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PROCESSUAL
CIVIL
Providências Preliminares,
Saneamento e Julgamento Conforme
o Estado do Processo
Livro Eletrônico
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento Conforme o Estado do Processo. . ...5
1. Aspectos Gerais: Contextualização do Processo......................................................................................5
2. Providências Preliminares.....................................................................................................................................6
3. Julgamento Conforme o Estado do Processo. ...........................................................................................12
3.1. Extinção do Processo com ou sem Resolução do Mérito................................................................13
3.2. Julgamento Antecipado do Mérito..............................................................................................................15
4. Decisão de Saneamento e Organização do Processo.......................................................................... 22
Exercícios............................................................................................................................................................................32
Gabarito...............................................................................................................................................................................43
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................44
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Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran! Espero encontrá-lo muito bem! Neste curso, apresento-lhe
várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de lhe disponibilizar,
de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o melhor desem-
penho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmen-
te, avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais.
Dessa forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com
um ou outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran. Tudo depende, unicamente, da preferência de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual Civil:
• Providências preliminares;
• Saneamento e organização do processo;
• Julgamento antecipado do mérito: total e parcial.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos
os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado.
O número de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do
conteúdo e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exer-
cícios disponibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja
efetivamente testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.
Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de
satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso você
tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum problema,
por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar sua avaliação.
Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir quaisquer
problemas nas aulas.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
Conforme o Estado do Processo
Gustavo Deitos
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço,
que, para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
Conforme o Estado do Processo
Gustavo Deitos
DICA!
As providências preliminares visam ENCURTAR o processo.
O saneamento e a organização visam PROLONGAR o proces-
so, não por mera burocracia, mas, sim, para o correto e justo
julgamento de uma causa mais complexa.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
Conforme o Estado do Processo
Gustavo Deitos
Abaixo, apresento-lhe os possíveis percursos processuais que podem ser seguidos depois
da contestação, ou depois da revelia do réu:
1) Depois da contestação – ou depois da configuração da sua revelia –, o juiz pode se
convencer de que não resta nenhuma questão pendente ou providência preliminar a ser to-
mada. Neste caso, o juiz proferirá julgamento antecipado total do mérito.
2) Depois da contestação – ou depois da configuração da sua revelia –, o juiz pode entender
que uma parte do objeto da ação ainda é controversa, e outra, por sua vez, é incontroversa e
não depende de nenhuma outra prova para ser esclarecida. Neste caso, o juiz procederá da
seguinte forma:
− Proferirá julgamento antecipado parcial do mérito, quanto à parcela incontroversa da
ação e suscetível de imediato julgamento;
− Determinará a tomada de providências preliminares para tentar sanar a controvérsia
existente em relação à outra parcela do objeto da ação, para que, se possível, possa
vir a julgá-la antecipadamente, assim como a parcela incontroversa.
3) Depois da contestação – ou depois da configuração da sua revelia –, o juiz pode enten-
der que todo o objeto da ação é incontroverso e não depende de nenhuma outra prova para
ser esclarecido. Neste caso, o juiz poderá adotar várias providências preliminares possíveis.
− Se as providências tomadas forem suficientes para o esclarecimento do objeto da
ação, o juiz proferirá julgamento antecipado total do mérito (se todo o objeto for es-
clarecido) ou julgamento antecipado parcial do mérito (se uma parte do objeto for
esclarecida, e outra, não).
− Quando as providências tomadas não forem suficientes para o esclarecimento do ob-
jeto da ação, o juiz proferirá decisão de saneamento e organização do processo, nos
termos do art. 357 do CPC, que estudaremos profundamente mais adiante.
Professor, você menciona que o juiz poderá tomar “várias providências possíveis”. Afinal
de contas, quero saber: que providências seriam essas?
2. Providências Preliminares
O Capítulo IX do CPC dispõe sobre as providências preliminares específicas que o juiz
poderá requerer, antes de decidir o mérito de forma antecipada.
A tomada de “providências preliminares” é uma opção do juiz, que as tomará se verificar que,
apesar de o mérito estar próximo de ser resolvido, ainda não constam dos autos todas as provas
necessárias para o embasamento da sentença.
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Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
Conforme o Estado do Processo
Gustavo Deitos
CAPÍTULO IX
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO
Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências preli-
minares constantes das seções deste Capítulo.
As providências a serem tomadas dependerão de cada caso. Como veremos, cada uma
é apropriada a um contexto processual específico.
Seção I
Da Não Incidência dos Efeitos da Revelia
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia pre-
visto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não
as tiver indicado.
A revelia, como regra geral, tem um grande “efeito acessório”. O referido efeito é a confis-
são quanto à matéria de fato, isto é, a presunção de que todos os fatos alegados pela parte
contrária são verdadeiros.
Conclusão: nas hipóteses do art. 345 do CPC, o réu, apesar de revel, não será confesso.
Cito, abaixo, o art. 345, com as hipóteses de revelia SEM efeito de confissão:
Art. 345. A revelia NÃO produz o efeito mencionado no art. 344 [confissão quanto à matéria de
fato] se:
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável
à prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos.
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Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
Conforme o Estado do Processo
Gustavo Deitos
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde
que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa
produção.
Sim! É possível que o réu revel requeira a produção de provas. Mas esta possibilidade é
muito limitada. Explico.
O réu revel tem o direito de ingressar no processo a qualquer tempo. Todavia, em qualquer
caso, o réu revel receberá o processo no estado em que se encontrar. Isso quer dizer que, se
a fase de especificação das provas já tiver terminado, o réu não poderá requerer nenhum tipo
de prova, a menos que o juiz também tenha interesse na prova requerida pelo réu.
O art. 370 do CPC dispõe: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar
as provas necessárias ao julgamento do mérito. Veja: o juiz pode determinar a produção de
provas de ofício.
Sabendo disso, podemos concluir que o réu poderá requerer a produção de provas em
duas situações:
1) Se não tiverem ocorrido os efeitos de confissão dos fatos alegados pelo autor (hipó-
teses do art. 345), e o réu integrar o processo dentro do prazo dado ao autor para especificar
as provas que pretende produzir (art. 348 do CPC).
2) Quando o juiz não se convencer dos fatos alegados pelo autor e determinar de ofício
a produção de determinadas provas, mesmo que o réu seja confesso ou que o autor não
requeira determinada prova. Nesse caso, o réu pode indicar alguma prova que entenda per-
tinente, e o juiz pode concordar com seu requerimento e deferi-lo para que seja produzida a
prova requerida.
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Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
Conforme o Estado do Processo
Gustavo Deitos
Exemplo prático:
O juiz pode entender que, para comprovar determinados fatos, não é possível basear-se unica-
mente nas alegações do autor: é necessário mais algum elemento (Ex.: perícia grafodocumen-
toscópica para avaliar se determinada assinatura, apontada como falsa, é, de fato, falsa). Se
o réu revel requerer a realização de perícia grafodocumentoscópica, poderá o juiz, se também
entender necessária, deferi-la.
Seção II
Do Fato Impeditivo, Modificativo ou Extintivo do Direito do Autor
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será
ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
Agora, não falaremos sobre revelia. Trataremos de uma hipótese em que o réu contesta
os pedidos do autor e apresenta fatos impeditivos, modificativos ou extintivos dos direitos
postulados pelo autor.
Todos os fatos que constituam o direito do reclamante deverão ser comprovados por ele
(art. 373, I, CPC). Fatos constitutivos são mais fáceis de visualizar: são todos os fatos que,
se comprovados, dão à parte determinado direito previsto em lei. Podemos imaginar como
exemplo o fato de alguém ter prestado serviços de empreitada e não ter recebido o respectivo
pagamento: a ausência de pagamento constitui o direito à obrigação de pagamento.
