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CIVIL
Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
Sumário
Sentença, Coisa Julgada e Liquidação. . .......................................................................................................3
1. Sentença............................................................................................................................................................................4
2. Coisa Julgada.. .............................................................................................................................................................27
3. Liquidação de Sentença........................................................................................................................................34
Questões de Concurso................................................................................................................................................40
Gabarito...............................................................................................................................................................................53
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................54
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
1. Sentença
O estudo da sentença, no processo civil, envolve a análise dos requisitos e elementos es-
senciais da sentença, dos parâmetros de sua fundamentação, das condições em que proferida
e do resultado processual decorrente da sentença, especialmente quanto à resolução, ou não,
do mérito em apreciação.
O CPC traz o conceito de sentença no § 1º do art. 203, nos seguintes termos: “sentença é o
pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
É necessário diferenciar a sentença de outras decisões judiciais específicas. A decisão
interlocutória é a decisão do juiz que pode, ou não, resolver o mérito, mas não põe fim à fase
cognitiva. O despacho é qualquer ato praticado pelo juiz no processo, sem significativo caráter
decisório. Os acórdãos são as decisões proferidas por órgãos jurisdicionais colegiados, como
as Turmas dos Tribunais.
Obs.: Muitas das disposições aplicáveis às sentenças, como elementos essenciais e requi-
sitos, também se aplicam aos acórdãos.
De acordo com o CPC, a sentença pode pôr fim a dois tipos de processos:
• 1) Procedimento comum em fase de conhecimento (antes do cumprimento de sentença);
• 2) Execução autônoma, em que o exequente pleiteia a satisfação de um título executivo
extrajudicial.
Quando estudamos a teoria geral do processo, nos deparamos com a chamada teoria
quinária das ações, cujas pretensões podem ser declaratórias, constitutivas, condenatórias,
mandamentais e executivas.
O resultado final dessas ações advirá da sentença. Logo, também se aplica a teoria qui-
nária para o estudo dos conteúdos das sentenças judiciais. Logo, pode-se falar em sentença
declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental e/ou executiva.
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Exemplo: Mandado de segurança, Habeas data, ação fundada em obrigação de fazer ou não fazer.
Nas sentenças mandamentais, o comando expedido pelo juiz (mediante mandado judicial,
normalmente) é cumprido pelo próprio devedor. Este cumprimento ocorre sob certa pressão,
como a cominação de multa, previsão da possibilidade de busca e apreensão etc.
É neste ponto que reside a diferença crucial entre a sentença mandamental e a sentença exe-
cutiva lato sensu, que é a próxima a ser estudada.
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O ponto que diferencia a sentença executória lato sensu da sentença mandamental é este:
quem cumprirá o comando judicial.
Perceba que as sentenças são tradicionalmente classificadas em uma dentre cinco cate-
gorias. Este fato enquadra a referida classificação na teoria quinária (quíntupla) das ações e
sentenças, pois podem ser classificadas de cinco formas.
Alguns doutrinadores (mais conservadores) adotam a teoria ternária (trinária) das ações
e sentenças, reconhecendo somente a declaratória, a constitutiva e a condenatória (três cate-
gorias). Em questões de concurso, são cobradas as cinco categorias – inclusive a executória
lato sensu e a mandamental –, razão pela qual recomendo a consideração da teoria quinária.
Professor, não consigo classificar as sentenças com base nesses critérios, uma vez que
existem sentenças que se encaixariam em vários deles. O que eu faço?
Exemplo:
A constituição de uma relação jurídica de prestação de serviços, com o objetivo final de conde-
nação do réu por perdas e danos, geralmente é acompanhada da declaração da existência da
obrigação de prestar os serviços. Ao final, é possível a execução da obrigação descumprida.
Veja que, numa só ação, identificam-se quatro critérios classificadores.
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II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais
de 30 (trinta) dias;
Muito cuidado para não confundir os prazos dos incisos II e III, que são muito invertidos pelas
bancas para tentar confundir o candidato.
Para gravar:
O PULO DO GATO
Constatada a passagem de um ano (negligência das partes) ou de 30 dias (abandono da cau-
sa pelo autor), a providência seguinte NÃO será a extinção imediata do processo. Há alguns
passos anteriores.
Quando o juiz constatar que as partes estão deixando o processo parado por um ano,
ele deverá intimá-las para que deem andamento ao processo, no prazo de 5 dias a contar do
recebimento da intimação. Se elas não tomarem nenhuma providência neste prazo, aí sim, o
processo será extinto sem mérito, por sentença (regra do § 1º deste artigo), e as partes serão
condenadas a pagar as custas proporcionalmente (§ 2º deste artigo).
A mesma regra se aplica quando o juiz constatar que o autor abandonou a causa por mais
de 30 dias: deverá intimá-lo para que dê andamento ao processo (requeira o que entender de
direito) no prazo de 5 dias a contar do recebimento da intimação. Se o autor ficar inerte neste
prazo, aí sim, o processo será, igualmente, extinto sem mérito, por sentença (regra do § 1º des-
te artigo, também), e o autor será condenado a pagar as despesas processuais e os honorários
sucumbenciais (§ 2º deste artigo).
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Verificado que o autor abandonou a causa por mais de 30 dias, e se o réu tiver oferecido
contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor dependerá de reque-
rimento do réu.
Se, todavia, o réu ainda não tiver contestado a ação, o juiz poderá extinguir o processo sem
mérito de imediato, independentemente de qualquer outro requisito. São as regras do § 6º
do art. 485.
Perempção, litispendência e coisa julgada são questões processuais que não precluem, e
podem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício pelo juiz.
• LITISPENDÊNCIA: repetir ação que já estiver em curso, isto é, ajuizar uma ação idêntica
a outra já ajuizada e ainda em andamento.
− Se a ação repetida já tiver transitado em julgado, o fenômeno constatado da reprodu-
ção da ação de forma idêntica será o da COISA JULGADA.
• PEREMPÇÃO: é uma sanção processual que impede uma pessoa de ajuizar nova ação
por determinado tempo, em razão da prática de algum ato ilícito em processo anterior.
Estas são as duas condições de ação, e a falta de qualquer delas pode ser apontada a qual-
quer tempo e grau de jurisdição. Logo, a questão processual deste inciso não preclui.
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reco-
nhecer sua competência;
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Quando as partes tiverem submetido a lide, também, a um árbitro, que tenha prolatado
sentença arbitral, essa sentença somente será oponível contra o juízo se for informada até o
momento da contestação (art. 337, X, CPC). Sendo informada, o processo judicial será extinto
sem resolução do mérito.
O § 6º do art. 337 enuncia a consequência processual da falta de alegação de existência
de convenção de arbitragem entre o autor e o réu: “A ausência de alegação da existência de
convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição
estatal e renúncia ao juízo arbitral.”.
É lícito ao autor desistir da ação, a ser extinta sem mérito, devendo pagar as despesas
processuais decorrentes do ajuizamento da ação (art. 90, caput, CPC), a menos que seja bene-
ficiário da gratuidade de justiça.
A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença (§ 5º deste artigo). Após a
sentença, ficará formada a coisa julgada, e o autor poderá defender suas pretensões somente
por meio de recurso.
Ademais, se o réu já tiver oferecido contestação, a homologação da desistência do autor,
por sentença, dependerá de concordância do réu (§ 4º deste artigo). Afinal de contas, o réu
pode ter interesse no prosseguimento do processo, principalmente se verificar que, em recon-
venção, pode ganhar alguma coisa, ou que os honorários de sucumbência podem ser muito
expressivos.
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
No art. 313, § 2º do CPC existem regras sobre a substituição do autor e do réu em caso
de falecimento destes. Todavia, é possível que o próprio objeto da ação seja totalmente in-
transmissível a terceiros, não podendo o processo ser resolvido sem a presença da pessoa
que faleceu.
Pelo CPC, estão espalhadas várias hipóteses de extinção do processo sem resolução do
mérito, notadamente aquelas inerentes a procedimentos especiais.
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§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a
falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto
ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
Os §§ 1º e 2º do art. 485 foram comentados quando na análise dos incisos II e III do caput,
logo acima, a cuja parte remeto.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e
grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
Cuidado! As hipóteses dos incisos, em que o juiz poderá extinguir o processo sem mérito de
ofício, não são somente as mencionadas no § 3º. Há outros incisos cujos fundamentos até
podem ser conhecidos de ofício pelo juiz, mas dependem de outras circunstâncias acessórias.
Por isso, esses outros incisos não são mencionados no § 3º.
O indeferimento da petição inicial (inciso I), por exemplo, pode ser constatado e proferido de
ofício, mas depende de outras circunstâncias. O § 3º trata somente das causas extintivas do
processo que não dependem de outras circunstâncias para serem analisadas.
Sabendo desse grande detalhe, você já está apto a aprender as hipóteses de extinção pro-
cessual sem resolução do mérito de ofício ou a requerimento por meio da tabela abaixo:
Sim: enquadramento da
Inciso I: indeferimento da
De ofício petição inicial numa das
petição inicial
hipóteses do art. 330
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Inciso V: perempção,
litispendência ou coisa De ofício Não
julgada
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
Os §§ 4º e 5º do art. 485 foram comentados quando da análise do inciso VIII do caput, logo
acima, a cuja parte remeto.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende
de requerimento do réu.
O § 6º foi comentado quando da análise do inciso III do caput, logo acima, a cuja parte remeto.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá
5 (cinco) dias para retratar-se.
Sempre que o processo for extinto pelo juiz sem resolução do mérito, ele poderá, no prazo
de 5 dias após a interposição de apelação, RETRATAR-SE de sua decisão e permitir o regular
processamento da ação.
Obs.: A retratação do juiz depende de ter sido interposta apelação. Sem apelação, é impos-
sível a retratação do juiz.
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Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de
novo a ação.
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art.
485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução
do mérito.
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das
custas e dos honorários de advogado.
Se o processo for extinto sem resolução do mérito, seja por indeferimento da inicial, pe-
rempção, abandono de causa ou negligência das partes, por exemplo, é possível o ajuiza-
mento de nova ação com os mesmos pedidos?
Sim, caro(a) aluno(a). A sentença que extingue o processo sem resolução do mérito não
produz coisa julgada material, mas apenas coisa julgada formal (aprofundaremos sobre a coi-
sa julgada no capítulo apropriado da aula).
Logo, a sentença extintiva sem mérito não examina os pedidos em si, mas apenas ques-
tões processuais.
No entanto, para que o ajuizamento de nova ação seja possível, são necessárias duas pro-
vidências pelo autor:
• 1) Corrigir o equívoco decorrente da extinção do processo, se houver. Nos casos de li-
tispendência, indeferimento da inicial, falta de pressuposto processual, ausência de le-
gitimidade ou de interesse processual ou convenção arbitral, a correção de algum vício/
equívoco será imprescindível, sob pena de o processo ser, novamente, extinto sem mérito.
• 2) Pagar as custas e os honorários de sucumbência decorrentes da extinção do proces-
so anterior.
− Se o processo tiver sido extinto antes da participação efetiva do advogado da parte
contrária, não haverá honorários de sucumbência a pagar, mas somente as custas
processuais.
Art. 486, § 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa,
não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto,
a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Este artigo institui uma sanção processual denominada perempção: é a proibição de ajui-
zamento de nova demanda. Neste caso, a perempção somente se aplica às ações com o mes-
mo objeto (mesmos pedidos pleiteados quando do abandono da causa por três vezes) e contra
o mesmo réu.
