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DIREITO CIVIL
E DIREITO
PROCESSUAL
CIVIL
Teoria Geral do Processo e Procedimento
Comum
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
Sumário
Gustavo Deitos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Marcelo Olivares - 10964233835, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
Gustavo Deitos
Revelia e confissão.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.
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Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de
satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso você
tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum problema,
por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar sua avaliação.
Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir quaisquer pro-
blemas nas aulas.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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O conflito de interesses, por si só, não atrai a incidência das normas processuais civis. É
necessário que tal conflito seja posto à apreciação do órgão jurisdicional competente.
A partir do momento em que ocorre a submissão do conflito de interesses ao crivo do
Poder Judiciário, estabelece-se uma relação jurídica processual, ou uma relação de direito
processual, como preferir. Tal relação é triangular, desta forma ilustrada:
Juiz
Parte Parte
Autora Ré
A relação jurídica processual existe do autor para com o juiz, do réu para com o juiz e do
autor para com o réu. Isso significa que as partes, além de deverem atuar com boa-fé no re-
lacionamento com o juiz, deverão comportar-se de forma cooperada e de boa-fé entre elas,
também. Logo, ambas as partes defenderão suas pretensões (direitos) nos limites das normas
jurídicas aplicáveis ao processo.
Desde já, as principais conclusões que você pode tirar acerca da definição de processo
civil são:
1) É um ramo do direito público;
2) Sempre tem o Estado como parte da relação estabelecida no processo civil, sendo este
o principal fundamento pelo qual o processo civil é ramo do direito público;
3) É um instrumento de aplicação (tutela jurisdicional) do direito material civil aos casos
concretos;
4) É atraído mediante existência de conflito de interesses e de submissão deste conflito à
apreciação do Estado-juiz (Poder Judiciário).
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cada processo. Você entenderá melhor este fundamento ao observar quais são os tipos de
processo (compreendidos dentro do processo civil).
Os tipos de processo, na teoria, possuem os mesmos nomes dados às ações. Apesar da
identidade de nomes, você compreenderá o porquê da diferenciação das classificações (tipos
de processo e espécies de ação).
Registro que os doutrinadores Marinoni, Mitidiero e Arenhart apontam que os tipos/espé-
cies de processo não seriam propriamente espécies ou tipos, mas, sim, espécies de atividades
que podem ser desempenhadas ao longo do processo.
Embora tal posicionamento seja importantíssimo para a compreensão do tema, tratare-
mos as “espécies de atividades” como tipos de processo, uma vez que as atividades desem-
penhadas dentro do processo configuram a sequência de atos processuais, que dá sentido ao
processo. Logo, pode-se concluir que o conjunto de atos é, por excelência, o processo.
1) PROCESSO DE CONHECIMENTO: É o conjunto de princípios e regras destinadas à cog-
nição (conhecimento) do conflito de interesses. É o processo responsável pela descoberta
da verdade sobre o conflito, mediante coleta de provas, oportunidade de defesa, narração dos
fatos, dentre outros fatores, todos destinados a formar o convencimento do juiz sobre a ver-
dade real do conflito de interesses (lide) existente. O objetivo do processo de conhecimento
é o esclarecimento do conflito, de modo que o juiz possa sentir e aplicar a solução mais justa
possível ao caso concreto.
• O processo de conhecimento tem por resultado prático o reconhecimento (certificação)
da existência ou inexistência do direito, bem como da maneira como tal direito pode ser
exercido e de seus parâmetros de aplicação.
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Gustavo Deitos
PROCESSO
FASE DE CONHECIMENTO
FASE DE EXECUÇÃO
Nada melhor que imaginar o processo como uma grande caixa que armazena, em seu inte-
rior, as fases de conhecimento e de execução, juntas.
Agora, veremos com mais detalhes os aspectos básicos e as diferenças entre o processo
de execução autônoma e o cumprimento de sentença.
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Nem sempre o réu cumpre voluntariamente as obrigações a que está obrigado. para fazer
com que essas obrigações sejam cumpridas, o processo civil dispõe do sistema da execu-
ção. Esse sistema é integrado por atos processuais destinados à constrição/bloqueio de bens,
à intimação do réu/executado para pagamento, à penhora, à expropriação de bens penhora-
dos e a várias outras ferramentas destinadas à satisfação da obrigação reconhecida no título
executivo.
Para ser objeto da execução, o título executivo deve ter alguns requisitos. Deve o título
executivo ser:
1) CERTO: o título/documento aponta a existência de uma dívida certa (em dinheiro ou em
prestação de fazer ou não fazer). Deve ser, ao menos, identificável a prestação devida pelo
devedor. Não deve haver dúvidas, no entanto, sobre a existência da dívida.
2) LÍQUIDO: é o valor da dívida, o chamado quantum debeatur, ou, ainda, podem ser os bens
objeto da obrigação. da simples leitura do título deve ser possível saber o valor ou os bens
devidos pela obrigação.
3) EXIGÍVEL: a dívida deve estar vencida, e não deve haver condição suspensiva ou termo
inicial sobre a dívida. Não pode haver nenhum obstáculo à cobrança do débito. Ainda, não pode
a dívida estar prescrita, pois a prescrição torna o débito inexigível pela via judicial.
Estes três requisitos são previstos no texto do art. 783 do CPC: “A execução para cobrança
de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”.
O processo autônomo de execução, ou simplesmente “processo de execução”, é o proces-
so que já se inicia na fase de execução, e nela termina. Todos os atos processuais do processo
de execução autônoma destinam-se ao reconhecimento da dívida e à busca pela satisfação
dessa dívida de variadas formas.
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Continuam existindo, após a entrada em vigor do CPC de 2015, certos processos autônomos
de execução. A seguir, apresentarei a você as hipóteses em que se deve realizar cumprimento
de sentença e aquelas em que se deve abrir processo autônomo de execução.
Exemplo: Uma sentença do juiz de primeira instância é um título executivo judicial, assim como
um acórdão de tribunal e uma decisão interlocutória de mérito.
A lista completa dos títulos executivos judiciais consta do rol do art. 515 do CPC:
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos pre-
vistos neste Título:
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II – a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III – a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e
aos sucessores a título singular ou universal;
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido apro-
vados por decisão judicial;
VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII – a sentença arbitral;
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Su-
perior Tribunal de Justiça;
X – (VETADO).
Obs.: Estudaremos cada título executivo judicial, em espécie, no capítulo em que abordar-
mos as disposições gerais sobre o cumprimento de sentença no CPC.
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Exemplos: títulos de crédito em geral, como cheques, notas promissórias, duplicatas e letras
de câmbio.
A lista completa dos títulos executivos extrajudiciais consta do rol do art. 784 do CPC:
Agora, não lhe restam dúvidas sobre as hipóteses de cabimento de cumprimento de sen-
tença e de processo de execução:
• CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: títulos executivos judiciais (rol do art. 515 do CPC).
− O cumprimento de sentença ocorre nos mesmos autos do processo de conhecimen-
to, como se fosse o mesmo processo. Trata-se de uma mera separação de fases de
um mesmo processo: fase de certificação/conhecimento e fase de cumprimento.
O PULO DO GATO
O cumprimento de sentença é muitas vezes mencionado como fase executiva ou fase de exe-
cução. Todavia, não confunda “fase” de execução com “processo” de execução. As duas coi-
sas são muito distintas uma da outra. Portanto, depois que um direito for certificado em ação
judicial, não se fala mais em “processo de execução”, mas, sim, em cumprimento de sentença.
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Acerca do processo autônomo de execução, existe uma regra muitíssimo importante, ante sua
grande recorrência em questões: a do art. 785 do CPC.
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de
conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.
Imagine que uma pessoa tenha cópia de um contrato assinado por duas testemunhas (títu-
lo executivo extrajudicial). Todavia, esta pessoa, já sabendo das várias formas de defesa pro-
cessual que a parte contrária usará para frustrar a execução, toma uma decisão: a de ajuizar
ação de conhecimento (comum) para obter título executivo judicial, ao invés de ficar apenas
com um título executivo extrajudicial.
Na prática, em muitos casos o título executivo judicial passa mais confiança ao juízo, em
razão de ter havido atividade decisória sobre a relação jurídica que originou o crédito.
Portanto, é perfeitamente possível que uma pessoa, com título executivo extrajudicial,
ajuíze ação de conhecimento para conseguir um título executivo judicial (decisão de mérito), a
ser efetivado mediante cumprimento de sentença, e não por execução autônoma.
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PROCESSO
PROCEDIMENTO
O procedimento (regras aplicáveis aos atos processuais) pode ser diferente para cada es-
pécie de ação. Isso significa que existem ações sujeitas a regras específicas (diferentes do
comum), e outras sujeitas a regras mais genéricas (usualmente aplicadas às ações mais cor-
riqueiras).
Sabendo disso, você já pode observar que, no direito processual civil brasileiro, após a en-
trada em vigor do CPC de 2015, existem dois grandes tipos de procedimento:
1) PROCEDIMENTO COMUM: É o procedimento aplicado a todas as causas, como regra
geral. Todas as ações que não tiverem um procedimento especial definido em lei tramitarão de
acordo com o conjunto de regras que compõe o procedimento comum. Confira a regra do art.
318, caput:
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.
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Exemplos: A Lei da Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/1985) traça um procedimento especial para
a ação civil pública, que observará, portanto, regras diversas do procedimento comum. Outros
casos: ações possessórias (arts. 554 a 568 do CPC), ação de exigir contas (arts. 559 a 553 do
CPC), ação de consignação em pagamento (arts. 539 a 549 do CPC), ações de família (arts.
693 a 699 do CPC).
Professor, quer dizer que as ações especiais, submetidas a procedimentos especiais, de-
vem prever, para si, todo um regramento relativo a provas, audiências, decisões, defesas
e petição inicial?
Não é bem assim, caro(a) aluno(a). para evitar este trabalho excessivo do legislador, dos
magistrados, dos advogados e, também, dos estudantes, não é necessário que exista todo
este grande e robusto regramento para cada procedimento especial.
A fim de que as necessidades de todos os procedimentos sejam atendidas, criou-se a regra
da subsidiariedade do procedimento comum. Ela é prevista no parágrafo único do art. 318:
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos
especiais e ao processo de execução.
Conclusão: sempre que o procedimento especial tiver uma norma específica, será aplicada
esta própria norma específica.
Exemplo: O art. 714 do CPC estabelece como prazo para a contestação, no procedimento
especial de restauração de autos, o prazo de 5 dias. Logo, neste procedimento, não será apli-
cado o prazo de 15 dias do procedimento comum.
Se o procedimento especial não tiver nenhuma norma específica para determinada situa-
ção do processo, será aplicada a regra pertinente do procedimento comum, de forma subsidiá-
ria (em caso de lacuna no regramento especial).
Exemplo: Os procedimentos especiais de jurisdição voluntária não têm regras específicas para
a coleta de prova pericial. Logo, serão aplicadas as regras sobre perícias, peritos e laudos peri-
ciais dos arts. 464 e seguintes do CPC.
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Ainda, registro que os procedimentos especiais de jurisdição voluntária têm sua natureza
jurídica conceituada na doutrina de duas formas:
• TEORIA CLÁSSICA OU ADMINISTRATIVISTA: Segundo os filiados a essa teoria, na juris-
dição voluntária, o juiz não atua exercendo atividade propriamente jurisdicional. Ele atua
exercendo mera administração de interesses privados.
Vamos adiante.
No CPC revogado (de 1973), existiam os procedimentos “ordinário” e “sumário”, que se
diferenciavam pelo valor da causa. Agora, existem somente o procedimento comum (aplicado
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Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1º As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e
aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não senten-
ciadas até o início da vigência deste Código.
Art. 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-lo,
será observado o procedimento comum previsto neste Código.
Parágrafo único. na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o proce-
dimento comum previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se
houver.
Quando dispositivos de leis esparsas disserem que determinado assunto observará as nor-
mas da legislação processual comum, ou, genericamente, as normas do CPC, será observado
o conjunto normativo do procedimento comum.
Quando uma lei específica, anterior ao CPC de 2015, fizer remissão ao procedimento sumá-
rio do CPC, dizendo que ele deve ser observado em determinada situação, deverá ser observa-
do o procedimento comum, naquilo em que não contrariar as regras do procedimento especial
definido na legislação esparsa.
Exemplo: Ação revisional de aluguel (art. 68 da Lei n. 8.245/91), que, segundo seu dispositivo,
terá “rito sumário”. para tal ação, deve ser aplicado o procedimento comum, nas ações ajuiza-
das após a entrada em vigor do Novo CPC.
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O objeto é algo mais amplo do que o pedido em si. O pedido é uma partícula do objeto.
Explico com o mesmo exemplo da ação de reintegração de posse.
Exemplo: Na ação de reintegração de posse, pode haver vários pedidos, em cumulação: medida
liminar de reintegração em caso de posse nova, remoção de pessoas do imóvel, inserção efe-
tiva do autor na posse, condenação do réu a pagar indenização pelos danos decorrentes do
esbulho, dentre outros possíveis pedidos.
Nesta mesma ação, o objeto central é a reintegração do autor à posse do imóvel, por meio de
todas as diligências requeridas pelo autor (em vários pedidos separados) ou determinadas de
ofício pelo juiz, quando possível.
Exemplo: Extinção do processo por falta de interesse processual, indeferimento da petição ini-
cial, abandono da causa etc. (extinções sem resolução do mérito).
Quando o juiz analisar o mérito do processo em sentença definitiva, a decisão será imutá-
vel e indiscutível naquele mesmo grau de jurisdição, só podendo ser substituída em grau de
recurso ou, remotamente, em ação rescisória.
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Se o juiz não analisar o mérito, a mesma causa poderá ser submetida ao mesmo juiz, que,
se não encontrar qualquer entrave formal, poderá, finalmente, adentrar à análise do mérito.