Por outro lado, o réu deverá comprovar todos os fatos que extingam, impeçam ou modi-
fiquem o direito pretendido pelo autor. Veja, abaixo, os conceitos e exemplos clássicos de
fatos extintivos, impeditivos ou modificativos:
• FATO EXTINTIVO: É o fato que extingue um direito que já chegou a existir em algum
momento.
Exemplo: o autor, realmente, prestou serviços de empreitada ao réu, mas este efetuou correta-
mente o pagamento pactuado.
• FATO MODIFICATIVO: Fato que não extingue nem impede que o sujeito tenha o direito,
mas modifica o conteúdo e/ou a forma desse direito, que passa a ser devido em parâ-
metros diferentes do postulado.
Exemplo: o réu, realmente, não pagou o valor pactuado pelos serviços de empreitada do autor,
mas lhe entregou cheque como pagamento de metade da dívida. Logo, a dívida, embora exista,
é devida pela metade, e não integralmente.
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Gustavo Deitos
Seção III
Das Alegações do Réu
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva
do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova.
O art. 337 comporta as questões preliminares que o réu pode alegar em sua contesta-
ção. A maioria delas pode dar causa à extinção do processo (coisa julgada, convenção de
arbitragem, litispendência etc.).
Antes de determinar a extinção do processo, o juiz deverá intimar o autor para que, em 15
DIAS, se manifeste sobre a(s) questão(ões) preliminar(es) arguida(s) pelo réu na contestação.
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Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
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Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua
correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
Irregularidades ou vícios sanáveis são todos os equívocos que, por não serem qualificados
como “pressupostos processuais”, podem ser corrigidos ao longo do processo, sem prejuízo
ao seu andamento, tampouco ao seu resultado útil. São os “defeitos menores”.
O mais importante no art. 352 é o prazo máximo para a correção dos “defeitos meno-
res”: 30 DIAS.
Obs.: Reitero que o prazo de 30 dias para a correção dos pequenos defeitos NÃO É FIXO,
mas, sim, máximo. Pode o juiz conceder um prazo de 5, 10, 15 ou 20 dias, por exemplo.
Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá
julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X.
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Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
Conforme o Estado do Processo
Gustavo Deitos
Professor, afinal de contas, quais são os elementos necessários para que um processo
seja objeto de julgamento “conforme o estado em que se encontre”?
1
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum, volume
2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
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Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
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Gustavo Deitos
Nestes casos, caro(a) aluno(a), o processo NÃO poderá ser julgado de imediato. O juiz
deverá proferir a decisão de organização e saneamento do processo, a fim de preparar a
futura instrução probatória. Estudaremos sobre o saneamento e a organização do processo
no próximo capítulo da aula.
Agora, daremos enfoque ao julgamento do processo no estado em que se encontre, resultan-
te da inexistência de questões relevantes, pertinentes e/ou controversas a serem apreciadas.
CAPÍTULO X
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
Seção I
Da Extinção do Processo
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz
proferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do pro-
cesso, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
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Providências Preliminares, Saneamento e Julgamento
Conforme o Estado do Processo
Gustavo Deitos
Provavelmente você sabe de que a maioria das causas de extinção do processo sem
resolução do mérito (art. 485 do CPC) podem ser conhecidas pelo juiz de ofício e a qualquer
tempo, em qualquer grau de jurisdição. Portanto, mesmo que o juiz demore para constatar
uma dessas causas, ele poderá julgar o processo conforme o estado em que se encontre,
proferindo sentença de extinção sem resolução do mérito.
A ocorrência de decadência legal ou de prescrição (art. 487, II) pode ser constatada pelo
juiz de forma mais tardia, depois da contestação. Dessa forma, depois de intimada a parte
prejudicada para se manifestar sobre a constatação da decadência/prescrição, o juiz poderá
julgar o processo conforme o estado em que se encontre, proferindo sentença de extinção
com resolução do mérito.
Ademais, se a qualquer tempo o réu reconhecer a procedência dos pedidos, o autor re-
nunciar aos seus direitos ou as partes transigirem (chegarem a um acordo), também será
proferida sentença de extinção do processo COM resolução do mérito (art. 487, III).
O PULO DO GATO
Nem sempre a extinção do processo, com ou sem resolução do mérito, será total. É perfeita-
mente possível que o juiz extinga somente parte dos pedidos, permitindo o prosseguimento do
processo com relação à outra parcela do objeto da ação.
Quando a extinção do processo for parcial (com ou sem mérito), a decisão a ser proferida
pelo juiz será a chamada decisão interlocutória.
As bancas adoram explorar o recurso cabível contra a decisão que extingue o processo com
ou sem resolução do mérito, em sede de julgamento conforme o estado do processo.
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Se a extinção for TOTAL, a decisão será uma sentença, impugnável por apelação.
Se a extinção for PARCIAL, a decisão será uma decisão interlocutória, impugnável por
agravo de instrumento, conforme o parágrafo único do art. 354.
Exemplos práticos:
1) Quando o juiz constata a prescrição, a extinção do processo não dependerá de provas acerca
do direito material/substancial envolvido.
2) Quando as partes transigem (fazem acordo), também não se envolve prova do direito material
postulado. A extinção do processo, ainda que com resolução do mérito, decorre de um impe-
rativo processual, e não da análise do direito material postulado.
• 1) O julgamento antecipado do mérito ocorre quando uma parte dos pedidos ou todos
eles já não dependem de nenhuma outra prova, tampouco de instrução. Logo, estão ab-
solutamente aptos a serem decididos. Esta é a pura cognição exauriente.
• 2) As tutelas provisórias, por sua vez, baseiam-se em mera cognição sumária, quando
ainda não foram analisadas todas as provas possíveis.
Como veremos a seguir, o julgamento antecipado do mérito, seja ele total ou parcial, de-
pende da análise das provas dos direitos materiais postulados na ação.
Para entender, acompanhe-me nos comentários individualizados aos dispositivos do CPC.
Seção II
Do Julgamento Antecipado do Mérito
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na
forma do art. 349.
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Gustavo Deitos
Caro(a) aluno(a), no final das contas, pode-se concluir que o inciso I consubstancia o ele-
mento principal para o julgamento antecipado do mérito, e o inciso II, por sua vez, representa
um mero exemplo em que o elemento do inciso I se faz presente. Explico.
O inciso I permite o julgamento antecipado do mérito quando não houver necessidade de
produção de outras provas. Para que seja constatada a desnecessidade de novas provas, é
necessário que concorram duas condições2:
• 1) Não deve existir questão relevante, pertinente ou controversa a ser esclarecida;
• 2) O juiz deve estar convencido das alegações de fato apresentadas pelas partes.
O inciso I não se importa com o fato de o réu ser revel ou não. O juiz pode se deparar com
a desnecessidade de novas provas mesmo após a contestação do réu. Isso é perfeitamen-
te possível.
Se, após a contestação do réu e a réplica do autor, e após avaliar todas as provas já produ-
zidas, o juiz constatar que não existem mais questões a serem esclarecidas e ficar convencido
do que realmente aconteceu (conjugando as alegações de fato de ambas as partes), ficará
configurada a desnecessidade de novas provas (inciso I).
O PULO DO GATO
Existem processos que, para serem resolvidos, dependem unicamente de provas documentais.
Imagine que o autor anexe à sua petição inicial vários documentos, e, para contrapô-los, o réu
anexe à sua contestação outros documentos.
Se o juiz verificar que a solução da lide decorre somente da análise dos documentos e das
alegações das partes, o processo estará em condições de imediato julgamento, e o juiz poderá
julgar antecipadamente o mérito integral do processo (inciso I do art. 355).
