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DIREITO

PROCESSUAL CIVIL
Normas Fundamentais, Aplicação,
Princípios e Garantias do Processo

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Normas Fundamentais, Aplicação, Princípios e Garantias do Processo

Sumário
Gustavo Deitos

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Normas Fundamentais, Aplicação, Princípios e Garantias do Processo.. ............................ 5
1. Lei Processual Civil...................................................................................................................... 5
1.1. Interpretação, Eficácia e Aplicação da Lei.. .......................................................................... 7
1.2. Lei Processual Civil no Tempo e no Espaço......................................................................... 9
2. Princípios e Normas Fundamentais do Direito Processual civil. . .................................... 10
2.1. Princípios e Garantias Constitucionais do Processo........................................................12
2.2. Princípios Infraconstitucionais............................................................................................21
3. Aplicação das Normas Processuais. . ..................................................................................... 30
3.1. Direito Processual Intertemporal.........................................................................................31
3.2. Regras Especiais de Direito Intertemporal. . ..................................................................... 33
3.3. Aplicação das Normas do CPC a outros Ramos do Direito Processual. . ..................... 34
4. Ordem Cronológica de Conclusão de Processos.. ............................................................... 37
Questões de Concurso..................................................................................................................42
Gabarito............................................................................................................................................ 54
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 55

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Gustavo Deitos

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o
melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos os seguintes tópicos da Direito Processual Civil:
• Princípios do direito processual civil e garantias constitucionais do processo;
• Eficácia, aplicação e interpretação da lei processual civil;
• Normas fundamentais do processo civil;
• Aplicação das normas processuais (direito intertemporal e subsidiariedade/supletivida-
de).

A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os


pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e
edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade do
material. Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando
seu grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.

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Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

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NORMAS FUNDAMENTAIS, APLICAÇÃO, PRINCÍPIOS E


GARANTIAS DO PROCESSO
1. Lei Processual Civil
As leis processuais civis, que correspondem a uma categoria de fonte formal do direito
processual, dispõem, principalmente, sobre dois aspectos:
1) Relação processual: instituem-se regras que normatizam os ônus probatórios de cada
litigante, as regras para produção de provas, os poderes de que o juiz pode se valer para zelar
pela obediência do devido processo legal, os direitos e deveres das partes no curso do proces-
so, dentre várias outras normas que venham a moderar o comportamento e os atos de todos
os sujeitos processuais: juiz, autor, réu, advogado/defensor, terceiro interveniente e o custos
legis (Ministério Público).
2) Procedimento: instituem-se regras que disciplinam a forma como o processo trami-
tará – atos processuais, recursos, prazos e oportunidades de manifestação – bem como as
ferramentas de que as partes poderão valer-se para apresentar suas pretensões, sejam elas
as pretensões postulatórias (pedidos do autor ou do reconvinte) ou as pretensões defensivas
(defesa do réu ou da parte reconvinda).
O direito processual civil é um ramo do direito público, o que faz com que as normas pro-
cessuais civis sejam predominantemente imperativas e cogentes. Isso significa que, em regra,
as normas do CPC ou das demais legislações processuais devem ser rigorosamente observa-
das pelas partes.

Exemplo
Os prazos processuais não podem ser relevados ou flexibilizados sem justa causa. Confira o
que dispõe o art. 223 do CPC:
“Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual,
independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não
o realizou por justa causa”.
Esta norma ilustra com perfeição o caráter cogente e imperativo das normas processuais. A
inobservância dessas regras sujeita as partes às consequências jurídicas da inobservância. A
perda de um prazo processual, por exemplo, sujeita a parte a uma consequência que também
é prevista em lei: extinção do direito de praticar o ato processual, o que pode implicar efeitos
muito desfavoráveis na decisão de mérito final (sentença ou acórdão), a depender do contexto.

Contudo, em algumas situações específicas, a norma processual poderá ser dispositiva


(ou “não cogente”). Trata-se de situações em que as partes poderão, por iniciativa própria,

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diminuir a força de algumas regras do processo, de acordo com as circunstâncias vivenciadas


na lide. Para entender este ponto, confira as regras dos artigos 190 e 191 do CPC:

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes ple-
namente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o
processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas
neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos pro-
cessuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados
em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiên-
cia cujas datas tiverem sido designadas no calendário.

Os dois artigos acima dispõem, respectivamente, sobre a convenção das partes para mu-
dança do procedimento de acordo relativamente aos seus ônus, poderes, faculdades e deveres
processuais e sobre a fixação de calendário para prática de atos processuais.
Veja: tais artigos permitem que as partes obedeçam a um procedimento mais flexível, di-
ferente daquele imposto pela lei. Nas situações em que as convenções e os calendários forem
possíveis, a norma processual civil será de caráter dispositivo, isto é, poderá a norma ser “dis-
posta” pelas partes, o que conferirá à norma uma imperatividade menor.

Professor, quer dizer que as normas processuais são imperativas, mas que em algumas
situações essa imperatividade não existirá?

Não é tão simples assim, caro(a) aluno(a). Muito embora algumas regras procedimentais
sejam maleáveis pelas partes – nos termos dos artigos 190 e 191 –, a imperatividade da nor-
ma processual nunca desaparecerá, uma vez que a fixação de calendários e a realização de
convenções processuais dependerá sempre da homologação do juiz. Portanto, a imperativi-
dade da norma processual é comprovada pelo fato de que, para a flexibilização dessa norma,
deverão ser atendidos os requisitos fixados pela própria norma.

 Obs.: Na aula em que estudaremos os atos processuais, aprofundaremos mais a respeito


da abrangência e dos limites do direito de convencionar sobre mudanças no procedi-
mento processual.

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1.1. Interpretação, Eficácia e Aplicação da Lei


Interpretar a lei é uma atitude necessária para sua aplicação. Diante de um dispositivo nor-
mativo (Constituição, CPC, Ato Normativo etc.), é necessário mensurar o conteúdo, o sentido
e o alcance desse dispositivo. Essa mensuração é o que devemos chamar de interpretação.

1.1.1. Métodos de Interpretação

A interpretação, para ser concretizada, deve usar determinados métodos de interpreta-


ção, que podem ser aplicados de maneira isolada ou conjunta. Veja, abaixo, a definição de
cada método:
• MÉTODO GRAMATICAL/LITERAL: descoberta do sentido literal das palavras e das fra-
ses escritas no dispositivo. O resultado da interpretação (conteúdo, sentido e alcance
do dispositivo) será conforme o significado das palavras e das construções frasais do
dispositivo.
• MÉTODO LÓGICO: o resultado da interpretação decorre de raciocínios lógicos, que con-
sistem na análise da compatibilidade entre diferentes dispositivos.
• MÉTODO HISTÓRICO: o resultado da interpretação depende da análise das causas que
determinaram a criação do dispositivo. É a análise de tudo o que, historicamente, ocor-
reu para que o dispositivo existisse. Trata-se de considerar quais foram as fontes mate-
riais determinantes da criação da norma.
• MÉTODO SISTEMÁTICO: a interpretação da norma deve levar em conta que o dispositivo
interpretado integra um conjunto normativo muito maior do que ele, devendo compati-
bilizar-se com esse conjunto a fim de que se evitem antinomias que comprometam o
Direito. O método sistemático de interpretação utiliza três critérios, que são:
− 1) Especialidade. A norma especial prevalece sobre a norma geral.
− 2) Hierarquia. A norma hierarquicamente superior prevalece sobre a inferior.

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− 3) Cronologia. As normas de igual ou superior espécie que sejam mais recentes re-
vogam, tacitamente, no todo ou em parte, as normas anteriores que com elas forem
incompatíveis (art. 2º, § 1º, Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).

MÉTODO TELEOLÓGICO/SOCIOLÓGICO: O resultado da interpretação depende da obser-


vância da finalidade que o legislador visou no momento da criação da norma. Num Estado
Social, como o Brasil, essa finalidade sempre tem algum caráter social, o que torna possível
nomear o método teleológico, também, como método sociológico.

1.1.2. Eficácia e Aplicação da Lei

A eficácia da lei processual tem direta relação com os resultados da sua interpretação, por
parte do jurista. Os efeitos da interpretação podem ser extensivos/ampliativos, restritivos ou
estáticos.
• EXTENSIVOS/AMPLIATIVOS: O sentido e o alcance da norma são maiores do que o sig-
nificado dos termos e das expressões de seu texto.
• RESTRITIVOS: O sentido e o alcance da norma são menores do que o significado dos
termos e das expressões de seu texto.
• ESTÁTICOS: O sentido e o alcance da norma são idênticos aos dos termos e expressões
constantes da norma.

Eficácia traduz-se no grau de alcance de alguma coisa. No direito, o grau de alcance de


uma norma depende diretamente do resultado de sua interpretação: extensivos, restritivos ou
estáticos. Portanto, a lei será aplicada ao caso concreto de modo que reproduza seu grau de
alcance, isto é, sua eficácia (de forma restritiva, extensiva ou estática).

1.1.3. Resumo: Métodos e Efeitos

Para proporcionar uma fixação rápida da estrutura do que estudamos, apresento o seguin-
te mapa mental:

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1.2. Lei Processual Civil no Tempo e no Espaço


Quanto à aplicação da lei processual no espaço, você precisa saber de que as leis proces-
suais civis têm validade e eficácia em todo o território nacional, de acordo com o art. 16 do
CPC, que dispõe:

Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, con-
forme as disposições deste Código.

Veja, portanto, que a jurisdição (ato de dizer o direito) ocorre em todo o território nacional.
Como a jurisdição (forma de dizer o direito) é regulamentada pelo direito processual civil, con-
clui-se, logicamente, que as normas processuais civis se aplicam em todo o território nacional.
Já quanto à aplicação da lei processual civil no tempo, é necessário considerarmos dois
aspectos: a vigência da norma e sua forma de aplicação intertemporal.
Vigência: A lei processual civil obedece à regra de vigência estabelecida na Lei de Introdu-
ção às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), que, em seus artigos 1º e 2º, dispõe:

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Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três
meses depois de oficialmente publicada.
§ 2º REVOGADO
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

O intervalo temporal existente entre a publicação da lei e o início de seu vigor chama-se
vacatio legis. O CPC, conforme o art. 1.045, submeteu-se à vacatio legis específica de um ano.
Logo, as normas do CPC passaram a vigorar depois de um ano da data de sua publicação.

Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revo-
gue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incom-
patível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga
nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido
a vigência.

A exemplo das outras normas jurídicas, o vigor da norma processual civil existirá até que
uma lei posteriormente publicada a modifique ou revogue, ou até que uma nova lei disponha
sobre temas de forma incompatível com as normas da lei anterior.

 Obs.: As normas do CPC são consideradas normas especiais. Portanto, se uma norma geral,
que não de destine a regular especificamente algum aspecto processual, dispuser
sobre um tema de forma incompatível com o CPC, prevalecerá a regra do CPC, por ser
norma especial, ainda que mais antiga que a lei nova.

Quanto à forma de aplicação intertemporal, é necessário um aprofundamento maior. Para


tanto, remeto-lhe ao Título n. 3.1. desta aula, que trata do direito processual intertemporal.

2. Princípios e Normas Fundamentais do Direito Processual civil


Uma das fontes do direito processual civil é o princípio.
Princípio, etimológica e semanticamente, significa o começo de algo, ou, ainda, a origem
e a causa de determinado resultado, conforme Sérgio Pinto Martins. Além desse conceito, é
possível trabalharmos com outro: um princípio é uma proposição básica que condiciona, logi-
camente, as posteriores estruturações racionais, de acordo com Cretella Júnior.

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O princípio, portanto, serve como uma diretriz geral à formação das regras, orientando
seus âmbitos de aplicabilidade e efetividade, de forma restritiva, estática ou, até mesmo, am-
pliativa, de acordo com as necessidades do caso concreto. Diante da inexistência de uma regra
positivada e expressa, o princípio poderá servir de norma concreta, recebendo a modulação e
o balizamento por parte do aplicador do direito: o juiz.
Os princípios podem ter hierarquia constitucional ou infraconstitucional. Os de hierarquia
constitucional, como o próprio nome diz, são previstos no texto da Constituição, enquanto os
demais têm previsão nos textos das legislações ordinárias e complementares (CPC, Lei da
Ação Civil Pública, Lei do Mandado de Injunção, Lei do Mandado de Segurança etc.).
Antes de estudá-los um a um, é necessário compreender que os princípios possuem três
funcionalidades: interpretativa, integrativa e normativa.
• Função Interpretativa: o princípio ajuda o operador do Direito a escolher a interpretação
mais adequada de determinada norma. Esta função se evidencia, por exemplo, quando
qualquer artigo do CPC com sentido dúbio é interpretado em favor da menor onerosida-
de ao devedor ou da segurança jurídica de uma das partes ou de terceiros.
• Função Integrativa: o princípio pode ser utilizado para suprir lacuna de norma do CPC.
Portanto, os princípios têm o papel de auxiliar o aplicador da lei a suprir uma lacuna no
texto da lei, seja a lacuna normativa, ontológica ou axiológica.
− LACUNAS NORMATIVAS: não existe norma para o caso concreto. Portanto, o aplica-
dor da lei deverá encontrar meio integrativo para sanar a omissão (aplicação analógi-
ca de norma semelhante, princípios, costumes etc.).
− LACUNAS ONTOLÓGICAS: existe uma norma para o caso concreto, mas essa norma
sofreu um drástico envelhecimento diante do direito moderno, sendo historicamente
incompatível com o caso concreto. Pelo fato de o atual CPC ser muito recente (2015),
esta espécie de lacuna praticamente não é apontada no processo civil, a não ser
quando a norma pertença a diploma legal diverso do CPC (leis processuais esparsas,
como a Lei da Ação Civil Pública, Lei do Mandado de Segurança etc.).
− LACUNAS AXIOLÓGICAS: existe uma norma para o caso concreto, mas essa norma
tornou-se injusta em razão de circunstâncias de tempo ou de contexto, e sua aplica-
ção ao caso formaria situação clara de injustiça.
• Função Normativa: o princípio, em razão de traduzir preceito que deve ser observado
na seara processual, tem força de norma. Geralmente, o conteúdo dos princípios acaba
sendo abordado com algum artigo de lei, como, por exemplo, o caso do art. 141 do CPC,
que diz: “O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte”. Esse
artigo cria regra que corresponde a nada mais que os princípios da adstrição ou congru-
ência e da inércia/dispositivo, de que também trataremos adiante.

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Agora, partimos à conceituação dos princípios específicos. Primeiramente, veremos os


princípios constitucionais, e, depois, os princípios infraconstitucionais.

2.1. Princípios e Garantias Constitucionais do Processo


Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil, embora independam de qualquer
disposição expressa de lei para serem efetivos, foram expressamente legitimados pelo art. 1º
do CPC, que dispõe:

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.

