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DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL
Prazos

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Prazos

Sumário
Gustavo Deitos

Prazos Processuais......................................................................................................................... 3
1. Teoria Geral dos Atos e Prazos Processuais.. ......................................................................... 4
2. Princípios Aplicáveis aos Prazos Processuais...................................................................... 5
2.1. Princípio da Utilidade............................................................................................................... 5
2.2. Princípio da Continuidade. . ..................................................................................................... 6
2.3. Princípio da Inalterabilidade. . ................................................................................................ 6
2.4. Princípio da Peremptoriedade.. ............................................................................................. 7
2.5. Princípio da Preclusão. . ........................................................................................................... 7
3. Classificação dos Prazos Processuais.................................................................................... 9
4. Disposições Gerais do CPC...................................................................................................... 10
4.1. Diferença entre Prazo Processual e Prescricional...........................................................21
4.2. Prazos Privilegiados.............................................................................................................. 22
5. Regras Aprofundadas: Verificação dos Prazos e Penalidades........................................ 23
Exercícios......................................................................................................................................... 26
Gabarito............................................................................................................................................ 36

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Gustavo Deitos

PRAZOS PROCESSUAIS
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o conteúdo necessário para ter o melhor de-
sempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno(a).
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual Civil:
Prazos Processuais.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.
Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de
satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso você
tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum problema,
por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar sua avaliação.
Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir quaisquer pro-
blemas nas aulas.

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Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

1. Teoria Geral dos Atos e Prazos Processuais


Não há como estudarmos os prazos processuais sem, antes, conhecer a teoria geral apli-
cável aos atos e aos prazos processuais. De início, cabem algumas considerações sobre os
atos processuais.
É imprescindível conhecer o gênero “fatos jurídicos processuais”.
Os fatos jurídicos processuais são, nos dizeres de Marinoni, Arenhart e Mitidiero1, “todos
os acontecimentos da vida processual que acabam por criar, modificar ou extinguir situações
processuais e que possuem o processo como espaço próprio de ocorrência”.

Exemplo:
A morte de uma das partes pode provocar a extinção da ação, se o direito for intransmissível,
ou a necessidade de sucessão processual, se transmissível. É um verdadeiro fato jurídico pro-
cessual que tende a modificar ou extinguir situações processuais.

Dentro do gênero acima destacado, existe a espécie denominada “atos processuais”. Atos
processuais são exemplos de fatos jurídicos processuais, mas que têm por especificidade a
característica de serem unicamente praticáveis dentro do processo.
Os atos processuais, também nas palavras de Marinoni, Arenhart e Mitidiero2, “são decla-
rações de vontade que visam à criação, modificação ou extinção de situações processuais”
(grifo nosso).
Atos processuais se diferenciam dos fatos em geral por serem declarações de vontade
vindas de pessoas que tenham relação com o processo. São declarações das partes, do juiz,
dos auxiliares da justiça (servidores) e dos terceiros intervenientes (Ministério Público, amicus
curiae, assistente etc.).

1
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 115.
2
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 115.

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Exemplos:
Uma manifestação simples, informando alguma situação pertinente ao processo, é um ato
processual. A sentença é um ato processual. A contestação, a réplica, a decisão interlocutória,
a petição inicial e a juntada de um laudo pericial são, todos, atos processuais.

Os atos processuais devem se sujeitar a prazos, uma vez que o processo, para levar à en-
trega do bem jurídico tutelado, precisa ter um começo, um meio e um fim. Deve o processo ter
uma ordem cronológica.
A cronologia processual resulta de um somatório de prazos para a prática de atos. A perda
de um prazo pode gerar grandes, pequenas ou nenhuma consequência, a depender da nature-
za desse prazo e do fim a que se destina.
A seguir, apresentarei a você a classificação dos prazos processuais, a partir da qual você
entenderá o porquê de alguns prazos serem suscetíveis de produzir maiores consequências
que outros.

2. Princípios Aplicáveis aos Prazos Processuais


Os prazos processuais constituem um tema tão importante para o direito processual civil
que, cientificamente, lhes foram atribuídos alguns princípios básicos, a serem considerados
pelo legislador e pelo juiz quando de sua criação e concessão, respectivamente. Estudaremos,
agora, os cinco princípios aplicáveis especificamente aos prazos processuais, segundo a dou-
trina de Manoel Antônio Teixeira Filho.
É claro que, eventualmente, podem existir outros princípios específicos dos prazos proces-
suais na ótica de outros doutrinadores. No entanto, estes cinco princípios são os mais consen-
suais no meio jurídico quanto aos prazos.

2.1. Princípio da Utilidade


O prazo processual concedido deve ser suficiente para que o destinatário reflita e cumpra,
efetivamente, as determinações impostas, ou exerça racionalmente a faculdade processual
concedida pelo ato que deu origem ao prazo.
Ademais, o prazo deve ter uma extensão suficiente para que o destinatário tome uma po-
sição consciente de todas as possíveis repercussões de seu ato, e de modo que ele tenha
acesso a todos os recursos materiais e imateriais necessários a uma manifestação livre de
qualquer erro.

Exemplo:
Evidentemente, fere o princípio da utilidade um despacho do juiz que conceda prazo de 24
horas para o autor apresentar manifestação sobre uma petição do réu de 500 (quinhentas)

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laudas e sobre as dezenas de documentos que a acompanham. Neste caso, o juiz deve con-
ceder um prazo que possibilite ao autor uma manifestação inequívoca sobre o conteúdo da
petição e dos documentos a ela anexados.

O princípio da utilidade tem direta relação com os princípios fundamentais do contradi-


tório e da ampla defesa (art. 5º LV, CF/1988). Como se sabe, o contraditório e a ampla defesa
não se dirigem apenas ao réu, mas a todos os sujeitos do processo que, de alguma forma,
possam ter prejuízos em razão de determinado argumento lançado no processo.
A razão dessa relação é clara: a concessão de um prazo exíguo (insuficiente), de forma
reflexa, viola, concretamente, os princípios do contraditório e da ampla defesa.
Por outro lado, a concessão de prazos exagerados viola, no mínimo, o direito fundamental
da parte lesada de ter acesso à justiça (art. 5º XXXV, CF/1988). Não haveria como se concor-
dar, por exemplo, com o fato de o juiz conceder, sem nenhum motivo especial, o prazo de 90
(noventa) dias – contados somente os dias úteis – para o réu apresentar manifestação sobre
um pedido de tutela provisória de urgência cautelar feito pelo autor, que em tese necessita de
uma medida urgente do Poder Judiciário.

2.2. Princípio da Continuidade


O prazo processual, uma vez iniciado, não pode ser suspenso ou interrompido sem motivo
previsto em lei ou cabalmente justificado.
Como regra geral, o prazo processual é contínuo: não se interrompe nem se suspende. A
suspensão e a interrupção do prazo processual são exceções, e suas hipóteses de ocorrência
devem ser previstas em lei ou, ao menos, justificadas em decisão fundamentada.

Exemplo:
Art. 222, que prevê: “Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o
juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses”.

 Obs.: Enquanto a suspensão apenas “congela” o prazo processual, podendo este retomar
sua contagem de onde parou, a interrupção faz com que o prazo retorne ao zero, como
se nunca tivesse transcorrido.