Eu lhe disse anteriormente que a hipótese do inciso II (“o réu for revel, ocorrer o efeito
previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349”) é um mero
exemplo de desnecessidade de novas provas, que é a regra do inciso I.
Agora, explicarei a você o porquê.
Quando o réu é revel e ocorre o efeito da confissão, presumindo-se verdadeiros todos
os fatos alegados pelo autor, e o réu não se apresenta em momento hábil para requerer a
produção de outras provas, o juiz não terá razões para prosseguir com o processo. Logo, ele
proferirá sentença de julgamento antecipado total do mérito.
Veja que os efeitos da confissão acerca de todos os fatos alegados pelo autor tornam
desnecessária a produção de outras provas. Logo, conclui-se que o inciso II nada mais é que
um exemplo prático do inciso I.
2
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum, volume
2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 233.
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Gustavo Deitos
Obs.: Se o réu for revel e o juiz não considerar verossímeis as alegações do autor, ele não
poderá julgar o mérito de forma antecipada, pois, neste caso, além de penderem
questões relevantes, pertinentes e/ou controversas, não terá ocorrido o efeito da
confissão, pois o art. 354, inciso IV dispõe que o efeito da confissão não será pro-
duzido quando as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Por fim, resta te informar sobre o recurso cabível contra a decisão que julga antecipada-
mente todos os pedidos postulados: é a APELAÇÃO, pois o julgamento antecipado total do
mérito é prolatado mediante SENTENÇA.
Seção III
Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
A teoria que sustenta o julgamento antecipado parcial do mérito é a mesma que sustenta
o julgamento antecipado de todo o mérito: adequação da tutela jurisdicional ao caso con-
creto, de modo a evitar que a parte que tem razão espere demais para receber o bem da vida
que pleiteou.
Resta-nos estudar as diferenças entre o julgamento integral/total – estudado anterior-
mente – e o julgamento parcial do mérito, de forma antecipada.
Não obstante, começarei esta abordagem apontando uma regra em comum, aplicável às
duas formas de julgamento antecipado do mérito. Acompanhe:
O art. 355, em seus incisos, demonstra que para o julgamento antecipado total do mérito
basta a desnecessidade de novas provas (inciso I, sendo o inciso II um mero exemplo do
inciso I). Já o art. 356, em seu inciso II, possibilita o julgamento antecipado PARCIAL do mé-
rito quando o pedido “estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355”.
Conclusão: como o inciso II do art. 356 faz referência ao art. 355 como hipótese de julga-
mento antecipado parcial, é de se concluir que o julgamento antecipado parcial do mérito será
cabível nas mesmas hipóteses em que couber julgamento antecipado total, com acréscimo
de uma outra hipótese: pedido incontroverso.
Dessa forma, o julgamento antecipado parcial do mérito tem lugar diante das seguintes
hipóteses:
1) O pedido a ser julgado antecipadamente é incontroverso (sobre tal pedido, não há mais
discussão entre as partes: ambas aceitam que o pedido tem uma determinada forma).
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Exemplo prático:
O autor, na petição inicial, cobrou um débito no valor de R$ 5.000,00 e exigiu o cumprimento de
uma obrigação de fazer. Na contestação, o réu afirma que já pagou metade deste valor, mas
continua devendo o restante, alegando também que nunca foi pactuada a obrigação de fazer.
Em réplica, o autor confirma o fato alegado pelo réu e passa a cobrar somente a parte não paga:
R$ 2.500,00, mas afirma que a obrigação de fazer é, sim, existente e válida.
Veja: neste contexto, o pedido relativo ao débito em dinheiro é incontroverso: ambas as partes
afirmam que o valor devido é de R$ 2.500,00. Logo, poderá o juiz proferir decisão interlocutória
de julgamento antecipado parcial do mérito, julgando procedente o pedido de pagamento do
débito em dinheiro, no valor de R$ 2.500,00. O processo prosseguiria com relação ao pedido da
obrigação de fazer, que ainda é controverso.
2) Quando não houver necessidade de produção de outras provas com relação ao pedido
a ser julgado, tudo de acordo com a mesma lógica estudada anteriormente para o julgamento
antecipado total/integral do mérito (não deve existir questão relevante, pertinente ou contro-
versa a ser esclarecida, e o juiz deve estar convencido das alegações de fato apresentadas
pelas partes).
Agora, apresentar-lhe-ei grandes diferenças entre os dois tipos de julgamento antecipado
do mérito:
1) No julgamento antecipado total/integral, são desnecessárias quaisquer outras provas
no processo.
2) No julgamento antecipado parcial, somente serão desnecessárias as provas relativas
ao pedido a ser julgado. Poderão continuar a ser coletadas novas provas, desde que relati-
vas aos pedidos não julgados. A parte incontroversa será considerada como independente
de novas provas.
Abaixo, apresento-lhe a diferença mais cobrada em provas no que tange aos dois tipos de jul-
gamento antecipado do mérito.
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Para ilustrar:
Provavelmente você já sabia de que as sentenças em geral podem ser líquidas (já com o
valor da condenação certo e determinado) ou ilíquidas (cujo valor da condenação é provisório
e deve ser calculado e tornado exato mediante liquidação).
A decisão interlocutória que julga antecipadamente uma parte dos pedidos é uma decisão
definitiva de mérito, como se sentença fosse. Logo, ela poderá, igualmente, condenar uma
das partes a cumprir obrigação já liquidada (com valor exato enunciado pelo juiz) ou não
liquidada (cujo valor exato deverá ser calculado em fase de liquidação).
Obs.: Pelo fato de tal decisão interlocutória ser uma verdadeira decisão definitiva de mérito,
ela também poderá ser objeto de ação rescisória, caso algum legitimado pretenda
desconstituí-la com fundamento em alguma das hipóteses do art. 966 do CPC.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
Contra a decisão interlocutória que julga parcial e antecipadamente o mérito cabe agravo
de instrumento, certo? Agora, imagine que o prazo do agravo tenha se esgotado. A conse-
quência jurídica será a mesma aplicável às sentenças: trânsito em julgado da parcela dos
pedidos que foi julgada, com formação de coisa julgada material sobre tais pedidos.
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Se o cumprimento for provisório, a parte nele interessada ficará sujeita ao seguinte regime
(art. 520 do CPC):
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito sus-
pensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte
regime:
I – corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada,
a reparar os danos que o executado haja sofrido;
II – fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução,
restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III – se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte,
somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de
posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano
ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada
nos próprios autos.
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A regra do inciso IV do art. 520 do CPC, pertinente ao cumprimento provisório, NÃO se aplica ao
cumprimento provisório da decisão interlocutória de julgamento antecipado parcial do mérito.
O motivo: o § 2º permite a execução imediata dessa decisão independentemente de caução
(garantia). Logo, a regra do inciso IV do art. 520 do CPC, que exige a prestação de caução para
o cumprimento provisório, é inaplicável à execução provisória da decisão interlocutória de jul-
gamento antecipado parcial do mérito.
Obs.: Liquidação da decisão refere-se a tornar exato o valor ao qual a parte vencida foi con-
denada, mediante cálculos e/ou procedimentos especializados destinados a apurar
o valor exato de uma dívida.
DICA!
Execução/Cumprimento – MESMO QUE penda recurso
Liquidação – MESMO QUE penda recurso (regras iguais)
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser pro-
cessados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
Pense comigo: o julgamento antecipado de uma parte dos pedidos já é algo que causa
certo tumulto no processo. Agora, imagine se a liquidação e o cumprimento/execução dessa
decisão ocorresse nos mesmos autos. Seria praticamente inviável, concorda?