Os princípios aplicáveis ao direito processual civil que têm previsão constitucional são, lo-
gicamente, conhecidos como princípios constitucionais do processo. No entanto, todos esses
princípios, que estudaremos a seguir, têm também características de atos-regra.
Ao estudarmos cada princípio constitucional aplicável ao processo, notaremos que todos
eles têm, além de funções informativas e integrativas, uma função normativa. Como se sabe,
tradicionalmente, a força normativa é característica de atos-regra, mas a era do pós-positivis-
mo vem alterando tal lógica para atribuir aos princípios, igualmente, força normativa.
Em razão dessa moderna força normativa dos princípios, várias regras basilares do pro-
cesso – justamente insculpidas na Constituição – figuram como verdadeiras garantias cons-
titucionais: não podem ser suprimidas de nenhum processo, por mais especial que seja o
interesse envolvido ou o bem jurídico tutelado sobre o qual se discuta.
Por conseguinte, devemos estudar os princípios constitucionais do processo civil tendo
em mente que eles figuram como garantias mínimas de todos os sujeitos do processo.

Princípio do Devido Processo Legal

É também conhecido na doutrina como “princípio da legalidade”. Insculpe-se no art. 5º,


inciso LIV, da Constituição: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal”.
O procedimento para que alguém seja obrigado a fazer, deixar de fazer, pagar ou submeter-
-se a qualquer ato restritivo deve ser aquele expressamente previsto em lei, seguido de acordo
com as diretrizes formalmente estabelecidas. Eventuais atos que desobedeçam às normas
expressas em lei e que causem prejuízo a alguém serão anuláveis ou nulos de pleno direito, a
depender da situação.

 Obs.: A nulidade será relativa (ato anulável) ou absoluta (ato nulo de pleno direito). Na aula
em que abordarmos as nulidades, aprofundaremos neste ponto.

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Exemplo: para que um devedor tenha seus bens penhorados, faz-se necessário que o exequen-
te (autor da fase de conhecimento) requeira a execução, e que o juiz determine a expedição do
competente mandado de penhora de bens.

Princípio do Acesso à Justiça

Doutrinariamente, este princípio também é referido como “princípio da inafastabilidade da


jurisdição”. É previsto no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição: “a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. O art. 3º do CPC, em termos quase idênticos,
dispõe: “não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.”.
Tal princípio garante às pessoas o direito de buscar a tutela jurisdicional do Estado, isto é,
de valer-se do amparo do Poder Judiciário a fim de que seu direito seja protegido, concedido
ou compensado, a depender do caso concreto. Este princípio, em termos práticos, traduz-se
no tradicional direito de ação.

Princípio da Duração Razoável do Processo

Este princípio é relativamente novo no direito brasileiro interno, mas já vinha sendo reco-
nhecido em razão de ser garantido em norma jurídica internacional (Pacto de San José da
Costa Rica). A Emenda Constitucional n. 45/2004 introduziu ao art. 5º da Constituição o inciso
LXXVIII, que preceitua: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoá-
vel duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.
O sentido de razoabilidade não é sólido, mas, diante de uma realidade prática de excessiva
demora na tramitação de processos, fica seguro interpretar a razoabilidade como eliminação
da demora injustificada. Deverá passar nada mais que o tempo necessário para que o proces-
so tramite de forma transparente e juridicamente correta.
De modo a conferir um sentido ainda mais abrangente, o art. 4º do CPC dispõe: “As partes
têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade sa-
tisfativa”. Veja: este artigo garante não somente a duração do processo em tempo razoável.
Ele garante, também, o direito a um resultado processual de mérito, inclusive com a satisfação
do direito.
Não é suficiente a duração razoável do processo como um todo. Ao final desta espera, o
cidadão deverá receber a tutela jurisdicional integral, que se traduz na solução (resolução)
integral do mérito. Como se não bastasse, o Novo CPC ainda dá ao cidadão-jurisdicionado o
direito à atividade satisfativa em período razoável.

 Obs.: Atividade satisfativa consiste no uso dos meios necessários para que o direito reco-
nhecido pelo juiz seja efetivado e entregue à parte que o postulou (cumprimento de

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sentença, execução, poder geral de efetivação do juiz, dentre outras formas). Não se
preocupe: no curso, estudaremos todas as referidas formas de efetivação do direito
reconhecido.

Professor, quer dizer que a resolução do mérito e a execução das decisões é garantida a
todos os jurisdicionados?

Não é bem assim, caro(a) aluno(a). Embora exista uma preferência pela resolução do mé-
rito dos processos e pela racionalização da satisfação do direito (mediante cumprimento de
sentença ou execução, por exemplo), todo processo se sujeitará às normas processuais que
condicionam a resolução do mérito e as formas de execução. Explico.
O art. 485 do CPC estabelece hipóteses em que o processo será extinto sem análise do mé-
rito. Algumas delas são falta de interesse processual, falta de legitimidade, inépcia da petição
inicial, dentre outras. Portanto, de modo geral, a decisão de mérito, em tempo razoável, será
buscada pelo juiz, desde que não exista motivo legalmente imposto para que o processo seja
extinto sem exame do mérito.
Ademais, a garantia de duração razoável à atividade satisfativa significa que o cumprimen-
to das decisões, quando o exequente assim requerer, deverá ser procedido pelo juiz da forma
que, no caso concreto, proporcione maiores chances de satisfação do direito. As execuções
e cumprimentos não podem ficar reféns de usos e procedimentos sabidamente inócuos e/ou
inoportunos naquele caso concreto: devem ser adotadas as formas mais rápidas e efetivas
para que o credor (exequente) seja pago ou receba o que lhe é de direito.
É claro que a escolha das formas céleres/efetivas de execução deverá sempre observar o
devido processo legal. O mesmo raciocínio vale pela busca da decisão de mérito efetiva, em
tempo razoável.

Princípio do Contraditório

O princípio do contraditório é insculpido no art. 5º, inciso LV, da Constituição: “aos litigan-
tes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o con-
traditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. No CPC, o princípio do
contraditório é evidenciado nos artigos 9º e 10º:

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III – à decisão prevista no art. 701.

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Extrai-se do art. 9º que, como regra geral, todas as decisões só serão proferidas após a
parte afetada ser ouvida, isto é, manifestar-se sobre os fatores que influenciem na decisão a
ser tomada. Esta regra possui algumas exceções.
Há situações expressamente prescritas no CPC que permitem a prolação de decisões sem
que a parte afetada tenha oportunidade de se manifestar sobre os fatores relevantes. Essas
hipóteses correspondem ao chamado contraditório diferido (ou “postergado”). São elas:
• Tutela provisória de urgência: quando a parte contrária formular pedido de tutela de
urgência (art. 300: probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo), o juiz poderá conceder ou denegar a tutela provisória de urgência sem
ouvir a parte contrária.
• Hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III. Tais hipóteses são:
− Tutela de evidência formulada quando as alegações de fato puderem ser comprova-
das apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repeti-
tivos ou em súmula vinculante;
− Tutela de evidência formulada quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em
prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.
• Expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obriga-
ção de fazer ou de não fazer, nas ações monitórias, quando o direito do autor for consi-
derado evidente pelo juiz.

 Obs.: Não se preocupe, agora, com os aspectos mais complexos das hipóteses acima. Todos
serão aprofundados nas aulas pertinentes a cada item (aulas sobre tutela provisória e
ação monitória).

As hipóteses acima correspondem às tradicionais decisões “liminares”. Decidir “liminar-


mente” nada mais é que decidir sem necessidade de manifestação prévia do autor ou do réu
(parte afetada pela decisão). Trata-se da clássica decisão judicial inaudita altera pars (sem
oitiva da parte contrária).
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
O art. 10, por sua vez, assegura às partes o direito de se manifestarem, antes das decisões,
sobre os fundamentos que o juiz possa adotar para a prolação dessas decisões. Essa garantia
existirá inclusive quando as decisões puderem ser proferidas de ofício pelo juiz, isto é, indepen-
dentemente de provocação (requerimento) das partes.

Exemplo:

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Se o juiz entender que a ação ajuizada pelo autor é idêntica a uma ação já em curso (caso
de litispendência, que acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito), ele deverá
oportunizar ao autor um prazo para que se manifeste sobre a possibilidade de as duas ações
serem, ou não, idênticas.
Note que o juiz pode extinguir o processo sem resolução do mérito em razão de litispendência
de ofício, por força do art. 485, § 3º, do CPC. Mesmo assim, ele deverá oportunizar às partes
a manifestação sobre o fundamento que utilizaria para a decisão: litispendência.

Para ilustrar:

Princípio da Isonomia (ou Igualdade)

O princípio da isonomia, de forma genérica e com aplicabilidade sobre todos os ramos do


direito, é previsto no art. 5º, caput, da Constituição: “todos são iguais perante a lei, sem distin-
ção de qualquer natureza (...)”. No aspecto processual, o princípio da isonomia é especificado
no art. 7º do CPC, nos seguintes termos:

Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculda-


des processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

O autor, o réu e, no que couber, os terceiros intervenientes deverão ser tratados com igual-
dade, no sentido de que os instrumentos assegurados tenham paridade entre si. Uma parte
não pode ter, por natureza, armas que não possam ser contra-atacadas pela parte contrária, e
vice-versa.

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Os critérios para o exercício da defesa, o atendimento dos ônus, o cumprimento dos deve-
res e a sujeição às sanções processuais devem ser iguais para todas as partes, na medida de
suas desigualdades.
Aqui, a ideia de igualdade não é a de uma igualdade de tratamento rigorosa e cega (igual-
dade formal). A igualdade “na medida das desigualdades” traduz-se no que se chama de igual-
dade material ou igualdade real. Igualdade material/real é a verdadeira isonomia.
Diante da veneração à isonomia (igualdade material/real), a lei pode criar situações em que
uma parte tenha privilégios que a outra não possua, em razão de um preexistente desequilíbrio
natural entre as partes. Logo, trata-se de colocá-las em patamar de equilíbrio processual, a fim
de que as desigualdades naturais das partes não se traduzam em desequilíbrio no processo. A
ideia de isonomia fundamenta-se, ideologicamente, no propósito de alcance da justiça efetiva.

Exemplos:
1) O Código de Defesa do Consumidor (CDC), que instituiu algumas regras de direito processu-
al, possibilita que o juiz inverta o ônus da prova sempre que o consumidor seja hipossuficiente
ou suas alegações sejam verossímeis (art. 6º, inciso VIII, CDC)
2) O art. 1.048 do CPC estabelece um rol de sujeitos que possuem direito à tramitação proces-
sual prioritária, com maior rapidez (maiores de 60 anos e portadores de doença grave).
3) Os prazos concedidos à Fazenda Pública e ao Ministério Público são dobrados, em virtude
do grande volume de processos nos quais estes entes devem se manifestar e participar.

Em prestígio ao princípio da isonomia, o art. 12 do CPC institui a preferência por se obser-


var a ordem cronológica de conclusão dos processos para a prolação de decisões, instituindo,
em seu § 2º, exceções a tal regra com base em critérios de isonomia (justiça real e efetiva).
Estudaremos essa regra no capítulo n. 4 desta aula.

Princípio do Juiz Natural

Tal princípio é insculpido em dois incisos do art. 5º da Constituição: o LIII e o XXXVII,


que enunciam:

LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

O juiz competente para processar e julgar uma ação é aquele determinado pela lei e pela
Constituição Federal, de acordo com regras de competência definidas em razão da matéria,
do lugar, da função, da pessoa e do valor. Todas estas regras são preexistentes, e devem obri-
gatoriamente ser consideradas para a definição do juiz ou órgão jurisdicional que processará
e julgará a ação.

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Não é possível que as partes escolham, aleatoriamente, o órgão jurisdicional que aprecia-
rá a causa. O mais próximo que as partes podem chegar de “selecionar” um juiz é a celebração
de contratos com cláusula de eleição de foro. Todavia, mesmo assim, o princípio do juiz na-
tural se evidencia pelo fato de que somente o foro eleito é que poderá ser o competente para
apreciar a causa, por mais que as partes desejem, no momento da ação, que outro juiz seja o
competente. Isso sem falar que o foro eleito pelas partes poderá ser anulado em determinadas
situações.
Outrossim, não é possível que um órgão jurisdicional seja criado de forma excepcional
para a apreciação de uma causa. Trata-se de uma proibição ao juízo ou tribunal de exceção.
Os órgãos competentes para a apreciação das causas devem ser previamente existentes e
competentes.

Exemplos:
1) O art. 102, inciso I, alínea a, da Constituição Federal atribui ao Supremo Tribunal Federal a
competência funcional para processar e julgar a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal. Portanto, esta norma de competência em razão da função deve ser obser-
vada diante do ajuizamento das referidas ações.
2) O art. 109, inciso II, da Constituição Federal atribui à Justiça Federal (juízes federais) a com-
petência material para processar e julgar as causas entre Estado estrangeiro ou organismo
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País. Portanto, esta norma
de competência em razão da matéria deve ser observada diante do ajuizamento das referidas
causas.
3) O art. 46 do CPC atribui ao juiz do foro de domicílio do réu a competência territorial para
processar e julgar a ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis.

 Obs.: As competências em razão do lugar (território) e do valor podem ser flexibilizadas,


como regra geral. Se o foro territorialmente competente para a ação não for aquele em
que tramita o processo, o foro “incorreto” poderá tornar-se correto pelo fenômeno da
prorrogação de competência, desde que a parte contrária deixe de alegar esta incorre-
ção no momento oportuno. Ademais, nestas hipóteses, o juiz não pode alegar a incom-
petência de ofício (por iniciativa própria).
 Por outro lado, as competências em razão da matéria, da pessoa e da função são
improrrogáveis (inflexíveis), e a incorreção do foro pode ser apontada de ofício pelo
juiz ou, a qualquer tempo, pelas partes, independentemente da fase em que o processo
se encontre.

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 As competências em razão do lugar e do valor são chamadas de competências relati-


vas, enquanto aquelas definidas em razão da matéria, da função e da pessoa são com-
petências absolutas. Sobre elas, estudaremos com profundidade na aula específica
sobre as competências.

Como consequência do reconhecimento do princípio do juiz natural, a doutrina tem sus-


tentado, também, a existência do princípio do promotor natural. Este princípio segue a mesma
lógica do princípio do juiz natural: o promotor (membro do Ministério Público) competente para
atuar nos processos como autor, réu ou fiscal da lei deve ser aquele previamente competente,
de acordo com as normas institucionais já existentes.

Exemplos:
1) O Ministério Público Federal deverá ser presentado por um de seus membros (Procurador
da República) nas causas de competência do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal
de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais, e dos Tribunais e Juízes
Eleitorais e nas causas de competência de quaisquer juízes e tribunais, para defesa de direitos
e interesses dos índios e das populações indígenas, do meio ambiente, de bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio nacional
(art. 37 da Lei Complementar n. 75 de 1993).
2) O Ministério Público Estadual deverá ser presentado por promotor de justiça lotado na área
criminal em ações penais, ou pelo substituto legal/regimental deste promotor, em suas ausên-
cias ou impedimentos.