2.3. Princípio da Inalterabilidade


Como regra geral, nem o juiz, nem as partes podem alterar os prazos processuais já inicia-
dos, para mais ou para menos.
O art. 139, inciso VI do CPC outorga ao juiz o poder de dilatar os prazos processuais, ade-
quando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.

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Portanto, a dilatação do prazo processual deve ser sempre motivada no objetivo de conferir
uma tutela jurisdicional mais efetiva ao jurisdicionado.
Cabe ressaltar que os prazos processuais mais importantes do CPC – como para interposi-
ção de recursos – não admitem dilatação sem um motivo qualificado em lei. Veja o que dispõe
o art. 1.004 do CPC:

Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte
ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal
prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr
novamente depois da intimação.

Veja: no caso especial de prazo recursal, não é qualquer motivo justificado que possibilita
a devolução do prazo. O motivo a excepcionar o princípio da inalterabilidade deve ser pre-
visto em lei.
Cabe registrar, ainda, que o art. 222, § 1º, do CPC permite a redução de prazos peremptó-
rios apenas com a anuência de todas as partes.

 Obs.: Por questão de bom senso, deve-se admitir a redução de um prazo lançado no siste-
ma do processo judicial eletrônico por equívoco, mesmo sem a anuência das partes.
Basta imaginarmos que, por erro humano, tenha sido cadastrado no sistema um prazo
dez vezes maior que o geralmente concedido naquela situação. Não haveria razão
para interpretar que o CPC fossilizaria a atividade jurisdicional dessa maneira. É claro
que, para tal redução, a parte atingida deve ser devidamente comunicada.

2.4. Princípio da Peremptoriedade


Como regra geral, uma vez transcorrido (encerrado) o prazo para a prática de um ato pro-
cessual, a parte não mais poderá praticá-lo com os efeitos jurídicos previstos em lei, a menos
que a própria lei admita a prática do ato em momento posterior em determinada circunstância.

Exemplo:
Terminado o prazo para apresentação de contestação, e tendo sido devidamente citado o
réu, levar-se-á a efeito a revelia, mesmo que o réu protocole sua contestação no primeiro dia
seguinte ao término do prazo.

2.5. Princípio da Preclusão


O conceito tradicional e basilar de preclusão pode ser extraído do art. 278 do CPC:

A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos
autos, sob pena de preclusão.

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Uma faculdade processual da parte precluirá – isto é, será extinta – se ela não apresentar
essa pretensão no tempo (prazo) que a lei apontar como seu limite. Passado esse tempo/
prazo, a faculdade processual da parte será acobertada pela preclusão, e, portanto, não mais
poderá ser levantada no processo.
Exemplo clássico é o da prorrogação da competência territorial: se o réu não alegar a in-
competência do juízo em razão do lugar até a contestação (art. 337, inciso II, CPC), não mais a
poderá alegar nos momentos processuais posteriores.
Na doutrina processual civil, são consagradas três espécies de preclusão: temporal, lógica
e consumativa. No entanto, por incrível que pareça, a doutrina processual trabalhista – em
iniciativa de Carlos Henrique Bezerra Leite – vem influenciando a doutrina processual civil a
considerar a existência de, pelo menos, mais três outras espécies de preclusão: ordinatória,
máxima e pro judicato.
Com o fim de tornar este material o mais completo possível para você, apresentarei as seis
referidas espécies de preclusão:
• PRECLUSÃO CONSUMATIVA: diz respeito à prática do ato processual. Uma vez pratica-
do o ato, a parte não pode praticá-lo novamente.

Exemplo:
Se a parte interpôs apelação contra a sentença do juiz, não poderá interpor outra apelação.

• PRECLUSÃO TEMPORAL: o ato processual deixa de ser praticado pela parte no prazo
dado pela lei.

Exemplo:
A parte interpõe apelação no décimo sexto dia útil após a intimação da sentença, sem nenhum
feriado ou recesso forense nesse interstício; logo, não mais poderá interpor o recurso, e a sen-
tença transitará em julgado.

• PRECLUSÃO LÓGICA: a prática de determinado ato causa a preclusão de outros atos,


porque o primeiro ato, em razão de sua finalidade e de sua repercussão no processo, é
logicamente incompatível com o outro ato.

Exemplo:
Não pode suscitar de competência conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência
relativa (art. 952 do CPC).

• PRECLUSÃO ORDINATÓRIA: tem a ver com ordem, e é a mais diferente de todas. É uma
espécie de preclusão prospectiva, isto é, o ato precluso não está no passado, mas sim
no futuro, e só poderá ser praticado regularmente se houver um “destrancamento”, me-
diante a prática de ato diverso.

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Exemplo:
Em ação de consignação em pagamento, a parte somente poderá exigir a citação do réu (para
receber a quantia consignada) se tiver requerido e realizado, também, o depósito da quantia
consignada em conta judicial. Sem tal depósito no prazo legal, não ocorre sequer a citação, e
o processo é extinto sem exame do mérito (art. 542, parágrafo único, CPC).

• PRECLUSÃO MÁXIMA: é sinônimo técnico de coisa julgada. Trata-se da perda de pos-


sibilidade de qualquer discussão sobre alguma matéria, por já ter sido integralmente
dirimida pelo Poder Judiciário.
• PRECLUSÃO PRO JUDICATO: aplica-se ao juiz, que não pode conhecer duas vezes de
questão já decidida uma vez, ressalvados os casos de embargos de declaração e ação
rescisória, cujas naturezas envolvem a rediscussão de relações jurídicas.

Exemplo:
Não pode o juiz, após publicar sua sentença, excluí-la do sistema e publicar outra diferente
porque “resolveu mudar sua tese”.

3. Classificação dos Prazos Processuais


É possível classificar os prazos processuais com base em cinco critérios diferenciadores3:
• 1) Quando à origem: os prazos processuais podem ser legais ou judiciais.
− 1.1. Os legais são expressos em dispositivo de lei ou ato normativo;
− 1.2. Os judiciais são os concedidos pelo juiz em decisão.
• 2) Quanto à alterabilidade: os prazos processuais podem ser dilatórios ou peremptórios.
− 2.1. Os dilatórios são os que podem ser livremente dilatados/prorrogados pelo juiz,
dependendo essa dilação unicamente do seu convencimento e de seu juízo de per-
tinência, ou negociados pelas partes (reduzidos ou aumentados) nos termos do art.
190 do CPC;
− 2.2. Os peremptórios são os que somente podem ser estendidos diante do preen-
chimento de certos requisitos legais, como, por exemplo, a existência de força maior
(Ex.: prazo recursal).
• 3) Quanto ao descumprimento: os prazos podem ser próprios ou impróprios.
− 3.1. Os próprios são aqueles que, quando descumpridos, provocam o fenômeno da
preclusão (perda de uma faculdade processual);
− 3.2. Os impróprios são os que, mesmo descumpridos, não geram nenhuma conse-
quência processual, podendo a providência ser cumprida até mesmo fora do prazo.

3
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 124-125.

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• 4) Quanto à exclusividade: os prazos podem ser comuns ou particulares.


− 4.1. Os prazos comuns são aqueles que correm, no mesmo espaço de tempo, para
ambas as partes.
− 4.2. Os prazos particulares são os que, num exato espaço de tempo, correm apenas
para uma parte ou sujeito processual, e não para a outra parte ou para os outros su-
jeitos.

