O processo de execução é o conjunto de princípios e regras destinadas à cognição do conflito
de interesses.

070. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
O procedimento comum o conjunto de princípios e regras destinadas a buscar a satisfação de
um direito já certificado e reconhecido.

071. (2018/CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Acerca das disposições do


CPC relativas aos procedimentos especiais e ao processo de execução, julgue o item seguinte.
A execução de título executivo judicial se dá em fase processual posterior à sua formação,
denominada processo de execução.

072. (2020/CESPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL) A respeito


do cumprimento de sentença e do processo de execução, julgue os itens a seguir.
I – de acordo com a jurisprudência do STF, em sede de execução contra a fazenda pública não
devem incidir os juros da mora no período compreendido entre a data de realização dos cálcu-
los e a da expedição da requisição de pequeno valor ou do precatório.
II – O indivíduo que possua título executivo extrajudicial pode optar por ajuizar ação de co-
nhecimento em detrimento do processo de execução e, dessa forma, obter título de nature-
za judicial.
III – Considere que João tenha requerido o cumprimento de sentença que condenou Marcela
a lhe pagar a quantia de cem mil reais. Nesse caso, o Código de Processo Civil (CPC) permite
que a devedora seja intimada na pessoa de seu advogado, devidamente constituído nos autos,
por meio de publicação no Diário da Justiça, para cumprir a sentença.
IV – em ação que contenha pedido de reconhecimento de paternidade cumulado com pedido
de alimentos, ainda que já seja possível a execução provisória em razão do recurso do réu ter
sido recebido apenas no efeito devolutivo, o prazo prescricional para o cumprimento da sen-
tença que condene o réu ao pagamento de verba alimentícia retroativa não se iniciará antes do
trânsito em julgado da sentença que reconheça a paternidade.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

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073. (QUESTÃO INÉDITA/2021) Considerando as disposições gerais do processo de execu-


ção, julgue o item subsequente:
A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de co-
nhecimento, a fim de obter título executivo judicial.

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Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
Gustavo Deitos

GABARITO
1. c 37. C 73. C
2. b 38. C
3. d 39. C
4. e 40. C
5. C 41. E
6. b 42. d
7. a 43. e
8. d 44. C
9. a 45. b
10. e 46. e
11. c 47. a
12. c 48. E
13. a 49. a
14. a 50. b
15. c 51. d
16. c 52. c
17. d 53. e
18. e 54. C
19. b 55. E
20. d 56. d
21. a 57. b
22. d 58. e
23. b 59. c
24. e 60. a
25. E 61. c
26. C 62. a
27. E 63. b
28. C 64. C
29. E 65. C
30. C 66. E
31. E 67. C
32. C 68. C
33. E 69. E
34. E 70. E
35. C 71. E
36. E 72. e

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GABARITO COMENTADO
001. (2019/FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS) O
juiz, em seu primeiro contato com petição inicial que discute matéria exclusivamente de di-
reito (sendo, portanto, dispensada a instrução probatória), verifica que o pedido do autor está
em divergência com o entendimento pacificado pela jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, consolidado pela edição de uma súmula. Nessa situação, o Código de Processo Civil
determina que o magistrado
a) determine que o autor emende a petição inicial.
b) indefira a petição inicial.
c) julgue liminarmente improcedente o pedido.
d) determine a citação do réu.
e) julgue extinto o processo sem resolução do mérito por carência da ação.

Questão extremamente objetiva: descreveu hipótese em que a fase instrutória é dispensada, e


que o pedido do autor está em divergência com o entendimento pacificado pela jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, consolidado pela edição de uma súmula. Portanto, o examina-
dor explorou diretamente as regras do art. 332, caput e inciso I:

Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
Letra c.

002. (2019/VUNESP/PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUETÁ/PRO-


CURADOR) São requisitos da admissibilidade da cumulação de pedidos que
a) os pedidos sejam compatíveis entre si, ainda que sejam competentes para conhecer deles
juízos diferentes.
b) seja competente para conhecer deles o mesmo juízo e seja adequado para todos os pedidos
o tipo de procedimento.
c) seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento, ainda que os pedidos sejam
incompatíveis entre si.
d) os pedidos sejam compatíveis entre si, ainda que não sejam adequados para todos os tipos
de procedimentos.
e) não sejam adequados para todos os pedidos o tipo de procedimento e sejam competentes
para conhecer deles juízos diferentes.

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a) Errada. Deve o mesmo juízo ser competente para apreciar ambos (art. 327, § 1º, inciso II, CPC).
b) Certa. São os requisitos dos incisos II e III do § 1º do art. 327.
c) Errada. Os pedidos devem ser compatíveis entre si (art. 327, § 1º, inciso I, CPC).
d) Errada. Devem os pedidos serem adequados para os mesmos tipos de procedimento (art.
327, § 1º, inciso III, CPC).
e) Errada. Deve ser competente para conhecer deles o mesmo juízo e ser adequado para to-
dos os pedidos o mesmo tipo de procedimento. São os requisitos dos incisos II e III do § 1º
do art. 327.
Letra b.

003. (2019/IDIB/CREMERJ/ADVOGADO) Com base nas disposições do Código de Processo


Civil sobre a improcedência liminar do pedido, assinale a alternativa correta:
a) O julgamento liminar de improcedência do pedido ocorrerá apenas após a citação do réu.
b) O juiz não poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar a ocorrência de
decadência, que deverá ser arguida pelas partes.
c) Interposta a apelação contra o julgamento liminar de improcedência, o juiz deverá retratar-se
em 48 (quarenta e oito) horas.
d) O julgamento liminar de improcedência do pedido ocorrerá apenas se a causa dispensar a
fase instrutória.

a) Errada. O caput do art. 332 dispensa a citação do réu para a improcedência liminar: “Nas
causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: (…)”.
b) Errada. O § 1e do art. 332 permite a constatação de decadência de ofício. Conforme o art.
210 do Código Civil, o juiz pode conhecer a decadência de ofício quando ela for estabelecida
em lei, e não fruto de contrato.
c) Errada. Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. (art. 332, §
3º do CPC).
d) Certa. É a regra do caput do art. 332: “Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que con-
trariar: (…)”.
Letra d.

004. (2019/FGV/MPE-RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/PROCESSUAL) Sobre a


substituição processual, é correto afirmar que:

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a) havendo substituição processual, o substituído não poderá intervir como assistente litis-
consorcial;
b) em caso de desistência infundada ou abandono da ação civil pública por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado não poderá assumir a titularidade ativa, deven-
do ser ajuizada nova demanda;
c) em caso de assistência simples, o assistente não poderia ser substituto processual do as-
sistido, na hipótese de revelia ou omissão;
d) compete ao Ministério Público acompanhar as ações de alimentos em favor de crianças e
adolescentes, não possuindo, porém, legitimidade para promovê-las;
e) em caso de reconvenção, se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar
ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do
autor, também na qualidade de substituto processual.

a) Errada. Conforme o art. 18, parágrafo único, “havendo substituição processual, o substituído
poderá intervir como assistente litisconsorcial”.
b) Errada. Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitima-
da, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa (art. 5º, § 3º, Lei n.
7.347/1985).
c) Errada. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será consi-
derado seu substituto processual (art. 121, parágrafo único do CPC).
d) Errada. Por se tratar de interesse de incapaz (art. 178, II, CPC), o MP pode, também, ajuizar
ações para o exercício de suas atribuições institucionais, conforme o art. 177, caput, CPC.
e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 343, § 5º do CPC.
Letra e.

005. (2019/CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) no que concerne às providên-


cias preliminares e de saneamento, à reconvenção e a processos de execução, julgue o item
subsecutivo.
Caso o réu apresente reconvenção no procedimento comum, o autor reconvindo será intimado,
na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta, não sendo necessário que o patrono da
parte autora possua procuração com poderes específicos para esse ato.

O art. 105 do CPC, que prevê os poderes específicos, não prevê que seja necessário algum po-
der especial para receber intimação de reconvenção. e o art. 343, § 1º do CPC determina que
a intimação da reconvenção será direcionada ao advogado do autor-reconvindo, para resposta
em 15 dias.
Certo.

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006. (2019/CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Davi


ajuizou ação em desfavor do Estado, pleiteando o recebimento de medicamento de alto custo.
Ao apreciar o pedido, o magistrado o julgou liminarmente improcedente, com fundamento em
contrariedade a acórdão proferido pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Se Davi não recorrer dessa decisão, a ação transitará em julgado, sem intimação do réu.
b) Interposta apelação, é garantido o juízo de retratação.
c) Davi poderá requerer ao tribunal a concessão de tutela antecipada recursal, desde que pos-
teriormente à distribuição da apelação.
d) Interposta apelação, o prazo para apresentação de contrarrazões terá início após a intima-
ção do réu.
e) A distribuição do pedido de tutela provisória recursal não torna o seu relator prevento para
julgamento de apelação interposta.

a) Errada. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença
(art. 332, § 2º).
b) Certa. Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. (art. 332, § 3º do CPC).
c) Errada. É possível o pedido antes da distribuição, caso em que o pedido será apreciado pelo
relator (art. 932, II, CPC).
d) Errada. O prazo terá início após a citação do réu para oferecer contrarrazões (art. 332, § 4º,
CPC), eis que neste momento processual ele ainda não terá integrado o processo.
e) Errada. O relator torna-se prevento para apreciar o pedido de tutela provisória em recurso,
após sua distribuição (art. 930, parágrafo único, CPC).
Letra b.