Princípio da Publicidade dos Atos Processuais

Em regra, os atos processuais devem ser públicos, sob pena de nulidade. Somente nos ca-
sos previstos em lei é que os atos do processo poderão ser sigilosos, restritos a determinadas
pessoas. Tal princípio é insculpido no art. 93, inciso IX:

Art. 93, IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos,
às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

O mesmo comando é reproduzido no caput do art. 11 do CPC: “Todos os julgamentos dos


órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade”.

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De acordo com o art. 11, parágrafo único, do CPC, “nos casos de segredo de justiça, pode
ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou
do Ministério Público”.
O art. 189 do CPC traça quatro hipóteses em que os processos tramitarão em segredo
de justiça:

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação,
alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confi-
dencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.

Em suma:

Princípio da Motivação das Decisões

Todas as decisões judiciais, de quaisquer espécies (despachos, decisões interlocutórias,


sentenças e acórdãos) deverão ter seus fundamentos expostos, isto é, esclarecidos pelo jul-

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gador. É necessário que seja possível o conhecimento das razões que levaram o julgador a
pender pelo sentido adotado na circunstância.
A motivação das decisões é o alicerce do contraditório, da ampla defesa, da boa-fé e do
devido processo legal. Se uma decisão judicial não for devidamente fundamentada, diversos
princípios constitucionais e infraconstitucionais serão direta ou indiretamente violados.
Tal princípio também é insculpido no art. 93, inciso IX:

Art. 93, IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos,
às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

2.2. Princípios Infraconstitucionais


Os princípios infraconstitucionais são aqueles insculpidos e/ou imbuídos no conteúdo de
dispositivos estritamente legais, mesmo que guardem alguma conexão lógica com princípios
constitucionais. Afinal de contas, é papel precípuo da legislação a observância e o cumprimen-
to dos propósitos gerais da Constituição.
Princípios infraconstitucionais são, na doutrina, muito variáveis em termos de nomencla-
tura e de subdivisão. Abaixo, serão abordados os princípios mais repetidos pela doutrina de
direito processual civil, e destacadamente mais cobrados em provas.

Princípio Dispositivo, Princípio da Demanda ou Princípio da Inércia

O juiz não pode, de ofício, conhecer de questões não suscitadas pelas partes. São estas
que levam ao juiz a matéria para ser julgada. O juiz somente poderá se pronunciar de ofício
quando a lei permitir, geralmente em casos de matéria de ordem pública (como necessidade
de intimação do Ministério Público, declaração de impedimento etc.).
Este princípio tem seu conteúdo fixado no art. art. 141 do CPC e na partícula inicial do art.
2º, também do CPC, que preceituam:

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de
questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 2. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as ex-
ceções previstas em lei.

Como regra geral, todo processo é iniciado por parte daquele que alega ser titular do direito
pleiteado na ação. O juiz somente atuará após esta iniciativa. O juiz é perfeitamente inerte, isto
é, não tutela o direito das pessoas por iniciativa própria. É necessária a demanda, por parte das
pessoas, para que o juiz se valha dos instrumentos jurídicos legalmente assegurados para a
tutela jurisdicional.
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Princípio Inquisitivo ou Princípio do Impulso Oficial

Após as partes apresentarem o processo e suas alegações, o juiz deverá, de ofício, dar o
impulso adequado ao processo a fim de que ele efetivamente tramite (a grosso modo, que o
processo “ande”), intimando as partes para apresentarem oportunas manifestações, desig-
nando audiências, determinando diligências imprescindíveis etc. O juiz só poderá deixar de
impulsionar o processo se a lei, expressamente, exigir o pedido da parte, como no caso do
cumprimento de sentença que ordena o pagamento de quantia certa, que depende de requeri-
mento formal do autor (exequente), conforme o art. 513, § 1º, do CPC.
Este princípio encontra expressão no segundo elemento frasal do art. 2º do CPC, que dis-
põe: “o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei”.

Princípio da Instrumentalidade, Princípio da Finalidade ou Princípio da Ins-


trumentalidade das Formas

A forma dos atos processuais, caso não seja observada de maneira rigorosa, não causará
a nulidade do ato se a sua finalidade for atingida. Este princípio é consubstanciado no art. 277
do CPC, que dispõe:

Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de
outro modo, lhe alcançar a finalidade.

Caso clássico é o do art. 239, § 1º, do CPC, que dispõe:

Art. 239, § 1º: O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade
da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à
execução.

Exemplo:
Na prática, não há diferença de validade entre a parte ser citada por Correios ou por Oficial de
Justiça, contanto que a finalidade do ato (dar ciência à parte) seja atendida. Só haverá nuli-
dade se o resultado do ato não corresponder à sua finalidade, como, por exemplo, no caso de
intimação de parte desassistida de advogado mediante Diário Eletrônico, pois nesta situação
fica evidente a quase absoluta impossibilidade de a parte ter ciência do teor da intimação, ante
a ineficácia real do meio.

Princípio da Impugnação Especificada

A parte ré deverá se manifestar, em sua contestação, sobre toda a matéria que deva arguir
em sua defesa, presumindo-se verdadeiro tudo o que não for impugnado. Cada fato narrado

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na petição inicial deve ser impugnado de forma específica. Em regra, é inapropriada a impug-
nação genérica a todos os pedidos, sem especificações.
Este princípio encontra expressão no art. 341 do CPC, que também estabelece exceções a
ele próprio:

Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constan-
tes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do
ato;
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público,
ao advogado dativo e ao curador especial.

Como regra geral, se um ou mais fatos da petição inicial não forem impugnados pelo réu,
tais fatos serão presumidos como verdadeiros, o que produz o efeito da confissão do réu. Con-
tudo, há situações em que o efeito da confissão não será implementado, mesmo que o réu não
apresente impugnação aos fatos pertinentes. A respeito deste tema, estudaremos em nossa
aula direcionadas à Defesa do Réu (contestação, reconvenção, revelia e confissão).

Princípio da Eventualidade

No momento (evento) previsto em lei, a parte deverá alegar toda matéria de defesa de sua
pretensão. Este princípio encontra expressão no art. 336 do CPC: “Incumbe ao réu alegar, na
contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impug-
na o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”.
Após o referido momento processual, a parte não poderá apresentar sua defesa nas mes-
mas condições em que poderia apresentar no momento oportuno.
Muitos confundem, no início, os sentidos dos princípios da impugnação especificada e
da eventualidade. Abaixo, apresento a basilar diferenciação entre eles, de modo que você não
os confunda:

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Princípio da Economia Processual ou Princípio da Economicidade

Economia processual diz respeito à prestação da máxima atividade jurisdicional com o


mínimo de atos processuais. Sempre que for possível, sem prejuízo a alguém, aproveitar um
momento processual para resolver diversas questões de uma só vez, para evitar trabalho ex-
cessivo ou retrabalho das partes e do juiz, estes deverão providenciar a fim de que sejam apre-
sentadas/sustentadas todas as alegações desejadas (parte) e impostas todas as determina-
ções devidas no momento (juiz).
No CPC, não existe um artigo que, de forma específica, institua o princípio da economia
processual (ou da economicidade). Sua existência é depreendida de várias regras processuais
que prezam pela solução de diversas questões num só momento, de modo que se crie um
“encurtamento de caminhos” no processo. Um claro exemplo consta das regras do art. 1.013,
§§ 3º e 4º, do CPC:

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo
o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485* [*extinção do processo sem resolução do mérito];
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir* [*sentença ultra petita, extra petita ou citra petita];
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível,
julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo
de primeiro grau.

Os parágrafos supracitados legitimam a ocorrência do efeito expansivo sobre os recursos


de natureza ordinária, como a apelação. Este efeito teve origem na Teoria da Causa Madura.
Tal teoria preconiza que o órgão competente para julgar o recurso poderia, desde logo,
apreciar o mérito das questões do processo quando o juízo recorrido nem mesmo tenha entra-
do nesse mérito. Essa atitude só poderia ser tomada pelo órgão recursal (que julga o recurso
interposto) se a matéria a ser decidida de imediato fosse unicamente de direito ou, se fosse de
fato, já houvesse ampla e suficiente dilação probatória sobre o fato.
Em palavras técnicas, o juízo recursal só poderia fazer isso se o processo já estivesse em
condições de imediato julgamento.
Para sintetizar:

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Princípio da Imediatidade/Imediação

É o próprio juiz da causa quem colhe a prova diretamente, deferindo sua produção ou de-
terminando-a, por própria iniciativa. O juiz da causa deve, na medida do possível, ter contato
pessoal e direto com as partes e com a produção da prova, apreciando-a diretamente e, quan-
do possível, acompanhando sua coleta (como no caso da prova testemunhal).
Expressão evidente deste princípio consta do art. 370 do CPC: “Caberá ao juiz, de ofício ou
a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.”.

Princípio da Primazia da Decisão de Mérito

A extinção do processo sem resolução do mérito é medida a ser aplicada somente quando
for absolutamente impossível a correção de vícios e irregularidades. Dessa forma, sendo o
vício sanável e não sendo caso de vício urgente ou absoluto, o juiz deverá dar à parte prazo
para corrigi-lo, exceto se a lei expressamente determinar a extinção imediata do processo sem
resolução do mérito.
Este princípio encontra expressão em alguns artigos do CPC, em especial os artigos 317 e
488, que, respectivamente, dispõem:

Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportu-
nidade para, se possível, corrigir o vício.

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Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte
a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485 [extinção sem resolução do
mérito].

Merece ponderação, desde já, a regra do art. 488. Acompanhe o seguinte exemplo prático.

Exemplo
João ajuíza ação de cobrança contra Gabriel. O juiz, de plano, verifica que a petição inicial de
João é inepta, e concede-lhe o prazo de 15 dias para corrigir o vício. João permaneceu inerte,
e o juiz resolve extinguir o processo sem resolução do mérito, em razão da inépcia da petição
inicial (art. 485, inciso I).
Antes de o juiz publicar a sentença de extinção sem resolução do mérito, Gabriel apresenta
provas cabais de que a dívida cobrada por João estaria prescrita. João, intimado para se mani-
festar sobre tais provas, nada alega. Neste caso, o juiz – convencido da ocorrência da pres-
crição – deverá resolver o mérito da ação, reconhecendo a ocorrência da prescrição. Afinal
de contas, a prescrição da dívida refere-se ao mérito da ação, pois o instituto da prescrição
pertence ao direito material (incide sobre as relações jurídicas materiais, e não sobre os pres-
supostos processuais).

Professor, qual é a razão de haver uma preferência pela resolução do mérito, quando for
possível?

Caro(a) aluno(a), se o processo for extinto com resolução do mérito, será formada a coisa
julgada material. Este fenômeno tornará imutável e indiscutível a questão suscitada na ação
(no exemplo acima, trata-se da exigibilidade de uma dívida). Se o processo fosse extinto sem
resolução do mérito, por inépcia da petição inicial, o réu permaneceria com receio de que nova
ação fosse ajuizada posteriormente. Sendo o mérito resolvido, o réu poderá ficar tranquilo: não
será processado novamente pelo mesmo motivo.
Veja: embora o réu fosse beneficiado pela extinção do processo sem resolução do mérito
(que forma apenas a coisa julgada formal), é melhor, para ele, que o processo seja extinto com
resolução do mérito, pois dessa forma constrói-se a coisa julgada material, que impede a re-
discussão da matéria.

 Obs.: Entende-se por coisa julgada material a força impositiva que torna imutável e indiscutí-
vel a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Já a coisa julgada formal restringe-
-se à impossibilidade de manifestação, sobre a causa, no mesmo processo, em razão
de este ter sido extinto. No caso da coisa julgada formal, o mérito da ação (alegações
do autor e do réu) não é apreciado.

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DICA
A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de nova ação
acerca da mesma causa;
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de nova ação
sobre a mesma causa.

Princípio da Cooperação ou Princípio da Colaboração

As partes, mesmo tendo interesses distintos, devem cooperar entre si em busca de deci-
são judicial efetiva, justa e célere. Como decorrência, as partes têm, especialmente, os deveres
de denunciar eventuais irregularidades e vícios processuais e respeitar as faculdades proces-
suais da parte contrária, além de esclarecer todos os pontos necessários para a resolução de
pontos processuais de forma justa e de boa-fé.
Este princípio passou a ter expressão legal no CPC, especificamente no art. 6º: “Todos os
sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, deci-
são de mérito justa e efetiva”.
Outra expressão deste princípio consta do art. 357, § 3º, do CPC:

Art. 357, § 3º. Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade
em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.

O princípio que abordaremos abaixo tem detalhes que devo destacar, para evitar equívocos
comuns acerca de sua interpretação.

Princípio da Identidade Física do Juiz

O princípio da identidade física do juiz, consiste na necessidade de o julgamento (senten-


ça/acórdão) ser feito pelo mesmo juiz que presidiu as audiências do processo.
No Novo CPC, este princípio perdeu sua expressão, razão pela qual ficou reconhecida, a
princípio, sua extinção.
No entanto, verifica-se que o princípio da identidade física do juiz tem expressão den-
tro das normas sobre os processos nos tribunais. Veja o que dispõe o § 3º, inciso I, do art.
1.012 do CPC:

Art. 1.012, § 3º. O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser for-
mulado por requerimento dirigido ao:
I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o
relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

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Veja: se a parte postular a concessão de efeito suspensivo ao recurso ao interpô-lo à se-


gunda instância, o relator designado para apreciar o pedido de efeito suspensivo ficará preven-
to (isto é, fixado) para julgar o recurso final.
Essa regra nos faz concluir que o Princípio da Identidade Física do Juiz permanece exis-
tindo na segunda instância e, também, nas instâncias superiores (STF, STJ, TSE e TST), pois
existe regra idêntica para o caso de pedido de efeito suspensivo a recursos de natureza extra-
ordinária (como recurso especial e recurso extraordinário)

Conclusão: o Princípio da Identidade Física do Juiz não existe mais em primeiro grau (Varas),
mas continua existindo nos tribunais (TJ, TRF, STJ, STF etc.).

Princípio da Persuasão Racional ou do Livre Convencimento Motivado

O juiz tem liberdade para apreciar as provas apresentadas e/ou produzidas no processo,
desde que indique, em suas decisões, os fundamentos (motivos) em que se amparou ao tomar
a decisão naquele caso concreto. Trata-se da exposição dos fundamentos fáticos e jurídicos,
relacionados às provas dos autos, que levaram o juiz a tomar a decisão.
Em termos mais simples, o juiz é livre para formar seu convencimento acerca dos fatos e
das provas apresentadas, devendo, em contrapartida, expor os motivos que o levaram a formar
seu convencimento num ou noutro sentido.
O princípio acima é imbuído no conteúdo do art. 371 do CPC:

O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido,
e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.