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Ações com objetos diversos contra o mesmo réu, ou com iguais objetos contra réu distinto,
poderão continuar a ser ajuizadas pelo autor.
O PULO DO GATO
Se o autor for processado em virtude dos mesmos objetos, ele poderá alegar tais objetos
como matéria de defesa. A proibição de invocar os mesmos objetos das ações extintas por
abandono de causa somente se aplica ao ajuizamento de novas ações, não prejudicando a
possibilidade de arguir tais objetos como matéria defensiva em contestação.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
O art. 488 insculpe o princípio da primazia da solução do mérito, moderno no direito pro-
cessual brasileiro, reconhecido a partir do CPC de 2015.
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Exemplo prático:
João ajuíza ação de cobrança contra Gabriel. O juiz, de plano, verifica que a petição inicial de
João é inepta, e concede-lhe o prazo de 15 dias para corrigir o vício. João permaneceu inerte,
e o juiz resolve extinguir o processo sem resolução do mérito, em razão da inépcia da petição
inicial (art. 485, inciso I).
Antes de o juiz publicar a sentença de extinção sem resolução do mérito, Gabriel apresenta
provas cabais de que a dívida cobrada por João estaria prescrita. João, intimado para se mani-
festar sobre tais provas, nada alega. Neste caso, o juiz – convencido da ocorrência da pres-
crição – deverá resolver o mérito da ação, reconhecendo a ocorrência da prescrição. Afinal
de contas, a prescrição da dívida refere-se ao mérito da ação, pois o instituto da prescrição
pertence ao direito material (incide sobre as relações jurídicas materiais, e não sobre os pres-
supostos processuais).
Professor, qual é a razão de haver uma preferência pela resolução do mérito, quando for
possível?
Caro(a) aluno(a), se o processo for extinto com resolução do mérito, será formada a coisa
julgada material. Este fenômeno tornará imutável e indiscutível a questão suscitada na ação
(no exemplo acima, trata-se da exigibilidade de uma dívida). Se o processo fosse extinto sem
resolução do mérito, por inépcia da petição inicial, o réu permaneceria com receio de que nova
ação fosse ajuizada posteriormente. Sendo o mérito resolvido, o réu poderá ficar tranquilo: não
será processado novamente pelo mesmo motivo.
Veja: embora o réu fosse beneficiado pela extinção do processo sem resolução do mérito
(que forma apenas a coisa julgada formal), é melhor, para ele, que o processo seja extinto com
resolução do mérito, pois dessa forma constrói-se a coisa julgada material, que impede a re-
discussão da matéria.
Abordaremos com profundidade estas espécies de coisa julgada no capítulo apropriado,
nesta aula.
Seção II
Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença
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Este artigo se alinha à teoria moderna da sentença, apresentando os três elementos es-
senciais da sentença judicial: relatório, fundamentação e dispositivo.
• 1) Relatório é o histórico processual, no qual constam os acontecimentos mais impor-
tantes do processo, especialmente petição inicial, contestação, laudo pericial, impugna-
ção ao laudo etc. De acordo com o art. 489, inciso I, o relatório conterá os nomes das
partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das
principais ocorrências havidas no andamento do processo.
• 2) Fundamentação é a exposição do raciocínio jurídico empregado na análise das maté-
rias de fato e de direito envolvidas na discussão proposta pelas partes (art. 489, inciso II).
• 3) Dispositivo é o corpo da sentença em que o juiz resolverá as questões principais que
as partes lhe submeterem (art. 489, inciso III), deferindo ou indeferindo cada uma delas,
e estabelecendo os ônus processuais das partes (custas, honorários, multas, providên-
cias urgentes etc.).
Art. 489, § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que
Nas hipóteses dos incisos do § 1º, abaixo citados, a sentença é considerada nula, por ausência
de fundamentação adequada, como se não tivesse nenhuma fundamentação.
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
Copiar e colar artigos de lei, da Constituição ou de atos normativos ou apenas citar um nú-
mero de artigo não é forma adequada de se analisar as questões de fato e de direito.
O juiz deve dizer o porquê de aquele dispositivo colado ter relação com a causa, e a forma
e o sentido como a regra citada resolve o mérito.
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;
Não pode o juiz, por exemplo, dizer que o pedido é improcedente por contrariar o princípio
da razoabilidade. Este é um dos conceitos jurídicos mais indeterminados de todos.
O juiz até pode usar conceitos jurídicos indeterminados, mas deverá, sempre, explicar o
motivo concreto de incidência desse conceito no caso, tornando-o particularmente determi-
nado, de possível visualização no caso em análise.
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Não pode o juiz se limitar a utilizar “modelos” de decisão que sejam semanticamente en-
quadráveis em qualquer processo.
No exemplo acima, seria necessário que o juiz dissesse o porquê de as provas serem insu-
ficientes e o que faltou para que o direito fosse considerado plausível.
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
Simples: não pode o juiz “ignorar” um dos fundamentos utilizados por uma das partes,
como forma de manter o seu padrão de julgamento. O juiz, deve se pronunciar sobre todos os
argumentos fáticos e jurídicos utilizados, a menos que esses argumentos tenham sido preju-
dicados pela análise de outros.
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos de-
terminantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
Copiar e colar súmulas também é algo insuficiente para uma fundamentação válida. É ne-
cessário que o juiz aponte os parâmetros fáticos e concretos que tornam a súmula aplicável
ao caso concreto. Afinal, cada processo é um processo.
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
O inciso VI tem um detalhe que costuma ser usado como pegadinha em provas.
O juiz pode deixar de se manifestar sobre uma súmula, jurisprudência ou precedente que,
em tese, seja aplicável ao caso?
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Art. 489, § 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as
premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
Art. 489, § 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus ele-
mentos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
Conforme o § 2º, é possível que duas ou mais normas sejam, em tese, aplicáveis ao caso
concreto. De modo a evitar decisão contraditória, o juiz deverá realizar ponderação para esco-
lher qual conteúdo normativo deverá ser aplicado. Este conteúdo poderá ser de uma só das
normas ou fruto de conjunção entre os conteúdos das várias normas aplicáveis.
Em qualquer dessas situações, deverá o juiz expor as razões e as premissas de fato que
justificam o uso de uma só das normas ou a conjunção entre elas.
Já o § 3º apresenta que a interpretação da sentença deve ser sistemática: devem ser
considerados todos os capítulos e dispositivos da decisão na interpretação de seu resultado.
Não é possível que a parte invoque partes isoladas da decisão a seu favor, ignorando pontos
que relativizem/excepcionem tao parte isolada. Isso atentaria contra a boa-fé, justificando, a
depender de cada caso, a aplicação de multa por litigância de má-fé.
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formu-
lados pelas partes.
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a
decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros,
o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
Obrigações de pagar quantia são as mais comuns: condenação do réu a pagar certo valor
ao autor. O juiz, além de fixar o valor integral e o número de parcelas, se for o caso (extensão
da obrigação), deverá esclarecer qual índice de correção monetária será aplicável, bem como
a taxa de juros e a data em que terá início o cômputo dos juros ou a data a partir da qual incidirá
o índice de correção monetária.
É possível que o pedido seja genérico. Mesmo assim, o juiz deverá fixar a extensão da
obrigação.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
Exemplo: Pode o autor pedir ao juiz que arbitre pensão mensal vitalícia em decorrência de
incapacidade laborativa, em percentual a ser aplicado pelo juiz, a depender do grau de inca-
pacidade aferido em exame pericial médico. É um pedido genérico, pois o percentual não é
especificado pelo autor. Deverá o juiz definir o percentual, atendendo, dessa forma, o dever de
definir a extensão da obrigação.
Há situações, todavia, em que a sentença, embora seja certa ao tornar exigível a obrigação
de pagar quantia, deixe para definir a extensão dessa obrigação na liquidação (fase posterior).
As situações são as dos incisos I e II do art. 491, abaixo citadas e comentadas:
Exemplo: O autor encontra-se em coma. Logo, é certo que ele deve receber pensão mensal por
incapacidade laborativa, mas não se sabe, ainda, se a incapacidade é temporária ou definitiva.
Neste caso, poderá o juiz deixar de definir um percentual para a pensão mensal no momento
da sentença.
É possível, ainda, que a definição da extensão da obrigação dependa de uma prova muito
demorada ou onerosa (inciso II). Neste caso, a sentença, ao resolver a obrigação de pagar
quantia, poderá deixar para definir a extensão da obrigação na fase de liquidação, depois que
a prova necessária tiver sido obtida.
Obs.: Mesmo nos casos em que o juiz deixe para definir a extensão da obrigação em momen-
to posterior, a sentença deverá ser CERTA, ou seja, deverá deixar claro que a obrigação
de pagar quantia é devida. Dessa forma, somente a extensão desse débito será defini-
da posteriormente.
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Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
Exemplo: Se o fato A vier a existir, a consequência será X. Se o fato A não vier a existir, a consequ-
ência será Y. O juiz não deixará nada para resolver depois. Isso é o significado de sentença certa.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a reque-
rimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
O art. 493 trata do fato superveniente, que ocorre depois da propositura da ação. Este fato
pode ser noticiado pela parte interessada ou, ainda, considerado de ofício pelo juiz.
Este fato superveniente deve ser relacionado com a mesma causa de pedir do processo, de
modo a influenciar diretamente no julgamento.
Exemplo prático:
João ajuíza ação cível contra Renato, postulando a devolução de veículo que Renato lhe tomou
emprestado e não devolveu. Dias antes da prolação da sentença, o juiz vê, em noticiário, uma
entrevista de Renato, informando e mostrando que a sua garagem – onde estava o veículo
de João – foi totalmente destruída por um forte tornado que devastou a região. Neste caso,
poderá o juiz considerar de ofício o fato novo, pois ele se refere à mesma causa de pedir já
posta à sua apreciação. Neste exemplo, trata-se de fato modificativo do direito do autor, que,
se proceder a ação, receberá indenização em dinheiro em vez de entrega do veículo, que fora
destruído pelo tornado.
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Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
Em todo caso, mesmo quando o juiz conhecer da causa extintiva, modificativa ou impediti-
va superveniente de ofício, ele ouvirá as partes antes de proferir sua sentença.
Eventual sentença proferida sem a oitiva das partes sobre o fato superveniente tende a ser
anulada em grau de recurso, por ofensa ao princípio do contraditório (cerceamento de defesa).
Como regra geral, a prolação da sentença gera uma preclusão consumativa para o juiz, ou
seja, o juiz é proibido de praticar novamente o mesmo ato (proferir sentença).
O art. 494 trata de listar, em rol aberto, dois casos excepcionais (exceções à regra) em que
uma sentença poderá ser modificada pelo juiz. Ambos são simples.
O inciso I trata do erro material simples: quando alguma expressão da sentença, seja de
texto ou de cálculo, for equivocada, e o equívoco for notória e meramente material (erro de
digitação ou colagem).
Já o inciso II trata da hipótese de oposição de embargos de declaração por uma das par-
tes, com fundamento em omissão, contradição ou obscuridade na sentença. Os embargos de
declaração também podem ser opostos com base em erro material, quando este erro tiver
repercussões tão grandes que possam gerar efeito modificativo no julgado (art. 1.022 do CPC).