O PULO DO GATO
Quando os prazos particulares começarem primeiro para uma parte e, depois de findo o primei-
ro prazo, começarem para outra, estaremos diante dos chamados prazos sucessivos.

• 5) Quanto à atuação: os prazos processuais podem ser prazos de atuação ou prazos de


espera.
− 5.1. Os prazos de atuação são aqueles que, enquanto correr o prazo, exigem alguma
atitude de uma parte ou sujeito processual.
− 5.2. Os prazos de espera são os que, enquanto transcorrerem, nenhum ato processu-
al poderá ser praticado (Ex.: Intervalo mínimo de uma hora entre duas audiências de
saneamento processual – art. 357, § 9º, do CPC).

4. Disposições Gerais do CPC


Agora que você conhece a classificação dos prazos processuais, aprofundaremos nesta
microciência processual por meio de comentários individualizados a cada dispositivo do CPC
pertinente ao tema.

CAPÍTULO III
DOS PRAZOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato.

O caput e o § 1º introduzem a possibilidade de existência de prazos legais (previstos no


texto legal, como o prazo para contestação – art. 335 do CPC) e de prazos judiciais: não ha-
vendo prazo definido em lei, o juiz concede ao sujeito processual um prazo para praticar deter-
minado ato (Ex.: prazo para manifestação sobre uma petição simples protocolada pela parte
contrária).

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O prazo judicial, para ser legítimo, deve pautar-se em ao menos um critério: complexida-
de do ato. O prazo deverá ser diretamente proporcional à complexidade do ato: quanto mais
complexo o ato processual a ser praticado, maior será o prazo concedido pelo juiz em decisão.

§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimen-
to após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a
prática de ato processual a cargo da parte.

As bancas cobram muitíssimo as regras dos §§ 2º e 3º. Tome muito cuidado para não as
confundir!

Havendo omissão na lei, deverão ser observados os seguintes prazos:

INTIMAÇÃO
DECISÃO JUDICIAL
Obrigatoriedade de
Prática do ato processual
comparecimento
5 DIAS
48 HORAS

Exemplo prático:
O juiz recebe uma petição simples protocolada pelo autor, alegando que o réu cometeu algum
equívoco no processo, e profere despacho para que o réu se manifeste sobre a petição do
autor, sem definir um prazo específico. Neste caso, o prazo será de 5 dias, porque é este o
prazo subsidiário, aplicável na lacuna da lei e da decisão judicial.

§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

O § 4º contém uma grande novidade do CPC de 2015, e é muito cobrado em provas.

Exemplo:
Imagine que uma parte tenha recebido intimação para oferecer contrarrazões recursais no
prazo de 15 dias, e esta intimação é publicada numa terça-feira. No mesmo dia, o advogado
do recorrido ficou sabendo, em conversa informal com serventuário fora da repartição, de que
tal intimação foi elaborada.

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Veja: neste exemplo, se o advogado, no mesmo dia, elaborar e protocolar a peça de contrarra-
zões antes mesmo de a intimação ser publicada, as contrarrazões serão tempestivas e perfei-
tamente receptíveis.

No CPC anterior, esse “adiantamento” não era possível. Agora, a preclusão somente ocor-
rerá depois do término do prazo. Antes do início do prazo, o ato pode, sim, ser praticado.

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente
os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.

O art. 219 traz outra importantíssima novidade: os prazos processuais são contados tão
somente em dias úteis.
Finais de semana, feriados, dias sem expediente forense e recessos forenses são descon-
siderados do lapso temporal que forma o prazo.

A regra do cômputo de dias úteis aplica-se somente a prazos PROCESSUAIS, que são aqueles
concedidos para a prática de algum ato no processo.
Prazos decadenciais e prescricionais, por exemplo, são contados em dias corridos, e não se
sujeitam à regra do art. 219.

Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro
e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Mi-
nistério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão
suas atribuições durante o período previsto no caput.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.

Basicamente, este artigo criou nova hipótese legal de suspensão dos prazos processu-
ais, que ocorre independentemente de qualquer manifestação no processo, seja do juiz, seja
das partes.
Durante este período, os serventuários, juízes e demais usuários do serviço judiciário per-
manecerão trabalhando. São os processos, particularmente, que ficam suspensos.
Neste lapso temporal, também não se realizam audiências, e, nos tribunais, não se reali-
zam sessões de julgamento.

O PULO DO GATO
De 20/12 a 20/01, nenhum prazo processual correrá, com exceção dos previstos no art. 215 do
CPC. Eles continuarão de onde pararam. Se, em 19/12, o prazo já estava em seu terceiro dia de

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contagem, o quarto dia de contagem será em 21/01, se esta data representar dia útil (se não
for dia útil, o quarto dia será o primeiro dia útil subsequente).

Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento da parte ou ocorrendo
qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava
para sua complementação.

O “obstáculo” criado em detrimento (em prejuízo) da parte pode ser qualquer um, como por
exemplo a indisponibilidade total do sistema de processos eletrônicos.
Se for reconhecida a existência de obstáculo que prejudique a possibilidade de manifesta-
ção de algum sujeito processual, o prazo deverá ficar suspenso.

O PULO DO GATO
Lembre-se que, terminada a suspensão do processo, devolve-se à parte prejudicada exata-
mente o tempo que faltava do prazo antes da suspensão.
Se faltavam dois dias para o término do prazo, será de dois dias o prazo restituído, e assim
sucessivamente.

As hipóteses do art. 313 também suspendem o curso do processo. Todas elas foram pro-
fundamente abordadas na aula sobre a Teoria Geral do Processo, onde também abordamos o
processo e o procedimento, e as regras de formação, suspensão e extinção do processo.

Art. 221, Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de programa instituído pelo
Poder Judiciário para promover a autocomposição, incumbindo aos tribunais especificar, com ante-
cedência, a duração dos trabalhos.

Os tribunais do Poder Judiciário, esporadicamente, podem criar pautas exclusivas de audi-


ências de conciliação, incluindo nessa pauta todos os processos em que for possível, em tese,
a autocomposição.
Durante o período em que tais pautas perdurarem, as Varas vinculadas ao tribunal se dedi-
carão com prioridade à conciliação. Portanto, é este o fundamento da necessidade de suspen-
são do andamento processual de todos os feitos.

 Obs.: Lembre-se que “autocomposição” consiste na resolução de um conflito pelas próprias


partes, podendo ser realizada mediante conciliação e mediação, por exemplo.

Exemplo:
Imagine que o órgão tenha determinado que a pauta conciliatória durará por duas semanas.
Neste caso, será de duas semanas o período de suspensão de todos os processos.
Em todos os casos, o tribunal deverá especificar a duração do programa de conciliação.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Prazos
Gustavo Deitos

A dificuldade do transporte pode ser decorrente de fatores ordinários do local (falta de in-
fraestrutura) ou de calamidades/desastres naturais, como enchentes.
Havendo dificuldade de locomoção até a sede do juízo, poderá o juiz prorrogar todos os
prazos por até 2 MESES.
No caso específico da calamidade pública, esses dois meses poderão ser excedidos, po-
dendo o juiz prorrogar os prazos pelo tempo que entender necessário: três meses, seis meses,
um ano etc.
Para lembrar:

Dificuldade de transporte Se a dificuldade decorrer de


+2 MESES (possibilidade de CALAMIDADE PÚBLICA
prorrogação) Prorrogação sem limites

§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes.