Princípio da Boa-Fé

O princípio da boa-fé, no sentido processual, diz respeito ao comportamento das partes no


curso do processo: todos devem buscar suas pretensões com as ferramentas objetivamente
disponíveis, sem tutelá-las com artifícios lesivos aos direitos de qualquer sujeito, seja por ação
ou omissão.
A expressão do princípio da boa-fé, no processo civil, consta do art. 5º do CPC: “Aquele que
de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”.

Professor, já ouvi falar da expressão “litigância de má-fé”, e sei que o conceito de boa-fé
não é dos mais concretos. Afinal, de que formas o princípio da boa-fé poderia ser objeti-
vamente tido como violado?

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Caro(a) aluno(a), as hipóteses de litigância de má-fé (violação direta e objetiva ao princípio


da boa-fé) são expressas no art. 80 do CPC:

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Perceba que as condutas enumeradas acima representam, claramente, riscos ou prejuízos


aos direitos de outras pessoas, seja de forma direta (como a alteração da verdade dos fatos),
seja de forma indireta (como o retardamento indevido do andamento do processo).
Ademais, o CPC exalta o papel interpretativo do princípio da boa-fé. Os artigos 322, § 2º, e
489, § 3º, colocam, respectivamente, que os pedidos e as decisões devem ser interpretados de
forma contextual e sistemática, à luz do princípio da boa-fé. Isso existe para que segmentos
isolados das peças ou das decisões judiciais não deem munição para que atos não pretendi-
dos e/ou desnecessários sejam praticados no processo. Confira o que dispõem os parágrafos
supramencionados:

Art. 322, § 2º. A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o prin-
cípio da boa-fé.
Art. 489, § 3º. A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus ele-
mentos e em conformidade com o princípio da boa-fé.

É claro que, na doutrina processual brasileira, você encontrará vários outros princípios, com
diversos nomes. Entretanto, estes aqui tratados são os mais relevantes em se tratando de co-
brança em prova, por serem os mais repetidos, de forma ampla e destacada. Posso garantir a
você que os princípios acima elencados cobrem, seguramente, 99% das questões de concur-
sos que versem diretamente sobre princípios processuais civis.
Existem princípios muito específicos de partes do direito processual civil, como no direi-
to probatório (relativo às provas) – caso do princípio da comunhão da prova – e no tema
pertinente às audiências – caso do princípio da concentração. Em razão da particularidade
desses princípios e da necessária correlação deles com certos temas (provas e audiências,
por exemplo), eles serão tratados juntamente com seus conteúdos basilares, isto é, nas aulas
específicas.

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3. Aplicação das Normas Processuais


Neste capítulo, quanto ao direito intertemporal, trataremos das regras de aplicação das
normas processuais constantes dos artigos 14 e 15 do CPC, e dispositivos correlatos.
Antes de adentrarmos a tal temática, é importante conhecermos o art. 13 do CPC:

Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposi-
ções específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja
parte.

Como regra geral, a atividade jurisdicional exercida no Brasil, em processos de natureza


civil (em sentido amplo, abrangendo-se as ações de competência da Justiça do Trabalho), é re-
gida por normas processuais brasileiras, com destaque para as leis, as normas de organização
judiciária e os regimentos internos dos tribunais.
No entanto, é plenamente possível que o Brasil ratifique tratados e/ou convenções interna-
cionais que versem, no todo ou em parte, sobre matéria processual. Nesse caso, deverá o Brasil
dar aplicabilidade às disposições específicas desses diplomas de direito internacional. O mes-
mo raciocínio é válido para os acordos internacionais celebrados entre o Brasil e determinada
pessoa jurídica de direito público externo (Estado estrangeiro ou organismo internacional).
Cabe registrar, ainda, os pressupostos objetivos das normas processuais civis internas.
Basicamente, são questões relacionadas à competência para legislar acerca do tema (no caso
de normas legais) e à legitimação jurídica para a criação de normas processuais infralegais.
Acompanhe:
1) No que toca às leis genericamente destinadas a dispor sobre direito processual, a res-
pectiva competência legislativa é privativa da União (art. 22, inciso I, Constituição Federal);
2) Em relação às leis destinadas a dispor sobre procedimentos em matéria processual, a
respectiva competência legislativa é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal
(art. 24, XI, Constituição Federal);
3) Quanto às leis destinadas a dispor sobre criação, funcionamento e processo do juizado
de pequenas causas, a respectiva competência legislativa é concorrente entre a União, os Es-
tados e o Distrito Federal (art. 24, X, Constituição Federal);
4) A competência para a criação das normas de organização judiciária é privativa da União,
quanto aos órgãos jurisdicionais que lhe são vinculados (art. 22, XVII, Constituição Federal),
e do Estado ou Distrito Federal, quanto aos que lhe são vinculados (Tribunais de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal e Territórios);
− No caso da União, a iniciativa cabe ao Congresso Nacional (observadas as demais
regras dos regimentos das Casas Legislativas), conforme o art. 48, inciso IX, da Cons-
tituição Federal;

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− No caso do Estado e do Distrito Federal, a iniciativa cabe ao próprio Tribunal de Jus-


tiça, conforme o art. 125, § 1º, da Constituição Federal;

5) Já a elaboração dos Regimentos Internos é de competência privativa de cada Tribunal


(art. 96, inciso I, alínea “a”, Constituição Federal);
− 4.1. Os Tribunais não são tão livres para a elaboração de seus regimentos internos,
pois o próprio art. 96, inciso I, alínea “a”, da Constituição Federal impõe que sejam
devidamente observadas as normas de processo e as garantias processuais das
partes, e que devem ser criadas regras sobre a competência e o funcionamento dos
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

A título informativo: a principal norma de direito internacional que contém regras processu-
ais aplicáveis ao processo civil brasileiro é a Convenção Americana sobre Direitos Humanos,
também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica.
O CPC contempla um capítulo específico para o regramento dos limites da jurisdição dos
órgãos judiciários brasileiros. Tal regramento consiste na determinação das hipóteses em que
o Poder Judiciário do Brasil poderá processar e julgar uma demanda, diante de uma possível
relação do conflito com o poder de império de Estados estrangeiros.
Essa relação com o poder de império estrangeiro pode decorrer de diversos fatores, como:
nacionalidade do autor ou do réu, nacionalidade de terceiros interessados, local da prática de
um ato discutido, local de surgimento dos resultados de um ato praticado e discutido, dentre
vários outros.

3.1. Direito Processual Intertemporal


O direito processual intertemporal consiste nas regras de aplicação do direito processual
diante das alterações legislativas sobre as normas processuais. De forma simples, trata-se do
estudo da norma que deve ser aplicada a cada processo, diante da ocorrência de modificação
da norma que deveria ter aplicação.
O grande e relevantíssimo exemplo que podemos ter é a revogação do CPC de 1973 dian-
te da entrada em vigor, em 2016, do CPC de 2015. Afinal de contas, qual dos códigos deve
vigorar diante de processos ajuizados antes da entrada em vigor do Novo CPC? É nisto que
consiste o direito processual intertemporal.
A regra basilar acerca desse tema é a do art. 14 do CPC, que dispõe:

Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da
norma revogada.

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Como regra, todas as disposições do Novo CPC aplicaram-se imediatamente a todos os


processos em tramitação. Isto engloba os processos ajuizados antes de sua entrada em vigor,
bem como os processos ajuizados após sua entrada em vigor.
Portanto, as espécies de atos processuais, os recursos, as formas de comunicação dos
atos processuais e os meios de execução e cumprimento de sentença são aqueles previstos
na nova lei processual (Novo CPC), com aplicação sobre todos os processos em curso.
O limite dessa aplicação imediata é descrito no segundo período do enunciado normativo
do art. 14 do CPC: “respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas conso-
lidadas sob a vigência da norma revogada”. Este artigo institui no direito processual civil brasi-
leiro a Teoria do Isolamento dos Atos Processuais, que decorre do antigo princípio do tempus
regit actum (o tempo rege o ato).
Esta teoria – aliada ao referido princípio – determina que cada ato processual deve ob-
servar a regra que se aplica a ele naquele exato momento em que ele foi praticado, de forma
isolada de todas as outras questões. Explico.
Todos os atos processuais que já houverem sido praticados sob a vigência da norma re-
vogada deverão permanecer como estiverem. O mesmo raciocínio vale para as decisões ju-
diciais (inclusive as de mérito, como sentenças e acórdãos), que devem ser integralmente
mantidas como estão.
A teoria do isolamento dos atos processuais tem balizamento, fundamentalmente, no art. 5º,
inciso XXXVI, da Constituição Federal, que alicerça importantíssimas garantias fundamentais:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

DIREITO ADQUIRIDO: Não há uma definição expressa de direito adquirido. Segundo Celso
Bastos, seguido por Alexandre de Moraes, o direito adquirido é um instituto que permite ao
sujeito sentir-se seguro em sua vida, uma vez que as novas legislações e interpretações não
poderão retroagir para tirar dele um direito legitimamente concedido. Basicamente, devem ser
honrados os compromissos assumidos com o cidadão que batalhou por um direito “seguindo
as regras do jogo”.

Exemplo: um caso prático que muito bem ilustra o direito adquirido é o direito do candidato
aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas no edital, ser nomeado
pelo órgão promotor do certame.

ATO JURÍDICO PERFEITO: É o ato que reuniu todos os elementos necessários à sua forma-
ção diante da lei antiga, e cujo processo de desenvolvimento e conclusão já se esgotou.

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Exemplo: decisão judicial que concede um prazo permitido pela lei revogada, mas que a lei
nova proíbe.

COISA JULGADA: É a preclusão máxima. O juízo de conhecimento do Poder Judiciário já se


esgotou, e a conclusão adotada pelo julgador tem força de lei.

 Obs.: o conceito clássico de coisa julgada diz respeito à coisa julgada material: decisão de
mérito não mais sujeita a recurso, imutável e indiscutível (art. 502 do CPC).

É cabível registrar que o caput do art. 1.046 do CPC estabelece a mesma regra de direito
intertemporal do art. 14, nos seguintes termos:

Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.

3.2. Regras Especiais de Direito Intertemporal


O direito intertemporal tem algumas regras especiais. Elas se referem ao direito probatório
(direito relativo às provas) e aos prazos processuais.
Quanto ao direito probatório, a regra especial consta do art. 1.047:

Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às pro-
vas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.

O Capítulo XII do CPC, que versa sobre as disposições de direito probatório (incidentes
probatórios, prazos, restrições etc.) aplica-se apenas às provas que forem requeridas pelas
partes após a entrada em vigor do Novo CPC, ou determinadas de ofício pelo juiz após o mes-
mo momento. As provas requeridas ou determinadas antes da entrada em vigor do Novo CPC
devem reger-se pelas regras do CPC de 1973.
Quanto às regras especiais relativas aos prazos processuais, é necessário conhecer dois
enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC):

Enunciado n. 267. Os prazos processuais iniciados antes da vigência do CPC serão inte-
gralmente regulados pelo regime revogado.
Enunciado n. 268. A regra de contagem de prazos em dias úteis só se aplica aos prazos
iniciados após a vigência do Novo Código.

Os prazos processuais, conforme estudaremos na aula apropriada, são contados em dias


úteis à luz do Novo CPC, mas, no CPC revogado, eram contados em dias corridos. Portan-

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to, os prazos que já tiverem começado antes da entrada em vigor do Novo CPC (antes de
18/03/2016) serão contados em dias corridos, como dispõe o CPC de 1973.
Dessa forma, somente os prazos iniciados após o dia 18/03/2016 é que serão contados
em dias úteis. Trata-se da regra aplicável aos prazos em geral: contestação, recurso, réplica,
encargos processuais etc.

3.3. Aplicação das Normas do CPC a outros Ramos do Direito


Processual
Primeiramente, confira o disposto no art. 15 do CPC:

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,
as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.

O Código de Processo Civil é um diploma normativo extenso, que não se limita a disciplinar
as formas de provocação e impulso dos processos sob responsabilidade do Poder Judiciário.
Na verdade, o CPC é um diploma técnico e analítico, que apresenta, inclusive, institutos jurídi-
cos cujas utilidades transcendem o campo do tratamento de processos de natureza cível.
A título de exemplo, cito os artigos 144 e 145 do CPC, que enumeram as causas de impe-
dimento e de suspeição dos juízes, as quais se aplicam a todos os sujeitos imparciais do pro-
cesso (art. 148 do CPC). A enumeração de motivos de impedimento e de suspeição é algo que
pode ser utilizado como parâmetro em outros ramos do direito, a fim de subsidiar eventuais
análises de (im)parcialidade de determinados sujeitos. Afinal, a imparcialidade dos julgadores
é um pressuposto de validade da relação processual (se se tratar de um processo judicial) e
de atos administrativos (se se tratar de processos administrativos que antecedem atos admi-
nistrativos principais).

Exemplo:
A Lei n. 9.784/99, em seu art. 18, apresenta os motivos de impedimento dos julgadores de pro-
cessos administrativos:
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se
tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge
ou companheiro.
Perceba que a enumeração constante do CPC é bem mais ampla que a prevista nessa citada
legislação. Você concordaria com o fato de que um julgador, numa primeira instância adminis-
trativa, não poderia ser o mesmo julgador da segunda? Afinal, as chances de efetiva reanálise

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da questão seriam remotas, concorda? Logo, seria possível valer-se do art. 144, inciso II do
CPC, que dispõe: “Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no proces-
so: (...) II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão”.

Apresento-lhe doutro exemplo:

Exemplo:
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que detém um título destinado principalmente ao
direito processual do trabalho, não trata sobre diversos institutos de direito processual impres-
cindíveis à completa e segura atividade jurisdicional. Por exemplo, a CLT nada dispõe sobre
ações possessórias, mesmo que a Justiça do Trabalho seja competente para processá-las e
julgá-las quando decorrentes do exercício do direito de greve (Súmula Vinculante n. 23 do STF).
Logo, é necessário que os juízes e tribunais da Justiça do Trabalho recorram aos artigos 554 e
seguintes do CPC, que regulamentam o procedimento especial da ação possessória.

Perceba que, nestes dois exemplos, havia tipos diversos de lacunas. No primeiro exemplo,
existia norma aplicável ao processo administrativo, mas tal norma era insuficiente para o atin-
gimento dos fins lá perseguidos. Já no segundo exemplo, não existia norma alguma aplicável
ao processo trabalhista, de modo que as disposições do CPC socorrem os julgadores da seara
trabalhista por completo.
Estudamos anteriormente que existem três espécies amplamente reconhecidas de lacu-
nas. Para tornar seu estudo e sua revisão mais rápidos, transcrevo-as:
− LACUNAS NORMATIVAS: não existe norma para o caso concreto. Portanto, o aplica-
dor da lei deverá encontrar meio integrativo para sanar a omissão.
− LACUNAS ONTOLÓGICAS: existe uma norma para o caso concreto, mas essa norma
sofreu um drástico envelhecimento diante do direito moderno, sendo historicamente
incompatível com o caso concreto. Pelo fato de o atual CPC ser recente (2015), esta
espécie de lacuna praticamente não é apontada no processo civil, a não ser quando a
norma pertença a diploma legal diverso do CPC.
− LACUNAS AXIOLÓGICAS: existe uma norma para o caso concreto, mas essa norma
tornou-se injusta em razão de circunstâncias de tempo ou de contexto, e sua aplica-
ção ao caso formaria situação clara de injustiça.