007. (2019/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS)


Segundo as normas e princípios contidos no Código de Processo Civil, analise as afirmati-
vas a seguir.
I – em face do princípio da eventualidade ou concentração, o réu deve arguir toda a matéria de
defesa na contestação, sob pena de preclusão.
II – A reconvenção pode ser meio de ampliação dos sujeitos do processo.
III – Caracterizada a revelia, a presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial é relativa.
IV – O juiz apreciará a prova constante dos autos, segundo o sistema da persuasão racional
ou convencimento motivado.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II, III e IV.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.

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I – Certo. O princípio da eventualidade/concentração é insculpido no art. 336 do CPC: “Incum-


be ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de
direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”.
II – Certo. em reconvenção, é possível trazer novos sujeitos processuais ao processo (amplia-
ção subjetiva). É a regra do art. 343, §§ 3º e 4º:

§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.


§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
III – Certo. É relativa a presunção de veracidade porque, em alguns casos, tal presunção será
afastada (hipóteses do art. 345 do CPC).
IV – Certo. É a regra do art. 371 do CPC: “O juiz apreciará a prova constante dos autos, inde-
pendentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação
de seu convencimento”.
Letra a.

008. (2019/FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) Considere os enunciados seguintes, referentes à


petição inicial:
I – na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas
serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor,
e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do pro-
cesso, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
II – O pedido deve ser determinado, sendo lícito porém formular pedido genérico somente se
não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato, ou ainda, nas
ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados.
III – É lícita a cumulação em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, desde
que entre eles haja conexão ou continência.
IV – na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do proces-
so receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I, III e IV.

I – Certo. As prestações sucessivas da obrigação consideram-se um pedido implícito. É a re-


gra literal do art. 323 do CPC.

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II – Errado. O item excluiu outra hipótese existente para a admissibilidade do pedido genérico:
“quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu” (art. 324, § 1º, III, CPC).
III – Errado. Não é necessária conexão, muito menos continência, para a cumulação. É a regra
do art. 327: “É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedi-
dos, ainda que entre eles não haja conexão”.
IV – Certo. É a regra literal do art. 328 do CPC.
Letra d.

009. (2019/FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) Manoel oferece no quinto dia contestação em


uma ação de cobrança contra ele proposta. Posteriormente, ainda dentro dos quinze dias para
defesa, apresenta petição complementando suas razões, com argumentos outros que havia
esquecido de exteriorizar. Essa conduta
a) não é possível, tendo ocorrido preclusão consumativa.
b) é possível por se ainda estar no prazo de defesa, não tendo ocorrido preclusão temporal.
c) não é possível, tendo ocorrido preclusão-sanção ou punitiva.
d) é possível pelo direito da parte ao contraditório amplo, não sujeito à preclusão.
e) não é possível, tendo ocorrido preclusão lógica.

Somente uma contestação é que pode ser apresentada pelo réu, e nela deve ser alegada toda
a matéria de defesa, expondo-se as razões de fato e de direito com que se impugna o pedido
do autor e especificando-se as provas que se pretende produzir (art. 336). Depois de apresen-
tada uma contestação, toda e qualquer matéria de defesa não alegada ficará acobertada pela
preclusão consumativa. É consumativa a preclusão quando causada pela já realização de um
ato, que não pode ser repetido; nesses casos, a repetição do ato é preclusa, pois a prática do
ato já está consumada.
Letra a.

010. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO – SP/ PROCURADOR) no que diz


respeito às defesas do réu, assinale a alternativa correta.
a) na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria ou de
terceiro, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
b) A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
c) A reconvenção pode ser proposta contra o autor, mas não contra terceiro, devendo, quanto
a este, ser proposta ação de regresso.
d) O réu somente pode propor reconvenção se oferecida contestação.
e) A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

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a) Errada. A pretensão do reconvinte deve ser própria (art. 343, caput).


b) Errada. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, § 2º).
c) Errada. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro (art. 343, § 3º).
d) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (art.
343, § 3º). É uma novidade do CPC de 2015.
e) Certa. É a regra literal do art. 343, § 4º.
Letra e.

011. (2018/FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO) em relação à reconvenção, está corre-


to afirmar:
a) É lícito ao réu propor reconvenção na contestação ou por petição autônoma, para manifestar
pretensão própria, conexa ou não com a ação principal ou com o fundamento da causa.
b) O réu só pode propor reconvenção de forma condicionada ao oferecimento de contestação
ao pedido inicial.
c) Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face
do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade
de substituto processual.
d) A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção, haja vista seu caráter de subor-
dinação ao pedido principal.
e) A reconvenção pode ser proposta pelo réu, defeso porém o litisconsórcio com terceiro.

a) Errada. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o fundamen-
to da defesa (art. 343, caput, CPC).
b) Errada. Conforme o § 6º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser apresentada isolada-
mente, mesmo sem contestação.
c) Certa. É a regra literal do § 5º do art. 343 do CPC.
d) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a recon-
venção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em nada in-
terferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
e) Errada. Conforme o § 4º, é possível que o réu ofereça reconvenção em litisconsórcio
com terceiro.
Letra c.

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012. (2018/FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LEGISLATIVO)


em relação à reconvenção,
a) a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
obsta o prosseguimento do processo quanto à reconvenção, por seu caráter acessório.
b) proposta a reconvenção, o autor será citado, pessoalmente, por via postal, para apresentar
resposta no prazo de quinze dias.
c) se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face
do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade
de substituto processual.
d) a reconvenção pode ser proposta somente contra o autor, sendo também possível seu ajui-
zamento pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
e) a reconvenção só pode ser proposta pelo réu se oferecida por ele contestação simultanea-
mente, na mesma peça de defesa.

a) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a recon-
venção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em nada in-
terferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
b) Errada. No processo civil, certamente a parte estará assistida por advogado, e a intimação
para resposta à reconvenção deverá ocorrer na pessoa do advogado (art. 343, § 1º, CPC).
c) Certa. É a regra literal do § 5º do art. 343 do CPC.
d) Errada. De acordo com o § 3º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser proposta contra
o autor e terceiro. A parte final está correta (§ 4º).
e) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (§ 6º
do art. 343 do CPC).
Letra c.

013. (2018/FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) Assinale a alternativa correta.


a) A reconvenção deverá ser apresentada na contestação e a pretensão nela deduzida deverá
ser conexa com a demanda principal ou com o fundamento da defesa.
b) na reconvenção é vedada a proposição contra autor e terceiro não participante da demanda
principal.
c) em caso de desistência ou causa extintiva que impeça o exame do mérito da demanda
principal, não há possibilidade de prosseguimento da reconvenção, merecendo ela também a
solução de extinção.
d) A reconvenção somente será admissível em caso de apresentação de contestação, sendo
vedado ao réu apresentá-la sozinha.
e) Não são devidos honorários advocatícios na reconvenção, apenas na ação principal.

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a) Certa. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o fundamen-
to da defesa (art. 343, caput, CPC).
b) Errada. De acordo com o § 3º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser proposta contra
o autor e terceiro.
c) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a recon-
venção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em nada in-
terferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
d) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (§ 6º
do art. 343 do CPC).
e) Errada. Conforme o art. 791-A, § 5º, da CLT, são devidos honorários de sucumbência na
reconvenção.
Letra a.

014. (2017/IBFC/TJ-PE/OFICIAL DE JUSTIÇA) O fenômeno da reconvenção é verificado em


Direito Processual Civil, sendo considerado um instrumento importante para a defesa. A res-
peito desse tema, podemos dizer que é vedada a reconvenção quando proposta.
a) Sem conexão com a ação principal
b) Independentemente do oferecimento de contestação
c) em alinhamento com um dos fundamentos da defesa
d) por réu em litisconsórcio
e) em face de terceiro

a) Certa. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o fundamen-
to da defesa (art. 343, caput, CPC).
b) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (§ 6º
do art. 343 do CPC).
c) Errada. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o funda-
mento da defesa (art. 343, caput, CPC).
d) Errada. Conforme os §§ 3º e 4º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser proposta contra
o autor e terceiro, e, inclusive, em litisconsórcio com terceiro. Logo, o litisconsórcio na recon-
venção pode ser ativo (§ 4º) ou passivo (§ 3º).
e) Errada. Vide comentário à letra d.
Letra a.