Prazos peremptórios, como estudamos no subcapítulo da classificação dos prazos, são


aqueles cuja dilação/redução somente pode ocorrer mediante preenchimento de requisi-
tos legais.
A redução de um prazo peremptório, como o prazo recursal e o prazo da contestação (15
dias), somente pode ocorrer se a parte destinatária do prazo concordar com a redução.

Exemplo:
Não pode o juiz reduzir o prazo do réu para contestar, de 15 para 10 dias, sem a concordância
do réu. Se o réu concordar, será possível.

Prazos meramente dilatórios, por sua vez, podem ser livremente reduzidos pelo juiz, desde
que essa redução não prejudique a segurança jurídica das partes.

Exemplo:
Primeiramente, o juiz concede ao réu prazo de 15 dias para se manifestar sobre uma petição
simples do autor. No segundo dia do prazo, o juiz percebe que o prazo deveria ser de 10 dias,
porque a complexidade do ato não é tão grande. Logo, poderá o juiz reduzir o prazo de 10 dias,
intimando o réu dessa redução.

Neste mesmo exemplo, não poderia o juiz reduzir o prazo para 10 dias quando estivesse no
10º dia, pois, obviamente, esta redução prejudicaria a parte de boa-fé.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Prazos
Gustavo Deitos
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de prazos poderá ser
excedido.

Este parágrafo foi comentado juntamente do caput, a cujo comentário remeto.

Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, inde-
pendentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou
por justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato
por si ou por mandatário.
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.

Lembre-se: o decurso (término) de um praz NÃO precisa ser declarado pelo juiz. O fim de um
prazo produz automaticamente seus efeitos, que, em geral, são os efeitos da preclusão.

Para ilidir os efeitos da perda de um prazo, a parte poderá provar que não praticou o ato
dentro do prazo por uma justa causa, que sempre deve ser um evento alheio à sua vontade,
que, por si só, a impediu de praticar o ato, impedindo-a, ainda, de atribuir a prática do ato a um
mandatário.
Se o juiz reconhecer a justa causa, dará novo prazo para a prática do ato, de acordo com a
complexidade desse ato (art. 218, § 1º).

 Obs.: Se era possível que um mandatário praticasse o ato, não ficará configurada a justa
causa, e a preclusão será mantida. Ademais, se o evento tiver decorrido da vontade da
própria parte, também não ficará configurada a justa causa, e a preclusão será mantida.

Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e
incluindo o dia do vencimento.
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte,
se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora
normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da
informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.

Os prazos serão contados com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimen-
to. O dia do começo é um daqueles mencionados no art. 231, a depender da forma como a
comunicação ocorreu.

Exemplo prático:
Quando uma parte é citada pelos Correios, o dia do começo do prazo é o dia da juntada aos
autos do AR cumprido. Usaremos esta situação de exemplo.

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Prazos
Gustavo Deitos

Maria é autora de ação de cobrança contra Joana, que foi intimada por Correios em 03/03/2022.
O respectivo Aviso de Recebimento (AR) foi juntado aos autos apenas em 07/03/2022 (segun-
da-feira), dois dias depois. Se a intimação for para Joana praticar um ato no prazo de 5 (cinco)
dias, o dia 07/03/2022 será excluído da contagem, que se iniciará a partir do primeiro dia útil
seguinte, ou seja, 08/03/2022 (terça-feira), que será considerado o primeiro dia da contagem
do prazo, que terminará em 14/03/2022 (segunda-feira da semana seguinte).

Veja: o dia do vencimento do prazo foi protraído para 14/03, porque o dia 12/03 era feriado
para efeitos forenses (sábado).

Lembre-se: prazos não se iniciam nem terminam em feriados legais, fins de semana e em dias
em que não haja expediente forense, bem como no período de 20/12 a 20/01.

Quanto às regras dos §§ 2º e 3º, pertinentes aos prazos que se iniciam por publicação no
Diário Eletrônico, aprenderemos com o seguinte exemplo:

Exemplo:
Ato a ser praticado pela parte: manifestação sobre o laudo pericial.
05/09 (segunda-feira): Intimação é disponibilizada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho
(DEJT).
06/09 (terça-feira): Por ser o primeiro dia útil seguinte à data da disponibilização, este é o DIA
DA PUBLICAÇÃO.
07/09 (quarta-feira, feriado).
08/09 (quinta-feira): PRIMEIRO DIA DA CONTAGEM, pois é o primeiro dia útil seguinte ao da
publicação.

Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o
faça de maneira expressa.

O art. 225 é muito cobrado em provas.

A renúncia a um prazo, por um sujeito processual, somente poderá ocorrer com relação a
prazos particulares (vide classificação dos prazos processuais, no subcapítulo anterior), isto
é, os prazos que correm somente para um sujeito processual específico.
Além de a renúncia ser apenas com relação a prazos particulares, deverá o renunciante
fazê-lo de forma expressa.
NÃO existe renúncia tácita a prazo processual. Toda renúncia a prazo deve ser expressa.

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Prazos
Gustavo Deitos

A única exceção a esta regra é a do art. 1.000, parágrafo único: é possível que o direito ao
recurso seja tacitamente renunciado, quando uma das partes pratica ato incompatível com a
vontade de recorrer.
Se a prova perguntar, genericamente, sobre a forma da renúncia a prazo processual, responde
de acordo com o art. 225: deve ser EXPRESSA.

Art. 226. O juiz proferirá:


I – os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
II – as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
III – as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual
tempo, os prazos a que está submetido.

Os prazos para os pronunciamentos do juiz podem ser excedidos por igual tempo.

Exemplo:
Sentença, por 30 dias além do prazo (30+30 dias).

É importantíssimo conhecer os prazos para a prolação de cada espécie de pronunciamen-


to judicial. Para ajudá-lo, apresento a seguinte ilustração:

Despacho
5

Decisão Interlocutória
10

Sentença
30

Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar
os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data em que:
I – houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
II – tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora em que teve ciência da ordem
referida no inciso II.

Para ajudá-lo a lembrar dos prazos a que se sujeitam os servidores, apresento a ilustra-
ção abaixo:

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Prazos
Gustavo Deitos

Remeter conclusos Executar


1 DIA 5 DIAS

§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições ou de manifestações em geral ocor-


rerá de forma automática, independentemente de ato de serventuário da justiça.

Essa é uma das maiores vantagens do processo eletrônico sobre o processo físico. No
físico, os servidores da unidade deveriam certificar a juntada do documento/requerimento da
parte aos autos. Agora, as partes fazem isso sozinhas, sem necessidade de aprovação ou jun-
tada por parte do servidor.
Aqui, consta o reflexo prático do propósito de reduzir-se o trabalho burocrático das unida-
des judiciárias, fazendo-se com que o foco do trabalho se dirija ao trâmite dos atos processu-
ais em si e, no fim das contas, ao jurisdicionado e a seus advogados.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia dis-
tintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou
tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por
apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.

A regra do art. 229 somente se aplica a processos físicos.


Processos eletrônicos NÃO se sujeitam a tal regra (conforme o § 2º).