No primeiro exemplo trazido, tínhamos uma lacuna ontológica, e, no segundo, uma lacuna
normativa.
Para o suprimento dessas lacunas, o CPC pode ser invocado como fonte subsidiária ou
supletiva (art. 15).
Apresento-lhe a diferença entre aplicação subsidiária e aplicação supletiva/suplementar:

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APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA: ocorre diante de lacuna normativa em outra lei; só é autoriza-


da quando não contrariar princípios e elementos básicos do ramo que receberá a aplicação
subsidiária.

Exemplo: deferimento da participação de amicus curiae (amigo da corte) no direito processual


do trabalho, já que o CPC prevê essa figura e a CLT nada fala sobre ela.

APLICAÇÃO SUPLETIVA (ou SUPLEMENTAR): ocorre diante de lacunas ontológicas e axio-


lógicas em outra lei; é autorizada quando não contrariar princípios e elementos básicos do
ramo que receberá a aplicação suplementar.

Exemplo: aplicação das hipóteses previstas no CPC para a impugnação ao cumprimento de


sentença no caso de oposição de embargos à execução no direito processual do trabalho, que
possui norma própria (art. 884, § 1º, CLT), que é, no entanto, insuficiente para o atingimento
das finalidades do processo.

Conclusão: a grande diferença entre a aplicação subsidiária e a aplicação supletiva é que


a subsidiária ocorre diante de lacuna normativa na lei, e a suplementar ocorre diante de outras
espécies de lacunas, com a finalidade de acrescentar/aumentar a normatividade dos institutos
jurídicos (existe norma para o caso concreto, mas tal norma não é suficiente para se atingirem
os fins do processo).

Cuidado: não confunda aplicação suplementar com “complementar”. A aplicação complemen-


tar pode ser assim considerada tanto em caso de aplicação subsidiária como em caso de apli-
cação suplementar, pois, em ambos os casos, está ocorrendo um “complemento” da legisla-
ção. Portanto, é errado usar o adjetivo “complementar” como sinônimo de “suplementar”, pois
isso causaria uma confusão com a aplicação subsidiária, uma vez que a aplicação subsidiária
também produz um complemento.

3.3.1. Necessidade de Adaptação de Certas Regras do CPC a outros Ramos

Por mais que um diploma normativo (CLT, Lei de Processo Administrativo, Lei de Licitações
etc.) seja omisso a respeito de um tema, a norma do CPC, embora aplicada subsidiária ou
supletivamente, nem sempre poderá ser aplicada na íntegra. Às vezes, é necessária a flexibili-
zação da norma do CPC a ser aplicada, tendo em vista peculiaridades basilares do outro ramo
do Direito.

Dou-lhe um exemplo: o art. 7º da Instrução Normativa n. 39 do Tribunal Superior do Trabalho


(TST), trata da aplicação subsidiária, ao processo trabalhista, do instituto da improcedência

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liminar do pedido. O art. 332, inciso I, do CPC dispõe que será liminarmente improcedente o
pedido que contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribu-
nal de Justiça.

Contudo, sabemos que, no direito processual do trabalho, a atuação do STJ é praticamente


inexistente. Logo, a aplicação subsidiária do art. 332 do CPC ao processo do trabalho não pode
ocorrer de maneira pura e literal: deve observar os parâmetros lógicos e materiais básicos do
processo do trabalho, como o fato de a Instância Superior, neste ramo, ser o TST.
Por essa razão, o art. 7º da Instrução Normativa n. 39, ao disciplinar a forma de aplicação
subsidiária do CPC no ponto da improcedência liminar do pedido, traz que será liminarmente
improcedente o pedido que contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do
Tribunal Superior do Trabalho (adaptação lógica e necessária).

4. Ordem Cronológica de Conclusão de Processos


O conjunto de regras pertinente à ordem cronológica de conclusão de processos, cons-
tante do caput e dos parágrafos do art. 12 do CPC, formalmente, consideram-se normas fun-
damentais do processo civil, porque são localizados dentro do Capítulo I do Livro I da Parte
Geral do CPC (“Das Normas Fundamentais do Processo Civil”). Logo, como seu edital prevê a
cobrança de normas fundamentais do processo civil, a banca terá relevante fundamento para
cobrar as regras do art. 12.
A seguir, estudaremos, detalhadamente, cada disposição pertinente à ordem cronológica
de conclusão dos processos para prolação de sentenças e acórdãos, no âmbito dos juízos de
primeiro grau e dos tribunais.

Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão


para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)

O caput do art. 12 é muito explorado pelas bancas, em razão de ter tido sua redação alterada
pouco tempo antes da entrada em vigor do CPC de 2015, quando este diploma já havia sido
sancionado e publicado, apesar de ainda vivenciado o período de vacatio legis.

A redação original do art. 12 previa a obrigatoriedade de o Poder Judiciário como um todo


proferir sentenças e acórdãos em estrita conformidade com a ordem de conclusão dos pro-
cessos no gabinete do magistrado. No entanto, tal obrigatoriedade criava ônus de difícil con-
trole pelo Poder Judiciário, o que, em última análise, dificultava muito a celeridade e a duração
razoável do processo. Basta que pensemos que existem processos com questões de mérito
muito simples, que, apesar de fáceis de analisar e julgar, não se enquadram em nenhuma das
exceções do § 2º do art. 12.

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Ora, faria sentido o juiz ser obrigado a julgar 5 (cinco) processos dificílimos (levando, para
tanto, muito tempo) para, somente depois, julgar um processo com questão de mérito muito
fácil de ser analisada e julgada? Não, não faria muito sentido. É claro que, na vida real, situ-
ações abusivas também não fariam sentido, como julgar 20 (vinte) processos mais simples
para apenas ao final julgar um processo mais complexo. Neste caso, as partes do processo
complexo é que seriam prejudicadas.
Em atenção a isso, e diante de pressão das associações e entidades representativas dos
magistrados, o Poder Legislativo alterou o art. 12, tornando apenas preferencial a observância
da ordem de conclusão de processos para a prolação de sentenças e acórdãos.
A lógica da alteração, pela Lei n. 13.256/2016, é deixar ao Poder Judiciário a tarefa de ad-
ministrar, discricionariamente, a ordem de prolação de sentenças e acórdãos.
Dada a facultatividade da observância da ordem cronológica, as disposições dos parágra-
fos do art. 12 do CPC têm pouca aplicação no mundo prático. Nem todos os tribunais do Brasil
cumprem o dever de elaborar lista de processos aptos a julgamento, para consulta pública,
e praticamente não existem instrumentos de controle dessa ordem por parte dos órgãos de
correição do Poder Judiciário. Isso, por certo, esvazia a efetividade da regra, que, não obstante,
continua vigente e eficaz.
Todavia, apesar desses problemas, é imprescindível conhecer as regras do caput e dos
parágrafos do art. 12 para sua prova.

§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para con-
sulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.

Apesar de a ordem cronológica de conclusão ser de observância facultativa, é obrigatória a


divulgação de lista de processos que estejam conclusos para julgamento (sentença/acórdão).

§ 2º Estão excluídos da regra do caput:


I – as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar
do pedido;
II – o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de
casos repetitivos;
III – o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV – as decisões proferidas com base nos artigos 485 e 932;
V – o julgamento de embargos de declaração;
VI – o julgamento de agravo interno;
VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.

Todas as hipóteses enumeradas no § 2º são exceções à regra da observância (preferen-


cial) da ordem de conclusão de processos para a prolação de sentença/acórdão.

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Ao se ler cada inciso, pode-se perceber que todos eles guardam um motivo lógico e racio-
nal que justifica que eles “furem a fila”, a fim de que uma sentença ou um acórdão seja profe-
rido antes dos demais.

Exemplo: Se uma petição inicial for indeferida, após a concessão de prazo para a parte emen-
dar a petição inicial, não há razão para que a sentença de extinção do processo sem resolu-
ção do mérito (art. 485, inciso I, CPC) fique numa fila de várias sentenças complexas. Isso,
se existisse, ofenderia vários princípios constitucionais, em especial da duração razoável do
processo. Afinal, embora não se saiba qual é o tempo razoável de tramitação de um processo,
certamente não seria razoável que uma sentença de extinção sem mérito, por indeferimento
da petição inicial, demorasse seis meses para ser proferida. Afinal, trata-se de sentença tão
simples que, geralmente, é elaborada com base em modelo à disposição do magistrado. É por
isso que existe a hipótese do inciso IV, no § 2º.

Para a prova, é importante ler atentamente cada inciso do § 2º, para não deixar que a ban-
ca utilize um deles como pegadinha, sugerindo que não seja uma das exceções à observância
(preferencial) da ordem.

§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as
preferências legais.

Há processos que têm preferência de tramitação. Veja o que dispõe o art. 1.048 do CPC:

Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judi-
ciais:
I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inci-
so XIV, da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
II – regulados pela Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
III – em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei n.
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
IV – em que se discuta a aplicação do disposto nas normas gerais de licitação e contratação a que
se refere o inciso XXVII do caput do art. 22 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei n. 14.133, de
2021)

Os processos mencionados nos incisos I a IV, por envolverem sujeitos específicos ou ma-
térias específicas, têm prioridade de tramitação, e devem ser conduzidos e impulsionados da
maneira mais célere que os demais processos pelo Poder Judiciário.
As preferências dos incisos I a IV são:
1) Processos envolvendo pessoas com 60 anos ou mais, na qualidade de partes ou de
terceiros interessados;

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2) Processos envolvendo pessoas com doença grave, sendo tal uma das mencionadas no
rol do art. 6º, XIV, Lei n. 7.713/88).
3) Processos regulamentados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como os
de destituição do poder familiar, de guarda etc.
4) Processos em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar (somen-
te como parte!).

 Obs.: A quarta hipótese de tramitação preferencial foi instituída pela Lei n. 13.894/2019.

É possível que legislações processuais extravagantes instituam outras hipóteses de trami-


tação prioritária. Um exemplo é a tramitação prioritária assegurada aos processos que tenham
como partes ou terceiros interessados pessoas com deficiência (art. 9º inciso VII da Lei n.
13.146/2015).

O inciso IV foi incluído pela Lei n. 14.133/2021, que é a nova Lei de Licitações e Contratos Ad-
ministrativos.

5) Processos que tenham como causa de pedir próxima (legislação aplicável) qualquer dis-
positivo da lei que trata de Licitações e Contratos Administrativos (Lei n. 14.133/2021), ou a Lei
n. 8.666/93, que, embora substituída, continuou sendo aplicável a algumas situações, mesmo
após a entrada em vigor da lei nova.
Deve ser formada uma lista, com a ordem cronológica de conclusão para julgamento, ape-
nas com os processos que detém prioridade de tramitação.
Logo, devem existir duas listas: uma para os processos em geral que não possuem trami-
tação prioritária, e outra para aqueles que devem tramitar com prioridade (art. 1.048 do CPC).

§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte
não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou
a conversão do julgamento em diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que ante-
riormente se encontrava na lista.

Se um processo estiver concluso para julgamento, e a parte fizer algum requerimento ao


juiz, o processo permanecerá na mesma posição da ordem, exceto quando:
1) For necessária alguma atividade de instrução probatória (ouvir alguma testemunha, ana-
lisar algum incidente de falsidade etc.);
2) For necessária alguma diligência imprescindível à correta análise do mérito e/ou à corre-
ção de vícios processuais, como ausência de intimação de terceiro interessado, ou de citação
de litisconsorte passivo necessário.

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DICA!
Regra geral: requerimentos não alteram a posição na ordem.
Exceções: instrução ou diligência.

§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que:
I – tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de dili-
gência ou de complementação da instrução;
II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.

O § 6º apresenta hipóteses em que processos, mesmo que não tenham prioridade de tra-
mitação por nenhum motivo, ocuparão o primeiro lugar na “fila” para julgamento. São estas as
hipóteses:
1) Quando o tribunal da instância superior anula a sentença ou o acórdão, como, por exem-
plo, por ausência de fundamentação. Neste caso, a nova sentença ou o novo acórdão será
prolatado rapidamente, por ocupar o primeiro lugar na ordem cronológica (“fila”), a não ser que,
em decorrência da anulação, seja necessária alguma instrução probatória ou diligência.

Exemplo: Se uma sentença for anulada por cerceamento de defesa, por ter o juiz indeferido a
oitiva de uma testemunha, a sentença não ocupará o primeiro lugar na fila, pois será necessá-
ria a reabertura da instrução para a oitiva da testemunha.

2) Quando um acórdão de TJ ou TRF for contrário à tese fixada pelo STF/STJ em Julgamen-
to dos Recursos Extraordinário e Especial Repetitivos, caso em que o TJ/TRF aplicará a tese
fixada, reformando de imediato o acórdão recorrido. Veja que essa reforma é feita diretamente
no TJ/TRF.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP/PROCURADOR DO MUNI-
CÍPIO/2019) Assinale a alternativa que apresenta o princípio e sua respectiva característica.
a) Princípio do livre convencimento motivado: o poder do juiz de decidir, fundamentadamente,
de acordo com sua convicção jurídica, observando os fatos e as provas existentes no processo.
b) Princípio da instrumentalidade: determina que todos os atos processuais devem ser infor-
mados aos envolvidos e aos seus respectivos procuradores.
c) Princípio da disponibilidade: o direito de ação não pode ser negado àqueles que se sentirem
lesados em seus direitos.
d) Princípio do juiz natural: cabe ao juiz dar continuidade ao procedimento, em cada uma de
suas etapas, até a conclusão.
e) Princípio do direito de ação: possibilidade que os cidadãos têm de exercer, ou não, os seus
direitos, perante à Administração Pública e ao Poder Judiciário.

002. (VUNESP/PREFEITURA DE CERQUILHO – SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) As-


sinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, apontando o princípio cor-
respondente:
“O processo, depois de instaurado, não pode ficar à mercê da vontade das partes, devendo ser
dado ao mesmo o devido andamento, cabendo ao Juiz zelar pela rápida e eficaz solução da
lide, em obediência ao princípio ___________”.
a) da segurança jurídica.
b) do duplo grau de jurisdição.
c) do impulso processual/oficial.
d) da oficialidade.
e) da disponibilidade e indisponibilidade.