Portanto, se uma das partes requerer ou o juiz entender conveniente, a liquidação e o
cumprimento/execução da decisão interlocutória de julgamento antecipado parcial poderão
ser realizadas em autos suplementares, que, visualmente, parecem um processo diferente,
porque ganham novo número e seus atos são totalmente separados dos autos principais,
onde foi proferida a decisão.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
Tendo em vista a grande importância desta diferença para fins de provas, entendo que é
oportuno reiterá-la:
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Ponto Doutrinário
Marinoni, Arenhart e Mitidiero tratam o “saneamento” como organização retrospectiva, uma
vez que o saneamento nada mais é que a verificação de questões processuais eventualmente
pendentes. No fim das contas, o saneamento é uma organização de questões passadas.
Já a organização propriamente dita é mencionada pelos doutrinadores como organiza-
ção prospectiva, que se preocupa com questões importantes para a preparação da futura
instrução e do futuro julgamento. Trata-se de organizar questões que terão reflexos e con-
sequências futuras.
Passada esta importantíssima introdução teórica, vamos à análise das regras positiva-
das do CPC.
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Seção IV
Do Saneamento e da Organização do Processo
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de sa-
neamento e de organização do processo:
Se não for o caso de julgamento antecipado do mérito (arts. 355 e 356) ou de extinção do
processo (art. 354), deverá o juiz proferir a decisão de saneamento e organização do processo,
que é uma decisão interlocutória por excelência.
Nesta decisão, serão abordados os seguintes itens, individualmente descritos:
Antes de definir o ônus de cada parte para provar os fatos, é importantíssimo que o juiz
esclareça quais são os fatos dependentes de prova. Afinal de contas, há determinados fatos
que não dependem de prova. Veja o que dispõe o art. 374 do CPC:
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Exemplos: Doença, por prova pericial médica; incapacidade laborativa, por prova pericial médica;
cumprimento de exigência legal burocrática, por prova documental.
Portanto, é na decisão de saneamento/organização que o juiz especificará o meio de prova
admissível para certos fatos. É claro que os fatos passíveis de comprovação por meios de
prova variados (documento, testemunha etc.) poderão ser provados por todos os meios de
prova admitidos em direito.
Obs.: Se for necessária prova pericial, o juiz nomeará perito na própria decisão de saneamento/
organização.
O art. 373 do CPC prevê os critérios básicos de distribuição do ônus da prova, que ordi-
nariamente são seguidos:
Apesar do teor do art. 373, é possível que o juiz distribua o ônus da prova de forma dife-
renciada. Veja, agora, o que dispõem os parágrafos do art. 373 do CPC:
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Exemplo prático
O autor alega que quitou integralmente um empréstimo consignado tomado de um banco (réu),
mas continua recebendo desconto em sua folha de pagamento pela consignação bancária. O
autor junta à sua petição inicial um documento que comprova que ele foi ao banco no dia equi-
valente à alegada data de pagamento (ticket de senha do banco). Este documento, por óbvio,
não é suficiente para a prova do fato constitutivo do direito do autor.
O réu se defende, dizendo que o autor nunca quitou o empréstimo realizado.
Poderá o juiz ordenar ao banco (réu) que apresente todos os extratos de operações bancárias
que demonstrem que o autor nunca procurou o banco para quitar o empréstimo.
Veja: é uma situação em que o autor não prova o fato constitutivo de seu direito, pois o juiz
distribuiu o ônus da prova de modo que o réu deve fazer a prova negativa do fato alegado pelo
autor, tendo em vista a maior facilidade de solucionar a controvérsia desta maneira. Afinal, um
banco detém todos os registros de todos os atos praticados perante seus funcionários.
O § 1º prevê duas hipóteses de cabimento da Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova:
• 1) Previsão expressa na lei: como exemplo, existe o art. 792, § 2º do CPC:
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar
que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes,
obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
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Obs.: desincumbir-se do ônus significa nada mais que atender ao dever decorrente do
ônus. Se o autor deve desincumbir-se do ônus de provar que foi agredido, ele estará
se desincumbindo ao levar uma testemunha que presenciou a agressão. Está aten-
dendo ao dever de prova decorrente do ônus probatório.
Ademais, o CPC de 2015 permite que as partes convencionem sobre os ônus probatórios.
Elas poderão fazer um negócio jurídico processual, dispondo que o autor provará os fatos A,
B e C, e o réu por sua vez provará os fatos D, E, F e G. É a regra do art. 373, §§ 3º e 4º.
Na decisão de saneamento/organização, o juiz decidirá se este negócio celebrado entre
as partes é lícito e aceitável. Afinal, o § 3º do art. 373 proíbe que da convenção entre as partes
resulte ônus sobre direito indisponível ou ônus excessivamente difícil de ser atendido. Caberá
ao juiz, na decisão de saneamento/organização, controlar essas convenções.
O PULO DO GATO
Quando as partes não convencionaram a respeito de ônus processuais (art. 373, § 3º), não
houver fatos independentes de prova (art. 374 do CPC) e nem houver distribuição dinâmica do
ônus da prova (art. 373, § 1º), o ônus da prova será o legalmente estabelecido: o autor provará
fatos constitutivos de seu direito, e o réu, os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do
direito do autor (art. 373, incisos I e II).
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O PULO DO GATO
As bancas tentam confundir os candidatos dizendo que seria necessária a designação da au-
diência já na decisão de saneamento. Na verdade, a audiência será designada se necessária,
ou seja, se o juiz entender devido (é facultativa/optativa/não obrigatória).
Como regra geral, o CPC de 2015 impõe que o saneamento e a organização do processo
sejam realizados mediante decisão escrita do juiz. O § 1º refere-se estritamente à regra geral.
Sendo a decisão escrita, após sua publicação, as partes terão o prazo comum de 5 DIAS para:
• Pedir esclarecimentos;
• Solicitar ajustes.
Após o término do prazo sem esclarecimentos ou ajustes a serem realizados, a decisão
de saneamento se torna estável, isto é, todos os esclarecimentos e ajustes não solicitados
no prazo ficarão preclusos, e a decisão de saneamento/organização deverá ser observada
na íntegra, não comportando impugnações.
O PULO DO GATO
O § 3º do art. 357 prevê uma excepcional hipótese em que o saneamento e a organização
serão realizados em audiência: quando a causa apresentar complexidade em matéria de fato
ou de direito.
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Obs.: Se a questão não fizer nenhuma diferenciação entre saneamento em decisão escrita
ou em audiência, considere válida e aplicável a regra do § 1º. Somente desconsidere o
prazo do § 1º se o enunciado da questão disser, expressamente, que o saneamento e
a organização tenham ocorrido em audiência. Principalmente, se a banca for a CESPE.
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de
fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
Obs.: O juiz somente ficará vinculado às questões delimitadas pelas partes, e não terá seu
poder instrutório afetado.
Exemplo: As partes podem convencionar que os fatos A, B e C deverão ser objeto de instrução
probatória mediante provas testemunhais. O juiz, que tem poder instrutório, poderá optar por
buscar a prova do fato A em documentos, ou em outra espécie de prova.
No exemplo acima, o juiz fica vinculado à convenção de que os fatos A, B e C deverão ser
objeto de atividades probatórias, mas não ficará vinculado no tocante ao meio de se exercer
a atividade probatória.
Como vimos, a regra geral é que o saneamento e a organização ocorrem em decisão escrita.
A exceção consta deste parágrafo: havendo complexidade em matéria de fato e de direito,
o juiz deverá designar audiência preliminar de saneamento/organização.
Nesta audiência, o juiz estará apto a obter esclarecimentos diretos das partes quanto
às questões complexas, ou seja, as questões que não tenha entendido tão bem quando da
leitura dos autos.
DICA!
A complexidade pode ser de fato OU de direito. Uma ou outra,
ou, ainda, de fato e de direito, cumulativamente.