Em processos físicos, é possível que, no polo ativo ou passivo, haja mais de uma parte
(litisconsórcio ativo ou passivo).
Se todos os litisconsortes do mesmo polo tiverem o mesmo advogado, ou advogados dife-
rentes do mesmo escritório, os prazos correrão normalmente.
Se, todavia, os litisconsortes tiverem advogados de diferentes escritórios de advocacia,
os prazos serão dobrados, a fim de compensar a falta de uniformidade na consulta aos autos.
Agora, imagine que, no caso de litisconsórcio passivo, somente um tenha apresentado con-
testação e o outro tenha sido revel. Embora não surjam os efeitos da confissão nesta hipótese
(conforme o art. 345, inciso I do CPC), os prazos permanecerão de forma simples, sem dobra,
pois somente um dos réus é que será intimado para a prática dos atos processuais.

Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Ministério
Público será contado da citação, da intimação ou da notificação.
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:

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Prazos
Gustavo Deitos

O “dia do começo” do prazo não é contado, pois os prazos processuais são contados com ex-
clusão do dia do começo (art. 224 do CPC).

I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo
correio;
II – a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por
oficial de justiça;

Não basta a simples ciência da pessoa intimada/citada: deve o AR ser juntado aos autos,
se a comunicação for por Correios, ou a certidão de devolução de mandado cumprido deve ser
juntada aos autos, se a comunicação for por Oficial de Justiça.

III – a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do
chefe de secretaria;
IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por
edital;

Os editais representam modo de obtenção de ciência ficta da pessoa intimada. Nesse


caso, devemos interpretar a publicação do edital como ciência, respeitando-se prazo de 20 a
60 dias (art. 257, III, CPC), contados da publicação, para que a ciência seja presumida como
certa/inequívoca.

V – o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que
a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada
da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar
em cumprimento de carta;
VII – a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;

Lembre-se: conforme o art. 224, § 3º, a contagem do prazo somente se inicia no primeiro
dia útil seguinte ao da publicação. O dia da publicação, por ser o dia do começo do prazo, fica
excluído (art. 224, caput).

VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório
ou da secretaria.

É importantíssimo conhecer, também, a regra do art. 272, § 6º, do CPC:

A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado (...) implicará intimação de
qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.

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Prazos
Gustavo Deitos

Portanto, ao levar os autos consigo em carga, o advogado é tido por intimado de qualquer
decisão judicial proferida nesses autos, mesmo que não publicada na imprensa oficial.

 Obs.: Para fins de prova, é necessário um trabalho de memorização dos dias considerados
como “começo do prazo” de acordo com cada forma de comunicação do ato proces-
sual, enumeradas nos incisos acima.

§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à últi-
ma das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.

Para cada parte (ou litisconsorte), o prazo será contado a partir da forma como ela foi inti-
mada/citada. O prazo corre para cada um, individualmente. Não haverá nenhum obstáculo ao
andamento de um prazo para os demais. se um dos sujeitos processuais não for efetivamen-
te intimado.

§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma,
participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo
para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.

Se um ato deva ser cumprido pela própria parte, e não pelo advogado, a intimação deverá
ser pessoalmente direcionada à parte, por correios ou oficial de justiça, e não por intermédio
do advogado. Logo, o começo do prazo será o dia do efetivo recebimento da comunicação do
ato processual pela parte.
É claro que, se a parte for intimada por intermédio do advogado e ficar ciente da determi-
nação, não haverá prejuízos, tampouco nulidade.

§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.

O prazo para a pessoa intimada/citada por hora certa, pelo oficial de justiça, começará
quando da juntada aos autos do mandado cumprido, no qual ficará atestado que a citação/
intimação se deu por hora certa.

Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da
citação ou da intimação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao
juiz deprecante.

O “meio eletrônico” mencionado no art. 232 é o tradicional “malote digital”. Quando o juiz
deprecado (que deve cumprir a ordem) efetuar a intimação ou citação ordenada pela carta,
ele comunicará o cumprimento da diligência ao deprecante (que pediu a diligência), por meio
eletrônico.

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Prazos
Gustavo Deitos

4.1. Diferença entre Prazo Processual e Prescricional


Não se pode confundir, em hipótese alguma, um prazo processual com um prazo prescri-
cional. A maior diferença entre eles (que fundamenta todas as infinitas diferenças existentes) é
a de que o prazo prescricional pertence ao direito material, e, portanto, nenhuma regra do CPC
pode ser aplicada ao surgimento, à extinção ou à contagem do prazo prescricional.
Não é por outra razão que a prescrição intercorrente, embora abordada diretamente no
CPC, não tem sua forma de contagem e seu prazo nele fixados.
Abaixo, apresentarei a teoria básica da prescrição, para que você veja como é clara a dis-
tinção entre prazo prescricional e processual.
No direito brasileiro, existem duas espécies de prescrição:
• 1) Prescrição aquisitiva: depois de transcorrido o prazo prescricional, o sujeito passa a
adquirir direito a alguma coisa.
− A prescrição aquisitiva existe no direito civil, notoriamente no que tange à usucapião,
quando a passagem de certo tempo dá ao sujeito a possibilidade de tomar um imóvel
para si (adquiri-lo).
• 2) Prescrição extintiva: é um fenômeno jurídico que leva à perda da pretensão de uma
pessoa relativamente a um direito, de modo que não poderá mais exigir o referido direito
em juízo depois do transcurso do prazo prescricional.
− Em outras palavras, antes da consumação do prazo de prescrição, a pessoa poderá
exigir que seu direito seja observado e, até mesmo, imposto pelo Poder Judiciário.
Depois da passagem do prazo de prescrição, essa exigência não mais poderá ser
feita.

Quando uma obrigação pode ser exigida mediante ação judicial, denomina-se tal obriga-
ção como obrigação jurídica. Neste tipo de obrigação, existe um débito, cuja responsabilidade
pode ser exigida de alguém.
Quando o prazo prescricional transcorre, a obrigação passa a denominar-se obrigação na-
tural. Este tipo de obrigação comporta, de fato, a existência de um débito, que, todavia, não
pode ter sua responsabilidade imputada a ninguém. A obrigação passa a não ser mais exigível,
embora continue existindo.

Exemplo:
Quando um empregado trabalha em horas extras e não é remunerado por este trabalho suple-
mentar, ele passa a ter o crédito de receber por estas horas trabalhadas, mas, se o prazo pres-
cricional se consumar, este crédito, embora continue existindo, não poderá mais ser exigido no
Poder Judiciário.

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Prazos
Gustavo Deitos

Conclusão: a prescrição não atinge o direito em si, mas atinge a possibilidade de sua exi-
gência/reivindicação perante o Estado-juiz, que representa a chamada pretensão.

DICA:
Pretensão = possibilidade de exigência de um direito no Poder
Judiciário (extinta pela prescrição).
Preclusão = perda de uma faculdade dentro de processo.

4.2. Prazos Privilegiados


O CPC outorga a determinadas instituições uma prerrogativa processual privilegiada: pra-
zos em dobro para todas as manifestações processuais.
Confira as seguintes regras do CPC:

Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá
início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz
requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o Ministério Público.
(...)
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações proces-
suais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
(...)
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte patroci-
nada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa
ser realizada ou prestada.
§ 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito
reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de
convênios firmados com a Defensoria Pública.
§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para a Defensoria Pública.

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Prazos
Gustavo Deitos

O MP, a Advocacia Pública (Procuradorias), a Defensoria Pública e os escritórios de prática


jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam
assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública, para
todas as suas manifestações, seja recurso, contestação, requerimentos legais, dentre outras,
terão o prazo contado em dobro.
Logo, se o prazo para contestação dos litigantes em geral é de 15 dias, essas instituições
terão o prazo de 30 dias, e assim sucessivamente.