003. (VUNESP/CÂMARA DE TATUÍ – SP/PROCURADOR LEGISLATIVO/2019) Assinale a al-


ternativa que corresponde à definição do princípio da efetividade do processo.
a) Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo ra-
zoável, decisão de mérito justa e efetiva.
b) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a propor-
cionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
c) As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
d) Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
e) Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
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004. (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) Nos ter-


mos do artigo 4º do Código de Processo Civil, as partes têm o direito de obter em prazo razoá-
vel a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Considerando que o processo
civil deve ser interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que referido dispositivo con-
sagra os seguintes princípios:
a) cooperação processual, proporcionalidade, razoabilidade e eficiência.
b) boa-fé objetiva processual, isonomia material e impulso oficial.
c) contraditório comparticipativo, impulso oficial e legalidade.
d) razoável duração do processo, primazia das decisões de mérito e efetividade.
e) inafastabilidade da jurisdição e estímulo a resolução consensual de conflitos.

005. (CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO/2019) De acordo com os princípios constitucionais e


infraconstitucionais do processo civil, assinale a opção correta.
a) Segundo o princípio da igualdade processual, os litigantes devem receber do juiz tratamento
idêntico, razão pela qual a doutrina, majoritariamente, posiciona-se pela inconstitucionalidade
das regras do CPC, que estabelecem prazos diferenciados para o Ministério Público, a Advoca-
cia Pública e a Defensoria Pública se manifestarem nos autos.
b) O conteúdo do princípio do juiz natural é unidimensional, manifestando-se na garantia do
cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente e pré-constituído na forma da lei.
c) O novo CPC adotou o princípio do contraditório efetivo, eliminando o contraditório posteci-
pado, previsto no sistema processual civil antigo.
d) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres de es-
clarecimento, de prevenção e de assistência ou auxílio.
e) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na aplicação do
ordenamento jurídico a proporcionalidade, moralidade, impessoalidade, razoabilidade, legali-
dade, publicidade e a eficiência.

006. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA/2019) Segundo o vigente


Código de Processo Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias, bem como
poderá, nas causas que dispensem a fase instrutória, e independentemente de citação do réu,
julgar liminarmente improcedente o pedido, se verificar, desde logo, a ocorrência de prescrição
ou decadência.
Trata-se de regras processuais que encerram a aplicação do princípio constitucional do(a):
a) livre acesso à justiça;
b) juiz natural;
c) isonomia;
d) ampla defesa;
e) duração razoável do processo.

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007. (VUNESP/CÂMARA DE SERRANA – SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) O dispositivo


constitucional que assegura que ninguém será processado nem sentenciado senão pela auto-
ridade competente, aplicável ao processo administrativo, é representado pelo princípio
a) do juiz natural.
b) do amplo acesso ao Poder Judiciário.
c) da dignidade humana.
d) da inafastabilidade da jurisdição.
e) da legitimidade.

008. (VUNESP/CÂMARA DE SERRANA – SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) O princípio da


segurança jurídica tem por escopo dar maior estabilidade às situações jurídicas. Nesse sen-
tido, assinale a alternativa que contempla o instituto jurídico relacionado diretamente a esse
princípio.
a) Dignidade humana.
b) Habeas corpus.
c) Sigilo da correspondência.
d) Direito de greve.
e) Coisa julgada.

009. (MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO/2019) Assinale a alternativa correta acerca das


normas fundamentais do processo civil, de acordo com o Código de Processo Civil de 2015:
a) A atividade satisfativa da tutela jurisdicional deve ser prestada com duração razoável.
b) A exigência de comportamento com boa-fé, do Código de Processo Civil, aplica-se somente
às partes.
c) Há regra geral do Código de Processo Civil que permite que decisões sejam proferidas sem
a oitiva da parte afetada.
d) A cooperação processual é princípio que atinge apenas as partes, no Código de Processo Civil.
e) A solução consensual dos conflitos é incentivada somente em momentos pré-processuais.

010. (FUNDATEC/GHC-RS/ADVOGADO/2021) À luz do disposto no Código de Processo Civil


(Lei n. 13.105/2015), especialmente em relação às normas fundamentais e aplicação das nor-
mas processuais, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
b) É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e fa-
culdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

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c) A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigên-
cia da norma revogada.
d) A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposi-
ções específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil
seja parte.
e) Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir
sentença ou acórdão.

011. (IDECAN/CÂMARA MUNICIPAL DE ARACRUZ – ES/PROCURADOR LEGISLATI-


VO/2016) Sobre o tratamento que o Novo Código de Processo Civil dá à aplicação das normas
processuais, analise as afirmativas a seguir.
I – A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposi-
ções específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil
seja parte.
II – A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em cur-
so, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a
vigência da norma revogada.
III – Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,
as disposições deste Código lhes serão aplicadas conjuntamente.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

012. (FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Segundo dispõe o artigo 14 do


CPC/2015, “A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos
em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas
sob a vigência da norma revogada”.
Considerando isso, é correto afirmar que:
a) O legislador usou da chamada “teoria das fases processuais”, de modo que cada fase é ana-
lisada e claramente identificada, promovendo-se a aplicação da nova lei quando houver nova
fase processual na demanda em curso.
b) A teoria adotada pelo legislador foi a chamada “teoria do isolamento dos atos processuais”,
ou seja, cada ato é claramente identificado (e olhado de forma individualizada), promovendo-
-se a aplicação da nova lei quando houver novo ato processual na demanda em curso.
c) Com esse dispositivo, o legislador determina o respeito aos atos processuais praticados e a
situações jurídicas consolidadas na vigência da norma revogada tão somente quando dessas

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não resultarem piora da situação processual de qualquer das partes. O que for em benefício
da parte, sempre retroagirá.
d) Desse dispositivo decorre a aplicação do sistema da unidade processual, de modo que,
ocorrendo alteração da norma processual em meio à tramitação de um feito, ele não surtirá
qualquer efeito, permanecendo a norma revogada em plena vigência.
e) A referência a “situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada” diz
respeito apenas e tão somente a questões de direito material resolvidas sob a égide da norma
anterior, não guardando qualquer relação com questões de direito formal.

013. (FCC/TRT – 23ª REGIÃO-MT/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2015) Quando o novo


Código de Processo Civil entrar em vigor
a) serão atingidos todos os processos e atos processuais em curso, tendo em vista o efeito
imediato da lei nova, salvo quanto aos atos que constituírem direito adquirido, ato jurídico per-
feito e coisa julgada.
b) serão atingidos todos os processos, incluindo os que possuam decisão transitada em julga-
do, tendo em vista o efeito retroativo da lei processual.
c) serão atingidos todos os processos em curso, sem exceção de qualquer ato, tendo em vista
o efeito retroativo da lei processual.
d) todos os processos em curso, assim como os atos processuais posteriores ao início da
vigência da nova lei, continuarão regidos pelo Código de Processo Civil atual.
e) serão atingidos todos e quaisquer processos e atos processuais, tendo em vista o efeito
imediato da lei processual, com exceção apenas das decisões transitadas em julgado.

014. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2016) Sobre o direito processual intertemporal, o


novo Código de Processo Civil
a) retroage porque a norma processual é de natureza cogente.
b) torna aplicáveis a todas as provas as disposições de direito probatório adotadas, ainda que
requeridas antes do início de sua vigência.
c) vige desde o dia de sua publicação, porque a lei processual é de natureza cogente e possui
efeito imediato.
d) extinguiu o procedimento sumário, impondo a extinção de todas as ações ajuizadas sob
este procedimento, incluindo as anteriores à sua entrada em vigor.
e) não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos processos em curso, respeitados
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da nor-
ma revogada.

015. (FCC/SEAD-AP/ANALISTA JURÍDICO/2018) Estabelece o Código de Processo Civil:


não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (art.
9º, caput);

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o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício (art. 10º).
Tais normas atendem ao princípio
a) Contraditório.
b) Inércia.
c) Primazia do mérito.
d) Motivação das decisões judiciais.
e) Inafastabilidade da jurisdição.

016. (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LEGISLATI-


VO/2018) No que se refere às normas fundamentais do Processo Civil,
a) todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo ra-
zoável, decisão de mérito justa e efetiva.
b) é assegurado às partes tratamento diferenciado em relação ao exercício de direitos e facul-
dades processuais, inclusive quanto ao contraditório, a ser discricionariamente resguardado a
elas pelo juiz.
c) as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, excluída a
atividade satisfativa.
d) o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar-se de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
e) os juízes e tribunais atenderão obrigatoriamente à ordem cronológica de conclusão para
proferir sentença ou acórdão.

017. (FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Não se excluirá da apreciação jurisdicional


ameaça ou lesão a direito.
Esse é o princípio da
a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do mínimo existencial, tratando-se
de princípio constitucional e, simultaneamente, infraconstitucional do processo civil.
b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-se apenas de princípio constitu-
cional do processo civil.
c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se apenas de princípio infraconstitu-
cional do processo civil.
d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio constitucional e também infracons-
titucional do processo civil.
e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, princípio constitucio-
nal e infraconstitucional do processo civil.

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018. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2017) Considerando as normas funda-


mentais do processo civil, de acordo com a Parte Geral do Código de Processo Civil, é corre-
to afirmar:
a) A legislação atual assegura às partes o direito de obtenção, em lapso temporal razoável, da
plena resolução meritória da demanda judicial, excluída a atividade satisfativa, isto é, de cum-
primento ou execução.
b) É possível decidir questão de ofício sem oportunizar a manifestação das partes sobre o
fundamento adotado quando a decisão judicial estiver sendo tomada no âmbito jurisdicional
dos tribunais superiores.
c) O juiz não deve proferir decisão contra uma das partes sem que lhe seja dada oportunidade
de se manifestar, ainda que a decisão seja proferida em ação monitória, quando evidente o
direito do autor.
d) Mesmo em questões a respeito das quais o magistrado está legalmente autorizado a decidir
de ofício, o juiz não está autorizado a proferir decisão sem oportunizar que as partes tenham
assegurado o direito de manifestação a fim de poder influenciar no julgamento.
e) O dever de todos os sujeitos processuais, inclusive o perito, cooperarem para buscar a ob-
tenção de decisão que julgue o mérito da demanda judicial, em tempo razoável, de modo justo
e efetivo, não está previsto nas normas fundamentais do processo civil no Brasil.

019. (FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/ADAPTADA/2020) Em relação aos princípios constitu-


cionais do processo civil, julgue o item subsequente:
A publicidade processual é a regra geral prevista tanto na Constituição Federal como no Códi-
go de Processo Civil; as exceções a esse princípio são estabelecidas por meio de rol taxativo
em ambas as normas legais citadas.

020. (MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) Sobre o Direito Processual Ci-


vil, não seria correto afirmar:
a) O Direito Processual Civil possui natureza de Direito público e possui inter-relacionamento
com o Direito constitucional muito bem expresso no capítulo III, da Constituição Federal que
trata do Poder Judiciário.
b) São constitucionais os pressupostos básicos atinentes ao recurso extraordinário e ao recur-
so especial, embora possa a União, em matéria processual, sobre eles legislar.
c) São fontes do Direito Processual Civil, além da própria Constituição Federal, as codificações,
as leis de organização judiciária dos estados, leis processuais esparsas, além dos regimentos
internos dos tribunais de justiça.
d) A lei estrangeira não pode determinar a forma processual a ser aplicada no Brasil, embora o
juiz possa utilizar-se de prova alienígena para decidir a causa, sem valorá-la, porquanto rege-se
a sua produção pela lei que nele vigorar

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e) Sobre a aplicação da lei processual no tempo, diverso das condições da ação que é regulada
pela lei vigente quando da propositura da ação, à resposta do réu é aplicada aquela em vigor
quando do surgimento do ônus da defesa produzido pela citação.

021. (QUADRIX/CODHAB-DF/ANALISTA/DIREITO E LEGISLAÇÃO/2018) No que se refere


às normas processuais fundamentais no Código de Processo Civil, julgue o item subsequente.
A cooperação para atingimento de decisão de mérito em prazo razoável vincula as partes, não
alcançando o juiz, que deve se manter imparcial.

022. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2017) Um sistema processual civil que


não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos, ameaçados ou
violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias constitu-
cionais de um Estado democrático de direito.
Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a carecer de real efe-
tividade. De fato, as normas de direito material se transformam em pura ilusão, sem a garantia
de sua correlata realização, no mundo empírico, por meio do processo.
Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum Acadêmico de
Direito Rideel. 22.ª ed. São Paulo, 2016 (com adaptações)
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do entendimento
jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do processo civil.
Voltado para a concepção democrática atual do processo justo, o CPC promoveu a evolução
do contraditório, que passou a ser considerado efetivo apenas quando vai além da simples
possibilidade formal de oitiva das partes.

023. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2017) Para garantir os pressupostos


mencionados em sua exposição de motivos, o CPC estabelece, de forma exaustiva, as normas
fundamentais do processo civil.

024. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com relação ao proces-


so, seus princípios e seus procedimentos, julgue o item subsequente.
Dado o princípio da demanda, o juiz não pode agir sem ser provocado pelo interessado, salvo
no caso das exceções previstas em lei.

025. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Acerca dos princípios constitucionais


do processo civil, julgue o item a seguir.
O princípio do contraditório, por constituir garantia aplicável em situações específicas, não vin-
cula a decisão do juiz, visto que, em geral, este deve decidir sem a oitiva das partes.

026. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Acerca dos princípios constitucionais


do processo civil, julgue o item a seguir.
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A cooperação entre as partes não é necessária para assegurar uma razoável duração do pro-
cesso, uma vez que cada uma delas tem seus próprios interesses na demanda.

027. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Acerca dos princípios constitucionais


do processo civil, julgue o item a seguir.
O devido processo legal é uma garantia contra eventual uso abusivo de poder, de modo a asse-
gurar provimento jurisdicional em consonância com a Constituição Federal de 1988.

028. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) O Código de Processo Civil adota o modelo


multiportas, de modo que cada demanda deve ser submetida à técnica ou método mais ade-
quado para a sua solução e devem ser adotados todos os esforços para que as partes che-
guem a uma solução consensual do conflito. Em regra, apenas se não for possível a solução
consensual, o processo seguirá para a segunda fase, litigiosa, voltada para instrução e julga-
mento adjudicatório do caso.

029. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) O Código de Processo Civil dispõe que o juiz


não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício.

030. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/CALCULIS-


TA/2019) À luz do Código de Processo Civil, julgue o próximo item, relativos às normas funda-
mentais do processo civil e aos elementos da sentença, aos honorários advocatícios, à advo-
cacia pública e à aplicação das normas processuais.
Mesmo na ausência de norma que regulamente a tramitação de determinado processo ad-
ministrativo, as disposições do Código de Processo Civil não poderão ser a ele aplicadas,
ainda que supletiva ou subsidiariamente, haja vista a natureza distinta desses dispositivos
normativos.

031. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com relação às normas


processuais, julgue o item seguinte.
Considerando-se o sistema do isolamento dos atos processuais, a lei processual nova não re-
troage, aplicando-se imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais
já praticados e as situações jurídicas já consolidadas sob a vigência da lei anterior.