As hipóteses do art. 494, no entanto, são exemplificativas. A sentença também poderá ser
alterada nas hipóteses em que o CPC autoriza a retratação do juiz: quando da interposição de
apelação em face do indeferimento da petição inicial (art. 331) ou em face da improcedência
liminar do pedido (art. 332, § 3º), e, ainda, em face de extinção sem resolução do mérito (art.
485, § 7º).
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que
determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária
valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
I – embora a condenação seja genérica;
II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente
arresto sobre bem do devedor;
III – mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
Simples: se a condenação do réu for para pagar quantia, seja esta quantia decorrente de
uma obrigação em dinheiro ou de conversão de outra espécie de obrigação em pecúnia/dinhei-
ro, poderá o credor/autor valer-se da sentença para constituir hipoteca judiciária em face do
devedor/réu, perante a repartição cartorária competente.
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Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
O PULO DO GATO
O § 1º é muito envolvido em provas. As bancas tentam confundir o candidato dizendo que, ex-
cepcionalmente em uma das hipóteses do § 1º, a hipoteca judiciária não poderia ser constituída.
No entanto, veja que todos os incisos do § 1º iniciam-se por conjunções concessivas (ainda
que, mesmo que, embora). Isso significa que, em todas as hipóteses do § 1º, poderá ser cons-
tituída hipoteca judiciária normalmente.
As bancas tentam trocar as conjunções concessivas por “exceto”, “salvo”, “ressalvado no caso
de...”, o que torna a respectiva alternativa errada.
DICA!
Para não cair na pegadinha do “exceto”, e “salvo”, recomendo-lhe
lembrar de que a hipoteca judiciária sempre poderá ser constitu-
ída quando a condenação do réu for de pagamento em dinheiro.
Art. 495, § 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da senten-
ça perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração
expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
Art. 495, § 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-
-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.
Lembre-se deste detalhe: NÃO é necessária autorização do juiz, muito menos ordem dele,
para que a hipoteca judiciária seja constituída. Também não é preciso demonstrar urgência ou
necessidade.
A simples apresentação da sentença é suficiente para a constituição da hipoteca.
A única coisa que se exige do constituinte (autor) é que ele comunique nos autos que cons-
tituiu a hipoteca, no prazo de 15 dias dessa constituição. O juiz apenas intimará o réu para que
tome ciência da existência dessa hipoteca.
Art. 495, § 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direi-
to de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no
registro.
Art. 495, § 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia,
a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em
razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos
próprios autos.
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Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
Seção III
Da Remessa Necessária
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público;
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
• União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 salários mínimos;
• Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fundações pú-
blicas: a partir de 500 salários mínimos;
• Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 salários
mínimos.
Além das hipóteses acima, também são objeto de remessa necessária as sentenças que
derem procedência aos embargos à execução fiscal, pela esta que é a defesa de mérito, do
executado, nas execuções fiscais regidas pela Lei n. 6.830/80.
Remete-se ao tribunal a sentença que der PROCEDÊNCIA aos embargos à execução fiscal, isto
é, de forma contrária à Fazenda Pública.
Esses embargos são somente com relação às execuções fiscais, e não a todas as execu-
ções comuns.
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Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
Antes da remessa da sentença ao tribunal, para reexame, a sentença não produzirá efeitos,
isto é, não poderá de imediato criar, modificar ou extinguir obrigações para as partes ou para
terceiros.
Eventuais disposições da sentença que criem, modifiquem ou extingam obrigações so-
mente produzirão efeitos e deverão ser observadas se a sentença for confirmada pelo tribunal,
após o devido reexame.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária.
Nos processos em que deva haver a remessa necessária, não importa se uma das partes
interpôs, ou não, apelação.
• 1) Se houver sido interposta apelação, este recurso será denominado “apelação volun-
tária”, ou seja, a parte interpôs a apelação voluntariamente, mesmo sendo desobrigada
de fazê-lo para que a sentença fosse reexaminada.
− 1.1. Tendo sido interposta a apelação, o tribunal realizará o reexame necessário sob
a forma de julgamento do recurso, apreciando as demais matérias não impugnadas
pelo recorrente.
• 2) Se nenhuma das partes recorrer, ocorrerá uma dentre duas coisas:
− 2.1. O juiz remeterá os autos ao tribunal;
− 2.2. O Presidente do próprio tribunal avocará (tomará para si) os autos do processo,
para o reexame.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na
causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias
e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fun-
dações de direito público.
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Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
O PULO DO GATO
Não deixe passar batido que as capitais estaduais submetem-se ao mesmo limite dos Estados
(500 salários-mínimos).
Se a banca mencionar no enunciado cidades como Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Rio de
Janeiro (RJ), Fortaleza (SC) e Porto Velho (RO), o limite não será de 100 salários-mínimos, mas,
sim, de 500. Trata-se de um básico conhecimento de geografia que se faz necessário para
acertar questões como essas.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do pró-
prio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
Seção IV
Do Julgamento das Ações Relativas às Prestações de Fazer, de Não Fazer e de Entregar Coisa
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente
o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente.
As obrigações de fazer e de não fazer são também consideradas como obrigações in na-
tura, isto é, as que não tem a forma de pecúnia (dinheiro).
Depois do inadimplemento do devedor quanto a uma obrigação in natura (fazer ou não
fazer), é possível que a mesma obrigação possa ser igualmente cumprida, ou que, em decor-
rência do inadimplemento, o cumprimento da prestação in natura tenha se tornado impossível.
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Gustavo Deitos
Diante disso, o CPC tratou de instituir dois tipos de tutela jurisdicional das obrigações de
fazer e de não fazer:
1) Tutela específica: o juiz ordena o réu/devedor a cumprir a mesma obrigação de fazer ou
não fazer que descumpriu, na exata forma estabelecida no contrato.
Exemplo: O autor postula na petição inicial que o réu, por ter descumprido a obrigação de cons-
truir um muro, o construa, conforme o pactuado. Ao condenar o réu a construir o muro, estará
o juiz deferindo a tutela específica: determinando que seja cumprida a mesma obrigação de
fazer pactuada.
2) Tutela pelo resultado prático equivalente: por ser impossível o cumprimento tardio da
obrigação descumprida, o juiz condena o réu/devedor a cumprir, em favor do autor, alguma
obrigação que possa restaurar/criar uma realidade fática aproximada daquela que existiria se
a obrigação tivesse sido cumprida.
Exemplo: O autor, que tem festa de casamento marcada para as semanas seguintes, postula
na inicial a condenação do réu, um cantor muito famoso, ao cumprimento da obrigação de
fazer, pertinente a apresentar show musical na festa de casamento do autor, em razão de este
ter relevado que daria um “calote” no autor e não iria à festa. Caso o réu se negue a cumprir a
obrigação, mesmo admitindo a procedência do pedido do autor, poderá o juiz condená-lo, em
julgamento antecipado do mérito, a pagar outro cantor de igual patamar (outro cantor famoso)
para cumprir a obrigação em seu lugar na festa de casamento do autor.
Art. 497, Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reite-
ração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência
de dano ou da existência de culpa ou dolo.
Quando houver justo receio de que um ato ilícito venha a ser praticado, ou quando ele já ti-
ver sido cometido e puder vir a ser cometido novamente, ou, ainda, quando esteja sendo come-
tido, poderá a pessoa prejudicada postular a tutela inibitória, que consiste em inibir/impedir a
prática, a reiteração ou a continuação de um ato ilícito específico.
A tutela inibitória tratada no parágrafo único do art. 497 é um tipo de tutela específica, pois
a pretensão do autor é, diretamente, a de que o réu deixe de fazer alguma coisa (obrigação de
não fazer). Se o juiz impuser ao réu a obrigação de não fazer pretendida pelo autor, será caso
de tutela específica inibitória.
A tutela inibitória, quando concedida e impuser ao réu uma obrigação de fazer, será uma
tutela inibitória positiva. Quando a obrigação imposta pelo juiz for de obrigação de não fazer,
será uma tutela inibitória negativa.
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Gustavo Deitos
Para que o autor postule a tutela inibitória específica, ele não precisa comprovar a ocorrên-
cia de dano, tampouco culpa ou dolo do réu. Afinal, a prática do ato ilícito pode ter sido come-
tida mesmo sem culpa ou dolo, mas por mero erro ou ignorância.
Obs.: Se o autor postular a tutela inibitória em sede de tutela provisória de urgência, ele
deverá, sim, comprovar ao menos o perigo de dano.
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica,
fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o au-
tor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este
a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
O juiz sempre dará um prazo para que a coisa seja entregue ao credor, no caso de tutela
específica de obrigação de entregar coisa.
Se a escolha da coisa individualizada, pelo contrato, couber ao autor, este deverá revelar
qual é a coisa individualizada na petição inicial, exercendo, dessa forma, o direito de escolha.
Se pelo contrato, todavia, a escolha couber ao réu, este entregará a coisa individualizada
que bem entender, exercendo, dessa forma, seu direito de escolha.
Exemplo: Contrato de compra e venda de uma motocicleta de certa marca e modelo, saben-
do-se que o réu possui dez unidades da mesma marca e modelo de motocicleta. Se a escolha
couber ao autor, este deverá indicar na petição inicial qual das dez motocicletas ele quer; se
couber ao réu, este entregará aquela motocicleta que escolher.
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se im-
possível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
A conversão de uma obrigação em indenização por perdas e danos consiste em uma for-
ma de amenizar as consequências gravosas do inadimplemento de uma obrigação. Deve o
devedor ser condenado, nestes casos, a pagar indenização pelos lucros cessantes (o que o
credor deixou de ganhar) e pelos danos emergentes (o prejuízo que o credor teve).
A conversão em perdas e danos, no entanto, só é cabível quando for impossível a tutela
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
Abaixo, apresento exemplo parecido com o anterior (show musical em festa), mas com
desfecho diferente.
Exemplo: O autor, que tem festa de casamento marcada para as semanas seguintes, postula
na inicial a condenação do réu, um cantor muito famoso, ao cumprimento da obrigação de
fazer, pertinente a apresentar show musical na festa de casamento do autor, em razão de este
ter relevado que daria um “calote” no autor e não iria à festa. Se, mesmo após concessão de
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
tutela provisória, o réu não tiver ido à festa do autor para cumprir a obrigação de fazer, o juiz
poderá, em sentença, condenar o réu a pagar ao autor uma indenização em dinheiro, que ser-
virá como ressarcimento pelas perdas e danos decorrentes do “furo”.
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente
para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
Imagine que a obrigação de fazer ou não fazer tenha realmente sido descumprida. No en-
tanto, o contrato celebrado entre as partes previa a incidência de cláusula penal pelo inadim-
plemento. Neste caso, o autor terá direito tanto à indenização por perdas e danos quanto ao
pagamento da cláusula penal fixada contratualmente. Uma coisa não prejudica a outra.
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar pro-
cedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
Existem ações que envolvem, entre seus pedidos, uma pretensão de emissão de declara-
ção de vontade.
2. Coisa Julgada
No direito moderno, a sociedade preza pela estabilidade das relações jurídicas, a fim de
que se sintam seguras quanto às suas respectivas situações jurídicas. É o que classicamente
se denomina “segurança jurídica”.