O prazo não será contado em dobro em favor dessas instituições quando um dispositivo legal
específico der a quaisquer delas um prazo que lhes sejam próprio. É quando o dispositivo men-
ciona, diretamente, por exemplo, que “o Ministério Público terá vista por X dias”.

Exemplo:
Art. 16 da Lei da Ação Popular: “Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da
sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respecti-
va execução. o representante do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguin-
tes, sob pena de falta grave.”.
Como o prazo de 30 dias, fixado acima, é próprio para o MP, não haverá contagem em dobro. A
contagem dobrada somente é exigida quando o prazo processual é previsto de forma genérica
a todos (prazos recursais, prazos para instaurar incidentes etc.).

5. Regras Aprofundadas: Verificação dos Prazos e Penalidades


Seção II
Da Verificação dos Prazos e das Penalidades

Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos esta-
belecidos em lei.
§ 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo administrativo, na forma da lei.
§ 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao juiz
contra o serventuário que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei.

Os prazos estudados no comentário ao art. 228 (remeter conclusos em um dia e executar


em cinco dias) devem ser obrigatoriamente cumpridos pelo servidor, sob pena de processo ad-
ministrativo disciplinar ou sindicância, a depender da natureza da falta funcional constatada,
tudo nos termos do estatuto aplicável.
Quando uma parte, o MP ou a Defensoria constatar o descumprimento desses prazos, po-
derão representar ao juiz (acusar a demora) essa situação.

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Prazos
Gustavo Deitos
Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério Público
devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado.
§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo legal.
§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à
vista fora de cartório e incorrerá em multa correspondente à metade do salário-mínimo.
§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do Brasil
para procedimento disciplinar e imposição de multa.
§ 4º Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia
Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável pelo ato.
§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável pela instauração
de procedimento disciplinar contra o membro que atuou no feito.

O pedido de vista dos autos consiste em levá-los consigo em carga. O prazo para que o
advogado mantenha sob sua posse os autos do processo é de 5 dias (art. 107, inciso II).
A carga realizada pelo período de 2 a 6 horas denomina-se carga rápida. É possível que o
juiz, e somente o juiz, prorrogue tal prazo. Todavia, se o advogado exceder tal prazo sem ob-
ter prorrogação judicial, ele não poderá mais se valer da carga rápida no mesmo processo. A
carga rápida é útil para quando estiverem em curso prazos comuns (que correm para ambas
as partes).
Se o advogado exceder ao seu prazo por 3 DIAS, além de perder o direito à carga, deverá
pagar multa correspondente a 50% do salário-mínimo.
Quando o responsável pelo atraso trabalhar em nome de uma instituição (MP, Defensoria
ou Advocacia Pública), a multa será aplicada ao agente público específico, e não ao órgão.
Se o procurador atrasado for um advogado, o juiz comunicará o fato ao órgão competente
da OAB. Se for agente público, comunicará ao órgão de competência correicional do respectivo
ente/entidade.

Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corre-
gedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente
exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou regimento interno.

Estudamos anteriormente os prazos legais a que se submetem os pronunciamentos do


juiz. Para despacho, o prazo é de 5 dias; decisão interlocutória, de 10 dias e sentença, de 30
dias (art. 226 do CPC).
Além desses prazos legais, existem prazos definidos em normas regulamentares dos tribu-
nais e nos seus respectivos regimentos internos.
A inobservância desses prazos pode prejudicar a parte, concorda? Além da parte, o MP e a
Defensoria Pública podem protocolar representação à Corregedoria do Tribunal ou à Correge-
doria do CNJ contra magistrado que exceder os prazos legais sem justificativa.

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Abaixo, estudaremos o procedimento dessa representação, bem como as suas consequ-


ências, à luz do CPC.

§ 1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente o juiz, não sendo caso
de arquivamento liminar, será instaurado procedimento para apuração da responsabilidade, com
intimação do representado por meio eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no prazo de
15 (quinze) dias.
§ 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 (quarenta e oito) horas após a
apresentação ou não da justificativa de que trata o § 1º, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o
relator no Conselho Nacional de Justiça determinará a intimação do representado por meio eletrôni-
co para que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz ou do relator contra o
qual se representou para decisão em 10 (dez) dias.

 Obs.: O fato de este artigo não prever pena específica ao juiz negligente não o isenta de pena-
lidade, que deverá ser tipificada e apurada em procedimento administrativo próprio, de
acordo com as leis especiais e normas regulamentares aplicáveis à magistratura.

Se for arquivada liminarmente,


termina aqui

Representação contra
o juiz

Sendo ACEITA, o juiz tem o prazo


de 15 DIAS para se justificar

Findo o prazo ou apresentada a


Praticado o ato, acaba justificativa, o juiz será intimado pelo
aqui. Corregedor para PRATICAR O ATO
EM 10 DIAS

Não praticado o ato, deverá o


substituto do juiz praticá-lo em 10 DIAS

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EXERCÍCIOS
001. (FGV/TJ-RS/OFICIAL DE JUSTIÇA/2020) Credor de obrigação contratual propôs ação
de cobrança em face dos três devedores solidários, o que deu azo à instauração de processo
eletrônico.
Validamente citados, os réus constituíram advogados diferentes, pertencentes a escritórios de
advocacia distintos, tendo cada qual, então, ofertado a sua peça contestatória.
Encerrada a fase instrutória e proferida sentença em que se julgava procedente o pleito autoral,
o prazo de que os demandados dispõem para interpor recurso de apelação é:
a) simples;
b) duplicado;
c) duplicado, desde que a peça recursal seja formalmente una;
d) triplicado;
e) quadruplicado.

Conforme o art. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advo-


cacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qual-
quer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento (art. 229, caput). Todavia, esta regra
não se aplica a processos eletrônicos, como é o caso narrado na questão (§ 2º do art. 229).
Letra a.

002. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Sobre os atos processuais, a partir das dis-


posições do Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta:
a) A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, seja expressa
ou tacitamente.
b) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos,
sempre terão prazo em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento.
c) Todas as nulidades dos atos, se não alegadas na primeira na primeira oportunidade em que
couber à parte falar nos autos, serão consideradas preclusas.
d) Salvo disposição em sentido contrário, considera-se dia do começo do prazo o dia útil se-
guinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital.

a) Errada. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde
que o faça de maneira expressa (art. 225 do CPC).
b) Errada. Conforme o art. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios
de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em

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qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento (art. 229, caput). Todavia, esta
regra não se aplica a processos eletrônicos.
c) Errada. Somente as nulidades relativas serão preclusas de não alegadas no primeiro mo-
mento processual oportuno. As nulidades absolutas podem ser suscitadas a qualquer tempo
e grau de jurisdição, se não convalidadas por outros fundamentos.
d) Certa. É a regra literal do art. 231, inciso IV, do CPC.
Letra d.