Para resumir:
OBJETO MÉRITO
Define o procedimento a ser seguido Se analisado, torna a matéria imutável e
(comum ou especial) indiscutível no respectivo grau de jurisdição
É a pretensão principal do conflito, com a Envolve o tratamento da pretensão principal
qual todos os atos processuais devem se no contexto do conflito, à luz dos fatos e
relacionar alegações de todos os sujeitos do processo.
PROCESSO
PROCEDIMENTO
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O procedimento (regras aplicáveis aos atos processuais) pode ser diferente para cada es-
pécie de ação. Isso significa que existem ações sujeitas a regras específicas (diferentes do
comum), e outras sujeitas a regras mais genéricas (usualmente aplicadas às ações mais cor-
riqueiras).
Sabendo disso, você já pode observar que, no direito processual civil brasileiro, após a en-
trada em vigor do CPC de 2015, existem dois grandes tipos de procedimento:
1) PROCEDIMENTO COMUM: É o procedimento aplicado a todas as causas, como regra
geral. Todas as ações que não tiverem um procedimento especial definido em lei tramitarão de
acordo com o conjunto de regras que compõe o procedimento comum. Confira a regra do art.
318, caput:
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.
Exemplos: A Lei da Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/1985) traça um procedimento especial para
a ação civil pública, que observará, portanto, regras diversas do procedimento comum. Outros
casos: ações possessórias (arts. 554 a 568 do CPC), ação de exigir contas (arts. 559 a 553 do
CPC), ação de consignação em pagamento (arts. 539 a 549 do CPC), ações de família (arts.
693 a 699 do CPC).
Professor, quer dizer que as ações especiais, submetidas a procedimentos especiais, de-
vem prever, para si, todo um regramento relativo a provas, audiências, decisões, defesas
e petição inicial?
Não é bem assim, caro(a) aluno(a). para evitar este trabalho excessivo do legislador, dos
magistrados, dos advogados e, também, dos estudantes, não é necessário que exista todo
este grande e robusto regramento para cada procedimento especial.
A fim de que as necessidades de todos os procedimentos sejam atendidas, criou-se a regra
da subsidiariedade do procedimento comum. Ela é prevista no parágrafo único do art. 318:
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Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos
especiais e ao processo de execução.
Conclusão: sempre que o procedimento especial tiver uma norma específica, será aplicada
esta própria norma específica.
Exemplo: O art. 714 do CPC estabelece como prazo para a contestação, no procedimento
especial de restauração de autos, o prazo de 5 dias. Logo, neste procedimento, não será apli-
cado o prazo de 15 dias do procedimento comum.
Se o procedimento especial não tiver nenhuma norma específica para determinada situa-
ção do processo, será aplicada a regra pertinente do procedimento comum, de forma subsidiá-
ria (em caso de lacuna no regramento especial).
Exemplo: Os procedimentos especiais de jurisdição voluntária não têm regras específicas para
a coleta de prova pericial. Logo, serão aplicadas as regras sobre perícias, peritos e laudos peri-
ciais dos arts. 464 e seguintes do CPC.
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1º As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e
aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não senten-
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Art. 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-lo,
será observado o procedimento comum previsto neste Código.
Parágrafo único. na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o proce-
dimento comum previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se
houver.
Quando dispositivos de leis esparsas disserem que determinado assunto observará as nor-
mas da legislação processual comum, ou, genericamente, as normas do CPC, será observado
o conjunto normativo do procedimento comum.
Quando uma lei específica, anterior ao CPC de 2015, fizer remissão ao procedimento sumá-
rio do CPC, dizendo que ele deve ser observado em determinada situação, deverá ser observa-
do o procedimento comum, naquilo em que não contrariar as regras do procedimento especial
definido na legislação esparsa.
Exemplo: Ação revisional de aluguel (art. 68 da Lei n. 8.245/91), que, segundo seu dispositivo,
terá “rito sumário”. para tal ação, deve ser aplicado o procedimento comum, nas ações ajuiza-
das após a entrada em vigor do Novo CPC.
3. Petição Inicial
O estudo da petição inicial possui três elementos estruturantes: os requisitos da petição
inicial, os pedidos e as hipóteses de indeferimento da petição inicial.
Neste capítulo da aula, trataremos de cada um desses três elementos de forma separada,
em subcapítulos.
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CAPÍTULO II
DA PETIÇÃO INICIAL
Seção I
Dos Requisitos da Petição Inicial
O art. 319 apresenta todos os itens que devem constar do corpo e do conteúdo da petição
inicial. Alguns desses itens são predominantemente formais, e outros se relacionam muito
mais com o conteúdo argumentativo-textual. Explicarei cada um.
Exemplos práticos:
1) Se a competência para a apreciação da ação for do Juízo da comarca de Uberlândia (MG),
o endereçamento deverá indicar este juízo. As formas de fazer essa indicação são inúmeras, e
listo as seguintes como exemplos:
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Comarca de Uberlândia (MG)”;
“Ao Juízo da Comarca de Uberlândia (MG)”;
“Excelentíssimo Senhor de uma das Varas Cíveis da Comarca de Uberlândia (MG)”.
2) É possível que o endereçamento seja direcionado a um tribunal. Neste caso, a tradição
forense costuma observar o seguinte:
2.1) em se tratando de tribunal regional, denomina-se “Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª
Região”;
2.2.) EM se tratando de tribunal superior, denomina-se “Colendo Superior Tribunal de Justiça”.
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São muitos dados, não é mesmo? Quase sempre os autores têm plena certeza dos nomes,
do estado civil, doe endereço e da profissão dos réus que indicarão. Todavia, é comum que
dados como CPF/CNPJ e endereço eletrônico sejam desconhecidos pelos autores.
Em atenção a isto, o legislador acrescentou a este artigo os §§ 1º a 3º.
Quando o autor não tiver um desses dados e o dado não obtido for essencial para a locali-
zação do réu, o autor poderá requerer ao juiz diligências necessárias à obtenção desse dado.
Exemplo: Se o autor procurou por muitos meios o endereço atualizado do réu e não o encon-
trou, poderá requerer ao juiz que determine a consulta, nos convênios judiciários, de endereço
atualizado do réu. Esses convênios costumam ser eficazes, pois se relacionam com bancos
de dados de instituições financeiras, empresas de energia elétrica, cooperativas de proteção
ao crédito etc.
Professor, se o autor deixar de fora algum dos elementos do inciso II, a petição inicial será
indeferida, ou deverá ser emendada?
Querido(a) aluno(a), a depender da situação, não será necessário emendar a inicial, e ela
também não será indeferida. O § 2º assegura que a petição inicial não será indeferida se, ape-
sar da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
Exemplo: O autor deixa de indicar o CPF e o endereço eletrônico do réu, mas indicou correta-
mente o seu endereço. Neste caso, se a petição inicial não tiver nenhum vício, será admitida e
terá regular prosseguimento, com a subsequente citação do réu.
Há, ainda, outra hipótese em que os elementos descritos no inciso II poderão ficar de fora
da petição inicial. O § 3º dispõe que “a petição inicial não será indeferida pelo não atendimento
ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça”.
A impossibilidade ou a excessiva onerosidade ao acesso à justiça são circunstâncias cuja
comprovação depende, muito, do entendimento de cada juiz. Alguns entenderão que deter-
minado fato torna impossível o acesso à justiça, e outros não. A aplicação da regra do § 3º
dependerá muito da argumentação utilizada pelo advogado e do entendimento do juiz.
Para sintetizar, apresento-lhe lista das hipóteses legais em que os elementos do inciso II
poderão ficar de fora da petição inicial:
1) Quando for possível a citação do réu mesmo sem os elementos faltantes (§ 2º);
2) Quando a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso
o acesso à justiça (§ 3º);
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III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
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Obs.: A ausência de pedido é outra causa de inépcia da petição inicial (art. 330, § 1º, inciso
I). É um elemento tão essencial quanto a causa de pedir.
V – o valor da causa;
A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imedia-
tamente aferível (art. 291 do CPC).
As regras peculiares sobre a fixação do valor da causa constam dos arts. 291 a 293 do
CPC, que são abordadas no capítulo n. 6 desta aula.
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
Juntamente com a petição inicial, devem ser juntadas as provas que o autor já tiver con-
sigo no momento do protocolo da petição. É claro que eventuais provas obtidas no meio do
processo poderão, oportunamente, ser juntadas.
A ausência de provas documentais juntadas à inicial não é razão para seu indeferimento.
Todavia, a ausência dessas provas, em determinadas situações, pode gerar consequências
ruins, como a improcedência liminar do pedido, se o juiz entender que a causa dispensa fase
de instrução (art. 332, caput, CPC), a depender da narrativa dos fatos.
Estudaremos as regras da improcedência liminar do pedido em capítulo próprio desta aula.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial,
requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o
inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo
se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
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Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
Não é necessário que todos os documentos destinados à instrução probatória sejam jun-
tados com a petição inicial.
O art. 320 exige que os documentos indispensáveis à propositura da ação, ou seja, os
necessários ao manejo de uma determinada ação sejam juntados com a petição inicial, de
forma anexa.
Veja: todos os documentos acima exemplificados são indispensáveis por, pelo menos,
duas razões: para o preenchimento de pressupostos processuais (como a regularidade de re-
presentação, no caso de procuração) e para a justificação do interesse processual (como a
certidão de casamento para a ação de divórcio).
É claro que, posteriormente, poderão ser juntadas as demais provas destinadas à certifica-
ção/comprovação do direito postulado. Note que as provas suscetíveis de juntada posterior
são aquelas relacionadas à prova do direito, e não à validade do processo manejado.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará
que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que
deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
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Não deixe passar batido este detalhe: o juiz deverá INDICAR COM PRECISÃO o que deve ser
corrigido ou completado. Portanto, não poderá o juiz simplesmente intimar o autor para emen-
dar a inicial: ele deverá apontar o defeito constado: falta de pedido, incerteza de um pedido,
falta de endereço etc.
O PULO DO GATO
O juiz não pode extinguir o processo sem resolução do mérito sem dar à parte a oportunidade
de emendar a petição inicial. A extinção somente será medida imperativa se o autor não emen-
dar a inicial ou, emendando-a, não suprir o vício apontado (parágrafo único).
Obs.: Quando a emenda não for realizada ou o for de forma insuficiente, a extinção do pro-
cesso sem resolução do mérito será fundada em indeferimento da petição inicial (art.
485, I, CPC).
O prazo da emenda à petição inicial pelo autor é de 15 DIAS, contados da intimação efetiva.
3.2. Pedidos
Materialmente, o pedido é um dos três elementos estruturantes da ação, ao lado das partes
e da causa de pedir. Formalmente, o pedido é um requisito da petição inicial (art. 319, IV, CPC).
O pedido é a pretensão formulada pelo autor, como condenar o réu a pagar ou fazer alguma
coisa, declarar a existência de uma relação jurídica, dentre infinitos outros possíveis.
A ausência de pedido é uma causa de indeferimento da petição inicial por inépcia. Logo,
grave desde já que uma petição inicial que não demonstre pedido é inepta. Estudaremos as
hipóteses de inépcia em outro subcapítulo desta aula.
Para entendermos melhor, e de uma forma sistematizada, trabalharemos os demais aspec-
tos do pedido mediante comentários individualizados à Seção do CPC destinada propriamente
ao tratamento do pedido, suas faces e suas formas de formulação.
Seção II
Do Pedido
O caput do art. 322 dispõe que o pedido deve ser certo, e o caput do art. 324 preconiza que
o pedido também deve ser determinado.
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Exemplo: pedido de obtenção de guarda de uma criança é um pedido certo, enquanto “auto-
rização de exercício do poder familiar sobre uma criança” é um pedido incerto, se formulado
isoladamente.
• PEDIDO DETERMINADO: é o pedido que, além de explícito, possui uma dimensão mate-
rial especificada. É a indicação da quantidade relativa ao bem jurídico pretendido.
Obs.: A sentença somente se configura como ultra petita se o juiz defere à parte mais do que
ela postulou, mas quando a lei não prevê que a parcela adicionalmente deferida seja
implicitamente constante dos pedidos.
O PULO DO GATO
Os juros contratuais não se consideram implícitos nos pedidos. Somente os juros legais, con-
forme a regra literal do § 1º.
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O juiz deverá interpretar o pedido formulado pelo autor de uma forma coerente, com boa-fé,
sem presumir erros grosseiros ou pretensões “absurdas” em razão de meros vícios de lingua-
gem, por exemplo.
É claro que, em certos casos, a ambiguidade na argumentação do autor ou a má redação
dos pedidos pode dificultar a apreciação deles. Neste caso, poderá o juiz determinar ao autor
que emende a inicial para esclarecer essas questões, indicando-as precisamente.
A interpretação do juiz e da parte contrária sobre os pedidos deve ser sistemática, consi-
derando todo o conjunto de pedidos, de modo que se evitem conclusões contraditórias acerca
da mesma petição inicial.
Art. 323. na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas
serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e
serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo,
deixar de pagá-las ou de consigná-las.
O art. 323 prevê mais um pedido considerado incluído na petição inicial, mesmo que o autor
nada fale sobre ele, da mesma forma que os itens do § 1º do art. 322.
DICA!
Para gravar:
Sempre se consideram incluídos nos pedidos os seguintes
itens:
JUROS LEGAIS (não contratuais)
CORREÇÃO MONETÁRIA
VERBAS DECORRENTES DA SUCUMBÊNCIA (especialmente
os Honorários Advocatícios Sucumbenciais)
PRESTAÇÕES SUCESSIVAS
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Acima, tratamos do que é um “pedido determinado”. É o pedido que, além de explícito, pos-
sui uma dimensão material especificada. É a indicação da quantidade relativa ao bem jurídico
pretendido.
As ações universais são aquelas que versam sobre universalidades de fato e/ou de direito.
O art. 90 do Código Civil conceitua esses dois tipos de universalidades. Confira:
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma
pessoa, tenham destinação unitária.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dota-
das de valor econômico.