A fim de resguardar esta tão pretendida estabilidade jurídica, o constituinte de 1988 alçou
ao nível de garantia fundamental a coisa julgada, ao lado do direito adquirido e do ato jurídico
perfeito, que distinguirei para você abaixo. Primeiramente, cito o art. 5º, inciso XXXVI da Cons-
tituição Federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
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Gustavo Deitos
Exemplo: um caso prático que muito bem ilustra o direito adquirido é o direito do candidato
aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas no edital, de ser nomeado
pelo órgão promotor do certame.
• ATO JURÍDICO PERFEITO: É o ato que reuniu todos os elementos necessários à sua forma-
ção diante da lei antiga, cujo processo de desenvolvimento e conclusão já se esgotou.
Exemplo: decisão judicial que concede um prazo permitido pela lei revogada, mas que a lei
nova proíbe.
No direito processual brasileiro, a coisa julgada é produzida secundum eventum litis (de
acordo com o deslinde do processo).
A coisa julgada secundum eventum litis é a que se forma a depender do curso do processo.
Se a instrução probatória for insuficiente ou mal feita, o resultado será negativo para aquele
que não cumpriu seu ônus de prova.
A coisa julgada, no direito processual brasileiro, nem sempre reproduzirá a verdade real,
mas, sim, a verdade processual: o que tiver sido comprovado, será considerado verdade; do
contrário, ou o fato será considerado uma inverdade, ou poderá ser comprovado posteriormen-
te, a depender do objeto do processo.
A seguir, abordaremos os aspectos técnicos estabelecidos pelo CPC no tocante à coi-
sa julgada.
Seção V
Da Coisa Julgada
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a deci-
são de mérito não mais sujeita a recurso.
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Gustavo Deitos
O art. 502 fala sobre “coisa julgada material”. Você sabe o que é isso?
Quase nestas palavras, o art. 502 apresenta que a coisa julgada material é a força imposi-
tiva que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Trata-se
da decisão que não pode, ordinariamente, ser modificada. Ela é “intocável” e tem força equiva-
lente à da lei entre as partes do litígio.
Por outro lado, existe a coisa julgada formal. A coisa julgada formal restringe-se à impossi-
bilidade de manifestação, sobre a causa, no mesmo processo, em razão de este ter sido extin-
to. No caso da coisa julgada formal, o mérito da ação (alegações das partes) não é apreciado.
DICA!
A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de nova ação
judicial acerca da mesma causa;
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de nova ação judicial sobre a mesma causa.
Exemplos: Quando uma ação é extinta sem mérito por falta de interesse processual, há coisa
julgada meramente formal, que não impede novo ajuizamento da ação. Se os pedidos são ana-
lisados e julgados procedentes/improcedentes, forma-se a coisa julgada material (a matéria
de fato é julgada).
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e inciden-
temente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.
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Gustavo Deitos
A dúvida é mais comum com relação à questão prejudicial: a coisa julgada material aco-
bertará, também, a questão prejudicial?
O § 1º estabelece requisitos para que a questão prejudicial seja acobertada pela coisa
julgada material, de modo a não mais poder ser analisada em outra ação. Tais requisitos, sin-
teticamente, são:
• 1) O julgamento do mérito só é possível se a questão prejudicial for analisada;
• 2) A parte contrária àquela que alegou a que4stão prejudicial deve ter tido a oportunida-
de de exercer o contraditório efetivo e prévio sobre ela.
− Se a procedência da questão prejudicial decorrer de revelia, não se formará coisa jul-
gada material sobre a questão prejudicial.
• 3) O juiz da causa tenha competência material e/ou pessoal para julgar a questão pre-
judicial;
− Se a questão prejudicial for de competência de outro juízo, o juiz do processo relativo
à questão principal não formará coisa julgada material sobre a questão prejudicial.
• 4) O juiz tenha decidido sobre a questão prejudicial de forma expressa e no mesmo
processo (incidentemente).
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O art. 504 funda-se no seguinte pressuposto: somente fazem coisa julgada material as
questões principais (sobre as quais as partes pedem ao juiz que profira decisão) e as questões
prejudiciais (de cuja análise dependa o julgamento das questões principais).
Isso quer dizer que as demais questões envolvidas na fundamentação da sentença, para
justificar o alcance da procedência dos pedidos, não são acobertadas pela coisa julgada mate-
rial e podem ser discutidas em ações posteriores.
Quando ao inciso I, apresento-lhe o seguinte exemplo:
Exemplo: O autor cobra de uma empresa (ré) o cumprimento de uma obrigação de fazer que
essa empresa sempre cumpriu dentro de determinado estabelecimento empresarial, que, noto-
riamente, já deixou de funcionar. Se, nesta ação, o juiz determinar a conversão da obrigação
em perdas e danos em razão da notoriedade da extinção do estabelecimento, não significará
que o juiz deva utilizar o mesmo motivo em ações futuras. Em casa ação serão abordados
seus respectivos motivos de procedência, improcedência ou balizamento do pedido.
Exemplo: Se o réu for revel, serão presumidos verdadeiros os fatos alegados pelo autor. Mesmo
que o autor seja vitorioso e “vença” a ação com base na presunção de veracidade dos fatos,
esta presunção da verdade dos fatos somente se aplica nesta única ação. Se em ações futuras
o réu apresentar contestação e comprovar o contrário os, não serão considerados verdadeiros
os mesmos fatos considerados na ação anterior.
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
I – se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato
ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
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Exemplo: O alimentando passou a ter renda maior, ou obteve idade que o impede de continuar
recebendo pensão
Modificação de direito: alterou-se alguma norma jurídica relevante para o trato da rela-
ção jurídica.
Exemplo: Nova lei altera o limite de idade para o recebimento de pensão alimentícia.
Sempre que uma causa puder ser analisada por mais de uma vez, deverá haver previsão
legal expressa. É o caso, por exemplo, da ação rescisória, na qual pode ser cumulado o pedido
por novo julgamento da causa, caso a decisão transitada em julgado seja rescindida.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
A regra geral é de que a coisa julgada produz efeitos entre as partes (inter partes). É o caso
dos processos de cunho individual, os mais comuns. Terceiros estranhos ao processo não
são prejudicas, embora possam ser beneficiados por efeitos reflexos da decisão judicial (Ex.:
valorização de bem imóvel).
Em casos especiais, a coisa julgada pode produzir efeitos erga omnes (em relação a todos)
ou ultra partes (em relação a uma coletividade determinada, mas não a todos).
A incidência desses efeitos especiais costuma ocorrer em processos de cunho coletivo,
como de ação civil pública, ação popular, mandado de injunção coletivo, mandado de seguran-
ça coletivo, dentre outros.
COISA JULGADA ERGA OMNES: Produz efeitos contra todas as pessoas, bastando que
elas se enquadrem naquela situação debatida no processo coletivo.
COISA JULGADA ULTRA PARTES: Produz efeitos contra um conjunto específico de pesso-
as, aplicando-se àquelas que se enquadram na situação fática debatida no processo coletivo,
desde que pertençam ao mesmo grupo, à mesma categoria ou à mesma classe representada
neste processo.
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Na Ação Civil Pública, que é um processo de natureza coletiva por excelência, os efeitos da
coisa julgada são muito diferentes do que ocorre nos processos de cunho individual. Antes
de tudo, veja o que diz o art. 103 do Código de Defesa do Consumidor, ao tratar sobre as ações
destinadas a tutelar direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos (dispositivo aplicá-
vel à ACP):
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81 [DIREITOS DIFUSOS];
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insufici-
ência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do
parágrafo único do art. 81 [DIREITOS COLETIVOS];
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81 [DIREITOS INDIVIDUAIS HOMO-
GÊNEOS].
Para ilustrar:
A coisa julgada material produzida na ACP denomina-se coisa julgada in utilibus. É a espé-
cie de coisa julgada que só se produz para BENEFICAR a coletividade ou categoria. Eventual
insucesso na ACP não pode prejudicar a coletividade, classe ou categoria.
Veja o que dizem os parágrafos do art. 103 do CDC:
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos
individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que
não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título
individual.
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§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n. 7.347, de
24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos,
propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, benefi-
ciarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos
dos arts. 96 a 99.
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se
operou a preclusão.
Uma pretensão processual da parte precluirá se ela não apresentar essa pretensão no tem-
po que a lei apontar como oportuno. Passado esse tempo, a questão (pretensão) processual
da parte será acobertada pela preclusão, e não mais poderá ser levantada no processo.
Exemplo clássico é o da prorrogação da competência territorial, quando não alegada pelo
réu até a contestação.
Esse “momento oportuno” indicado pela lei pode ser interpretado de várias formas. Por
isso, existem diferentes espécies de preclusão no direito processual: preclusão consumativa,
temporal, lógica, ordinatória, máxima e pro judicato.
Conceitos e espécies desses diferentes tipos de preclusão são estudados com profundida-
de na aula destinada às nulidades processuais.
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as
alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
Depois que um pedido for julgado, será impossível ajuizar nova ação com fundamento em
outras alegações ou outras matérias de defesa.
Todas as alegações ou defesas pertinentes ao objeto da ação devem ser apresentadas na
própria ação. As não apresentadas serão absolutamente desconsideradas e afastadas.
O art. 508 institui o efeito preclusivo da coisa julgada. A coisa julgada material forma a pre-
clusão máxima, que torna impossível que uma das partes invoque, em ação futura, o mesmo
direito com base em alegações e defesas diferentes.
3. Liquidação de Sentença
A fase de liquidação consiste na apuração do valor exato que a parte condenada deverá
pagar. Na grande maioria das vezes, a sentença ou o acórdão condenatório somente apontam
quais são as parcelas que devem ser pagas, sem apontar o valor certo de cada uma delas.
É para isso que existe a fase de liquidação de sentença. Trata-se de liquidar (dar valor líqui-
do e certo) as parcelas da condenação.
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Exemplo prático:
O autor, que prestou serviços de empreitada ao réu, ajuizou ação cobrando o valor contratual-
mente pactuado para os serviços, que não fora pago, até então, pelo réu. O pacto dispunha que
a hora trabalhada do autor seria remunerada com R$ 120,00.
No processo, o autor apresentou várias provas do período trabalhado, alegando quais deles não
foram pagos. A fase de liquidação destina-se a apurar o valor exato do quantum debatur (valor da
dívida) a ser objeto de cumprimento de sentença. Logo, poderá o credor ou o devedor, se a liqui-
dação não for possível por simples cálculos e for necessário um perito (art. 509, inciso I), ou se
houver necessidade de apurar fato novo (art. 509, inciso II), promover a liquidação da sentença.
Art. 509, § 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá
promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
CAPÍTULO XIV
DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liqui-
dação, a requerimento do credor ou do devedor:
I – por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido
pela natureza do objeto da liquidação;
II – pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
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No processo civil, a partir do CPC de 2015, não mais existe a chamada “liquidação por cál-
culos”. Existem, somente, duas espécies de liquidação de sentença: por arbitramento e por
procedimento comum.
Obs.: Tanto o credor quanto o devedor podem requerer a liquidação da sentença. Portanto,
a legitimidade para requerer a liquidação NÃO é exclusiva do credor, mas, na verdade,
é concorrente com a legitimidade do devedor.
Exemplos práticos:
1) Sentença do juízo criminal responsabiliza o réu por crime contra a pessoa (lesão corporal de
natureza leve, grave, gravíssima etc.), e essa sentença é apresentada na Vara Cível para que os
danos de natureza civil sejam liquidados (quantificados).
2) Sentença proferida em Ação Civil Pública condena determinada empresa a pagar dano
moral coletivo, sem fixar o valor desse dano, deixando para que os reais prejuízos sejam aferi-
dos após a sentença.