Você precisa lembrar que é perfeitamente possível que a com-
plexidade seja somente de direito, ou somente de fato.
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O PULO DO GATO
A redação do § 3º utiliza o verbo “deverá”, dispondo que, havendo complexidade de fato ou de
direito, ou de ambos, a audiência seria obrigatória. Em essência, esta audiência é optativa, pois
é o juiz quem decidirá se estão presentes questões complexas de fato e/ou de direito.
Em atenção ao perfil predominantemente legalista das bancas, recomendo-lhe: se a questão
envolver o texto literal do § 3º, com o verbo “deverá”, no sentido de que a audiência seria obri-
gatória em caso de complexidade, considere a afirmativa correta.
§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não
superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
Exemplo: Prazo de 10 dias para que as partes indiquem se pretendem produzir outras provas,
além daquelas já produzidas, para que o processo tenha prosseguimento.
PRAZOS SUCESSIVOS: Correm primeiramente para uma das partes e depois para outra.
Exemplo: Juiz concede 15 dias para que o autor se manifeste sobre o laudo pericial, e, findo
este prazo, concede 15 dias para que o réu se manifeste sobre o mesmo laudo.
O prazo será comum para que as partes apresentem cada qual o seu rol de testemunhas.
Isso, por óbvio, se na decisão de saneamento/organização o juiz permitir a prova testemunhal.
O prazo não é fixado no CPC. Será fixado pelo juiz, que observará como limite máximo o
período de 15 dias.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de
testemunhas.
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no má-
ximo, para a prova de cada fato.
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Este limite é aplicável para cada parte. Cada uma terá direito a 10 (dez) testemunhas.
Para cada fato específico, caberão 3 (três) testemunhas.
Exemplo: O autor pretende provar com testemunhas quatro fatos: existência de contrato verbal,
tempo de duração desse contrato, violação da primeira cláusula e violação da segunda cláusu-
la. Para cada um destes quatro fatos, o autor terá o limite de 3 (três) para cada fato. Todavia,
ele não poderá arrolar três testemunhas para cada um dos quatro fatos, pois o limite global é
de 10 (dez).
Para ilustrar:
Apesar do limite legal (10 ao todo e 3 para cada fato), o juiz pode:
1) Permitir número maior;
2) Restringir o número, permitindo a oitiva de menos testemunhas.
Para lançar mão deste poder de forma legítima, o juiz deverá fundamentá-lo na comple-
xidade da causa e nos fatos individualmente considerados.
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no
art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.
Se for necessária prova pericial, o juiz nomeará perito na própria decisão de saneamento/
organização (o art. 465 do CPC refere-se à nomeação do perito).
Se houver possibilidade, o juiz indicará, no mesmo ato, data para a realização da perícia.
Não sendo possível, o juiz indicará a data em decisão posterior.
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.
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De acordo com o § 3º, as audiências para saneamento, que são facultativas, somente
ocorrem diante de complexidade em matéria de fato ou de direito. Logo, é de se presumir que
as audiências de saneamento/organização demandem debates mais aprofundados.
Portanto, entre várias audiências dessa natureza, o secretário de audiências deverá manter
um intervalo mínimo de uma hora.
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EXERCÍCIOS
001. (2022/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Quanto à decisão
antecipatória parcial de mérito, nos termos da legislação processual civil, é INCORRETO afirmar:
a) É possível quando um ou mais dos pedidos formulados forem incontroversos ou quando não
houver necessidade de produção de outras provas, estando o mérito em condições de julgamento.
b) A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser pro-
cessados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
c) É impugnável por apelação.
d) Poderá ser liquidada ou executada, desde logo, na parte que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução.
002. (2022/FAU/EMDUR DE TOLEDO/PR/ADVOGADO) No que diz respeito ao julgamento
conforme o estado do processo, elencado no Código de Processo Civil, assinale a alternati-
va CORRETA:
a) O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela
deles se mostrar incontroverso.
b) É defeso ao juiz limitar o número de testemunhas.
c) Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes,
no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
d) A decisão que julgar parcialmente o mérito, não poderá reconhecer a existência de obriga-
ção ilíquida.
e) A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência
de perito ou de testemunha, independentemente da concordância das partes.
003. (2022/CEBRASPE/PGE-RJ/TÉCNICO PROCESSUAL) Considerando que o processo
judicial é composto pelas fases postulatória, instrutória, decisória, recursal e de cumprimento
de sentença, julgue o item a seguir.
Em caso de julgamento antecipado do mérito, por não haver necessidade de produção de outras
provas, não haverá o ingresso na fase instrutória, passando-se à fase decisória com a prolação
da sentença.
004. (2022/FGV/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) F. e R. são irmãos unilaterais. F. foi
acometido por doença grave e necessita, com urgência, de transplante de rim. Ele, supondo
que seu irmão R. é compatível, propôs ação cominatória para obrigá-lo a fazer a doação de
um rim porque R. assinou um documento particular sem testemunhas prometendo a doação.
Citado, o réu deixou fluir o prazo legal e não contestou a ação. Ouvido, o autor requereu para
ser decretada a revelia e com julgamento antecipado da lide.
O juiz deverá
a) decretar a revelia e julgar antecipadamente o mérito.
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a) O magistrado não agiu corretamente, pois a nova sistemática processual civil não admite o
julgamento parcial de mérito, adotando-se a teoria da unidade estrutural da sentença.
b) O magistrado não agiu corretamente, pois, embora a nova sistemática processual civil admita
o julgamento parcial de mérito, o processo teve seu início na vigência do Código de Processo
Civil de 1973, devendo-se observância ás suas regras.
c) O magistrado agiu corretamente, pois a nova sistemática processual admite decisão, com
natureza de decisão interlocutória, que julga parcialmente o mérito, aplicando-se ao caso o prin-
cípio do “tempus regit actum” possibilitando-se a aplicação imediata das disposições previstas
no novo CPC aos processos pendentes.
d) O magistrado agiu corretamente, pois a nova sistemática processual admite decisão, com
natureza de sentença, que julga parcialmente o mérito, aplicando-se ao caso o princípio do
‘tempus regit actum”. possibilitando-se a aplicação imediata das disposições previstas no novo
CPC aos processos pendentes.
012. (2019/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) No que diz respeito ao julgamento antecipado
parcial de mérito, é correto afirmar que o respectivo pronunciamento judicial
a) deve ser objeto de confirmação quando da prolação da futura sentença, por se tratar de de-
cisão de natureza provisória.
b) configura-se em sentença, sendo, portanto, apelável.
c) é passível de cumprimento provisório, mesmo que tenha sido julgado em definitivo o recurso
dele interposto.
d) pode ser executado, independentemente de caução, ainda que esteja pendente de julgamento
recurso contra ele interposto.
e) deve reconhecer a existência de obrigação líquida, não sendo cabível sua prévia liquidação.
013. (2019/VUNESP/PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUETÁ/PRO-
CURADOR) Não ocorrendo nenhuma das hipóteses de extinção do processo, julgamento
antecipado do mérito ou julgamento antecipado parcial do mérito, deverá o juiz, em decisão
de saneamento e de organização do processo,
a) delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito.
b) resolver as questões de direito material pendentes, se houver.
c) delimitar as questões de direito sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando
os meios de prova admitidos.
d) definir a distribuição do ônus da prova, sendo tal ônus do autor quanto à existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo, e do réu quanto ao fato constitutivo do seu direito.
e) designar, obrigatoriamente a audiência de instrução e julgamento.
014. (2019/CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) No que concerne às providên-
cias preliminares e de saneamento, à reconvenção e a processos de execução, julgue o item
subsecutivo.
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Caso o saneamento do feito seja realizado em audiência designada para esse fim, as partes
terão o prazo de cinco dias úteis para pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes quanto ao de-
cidido pelo magistrado sobre a organização do processo.
015. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP/PROCURADOR DO
MUNICÍPIO) No que diz respeito ao julgamento antecipado parcial do mérito, assinale a al-
ternativa correta.
a) A decisão proferida com base em julgamento antecipado parcial do mérito não é impugnável
por agravo de instrumento.
b) A decisão que julgar parcialmente o mérito não poderá reconhecer a existência de obriga-
ção ilíquida.
c) A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito deverão ser pro-
cessados nos mesmos autos.
d) O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela
deles se mostrar incontroverso e não houver necessidade de produção de outras provas.
e) A parte poderá liquidar desde logo a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcial-
mente o mérito, desde que prestada caução.
016. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) Em razão de
uma colisão de veículos, Roberta, motorista e proprietária de um dos veículos, firmou acordo
para reparação de danos com Hugo e Eduardo, respectivamente, motorista e proprietário do
outro veículo envolvido no acidente. No entanto, por ter sido descumprido o referido pacto,
Roberta ajuizou ação em desfavor deles. Hugo apresentou a sua contestação no prazo legal,
e Eduardo não realizou esse ato processual.
Considerando essa situação hipotética e as disposições do Código de Processo Civil, julgue o
item seguinte.
O juiz poderá julgar antecipadamente o pedido, de modo a proferir a sentença com resolução
de mérito, declarando Eduardo como revel, desde que inexista requerimento das partes para
produção de provas.
017. (2018/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP/ASSISTENTE JU-
RÍDICO) O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados,
ou parcela deles,
a) dispensar a necessidade de produção de outras provas.
b) mostrar-se ilíquido.
c) mostrar-se incontroverso.
d) não estiver em condições de julgamento na totalidade.
e) mostrar-se certo e determinado.
018. (2018/IADES/APEX BRASIL/ANALISTA/JURÍDICO) Acerca da decisão de saneamento
e de organização do processo, assinale a alternativa correta.
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a) O representante do Ministério Público deverá apresentar o próprio parecer, sob pena de pre-
clusão consumativa.
b) Nos casos em que for determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo de
20 dias para que as partes apresentem rol de testemunha.
c) O juiz deverá designar dia e hora para a realização da audiência de instrução e julgamento.
d) O juiz deverá delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória,
especificando os meios de prova admitidos.
e) Não cabe pedido de esclarecimentos da decisão que sanear o processo.
019. (2018/CONSULPLAN/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) A propôs ação de co-
brança cumulada com indenização por danos materiais contra B. Alegou que as partes cele-
braram um negócio jurídico e o réu deveria pagar a importância de R$ 90.000,00 no prazo de
90 (noventa) dias, mas ele deixou de adimplir a obrigação. Acrescentou ter deixado de auferir
lucro no valor de R$ 5.000,00, porque, diante do inadimplemento, perdeu um bom negócio
que estava em vias de concretizar com C. Citado, o réu, no prazo legal, ofereceu contestação
e somente negou a existência do lucro cessante alegado, porque não seria verídico estar o
autor em negociação com C. Requereu produção de prova oral. As partes, expressamente e
em oportunidade pertinente, informaram que não desejavam a audiência de conciliação ou
mediação. Acerca desse caso hipotético, o Juiz deverá
a) fazer julgamento parcial de mérito.
b) determinar a produção de prova pericial.
c) extinguir o processo sem julgamento de mérito.
d) fazer julgamento conforme o estado do processo.
020. (2017/CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO) Ao tratar das hipóteses de julgamen-
to conforme o estado do processo, o CPC determina que o julgamento antecipado do mérito
a) somente deve ser utilizado se o juiz estiver apto a prolatar decisão líquida; caso contrário,
este deve prolongar a fase de conhecimento.
b) pode ser realizado de modo parcial, por meio de decisão interlocutória impugnável por agravo
de instrumento.
c) depende, para que seja legitimamente procedido, da existência de precedente firmado no
julgamento de casos repetitivos.
d) deve ser utilizado sempre que o réu for revel, porque, nesses casos, a instrução probatória
é desnecessária.
e) deve ser feito com a utilização da técnica processual denominada tutela provisória, nas mo-
dalidades de urgência ou de evidência.
021. (2017/FCC/ENAMAT/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) A respeito do julgamento
conforme o estado do processo, do saneamento e da audiência de instrução e julgamentos,
a legislação processual civil estabelece:
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minou o prosseguimento da ação somente em relação aos danos morais. Esta decisão tem
natureza jurídica de
a) sentença final de mérito e, portanto, desafia recurso de apelação.
b) julgamento antecipado parcial de mérito e, portanto, desafia recurso de agravo de instrumento.
c) julgamento antecipado parcial de mérito e, portanto, desafia recurso de apelação.
d) tutela provisória incidental de urgência e, portanto, desafia recurso de agravo de instrumento.
e) tutela provisória incidental da evidência, mas não apresenta recorribilidade imediata, pois
não comporta recurso de agravo de instrumento, mas apenas apelação após a sentença final.
030. (2016/VUNESP/PREFEITURA DE ALUMÍNIO/SP/PROCURADOR JURÍDICO) Sobre as
disposições do atual Código de Processo Civil acerca do julgamento antecipado do processo,
assinale a alternativa correta.
a) A decisão que julga antecipadamente o processo é una e tem natureza jurídica de sentença.
b) É possível ser realizado o julgamento parcial do mérito apenas se houver pedidos que se
mostrem incontroversos.
c) Se houver julgamento parcial do mérito, a natureza jurídica da decisão permanece como
sentença e pode ser atacada por recurso de apelação.
d) Mesmo ocorrendo o julgamento parcial do mérito, a liquidação e execução só poderão ser
propostas com a sentença final.
e) Se o réu for revel e ocorrer os efeitos da revelia, não havendo requerimento para produção de
outras provas, o juiz poderá proceder ao julgamento antecipado do mérito do processo.
031. (2015/CESPE/TCE-RN/AUDITOR) Considerando uma demanda hipotética na qual A
busque a satisfação de seu crédito decorrente de uma obrigação por parte de B, julgue o
item a seguir.
Admite-se que o juiz julgue antecipadamente o pedido, proferindo sentença de improcedência
por insuficiência de provas.
032. (2016/FAURGS/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADA) Na vigência do
Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei n. 13.105/2015, julgue o item subsequente
a respeito do procedimento comum.
O Novo CPC admite expressamente a extinção parcial do processo sem resolução do mérito,
sendo que essa decisão será impugnável por meio do recurso de agravo de instrumento.
033. (2019/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Assinale a alterna-
tiva incorreta sobre saneamento e organização do processo:
a) Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo sucessivo
não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
b) O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no
máximo, para a prova de cada fato. O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em
conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
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a) No atual sistema processual civil brasileiro, o saneamento pode dar-se por decisão interlo-
cutória escrita do juiz; em audiência de saneamento; ou mesmo por negócio processual entre
as partes litigantes.
b) Haverá audiência de saneamento quando a causa apresentar complexidades em matéria de
fato ou de direito, caso em que as partes, em cooperação com o juiz, esclarecerão ou integrarão
suas alegações.
c) Se na audiência de saneamento o juiz deferir a produção de prova pericial e testemunhal
requerida pelas partes, elas terão prazo sucessivo de 15 (quinze) dias, para apresentar os que-
sitos, indicar o assistente técnico, arguir a suspeição ou o impedimento do perito e apresentar
rol de testemunhas.
d) Após decisão saneadora, as partes podem pedir esclarecimentos ao juiz, no prazo comum
de 05 (cinco) dias, findo o qual a decisão tornar-se-á estável.
e) Se o juiz homologar o saneamento realizado consensualmente pelas partes, vinculará as
partes e o próprio juiz.