032. (CESPE/TCE-RN/AUDITOR/2015) O princípio da cooperação processual se relaciona à


prestação efetiva da tutela jurisdicional e representa a obrigatoriedade de participação ampla
de todos os sujeitos do processo, de modo a se ter uma decisão de mérito justa e efetiva em
tempo razoável.

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033. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR/DIREITO/2017) Julgue o item subsequente em relação


ao Direito Processual Civil.
Considerando‐se as normas constitucionais e processuais civis, é correto afirmar que o prin-
cípio do contraditório, segundo o qual o juiz deve observar, em todas as suas decisões, os
elementos da informação e da possibilidade de reação da parte que não ajuizou a ação ou
formulou pedido nos autos, seja inafastável.

034. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA ADMINISTRATIVA/DIREI-


TO/2016) No que diz respeito às normas processuais, aos atos e negócios processuais e aos
honorários de sucumbência, julgue o item que se segue, com base no disposto no novo Código
de Processo Civil.
Em observância ao princípio da primazia da decisão de mérito, o magistrado deve conceder
à parte oportunidade para, se possível, corrigir vício processual antes de proferir sentença
terminativa.

035. (QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO/2018) Quanto ao direito probatório no CPC/2015, jul-


gue o item que se segue.
O princípio dispositivo orienta também a atividade probatória, impedindo que o juiz atue ativa-
mente na colheita da prova, determinando sua produção, por exemplo.

036. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR/DIREITO/2017) Julgue o item subsequente em relação


ao Direito Processual Civil.
Ao se analisar a forma dos atos processuais e as nulidades à luz do princípio da instrumen-
talidade das formas, não é conveniente considerar nulo o ato somente porque praticado em
desconformidade com a forma legal exigida, desde que atingida sua finalidade.

037. (CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2012) Em obediência ao princípio


da isonomia, corolário do devido processo legal, pessoas em condições diversas podem rece-
ber tratamento diferenciado no processo.

038. (CESPE/TJ-DFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) De acordo com o


princípio da indeclinabilidade, uma vez provocado, o órgão jurisdicional não poderá recusar-se
a dirimir litígios, a não ser na hipótese de existência de lacunas na lei aplicável à matéria, hipó-
tese em que julgará improcedente o pedido do autor.

039. (CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/2021) De acordo com


a jurisprudência do STJ sobre a atuação dos sujeitos do processo civil, as normas processuais
civis, os processos nos tribunais e os meios de impugnação das decisões judiciais, julgue o
item que se segue.

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A lei aplicável para a fixação do regime jurídico referente a verba honorária de sucumbência
em primeiro grau é aquela vigente na data da sentença que impõe honorários sucumbenciais,
sendo irrelevante, para essa finalidade, a identificação de eventual norma que vigorasse na
data do ajuizamento da ação.

040. (FCC/TJ-AP/JUIZ/2014/ADAPTADA) Julgue o item subsequente:


No tocante à eficácia da lei processual civil no tempo, aplica-se ordinariamente a regra tempus
regit actum, pela qual fatos ocorridos e situações já consumadas no passado não se regem
pela lei nova que entra em vigor, mas continuam valorados segundo a lei do seu tempo.

041. (CONSULPLAN/CÂMARA DE ARCOS – MG/ADVOGADO DA MESA DIRETORA/2020)


Considerando o que dispõe o Código de Processo Civil brasileiro, os juízes e os tribunais aten-
derão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acór-
dão. Inclui-se nesta regra:
a) A causa que versar sobre direitos da personalidade com pedido de danos morais
b) A causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
c) O julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas.
d) O julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento
de casos repetitivos.

042. (COMPERVE/PREFEITURA DE PARNAMIRIM – RN/PROCURADOR/2019) A razoável


duração do processo é preocupação fundamental do diploma processual pátrio. Nesse con-
dão, estabeleceu-se a regra da ordem cronológica de julgamento dos processos. Além disso,
a listagem de processos aptos deverá estar permanentemente à disposição para consulta do
público e na internet. Apesar da regra cronológica, o código estabelece algumas exceções,
dentre as quais o julgamento de
a) recursos paradigmáticos, ressalvada a hipótese de incidente de resolução de demandas
repetitivas.
b) embargos infringentes.
c) agravo de instrumento.
d) processos em bloco, para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos
repetitivos.

043. (CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) Após ser elaborada lista que con-
tinha a ordem cronológica de conclusão para proferir sentença, a parte requereu prioridade no
julgamento, alegando urgência. O juiz, no entanto, indeferiu o pedido, por não ter vislumbrado
a urgência alegada.
Nessa situação hipotética, o processo retornará para a lista na

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a) mesma posição em que ocupava caso o juiz entenda que o pedido não era meramente
protelatório.
b) mesma posição que ocupava, independentemente da constatação de necessidade de con-
versão em diligência.
c) mesma posição que ocupava, se não houver necessidade de reabertura da instrução.
d) última posição entre os que já estavam na lista quando da apresentação do pedido pelo autor.
e) última posição, se o juiz entender que o pedido era manifestamente incabível.

044. (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019/ADAPTADA) Uma pes-


soa ajuizou demanda, pelo procedimento comum, com pedido único de natureza patrimonial
disponível que versava sobre questão de direito local. Ao receber a petição inicial, o magistrado
julgou liminarmente improcedente o pedido formulado pelo autor, sem observar a ordem cro-
nológica de julgamento. Em sua decisão, o juiz consignou que o pedido contrariava expressa-
mente enunciado de súmula do tribunal de justiça sobre a matéria e que a causa dispensava
instrução probatória.
Nessa situação hipotética, o magistrado desrespeitou norma fundamental referente à ordem
cronológica de conclusão e julgamento, o que configura grave falha funcional sujeita a controle
correcional pelo Poder Judiciário.

045. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/2018) Com referência às normas


fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir.
O julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas se submete à regra de aten-
dimento da ordem cronológica de conclusão.

046. (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2019/ADAP-


TADA) A respeito de jurisdição e ação, julgue o item subsequente:
A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais nacionais e internacionais.

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GABARITO
1. a 37. C
2. c 38. E
3. c 39. C
4. d 40. C
5. d 41. a
6. e 42. d
7. a 43. c
8. e 44. E
9. a 45. E
10. e
11. b
12. b
13. a
14. e
15. a
16. a
17. e
18. d
19. E
20. d
21. E
22. C
23. E
24. C
25. E
26. E
27. C
28. C
29. E
30. E
31. C
32. C
33. E
34. C
35. E
36. C

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GABARITO COMENTADO
001. (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP/PROCURADOR DO MUNI-
CÍPIO/2019) Assinale a alternativa que apresenta o princípio e sua respectiva característica.
a) Princípio do livre convencimento motivado: o poder do juiz de decidir, fundamentadamente,
de acordo com sua convicção jurídica, observando os fatos e as provas existentes no processo.
b) Princípio da instrumentalidade: determina que todos os atos processuais devem ser infor-
mados aos envolvidos e aos seus respectivos procuradores.
c) Princípio da disponibilidade: o direito de ação não pode ser negado àqueles que se sentirem
lesados em seus direitos.
d) Princípio do juiz natural: cabe ao juiz dar continuidade ao procedimento, em cada uma de
suas etapas, até a conclusão.
e) Princípio do direito de ação: possibilidade que os cidadãos têm de exercer, ou não, os seus
direitos, perante à Administração Pública e ao Poder Judiciário.

a) Certa. O juiz pode decidir conforme suas razões, desde que respeite as regras processuais,
especialmente as do contraditório sobre fatos e provas. Tal princípio também é denominado
“princípio da persuasão racional”.
b) Errada. O princípio da instrumentalidade determina que “quando a lei prescrever determina-
da forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade”
(art. 277 do CPC).
c) Errada. Disponibilidade corresponde ao poder do autor de dispor de seu direito, renunciando-
-o ou transigindo sobre ele, ou, ainda, abrindo mão de reivindicá-lo.
d) Errada. Tal princípio refere-se à necessidade de se observar as regras de competência pre-
viamente fixadas para a seleção do órgão jurisdicional que processará e julgará a ação.
e) Errada. O princípio da inafastabilidade de jurisdição (direito de ação) dispõe que não se pode
excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Trata-se de uma dinâmica
muito diferente de um mero exercício de direitos perante a Administração Pública.
Letra a.

002. (VUNESP/PREFEITURA DE CERQUILHO – SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) As-


sinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, apontando o princípio cor-
respondente:
“O processo, depois de instaurado, não pode ficar à mercê da vontade das partes, devendo ser
dado ao mesmo o devido andamento, cabendo ao Juiz zelar pela rápida e eficaz solução da
lide, em obediência ao princípio ___________”.
a) da segurança jurídica.
b) do duplo grau de jurisdição.

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c) do impulso processual/oficial.
d) da oficialidade.
e) da disponibilidade e indisponibilidade.

Tal definição encaixa-se perfeitamente na consistência prática do princípio do impulso oficial


(ou princípio inquisitivo). Este princípio não se confunde com o da “oficialidade”, que existe
predominantemente no direito processual penal e diz respeito à possibilidade de os juízes cri-
minais decidirem várias questões de ofício. Não se pode confundir o princípio do impulso ofi-
cial com o da disponibilidade, pois este se refere à necessidade de que o autor, primeiramente,
postule o direito, para que o juiz possa atuar em sua tutela jurisdicional.
Letra c.

003. (VUNESP/CÂMARA DE TATUÍ – SP/PROCURADOR LEGISLATIVO/2019) Assinale a al-


ternativa que corresponde à definição do princípio da efetividade do processo.
a) Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo ra-
zoável, decisão de mérito justa e efetiva.
b) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a propor-
cionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
c) As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
d) Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
e) Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.

a) Errada. Trata-se do princípio da cooperação processual. A efetividade, neste caso, é uma


consequência do atendimento do princípio da cooperação.
b) Errada. Esta alternativa reproduz o art. 8º do CPC, que, para alguns, institui o princípio da
finalidade social do processo, ou o princípio da dignidade da pessoa humana, além de, propria-
mente, insculpir os princípios da proporcionalidade, da razoabilidade, da legalidade, da publici-
dade e da eficiência.
c) Certa. Tal alternativa alberga dois princípios: da celeridade (duração razoável), da primazia
das decisões de mérito e da efetividade (solução do mérito, inclusive com atividade satisfativa:
efetivar o direito).
d) Errada. Trata-se do princípio do contraditório.
e) Errada. Trata-se dos princípios da publicidade e da persuasão racional (livre convencimento
motivado).

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Letra c.

004. (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) Nos ter-


mos do artigo 4º do Código de Processo Civil, as partes têm o direito de obter em prazo razoá-
vel a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Considerando que o processo
civil deve ser interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que referido dispositivo con-
sagra os seguintes princípios:
a) cooperação processual, proporcionalidade, razoabilidade e eficiência.
b) boa-fé objetiva processual, isonomia material e impulso oficial.
c) contraditório comparticipativo, impulso oficial e legalidade.
d) razoável duração do processo, primazia das decisões de mérito e efetividade.
e) inafastabilidade da jurisdição e estímulo a resolução consensual de conflitos.

Para você, que conhece a definição básica dos princípios, a questão é tranquila. Obter em pra-
zo razoável: duração razoável do processo ou celeridade; solução integral do mérito (primazia
da decisão de mérito); solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa (efetividade:
satisfazer/efetivar o direito reconhecido).
Letra d.

005. (CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO/2019) De acordo com os princípios constitucionais e


infraconstitucionais do processo civil, assinale a opção correta.
a) Segundo o princípio da igualdade processual, os litigantes devem receber do juiz tratamento
idêntico, razão pela qual a doutrina, majoritariamente, posiciona-se pela inconstitucionalidade
das regras do CPC, que estabelecem prazos diferenciados para o Ministério Público, a Advoca-
cia Pública e a Defensoria Pública se manifestarem nos autos.
b) O conteúdo do princípio do juiz natural é unidimensional, manifestando-se na garantia do
cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente e pré-constituído na forma da lei.
c) O novo CPC adotou o princípio do contraditório efetivo, eliminando o contraditório posteci-
pado, previsto no sistema processual civil antigo.
d) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres de es-
clarecimento, de prevenção e de assistência ou auxílio.
e) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na aplicação do
ordenamento jurídico a proporcionalidade, moralidade, impessoalidade, razoabilidade, legali-
dade, publicidade e a eficiência.

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a) Errada. O princípio da isonomia garante que sujeitos desiguais sejam tratados de forma di-
ferenciada, de modo que se restaure o equilíbrio universal. Como o MP e a Fazenda possuem
muitos processos para acompanhamento e manifestação, torna-se isonômico assegurar-lhes
prazo dobrado para manifestações em geral. É, inclusive, um exemplo clássico de isonomia,
trazido em aula.
b) Errada. O princípio do juiz natural possui, no mínimo, três dimensões: proibição de juízos e
tribunais de exceção, garantia do cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente
e pré-constituído e, ainda, a imparcialidade do juiz.
c) Errada. O CPC de 2015 ainda permite que o contraditório seja diferido (postecipado). As
hipóteses constam do rol do art. 9º, parágrafo único.
d) Certa. O dever de esclarecimento, como decorrência do princípio da cooperação processual,
é expressamente definido no art. 357, § 3º, que dispõe:

Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiên-
cia para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se
for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
A prevenção de equívocos, a assistência e o auxílio ao deslinde do feito são deveres implicita-
mente integrantes da ideia de cooperação.
e) Errada. O art. 8º prevê expressamente os referidos princípios, exceto o da moralidade e o da
impessoalidade.
Letra d.

006. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA/2019) Segundo o vigente


Código de Processo Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias, bem como
poderá, nas causas que dispensem a fase instrutória, e independentemente de citação do réu,
julgar liminarmente improcedente o pedido, se verificar, desde logo, a ocorrência de prescrição
ou decadência.
Trata-se de regras processuais que encerram a aplicação do princípio constitucional do(a):
a) livre acesso à justiça;
b) juiz natural;
c) isonomia;
d) ampla defesa;
e) duração razoável do processo.

A limitação de um prazo para a prolação da sentença e o impedimento de que um processo te-


nha desnecessário andamento são facetas do princípio da duração razoável do processo, pois
tais circunstâncias evitam o acúmulo de processos e, consequentemente, a demora excessiva

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nestes e nos demais processos. Os demais princípios citados nas alternativas não têm cone-
xão direta com as circunstâncias narradas no enunciado.
Letra e.

007. (VUNESP/CÂMARA DE SERRANA – SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) O dispositivo


constitucional que assegura que ninguém será processado nem sentenciado senão pela auto-
ridade competente, aplicável ao processo administrativo, é representado pelo princípio
a) do juiz natural.
b) do amplo acesso ao Poder Judiciário.
c) da dignidade humana.
d) da inafastabilidade da jurisdição.
e) da legitimidade.