Veja: esses fatos novos não interferem na coisa julgada produzida nem no título executivo.
São fatos novos que, desde a prolação da sentença liquidanda, eram admitidos como prová-
veis de virem a ocorrer.
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simul-
taneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
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A parte líquida, por já ser quantificada, poderá ser imediatamente objeto de cumprimento
de sentença (fase executiva).
Já a parte ilíquida, que dependa de quantificação para ser executada, deverá ser, primeira-
mente, liquidada/quantificada.
Como forma de celeridade processual, é possível que a parte já liquidada seja imediata-
mente executada, e a parte ainda ilíquida seja, em autos apartados/suplementares, liquidada
por arbitramento ou procedimento comum.
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover,
desde logo, o cumprimento da sentença.
Se o quantum debeatur (valor da dívida) puder ser apurado por simples cálculos aritméti-
cos, não haverá fase de liquidação, e poderá o credor promover, desde logo, o cumprimento de
sentença, apresentando seus cálculos na própria petição que requer o cumprimento.
Afinal de contas, como já salientado, o CPC de 2015 extinguiu a chamada “liquidação por
cálculos”, permitindo que os cálculos sejam apresentados no próprio cumprimento de sentença.
O art. 524 do CPC dispõe que o requerimento de cumprimento de sentença deve apresen-
tar, de plano, demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, termos inicial e final de juros,
índice de correção monetária aplicável, dentre outros parâmetros de influência matemática.
A liquidação serve para quantificar o valor devido. Se a sentença já condenou o réu, não
haverá nada que se possa alegar, na liquidação, para discutir se realmente o autor tem o direito
que pleiteou.
Todo o mérito da relação jurídica já foi decidido na sentença/acórdão. A liquidação não
é fase hábil a modificar/substituir a decisão judicial. Na liquidação, somente se cumprem os
termos da decisão.
Ademais, não é possível que as partes queiram discutir ou formular novos requerimentos
sobre a relação jurídica discutida. O que foi discutido, foi discutido; o que não foi, não será mais.
Na liquidação, somente se quantifica o valor das parcelas deferidas na decisão condenatória.
A possibilidade de se alegar fato novo é muito restrita: somente é possível na liquidação
pelo procedimento comum, sendo esse “fato novo” um fato já admitido, desde o princípio,
como provável. Exemplos foram apresentados nos comentários ao caput do art. 509.
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Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres
ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito,
observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
Os pareceres e documentos elucidativos são todos aqueles que possam auxiliar ou, até
mesmo, conduzir o juiz a uma decisão líquida.
Quando estes documentos devam ser confrontados com o conhecimento técnico de um
perito contábil, o juiz nomeará o perito, aplicando-se as disposições sobre provas periciais, no
que couber (adiantamento de honorários, hipóteses de impedimento do perito etc.).
O PULO DO GATO
É possível que a liquidação por arbitramento termine sem que um perito seja nomeado. Basta
que o juiz entenda suficientes os documentos e pareceres juntados pelas partes para se che-
gar a um valor líquido do quantum debeatur.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na
pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo,
apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o dis-
posto no Livro I da Parte Especial deste Código.
Obs.: A intimação para a contestação da liquidação pelo procedimento comum deve ser rea-
lizada por intermédio do advogado, e não por outro meio.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos
apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças pro-
cessuais pertinentes.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2019 - VUNESP - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO) Denomina-se coisa julgada material a au-
toridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
No que pertine ao instituto da coisa julgada, segundo o regime estabelecido pelo diploma pro-
cessual vigente, assinale a alternativa correta.
a) O regime da formação de coisa julgada sobre questões prejudiciais somente é aplicável aos
processos iniciados após a vigência do Código de Processo Civil de 2015.
b) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando nem benefi-
ciando terceiros.
c) A tutela antecipada antecedente, se não for afastada por decisão que a revir, reformar ou
invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes no prazo de dois anos, faz coisa jul-
gada, vez que se torna imutável e indiscutível.
d) A coisa julgada aplica-se à resolução de questão preliminar, decidida expressa e incidente-
mente no processo, desde que a mesma conste do dispositivo da sentença.
e) Fazem coisa julgada os motivos da sentença desde que importantes para determinar o al-
cance da parte dispositiva do pronunciamento judicial.
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005. (2019 - FCC - SANASA CAMPINAS - PROCURADOR JURÍDICO) São hipóteses de extin-
ção do processo, com julgamento do mérito, quando
a) em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível.
b) o autor desistir da ação após a citação, com a concordância do réu.
c) for acolhido pedido contido na reconvenção.
d) for reconhecida a carência de ação.
e) o autor não promover os atos e diligências que lhe incumbir por mais de 30 dias.
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IV – A decisão judicial apta à coisa julgada deve se fundar em cognição exauriente, uma vez
que decisões proferidas em cognição sumária não estão aptas à coisa julgada.
Estão corretas as afirmativas
a) I e IV, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
007. (2019 - FCC - TRF - 4ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Pa-
trícia ajuizou ação indenizatória contra a União. Sem examinar a prova produzida nem apreciar
nenhum dos fundamentos deduzidos na contestação, o juiz pronunciou, de ofício, a prescrição,
extinguindo o processo por meio de sentença, contra a qual não foi interposto nenhum recurso
no prazo legal. Nesse caso, a sentença
a) importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada formal, mas não material.
b) importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada material.
c) não importou em resolução de mérito, nem fez coisa julgada.
d) não importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada formal, mas não material.
e) não importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada material.
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016. (2016 - CESPE - TCE-PR – AUDITOR) A respeito da coisa julgada e da sentença, assinale
a opção correta.
a) Ainda que o autor formule pedido genérico relativo à obrigação de pagar quantia, a exten-
são do dano deverá ser fixada na sentença, com os consectários legais de juros e correção
monetária.
b) Para que a decisão seja fundamentada é suficiente que o juiz invoque dispositivo legal ou
súmula em seu julgado.
c) A remessa necessária guarda relação com a pessoa parte ré na ação, não importando o
valor da condenação.
d) Os efeitos da coisa julgada material serão inaplicáveis em caso de decisão que resolva
questão prejudicial.
e) Se, após o réu apresentar a contestação, o autor, imotivadamente, deixar o processo sem
movimento por mais de um ano, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução de mérito.
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020. (2019 - MPE-SC – BANCA DO ÓRGÃO - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do Códi-
go de Processo Civil, na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, para a
concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um
ilícito, ou sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência
de culpa ou dolo.
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022. (2019 - CESPE - TJ-AM - ANALISTA JUDICIÁRIO – DIREITO) Acerca do disposto no Có-
digo de Processo Civil (CPC) sobre as normas processuais civis, os deveres das partes e dos
procuradores, a intervenção de terceiros e a forma dos atos processuais, julgue o item a seguir.
Em observância ao princípio da economia processual, a fundamentação de decisão que não
admite recurso pode limitar-se à mera indicação de precedente com força vinculante ou persu-
asiva reconhecida pelo CPC.
023. (2019 - MPE-SC – BANCA DO ÓRGÃO - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do Códi-
go de Processo Civil, a decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em
dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em
prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
025. (2018 - QUADRIX - CREF - 13ª REGIÃO (BA-SE) - ANALISTA ADVOGADO) No que se
refere à aplicação das leis no tempo e no espaço, julgue o item a seguir.
Em caso de exclusão expressa da paternidade após a realização de prova pericial e técnica na
primeira ação de investigação de paternidade, não restará excluída a possibilidade de proposi-
tura de nova demanda sobre esse idêntico objeto, em razão da interpretação modos in rebus
da coisa julgada e da sua relativização para o alcance da Justiça.
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026. (2018 - QUADRIX - SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – DIREITO) Com base na lei e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente quanto à fundamentação
das decisões judiciais.
Em contraposição à fundamentação exauriente, a fundamentação referencial (per relationem)
segue sendo admitida pelo Superior Tribunal de Justiça.
027. (2018 - QUADRIX - SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – DIREITO) Com base na lei e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente quanto à fundamentação
das decisões judiciais.
Apenas há que se falar em fundamentação deficiente da decisão que houver deixado de re-
alizar distinção (distinguishing) em relação a precedente ou à sua superação (overruling) se
houver manifestação das partes nesse sentido.
028. (2018 - QUADRIX - SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – DIREITO) Com base na lei e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente quanto à fundamentação
das decisões judiciais.
Não apenas os julgados que representem precedentes judiciais demandam a demonstração
da aplicação de seus fundamentos ao caso sob julgamento; também os julgados invocados
com caráter persuasivo exigem o expediente.
029. (2018 - QUADRIX - SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – DIREITO) Com base na lei e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente quanto à fundamentação
das decisões judiciais.
A fundamentação concisa é a fundamentação não exauriente, inquinando de nulidade absolu-
ta a decisão judicial por erro de procedimento.
030. (2018 - CESPE - MPU - ANALISTA DO MPU – DIREITO) Com base nas normas que
regem o processo civil, julgue o item seguinte, acerca da função jurisdicional; do Ministério
Público; de nulidades processuais; e de sentença.
A existência de convenção de arbitragem acarreta a extinção do processo sem resolução
do mérito.
031. (2018 - CESPE - EMAP - ANALISTA PORTUÁRIO - ÁREA JURÍDICA) Acerca do valor da
causa, da tutela provisória, do Ministério Público, da advocacia pública, da defensoria pública
e da coisa julgada, julgue o item subsequente.
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada em ação coletiva de rito ordinário, ajuizada por
associação civil na defesa de interesses dos seus associados, somente alcançará os seus
filiados residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador se estes tiverem a condição de
filiado até a data da propositura da demanda.
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Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
032. (2018 - CESPE - EBSERH – ADVOGADO) Julgue o item a seguir, considerando as regras
do atual Código de Processo Civil acerca das sentenças e dos recursos.
Em atenção à coisa julgada, a sentença terminativa impede que a parte autora proponha nova-
mente a ação.
033. (2022 - FGV - TJ-AP - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Intentada determinada demanda,
o réu, no curso da fase de instrução probatória, percebeu que os elementos carreados aos
autos não respaldavam os seus argumentos defensivos e, também, que realmente assistia ao
autor o direito afirmado na petição inicial.
No intuito de evitar a prolação de uma sentença de mérito em seu desfavor, o demandado re-
vogou o mandato outorgado ao seu único advogado.
Percebendo o vício de representação processual, o juiz da causa determinou a intimação do
réu para que o sanasse, sem que, todavia, este tivesse adotado qualquer providência.
Nesse cenário, deve o juiz:
a) decretar a revelia do réu e determinar a abertura de vista dos autos ao curador especial para
desempenhar a sua defesa;
b) determinar a suspensão do processo, até que o vício de representação do réu seja re-
gularizado;
c) julgar extinto o feito, sem resolução do mérito, por ausência de pressuposto processual
de validade;
d) proferir sentença de mérito, acolhendo o pedido formulado pelo autor;
e) ordenar a expedição de ofício à OAB, solicitando a disponibilização de advogado para exer-
cer a defesa do réu.
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Gustavo Deitos
035. (2021 - FGV - TJ-SC - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) João ajui-
zou ação em face de José visando à entrega de um bem. A sentença julgou procedente a ação,
ensejando a interposição de apelação cível, pendente de julgamento pelo Tribunal de Justiça.