Exemplo: Ação de petição de herança. O autor postulará o recebimento de parte dos bens do
falecido, mesmo sem determiná-los. Trata-se de uma ação universal, em que o pedido genéri-
co “receber parte do patrimônio” é admitido, excepcionalmente.
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
Exemplos: Ação de indenização por lucros cessantes de uma empresa, em razão de veicula-
ção de notícias falsas sobre o produto da empresa e ação de indenização por lesão corporal.
Nestes dois exemplos, é possível que o prejuízo total ainda não tenha sido apurado no mo-
mento da propositura da ação: é possível que o total dos lucros cessantes da empresa lesada
ainda não seja preciso, e que o grau de incapacidade adquirido pela pessoa agredida não tenha
sido tecnicamente apurado.
Nestas situações, por exemplo, é possível que o autor postule a condenação do réu ao
pagamento de indenização em dinheiro pelos lucros cessantes ou danos emergentes, mesmo
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sem a indicação de uma quantia para a condenação. É outra hipótese em que o pedido genéri-
co é excepcionalmente admitido.
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.
É possível que a quantia pertinente ao pedido do autor seja precisada somente após a
prática de algum ato pelo réu. O exemplo mais apresentado para o inciso III é o da ação de
exigir contas: a quantia devida ao autor da ação pode ser determinada somente depois que o
réu prestar as contas devidas, situação em que o saldo devedor será apurado somente depois
dessa prestação.
É a última hipótese em que o pedido genérico é excepcionalmente admitido.
Fora dos casos dos incisos I a III, o pedido genérico é proibido, e pode causar o indeferi-
mento da petição inicial, por inépcia, se não corrigido no prazo de 15 dias para a emenda da
inicial (art. 321 do CPC).
A reconvenção, por ter natureza de ação nova, como veremos mais adiante, também deve
contemplar pedidos certos e determinados. É a mesma lógica aplicável aos pedidos do autor
na petição inicial.
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a
prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegura-
rá o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado
pedido alternativo.
Pedido alternativo é aquele que, dizendo respeito a uma pretensão específica, possa ser
atendido de duas ou mais maneiras, em razão da natureza da obrigação.
No exemplo acima, a escolha não cabia ao devedor. no entanto, quando a escolhe couber
ao devedor, este poderá cumprir a obrigação da forma como melhor lhe for, mesmo sem a con-
cordância do autor, e ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
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Exemplo: Mário paga R$ 5.000,00 a Pablo para que este lhe entregue um touro ou uma vaca,
independentemente de qual seja. Trata-se de uma obrigação alternativa, que, conforme o art.
252 do Código Civil, dá o direito de escolha ao devedor, se o contrário não for disposto pelas
partes. Neste caso, se Mário processar Pablo pedindo que lhe entregue uma vaca, Pablo poderá
entregar-lhe um touro, mesmo que Mário tenha pedido apenas pela vaca.
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do
posterior, quando não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um
deles.
Exemplo: Pedido de declaração de existência de uma obrigação cumulado com pedido de con-
denação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais provocados pelo descum-
primento da obrigação existente. Veja que a procedência do pedido de declaração de existên-
cia da obrigação é condição lógica necessária para a procedência do pedido de indenização
pelo seu descumprimento. Se o primeiro pedido não for provido, o segundo ficará prejudicado.
• CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA: O autor formula dois ou mais pedidos, mas eles não podem
ser deferidos em conjunto, por serem incompatíveis entre si.
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Exemplo: Cléber obriga-se a prestar serviços de pintura a Adriano, mediante pagamento adian-
tado. Adriano, prejudicado, poderá pedir ao juiz que condene Cléber a devolver-lhe o dinheiro
ou (alternativamente) condene-o a cumprir a obrigação de fazer.
Exemplo: Thiago é ofendido publicamente por Elton, e ajuíza ação de reparação de danos
contra Elton. em sua petição inicial, Thiago pede que o juiz condene Elton a pagar-lhe indeniza-
ção de R$ 50.000,00 em razão de danos morais causados pela repercussão da ofensa. Thiago
pede subsidiariamente que, caso o juiz entenda que o dano moral não possa ser reparado
com dinheiro, condene o réu a retratar-se, publicamente, da ofensa desferida. Veja: Thiago não
pediu por indenização em dinheiro e retratação. Ele pediu somente por indenização em dinhei-
ro, mas, caso o juiz entenda descabida a reparação da ofensa com dinheiro, Thiago ficaria
satisfeito com a retratação do ofensor em público.
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda
que entre eles não haja conexão.
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Obs.: Se a competência relativa territorial for diversa, não haverá nenhum prejuízo à cumula-
ção se a competência for prorrogada, por falta de alegação do réu.
Exemplo: Não é possível que o autor peça indenização por danos morais decorrentes de uma
agressão num juízo cível e, cumulativamente, reconhecimento de relação de emprego com o
réu, pois o segundo pedido compete à Justiça do Trabalho apreciar, e não à Justiça Comum.
Exemplo: Não pode o autor pedir, na mesma ação, o despejo de um inquilino e a reversão de
uma desapropriação indireta efetuada pelo Poder Público a pretexto de utilidade pública, pois
o primeiro pedido segue o rito especial da Lei n. 8.245/91 e o segundo, o rito especial do Decre-
to-Lei n. 3.365/41. Não há como conciliá-los.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumu-
lação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas proces-
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suais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos
cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
É possível que, mesmo se os procedimentos para dois ou mais pedidos sejam diferencia-
dos uns dos outros, o autor os cumule na mesma petição inicial, desde que o autor escolha o
procedimento comum.
Além de escolher o procedimento comum, somente poderão ser aplicadas técnicas de pro-
cedimentos especiais se elas não forem contrárias ao procedimento comum.
Neste caso, o autor deverá empregar o procedimento comum, podendo solicitar as me-
didas processuais próprias do procedimento especial das ações possessórias, se elas não
forem incompatíveis com o procedimento comum.
Exemplo: O pedido de liminar do art. 565 do CPC, próprio das ações possessórias, poderá ser
formulado no procedimento comum, se o juiz ficar convencido de que a medida não desfigura-
ria o procedimento.
Como dito, o art. 327 trata somente da cumulação própria. O art. 326 trata da cumulação
imprópria, cuja principal característica é a falta de compatibilidade entre os pedidos. por esta
razão, o § 3º exclui as cumulações impróprias da aplicabilidade do art. 327.
Art. 328. na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do proces-
so receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.
Qualquer credor poderá pedir o cumprimento de sentença para receber seu crédito, e pode-
rá atuar em busca de direito próprio ao pedir por sua parte.
Poderá o credor atuar, também, em busca de direito alheio quando solicitar o cumprimento
da sentença que reconhece a exigibilidade da obrigação indivisível, pois este pleito é de inte-
resse de todos os demais credores.
O mesmo raciocínio se aplica quando um dos credores ajuíza ação de conhecimento. Nes-
te caso, o credor que postula o adimplemento da obrigação atua como substituto processual
dos demais, eis que a indivisibilidade da obrigação torna impossível que se peça o adimple-
mento exclusivo da parte daquele que postula.
É por isso que o credor que não tiver integrado o processo também receberá sua parte,
devendo custear as despesas do processo mediante dedução da parte que tiver a receber.
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Se o réu concordar com o aditamento após ter oferecido contestação (antes do saneamento/
organização), ele terá direito ao prazo de 15 dias para se manifestar sobre as modificações
resultantes do aditamento do autor. É como se fosse uma “nova contestação”, desta vez de
forma adstrita às modificações oriundas do aditamento da inicial.
Assim como toda contestação, essa nova manifestação do réu poderá ser utilizada para o re-
querimento de prova suplementar, que nada mais é que o pedido por produção de provas em
sentido contrário às alegações do autor inseridas por meio do aditamento.
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Seção III
Do Indeferimento da Petição Inicial
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INTERESSE LEGITIMIDADE
Interesse deve ser compreendido, em sentido completo, como interesse processual. Tradi-
cionalmente, chama-se tal condição de interesse de agir. Portanto, é possível que você veja em
provas esta condição com os nomes “interesse”, “interesse de agir” ou “interesse processual”.
O interesse existirá quando o autor da ação completar um binômio técnico: necessidade +
adequação. Explicarei cada um destes itens.
• NECESSIDADE: A ação deve ser necessária e útil para que o direito seja protegido, res-
taurado ou compensado. Se a proteção, restauração ou compensação do direito for per-
feitamente possível sem o ajuizamento de ação, não existirá necessidade; logo, não
existirá interesse.
• ADEQUAÇÃO: Não basta que o autor tenha a necessidade de buscar o Judiciário: ele
deve escolher o meio processual legalmente adequado para a tutela de seu direito. Se o
autor procurar a tutela de seu direito por meio de uma espécie incorreta de ação, ou por
uma ferramenta inapropriada, sua pretensão não poderá ter seguimento, em razão de a
via processual por ele escolhida ser inadequada; logo, o autor não terá interesse proces-
sual, em razão de a medida processual eleita ser incorreta (inadequada).
Obs.: É possível que o autor tenha necessidade, mas não tenha interesse, uma vez que a
necessidade deve aliar-se à adequação do meio processual escolhido (ação adequa-
da) para ter interesse de agir (interesse processual), no sentido técnico da palavra.
Não é suficiente que o autor tenha pleno interesse processual. Agora, vamos à segunda
condição da ação: legitimidade. Trata-se de uma condição aplicável tanto ao autor como ao réu.
A legitimidade, no processo, deve ser compreendida como legitimidade para a causa (legi-
timidade ad causam). Deve o autor, assim como o réu, ser legalmente autorizado a requerer a
tutela do direito envolvido no conflito de interesses.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo or-
denamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.
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Isto é importantíssimo caro(a) aluno(a): faltando qualquer das condições da ação, ocorre
o fenômeno processual da carência de ação.
Logo, se o autor não tiver interesse (necessidade e/ou adequação) ou legitimidade para
a causa, ou se o réu apontado pelo autor não for passivamente legitimado a responder pela
lesão, concluir-se-á que o autor carece de interesse e/ou legitimidade.
Nesta situação, se o autor não puder corrigir o vício no prazo de 15 dias para emendar
a petição inicial, ela será INDEFERIDA, e o processo, extinto sem resolução do mérito (art.
485, I, CPC).
Já estudamos nesta aula o art. 321, que trata da emenda da inicial. Se o autor, intimado
para emendar a inicial, não conseguir corrigir o vício indicado precisamente pelo juiz, terá sua
petição inicial indeferida, e o processo, extinto sem resolução do mérito (art. 485, I, CPC).
O art. 106 do CPC, por sua vez, dispõe:
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É bem possível que o advogado queira receber intimações em outro endereço, diferente do
escritório. É por isso que ele deve manter o endereço para suas intimações sempre atualizado.
Se tal endereço não constar da petição inicial, ele será intimado para informá-lo em 5 dias,
sob pena de indeferimento da petição inicial.
Pedidos e causas de pedir, assim como as partes, são elementos identificadores da ação.
A ausência de qualquer deles torna a petição inicial inepta: é impossível saber o que o autor
pretende se ele não expuser os pedidos de forma certa, e será inviável saber se o pedido é justo
se não houver a exposição dos fatos e fundamentos que o respaldem (causas de pedir).
Se o autor não puder corrigir o vício no prazo de 15 dias para emendar a petição inicial, ela
será INDEFERIDA, e o processo, extinto sem resolução do mérito (art. 485, I, CPC).
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido gené-
rico;
O autor falou, narrou, explicou, mas toma uma conclusão totalmente descabida e inespera-
da, que torna nebulosa a análise dos pedidos formulados. Se o autor não puder corrigir o vício
no prazo de 15 dias para emendar a petição inicial, ela será INDEFERIDA, e o processo, extinto
sem resolução do mérito (art. 485, I, CPC).
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§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de finan-
ciamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial,
dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor
incontroverso do débito.
Ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de finan-
ciamento ou de alienação de bens são extremamente complexas, por envolverem inúmeras
provas documentais de análise maçante.
Nestes casos, o autor deverá delimitar/apontar quais são, especificamente, as obrigações
sobre as quais ele pretende discutir e litigar, indicando, ainda qual é o valor pretendido e, tam-
bém, o valor incontroverso do débito.
Exemplo: O autor pretende discutir somente o percentual de juros: ele entende que o percen-
tual correto seria de apenas 1%, e o banco teria aplicado o de 5%. Neste caso, indicará de qual
valor pretende ser restituído (a diferença entre 1 e 5%) e, ainda, o valor incontroverso da dívida,
isto é, montante do qual não deverá ser restituído (o resultante dos 1% que o próprio autor con-
corda em pagar).
Se o autor, nessas ações, não apontar o valor incontroverso e/ou não indicar as obrigações
específicas que pretende discutir no processo, a petição inicial será considerada INEPTA e,
portanto, será indeferida, e o processo, extinto sem resolução do mérito.
§ 3º na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo con-
tratados.
As ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de fi-
nanciamento ou de alienação de bens, como todas as outras, não suspendem a exigibilidade
de uma obrigação, a menos que o juiz conceda tutela provisória neste sentido.
Dessa forma, o valor apontado como incontroverso (no exemplo acima, o equivalente a
juros de 1%, aceitos pelo autor) deverá continuar a ser pago na exata forma contratual.
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)
dias, retratar-se.
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
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Para contrarrazoar a apelação, o réu será citado, pois, até o momento, ainda não terá sido cita-
do, eis que a petição inicial foi indeferida. A banca poderá inserir uma pegadinha dizendo que
o réu seria “intimado”, o que é equivocado.
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da
intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.
O § 2º trata do contexto em que o juiz não se retrata, a apelação sobe ao Tribunal e este dá
provimento à apelação do autor para determinar o retorno dos autos à origem e o seu regular
processamento.
Nesta situação, o juiz deverá primeiramente designar audiência de conciliação/mediação
nos termos do art. 334. Havendo esta audiência, o réu terá o prazo para contestar contado da
data da sessão conciliatória frustrada.