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015. (2019/FGV/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Tendo transitado em jul-


gado sentença que condenara o réu a pagar ao autor determinada soma pecuniária, este reque-
reu, a juízo situado em foro diverso do da condenação, o cumprimento do julgado.
Sem que tivesse satisfeito voluntariamente a obrigação, o réu, pretendendo arguir a incompe-
tência relativa do foro em que a execução foi deflagrada, deve ofertar:
a) embargos à execução;
b) exceção de incompetência;
c) impugnação;
d) objeção de pré-executividade;
e) contestação.

Pegadinha da banca. Seria contestação (em questão preliminar) se o processo ainda estivesse
na fase de conhecimento. Como ele já estaria em fase de cumprimento de sentença, a respos-
ta do réu seria a impugnação ao cumprimento de sentença (art. 525, § 1º, inciso VI, CPC). Os
embargos à execução somente cabem em processos autônomos de execução. A exceção de
incompetência não mais existe, e a exceção de pré-executividade é uma petição avulsa, cabível
na fase de cumprimento de sentença ou na execução autônoma, para alegar nulidade decor-
rente de matéria de ordem pública, cognoscível de ofício pelo juiz.
Letra c.

016. (2019/VUNESP/IPREMM – SP/PROCURADOR JURÍDICO) Paulo, engenheiro, casado,


propôs ação de cobrança contra Pedro, médico, casado, alegando que deveria receber o valor
de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) pela venda de um automóvel. Ocorre que Pedro, além de en-
tender que a quantia não é devida, uma vez que já realizou o depósito, alega que Paulo é quem
deveria lhe pagar a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) relativos à venda de uma
casa. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a alternativa correta.
a) Caso Pedro proponha a reconvenção, Paulo será citado, pelo correio, para apresentar res-
posta no prazo de 5 (cinco) dias.
b) Caso Paulo desista da ação de cobrança, haverá óbice quanto ao prosseguimento da recon-
venção proposta por Pedro.
c) Pedro poderá propor reconvenção independentemente de oferecer contestação na ação
de cobrança.
d) Pedro poderá propor reconvenção contra Paulo, mas não poderá aproveitar o processo para
cobrar a esposa de Paulo, também proprietária do imóvel.
e) Pedro não poderá propor reconvenção em litisconsórcio com sua esposa caso ela não tenha
sido citada na ação de cobrança para pagamento do automóvel.

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Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
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a) Errada. Paulo, reconvinte, seria intimado na pessoa de seu advogado, para apresentar res-
posta no prazo de 15 (quinze) dias (art. 343, § 1º, CPC).
b) Errada. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, § 2º, CPC).
c) Certa. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (art.
343, § 6º, CPC).
d) Errada. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro 9art. 343, § 3º, CPC).
Logo, a esposa do reconvindo também poderá ser reconvinda na reconvenção.
e) Errada. A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro (art. 343,
§ 4º, CPC). Logo, sua esposa também poderá atuar como reconvinte.
Letra c.

017. (2019/FGV/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Vencida e não cumprida


determinada obrigação contratual, o credor ajuizou ação em que pleiteava a condenação do
devedor a pagá-la. Depois de contestada a demanda, e encerrada a fase instrutória, o juiz re-
putou configurados os fatos constitutivos do direito alegado pelo autor, vindo a acolher a sua
pretensão. Além do pagamento da obrigação contratual, foi o réu condenado a pagar juros mo-
ratórios legais, correção monetária e honorários de sucumbência, itens que não haviam sido
objeto de pedido na inicial.
Nesse quadro, a sentença proferida foi:
a) nula, por ultra petita;
b) nula, por extra petita;
c) nula, por citra petita;
d) válida;
e) válida, embora o seu excesso deva ser podado pelo tribunal.

De acordo com o art. 322, § 1º, “compreendem-se no principal os juros legais, a correção mo-
netária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios”. Logo, o juiz não
deferiu nada mais e nada menos que o pedido, pois juros moratórios legais, correção monetá-
ria e honorários de sucumbência consideram-se incluídos implicitamente no pedido do autor.
Letra d.

018. (2019/VUNESP/IPREMM – SP/PROCURADOR JURÍDICO) Sobre a possibilidade de mo-


dificação dos pedidos na petição inicial, o autor poderá
a) até o saneamento do processo, aditar o pedido independentemente de consentimento do réu.
b) até a citação, alterar a causa de pedir, desde que com o consentimento do réu, assegurado
o contraditório.

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c) emendar ou completar a petição, no prazo de 5 (cinco) dias, para correção dos defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito.
d) até o saneamento do processo, alterar o pedido, com consentimento do réu, não sendo fa-
cultado o requerimento de prova suplementar.
e) até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consen-
timento do réu.

De acordo com o art. 329 do CPC, O autor pode, até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a
causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; e, até o saneamento do proces-
so, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, sendo assegurado
o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quin-
ze) dias, e facultado o requerimento de prova suplementar.
Letra e.

019. (2019/CESPE/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS) Proposta ação em uma das varas


cíveis da justiça estadual do Pará, sendo dispensada a fase instrutória, o juiz deverá
a) julgar liminarmente improcedente o pedido, sem a citação do réu, desde que o pedido con-
trarie enunciado de súmula de tribunal regional federal.
b) determinar a citação do réu para apresentar contrarrazões no prazo de quinze dias, se hou-
ver julgamento liminar de improcedência do pedido e interposição do recurso de apelação,
desde que inexista retratação do magistrado.
c) julgar liminarmente procedente o pedido, sem a citação do réu, se o pedido estiver de acordo
com súmula vinculante do STF.
d) julgar antecipadamente o mérito em caso de revelia, ainda que o réu tenha requerido a pro-
dução de provas.
e) julgar liminarmente improcedente o pedido, sem a citação do réu, o que dará ensejo à repro-
positura da demanda pelo autor.

a) Errada. Súmula de TRF não é precedente específico que sustenta a improcedência liminar do
pedido, por não constar do rol do art. 332 do CPC.
b) Certa. É a regra do art. 332, § 4º do CPC. para apresentar contrarrazões, o réu será citado,
por não ter integrado o processo até então.
c) Errada. Pegadinha da banca. A Súmula Vinculante não justifica a improcedência liminar do
pedido, por não constar do rol do art. 332.
d) Errada. Havendo requerimento de prova, é impossível o julgamento antecipado do mérito
sem a apreciação da necessidade da prova requerida.

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e) Errada. A improcedência liminar produz coisa julgada material, pois se trata de improcedên-
cia propriamente dita, mesmo que liminar. Portanto, como regra, não pode ser proposta nova
ação com o mesmo objeto, mas tão somente ação rescisória, se atendido um dos requisitos
do art. 966 do CPC.
Letra b.

020. (2019/VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA – SP/ADVOGADO) Determinada petição ini-


cial traz o pedido de declaração de inexigibilidade do débito e indenização por danos morais
em razão da cobrança indevida, objeto do pleito declaratório. Nesse caso, é certo afirmar que
a cumulação de pedidos é
a) alternativa.
b) simples.
c) eventual.
d) sucessiva.
e) expansiva.

O acolhimento do pedido e declaração de inexigibilidade do débito é um pressuposto real para


que o pedido de indenização por danos morais em razão da cobrança indevida seja analisado.
Eles são compatíveis entre si, mas, se o débito não for declarado inexigível, o pedido de indeni-
zação por danos morais será prejudicado, e nem será analisado.
Letra d.

021. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS – SP/PROCURADOR) A respeito da res-


posta do réu, assinale a alternativa correta.
a) Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica
discutida sempre que tiver conhecimento.
b) Somente se houver alegação de incompetência absoluta, a contestação poderá ser protoco-
lada no foro de domicílio do réu.
c) A incompetência relativa deve ser alegada em peça autônoma.
d) A impugnação ao benefício da gratuidade de justiça será processado em autos apartados.
e) A reconvenção não pode ser proposta contra o terceiro.

a) Certa. Trata-se da regra expressa e literal do art. 339, caput, primeiro período.
b) Errada. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser
protocolada no foro de domicílio do réu (art. 340 do CPC).
c) Errada. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação (art. 64 do CPC c/c art. 337, II, CPC).

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d) Errada. A indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça pode ser alegada pelo
réu em preliminar de contestação (art. 337, XIII, CPC).
e) Errada. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro (art. 343, § 3º, CPC).
Letra a.

022. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE POÁ – SP/PROCURADOR JURÍDICO) A contestação


é o instrumento processual pelo qual o réu exerce seu direito fundamental de defesa em face
da pretensão autoral.
Assinale a alternativa correta a respeito dessa espécie de resposta do réu.
a) O termo inicial do prazo para apresentação da contestação será a data da juntada do pedido
de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando
ambas as partes manifestarem desinteresse na composição consensual.
b) Se não houve autocomposição na audiência de conciliação ou de mediação, o termo inicial
do prazo para apresentação da contestação será a data da juntada aos autos da ata ou termo
da última sessão conciliatória realizada.
c) Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima, o juiz facultará ao autor, em 10 (dez)
dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu, sob pena de arcar com as custas
e honorários.
d) Havendo alegação de incompetência absoluta ou relativa, a contestação poderá ser proto-
colada no foro de domicílio do réu.
e) Depois da contestação, não é lícito ao réu deduzir novas alegações.

a) Errada. O referido termo inicial será a data do protocolo do pedido de cancelamento da au-
diência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ambas as partes mani-
festarem desinteresse na composição consensual (art. 335, II, CPC).
b) Errada. Neste caso, o termo inicial será a data da audiência de conciliação ou de mediação,
ou da última sessão de conciliação, isto é, a data do encontro presencial.
c) Errada. O prazo é de 15 dias (art. 338 do CPC).
d) Certa. É a regra literal do art. 340 do CPC.
e) Errada. O art. 342 do CPC elenca algumas alegações que podem ser feitas pelo réu após a
contestação: as relativas a direito ou a fato superveniente, quando competir ao juiz conhecer
delas de ofício e quando, por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer
tempo e grau de jurisdição (incisos I a III).
Letra d.

023. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE POÁ – SP/PROCURADOR JURÍDICO) Assinale a alter-


nativa correta a respeito da técnica processual do reconhecimento da improcedência liminar
do pedido.

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a) em respeito ao contraditório, só é possível após a citação do réu.


b) É possível no caso de pedido que contrariar entendimento firmado em assunção de
competência.
c) É possível no caso de se verificar a ocorrência de decadência, mas não no caso de prescrição.
d) É possível no caso de pedido que contrariar decisão proferida pelo mesmo juízo em casos
idênticos.
e) É possível no caso de pedido que contrariar decisão monocrática proferida por membro do
Supremo Tribunal Federal.

a) Errada. O caput do art. 332 dispensa a citação do réu para a improcedência liminar: “Nas
causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: (…)”.
b) Certa. Trata-se da hipótese prevista no art. 332, inciso III do CPC.
c) Errada. O art. 332, § 1º dispõe que “o juiz também poderá julgar liminarmente improcedente
o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição”.
d) Errada. Tal hipótese não é prevista no rol de hipóteses do art. 332 do CPC.
e) Errada. Tal hipótese não é prevista no rol de hipóteses do art. 332 do CPC.
Letra b.

024. (2019/FCC/TRF 4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Rodolfo


ajuizou ação contra Felipe, versando o litígio sobre direito indisponível. Devidamente citado, o
réu não ofereceu contestação no prazo legal, tornando-se revel. Nesse caso, a revelia
a) impõe que o pedido seja julgado procedente.
b) torna precluso o direito de produzir provas.
c) veda a interposição de recurso contra a sentença.
d) impede o réu de intervir no processo, salvo na fase de cumprimento de sentença.
e) não enseja a presunção da veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor.

A questão cobrou diretamente a regra do art. 345, inciso II do CPC: “A revelia não produz o
efeito mencionado no art. 344 se (…) o litígio versar sobre direitos indisponíveis”. As demais
alternativas foram inventadas pelo examinador.
Letra e.

025. (2019/MPE-SC/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do Código


de Processo Civil, na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações su-
cessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, mediante pedido expresso do autor, e
serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do proces-
so, deixar de pagá-las ou consigná-las.

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Conforme o art. 323 do CPC, as prestações sucessivas serão consideradas incluídas no pedido
independentemente de declaração expressa do autor. Trata-se de um dos pedidos implícitos,
ao lado daqueles previstos no art. 322, § 1º.
Errado.

026. (2019/CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) Acerca do pedido, da tutela provisória, da


citação, da suspeição e dos recursos, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: em sede de liquidação de sentença, a parte impugnou decisão judicial que
incluiu na condenação juros de mora e correção monetária, sob o fundamento de configurar
julgamento extra petita. Assertiva: Nesse caso, a parte agiu erroneamente, porque a fixação de
juros de mora e correção monetária constitui pedido implícito.

O art. 322, § 1º do CPC prevê que se compreendem no principal os juros legais, a correção mo-
netária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. Portanto, a fixação
de juros de mora e correção monetária constitui pedido implícito.
Certo.

027. (2019/CESPE/PGM/CAMPO GRANDE – MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Jorge foi de-


vidamente citado em ação movida por Márcio e pretende alegar incompetência territorial, im-
pugnar o valor da causa e apresentar reconvenção.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, a respeito do valor da cau-
sa, jurisdição e improcedência liminar do pedido.
Se o pedido feito na inicial por Márcio contrariar qualquer acórdão proferido por tribunal supe-
rior, o juiz deverá julgar liminarmente improcedente o pedido.

Somente nas restritas hipóteses do art. 332 do CPC é que é possível a improcedência liminar
do pedido. Portanto, não é qualquer acórdão esparso de tribunal superior que possibilita essa
forma especial de julgamento.
Errado.

028. (2019/CESPE/PGM/CAMPO GRANDE – MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Jorge foi de-


vidamente citado em ação movida por Márcio e pretende alegar incompetência territorial, im-
pugnar o valor da causa e apresentar reconvenção.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, a respeito do valor da cau-
sa, jurisdição e improcedência liminar do pedido.

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Tanto a incompetência territorial quanto o valor da causa deverão ser alegados como prelimi-
nares da contestação.

A banca considerou a regra literal do art. 337, incisos II e III, da qual se depreende que o réu tem
o dever de alegar em preliminar de contestação (antes de discutir o mérito, como diz o caput do
art. 337) a incompetência absoluta e relativa e a incorreção do valor da causa. Ademais, o art.
293 do CPC prevê que “o réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído
à causa pelo autor, sob pena de preclusão”, e o art. 64 prevê que “a incompetência, absoluta ou
relativa, será alegada como questão preliminar de contestação”.
Certo.

029. (2019/CESPE/PREFEITURA DE BOA VISTA – RR/PROCURADOR MUNICIPAL) À luz da


jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsecutivo, acerca da ação anulatória
de débito fiscal.
Caso a fazenda pública municipal não conteste a ação no prazo legalmente previsto, deverá
ser aplicado o efeito material da revelia.

Tem-se por efeito material da revelia a confissão quanto à matéria de fato. Como o crédito fis-
cal, titularizado pela Fazenda Pública, constitui direito indisponível, eventual revelia da Fazenda
não produzirá os efeitos da confissão (art. 345, II, CPC).
Errado.

030. (2019/CESPE/PREFEITURA DE BOA VISTA – RR/PROCURADOR MUNICIPAL) A res-


peito de tutela provisória, resposta do réu e juizado especial de fazenda pública, julgue o item
que se segue.
Não enseja preclusão temporal o fato de o réu deixar de alegar a litispendência ou a coisa jul-
gada em preliminar de contestação.

Como a litispendência e a coisa julgada são matérias de ordem pública, mesmo que o réu não
as alegue, elas poderão ser conhecidas de ofício pelo juiz ou pelo tribunal a qualquer tempo, e
em qualquer grau de jurisdição. O art. 485, § 3º do CPC dispõe que “O juiz conhecerá de ofício
da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquan-
to não ocorrer o trânsito em julgado”. Vale destacar que o inciso IV do art. 485, mencionado
pelo § 3º, é o que cita a litispendência e a coisa julgada.
Certo.

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031. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) em razão de uma co-


lisão de veículos, Roberta, motorista e proprietária de um dos veículos, firmou acordo para
reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, motorista e proprietário do outro
veículo envolvido no acidente. no entanto, por ter sido descumprido o referido pacto, Roberta
ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo
não realizou esse ato processual.
Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o
item seguinte.
Por não ter apresentado contestação, Eduardo será considerado revel, estabelecendo-se a pre-
sunção de que todos os fatos alegados por Roberta são verdadeiros.

Como no referido processo há dois réus e um deles contestou a ação, o réu que não tiver con-
testado (Eduardo) não sofrerá os efeitos da confissão, conforme o art. 345, inciso I do CPC.
Errado.

032. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) em razão de uma co-


lisão de veículos, Roberta, motorista e proprietária de um dos veículos, firmou acordo para
reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, motorista e proprietário do outro
veículo envolvido no acidente. no entanto, por ter sido descumprido o referido pacto, Roberta
ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo
não realizou esse ato processual.
Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o
item seguinte.
Caso algum dos pedidos de Roberta esteja em dissonância com entendimento firmado em
súmula pelo Superior Tribunal de Justiça, o juiz deverá julgá-lo liminarmente improcedente.