Paralelamente, João instaurou o cumprimento provisório de sentença. Diante da inviabilidade
de entrega do bem, o juiz converteu a obrigação de entrega do bem em prestação pecuniária e
João já requereu o arresto de bens de José.
Diante dessa situação jurídica, João:
a) não poderá se valer da hipoteca judiciária, pois existe recurso dotado de efeito suspensivo
pendente de julgamento perante o Tribunal de Justiça;
b) não poderá se valer da hipoteca judiciária, pois já está promovendo o cumprimento provisó-
rio da sentença, inclusive com pedido de arresto de bens do devedor;
c) poderá se valer da hipoteca judiciária, desde que comprove ter cientificado previamente o
juízo, à luz dos princípios da cooperação e da boa-fé;
d) poderá se valer da hipoteca judiciária, mediante apresentação de cópia da sentença perante
o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial;
e) poderá se valer da hipoteca judiciária, ciente de que, em caso de reforma da sentença, res-
ponderá, independentemente de culpa, por perdas e danos, em razão da constituição da garan-
tia, devendo o valor ser liquidado em ação própria.
036. (2019 - CESPE - TJ-BA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Caso o juiz julgue parcialmente
o mérito, reconhecendo a existência de obrigação ilíquida, a parte vencedora
a) poderá promover de pronto a liquidação, mediante o depósito de caução.
b) poderá promover de pronto a liquidação, ainda que seja interposto recurso pela parte vencida.
c) deverá aguardar a extinção do processo para promover a liquidação.
d) deverá promover a liquidação nos mesmos autos, em vista do princípio da eficiência.
e) poderá promover a liquidação somente após transcorrido o prazo para interposição de re-
curso pela parte vencida.
037. (2018 - FUNDEP - INB – ADVOGADO) Analise as seguintes afirmativas sobre a liquida-
ção de sentença prevista no Código de Processo Civil e assinale com V as verdadeiras e com
F as falsas.
( ) Considerando a sua função expropriatória, a legitimidade ativa da liquidação é exclusi-
va do autor, que naturalmente terá tal interesse para que possa dar início ao cumprimento
de sentença.
( ) A liquidação está limitada aos títulos executivos judiciais, já que o título executivo extrajudi-
cial sempre deverá conter uma obrigação líquida.
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038. (2018 - VUNESP - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO) Quando a sentença contiver condenação
ilíquida ao pagamento de quantia,
a) será inviável ao credor promover o cumprimento de sentença, ainda que parte da decisão
seja líquida.
b) terá lugar liquidação por cálculo, caso o credor não apresente o demonstrativo do débito
atualizado.
c) terá lugar o arbitramento, se assim exigir a natureza do objeto da liquidação.
d) a decisão será inválida porque a condenação deve ser sempre líquida, ainda que o pedido
do autor seja genérico.
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d) quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover
simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
e) a liquidação não poderá ser realizada na pendência de recurso, somente podendo ocorrer
com o trânsito em julgado da lide.
043. (2021 - FCC - TJ-SC - TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) De acordo com o Código de Pro-
cesso Civil, a liquidação de sentença
a) não poderá ser realizada na pendência de recurso.
b) exige, em todos os casos, nova citação do devedor.
c) observará o procedimento comum quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
d) somente será realizada por arbitramento se houver convenção das partes nesse sentido.
e) admite a rediscussão de todos os aspectos da lide.
044. (2021 - FGV - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO) Sobre o procedimento de liquidação de senten-
ça, é correto afirmar que:
a) a liquidação por arbitramento se aplica quando houver necessidade de alegar e provar fato
novo relacionado com o quantum debeatur;
b) em caso de julgamento parcial de mérito estabelecendo obrigações líquida e ilíquida, poderá
a parte liquidar ou executar a obrigação, independentemente de caução, ainda que haja recur-
so pendente de julgamento;
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c) quando a apuração do valor depender de cálculo aritmético, o credor deverá instaurar a liqui-
dação por cálculos, com a participação do contador judicial ou de perito contábil;
d) em caso de omissão do título judicial, os juros moratórios podem ser incluídos na liquidação
desde que a parte tenha formulado o pedido na inicial;
e) não cabe agravo de instrumento contra as decisões proferidas em sede de liquidação de
sentença, devendo a parte, se houver interesse, manejar exceção de pré-executividade.
046. (2020 - CEBRASPE - MPE-CE - TÉCNICO MINISTERIAL) Julgue o próximo item, de acor-
do com o estabelecido no Código de Processo Civil acerca de extinção de processo, coisa
julgada, liquidação e cumprimento de sentença.
Se a determinação do valor exato da condenação decorrente de sentença judicial depender
apenas de cálculos aritméticos, será dispensada a fase de liquidação de sentença, cabendo ao
credor propor diretamente o cumprimento da sentença instruído de demonstrativo discrimina-
do e atualizado do crédito.
047. (2020 - FGV - TJ-RS - OFICIAL DE JUSTIÇA) No que se refere à liquidação, é correto
afirmar que:
a) as decisões interlocutórias proferidas nessa fase do procedimento são irrecorríveis;
b) se a sentença contiver parte líquida e outra ilíquida, deverá o credor promover a liquidação
desta, para, depois, promover a execução da totalidade do crédito;
c) se o juiz constatar que a sentença liquidanda violou algum preceito legal, poderá invalidá-la,
desde que haja requerimento de qualquer das partes nesse sentido;
d) quando a apuração do quantum debeatur depender apenas de cálculo aritmético, a fase
liquidatória terá o procedimento simplificado;
e) a instauração dessa fase do procedimento pode ser requerida tanto pelo credor como
pelo devedor.
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GABARITO
1. a 25. E
2. a 26. C
3. e 27. E
4. a 28. C
5. c 29. E
6. d 30. C
7. b 31. C
8. C 32. E
9. E 33. d
10. d 34. a
11. E 35. d
12. E 36. b
13. a 37. d
14. b 38. c
15. a 39. b
16. a 40. d
17. a 41. a
18. d 42. C
19. d 43. c
20. C 44. b
21. E 45. C
22. E 46. C
23. C 47. e
24. E
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GABARITO COMENTADO
001. (2019 - VUNESP - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO) Denomina-se coisa julgada material a au-
toridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
No que pertine ao instituto da coisa julgada, segundo o regime estabelecido pelo diploma pro-
cessual vigente, assinale a alternativa correta.
a) O regime da formação de coisa julgada sobre questões prejudiciais somente é aplicável aos
processos iniciados após a vigência do Código de Processo Civil de 2015.
b) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando nem benefi-
ciando terceiros.
c) A tutela antecipada antecedente, se não for afastada por decisão que a revir, reformar ou
invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes no prazo de dois anos, faz coisa jul-
gada, vez que se torna imutável e indiscutível.
d) A coisa julgada aplica-se à resolução de questão preliminar, decidida expressa e incidente-
mente no processo, desde que a mesma conste do dispositivo da sentença.
e) Fazem coisa julgada os motivos da sentença desde que importantes para determinar o al-
cance da parte dispositiva do pronunciamento judicial.
a) Certa. Trata-se da disposição transitória do art. 1.054 do CPC, que apresenta: “O disposto no
art. 503, § 1º, somente se aplica aos processos iniciados após a vigência deste Código, aplican-
do-se aos anteriores o disposto nos arts. 5º, 325 e 470 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.”.
b) Errada. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando ter-
ceiros (art. 506 do CPC).
c) Errada. O art. 304, § 6º dispõe que a decisão que concede a tutela antecipada antecedente
não faz coisa julgada.
d) Errada. A força de lei da coisa julgada material (art. 503 do CPC) aplica-se à questão preju-
dicial decidida expressa e incidentemente no processo, se dessa resolução depender o julga-
mento do mérito, a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no
caso de revelia, e se o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la
como questão principal (§ 1º). Constar do dispositivo da sentença, por si só, não permite a
incidência da força da coisa julgada sobre a questão prejudicial ou preliminar.
e) Errada. O art. 504, inciso I dispõe que “não fazem coisa julgada os motivos, ainda que impor-
tantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença”.
Letra a.
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005. (2019 - FCC - SANASA CAMPINAS - PROCURADOR JURÍDICO) São hipóteses de extin-
ção do processo, com julgamento do mérito, quando
a) em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível.
b) o autor desistir da ação após a citação, com a concordância do réu.
c) for acolhido pedido contido na reconvenção.
d) for reconhecida a carência de ação.
e) o autor não promover os atos e diligências que lhe incumbir por mais de 30 dias.
A questão pede pela alternativa que indique alguma das hipóteses do art. 487 do CPC. A única
que corresponde ao comando do enunciado é a letra “c”, que apresenta a hipótese do inciso I
do art. 487. As demais alternativas apresentam hipóteses do art. 485 (extinção sem mérito).
Letra c.
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I – Certa. Trata-se da correta conceituação do efeito positivo da coisa julgada: tal efeito deter-
mina que o conteúdo da decisão deve ser observado, nos seus exatos termos.
II – Errada. A coisa julgada secundum eventum litis é a que se forma a depender do resultado
do processo. Se a instrução probatória for insuficiente ou mal-feita, o resultado será negativo
para aquele que não cumpriu seu ônus de prova.
III – Certa. Nos processos coletivos, pode-se falar em coisa julgada ultra partes ou, ainda,
erga omnes, aplicando-se a coletividades determinadas ou indeterminadas, e não a pessoas
específicas.
IV – Certa. A cognição sumária, tida por meio da tutela provisória, não faz coisa julgada (art.
304, § 6º do CPC).
Letra d.
007. (2019 - FCC - TRF - 4ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Pa-
trícia ajuizou ação indenizatória contra a União. Sem examinar a prova produzida nem apreciar
nenhum dos fundamentos deduzidos na contestação, o juiz pronunciou, de ofício, a prescrição,
extinguindo o processo por meio de sentença, contra a qual não foi interposto nenhum recurso
no prazo legal. Nesse caso, a sentença
a) importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada formal, mas não material.
b) importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada material.
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O juiz optou por julgar liminarmente improcedente o pedido em razão de prescrição (art. 332,
§ 1º, CPC). A prescrição é matéria de mérito, tornando inexigível a prestação cobrada, o que
faz com que o processo tenha sido extinto com resolução do mérito (art. 487, II, CPC). Dessa
forma, naturalmente, produz-se coisa julgada material.
Letra b.
008. (2022 - CEBRASPE - DPE-RS - DEFENSOR PÚBLICO) Em ação reivindicatória promovida por
um condômino contra outrem que possuía injustamente a coisa litigiosa, verificou-se, após a devi-
da citação da parte contrária, pedido de ingresso no feito formulado por um segundo condômino.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Pela eficácia preclusiva da coisa julgada, transitada em julgado a decisão de mérito, conside-
rar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que poderiam ter sido opos-
tas para acolhimento ou rejeição do pedido. Desse modo, pode-se dizer que, a menos que se
valha antes de eventual ação rescisória, o segundo condômino, admitido no feito, não pode-
rá, em processo posterior, discutir defensivamente a justiça da decisão invocando a exceptio
male gestis processus, mesmo que prove que desconhecia a existência de provas das quais,
por culpa, o primeiro condômino não se tenha valido.