003. (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2019) Um dos


litisconsortes passivos de determinada ação judicial retirou o processo do cartório, em carga,
após ser proferida sentença em autos físicos, mas antes de sua publicação. Na mesma sema-
na em que isso ocorreu, foram opostos embargos de declaração.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta, considerando que os réus têm
procuradores diferentes, de escritórios de advocacia distintos.
a) O dia do vencimento deverá ser excluído da contagem do prazo.
b) Não se aplica ao caso o benefício da contagem do prazo em dobro.
c) Considera-se o dia da carga como o dia do começo do prazo.
d) A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil seguinte ao dia da disponibilização da
informação no Diário de Justiça.
e) O recurso é considerado intempestivo, pois foi oposto antes do termo inicial do prazo.

a) Errada. O dia de vencimento é sempre incluído na contagem do prazo (art. 224 do CPC).
b) Errada. Como o processo é físico, a regra do art. 229 é plenamente aplicável (contagem em
dobro, em razão de procuradores de escritórios distintos).
c) Certa. É a regra literal do art. 231, inciso VIII, do CPC.
d) Errada. Como a parte fez carga dos autos, ela é considerada intimada no dia da carga, e não
no dia da publicação do ato (art. 231, VIII, CPC).
e) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo (art.
218, § 4º).
Letra c.

004. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Quanto aos prazos,


a) sendo a lei omissa, o prazo para a parte praticar o ato processual será sempre o de dez dias.
b) a parte pode renunciar àqueles estabelecidos exclusivamente em seu favor, desde que o
faça de maneira expressa.
c) quando contados em dias, estabelecidos legal ou judicialmente, computar-se-ão os
dias corridos.

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d) se processuais, interrompem-se nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de


janeiro, inclusive.
e) será considerado intempestivo o ato praticado antes de seu termo inicial, por ainda não
existir, processualmente.

a) Errada. Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexi-
dade do ato (art. 218, § 1º). Ademais, “Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz,
será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte” (art. 218, § 3º).
b) Certa. Trata-se da regra literal do art. 225 do CPC.
c) Errada. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
somente os dias úteis (art. 219, caput, CPC).
d) Errada. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de de-
zembro e 20 de janeiro, inclusive (art. 220, caput). Suspensão é bem diferente de interrupção,
como tratado em aula.
e) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo (art.
218, § 4º).
Letra b.

005. (VUNESP/IPREMM-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Os atos processuais serão rea-


lizados nos prazos previstos em lei. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a compareci-
mento após decorridos 5 (cinco) dias.
b) Será considerado intempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
c) Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa
por apenas um deles.
d) A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, de maneira
expressa ou tácita.
e) Os prazos processuais ou materiais, estabelecidos por lei ou pelo juiz, computar-se-ão so-
mente em dias úteis.

a) Errada. Cuidado para não confundir com a regra do art. 218, § 3º! Conforme o art. 218, § 2º:

Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento
após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
b) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo (art.
218, § 4º).
c) Certa. Trata-se da regra literal do art. 229, § 1º.

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d) Errada. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde
que o faça de maneira expressa (art. 225 do CPC).
e) Errada. Somente os prazos processuais é que são contados em dias úteis (art. 219, pará-
grafo único).
Letra c.

006. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Em relação aos prazos


no atual CPC, é correto afirmar:
a) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos
ou não, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo
ou tribunal, independentemente de requerimento.
b) Será considerado intempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo, por não ter
ainda existência jurídica.
c) Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, desde
que haja declaração judicial nesse sentido, podendo a parte, porém, provar justa causa para
sua não realização.
d) A parte poderá renunciar tácita ou expressamente ao prazo, desde que estabelecido exclu-
sivamente em seu favor.
e) Ao juiz é defeso reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes.

a) Errada. Devem os escritórios de advocacia ser distintos para a dobra do prazo (art.
229 do CPC).
b) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo (art.
218, § 4º).
c) Errada. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual,
independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não
o realizou por justa causa (art. 223).
d) Errada. parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde
que o faça de maneira expressa (art. 225 do CPC).
e) Certa. É a regra literal do art. 222, § 1º, do CPC.
Letra e.

007. (FUNCERN/PREFEITURA DE APODI-RN/PROCURADOR/2019) Pelo Código de Proces-


so Civil (Lei Federal n. 13.105/2015), os atos processuais serão realizados nos prazos prescri-
tos em lei. É correto, ainda, afirmar a respeito do prazo dos atos processuais que:
a) na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente
os dias úteis, salvo nos casos de prazos urgentes, quando então será contado o prazo em
dias corridos.

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b) inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 10 (dez) dias o prazo para
a prática de ato processual a cargo da parte.
c) quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração ao tamanho do ato
processual.
d) os prazos serão suspensos durante a execução de programa instituído pelo Poder Judiciário
para promover a autocomposição, incumbindo aos tribunais especificar, com antecedência, a
duração dos trabalhos.

a) Errada. Não importa se o praz processual é urgente ou não. Todos os prazos processuais
são contados em dias úteis (art. 219, caput).
b) Errada. Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o
prazo para a prática de ato processual a cargo da parte (art. 218, § 3º).
c) Errada. Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexi-
dade do ato (art. 218, § 1º).
d) Certa. Trata-se da regra literal do art. 221, parágrafo único.
Letra d.

008. (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) De acor-


do com o Código de Processo Civil, os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos
em lei. Sobre a matéria, assinale a alternativa correta.
a) O juiz proferirá os despachos no prazo de 5 (cinco) dias, as decisões interlocutórias no prazo
de 10 (dez) dias e as sentenças no prazo de 20 (vinte) dias.
b) Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, median-
te declaração judicial, ficando assegurado à parte provar que não o realizou por justa causa.
c) Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorro-
gar os prazos por até 3 (três) meses.
d) Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual
tempo, os prazos a que está submetido.
e) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos,
terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tri-
bunal, mediante simples requerimento.

a) Errada. O único erro está no prazo das sentenças, que é de 30 dias (art. 226 do CPC).
b) Errada. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual,
independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não
o realizou por justa causa (art. 223, caput).
c) Errada. Tal prazo de prorrogação é de dois meses (art. 222, caput).

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d) Certa. Trata-se da regra literal do art. 227 do CPC.


e) Errada. A dobra do prazo, em tal circunstância, não depende de requerimento (art. 229 do CPC).
Letra d.

009. (CESPE/CGE-CE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO – ÁREA DE CORREIÇÃO/2019)


Em razão de problemas técnicos no sistema informatizado, a contestação apresentada pelo
réu no processo eletrônico não foi juntada aos autos e, posteriormente, foi registrado o anda-
mento de decurso do prazo para esse ato processual de defesa.
Acerca das consequências decorrentes do referido problema técnico, é correto afirmar que,
nessa situação hipotética,
a) extingue-se o direito de praticar o ato processual de defesa e produzem-se os efeitos
da revelia.
b) não se extingue o direito de praticar o ato processual de defesa, mas se produzem os efeitos
da revelia.
c) caracteriza-se hipótese de justa causa, cabendo ao juiz permitir ao réu a prática do ato no
prazo que lhe estipular.
d) não está configurada hipótese de justa causa, mas não se converte o réu em revel.
e) não se verifica hipótese de justa causa, mas se produzem os efeitos da revelia.

O problema ocorreu sobre o sistema informatizado, cujo controle está fora do alcance das par-
tes. Conforme o art. 223, § 1º, “considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e
que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.”. Neste caso, o juiz permitirá à parte
a prática do ato no prazo que lhe assinar (§ 2º).
Letra c.