A improcedência liminar do pedido pode ocorrer mesmo antes da citação do réu, conforme o
caput do art. 332. Todavia, não haveria problemas se a improcedência liminar fosse senten-
ciada após a contestação, se o juiz verificar hipótese de cabimento desta espécie de impro-
cedência. Afinal, o art. 332, inciso I prevê que o juiz julgará liminarmente improcedente o pedi-
do que contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça.
Certo.

033. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) em razão de uma co-


lisão de veículos, Roberta, motorista e proprietária de um dos veículos, firmou acordo para
reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, motorista e proprietário do outro

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veículo envolvido no acidente. no entanto, por ter sido descumprido o referido pacto, Roberta
ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo
não realizou esse ato processual.
Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o
item seguinte.
Se, na petição inicial apresentada por Roberta, faltarem provas indispensáveis à demonstração
da verdade dos fatos por ela alegados, o juiz deverá indeferir imediatamente a inicial.

O indeferimento da petição inicial ocorrerá se não forem juntados, com a inicial, os documen-
tos indispensáveis à propositura da ação (art. 320 do CPC). Aqueles que se destinarem à de-
monstração da verdade dos fatos podem ser juntados posteriormente, pois não se relacionam
com pressupostos processuais.
Errado.

034. (2018/CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) À luz das disposições do CPC


relativas aos atos processuais, julgue o item subsequente.
É vedado ao juiz julgar pedido realizado em petição inicial sem antes citar o réu, em atenção
aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

O caput do art. 332 dispensa a citação do réu para a improcedência liminar: “Nas causas que
dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmen-
te improcedente o pedido que contrariar: (…)”.
Errado.

035. (2018/QUADRIX/CREF/13ª REGIÃO (BA-SE)/ANALISTA ADVOGADO) Com base no Có-


digo de Processo Civil, julgue o item seguinte.
Nas hipóteses em que a ilegitimidade seja arguida em sede de contestação, exige‐se, sempre
que se tiver conhecimento, que o réu indique o sujeito passivo da relação jurídica discutida em
juízo, sob pena de ser condenado ao pagamento das despesas processuais e de indenização
ao autor pelos prejuízos que tiver.

Trata-se da regra expressa do art. 339 do CPC:

Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discuti-
da sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar
o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
Certo.

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036. (2018/QUADRIX/CREF/13ª REGIÃO (BA-SE)/ANALISTA ADVOGADO) Com base no Có-


digo de Processo Civil, julgue o item seguinte.
Após o oferecimento de contestação, caso sejam constatadas irregularidades que dificultem o
julgamento do mérito, se houver concordância do réu, o juiz, com base no princípio da primazia
do mérito, oportunizará ao autor a faculdade de emendar a petição.

Caso sejam constatadas irregularidades que dificultem o julgamento do mérito, o juiz dará ao
autor o prazo de 15 dias para que emende a petição inicial (art. 321 do CPC), e não existe ne-
nhuma exigência legal de que o réu deva concordar com a oportunidade de emenda. Inclusive,
cabe ressaltar que, no momento da emenda da inicial, é bem possível que o réu sequer tenha
sido citado.
Errado.

037. (2018/QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO) À luz do CPC/2015, julgue o seguinte item a res-


peito do regramento do pedido na petição inicial.
A compatibilidade entre os pedidos é requisito que somente submete a cumulação própria,
não alcançando, por lógica, a cumulação imprópria, que naturalmente congrega pretensões
excludentes entre si.

O art. 327, § 1º, inciso I do CPC estabelece como requisito de admissibilidade da cumulação
de pedidos que os pedidos sejam compatíveis entre si. O § 3º do mesmo artigo dispõe que “O
inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326”. O art. 326, ali
mencionado, trata das hipóteses de cumulação imprópria, que se referem aos pedidos subsi-
diários (caput) e alternativos (parágrafo único).
Certo.

038. (2018/QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO) À luz do CPC/2015, julgue o seguinte item a res-


peito do regramento do pedido na petição inicial.
Na hipótese de múltiplos credores de obrigação indivisível, qualquer um deles ostenta legiti-
midade para, isoladamente, postular judicialmente o adimplemento da integralidade da obriga-
ção, funcionando como espécie de substituto processual dos demais credores.

O art. 328 dispõe: “Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não par-
ticipou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito”.
Como o credor poderá pedir o cumprimento de sentença para receber seu crédito, ele atuará
em busca de direito próprio ao pedir por sua parte e em busca de direito alheio quando solicitar
o cumprimento da sentença que reconhece a exigibilidade da obrigação integral e indivisível,
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NOÇÕES DE DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
Gustavo Deitos

pois este pleito é de interesse de todos os demais credores. O mesmo raciocínio se aplica
quando um dos credores ajuíza ação de conhecimento. Logo, neste último aspecto, o credor
que postula o adimplemento da obrigação atua como substituto processual dos demais, eis
que a indivisibilidade da obrigação torna impossível que se peça o adimplemento exclusivo da
parte daquele que postula.
Certo.

039. (2018/CESPE/PGM/MANAUS – AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) À luz das disposi-


ções do CPC relativas aos atos processuais, julgue o item subsequente.
O princípio da adequação do procedimento admite a cumulação de pedidos iniciais procedi-
mentalmente incompatíveis, desde que seja possível ajustá-los ao procedimento comum.

Trata-se da correta regra do art. 327, § 2º:

Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação
se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumu-
lados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
Certo.

040. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) Acerca do procedimento co-


mum, julgue o item que se segue.
Quando for dispensável a fase instrutória e o pedido contrariar súmula do Superior Tribunal
de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal, o juiz poderá julgar liminarmente improcedente o
pedido, mesmo sem a citação do réu.

O caput do art. 332 dispensa a citação do réu para a improcedência liminar: “Nas causas que
dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmen-
te improcedente o pedido que contrariar: (…)”. Ademais, o art. 332, inciso I prevê que o juiz
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar enunciado de súmula do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça.
Certo.

041. (2020/CESPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/DIREITO) Considerando a situação


hipotética em que Bruno ajuizou uma ação de reparação de danos em desfavor de Henrique,
tendo requerido a gratuidade de justiça, julgue o item seguinte.
Caso o julgador verifique que o valor da causa é incompatível com o montante em discussão,
a ação será imediatamente suspensa.

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A consequência processual da incorreção do valor da causa não tem nada a ver com suspen-
são do processo. na verdade,

o juiz corrigirá, de oficio e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde
ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes (art. 292, § 3º, CPC).
Errado.

042. (2020/CESPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/AVALIADOR) Maria deseja ajuizar ação in-


denizatória com pedidos cumulados de dano material e dano moral contra a empresa aérea Y,
em razão de cancelamento indevido de viagem ao exterior.
Nessa hipótese, de acordo com o CPC, o valor da causa será
a) o valor do dano material apenas, porque o dano moral deverá ser requerido de forma genérica.
b) o fixado pelo magistrado segundo seu prudente arbítrio.
c) o indicado pelo autor, segundo critérios de equidade e proporcionalidade.
d) o total decorrente da soma do valor pedido a título de dano moral e de dano material.
e) o valor do maior dos pedidos realizado pela parte autora.

Conforme o art. 292, inciso VI, a causa terá como valor “na ação em que há cumulação de pe-
didos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles”. Cabe ressaltar ainda que
na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido é que será o valor
da causa (art. 292, inciso V).
Letra d.

043. (2019/QUADRIX/CRO-RS/ADVOGADO) Segundo o Código de Processo Civil (Lei n.


13.105/2015), assinale a alternativa correta.
a) O valor da causa é dispensado quando o pedido deduzido for genérico ou indeterminado.
b) O valor da causa possui diferentes finalidades processuais, servindo como base de cálculo
de honorários sucumbenciais, de sanções processuais pecuniárias e de custas processuais,
além de funcionar sempre como critério de fixação de competência absoluta.
c) O valor da causa limita o pedido da parte, não podendo ser ultrapassado pela condenação.
d) O valor da causa, quando indispensável, poderá ser atribuído em salários mínimos ou em
outros parâmetros de aferição pecuniária, como sacas de soja.
e) O valor da causa pode ser corrigido de ofício pelo juiz se não corresponder ao conteúdo pa-
trimonial almejado pelo autor.

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a) Errada. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível (art. 291).
b) Errada. O único erro está no final. na verdade, o valor da causa pode funcionar como critério
de fixação de competência relativa, que é a competência em razão do valor. Logo, o processo
pode tramitar no Juizado Especial Cível quando o valor da causa não ultrapassar o montante
fixado em lei (40 salários mínimos). Trata-se, repito, de competência relativa.
c) Errada. O valor da causa não tem o efeito de limitar o valor da condenação.
d) Errada. Deve o valor da causa ser fixado em forma de valor certo e determinado, em moeda
corrente nacional (reais).
e) Certa. Trata-se da regra do art. 292, § 3º:

O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde
ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
Letra e.