É possível que ambas as partes tenham discordado da marcação da audiência, ou que o
objeto da ação não admita a audiência de conciliação/mediação (art. 334, § 4º, CPC). Neste
caso, o prazo para a contestação será contado da intimação do réu de que os autos retornaram
do tribunal para o respectivo processamento.
O PULO DO GATO
Se o juiz indeferir a petição inicial e o autor não recorrer, o réu será somente intimado, mesmo
que não tenha sido anteriormente citado, uma vez que só é citada uma pessoa que deva inte-
grar o processo, e o réu, neste caso excepcional, não deverá integrar o processo, pois ele já
terá findado.
DICA!
Interposta apelação: réu CITADO para contrarrazoar
NÃO interposta a apelação: réu INTIMADO para ciência
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Passada essa importantíssima distinção inicial, podemos analisar as regras do CPC perti-
nentes ao instituto da improcedência liminar do pedido.
CAPÍTULO III
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu,
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I. L. TOTAL I. L. PARCIAL
SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
APELAÇÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Além do mais, caro(a) aluno(a), o CPC de 2015 inovou no tocante à improcedência liminar
do pedido, tornando-a obrigatória quando verificada alguma das suas hipóteses de cabimento.
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Trata-se de mais um instituto destinado a garantir a força praticamente vinculante dos prece-
dentes judiciais.
Portanto, se, em qualquer fase do processo, o juiz descobrir a possibilidade de improce-
dência liminar, ele deve prolatar sentença de improcedência liminar, mesmo que, por equívoco
ou praxe, tenha permitido o início da fase instrutória.
O PULO DO GATO
O ideal, de acordo com o CPC, é que a improcedência liminar seja decretada logo em seguida
ao protocolo da petição inicial, antes mesmo da citação do réu. Dessa forma, o réu somente
seria citado se o autor apelasse, para apresentar contrarrazões recursais.
Em razão do caráter obrigatório da improcedência liminar, não haverá problemas se a improce-
dência liminar for determinada somente após a citação do réu, em caso de o juiz, somente em
momento posterior, identificar a hipótese de aplicação do instituto.
Obs.: Embora o inciso I fale apenas em “súmulas”, sem fazer distinções, a banca CESPE já
considerou que a Súmula Vinculante não se enquadra no inciso I. É um entendimento
coerente, porque os Municípios, por exemplo, só podem solicitar a revisão ou o cance-
lamento de súmulas vinculantes se impugná-las no curso de um processo (art. 3º, §
1º, Lei n. 11.417/06).
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O PULO DO GATO
As bancas tentam confundir os candidatos incluindo esses dois tipos de precedentes entre
as alternativas, esperando que o candidato fique em dúvida, dada a grande importância das
súmulas vinculantes e dos entendimentos firmados em julgamentos de ADI, ADC e ADPF.
Todavia, você, agora, não cairá nessas pegadinhas. Súmulas vinculantes e entendimentos fir-
mados em julgamentos de ADI, ADC e ADPF não legitimam a improcedência liminar do pedido,
por não constarem do rol do art. 332.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
Ao lado dos precedentes judiciais dos incisos I a IV do caput, também legitimam a impro-
cedência liminar do pedido a decadência do direito e a prescrição da pretensão.
De forma sintética, listo para você os elementos que, verificados, impõem a improcedência
liminar do pedido:
• PRESCRIÇÃO;
• DECADÊNCIA;
• CONTRARIEDADE a enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
• CONTRARIEDADE a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
• CONTRARIEDADE a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas re-
petitivas ou de assunção de competência;
• CONTRARIEDADE a enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos
do art. 241.
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu,
e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo
de 15 (quinze) dias.
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Para contrarrazoar a apelação, o réu será citado, pois, até o momento, ainda não terá sido cita-
do, eis que a petição inicial foi indeferida. A banca poderá inserir uma pegadinha dizendo que
o réu seria “intimado”, o que é equivocado.
O PULO DO GATO
Se o juiz julgar todos os pedidos liminarmente improcedentes e o autor não recorrer, o réu será
somente intimado, mesmo que não tenha sido anteriormente citado, uma vez que só é citada
uma pessoa que deva integrar o processo, e o réu, neste caso excepcional, não deverá integrar
o processo, pois ele já terá findado.
DICA!
Interposta apelação: réu CITADO para contrarrazoar
NÃO interposta a apelação: réu INTIMADO para ciência
Obs.: em caso de improcedência liminar de parte dos pedidos, a lógica aplicável será a
mesma do julgamento antecipado parcial do mérito: caberá agravo de instrumento
quanto à parte extinta, e o processo prosseguirá no tocante aos demais pedidos.
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Nesta aula, daremos enfoque às respostas do réu mais ordinárias: a contestação e a re-
convenção. As respostas mais excepcionais, como as citadas acima, são tratadas nas aulas
correspondentes aos seus procedimentos.
5.1. Contestação
Trataremos sobre todos os aspectos da contestação mediante comentários individualiza-
dos a cada dispositivo do CPC que lhe for pertinente.
CAPÍTULO VI
DA CONTESTAÇÃO
Que a contestação é a forma ordinária de defesa do réu nos processos em geral, você mui-
to provavelmente já sabia. O art. 335 dispõe sobre o momento processual em que a contesta-
ção deve ser apresentada pelo réu. Acompanhe.
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo
inicial será a data:
A contestação deve ser escrita, em petição, a ser juntada aos autos do processo. no CPC,
não há previsão de contestação oral em audiência, como acontece, em alguns casos, nos Jui-
zados Especiais.
O prazo de 15 dias para a juntada da contestação será contado a partir de diferentes mo-
mentos possíveis, a saber:
O art. 334 impõe que, como regra, deve haver tentativa de conciliação em audiência de con-
ciliação e mediação. A regra, aqui, é simples: se houver audiência de conciliação/mediação, os
15 dias serão contados a partir da data da audiência.
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O PULO DO GATO
A banca poderá tentar te confundir, dizendo que o prazo seria contado somente a partir da jun-
tada da ata da audiência aos autos. Esta informação estaria errada.
O prazo de 15 dias será contado a partir da data da celebração presencial da audiência, se não
houver acordo ou se uma das partes for ausente.
O art. 334, § 4º, inciso I permite às partes pedir para que não ocorr a audiência de conci-
liação/mediação.
Se o autor pedir pelo cancelamento da audiência, e o réu peticionar pedindo a mesma coi-
sa, a audiência não ocorrerá.
Neste caso, os 15 dias para apresentação da contestação serão contados a partir da data
do protocolo do pedido de cancelamento pelo réu.
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
O inciso III aplica-se às ações em que a conciliação não é admitida, em razão do obje-
to da ação. Nestes casos, não terá ocorrido audiência, e nem protocolo de pedido por seu
cancelamento.
Se o direito em litígio não admitir conciliação/mediação, o prazo de 15 dias será contado
de uma das seguintes formas:
1) da juntada aos autos do aviso de recebimento dos Correios, se a citação do réu tiver sido
por esta forma;
2) da juntada aos autos do mandado cumprido pelo Oficial de Justiça, se a citação do réu
tiver sido por esta forma;
3) do término do prazo previsto no edital de citação publicado em Diário de Justiça, se a
citação do réu tiver sido por esta forma;
4) da data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão
ou do chefe de secretaria.
§ 1º no caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial pre-
visto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de
cancelamento da audiência.
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Exemplo: O réu Fábio protocolou o pedido de cancelamento da audiência em 15/03, e será este
o termo inicial dos 15 dias para a contestação; o réu Pedro protocolou em 17/03, e será este o
seu termo inicial, e assim sucessivamente.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor
desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intima-
ção da decisão que homologar a desistência.
Quando o direito envolvido no litígio não admitir a autocomposição (§ 4º, II do art. 334), e
houver mais de um réu, será possível que o autor desista da ação somente em relação a um
deles, mantendo o processo com relação ao outro.
Neste caso, o prazo da contestação será contado a partir da intimação da decisão que
homologar a desistência parcial da ação.
Obs.: A forma de contagem mencionada acima somente se aplica aos processos em que
o direito envolvido não admitir conciliação/mediação. Se o admitir, a forma de conta-
gem será a dos incisos I ou II do artigo ora em comento (335).
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de
fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende pro-
duzir.
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Após o referido momento processual, a parte não poderá apresentar sua defesa nas mes-
mas condições em que poderia apresentar no momento oportuno.
Muitos confundem, no início, os sentidos dos princípios da impugnação especificada e da
eventualidade. Abaixo, apresento a basilar diferenciação entre eles, de modo que você possa
observar claramente a diferença:
EVENTUALIDADE
IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA (art. 336)
(art. 341) Tudo deve ser impugnado NO
TUDO deve ser impugnado MOMENTO CORRETO (na
contestação)
O art. 337 não traça um limite temporal a todas as matérias mencionadas em seus incisos.
Algumas delas podem ser alegadas a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição.
Outras, por sua vez, devem ser alegadas necessariamente em preliminar de contestação, sob
pena de preclusão.
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Ademais, a incompetência absoluta pode ser declarada de ofício pelo juiz, porque o vício
absoluto de competência ofende preceitos de ordem pública, que ultrapassam o mero interes-
se das partes.
Tanto a alegação das partes e do Ministério Público quanto a declaração de ofício pelo juiz,
acerca da incompetência absoluta, podem ocorrer em qualquer tempo ou grau de jurisdição (§
1º). Portanto, mesmo que a incompetência absoluta demore a ser reconhecida, não ocorrerá,
jamais, o fenômeno da prorrogação de competência.
Inépcia, perempção, litispendência, coisa julgada e conexão são questões processuais que
não precluem, e podem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício
pelo juiz.
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Obs.: A correção da irregularidade de representação é feita de acordo com cada contexto: jun-
tada de procuração, realização e juntada do substabelecimento, constituição de novo
advogado etc. Basta que o problema relativo ao advogado, no contexto, desapareça.
O CPC não fixa um prazo certo para a correção do problema com a incapacidade proces-
sual ou com a irregularidade de representação: ele deixa ao arbítrio do juiz a fixação do prazo. É
possível, caso o juiz não tenha fixado nenhum prazo até o momento, que o réu aponte eventual
incapacidade do autor ou defeito na regularidade de sua representação.
Ademais, poderá o réu apontar que o autor deveria ter recebido alguma autorização para
ajuizar a ação, mas não a teve. É o caso das ações que versam sobre direito real imobiliário, em
que o autor precisa do consentimento de seu cônjuge para ajuizar a ação. Se tal consentimento
não tiver sido prestado, poderá o réu impugnar sua falta em preliminar de contestação.
X – convenção de arbitragem;
Estas são as duas condições de ação, e a falta de qualquer delas pode ser apontada a qual-
quer tempo e grau de jurisdição. Logo, a questão processual deste inciso não preclui.
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
Na ação rescisória, por exemplo, é devido um depósito prévio de 5%, pelo autor. Se o juiz
tiver deixado passar este detalhe, poderá o réu impugnar a ausência desse depósito em ques-
tão preliminar de contestação.
Por se tratar de pressuposto processual, a falta de caução ou prestação exigida em lei
pode ser apontada a qualquer tempo e grau de jurisdição. Logo, a questão processual deste
inciso não preclui.
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Se, antes da contestação, o autor tiver recebido o benefício da justiça gratuita, o réu deverá
impugnar tal concessão em preliminar de contestação, sob pena de preclusão.
Após este momento processual, o réu somente poderá impugnar a justiça gratuita concedi-
da ao autor se surgirem novas condições que impeçam o autor de ter tal benefício.
Todas as demais questões processuais elencadas no art. 337 podem ser reconhecidas
tanto pelo juiz, de ofício, quanto pelo réu, por requerimento.
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Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo
invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substitui-
ção do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários
ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou,
sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídi-
ca discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de
indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição
inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2º no prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Quando o autor ajuizar a ação contra um réu que alega que, na verdade, não tem legitimida-
de para atuar no processo (preliminar de ilegitimidade passiva) ou não tem responsabilidade
pelo dano reclamado, o autor terá 15 dias para alterar, em sua petição inicial, o réu contra o
qual pretende litigar.
O prazo de 15 dias para alteração do réu terá início independentemente de o juiz concordar, ou
não, com a ilegitimidade passiva alegada pelo réu.
Portanto, é suficiente para o início do prazo de 15 dias para “troca de réus” que o réu simples-
mente alegue sua ilegitimidade passiva.
Se, após o transcurso do prazo de 15 dias, o autor não trocar o réu, em razão de discordar
da preliminar de ilegitimidade ou simplesmente em razão de silenciar-se, o juiz decidirá se o
réu é, ou não, parte legítima do processo. As consequências possíveis são duas:
1) Se o juiz entender que o réu é parte legítima, o processo terá prosseguimento normal.
2) Entendendo o juiz pela ilegitimidade passiva do réu, o processo será extinto sem reso-
lução do mérito, por falta de preenchimento de todos os aspectos da legitimidade (art. 485,
inciso VI, CPC).
Obs.: A extinção sem resolução do mérito por ilegitimidade passiva somente acontecerá se
o autor perder o prazo de 15 dias para trocar de réus, ou se o autor discordar da ilegiti-
midade e se o juiz entender que, de fato, o réu é parte passivamente ilegítima.
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Se o réu se valer da preliminar de ilegitimidade passiva, e houver alguma razão lógica que
leve a concluir que o réu é capaz, sim, de indicar o sujeito que deva responder pelos fatos (o
legítimo réu), terá ele o dever de indicar, ao mesmo tempo, quem seria o legítimo réu da ação.
Não haverá problemas se o réu demonstrar razões convincentes de que ele não tem conhe-
cimento do sujeito que deva responder pelos fatos narrados na petição inicial. Todavia, se o
réu realmente puder indicar o sujeito responsável e não fizer essa indicação, ele deverá pagar
todas as despesas do processo, bem como deverá indenizar o autor pelos prejuízos que decor-
rerem do seu silêncio no tocante à indicação.