010. (VUNESP/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ADVOGADO/2019) Assinale a alternativa corre-


ta no que se refere aos prazos processuais.
a) Será considerado intempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
b) Sendo omissa a lei, o juiz fixará o prazo para cumprimento de determinado ato conforme a
complexidade do mesmo.
c) Quando a lei não determinar prazo, as intimações somente obrigam ao comparecimento
após decorridas 24 horas.
d) O juiz proferirá as sentenças e as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias.
e) Considera-se data da publicação a data da disponibilização do ato no Diário da Justiça
Eletrônico.

a) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo (art.
218, § 4º).

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b) Certa. Trata-se da regra literal do art. 218, § 1º.


c) Errada. O prazo é de 48 horas (art. 218, § 2º).
d) Errada. O prazo das sentenças é de 30 dias. O das decisões interlocutórias está correto: 10
dias (art. 226).
e) Errada. Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibi-
lização da informação no Diário da Justiça eletrônico (art. 224, § 2º).
Letra b.

011. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2019) A contagem de prazos para o Defensor Pú-


blico se inicia:
a) com a devolução dos autos feita pela Secretaria Administrativa da Instituição ao Poder
Judiciário.
b) pela abertura de vistas feita pelo serventuário do Poder Judiciário, ainda em cartório.
c) na data do aporte do ciente do Defensor Público nos autos.
d) com a publicação em órgão oficial da imprensa.
e) na data do ingresso dos autos à Secretaria Administrativa da Instituição.

A questão cobrou diretamente o entendimento do STJ acerca do termo inicial dos prazos quan-
do os autos dos processos físicos são remetidos à Defensoria Pública e ao Ministério Público.
Tal entendimento é redigido da seguinte forma:

A data da entrega dos autos na repartição administrativa da Defensoria Pública é o termo


inicial da contagem do prazo para impugnação de decisão judicial pela instituição, inde-
pendentemente de intimação do ato em audiência. (STJ. 3ª Seção. HC 296.759-RS, Rel.
Min. Rogério Schietti Cruz, 23/8/2017 (Informativo n. 611).

Letra e.

012. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO/2019) Determinado Defensor Público foi


informado de que um processo judicial de interesse de seu assistido tinha sido despachado
pelo juízo.
Nesse caso, de acordo com o Código de Processo Civil, a Defensoria Pública tem prazo:
a) em dobro para se manifestar, que começa a fluir com a intimação pessoal;
b) em quádruplo para se manifestar, que começa a fluir com a intimação pessoal;
c) idêntico ao de qualquer parte, que começa a fluir com a sua intimação pessoal;
d) em dobro para se manifestar, que começa a fluir com a publicação da intimação no diá-
rio oficial;
e) em quádruplo para se manifestar, que começa a fluir com a publicação da intimação no
diário oficial.

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A questão cobrou diretamente a regra literal do art. 186, caput e § 1º do CPC: prazo dobrado
e termo inicial na data da intimação pessoal do defensor (mesma regra aplicável ao MP e à
advocacia pública).
Letra a.

013. (FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO FORENSE/2018) O Ministério Público, pelo Promotor de Justi-


ça com atribuição, ajuizou uma demanda cível em face de uma empresa particular e do Estado
do Rio de Janeiro, em litisconsórcio passivo.
Sabendo-se que os autos são eletrônicos e que cada réu tem o seu próprio procurador, é corre-
to afirmar que o prazo da empresa particular para oferecer eventual contestação será de:
a) 30 dias úteis, uma vez que há litisconsórcio passivo com procuradores distintos e o prazo é
processual;
b) 15 dias úteis, uma vez que os autos são eletrônicos e o prazo é processual;
c) 15 dias corridos, uma vez que os autos são eletrônicos e o prazo é material;
d) 30 dias corridos, uma vez que há litisconsórcio passivo com procuradores distintos e o pra-
zo é material;
e) 60 dias úteis, uma vez que há litisconsórcio passivo com procuradores distintos e o prazo é
processual.

A questão pediu pelo prazo da empresa, e não do MP.


Conforme o art. 219, caput, “Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz,
computar-se-ão somente os dias úteis”. Ademais, o prazo da contestação é de 15 dias (art.
335, caput, CPC).
Letra b.

014. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019) Por ter sofrido su-


cessivos erros em cirurgias feitas em hospital público de determinado estado, João ficou com
uma deformidade no corpo, razão pela qual ajuizou ação de reparação de danos em desfavor
do referido estado.
Tendo como referência essa situação hipotética e os dispositivos do Código de Processo Civil,
julgue o item subsecutivo.
O estado possui prazo em dobro para apresentar as manifestações processuais necessárias.

É a regra do art. 183, caput do CPC.


Certo.

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015. (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2017) Jul-


gue o próximo item, relativo ao ato processual.
Ato processual eletrônico pode ser praticado em qualquer horário desde que até as vinte horas
do último dia do prazo.

A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e qua-
tro) horas do último dia do prazo (art. 231 do CPC).
Errado.

016. (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2017) Jul-


gue o próximo item, relativo ao ato processual.
A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça
expressamente.

Trata-se da regra literal do art. 225 do CPC.


Certo.

017. (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2017) Jul-


gue o próximo item, relativo ao ato processual.
Serão considerados intempestivos os atos processuais realizados antes do termo ini-
cial do prazo.

Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo (art. 218, § 4º).
Errado.

018. (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) No


que tange à fazenda pública em juízo, julgue o item subsecutivo. O benefício do prazo em do-
bro aplica-se à defesa do ente público em sede de ação popular porque as regras referentes
à contagem de prazo do CPC se aplicam também aos procedimentos previstos na legislação
extravagante.

Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público (art. 183, § 2º). Na Lei da Ação Popular, os prazos destinados
à Fazenda Pública lhe são próprios. Logo, eles não serão dobrados.
Errado.

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019. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA FISCALIZAÇÃO – DIREI-


TO/2016) No que se refere à intervenção de terceiros em processos e aos poderes, deveres e
responsabilidade do juiz, julgue o item subsequente.
De acordo com a legislação processual civil, o juiz poderá determinar a dilação de prazo proces-
sual antes de encerrado o prazo regular, a fim de conferir maior efetividade à tutela do direito.

Trata-se de um poder expresso do juiz, constante do art. 139, inciso VI do CPC:

O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (…) VI – dilatar os
prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessida-
des do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
Certo.

020. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – PROCURADORIA/2016) À luz


do Novo Código de Processo Civil, julgue o item seguinte, referentes aos prazos e aos atos
processuais.
Os prazos processuais podem ser fixados em meses, dias, horas, minutos ou outra unidade de
medida, quando houver a possibilidade de sua estipulação pelas partes ou pelo juiz; os prazos
contados em dias, sejam judiciais ou legais, serão contados somente em dias úteis.

No CPC, existem prazos desde os fixados em anos até os fixados em minutos (como o prazo
das razões finais orais em audiência). Somente os prazos processuais é que são contados em
dias úteis (art. 219, parágrafo único), sejam eles decorrentes de decisão judicial ou da lei.
Certo.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Prazos
Gustavo Deitos

GABARITO
1. a
2. d
3. c
4. b
5. c
6. e
7. d
8. d
9. c
10. b
11. e
12. a
13. b
14. C
15. E
16. C
17. E
18. E
19. C
20. C

Gustavo Deitos
Professor de Cursos Preparatórios pra Concursos Públicos. Coach especialista em Concursos Públicos.
Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e 48°
lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.

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