044. (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Rodrigo deixou de cumprir sua parte


em obrigação de fazer firmada com Vinícius. para assegurar seu direito, Vinícius ajuizou ação
em desfavor de Rodrigo.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Caso verifique que o valor da causa apontado por Vinícius em sua petição inicial não corres-
ponde ao montante referente à demanda, o juiz poderá realizar a correção desse valor.

Trata-se da regra do art. 292, § 3º:

O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde
ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
Certo.

045. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO – SP/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será na
a) ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal e dos juros de
mora, se houver, cujas parcelas deverão ser atualizadas até a data do vencimento da última.
b) ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolu-
ção, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida.

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c) ação de alimentos, a soma das parcelas vencidas, acrescidas de 12 (doze) prestações men-
sais pedidas.
d) ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor venal da área ou do bem objeto
do pedido.
e) ação em que os pedidos são alternativos, o de menor valor.

a) Errada. na ação de cobrança de dívida, o valor da causa será a soma monetariamente corri-
gida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de
propositura da ação (art. 292, inciso I).
b) Certa. É a regra literal do art. 292, inciso II.
c) Errada. na ação de alimentos, o valor da causa será a soma de 12 (doze) prestações men-
sais pedidas pelo autor (art. 292, inciso III).
d) Errada. na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor da causa será o de
avaliação da área ou do bem objeto do pedido (art. 292, inciso IV).
e) Errada. na ação em que os pedidos são alternativos, o valor da causa será o de maior valor
(art. 292, inciso VII).
Letra b.

046. (2021/FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO) O valor da causa


a) é utilizado, qualquer que seja, como base de cálculo para fixação dos honorários advocatí-
cios, nas causas em que impossível mensurar o proveito econômico.
b) pode ser meramente estimado, e não o da condenação pretendida, nas ações nas quais se
pede compensação por dano moral.
c) constitui matéria dispositiva, não podendo ser alterado, a pedido da parte nem de ofício, se
não constar de impugnação, em preliminar de contestação.
d) corresponde à somatória dos pedidos principal e subsidiário, nas ações que contenham
pedidos principal e subsidiário.
e) deve levar em consideração o pedido de tutela final, no procedimento de tutela antecipada
requerida em caráter antecedente.

a) Errada. Quando o valor da causa for irrisório, o juiz fixará o valor dos honorários por aprecia-
ção equitativa (art. 85, § 8º, CPC).
b) Errada. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (…) na ação
indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido (art. 292, V, CPC).
c) Errada. O art. 292, § 3º, permite ao juiz corrigir de ofício o valor da causa, sem sujeição à
preclusão destinada à parte contrária, nestes termos:

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O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde
ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
Preclusão somente atinge a parte contrária (art. 293).
d) Errada. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (…) na ação
em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal (art. 292, VIII, CPC).
e) Certa. Dispõe o art. 303, § 4º, do CPC: “Na petição inicial a que se refere o caput deste
artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de
tutela final”.
Letra e.

047. (2021/FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO) A reconvenção


a) prossegue mesmo que ocorra causa extintiva que impeça o exame de mérito da ação
principal.
b) dispensa a atribuição de valor à causa.
c) pode ser proposta apenas pelo réu contra o próprio autor.
d) não leva, se improcedente, à condenação em honorários advocatícios, os quais são devidos
apenas pela procedência do pedido principal.
e) só pode ser proposta se oferecida contestação.

a) Certa. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, § 2º, CPC).
b) Errada. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção (art. 292, caput, CPC).
c) Errada. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro e pelo réu em litisconsór-
cio com terceiro (art. 343, §§ 3º e 4º).
d) Errada. São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença,
provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativa-
mente (art. 85, § 1º).
e) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (art.
343, § 6º).
Letra a.

048. (2021/CESPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL JURÍDICO DA RECEITA ESTADUAL) A res-


peito da função jurisdicional, dos deveres das partes e dos procuradores, da intervenção de
terceiros, da petição inicial e do cumprimento de sentença, julgue o item a seguir.
A possibilidade de o autor formular, em ação cível, pedido genérico consiste em exceção à
regra de que o pedido deve ser certo.

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Grande pegadinha da banca. na verdade, as hipóteses em que o CPC permite a formulação de


pedidos genéricos configuram exceções à regra da determinação do pedido, e não da certeza.
As exceções à regra do pedido certo constam dos parágrafos do art. 322 do CPC, enquanto
as exceções à regra do pedido determinado são previstas nos parágrafos do art. 324 do CPC.
Errado.

049. (2021/CESPE/MPE-AP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Segundo o Código de


Processo Civil, nas causas que dispensem a fase instrutória, se o pedido formulado na petição
inicial contrariar enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local, o juiz
a) julgará liminarmente improcedente o pedido, independentemente da citação do réu.
b) determinará a emenda da inicial, no prazo quinze dias, para alteração do pedido, sob pena
de indeferimento.
c) indeferirá, de plano, a petição inicial, cabendo ao autor, caso discorde da decisão, interpor
recurso de apelação, com possibilidade de retratação pelo juiz.
d) poderá instaurar incidente de resolução de demandas repetitivas no tribunal competente.
e) dará prosseguimento ao feito, uma vez que não se trata de hipótese de improcedência limi-
nar prevista no atual sistema processual.

Dispõe o art. 332, inciso IV, do CPC:

Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: (…)
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
Letra a.

050. (2021/APICE/DPE-PB/ASSISTENTE JURÍDICO) no Direito Processual Civil, podemos afir-


mar que Contestação significa:
a) modalidade processual em que o réu solicita o arquivamento pedido formulado pelo au-
tor da ação;
b) modalidade processual em que o réu impugna o pedido formulado pelo autor da ação, de-
fendendo-se tanto no plano processual quanto do mérito;
c) a demanda do réu contra o autor no mesmo processo em que está sendo demandado. É o
contra-ataque que enseja o processamento simultâneo da ação principal e da reconvenção;
d) um ato-fato processual, consistente na não apresentação tempestiva da contestação;
e) preclusão em desfavor do réu do poder de alegar algumas matérias de defesa.

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a) Errada. A solicitação de arquivamento é medida cabível até em simples petição.


b) Certa. A alternativa reproduz um dos conceitos clássicos de contestação: apresentação de
defesa quanto às questões processuais e meritórias.
c) Errada. A alternativa apresenta o conceito de reconvenção, que é outra espécie de res-
posta do réu.
d) Errada. A alternativa conceitua a revelia.
e) Errada. A alternativa conceitua o fenômeno da confissão ficta.
Letra b.

051. (2021/CESPE/APEX BRASIL/ANALISTA/PROCESSOS JURÍDICOS) de acordo com o CPC,


nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, de-
verá julgar liminarmente improcedente o pedido que contrariar
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal.
II – acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos.
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas.
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas os itens II e III estão certos.
c) Apenas os itens II, III e IV estão certos.
d) Todos os itens estão certos.

Os quatro itens correspondem a reproduções de partes dos incisos I a IV do art. 332 do CPC.
Letra d.

052. (2021/UNOESC/PREFEITURA DE MARAVILHA – SC/ADVOGADO) É causa de indeferi-


mento da petição inicial:
a) Contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça.
b) Decadência.
c) O autor carecer de interesse processual.
d) Não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato.

A alternativa “c” é a única que se enquadra entre as hipóteses do art. 330, caput, do CPC (neste
caso, no inciso III).
Letra c.

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053. (2021/QUADRIX/CRM-MS/ADVOGADO) no que concerne à petição inicial no procedimen-


to comum e às hipóteses de improcedência liminar do pedido, assinale a alternativa correta.
a) É possível a cumulação de vários pedidos em um único processo, contra o mesmo réu, des-
de que entre eles haja conexão.
b) Somente é lícito formular pedido genérico nos casos em que o valor da condenação depen-
der de ato que deva ser praticado pelo réu.
c) O autor poderá, até o saneamento do processo, alterar o pedido ou a causa de pedir, indepen-
dentemente de consentimento do réu.
d) A petição inicial será considerada como inepta e indeferida pelo juiz nos casos em que se
verificar a ocorrência de decadência ou de prescrição.
e) Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz julgará liminarmente improcedente o
pedido que contrariar o enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

a) Errada. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
ainda que entre eles não haja conexão (art. 327 do CPC).
b) Errada. Dispõe o art. 324, § 1º:

É lícito, porém, formular pedido genérico:


I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.
c) Errada. Dispõe o art. 324, inciso II:

O autor poderá: (…)


II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento
do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo míni-
mo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
d) Errada. O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição (art. 332, § 1º, CPC). Não é, portanto, hipó-
tese de indeferimento da petição inicial.
e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 332, inciso IV, do CPC.
Letra e.