Conclusão: mesmo que o processo acabe extinto sem resolução do mérito por ilegitimida-
de passiva, se o réu deixar de indicar o verdadeiro legitimado quando puder fazer a indicação,
ele pagará as custas processuais e os honorários advocatícios. Trata-se de uma expressão
do princípio da causalidade: quem der causa à extinção do processo (neste caso, o réu, em
razão da impossibilidade de prosseguimento em face do real responsável) deve arcar com as
despesas processuais.
Quando o réu indicar o verdadeiro legitimado ou responsável, o autor poderá tomar uma
de duas atitudes:
1) Dentro do prazo de 15 dias para alteração (aditamento) da petição inicial, poderá excluir
o atual réu e incluir aquele indicado na preliminar de ilegitimidade passiva da contestação.
Neste caso, somente o novo réu (incluído) continuará no processo (art. 339, § 1º, CPC).
• Nesta primeira hipótese, o autor pagará ao advogado do réu excluído (ilegítimo) hono-
rários advocatícios, em montante a ser fixado pelo juiz, respeitado o limite mínimo de
3% e máximo de 5%, calculados sobre o valor da causa (já que nesta fase do processo
ainda não há condenação).
Do VALOR DA CAUSA
Obs.: Se o valor da causa for muito irrisório (baixo), os honorários ao advogado do réu excluí-
do poderão observar a regra do art. 85, § 8º, do CPC: o juiz fixará, de forma equitati-
va (justa), um valor que dignamente remunere a atividade do advogado no processo,
levando-se em conta o tempo despendido, o zelo, o lugar da prestação dos serviços, o
trabalho despendido, a natureza e a importância da causa (art. 85, § 2º, CPC).
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2) Também dentro do prazo de 15 dias para aditamento da inicial, o autor poderá manter o
primeiro réu e incluir, como litisconsorte passivo (outro réu), o sujeito indicado na preliminar de
ilegitimidade. É uma situação em que ambos os réus (o originário e o indicado) permanecerão
no processo (art. 339, § 2º, CPC). Logo, nesta hipótese, não haverá necessidade de pagamento
de honorários de advogado ao primeiro réu, eis que que continua no processo.
Tome muito cuidado para não confundir as regras de substituição de réus (quando há alega-
ção de ilegitimidade passiva na contestação), com o fenômeno da substituição processual.
A substituição processual é sinônimo de legitimidade extraordinária: quando uma pessoa
pleiteia direito alheio em nome próprio, nos casos em que o ordenamento jurídico permitir.
As regras sobre substituição de réus nada têm a ver com substituição processual, no senti-
do técnico.
Obs.: em caso de ilegitimidade passiva manifesta (grosseira), que não dê nenhuma margem
minimamente razoável de dúvida, não haverá nem mesmo o procedimento dos arts.
338 e 339 do CPC: a petição inicial será indeferida (art. 330, inciso II, CPC). Afinal de
contas, aquele procedimento tem utilidade quando o réu tiver alguma possibilidade de
indicar o legítimo réu. Se a ilegitimidade for extremamente patente, a petição inicial
será indeferida antes mesmo da oportunidade de aditamento em 15 dias.
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser pro-
tocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa,
preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de
carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo
da causa.
O réu poderá alegar que o foro onde o autor protocolou a petição inicial é incompetente,
absoluta ou relativamente. Neste caso, poderá o réu protocolar a sua contestação no foro do
seu domicílio, devendo comunicar o juiz imediatamente desse protocolo, preferencialmente
por meio eletrônico.
A contestação será remetida ao juízo onde tiver sido registrada (se for Vara única) ou para
onde tiver sido distribuída a petição inicial (se for um foro com várias Varas).
Se a citação do réu tiver sido por carta precatória, a contestação, protocolada no foro do
seu domicílio, será juntada aos autos da carta precatória, com igual remessa ao juízo onde
tiver sido registrada ou para onde tiver sido distribuída a petição inicial.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a con-
testação ou a carta precatória será considerado prevento.
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O § 2º institui uma excepcionalíssima hipótese em que o juízo prevento será aquele para onde
tiver sido distribuída a contestação, ou, ainda, a carta precatória, se for o caso.
Como regra geral, é prevento o juízo onde for feito o registro da petição inicial, ou para onde
a petição inicial for distribuída (art. 59 do CPC).
No § 2º, vê-se o único caso em que a prevenção do juízo se dará pelo registro ou pela dis-
tribuição da contestação: quando for reconhecida a competência do foro indicado pelo réu em
preliminar de contestação.
Até que seja resolvida a questão da competência relativa ou absoluta, não ocorrerá au-
diência de conciliação/mediação. Somente depois da resolução dessa questão preliminar é
que poderá ser designada nova data para tal audiência, salvo se o objeto da lide não admitir
autocomposição, caso em que o processo terá prosseguimento com a contestação.
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constan-
tes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
DICA!
Se o réu apresentar contestação mas deixar de impugnar um
ou mais fatos, esses fatos, como regra geral, serão presumi-
dos como verdadeiros. É como se fosse uma “revelia parcial”,
a grosso modo.
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De acordo com o art. 392 do CPC, não cabe confissão sobre direitos indisponíveis. Portan-
to, se o réu deixar de impugnar um fato relativo a direitos indisponíveis, não haverá presunção
de veracidade desse fato.
II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do
ato;
A este inciso, aplica-se o mesmo exemplo apresentado no comentário ao inciso III do art.
345, com necessárias adaptações:
Exemplo prático:
João impetra mandado de segurança contra órgão local integrante da estrutura de determina-
do Ministério (integrante da estrutura orgânica da União), por ter este negado a expedição de
certidão requerida em processo administrativo. João alega ter cópia da decisão denegatória,
mas não junta ao processo tal cópia.
Se a falta do documento passar despercebida pelo juiz e a União não impugnar especificada-
mente um ou mais fatos, não serão produzidos efeitos da confissão em relação a eles, pois,
nesse caso, a lei obriga o sujeito a apresentar, juntamente com a petição inicial, o documento
comprobatório da violação de direito líquido e certo (art. 6º da Lei n. 12.016/2009).
É possível que certas alegações sejam contrárias a outros fatos narrados na inicial.
Exemplo: O autor diz que requereu benefício previdenciário perante o INSS, junta comprovan-
te desse requerimento, e dpeois, alega que o réu lhe impediu de ir ao INSS para requerer um
benefício. O último fato está em contradição com o conjunto da defesa, e em relação a ele não
haverá efeito de confissão, se o réu deixar de se manifestar sobre ele.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público,
ao advogado dativo e ao curador especial.
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Revisão
Você se lembra das pessoas que devem ter curadores espe-
ciais (art. 72)?
São os incapazes, se não tiverem representante legal ou se os
interesses deste colidirem com os daqueles, enquanto durar a
incapacidade;
Réu preso revel, bem como, enquanto não for constituído ad-
vogado;
Réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não
for constituído advogado.
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
O art. 342 trata das hipóteses excepcionais em que o réu poderá formular novas alegações
em sua defesa depois de ter apresentado contestação. Trata-se de exceções ao princípio da
eventualidade.
Há matérias que, por lei, podem ser conhecidas pelo juiz de ofício.
Exemplos: Decadência fixada em lei, falta de pressupostos processuais, coisa julgada, litispen-
dência etc.
Em relação a todas as matérias sobre as quais o juiz puder se pronunciar de ofício, o réu
também poderá fazer alegações.
III – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdi-
ção.
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Há matérias que podem ser levantadas pelas partes em qualquer tempo e grau de juris-
dição. Muitas delas se confundem com as mencionadas no inciso II, porque, enquanto o juiz
pode conhecê-las de ofício, elas também podem ser alegadas em qualquer tempo e grau de
jurisdição.
Portanto, apresento-lhe os mesmos exemplos: falta de pressupostos processuais, coisa
julgada, litispendência, incompetência absoluta etc.
5.2. Reconvenção
A Reconvenção é um instituto processual estruturado no CPC que possui o dom de ser, ao
mesmo tempo, uma resposta do réu e uma ação nova.
Isso quer dizer que o oferecimento de Reconvenção só se mostra possível quando outra
pessoa (parte autora e, em seguida, reconvinda) ajuíza uma ação contra o reconvinte (que
oferece a reconvenção). A reconvenção é oferecida na oportunidade de contestação, mas tem
natureza de ação nova, que tramita nos mesmos autos do processo principal, em que foi pro-
tocolada a petição inicial.
DICA!
Reconvinte: é o réu, que apresenta a reconvenção
Reconvindo: é o autor, que se torna réu da reconvenção no
mesmo processo
Abaixo, apresentarei os artigos do CPC que versam sobre a reconvenção, com os comen-
tários cabíveis.
Art. 343. na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, co-
nexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Embora a reconvenção tenha natureza de ação nova – por veicular pretensão própria do
réu (agora reconvinte), os direitos postulados na reconvenção devem ter CONEXÃO com a
ação principal ou com as razões defensivas: devem ter alguma relação com os pedidos formu-
lados na petição inicial do autor, ou direta relação com os fundamentos que justificam a defesa
oferecida em contestação.
Exemplo prático:
Jânio Confeiteiro ME ajuíza ação de consignação em pagamento, depositando em juízo os
valores que entende devidos a Pedrinho, um de seus fornecedores, que desapareceu sem
sequer receber seus créditos.
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Pedrinho, citado, oferece, juntamente com a contestação, uma RECONVENÇÃO, alegando que
os valores depositados por Jânio Confeiteiro ME são muito menores do que o montante real-
mente devido.
Estas duas pretensões conexas (ação principal e reconvenção) tramitarão nos autos do
mesmo processo.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar
resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
O autor será intimado por intermédio de seu advogado, e não diretamente por carta ou qual-
quer outra forma. Este detalhe tem sido muito explorado em provas.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
Se a ação principal for extinta sem resolução do mérito por algum motivo que não prejudi-
que necessariamente a pretensão formulada na reconvenção, o processo seguirá tramitando
somente com a reconvenção.
O réu (reconvinte) não precisa restringir suas pretensões somente contra o autor (reconvin-
do). Ele pode incluir terceiros como litisconsortes do autor/reconvindo.
Abaixo, apresento-lhe exemplo retirado de uma questão da banca VUNESP, que será apre-
sentada em nossa lista de exercícios:
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Exemplo prático:
Paulo, engenheiro, casado, propôs ação de cobrança contra Pedro, médico, casado, alegan-
do que deveria receber o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) pela venda de um automóvel.
Ocorre que Pedro, além de entender que a quantia não é devida, uma vez que já realizou o
depósito, alega que Paulo é quem deveria lhe pagar a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil
reais) relativos à venda de uma casa. Pedro poderá propor reconvenção contra Paulo, podendo
aproveitar o processo para cobrar a esposa de Paulo, também proprietária do imóvel, incluin-
do-a como ré da reconvenção (reconvinda, ao lado do autor), mesmo que ela não tivesse nada
a ver com o processo até esse momento.
É possível que o réu/reconvinte forme litisconsórcio com outra pessoa para apresentar a
reconvenção contra o autor/reconvindo.
O exemplo que te apresentarei é o mesmo anterior, mas com um final diferente.
Exemplo prático:
Paulo, engenheiro, casado, propôs ação de cobrança contra Pedro, médico, casado, alegan-
do que deveria receber o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) pela venda de um automóvel.
Ocorre que Pedro, além de entender que a quantia não é devida, uma vez que já realizou o depó-
sito, alega que Paulo é quem deveria lhe pagar a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)
relativos à venda de uma casa.
Pedro poderá propor reconvenção em litisconsórcio com sua esposa, tendo em vista que sua
reconvenção tem por objeto bem imóvel, que interessa juridicamente a ambos.
Obs.: O CPC de 2015 permite a ampliação subjetiva do processo por meio da reconvenção.
Ampliar subjetivamente significa aumentar o número de sujeitos processuais, que,
neste caso, são novos autores e/ou novos réus.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face
do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de
substituto processual.
Nos dizeres de Marinoni, Arenhart e Mitidiero1, a reconvenção, por ter o dever de veicular
somente pretensões conexas àquelas da ação principal, deve respeitar a identidade subje-
tiva do direito. Isso significa que os direitos discutidos devem ter relação com os seus reais
titulares.
1
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos
mediante procedimento comum. 3. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. v. 2.
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Logo, se o autor do processo, agora reconvindo, for substituto processual do verdadeiro ti-
tular dos direitos ali discutidos, todas as pretensões cobradas na reconvenção também devem
ter relação jurídica com o substituído. Mesmo assim, o reconvindo, o “réu da reconvenção”,
será o substituto processual.
Para simplificar:
A reconvenção é proposta contra o substituto.
Os direitos cobrados na reconvenção são cobrados do substi-
tuído, que será representado pelo seu substituto, o reconvindo.
O Novo CPC permite algo que, antes, não era possível: oferecer SOMENTE Reconvenção,
sem contestação.
Estrategicamente, esta faculdade deve ser exercida com cautela, pois a ausência de con-
testação pode provocar confissão quanto à matéria de fato não contestada.
Logo, a estratégia de apenas oferecer reconvenção somente será adequada quando o ad-
vogado tiver certeza de que todos os fundamentos da reconvenção, por si só, são capazes de
contrapor os fatos e fundamentos apresentados na petição inicial.
CAPÍTULO VIII
DA REVELIA
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor.
A revelia, como regra geral, tem um grande “efeito acessório”. O referido efeito é a confis-
são quanto à matéria de fato, isto é, a presunção de que todos os fatos alegados pela parte
contrária são verdadeiros.
Em ocasiões normais, em caso de revelia do réu, a respectiva confissão já seria a prova
necessária pelo autor para a procedência de seus pedidos.
Entretanto, há casos bem específicos em que, embora de fato ocorra revelia (ausência de
defesa), não ocorre confissão. A consequência disso é que o autor deverá, de qualquer modo,
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comprovar os fatos que alegou, sem poder invocar a confissão a seu favor nestas hipóteses.