A banca narrou hipótese de aplicação do art. 508 na prática. Afinal, embora o desconhecimen-
to de provas das quais, por culpa, o primeiro condômino não se tenha valido possa ser uma
hipótese de cabimento de ação rescisória (art. 966, VII, CPC), tal desconhecimento não pode
servir de justificativa à rediscussão em ação reivindicatória, mas tão somente em ação resci-
sória. Registro que o brocardo exceptio male gestis processus refere-se à situação em que um
legitimado, em juízo, administra mal a lide e prejudica, direta ou reflexamente, outros interessa-
dos, de modo a gerar a esses demais interessados o direito de “consertar o estrago” mediante
outra ação, normalmente rescisória ou anulatória, a depender do caso.
Certo.
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O item procura inverter todas as partículas do caput do art. 498, de modo a tornar irreconhecí-
vel juridicamente a afirmação nele contida.
Errado.
a) Errada. A procedência de embargos à execução fiscal é hipótese que legalmente atrai a re-
messa necessária (art. 496, II, CPC).
b) Errada. O art. 997, § 2º, II, do CPC restringe o cabimento do recurso adesivo nas situações
em que a parte adversa interpõe apelação, recurso extraordinário ou recurso especial.
c) Errada. As autarquias e fundações públicas também dão causa à remessa necessária, nas
hipóteses legais (art. 496, I, CPC).
d) Certa. É esta a essência da remessa necessária: proteger o patrimônio público, inclusive de
erros judiciários, nas situações legalmente previstas. Logo, parcelas favoráveis ao ente público
não são reexaminadas, a menos que a parte contrária interponha recurso voluntário para dis-
cutir sobre as demais parcelas.
Letra d.
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A banca exigiu que o candidato identificasse hipótese prevista no rol do art. 494.
Letra a.
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016. (2016 - CESPE - TCE-PR – AUDITOR) A respeito da coisa julgada e da sentença, assinale
a opção correta.
a) Ainda que o autor formule pedido genérico relativo à obrigação de pagar quantia, a exten-
são do dano deverá ser fixada na sentença, com os consectários legais de juros e correção
monetária.
b) Para que a decisão seja fundamentada é suficiente que o juiz invoque dispositivo legal ou
súmula em seu julgado.
c) A remessa necessária guarda relação com a pessoa parte ré na ação, não importando o
valor da condenação.
d) Os efeitos da coisa julgada material serão inaplicáveis em caso de decisão que resolva
questão prejudicial.
e) Se, após o réu apresentar a contestação, o autor, imotivadamente, deixar o processo sem
movimento por mais de um ano, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução de mérito.
a) Certa. É a regra geral fixada no caput do art. 491 do CPC: “Na ação relativa à obrigação de
pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão
da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a pe-
riodicidade da capitalização dos juros, se for o caso (...)”.
b) Errada. Conforme o art. 498, § 1º, inciso V, não se considera fundamentada qualquer decisão
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que se limitar a invocar precedente ou
enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que
o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
c) Errada. O valor da condenação é importante para delimitar os processos que devam ser ob-
jeto de remessa necessária (art. 496, § 3º, CPC).
d) Errada. O art. 503, § 1º permite a incidência da coisa julgada material sobre a questão preju-
dicial, se atendidos os requisitos de seus incisos.
e) Errada. Basta que o autor deixe o processo sem movimentação por 30 dias para que ocorra
a extinção sem mérito (art. 485, III, CPC). Ademais, deverá o réu requerer a extinção nesta hi-
pótese, se tiver oferecido contestação, conforme o § 6º do art. 485.
Letra a.
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a) Certa. As razões do convencimento do juiz (ratio decidendi) são o mais importante. Muito
mais do que expor artigos de lei, súmulas, precedentes ou conceitos jurídicos mecânicos.
b) Errada. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida (art. 489, § 1º, I, CPC).
c) Errada. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identi-
ficar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos (art. 489, § 1º, V, CPC).
d) Errada. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida (art. 489, § 1º, I, CPC).
e) Errada. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso (art. 489, § 1º, II, CPC).
Letra a.
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c) Errada. A decisão produz a hipoteca judiciária ainda que (...) esteja pendente arresto sobre
bem do devedor (art. 495, § 1º, II do CPC).
d) Certa. A decisão produz a hipoteca judiciária mesmo que impugnada por recurso dotado de
efeito suspensivo (art. 495, § 1º, III, CPC).
e) Errada. A decisão produz a hipoteca judiciária embora a condenação seja genérica (art. 495,
§ 1º, I, CPC).
Letra d.
I – Certa. O art. 486, § 1º dispõe que “no caso de extinção em razão de litispendência e nos
casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do
vício que levou à sentença sem resolução do mérito”. O inciso VI é o da ilegitimidade ou falta
de interesse processual.
II – Certa. Conforme o art. 485, § 3º, “o juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos inci-
sos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em
julgado”. O inciso V é o que se refere a perempção, litispendência e coisa julgada.
III – Errada. A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença (art. 485, § 5º, CPC).
Após ela, restarão ao autor as ferramentas recursais.
IV – Certa. Conforme o art. 487, inciso II, “Haverá resolução de mérito quando o juiz decidir,
de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição. A decadência
convencional não pode ser conhecida de ofício pelo juiz, por força do art. 211 do Código Civil.
Letra d.
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Sentença, Coisa Julgada e Liquidação
Gustavo Deitos
020. (2019 - MPE-SC – BANCA DO ÓRGÃO - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do Códi-
go de Processo Civil, na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, para a
concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um
ilícito, ou sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência
de culpa ou dolo.
022. (2019 - CESPE - TJ-AM - ANALISTA JUDICIÁRIO – DIREITO) Acerca do disposto no Có-
digo de Processo Civil (CPC) sobre as normas processuais civis, os deveres das partes e dos
procuradores, a intervenção de terceiros e a forma dos atos processuais, julgue o item a seguir.
Em observância ao princípio da economia processual, a fundamentação de decisão que não
admite recurso pode limitar-se à mera indicação de precedente com força vinculante ou persu-
asiva reconhecida pelo CPC.
Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos (art. 489, § 1º, V, CPC).
Errado.
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023. (2019 - MPE-SC – BANCA DO ÓRGÃO - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do Códi-
go de Processo Civil, a decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em
dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em
prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
025. (2018 - QUADRIX - CREF - 13ª REGIÃO (BA-SE) - ANALISTA ADVOGADO) No que se
refere à aplicação das leis no tempo e no espaço, julgue o item a seguir.
Em caso de exclusão expressa da paternidade após a realização de prova pericial e técnica na
primeira ação de investigação de paternidade, não restará excluída a possibilidade de proposi-
tura de nova demanda sobre esse idêntico objeto, em razão da interpretação modos in rebus
da coisa julgada e da sua relativização para o alcance da Justiça.
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026. (2018 - QUADRIX - SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – DIREITO) Com base na lei e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente quanto à fundamentação
das decisões judiciais.
Em contraposição à fundamentação exauriente, a fundamentação referencial (per relationem)
segue sendo admitida pelo Superior Tribunal de Justiça.
027. (2018 - QUADRIX - SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – DIREITO) Com base na lei e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente quanto à fundamentação
das decisões judiciais.
Apenas há que se falar em fundamentação deficiente da decisão que houver deixado de re-
alizar distinção (distinguishing) em relação a precedente ou à sua superação (overruling) se
houver manifestação das partes nesse sentido.
O art. 489, § 1º, inciso VI dispõe que “não se considera fundamentada qualquer decisão judi-
cial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção
no caso em julgamento ou a superação do entendimento”. O CPC não exige que as partes se
manifestem alegando falta de fundamentação. Poderá o tribunal, ou o próprio juiz, reconhecer
que a sentença é nula por falta de fundamentação.
Errado.
028. (2018 - QUADRIX - SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – DIREITO) Com base na lei e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente quanto à fundamentação
das decisões judiciais.
Não apenas os julgados que representem precedentes judiciais demandam a demonstração
da aplicação de seus fundamentos ao caso sob julgamento; também os julgados invocados
com caráter persuasivo exigem o expediente.
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O art. 489, § 1º, inciso VI dispõe que “não se considera fundamentada qualquer decisão judi-
cial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção
no caso em julgamento ou a superação do entendimento”. Logo, qualquer jurisprudência citada
pelo juiz deve ser corretamente correlacionada com a matéria e o caso concreto em julgamen-
to (persuasão racional).
Certo.
029. (2018 - QUADRIX - SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – DIREITO) Com base na lei e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente quanto à fundamentação
das decisões judiciais.
A fundamentação concisa é a fundamentação não exauriente, inquinando de nulidade absolu-
ta a decisão judicial por erro de procedimento.
O fato de a fundamentação ser exauriente não a torna pouco concisa. Muito pelo contrário: a
fundamentação exauriente, na qual o juiz narra e correlaciona toda a matéria concreta em jul-
gamento com o direito com as próprias palavras, é a preferida. Ademais, o erro de procedimen-
to somente provoca nulidade da sentença se implicar prejuízo a alguma das partes. Do con-
trário, não será declarada nulidade, porque somente há nulidade diante de prejuízo às partes.
Errado.
030. (2018 - CESPE - MPU - ANALISTA DO MPU – DIREITO) Com base nas normas que
regem o processo civil, julgue o item seguinte, acerca da função jurisdicional; do Ministério
Público; de nulidades processuais; e de sentença.
A existência de convenção de arbitragem acarreta a extinção do processo sem resolução
do mérito.
É a hipótese de extinção sem mérito prevista no art. 485, inciso VII do CPC.
Certo.
031. (2018 - CESPE - EMAP - ANALISTA PORTUÁRIO - ÁREA JURÍDICA) Acerca do valor da
causa, da tutela provisória, do Ministério Público, da advocacia pública, da defensoria pública
e da coisa julgada, julgue o item subsequente.
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada em ação coletiva de rito ordinário, ajuizada por
associação civil na defesa de interesses dos seus associados, somente alcançará os seus
filiados residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador se estes tiverem a condição de
filiado até a data da propositura da demanda.
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Se o interesse for adstrito aos associados, somente os que forem associados até a data do
ajuizamento da ação é que serão processualmente substituídos pela associação. Este enten-
dimento foi firmado pelo STF no RE n. 612043/PR.
Certo.
032. (2018 - CESPE - EBSERH – ADVOGADO) Julgue o item a seguir, considerando as regras
do atual Código de Processo Civil acerca das sentenças e dos recursos.
Em atenção à coisa julgada, a sentença terminativa impede que a parte autora proponha nova-
mente a ação.
A sentença meramente terminativa, que não resolve o mérito, não impede o ajuizamento de
nova ação (art. 486 do CPC).
Errado.
033. (2022 - FGV - TJ-AP - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Intentada determinada demanda,
o réu, no curso da fase de instrução probatória, percebeu que os elementos carreados aos
autos não respaldavam os seus argumentos defensivos e, também, que realmente assistia ao
autor o direito afirmado na petição inicial.
No intuito de evitar a prolação de uma sentença de mérito em seu desfavor, o demandado re-
vogou o mandato outorgado ao seu único advogado.
Percebendo o vício de representação processual, o juiz da causa determinou a intimação do
réu para que o sanasse, sem que, todavia, este tivesse adotado qualquer providência.