054. (2021/CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ESPECIALIDADE: DIREI-


TO) À luz das regras do direito processual civil acerca dos atos processuais, dos elementos da
ação, da intervenção de terceiros e do procedimento comum, julgue o item a seguir.
A alegação de ilegitimidade passiva deduzida pelo réu em sua contestação possibilita que o
autor realize, no prazo legal e após manifestação do juiz, a alteração da petição inicial para
substituição do polo passivo.

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Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo
invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para subs-
tituição do réu (art. 338, caput, CPC).
Certo.

055. (2021/CESPE/CODEVASF/ASSESSOR JURÍDICO/DIREITO) A respeito dos prazos no


processo civil, da tutela provisória, da petição inicial, do processo de execução e do mandado
de segurança, julgue o item a seguir.
Ocorrerá cumulação subsidiária ou eventual caso o autor da ação cumule dois ou mais pedi-
dos sem estabelecer ordem de preferência entre eles.

Na cumulação imprópria subsidiária, permitida pelo art. 326 do CPC, o autor apresenta um
pedido principal, que é de sua preferência, e, sabendo da possibilidade de o pedido principal
ser indeferido, o autor pede ao juiz que, caso não acolha o pedido principal, acolha um outro
pedido (subsidiário). O item da questão retratou a cumulação imprópria alternativa.
Errado.

056. (2020/FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO FORENSE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO


RIO DE JANEIRO) Distribuída petição inicial de ação de despejo a uma vara de família da co-
marca da capital fluminense, procedeu-se ao juízo positivo de admissibilidade da demanda,
determinando-se a citação do réu.
Nesse cenário, o juízo de família é:
a) relativamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício por meio de exceção de in-
competência;
b) relativamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício com a arguição de preliminar em
contestação;
c) absolutamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício por meio de exceção de in-
competência;
d) absolutamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício com a arguição de preliminar
em contestação;
e) absolutamente incompetente, devendo o réu suscitar o vício por meio de reconvenção.

É a regra do art. 337, inciso II, do CPC. Registro que a incompetência absoluta é questão de
ordem pública e, caso não alegada em preliminar de contestação, poderá ser alegada poste-
riormente. A questão, no entanto, restringiu-se à literalidade do CPC.
Letra d.

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057. (2020/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA – SP/PROCURADOR JURÍDI-


CO) Sobre as respostas do réu, de acordo com os contornos dados pelo Código de Processo
Civil de 2015, assinale a alternativa correta.
a) Se o réu alegar na contestação não ser o responsável pelo prejuízo invocado, deverá o juiz
extinguir liminarmente o processo com resolução de mérito em seu favor.
b) É admitida a formação de litisconsórcio na reconvenção, seja ele ativo ou passivo, com a
integração de terceiro na demanda.
c) na hipótese de haver alegação de incompetência absoluta, a contestação deverá ser proto-
colada junto ao foro que o réu entende competente, cabendo a este definir o juízo perante o
qual tramitará a ação.
d) A desistência da ação ou mesmo a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito obsta a análise da reconvenção, por haver nítida relação de subordinação.
e) Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar a existência de incompetência relativa, a
qual, por ser de ordem pública, pode, inclusive, ser conhecida de ofício pelo juiz.

a) Errada. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial
para substituição do réu (art. 338, caput, CPC).
b) Certa. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro e/ou em litisconsórcio com
terceiro (art. 343, §§ 3º e 4º).
c) Errada. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser
protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da
causa, preferencialmente por meio eletrônico (art. 340 do CPC). Quem definirá a competência
será o juízo onde tramita de forma principal o processo.
d) Errada. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, § 2º, CPC).
e) Errada. A incompetência relativa, se não alegada em preliminar de contestação, é prorroga-
da, e não pode ser declarada de ofício pelo juiz (art. 337, § 5º, CPC).
Letra b.

058. (2020/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA – SP/PROCURADOR JURÍDI-


CO) O ordenamento jurídico brasileiro é claro no sentido de que a petição inicial deve indicar
o pedido com as suas especificações. Quanto ao mencionado requisito da petição inicial, é
correto afirmar que
a) são compreendidos no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucum-
bência, excluídos os honorários advocatícios, cujo pedido deve ser expresso.
b) a existência de conexão é requisito para que se entenda lícita a cumulação de vários pedi-
dos, em um único processo, contra o mesmo réu.

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Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
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c) é permitido ao autor formular mais de um pedido em ordem alternativa, ou seja, estabelecen-


do preferência entre os pedidos, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher
o anterior.
d) a interpretação do pedido deve se dar de forma restritiva, não devendo o juiz considerar
todo o conjunto da postulação mas apenas os pedidos formulados expressamente ao final da
petição inicial.
e) é permitida a cumulação de pedidos, mesmo quando, para cada pedido, corresponder pro-
cedimento diverso, devendo para tanto o autor empregar o procedimento comum, sendo-lhe
permitido inclusive adotar as técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos
especiais respectivos, desde que não sejam incompatíveis com as disposições sobre o proce-
dimento comum.

a) Errada. Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de


sucumbência, inclusive os honorários advocatícios (art. 322, § 1º, CPC).
b) Errada. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
ainda que entre eles não haja conexão (art. 327 do CPC).
c) Errada. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conhe-
ça do posterior, quando não acolher o anterior (art. 326 do CPC). A cumulação alternativa tem
fundamento, por sua vez, no art. 325 do CPC.
d) Errada. A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o prin-
cípio da boa-fé (art. 322, § 2º, CPC).
e) Certa. É a regra do art. 327, § 2º, do CPC.
Letra e.

059. (2020/VUNESP/AVAREPREV-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Adriano, ao desviar de um


buraco no asfalto com seu veículo, colidiu com o carro de André, que estava estacionado na
mesma rua. Inconformado, André decidiu propor ação de reparação de danos morais em face
de Adriano, requerendo a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Adriano foi devidamen-
te citado, mas, entendendo absurdo o pedido, não apresentou contestação.
Diante da situação hipotética, considerando o entendimento dos tribunais superiores, Adriano
a) é revel e, por isso, o juiz deverá julgar procedente a ação e condená-lo ao pagamento do valor
requerido por André.
b) é revel, mas a revelia não irá produzir o efeito de presunção de veracidade dos fatos alega-
dos por André, uma vez que a ação trata sobre direitos indisponíveis.
c) é revel e, por isso, deve-se presumir a veracidade quanto aos danos narrados na petição ini-
cial, no entanto, a presunção de veracidade não alcança a definição do quantum indenizatório
indicado pelo autor.

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d) não é revel, considerando se tratar de direitos indisponíveis.


e) não é revel, uma vez que por entender absurdo o pedido, entende que as alegações de fato
formuladas pelo autor são inverossímeis.

A revelia consiste em presunção de veracidade dos fatos, e não do direito. A existência ou não
do direito, em decorrência do fato presumido como verdadeiro, será aferida pelo juiz.
Letra c.

060. (2020/FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO) Indeferida a inicial, o autor


a) poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se; se não houver retratação,
o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
b) poderá apelar, subindo os autos ao Tribunal imediatamente, sem citação do réu para respos-
ta ao recurso.
c) poderá impetrar mandado de segurança, pelo direito líquido e certo à prestação jurisdicional.
d) deverá aguardar o trânsito em julgado, se quiser ajuizar nova demanda sobre a mesma ma-
téria, não sendo possível o juízo de retratação.
e) poderá apelar, com possibilidade de retratação do juiz em cinco dias; não havendo retra-
tação, os autos subirão imediatamente, não havendo citação do réu porque não chegou a se
constituir a relação jurídico-processual.

Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias,
retratar-se (art. 331, caput, CPC). Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para res-
ponder ao recurso (§ 1º).
Letra a.

061. (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS)


Sobre os procedimentos especiais, assinale a única afirmativa correta:
a) O CPC/2015 manteve no Título III do Livro I da Parte Especial as ações de exigir e pres-
tar contas.
b) A restauração de autos é um procedimento de jurisdição voluntária.
c) O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos procedimentos especiais.
d) O CPC/2015 extinguiu a divisão entre procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e
de jurisdição voluntária.

a) Errada. O CPC de 2015 tipifica apenas a ação de exigir contas, estritamente.


b) Errada. Tal procedimento especial é de jurisdição contenciosa, pois envolve conflito de
interesses.
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c) Certa. É a regra do art. 318, parágrafo único, do CPC.


d) Errada. Como vimos, essa divisão continua a existir.
Letra c.

062. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP/PROCURADOR DO


MUNICÍPIO) Jurisdição é o poder que o Estado tem de resolver os conflitos, substituindo a
vontade das partes e impondo essa decisão coercitivamente. Assinale a alternativa que es-
tabelece, de acordo com a teoria clássica, majoritária no Brasil, a característica da jurisdição
voluntária.
a) Tem caráter administrativo.
b) Ocorre em um procedimento em que há interessados e coisa julgada.
c) A jurisdição atua a partir de uma lide, na qual há conflitos de interesse.
d) Tem por finalidade a atuação do direito e a pacificação social.
e) Um exemplo de jurisdição voluntária é a ação de restauração de autos.

a) Certa. A banca adotou a teoria clássica/administrativista, a qual preceitua que o juiz, na


jurisdição voluntária, atua como mero gestor de negócios privados. Dessa forma, sua decisão
produziria mera coisa julgada formal.
b) Errada. A banca deu ao termo “coisa julgada” o significado de coisa julgada material, que
é aquela com força de lei e definitividade. na jurisdição voluntária, não existe coisa julga-
da material.
c) Errada. A existência de lides/conflitos é própria da jurisdição contenciosa.
d) Errada. Pacificação social relaciona-se à existência de conflitos na sociedade, e a existência
de lides/conflitos é própria da jurisdição contenciosa.
e) Errada. Ação de restauração de autos é um procedimento especial de jurisdição contencio-
sa, pois pode ter autor e réu (art. 714 do CPC).
Letra a.

063. (2017/CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO) no que se refere à jurisdição civil nacional,


assinale a opção correta.
a) Pode ser de caráter administrativo ou judicial.
b) A desconstituição de uma sentença transitada em julgado por meio de ação rescisória é um
exemplo de exercício dessa jurisdição.
c) em decorrência do princípio da inevitabilidade, essa jurisdição não alcança a todos os
indivíduos.
d) O exercício dessa jurisdição inclui a expedição de cartas rogatórias, responsáveis por deter-
minar que os órgãos jurisdicionais brasileiros cumpram atos processuais.
e) Trata-se de direito inerente e exclusivo dos cidadãos brasileiros.

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Caro(a) aluno(a), o professor entende que esta questão teria, a rigor, dois gabaritos: A e B. Ex-
plicarei nos comentários.
a) Errada. Entendo que esta alternativa também estaria correta, em razão de a jurisdição vo-
luntária ter essência predominantemente administrativa. Inclusive, a questão de n. 64 deste
material, também da CESPE, afirma: “Na jurisdição voluntária não há lide: trata-se de uma for-
ma de a administração pública participar de interesses privados”. A CESPE, na oportunidade,
considerou esta afirmação como correta. A banca VUNESP, na questão de n. 1 deste material,
também considera a jurisdição voluntária como de caráter administrativo. Nesta questão, o
elaborador, provavelmente, estava pensando somente na jurisdição contenciosa, que, por sua
vez, não tem caráter administrativo.
b) Certa. A ação rescisória, de objeto especial (desconstituição de coisa julgada), pertence à
jurisdição contenciosa, pois envolve interesses opostos. Logo, não há razão que justifique o
tratamento da ação rescisória de forma estranha.
c) Errada. Inevitabilidade é sinônimo de inafastabilidade, neste contexto. Inafastabilidade con-
siste no pleno poder do Judiciário para apreciar lesões ou ameaças a direitos. Isso nada tem a
ver com o número de indivíduos alcançados.
d) Errada. Cartas rogatórias destinam-se a órgãos estrangeiros.
e) Errada. Cidadãos estrangeiros também podem valer-se do direito de ação e, portanto, pro-
vocar a jurisdição.
Letra b.

064. (2017/CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) A res-


peito de jurisdição, julgue o item a seguir.
Na jurisdição voluntária não há lide: trata-se de uma forma de a administração pública partici-
par de interesses privados.

Trata-se da característica basilar e principal da jurisdição voluntária: o interesse das partes é


privado e comum a ambas, e o Poder Judiciário atua de forma essencialmente administrativa,
limitando-se à homologação do pactuado.
Certo.

065. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
Como regra geral, aplica-se a todas as causas o procedimento comum.

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Essa é, de fato, a regra geral. Veja o que dispõe o art. 318, caput, do CPC: “Aplica-se a todas as
causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei”.
Certo.

066. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais, mas
não ao processo de execução, que contempla regras especiais exaurientes.

Dispõe o art. 318, parágrafo único, do CPC: “O procedimento comum aplica-se subsidiariamen-
te aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução”.
Errado.

067. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
Tão logo o Código de Processo Civil de 2015 entrou em vigor, suas disposições se aplicaram
desde logo aos processos pendentes.

É esta a regra do art. 1.046, caput, do CPC: “Ao entrar em vigor este Código, suas disposições
se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de
janeiro de 1973”.
Certo.

068. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
Tão logo o Código de Processo Civil de 2015 entrou em vigor, as disposições da Lei n. 5.869/1973
(Código de Processo Civil de 1973), relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos
especiais que forem revogadas, aplicaram-se às ações propostas e não sentenciadas até o
início da vigência do Código de Processo Civil de 2015.

É esta, exatamente, a regra do art. 1.046, § 1º, do CPC:

As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos


procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentencia-
das até o início da vigência deste Código.
Certo.

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069. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
O processo de execução é o conjunto de princípios e regras destinadas à cognição do conflito
de interesses.

Esse é o preceito basilar do processo de conhecimento. no processo de execução, não se visa


conhecer de conflitos (cognição), mas, sim, de efetivar o que já tiver sido reconhecido.
Errado.

070. (QUESTÃO INÉDITA/2021) no que se refere à teoria geral do processo, especificamente


com relação às peculiaridades do processo e do procedimento, julgue o item subsequente:
O procedimento comum o conjunto de princípios e regras destinadas a buscar a satisfação de
um direito já certificado e reconhecido.

Tal preceito básico pertence ao processo de execução. A questão misturou processo e proce-
dimento. Afinal, procedimento comum é uma parte integrante do processo de conhecimento,
que se aplica a todas as causas, como regra geral. Todas as ações que não tiverem um proce-
dimento especial definido em lei tramitarão de acordo com o conjunto de regras que compõe
o procedimento comum.
Errado.

071. (2018/CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Acerca das disposições do


CPC relativas aos procedimentos especiais e ao processo de execução, julgue o item seguinte.
A execução de título executivo judicial se dá em fase processual posterior à sua formação,
denominada processo de execução.

A execução de título executivo judicial se dá em fase de cumprimento de sentença, no mesmo


processo em que tenha ocorrido a fase de conhecimento. Não se dá em processo de execu-
ção, o qual é reservado à execução de títulos executivos extrajudiciais.
Errado.

072. (2020/CESPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL) A respeito


do cumprimento de sentença e do processo de execução, julgue os itens a seguir.
I – de acordo com a jurisprudência do STF, em sede de execução contra a fazenda pública não
devem incidir os juros da mora no período compreendido entre a data de realização dos cálcu-
los e a da expedição da requisição de pequeno valor ou do precatório.

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II – O indivíduo que possua título executivo extrajudicial pode optar por ajuizar ação de co-
nhecimento em detrimento do processo de execução e, dessa forma, obter título de nature-
za judicial.
III – Considere que João tenha requerido o cumprimento de sentença que condenou Marcela
a lhe pagar a quantia de cem mil reais. Nesse caso, o Código de Processo Civil (CPC) permite
que a devedora seja intimada na pessoa de seu advogado, devidamente constituído nos autos,
por meio de publicação no Diário da Justiça, para cumprir a sentença.
IV – em ação que contenha pedido de reconhecimento de paternidade cumulado com pedido
de alimentos, ainda que já seja possível a execução provisória em razão do recurso do réu ter
sido recebido apenas no efeito devolutivo, o prazo prescricional para o cumprimento da sen-
tença que condene o réu ao pagamento de verba alimentícia retroativa não se iniciará antes do
trânsito em julgado da sentença que reconheça a paternidade.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

I – Errado. Conforme o Informativo n. 861 do STF, “Incidem os juros da mora no período com-
preendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório”.
II – Certo. Trata-se da regra do art. 785 do CPC: “A existência de título executivo extrajudicial
não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo
judicial”.
III – Certo. Trata-se, exatamente, da regra geral de intimação para cumprimento de sentença:
por intermédio do advogado, mediante publicação da intimação no Diário de Justiça (art. 513,
§ 2º, inciso I).
IV – Certo. Prazos prescricionais para cumprimento de sentença somente se iniciam após o
trânsito em julgado do título executivo. Neste caso, somente se inicia tal prazo após o trânsito
em julgado da decisão que reconhecer a paternidade (Informativo n. 607 do STF).
Letra e.

073. (QUESTÃO INÉDITA/2021) Considerando as disposições gerais do processo de execu-


ção, julgue o item subsequente:
A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de co-
nhecimento, a fim de obter título executivo judicial.

Trata-se da regra literal do art. 785 do CPC, muito explorada em provas.


Certo.

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Gustavo Deitos
Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do Tribunal Superior do
Trabalho (Gabinete de Ministro).
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região.
Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.

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