Isso porque, nesses casos, não existirá confissão.
Os referidos casos/hipóteses são descritos nos incisos do art. 345, abaixo citado.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos.
Dar-lhe-ei exemplos práticos de cada um desses incisos, para uma completa absorção.
Exemplos práticos:
Inciso I:
O autor, Cláudio, ajuíza ação de cobrança contra Ricardo, devedor principal, e seu fiador, José.
Ricardo apresenta contestação dentro do prazo legal, mas José permanece inerte. Neste caso,
apesar de José não ter contestado e ser revel, ele não será considerado confesso quanto à
matéria de fato.
Inciso II:
Hugo ajuíza ação impugnando o apossamento do Município sobre um de seus bens imóveis,
que teria ocorrido de maneira ilegal (desapropriação indireta). O Município deixa de apresentar
contestação no prazo, e é considerado revel. Neste caso, apesar de revel, o Município não terá
sido confesso quanto à matéria de fato, pois o patrimônio público é, em regra, direito indispo-
nível.
Inciso III:
João impetra mandado de segurança contra órgão local integrante da estrutura de determina-
do Ministério (integrante da estrutura orgânica da União), por ter este negado a expedição de
certidão requerida em processo administrativo. João alega ter cópia da decisão denegatória,
mas não junta ao processo tal cópia.
Se a falta do documento passar despercebida pelo juiz e a União for revel, não serão produzi-
dos efeitos da confissão, pois, nesse caso, a lei obriga o sujeito a apresentar, juntamente com
a petição inicial, o documento comprobatório da violação de direito líquido e certo (art. 6º da
Lei n. 12.016/2009).
Inciso IV:
1) Marcos ajuíza ação de cobrança contra Fernando, postulando o pagamento devido em razão
de contrato de prestação de serviços, no qual Marcos deveria ter ido à lua e voltado ao mesmo
dia com fragmentos do solo lunar (fato inverossímil).
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2) Cláudio postula o pagamento de dívida contratual que não teria sido paga, mas acidental-
mente junta aos autos comprovante bancário que atesta o pagamento desse débito (fato con-
trário às provas dos autos).
Nesses dois casos, os efeitos de confissão não serão produzidos, ainda que o réu não apre-
sente defesa.
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do
ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em
que se encontrar.
O réu revel não é pessoalmente intimado dos atos processuais. Sua intimação é ficta, pois
ocorre mediante publicação das decisões e intimações no Diário Eletrônico do tribunal a que
se vincule o órgão jurisdicional.
A única intimação pessoal que o réu revel recebe é da sentença definitiva. Fora esta,
nenhuma intimação pessoal será direcionada ao réu, mas tão somente por meio de Diários
Eletrônicos.
Quanto à possibilidade de o réu revel intervir no processo, registro que essa possibilidade
existe em qualquer fase do processo, mas, a depender da fase, o réu poderá praticar muitos,
poucos ou nenhum ato processual.
A regra que você precisa levar para a prova é a de que o revel receberá o processo no es-
tado em que se encontrar. Logo, não poderá ele requerer o refazimento de atos processuais
(audiências, perícias etc.) pelo simples fato de não os ter presenciado no momento oportuno.
Para saber mais sobre a possibilidade de o réu requerer a produção de provas, remeto o(a)
aluno(a) ao item 5.3.1. desta aula, logo abaixo.
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde
que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa
produção.
Sim! É possível que o réu revel requeira a produção de provas. Mas esta possibilidade é
muito limitada. Explico.
O réu revel tem o direito de ingressar no processo a qualquer tempo. Todavia, em qualquer
caso, o réu revel receberá o processo no estado em que se encontrar. Isso quer dizer que, se a
fase de especificação das provas já tiver terminado, o réu não poderá requerer nenhum tipo de
prova, a menos que o juiz também tenha interesse na prova requerida pelo réu.
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O art. 370 do CPC dispõe: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar
as provas necessárias ao julgamento do mérito. Veja: o juiz pode determinar a produção de
provas de ofício.
Sabendo disso, podemos concluir que o réu poderá requerer a produção de provas em duas
situações:
1) Se não tiverem ocorrido os efeitos de confissão dos fatos alegados pelo autor (hipóte-
ses do art. 345), e o réu integrar o processo dentro do prazo dado ao autor para especificar as
provas que pretende produzir (art. 348 do CPC).
2) Quando o juiz não se convencer dos fatos alegados pelo autor e determinar de ofício a
produção de determinadas provas, mesmo que o réu seja confesso ou que o autor não requei-
ra determinada prova. Nesse caso, o réu pode indicar alguma prova que entenda pertinente,
e o juiz pode concordar com seu requerimento e deferi-lo para que seja produzida a prova
requerida.
Exemplo prático:
O juiz pode entender que, para comprovar determinados fatos, não é possível basear-se unica-
mente nas alegações do autor: é necessário mais algum elemento (Ex.: perícia grafodocumen-
toscópica para avaliar se determinada assinatura, apontada como falsa, é, de fato, falsa). Se
o réu revel requerer a realização de perícia grafodocumentoscópica, poderá o juiz, se também
entender necessária, deferi-la.
5.3.2. Contumácia
Há ainda que se dar atenção a outro termo jurídico: contumácia. A contumácia consiste na
desobediência de ordens judiciais em geral: ausência em audiência, ausência de manifestação
sobre atos processuais no prazo adequado, falta de esclarecimentos solicitados pelo juiz etc.
De forma mais simples, pode-se afirmar que a contumácia consiste na inércia da parte
para a prática de quaisquer atos processuais no momento oportuno.
Para ilustrar:
CONTUMÁCIA
GÊNERO REVELIA
Espécie
Inércia da parte para a prática de
Ausência de defesa (contestação)
qualquer ato processual
A contumácia é um gênero que abrange a revelia como sua espécie. Afinal de contas,
a revelia consiste na consequência da ausência de defesa, que é somente uma hipótese do
abrangente gênero da contumácia. Esta, por sua vez, compreende a inércia para qualquer ato
processual, inclusive o ato de contestar.
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6. Valor da Causa
Conforme o art. 319, inciso V do CPC, a petição inicial deve sempre indicar o valor da cau-
sa. para entendermos a sistemática do valor da causa, vamos às regras positivadas do CPC
sobre o tema:
TÍTULO V
DO VALOR DA CAUSA
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imedia-
tamente aferível.
O valor da causa tem por utilidade a sua configuração como base de cálculo para cus-
tas processuais, multas, emolumentos e outras despesas/sanções processuais. por esta ra-
zão, não importa se a causa envolve objeto de conteúdo econômico aferível de imediato: deve
ser atribuído algum valor à causa. Esse valor poderá depender de qual seja o objeto da ação
(art. 292).
Outra grande serventia do valor da causa é para a indicação do procedimento a ser seguido.
Se o processo for tramitar perante a Justiça Estadual e tiver até 40 (quarenta) salários mí-
nimos como valor da causa, ele tramitará perante o Juizado Especial Cível, como regra geral.
Se, todavia, o processo tramitar perante a Justiça Federal, ele terá prosseguimento de acor-
do com o rito do Juizado Especial Federal se tiver até 60 (sessenta) salários mínimos como
valor da causa.
Ainda, se o processo tiver, como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os
Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas, e, como
autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, o processo tra-
mitará perante o Juizado Especial da Fazenda Pública (como regra geral) se tiver como valor
da causa montante não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos.
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VII – na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII – na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
Há dois grandes pontos a serem captados no art. 292. O primeiro é que, além da petição
inicial, também se sujeita à obrigatoriedade de indicação de um valor a reconvenção. Portanto,
tanto a ação quanto a reconvenção (que tem natureza de ação nova) devem ter um valor.
O outro grande ponto é que o valor da causa, em muitos casos, depende do objeto da ação.
Os incisos do caput indicam várias espécies de ações, a fim de que o valor da causa siga como
parâmetro, exatamente, o montante indicado no respectivo inciso. Recomendo-lhe a leitura
reiterada desses incisos, porque algumas questões pedem diretamente qual será o valor da
causa em determinada ação, como, por exemplo, a ação indenizatória, cujo valor da causa
será, exatamente, o valor pretendido (inciso V).
Como o próprio nome diz, as prestações vencidas são as que já venceram antes do ajui-
zamento da ação, e as vincendas são as que alcançarão o vencimento durante o curso do
processo. O valor de ambas as prestações devem ser somado para o fim de imputação do
valor da causa.
Todavia, nem sempre serão somadas todas as prestações vincendas para o fim de fixação
do valor da causa. Quando o total das prestações vincendas ultrapassar o período de um ano,
somente será imputado ao valor da causa o montante correspondente a um ano dessas pres-
tações (se forem mensais, 12 prestações vincendas).
Quando o total de prestações vincendas for menor do que um ano, será o caso de cômputo
de todas essas prestações.
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corres-
ponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso
em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
O valor da causa deve constar da petição inicial, mas poderá, a qualquer tempo, ser al-
terado de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes. Portanto, a incorreção do valor da
causa não gera motivo para indeferimento da inicial, eis que pode o juiz, de ofício, corrigir
eventual equívoco.
De qualquer maneira, o autor deverá recolher o valor restante das custas processuais, quan-
do o valor da causa for aumentado para maior. Se o valor da causa for corrigido para menor, o
excesso é restituído à parte autora (que pagou as custas iniciais).
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Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor,
sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das
custas.
O juiz pode alterar o valor da causa de ofício em qualquer momento do processo. O réu,
todavia, somente poderá impugnar o valor da causa até a contestação, sob pena de perder a
faculdade processual de requerer essa modificação (preclusão).
É claro que a preclusão somente se aplica ao réu, não impedindo o juiz de alterar, de ofício,
o valor da causa.
Sobre o valor da causa, é importante conhecer ainda um detalhe pertinente à tutela provisória
antecipada em caráter antecedente.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.
§ 4º na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa,
que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
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EXERCÍCIOS
001. (2019/FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS) O
juiz, em seu primeiro contato com petição inicial que discute matéria exclusivamente de di-
reito (sendo, portanto, dispensada a instrução probatória), verifica que o pedido do autor está
em divergência com o entendimento pacificado pela jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, consolidado pela edição de uma súmula. Nessa situação, o Código de Processo Civil
determina que o magistrado
a) determine que o autor emende a petição inicial.
b) indefira a petição inicial.
c) julgue liminarmente improcedente o pedido.
d) determine a citação do réu.
e) julgue extinto o processo sem resolução do mérito por carência da ação.
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a) havendo substituição processual, o substituído não poderá intervir como assistente litis-
consorcial;
b) em caso de desistência infundada ou abandono da ação civil pública por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado não poderá assumir a titularidade ativa, deven-
do ser ajuizada nova demanda;
c) em caso de assistência simples, o assistente não poderia ser substituto processual do as-
sistido, na hipótese de revelia ou omissão;
d) compete ao Ministério Público acompanhar as ações de alimentos em favor de crianças e
adolescentes, não possuindo, porém, legitimidade para promovê-las;
e) em caso de reconvenção, se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar
ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do
autor, também na qualidade de substituto processual.
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a) Caso Pedro proponha a reconvenção, Paulo será citado, pelo correio, para apresentar res-
posta no prazo de 5 (cinco) dias.
b) Caso Paulo desista da ação de cobrança, haverá óbice quanto ao prosseguimento da recon-
venção proposta por Pedro.
c) Pedro poderá propor reconvenção independentemente de oferecer contestação na ação
de cobrança.
d) Pedro poderá propor reconvenção contra Paulo, mas não poderá aproveitar o processo para
cobrar a esposa de Paulo, também proprietária do imóvel.
e) Pedro não poderá propor reconvenção em litisconsórcio com sua esposa caso ela não tenha
sido citada na ação de cobrança para pagamento do automóvel.
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a) julgar liminarmente improcedente o pedido, sem a citação do réu, desde que o pedido con-
trarie enunciado de súmula de tribunal regional federal.
b) determinar a citação do réu para apresentar contrarrazões no prazo de quinze dias, se hou-
ver julgamento liminar de improcedência do pedido e interposição do recurso de apelação,
desde que inexista retratação do magistrado.
c) julgar liminarmente procedente o pedido, sem a citação do réu, se o pedido estiver de acordo
com súmula vinculante do STF.
d) julgar antecipadamente o mérito em caso de revelia, ainda que o réu tenha requerido a pro-
dução de provas.
e) julgar liminarmente improcedente o pedido, sem a citação do réu, o que dará ensejo à repro-
positura da demanda pelo autor.
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Situação hipotética: em sede de liquidação de sentença, a parte impugnou decisão judicial que
incluiu na condenação juros de mora e correção monetária, sob o fundamento de configurar
julgamento extra petita. Assertiva: Nesse caso, a parte agiu erroneamente, porque a fixação de
juros de mora e correção monetária constitui pedido implícito.
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a) o valor do dano material apenas, porque o dano moral deverá ser requerido de forma genérica.
b) o fixado pelo magistrado segundo seu prudente arbítrio.
c) o indicado pelo autor, segundo critérios de equidade e proporcionalidade.
d) o total decorrente da soma do valor pedido a título de dano moral e de dano material.
e) o valor do maior dos pedidos realizado pela parte autora.
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c) O autor poderá, até o saneamento do processo, alterar o pedido ou a causa de pedir, indepen-
dentemente de consentimento do réu.
d) A petição inicial será considerada como inepta e indeferida pelo juiz nos casos em que se
verificar a ocorrência de decadência ou de prescrição.
e) Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz julgará liminarmente improcedente o
pedido que contrariar o enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
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a) Se o réu alegar na contestação não ser o responsável pelo prejuízo invocado, deverá o juiz
extinguir liminarmente o processo com resolução de mérito em seu favor.
b) É admitida a formação de litisconsórcio na reconvenção, seja ele ativo ou passivo, com a
integração de terceiro na demanda.
c) na hipótese de haver alegação de incompetência absoluta, a contestação deverá ser proto-
colada junto ao foro que o réu entende competente, cabendo a este definir o juízo perante o
qual tramitará a ação.
d) A desistência da ação ou mesmo a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito obsta a análise da reconvenção, por haver nítida relação de subordinação.
e) Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar a existência de incompetência relativa, a
qual, por ser de ordem pública, pode, inclusive, ser conhecida de ofício pelo juiz.