038. (INÉDITA/2023) Acerca da decisão de saneamento e organização do processo, julgue
o item subsequente.
Se o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes,
elas deverão levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas.
039. (INÉDITA/2023) Acerca da decisão de saneamento e organização do processo, julgue
o item subsequente.
O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo,
para a prova de cada fato. Este número, no entanto, poderá ser limitado pelo juiz, levando-se em
conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
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GABARITO
1. c 36. C
2. a 37. c
3. C 38. C
4. c 39. C
5. E
6. C
7. c
8. c
9. C
10. b
11. c
12. d
13. a
14. E
15. d
16. E
17. c
18. d
19. a
20. b
21. c
22. b
23. c
24. c
25. C
26. C
27. b
28. E
29. b
30. e
31. E
32. C
33. a
34. a
35. C
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GABARITO COMENTADO
001. (2022/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Quanto à decisão
antecipatória parcial de mérito, nos termos da legislação processual civil, é INCORRETO afirmar:
a) É possível quando um ou mais dos pedidos formulados forem incontroversos ou quando não
houver necessidade de produção de outras provas, estando o mérito em condições de julgamento.
b) A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser pro-
cessados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
c) É impugnável por apelação.
d) Poderá ser liquidada ou executada, desde logo, na parte que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução.
a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 356, I e II, do CPC.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 356, § 4º, do CPC.
c) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 356, § 5º,
do CPC, que dispõe:
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 356, § 2º, do CPC.
Letra c.
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O juiz deverá
a) decretar a revelia e julgar antecipadamente o mérito.
b) conceder ao réu nova oportunidade para contestar a ação.
c) decretar a revelia e determinar a produção de prova da compatibilidade.
d) decretar a revelia e indeferir a petição inicial pela impossibilidade jurídica do pedido.
Questão polêmica. Primeiramente, deve-se considerar que a ação tem por objeto direito in-
disponível (integridade física). Logo, a ausência de contestação do réu não produz os efeitos
da revelia, isto é, a confissão (art. 345, II, CPC). A alternativa “d” não poderia ser a resposta,
porque a impossibilidade jurídica do pedido não é mais condição da ação, e, logo, não pode
ser considerada fundamento para o indeferimento da petição inicial. De toda forma, o objeto
da ação, com os elementos que o acompanham, já escancara a sua improcedência, porque é
juridicamente impossível obrigar alguém a doar um órgão. No entanto, não se pode julgar a ação
extinta sem resolução do mérito por impossibilidade jurídica do pedido, porque esse elemento
não é mais condição da ação. No caso, seria imperioso o julgamento antecipado do mérito, com
fundamento no art. 355 do CPC, a fim de julgar a ação improcedente (alternativa “a”). Todavia, a
banca parece ter desconsiderado a evidente, patente, notória improcedência do pedido. Para a
banca, alternativa “c”. Para o professor, a alternativa “a” é correta. Questão que poderia ter sido
anulada, ou cujo gabarito poderia ter sido alterado.
Letra c.
A simples revelia, puramente e por si só, não é causa legal de julgamento antecipado do mérito,
quer total, quer parcial (arts. 355 e 356 do CPC).
Errado.
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I – Errado. O art. 356 do CPC trata do julgamento antecipado parcial do mérito. O § 5º desse
dispositivo esclarece que tal decisão, por ser interlocutória, é sujeita a agravo de instrumento.
II – Errado. A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obri-
gação líquida ou ilíquida (art. 356, § 1º, CPC).
III – Certo. É a regra do art. 356, § 4º, do CPC.
Letra c.
a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 356, I, do CPC.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 356, II, do CPC.
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c) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 356, §
5º, do CPC. O art. 356 do CPC trata do julgamento antecipado parcial do mérito. O § 5º desse
dispositivo esclarece que tal decisão, por ser interlocutória, é sujeita a agravo de instrumento.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 356, § 1º, do CPC.
Letra c.
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Como o juiz entendeu que parte do processo (danos morais) já lhe era incontroversa, a decisão
consiste em julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356, inciso I, CPC), contra a qual cabe
agravo de instrumento (art. 356, § 5º). Se o agravo não for interposto, a parte incontroversa
transitará em julgado, e sobre ela recairá o manto da coisa julgada, que, neste caso, é material,
por envolver o mérito do processo.
Letra b.
Estudamos em nosso curso que o CPC de 2015 aplicou-se a todos os processos em curso na
data de sua entrada em vigor (18/03/2016). Logo, aplica-se ao processo narrado no enunciado
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a regra do julgamento antecipado do mérito, que, neste caso, é parcial. Logo, sendo parcial, a
decisão que julga o mérito de forma antecipada é uma decisão interlocutória, eis que impugnável
mediante agravo de instrumento (art. 356, § 5º, CPC).
Letra c.
a) Errada. A decisão que julga antecipadamente o mérito, mesmo que de forma parcial, é fruto
de cognição exauriente, que tem a mesma força de uma sentença definitiva. Logo, ela não
depende de confirmação na sentença, pois não foi proferida sob cognição sumária, como as
decisões de tutelas provisórias.
b) Errada. Trata-se de decisão interlocutória, por resolver parcialmente o processo.
c) Errada. Se o agravo de instrumento contra a decisão interlocutória tiver sido julgado e tran-
sitado em julgado, o cumprimento será definitivo, e não provisório.
d) Certa. Trata-se da regra objetiva do art. 356, § 2º do CPC:
§ 2ºA parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
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a) Certa. É um dos itens que podem constar da decisão de saneamento e organização do pro-
cesso (art. 357, inciso IV, CPC).
b) Errada. Serão resolvidas as questões de direito processual pendentes, se houver (art. 357, I, CPC).
c) Errada. Serão delimitadas as questões de fato objeto da atividade probatória (art. 357, II, CPC).
d) Errada. O ônus do autor será dos fatos constitutivos do seu direito, e o do réu, dos fatos im-
peditivos, modificativos ou extintivos dos direitos do autor (art. 373 do CPC, remetido pelo art.
357, inciso III do CPC).
e) Errada. O juiz designará, se necessário, audiência de instrução e julgamento (art. 357, V, CPC).
Letra a.
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c) A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito deverão ser pro-
cessados nos mesmos autos.
d) O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela
deles se mostrar incontroverso e não houver necessidade de produção de outras provas.
e) A parte poderá liquidar desde logo a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcial-
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a) Errada. Tal decisão é impugnável por agravo de instrumento (art. 356, § 5º do CPC).
b) Errada. O § 1º do art. 356 possibilita o reconhecimento de obrigações não liquidadas (ilíqui-
das), e o § 2º permite a liquidação dessas obrigações.
c) Errada. A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão
ser processados em autos suplementares (art. 356, § 4º, CPC), a requerimento da parte ou a
critério do juiz.
d) Certa. São as hipóteses dos incisos do art. 356, caput.
e) Errada. A liquidação não depende de caução (art. 356, § 2º, CPC).
Letra d.
A questão é capciosa. Perceba que a ação tem uma pluralidade de réus: Hugo e Eduardo. Hugo,
um dos réus, contestou a ação. Logo, a ausência de contestação por parte de Eduardo não pro-
duz os efeitos da confissão (art. 345, I, CPC). Logo, não será possível o julgamento antecipado
do mérito em decorrência da revelia de Eduardo. Conforme o art. 348, “se o réu não contestar a
ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344 [não ocorrência
da presunção de veracidade dos fatos], ordenará que o autor especifique as provas que pretenda
produzir, se ainda não as tiver indicado.”. Deverá a parte autora especificar as provas que pre-
tenda produzir contra Eduardo, ante a ausência de presunção de veracidade dos fatos.
Errado.