Nesse cenário, deve o juiz:
a) decretar a revelia do réu e determinar a abertura de vista dos autos ao curador especial para
desempenhar a sua defesa;
b) determinar a suspensão do processo, até que o vício de representação do réu seja re-
gularizado;
c) julgar extinto o feito, sem resolução do mérito, por ausência de pressuposto processual
de validade;
d) proferir sentença de mérito, acolhendo o pedido formulado pelo autor;
e) ordenar a expedição de ofício à OAB, solicitando a disponibilização de advogado para exer-
cer a defesa do réu.
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A banca esperou resposta nos termos do art. 488 do CPC: “Desde que possível, o juiz resolverá
o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronuncia-
mento nos termos do art. 485”. Trata-se de uma das regras que conferem caráter normativo ao
princípio da primazia da solução do mérito.
Letra d.
I – Certo. Trata-se de uma das hipóteses de nulidade do ato decisório por falta de fundamenta-
ção (art. 489, § 1º, inciso I, CPC).
II – Errado. Como regra geral, é a coisa julgada material que precisa de ação rescisória para
ser desconstituída. A necessidade de ação rescisória para desconstituição de coisa julgada
formal é exceção, nas hipóteses previstas pelo art. 966, § 2º, CPC).
III – Errado. A remessa necessária é imperativa no caso de procedência dos embargos à exe-
cução, ao menos em parte (art. 496, inciso II, CPC).
Letra a.
035. (2021 - FGV - TJ-SC - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) João ajui-
zou ação em face de José visando à entrega de um bem. A sentença julgou procedente a ação,
ensejando a interposição de apelação cível, pendente de julgamento pelo Tribunal de Justiça.
Paralelamente, João instaurou o cumprimento provisório de sentença. Diante da inviabilidade
de entrega do bem, o juiz converteu a obrigação de entrega do bem em prestação pecuniária e
João já requereu o arresto de bens de José.
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A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença pe-
rante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração
expressa do juiz ou de demonstração de urgência (art. 495, § 2º, CPC). Ademais, a decisão que
condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a con-
versão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária produz a
hipoteca judiciária ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença
ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor (art. 495, § 1º, inciso II, CPC).
Letra d.
036. (2019 - CESPE - TJ-BA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Caso o juiz julgue parcialmente
o mérito, reconhecendo a existência de obrigação ilíquida, a parte vencedora
a) poderá promover de pronto a liquidação, mediante o depósito de caução.
b) poderá promover de pronto a liquidação, ainda que seja interposto recurso pela parte vencida.
c) deverá aguardar a extinção do processo para promover a liquidação.
d) deverá promover a liquidação nos mesmos autos, em vista do princípio da eficiência.
e) poderá promover a liquidação somente após transcorrido o prazo para interposição de re-
curso pela parte vencida.
A questão limitou-se a explorar a regra literal do art. 356, § 2º do CPC: “A parte poderá liquidar
ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.”. Logo, não im-
porta se há recurso pendente contra a decisão, e será desnecessária a caução/garantia.
Letra b.
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037. (2018 - FUNDEP - INB – ADVOGADO) Analise as seguintes afirmativas sobre a liquida-
ção de sentença prevista no Código de Processo Civil e assinale com V as verdadeiras e com
F as falsas.
( ) Considerando a sua função expropriatória, a legitimidade ativa da liquidação é exclusi-
va do autor, que naturalmente terá tal interesse para que possa dar início ao cumprimento
de sentença.
( ) A liquidação está limitada aos títulos executivos judiciais, já que o título executivo extrajudi-
cial sempre deverá conter uma obrigação líquida.
( ) Na liquidação por arbitramento, o demandante indica expressamente em sua peça inaugural
quais são os fatos que pretende provar como verdadeiros para chegar à fixação do quantum
debeatur, de forma que a ausência de defesa do demandado configura sua revelia e a geração
de presunção de que os fatos que o demandante pretendia provar são verdadeiros.
( ) A liquidação pode frustrar a execução, o que se verifica quando o resultado da liquidação
impedir que o demandante execute o título executivo ilíquido que tem a seu favor.
Assinale a sequência CORRETA.
a) F F V V
b) F F V F
c) V V F V
d) F V F V
I – Falsa. É perfeitamente possível que o próprio juiz prolate uma sentença líquida. Ademais, o
caput do art. 509 do CPC permite ao credor e ao devedor o requerimento da liquidação.
II – Verdadeira. Títulos executivos extrajudiciais, para serem executados em ação autônoma,
devem ser certos, líquidos e exigíveis (art. 783 do CPC).
III – Falsa. A espécie de liquidação narrada no item é a liquidação pelo procedimento comum,
na qual pode haver revelia e confissão.
IV – Verdadeira. Qualquer coisa que impeça a execução de um título executivo é uma causa
de frustração da execução.
Letra d.
038. (2018 - VUNESP - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO) Quando a sentença contiver condenação
ilíquida ao pagamento de quantia,
a) será inviável ao credor promover o cumprimento de sentença, ainda que parte da decisão
seja líquida.
b) terá lugar liquidação por cálculo, caso o credor não apresente o demonstrativo do débito
atualizado.
c) terá lugar o arbitramento, se assim exigir a natureza do objeto da liquidação.
d) a decisão será inválida porque a condenação deve ser sempre líquida, ainda que o pedido
do autor seja genérico.
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a) Errada. Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito pro-
mover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta (art.
509, § 1º do CPC).
b) Errada. A liquidação por cálculos não existe mais como espécie autônoma de liquidação.
Segundo o art. 509, § 2º, “quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético,
o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença”.
c) Certa. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua
liquidação, a requerimento do credor ou do devedor por arbitramento, quando determinado
pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação
(art. 509, inciso I do CPC).
d) Errada. É possível – é a regra geral – que as sentenças condenatórias sejam ilíquidas, de-
pendendo de liquidação.
Letra c.
a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta está de acordo com regra literal do
CPC: “Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover
simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta” (art. 509, §
1º do CPC).
b) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta é incorreta por afirmar que a impug-
nação ao cumprimento de sentença poderia ser oferecida antes mesmo do início da fase de
cumprimento de sentença. Tal impugnação somente pode ser ofertada depois que o exequen-
te der início ao cumprimento, passadas todas as discussões sobre liquidação.
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c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se perfeita, uma vez que,
naturalmente, se não comprovado o fato novo que se pretendia provar na liquidação por pro-
cedimento comum, a pretensão daquele que requereu a liquidação será frustrada/infrutífera.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se perfeita, por descrever
a antiga liquidação por artigos, do CPC revogado.
Letra b.
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A sequência correta é:
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
b) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
c) Apenas a assertiva IV está incorreta.
d) Apenas as assertivas II e IV estão incorretas.
É esta a exata regra do art. 509, § 2º do CPC: “Quando a apuração do valor depender apenas de
cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença”.
Certo.
043. (2021 - FCC - TJ-SC - TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) De acordo com o Código de Pro-
cesso Civil, a liquidação de sentença
a) não poderá ser realizada na pendência de recurso.
b) exige, em todos os casos, nova citação do devedor.
c) observará o procedimento comum quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
d) somente será realizada por arbitramento se houver convenção das partes nesse sentido.
e) admite a rediscussão de todos os aspectos da lide.
a) Errada. O art. 512 do CPC esclarece que a liquidação poderá ser realizada na pendência de
recurso, em seu primeiro trecho.
b) Errada. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do reque-
rido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para,
querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no
que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código (art. 511, em literalidade).
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044. (2021 - FGV - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO) Sobre o procedimento de liquidação de senten-
ça, é correto afirmar que:
a) a liquidação por arbitramento se aplica quando houver necessidade de alegar e provar fato
novo relacionado com o quantum debeatur;
b) em caso de julgamento parcial de mérito estabelecendo obrigações líquida e ilíquida, poderá
a parte liquidar ou executar a obrigação, independentemente de caução, ainda que haja recur-
so pendente de julgamento;
c) quando a apuração do valor depender de cálculo aritmético, o credor deverá instaurar a liqui-
dação por cálculos, com a participação do contador judicial ou de perito contábil;
d) em caso de omissão do título judicial, os juros moratórios podem ser incluídos na liquidação
desde que a parte tenha formulado o pedido na inicial;
e) não cabe agravo de instrumento contra as decisões proferidas em sede de liquidação de
sentença, devendo a parte, se houver interesse, manejar exceção de pré-executividade.
a) Errada. A liquidação será pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar
e provar fato novo (art. 509, inciso II, CPC).
b) Certa. Dispõe o art. 356, § 2º, do CPC: “A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a
obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de
caução, ainda que haja recurso contra essa interposto”.
c) Errada. Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá
promover, desde logo, o cumprimento da sentença (art. 509, § 2º, CPC). Não mais existe liqui-
dação por cálculos no processo civil.
d) Errada. Os juros de mora consideram-se incluídos no pedido, mesmo que ele e a sentença
não lhe façam menção. É regra decorrente do art. 322, § 1º, do CPC.
e) Errada. O art. 1.015, parágrafo único, do CPC esclarece o cabimento de agravo de instrumen-
to contra decisões interlocutórias proferidas em fase de liquidação.
Letra b.
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045. (2020 - MPT - MPT - PROCURADOR DO TRABALHO – ADAPTADA) Analise a assertiva abaixo:
Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquida-
ção, a requerimento do credor ou devedor: por arbitramento, quando determinado pela sen-
tença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; e por
procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. Quando na
sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamen-
te a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
046. (2020 - CEBRASPE - MPE-CE - TÉCNICO MINISTERIAL) Julgue o próximo item, de acor-
do com o estabelecido no Código de Processo Civil acerca de extinção de processo, coisa
julgada, liquidação e cumprimento de sentença.
Se a determinação do valor exato da condenação decorrente de sentença judicial depender
apenas de cálculos aritméticos, será dispensada a fase de liquidação de sentença, cabendo ao
credor propor diretamente o cumprimento da sentença instruído de demonstrativo discrimina-
do e atualizado do crédito.
047. (2020 - FGV - TJ-RS - OFICIAL DE JUSTIÇA) No que se refere à liquidação, é correto
afirmar que:
a) as decisões interlocutórias proferidas nessa fase do procedimento são irrecorríveis;
b) se a sentença contiver parte líquida e outra ilíquida, deverá o credor promover a liquidação
desta, para, depois, promover a execução da totalidade do crédito;
c) se o juiz constatar que a sentença liquidanda violou algum preceito legal, poderá invalidá-la,
desde que haja requerimento de qualquer das partes nesse sentido;
d) quando a apuração do quantum debeatur depender apenas de cálculo aritmético, a fase
liquidatória terá o procedimento simplificado;
e) a instauração dessa fase do procedimento pode ser requerida tanto pelo credor como
pelo devedor.
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a) Errada. O art. 1.015, parágrafo único, do CPC esclarece o cabimento de agravo de instrumen-
to contra decisões interlocutórias proferidas em fase de liquidação.
b) Errada. Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito pro-
mover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta (art.
509, § 1º do CPC).
c) Errada. Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou
(art. 509, § 4º, CPC).
d) Errada. Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá
promover, desde logo, o cumprimento da sentença (art. 509, § 2º, CPC). Não mais existe liqui-
dação por cálculos no processo civil.
e) Certa. Apesar de dispor regra pouco intuitiva (por não ser comum o requerimento de início
da liquidação por iniciativa do devedor), o art. 509, no caput, enuncia: “Quando a sentença
condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do
credor ou do devedor: (...)”.
Letra e.
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Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do Tribunal Superior do
Trabalho (Gabinete de Ministro).
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região.
Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.
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