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a) é revel e, por isso, o juiz deverá julgar procedente a ação e condená-lo ao pagamento do valor
requerido por André.
b) é revel, mas a revelia não irá produzir o efeito de presunção de veracidade dos fatos alega-
dos por André, uma vez que a ação trata sobre direitos indisponíveis.
c) é revel e, por isso, deve-se presumir a veracidade quanto aos danos narrados na petição ini-
cial, no entanto, a presunção de veracidade não alcança a definição do quantum indenizatório
indicado pelo autor.
d) não é revel, considerando se tratar de direitos indisponíveis.
e) não é revel, uma vez que por entender absurdo o pedido, entende que as alegações de fato
formuladas pelo autor são inverossímeis.
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Gustavo Deitos
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GABARITO
1. c 37. C 73. C
2. b 38. C
3. d 39. C
4. e 40. C
5. C 41. E
6. b 42. d
7. a 43. e
8. d 44. C
9. a 45. b
10. e 46. e
11. c 47. a
12. c 48. E
13. a 49. a
14. a 50. b
15. c 51. d
16. c 52. c
17. d 53. e
18. e 54. C
19. b 55. E
20. d 56. d
21. a 57. b
22. d 58. e
23. b 59. c
24. e 60. a
25. E 61. c
26. C 62. a
27. E 63. b
28. C 64. C
29. E 65. C
30. C 66. E
31. E 67. C
32. C 68. C
33. E 69. E
34. E 70. E
35. C 71. E
36. E 72. e
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GABARITO COMENTADO
001. (2019/FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS) O
juiz, em seu primeiro contato com petição inicial que discute matéria exclusivamente de di-
reito (sendo, portanto, dispensada a instrução probatória), verifica que o pedido do autor está
em divergência com o entendimento pacificado pela jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, consolidado pela edição de uma súmula. Nessa situação, o Código de Processo Civil
determina que o magistrado
a) determine que o autor emende a petição inicial.
b) indefira a petição inicial.
c) julgue liminarmente improcedente o pedido.
d) determine a citação do réu.
e) julgue extinto o processo sem resolução do mérito por carência da ação.
Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
Letra c.
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a) Errada. Deve o mesmo juízo ser competente para apreciar ambos (art. 327, § 1º, inciso II, CPC).
b) Certa. São os requisitos dos incisos II e III do § 1º do art. 327.
c) Errada. Os pedidos devem ser compatíveis entre si (art. 327, § 1º, inciso I, CPC).
d) Errada. Devem os pedidos serem adequados para os mesmos tipos de procedimento (art.
327, § 1º, inciso III, CPC).
e) Errada. Deve ser competente para conhecer deles o mesmo juízo e ser adequado para to-
dos os pedidos o mesmo tipo de procedimento. São os requisitos dos incisos II e III do § 1º
do art. 327.
Letra b.
a) Errada. O caput do art. 332 dispensa a citação do réu para a improcedência liminar: “Nas
causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: (…)”.
b) Errada. O § 1e do art. 332 permite a constatação de decadência de ofício. Conforme o art.
210 do Código Civil, o juiz pode conhecer a decadência de ofício quando ela for estabelecida
em lei, e não fruto de contrato.
c) Errada. Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. (art. 332, §
3º do CPC).
d) Certa. É a regra do caput do art. 332: “Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que con-
trariar: (…)”.
Letra d.
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a) havendo substituição processual, o substituído não poderá intervir como assistente litis-
consorcial;
b) em caso de desistência infundada ou abandono da ação civil pública por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado não poderá assumir a titularidade ativa, deven-
do ser ajuizada nova demanda;
c) em caso de assistência simples, o assistente não poderia ser substituto processual do as-
sistido, na hipótese de revelia ou omissão;
d) compete ao Ministério Público acompanhar as ações de alimentos em favor de crianças e
adolescentes, não possuindo, porém, legitimidade para promovê-las;
e) em caso de reconvenção, se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar
ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do
autor, também na qualidade de substituto processual.
a) Errada. Conforme o art. 18, parágrafo único, “havendo substituição processual, o substituído
poderá intervir como assistente litisconsorcial”.
b) Errada. Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitima-
da, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa (art. 5º, § 3º, Lei n.
7.347/1985).
c) Errada. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será consi-
derado seu substituto processual (art. 121, parágrafo único do CPC).
d) Errada. Por se tratar de interesse de incapaz (art. 178, II, CPC), o MP pode, também, ajuizar
ações para o exercício de suas atribuições institucionais, conforme o art. 177, caput, CPC.
e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 343, § 5º do CPC.
Letra e.
O art. 105 do CPC, que prevê os poderes específicos, não prevê que seja necessário algum po-
der especial para receber intimação de reconvenção. e o art. 343, § 1º do CPC determina que
a intimação da reconvenção será direcionada ao advogado do autor-reconvindo, para resposta
em 15 dias.
Certo.
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a) Errada. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença
(art. 332, § 2º).
b) Certa. Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. (art. 332, § 3º do CPC).
c) Errada. É possível o pedido antes da distribuição, caso em que o pedido será apreciado pelo
relator (art. 932, II, CPC).
d) Errada. O prazo terá início após a citação do réu para oferecer contrarrazões (art. 332, § 4º,
CPC), eis que neste momento processual ele ainda não terá integrado o processo.
e) Errada. O relator torna-se prevento para apreciar o pedido de tutela provisória em recurso,
após sua distribuição (art. 930, parágrafo único, CPC).
Letra b.
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II – Errado. O item excluiu outra hipótese existente para a admissibilidade do pedido genérico:
“quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu” (art. 324, § 1º, III, CPC).
III – Errado. Não é necessária conexão, muito menos continência, para a cumulação. É a regra
do art. 327: “É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedi-
dos, ainda que entre eles não haja conexão”.
IV – Certo. É a regra literal do art. 328 do CPC.
Letra d.
Somente uma contestação é que pode ser apresentada pelo réu, e nela deve ser alegada toda
a matéria de defesa, expondo-se as razões de fato e de direito com que se impugna o pedido
do autor e especificando-se as provas que se pretende produzir (art. 336). Depois de apresen-
tada uma contestação, toda e qualquer matéria de defesa não alegada ficará acobertada pela
preclusão consumativa. É consumativa a preclusão quando causada pela já realização de um
ato, que não pode ser repetido; nesses casos, a repetição do ato é preclusa, pois a prática do
ato já está consumada.
Letra a.
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a) Errada. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o fundamen-
to da defesa (art. 343, caput, CPC).
b) Errada. Conforme o § 6º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser apresentada isolada-
mente, mesmo sem contestação.
c) Certa. É a regra literal do § 5º do art. 343 do CPC.
d) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a recon-
venção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em nada in-
terferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
e) Errada. Conforme o § 4º, é possível que o réu ofereça reconvenção em litisconsórcio
com terceiro.
Letra c.
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NOÇÕES DE DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
Gustavo Deitos
a) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a recon-
venção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em nada in-
terferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
b) Errada. No processo civil, certamente a parte estará assistida por advogado, e a intimação
para resposta à reconvenção deverá ocorrer na pessoa do advogado (art. 343, § 1º, CPC).
c) Certa. É a regra literal do § 5º do art. 343 do CPC.
d) Errada. De acordo com o § 3º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser proposta contra
o autor e terceiro. A parte final está correta (§ 4º).
e) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (§ 6º
do art. 343 do CPC).
Letra c.
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Teoria Geral do Processo e Procedimento Comum
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a) Certa. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o fundamen-
to da defesa (art. 343, caput, CPC).
b) Errada. De acordo com o § 3º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser proposta contra
o autor e terceiro.
c) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a recon-
venção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em nada in-
terferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
d) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (§ 6º
do art. 343 do CPC).
e) Errada. Conforme o art. 791-A, § 5º, da CLT, são devidos honorários de sucumbência na
reconvenção.
Letra a.
a) Certa. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o fundamen-
to da defesa (art. 343, caput, CPC).
b) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (§ 6º
do art. 343 do CPC).
c) Errada. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o funda-
mento da defesa (art. 343, caput, CPC).
d) Errada. Conforme os §§ 3º e 4º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser proposta contra
o autor e terceiro, e, inclusive, em litisconsórcio com terceiro. Logo, o litisconsórcio na recon-
venção pode ser ativo (§ 4º) ou passivo (§ 3º).
e) Errada. Vide comentário à letra d.
Letra a.
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Pegadinha da banca. Seria contestação (em questão preliminar) se o processo ainda estivesse
na fase de conhecimento. Como ele já estaria em fase de cumprimento de sentença, a respos-
ta do réu seria a impugnação ao cumprimento de sentença (art. 525, § 1º, inciso VI, CPC). Os
embargos à execução somente cabem em processos autônomos de execução. A exceção de
incompetência não mais existe, e a exceção de pré-executividade é uma petição avulsa, cabível
na fase de cumprimento de sentença ou na execução autônoma, para alegar nulidade decor-
rente de matéria de ordem pública, cognoscível de ofício pelo juiz.
Letra c.
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a) Errada. Paulo, reconvinte, seria intimado na pessoa de seu advogado, para apresentar res-
posta no prazo de 15 (quinze) dias (art. 343, § 1º, CPC).
b) Errada. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, § 2º, CPC).
c) Certa. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (art.
343, § 6º, CPC).
d) Errada. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro 9art. 343, § 3º, CPC).
Logo, a esposa do reconvindo também poderá ser reconvinda na reconvenção.
e) Errada. A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro (art. 343,
§ 4º, CPC). Logo, sua esposa também poderá atuar como reconvinte.
Letra c.
De acordo com o art. 322, § 1º, “compreendem-se no principal os juros legais, a correção mo-
netária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios”. Logo, o juiz não
deferiu nada mais e nada menos que o pedido, pois juros moratórios legais, correção monetá-
ria e honorários de sucumbência consideram-se incluídos implicitamente no pedido do autor.
Letra d.
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c) emendar ou completar a petição, no prazo de 5 (cinco) dias, para correção dos defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito.
d) até o saneamento do processo, alterar o pedido, com consentimento do réu, não sendo fa-
cultado o requerimento de prova suplementar.
e) até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consen-
timento do réu.
De acordo com o art. 329 do CPC, O autor pode, até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a
causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; e, até o saneamento do proces-
so, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, sendo assegurado
o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quin-
ze) dias, e facultado o requerimento de prova suplementar.
Letra e.
a) Errada. Súmula de TRF não é precedente específico que sustenta a improcedência liminar do
pedido, por não constar do rol do art. 332 do CPC.
b) Certa. É a regra do art. 332, § 4º do CPC. para apresentar contrarrazões, o réu será citado,
por não ter integrado o processo até então.
c) Errada. Pegadinha da banca. A Súmula Vinculante não justifica a improcedência liminar do
pedido, por não constar do rol do art. 332.
d) Errada. Havendo requerimento de prova, é impossível o julgamento antecipado do mérito
sem a apreciação da necessidade da prova requerida.
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e) Errada. A improcedência liminar produz coisa julgada material, pois se trata de improcedên-
cia propriamente dita, mesmo que liminar. Portanto, como regra, não pode ser proposta nova
ação com o mesmo objeto, mas tão somente ação rescisória, se atendido um dos requisitos
do art. 966 do CPC.
Letra b.
a) Certa. Trata-se da regra expressa e literal do art. 339, caput, primeiro período.
b) Errada. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser
protocolada no foro de domicílio do réu (art. 340 do CPC).
c) Errada. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação (art. 64 do CPC c/c art. 337, II, CPC).
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d) Errada. A indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça pode ser alegada pelo
réu em preliminar de contestação (art. 337, XIII, CPC).
e) Errada. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro (art. 343, § 3º, CPC).
Letra a.
a) Errada. O referido termo inicial será a data do protocolo do pedido de cancelamento da au-
diência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ambas as partes mani-
festarem desinteresse na composição consensual (art. 335, II, CPC).
b) Errada. Neste caso, o termo inicial será a data da audiência de conciliação ou de mediação,
ou da última sessão de conciliação, isto é, a data do encontro presencial.
c) Errada. O prazo é de 15 dias (art. 338 do CPC).
d) Certa. É a regra literal do art. 340 do CPC.
e) Errada. O art. 342 do CPC elenca algumas alegações que podem ser feitas pelo réu após a
contestação: as relativas a direito ou a fato superveniente, quando competir ao juiz conhecer
delas de ofício e quando, por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer
tempo e grau de jurisdição (incisos I a III).
Letra d.
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a) Errada. O caput do art. 332 dispensa a citação do réu para a improcedência liminar: “Nas
causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: (…)”.
b) Certa. Trata-se da hipótese prevista no art. 332, inciso III do CPC.
c) Errada. O art. 332, § 1º dispõe que “o juiz também poderá julgar liminarmente improcedente
o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição”.
d) Errada. Tal hipótese não é prevista no rol de hipóteses do art. 332 do CPC.
e) Errada. Tal hipótese não é prevista no rol de hipóteses do art. 332 do CPC.
Letra b.
A questão cobrou diretamente a regra do art. 345, inciso II do CPC: “A revelia não produz o
efeito mencionado no art. 344 se (…) o litígio versar sobre direitos indisponíveis”. As demais
alternativas foram inventadas pelo examinador.
Letra e.
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Conforme o art. 323 do CPC, as prestações sucessivas serão consideradas incluídas no pedido
independentemente de declaração expressa do autor. Trata-se de um dos pedidos implícitos,
ao lado daqueles previstos no art. 322, § 1º.
Errado.