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Para o professor, esta questão possui dois gabaritos: “a” e “c”. O gabarito da banca é “c”.
a) Errada. O professor entende que esta alternativa está correta, pois o art. 356, inciso II do CPC
possibilita o julgamento antecipado parcial do mérito quando a ação “estiver em condições
de imediato julgamento, nos termos do art. 355”. O art. 355, remetido pelo dispositivo, fala da
desnecessidade de produção de outras provas. Logo, a letra “a”, juridicamente, estaria correta.
A banca a considerou incorreta simplesmente por não reproduzir a literalidade dos incisos do
art. 356. Trata-se de uma questão tão legalista ao ponto de prejudicar o candidato mais bem
preparado.
b) Errada. Não é uma das hipóteses do art. 356 do CPC.
c) Certa. Trata-se da hipótese do art. 356, I, CPC.
d) Errada. A ausência de condições para julgamento impede o julgamento antecipado, por óbvio.
e) Errada. Não é uma das hipóteses do art. 356 do CPC.
Letra c.
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Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento
ao processo.”.
b) Errada. O prazo será comum de 15 dias (art. 357, § 4º, CPC).
c) Errada. A designação de audiência para saneamento e organização é optativa (art. 357, V, CPC).
d) Certa. É o item a ser abordado pela decisão de saneamento, conforme o art. 357, II, CPC.
e) Errada. O art. 357, § 1º assegura que, após a decisão de saneamento, “as partes têm o di-
reito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o
qual a decisão se torna estável.”. Se a decisão de saneamento for proferida em audiência, tais
esclarecimentos/ajustes devem ser solicitados na própria audiência, sob pena de preclusão
(entendimento seguido pela CESPE, oriundo de Marinoni, Arenhart e Mitidiero).
Letra d.
Um dos pedidos (obrigação de pagar R$ 90.000,00) não foi contestado. Logo, a alegação de
que tal valor não foi pago é presumidamente verdadeira. Logo, como o réu somente requereu a
produção de provas com relação ao pedido de lucros cessantes, o pedido relativo à obrigação
de pagar R$ 90.000,00 não depende de nenhuma outra prova, pelo que está em condições de
imediato julgamento. Logo, será realizado o julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356,
II, CPC). O professor entende que a letra “d” não estaria errada, porque o julgamento antecipado
parcial do mérito é, mesmo que de forma mais específica, uma forma de julgamento conforme
o estado do processo. A banca tratou de considerar como correta a alternativa mais específica,
que é a letra “a”.
Letra a.
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de fato formuladas pelo autor e, ainda, o réu não houver formulado requerimento de provas
contrapostas às alegações do autor, o que deve fazer por representação nos autos a tempo de
praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção.
d) No caso de um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso,
o juiz decidirá parcialmente o mérito, podendo a parte liquidar ou executar, desde logo, a obri-
gação reconhecida, independentemente de caução, desde que não haja recurso de agravo de
instrumento interposto contra a decisão.
e) Na decisão de saneamento e organização do processo, deverá também o juiz, quando neces-
sário, delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando
os meios de prova admitidos e a distribuição do ônus da prova, caso em que obrigatoriamente
deverá designar audiência de instrução e julgamento.
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A letra “c” é a única que apresenta um elemento totalmente contrário ao julgamento conforme
o estado do processo, pois este só é possível quando não pendam questões controvertidas.
A letra “a”, apesar de ser genérica, não contraria o objeto do julgamento conforme o estado
do processo.
Letra c.
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A questão envolveu as regras dos §§ 1º e 2º do art. 356 do CPC, nesta ordem. O § 1º do art. 356
possibilita também o reconhecimento de obrigações não liquidadas (ilíquidas), e o § 2º permite
a liquidação dessas obrigações mesmo quando haja recurso interposto contra a decisão de
julgamento parcial.
Certo.
A questão cobrou a regra do art. 357, §§ 1º e 2º. O § 1º afirma que depois do saneamento “as
partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco)
dias, findo o qual a decisão se torna estável”. Já o § 2º, em seu período final, prevê que a decisão
de saneamento vincula as partes e o juiz inclusive no que se refere à delimitação consensual
das questões de fato e de direito feita pelas próprias partes. Ora, se até mesmo a delimitação
consensual das partes vincula a atividade jurisdicional, conclui-se que tão vinculante quanto tal
delimitação é a decisão de saneamento proferida nos parâmetros traçados pelo juiz.
Certo.
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Tal decisão é impugnável por agravo de instrumento (art. 356, § 5º do CPC). Somente caberia
apelação se o julgamento antecipado do mérito fosse total.
Errado.
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Como o juiz entendeu que parte do processo (danos materiais) já lhe era incontroversa, a deci-
são consiste em julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356, inciso I, CPC), contra a qual
cabe agravo de instrumento (art. 356, § 5º), eis que tal julgamento é proferido mediante decisão
interlocutória. Somente o julgamento antecipado integral/total é que se sujeita a apelação, por
ser proferido mediante sentença.
Letra b.
a) Errada. Nem sempre tal decisão será uma e revestirá a forma de sentença. Quando se tra-
tar de julgamento antecipado parcial, a decisão não será una, pois terá natureza de decisão
interlocutória.
b) Errada. Além da existência de pedido(s) incontroverso(s), será cabível julgamento antecipa-
do parcial quando um ou mais pedidos estiver(em) em condições de imediato julgamento (art.
356, II, CPC).
c) Errada. Quando se tratar de julgamento antecipado parcial, a decisão terá natureza de decisão
interlocutória, impugnável por agravo de instrumento.
d) Errada. O § 1º do art. 356 possibilita também o reconhecimento de obrigações não liquidadas
(ilíquidas), e o § 2º permite a liquidação dessas obrigações mesmo quando haja recurso inter-
posto contra a decisão de julgamento parcial, isto é, antes da sentença ou acórdão definitivos
de todo o processo.
e) Certa. É a hipótese de julgamento antecipado parcial do mérito prevista no art. 355, inci-
so II, CPC.
Letra e.
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Tal permissão consta do art. 354, parágrafo único do CPC. Veja o que dispõe a íntegra do artigo:
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz
proferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do pro-
cesso, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
Certo.
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dos; III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 do CPC; IV - delimitar as
questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V - designar, se necessário, audiência
de instrução e julgamento.
d) Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar
audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em
que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
a) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 357, §
4º, que fixa prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de
testemunhas.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 357, §§ 6º e 7º.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 357, incisos I a V.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 357, § 3º.
Letra a.
Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua
correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
Letra a.
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O art. 352 do CPC prevê a possibilidade de fixação de prazo nunca superior a 30 dias para a
correção de vícios/defeitos processuais. Ademais, o dever de resolver questões processuais
pendentes consta do art. 357, inciso I do CPC. Tal dever também é fundado no art. 139, IX, CPC,
que dispõe:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...)
IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios
processuais;
Certo.
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a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com a
regra do art. 357, caput, que prevê a prolação de uma decisão escrita de saneamento e organi-
zação. Também está em conformidade com o § 3º do mesmo artigo, que prevê a possibilidade
de designação de audiência diante de complexidade em matéria de fato ou de direito, e, por
fim, está de acordo com o art. 357, § 2º, que permite a delimitação consensual das questões
de fato e de direito pelas partes, a ser homologada pelo juiz.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra literal do art. 357, § 3º, CPC.
c) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 357, §
4º, que fixa prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol
de testemunhas.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra do art. 357, § 1º, CPC.
e) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra do art. 357, § 2º, que dispõe:
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de
fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
Letra c.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de
testemunhas.
Certo.
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Gustavo Deitos
Gustavo Deitos
Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do Tribunal Superior do
Trabalho (Gabinete de Ministro).
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região.
Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.
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