O art. 322, § 1º do CPC prevê que se compreendem no principal os juros legais, a correção mo-
netária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. Portanto, a fixação
de juros de mora e correção monetária constitui pedido implícito.
Certo.
Somente nas restritas hipóteses do art. 332 do CPC é que é possível a improcedência liminar
do pedido. Portanto, não é qualquer acórdão esparso de tribunal superior que possibilita essa
forma especial de julgamento.
Errado.
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Tanto a incompetência territorial quanto o valor da causa deverão ser alegados como prelimi-
nares da contestação.
A banca considerou a regra literal do art. 337, incisos II e III, da qual se depreende que o réu tem
o dever de alegar em preliminar de contestação (antes de discutir o mérito, como diz o caput do
art. 337) a incompetência absoluta e relativa e a incorreção do valor da causa. Ademais, o art.
293 do CPC prevê que “o réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído
à causa pelo autor, sob pena de preclusão”, e o art. 64 prevê que “a incompetência, absoluta ou
relativa, será alegada como questão preliminar de contestação”.
Certo.
Tem-se por efeito material da revelia a confissão quanto à matéria de fato. Como o crédito fis-
cal, titularizado pela Fazenda Pública, constitui direito indisponível, eventual revelia da Fazenda
não produzirá os efeitos da confissão (art. 345, II, CPC).
Errado.
Como a litispendência e a coisa julgada são matérias de ordem pública, mesmo que o réu não
as alegue, elas poderão ser conhecidas de ofício pelo juiz ou pelo tribunal a qualquer tempo, e
em qualquer grau de jurisdição. O art. 485, § 3º do CPC dispõe que “O juiz conhecerá de ofício
da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquan-
to não ocorrer o trânsito em julgado”. Vale destacar que o inciso IV do art. 485, mencionado
pelo § 3º, é o que cita a litispendência e a coisa julgada.
Certo.
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Como no referido processo há dois réus e um deles contestou a ação, o réu que não tiver con-
testado (Eduardo) não sofrerá os efeitos da confissão, conforme o art. 345, inciso I do CPC.
Errado.
A improcedência liminar do pedido pode ocorrer mesmo antes da citação do réu, conforme o
caput do art. 332. Todavia, não haveria problemas se a improcedência liminar fosse senten-
ciada após a contestação, se o juiz verificar hipótese de cabimento desta espécie de impro-
cedência. Afinal, o art. 332, inciso I prevê que o juiz julgará liminarmente improcedente o pedi-
do que contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça.
Certo.
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veículo envolvido no acidente. no entanto, por ter sido descumprido o referido pacto, Roberta
ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal, e Eduardo
não realizou esse ato processual.
Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o
item seguinte.
Se, na petição inicial apresentada por Roberta, faltarem provas indispensáveis à demonstração
da verdade dos fatos por ela alegados, o juiz deverá indeferir imediatamente a inicial.
O indeferimento da petição inicial ocorrerá se não forem juntados, com a inicial, os documen-
tos indispensáveis à propositura da ação (art. 320 do CPC). Aqueles que se destinarem à de-
monstração da verdade dos fatos podem ser juntados posteriormente, pois não se relacionam
com pressupostos processuais.
Errado.
O caput do art. 332 dispensa a citação do réu para a improcedência liminar: “Nas causas que
dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmen-
te improcedente o pedido que contrariar: (…)”.
Errado.
Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discuti-
da sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar
o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
Certo.
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Caso sejam constatadas irregularidades que dificultem o julgamento do mérito, o juiz dará ao
autor o prazo de 15 dias para que emende a petição inicial (art. 321 do CPC), e não existe ne-
nhuma exigência legal de que o réu deva concordar com a oportunidade de emenda. Inclusive,
cabe ressaltar que, no momento da emenda da inicial, é bem possível que o réu sequer tenha
sido citado.
Errado.
O art. 327, § 1º, inciso I do CPC estabelece como requisito de admissibilidade da cumulação
de pedidos que os pedidos sejam compatíveis entre si. O § 3º do mesmo artigo dispõe que “O
inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326”. O art. 326, ali
mencionado, trata das hipóteses de cumulação imprópria, que se referem aos pedidos subsi-
diários (caput) e alternativos (parágrafo único).
Certo.
O art. 328 dispõe: “Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não par-
ticipou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito”.
Como o credor poderá pedir o cumprimento de sentença para receber seu crédito, ele atuará
em busca de direito próprio ao pedir por sua parte e em busca de direito alheio quando solicitar
o cumprimento da sentença que reconhece a exigibilidade da obrigação integral e indivisível,
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pois este pleito é de interesse de todos os demais credores. O mesmo raciocínio se aplica
quando um dos credores ajuíza ação de conhecimento. Logo, neste último aspecto, o credor
que postula o adimplemento da obrigação atua como substituto processual dos demais, eis
que a indivisibilidade da obrigação torna impossível que se peça o adimplemento exclusivo da
parte daquele que postula.
Certo.
Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação
se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumu-
lados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
Certo.
O caput do art. 332 dispensa a citação do réu para a improcedência liminar: “Nas causas que
dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmen-
te improcedente o pedido que contrariar: (…)”. Ademais, o art. 332, inciso I prevê que o juiz
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar enunciado de súmula do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça.
Certo.
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A consequência processual da incorreção do valor da causa não tem nada a ver com suspen-
são do processo. na verdade,
o juiz corrigirá, de oficio e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde
ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes (art. 292, § 3º, CPC).
Errado.
Conforme o art. 292, inciso VI, a causa terá como valor “na ação em que há cumulação de pe-
didos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles”. Cabe ressaltar ainda que
na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido é que será o valor
da causa (art. 292, inciso V).
Letra d.
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a) Errada. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível (art. 291).
b) Errada. O único erro está no final. na verdade, o valor da causa pode funcionar como critério
de fixação de competência relativa, que é a competência em razão do valor. Logo, o processo
pode tramitar no Juizado Especial Cível quando o valor da causa não ultrapassar o montante
fixado em lei (40 salários mínimos). Trata-se, repito, de competência relativa.
c) Errada. O valor da causa não tem o efeito de limitar o valor da condenação.
d) Errada. Deve o valor da causa ser fixado em forma de valor certo e determinado, em moeda
corrente nacional (reais).
e) Certa. Trata-se da regra do art. 292, § 3º:
O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde
ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
Letra e.
O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde
ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
Certo.
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c) ação de alimentos, a soma das parcelas vencidas, acrescidas de 12 (doze) prestações men-
sais pedidas.
d) ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor venal da área ou do bem objeto
do pedido.
e) ação em que os pedidos são alternativos, o de menor valor.
a) Errada. na ação de cobrança de dívida, o valor da causa será a soma monetariamente corri-
gida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de
propositura da ação (art. 292, inciso I).
b) Certa. É a regra literal do art. 292, inciso II.
c) Errada. na ação de alimentos, o valor da causa será a soma de 12 (doze) prestações men-
sais pedidas pelo autor (art. 292, inciso III).
d) Errada. na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor da causa será o de
avaliação da área ou do bem objeto do pedido (art. 292, inciso IV).
e) Errada. na ação em que os pedidos são alternativos, o valor da causa será o de maior valor
(art. 292, inciso VII).
Letra b.
a) Errada. Quando o valor da causa for irrisório, o juiz fixará o valor dos honorários por aprecia-
ção equitativa (art. 85, § 8º, CPC).
b) Errada. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (…) na ação
indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido (art. 292, V, CPC).
c) Errada. O art. 292, § 3º, permite ao juiz corrigir de ofício o valor da causa, sem sujeição à
preclusão destinada à parte contrária, nestes termos:
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a) Certa. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, § 2º, CPC).
b) Errada. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção (art. 292, caput, CPC).
c) Errada. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro e pelo réu em litisconsór-
cio com terceiro (art. 343, §§ 3º e 4º).
d) Errada. São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença,
provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativa-
mente (art. 85, § 1º).
e) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (art.
343, § 6º).
Letra a.
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Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: (…)
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
Letra a.
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Os quatro itens correspondem a reproduções de partes dos incisos I a IV do art. 332 do CPC.
Letra d.
A alternativa “c” é a única que se enquadra entre as hipóteses do art. 330, caput, do CPC (neste
caso, no inciso III).
Letra c.
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a) Errada. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
ainda que entre eles não haja conexão (art. 327 do CPC).
b) Errada. Dispõe o art. 324, § 1º:
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Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo
invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para subs-
tituição do réu (art. 338, caput, CPC).
Certo.
Na cumulação imprópria subsidiária, permitida pelo art. 326 do CPC, o autor apresenta um
pedido principal, que é de sua preferência, e, sabendo da possibilidade de o pedido principal
ser indeferido, o autor pede ao juiz que, caso não acolha o pedido principal, acolha um outro
pedido (subsidiário). O item da questão retratou a cumulação imprópria alternativa.
Errado.
É a regra do art. 337, inciso II, do CPC. Registro que a incompetência absoluta é questão de
ordem pública e, caso não alegada em preliminar de contestação, poderá ser alegada poste-
riormente. A questão, no entanto, restringiu-se à literalidade do CPC.
Letra d.
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a) Errada. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial
para substituição do réu (art. 338, caput, CPC).
b) Certa. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro e/ou em litisconsórcio com
terceiro (art. 343, §§ 3º e 4º).
c) Errada. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser
protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da
causa, preferencialmente por meio eletrônico (art. 340 do CPC). Quem definirá a competência
será o juízo onde tramita de forma principal o processo.
d) Errada. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, § 2º, CPC).
e) Errada. A incompetência relativa, se não alegada em preliminar de contestação, é prorroga-
da, e não pode ser declarada de ofício pelo juiz (art. 337, § 5º, CPC).
Letra b.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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A revelia consiste em presunção de veracidade dos fatos, e não do direito. A existência ou não
do direito, em decorrência do fato presumido como verdadeiro, será aferida pelo juiz.
Letra c.
Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias,
retratar-se (art. 331, caput, CPC). Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para res-
ponder ao recurso (§ 1º).
Letra a.
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Caro(a) aluno(a), o professor entende que esta questão teria, a rigor, dois gabaritos: A e B. Ex-
plicarei nos comentários.
a) Errada. Entendo que esta alternativa também estaria correta, em razão de a jurisdição vo-
luntária ter essência predominantemente administrativa. Inclusive, a questão de n. 64 deste
material, também da CESPE, afirma: “Na jurisdição voluntária não há lide: trata-se de uma for-
ma de a administração pública participar de interesses privados”. A CESPE, na oportunidade,
considerou esta afirmação como correta. A banca VUNESP, na questão de n. 1 deste material,
também considera a jurisdição voluntária como de caráter administrativo. Nesta questão, o
elaborador, provavelmente, estava pensando somente na jurisdição contenciosa, que, por sua
vez, não tem caráter administrativo.
b) Certa. A ação rescisória, de objeto especial (desconstituição de coisa julgada), pertence à
jurisdição contenciosa, pois envolve interesses opostos. Logo, não há razão que justifique o
tratamento da ação rescisória de forma estranha.
c) Errada. Inevitabilidade é sinônimo de inafastabilidade, neste contexto. Inafastabilidade con-
siste no pleno poder do Judiciário para apreciar lesões ou ameaças a direitos. Isso nada tem a
ver com o número de indivíduos alcançados.
d) Errada. Cartas rogatórias destinam-se a órgãos estrangeiros.
e) Errada. Cidadãos estrangeiros também podem valer-se do direito de ação e, portanto, pro-
vocar a jurisdição.
Letra b.
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Essa é, de fato, a regra geral. Veja o que dispõe o art. 318, caput, do CPC: “Aplica-se a todas as
causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei”.
Certo.
Dispõe o art. 318, parágrafo único, do CPC: “O procedimento comum aplica-se subsidiariamen-
te aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução”.
Errado.
É esta a regra do art. 1.046, caput, do CPC: “Ao entrar em vigor este Código, suas disposições
se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de
janeiro de 1973”.
Certo.
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Tal preceito básico pertence ao processo de execução. A questão misturou processo e proce-
dimento. Afinal, procedimento comum é uma parte integrante do processo de conhecimento,
que se aplica a todas as causas, como regra geral. Todas as ações que não tiverem um proce-
dimento especial definido em lei tramitarão de acordo com o conjunto de regras que compõe
o procedimento comum.
Errado.
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II – O indivíduo que possua título executivo extrajudicial pode optar por ajuizar ação de co-
nhecimento em detrimento do processo de execução e, dessa forma, obter título de nature-
za judicial.
III – Considere que João tenha requerido o cumprimento de sentença que condenou Marcela
a lhe pagar a quantia de cem mil reais. Nesse caso, o Código de Processo Civil (CPC) permite
que a devedora seja intimada na pessoa de seu advogado, devidamente constituído nos autos,
por meio de publicação no Diário da Justiça, para cumprir a sentença.
IV – em ação que contenha pedido de reconhecimento de paternidade cumulado com pedido
de alimentos, ainda que já seja possível a execução provisória em razão do recurso do réu ter
sido recebido apenas no efeito devolutivo, o prazo prescricional para o cumprimento da sen-
tença que condene o réu ao pagamento de verba alimentícia retroativa não se iniciará antes do
trânsito em julgado da sentença que reconheça a paternidade.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
I – Errado. Conforme o Informativo n. 861 do STF, “Incidem os juros da mora no período com-
preendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório”.
II – Certo. Trata-se da regra do art. 785 do CPC: “A existência de título executivo extrajudicial
não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo
judicial”.
III – Certo. Trata-se, exatamente, da regra geral de intimação para cumprimento de sentença:
por intermédio do advogado, mediante publicação da intimação no Diário de Justiça (art. 513,
§ 2º, inciso I).
IV – Certo. Prazos prescricionais para cumprimento de sentença somente se iniciam após o
trânsito em julgado do título executivo. Neste caso, somente se inicia tal prazo após o trânsito
em julgado da decisão que reconhecer a paternidade (Informativo n. 607 do STF).
Letra e.
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