Tal princípio refere-se à necessidade de se observar as regras de competência previamen-


te fixadas para a seleção do órgão jurisdicional que processará e julgará a ação. Os demais
princípios citados nas alternativas não têm conexão direta com a circunstância narrada no
enunciado.
Letra a.

008. (VUNESP/CÂMARA DE SERRANA – SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) O princípio da


segurança jurídica tem por escopo dar maior estabilidade às situações jurídicas. Nesse sen-
tido, assinale a alternativa que contempla o instituto jurídico relacionado diretamente a esse
princípio.
a) Dignidade humana.
b) Habeas corpus.
c) Sigilo da correspondência.
d) Direito de greve.
e) Coisa julgada.

A coisa julgada, assim como o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, são três bens jurídicos
fundamentais (art. 5º, XXXVI, CF/88) relacionados à segurança jurídica, eis que os três insti-
tutos correspondem a elementos que não podem ser modificados ou afetados por leis poste-
riores. As demais alternativas não se aproximam, diretamente, da ideia de segurança jurídica.
Letra e.

009. (MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO/2019) Assinale a alternativa correta acerca das


normas fundamentais do processo civil, de acordo com o Código de Processo Civil de 2015:

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a) A atividade satisfativa da tutela jurisdicional deve ser prestada com duração razoável.
b) A exigência de comportamento com boa-fé, do Código de Processo Civil, aplica-se somente
às partes.
c) Há regra geral do Código de Processo Civil que permite que decisões sejam proferidas sem
a oitiva da parte afetada.
d) A cooperação processual é princípio que atinge apenas as partes, no Código de Processo Civil.
e) A solução consensual dos conflitos é incentivada somente em momentos pré-processuais.

a) Certa. De fato, o art. 4º do CPC garante às partes o direito de obter em prazo razoável a so-
lução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
b) Errada. Todos os sujeitos processuais (partes, juiz, promotores, terceiros intervenientes etc.)
devem comportar-se com boa-fé. O art. 5º dispõe:

Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
c) Errada. Em regra, a parte envolvida deve ser previamente ouvida (art. 9º do CPC).
d) Errada. O art. 6º dispõe que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que
se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.”.
e) Errada. O art. 3º, § 3º. preconiza que:

A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser esti-
mulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no
curso do processo judicial.
Letra a.

010. (FUNDATEC/GHC-RS/ADVOGADO/2021) À luz do disposto no Código de Processo Civil


(Lei n. 13.105/2015), especialmente em relação às normas fundamentais e aplicação das nor-
mas processuais, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
b) É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e fa-
culdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
c) A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigên-
cia da norma revogada.
d) A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposi-
ções específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil
seja parte.
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e) Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir


sentença ou acórdão.

a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o texto literal do art. 10 do CPC.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o texto literal do art. 7º do CPC.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o texto literal do art. 14 do CPC.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o texto literal do art. 13 do CPC.
e) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta contraria o disposto no art. 12, caput,
do CPC, que dispõe:

Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para pro-


ferir sentença ou acórdão.
Portanto, a observância da ordem cronológica não é obrigatória, como constava da antiga re-
dação desse dispositivo (até a alteração pela Lei n. 13.256/2016).
Letra e.

011. (IDECAN/CÂMARA MUNICIPAL DE ARACRUZ – ES/PROCURADOR LEGISLATI-


VO/2016) Sobre o tratamento que o Novo Código de Processo Civil dá à aplicação das normas
processuais, analise as afirmativas a seguir.
I – A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposi-
ções específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil
seja parte.
II – A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em cur-
so, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a
vigência da norma revogada.
III – Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,
as disposições deste Código lhes serão aplicadas conjuntamente.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

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I – Certa. Trata-se da regra literal do art. 13 do CPC:

A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições es-
pecíficas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
II – Certa. A teoria (sistema) do isolamento dos atos processuais é fielmente reproduzida no
art. 14 do CPC:

A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respei-
tados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.
III – Errada. A aplicação de tais normas é em caráter supletivo e subsidiário, na verdade (art.
15 do CPC).
Letra b.

012. (FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Segundo dispõe o artigo 14 do


CPC/2015, “A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos
em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas
sob a vigência da norma revogada”.
Considerando isso, é correto afirmar que:
a) O legislador usou da chamada “teoria das fases processuais”, de modo que cada fase é ana-
lisada e claramente identificada, promovendo-se a aplicação da nova lei quando houver nova
fase processual na demanda em curso.
b) A teoria adotada pelo legislador foi a chamada “teoria do isolamento dos atos processuais”,
ou seja, cada ato é claramente identificado (e olhado de forma individualizada), promovendo-
-se a aplicação da nova lei quando houver novo ato processual na demanda em curso.
c) Com esse dispositivo, o legislador determina o respeito aos atos processuais praticados e a
situações jurídicas consolidadas na vigência da norma revogada tão somente quando dessas
não resultarem piora da situação processual de qualquer das partes. O que for em benefício
da parte, sempre retroagirá.
d) Desse dispositivo decorre a aplicação do sistema da unidade processual, de modo que,
ocorrendo alteração da norma processual em meio à tramitação de um feito, ele não surtirá
qualquer efeito, permanecendo a norma revogada em plena vigência.
e) A referência a “situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada” diz
respeito apenas e tão somente a questões de direito material resolvidas sob a égide da norma
anterior, não guardando qualquer relação com questões de direito formal.

Em razão da aplicação imediata a todos os processos, independentemente de a nova norma


prejudicar ou favorecer os interesses das partes ou da fase em que se encontram, levando em
conta que os atos processuais já praticados sob a égide da norma revogada ficam imaculados,

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o direito processual civil brasileiro, quanto ao direito intertemporal, adota a teoria do isolamen-
to dos atos processuais. Ademais, todas as situações jurídicas consolidadas, independente-
mente de terem caráter material ou processual, devem ser respeitadas (direito adquirido, ato
jurídico perfeito e coisa julgada). A coisa julgada é um claro exemplo de bem jurídico de direito
processual.
Letra b.

013. (FCC/TRT – 23ª REGIÃO-MT/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2015) Quando o novo


Código de Processo Civil entrar em vigor
a) serão atingidos todos os processos e atos processuais em curso, tendo em vista o efeito
imediato da lei nova, salvo quanto aos atos que constituírem direito adquirido, ato jurídico per-
feito e coisa julgada.
b) serão atingidos todos os processos, incluindo os que possuam decisão transitada em julga-
do, tendo em vista o efeito retroativo da lei processual.
c) serão atingidos todos os processos em curso, sem exceção de qualquer ato, tendo em vista
o efeito retroativo da lei processual.
d) todos os processos em curso, assim como os atos processuais posteriores ao início da
vigência da nova lei, continuarão regidos pelo Código de Processo Civil atual.
e) serão atingidos todos e quaisquer processos e atos processuais, tendo em vista o efeito
imediato da lei processual, com exceção apenas das decisões transitadas em julgado.

Trata-se da fiel regra de direito intertemporal do art. 14 do CPC:

A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respei-
tados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.
Letra a.

014. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2016) Sobre o direito processual intertemporal, o


novo Código de Processo Civil
a) retroage porque a norma processual é de natureza cogente.
b) torna aplicáveis a todas as provas as disposições de direito probatório adotadas, ainda que
requeridas antes do início de sua vigência.
c) vige desde o dia de sua publicação, porque a lei processual é de natureza cogente e possui
efeito imediato.
d) extinguiu o procedimento sumário, impondo a extinção de todas as ações ajuizadas sob
este procedimento, incluindo as anteriores à sua entrada em vigor.

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e) não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos processos em curso, respeitados
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da nor-
ma revogada.

a) Errada. Vide comentário à letra e.


b) Errada. Quanto às disposições de direito probatório, existe uma regra especial de direito
intertemporal, prevista no art. 1.047 do CPC:

As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeri-
das ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.
Portanto, as provas requeridas ou determinadas antes de 18/03/2016 (início da vigência do
CPC de 2015) serão reguladas pelo CPC de 1973, o anterior.
c) Errada. O período de vacatio legis do CPC de 2015 foi de um ano. Portanto, a entrada em
vigor ocorreu somente um ano após a data da publicação do diploma.
d) Errada. O art. 1.046, § 1º, do CPC dispõe que as disposições relativas ao procedimento su-
mário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas
e não sentenciadas até o início da vigência do CPC de 2015.
e) Certa. Trata-se da fiel regra de direito intertemporal do art. 14 do CPC:

A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respei-
tados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.
Letra e.

015. (FCC/SEAD-AP/ANALISTA JURÍDICO/2018) Estabelece o Código de Processo Civil:


não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (art.
9º, caput);
o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício (art. 10º).
Tais normas atendem ao princípio
a) Contraditório.
b) Inércia.
c) Primazia do mérito.
d) Motivação das decisões judiciais.
e) Inafastabilidade da jurisdição.

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Questão tranquila, pois cobra os artigos que mais conhecidamente expressam o princípio do
contraditório, conforme nossa aula.
Letra a.

016. (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LEGISLATI-


VO/2018) No que se refere às normas fundamentais do Processo Civil,
a) todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo ra-
zoável, decisão de mérito justa e efetiva.
b) é assegurado às partes tratamento diferenciado em relação ao exercício de direitos e facul-
dades processuais, inclusive quanto ao contraditório, a ser discricionariamente resguardado a
elas pelo juiz.
c) as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, excluída a
atividade satisfativa.
d) o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar-se de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
e) os juízes e tribunais atenderão obrigatoriamente à ordem cronológica de conclusão para
proferir sentença ou acórdão.

a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 6º do CPC:

Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável,
decisão de mérito justa e efetiva.
É o princípio da cooperação processual.
b) Errada. O art. 7º dispõe:

É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades


processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
O tratamento deve ser paritário, e o juiz deve zelar pela efetividade do exercício do contraditório
(não há discricionariedade: há um dever de zelo).
c) Errada. A atividade satisfativa é incluída a tal propósito (art. 4º CPC).
d) Errada. Matérias cognoscíveis de ofício também dependem do exercício do contraditório
para serem apreciadas (art. 10 do CPC).
e) Errada. A ordem cronológica é preferencial (art. 12, caput).
Letra a.

017. (FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Não se excluirá da apreciação jurisdicional


ameaça ou lesão a direito.

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Esse é o princípio da
a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do mínimo existencial, tratando-se
de princípio constitucional e, simultaneamente, infraconstitucional do processo civil.
b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-se apenas de princípio constitu-
cional do processo civil.
c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se apenas de princípio infraconstitu-
cional do processo civil.
d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio constitucional e também infracons-
titucional do processo civil.
e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, princípio constitucio-
nal e infraconstitucional do processo civil.

a) Errada. Tal princípio não é reconhecido pela doutrina majoritária como específico do pro-
cesso civil.
b) Errada. Tal princípio é o do juiz natural, em uma de suas facetas.
c) Errada. Ainda que fosse o princípio da legalidade (o que não é o caso), este princípio seria
constitucional, também (art. 5º, caput).
d) Errada. Tal princípio não é reconhecido pela doutrina majoritária como específico do pro-
cesso civil.
e) Certa. O caráter constitucional deste princípio encontra-se no art. 5º, inciso XXXV, e o caráter
infraconstitucional, no art. 3º, caput, do CPC.
Letra e.

018. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2017) Considerando as normas funda-


mentais do processo civil, de acordo com a Parte Geral do Código de Processo Civil, é corre-
to afirmar:
a) A legislação atual assegura às partes o direito de obtenção, em lapso temporal razoável, da
plena resolução meritória da demanda judicial, excluída a atividade satisfativa, isto é, de cum-
primento ou execução.
b) É possível decidir questão de ofício sem oportunizar a manifestação das partes sobre o
fundamento adotado quando a decisão judicial estiver sendo tomada no âmbito jurisdicional
dos tribunais superiores.
c) O juiz não deve proferir decisão contra uma das partes sem que lhe seja dada oportunidade
de se manifestar, ainda que a decisão seja proferida em ação monitória, quando evidente o
direito do autor.
d) Mesmo em questões a respeito das quais o magistrado está legalmente autorizado a decidir
de ofício, o juiz não está autorizado a proferir decisão sem oportunizar que as partes tenham
assegurado o direito de manifestação a fim de poder influenciar no julgamento.

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e) O dever de todos os sujeitos processuais, inclusive o perito, cooperarem para buscar a ob-
tenção de decisão que julgue o mérito da demanda judicial, em tempo razoável, de modo justo
e efetivo, não está previsto nas normas fundamentais do processo civil no Brasil.

a) Errada. A atividade satisfativa é incluída a tal propósito (art. 4º CPC).


b) Errada. Matérias cognoscíveis de ofício também dependem do exercício do contraditório
para serem apreciadas (art. 10 do CPC).
c) Errada. Como trabalhado em aula, a evidência do direito do autor da ação monitória torna
possível a expedição do mandado injuntivo para pagamento antes da oitiva do réu. Logo, nesta
hipótese, o contraditório será diferido (posterior), conforme o art. 9º, parágrafo único, inciso III.
d) Errada. Como regra geral, as partes devem ser previamente ouvidas antes das decisões,
ainda que seja proferíveis de ofício (art. 10 do CPC).
e) Certa. Tal norma é, sim, prevista no capítulo das normas fundamentais do processo civil no
Brasil no CPC (art. 6º).
Letra d.

019. (FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/ADAPTADA/2020) Em relação aos princípios constitu-


cionais do processo civil, julgue o item subsequente:
A publicidade processual é a regra geral prevista tanto na Constituição Federal como no Códi-
go de Processo Civil; as exceções a esse princípio são estabelecidas por meio de rol taxativo
em ambas as normas legais citadas.

O rol do art. 189 do CPC, ao enumerar as hipóteses de tramitação processual em segredo de


justiça, apresenta uma lista que somente é fechada sob o ponto de vista textual. Afinal, o inciso
I apresenta esta hipótese: “em que o exija o interesse público ou social”. A aferição de exigên-
cia de segredo de justiça em razão de interesse público e social é feita discricionariamente
pelo magistrado, que deve decidir a questão de forma fundamentada. Portanto, por ser o inciso
I uma norma permissiva que abre inúmeras hipóteses de tramitação processual em segredo
de justiça, não se pode afirmar que a legislação é exaustiva/taxativa ao apontá-las. Com muito
mais razão, ainda, é possível afirmar que a Constituição também não é taxativa neste ponto,
uma vez que a Constituição não é um Código, mas uma Lei Fundamental, que não tem o papel
de regulamentar minúcias do direito processual ou de qualquer outro ramo, muito embora uma
ou outra norma constitucional seja prolixa em excesso.
Errado.

020. (MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) Sobre o Direito Processual Ci-


vil, não seria correto afirmar:

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a) O Direito Processual Civil possui natureza de Direito público e possui inter-relacionamento


com o Direito constitucional muito bem expresso no capítulo III, da Constituição Federal que
trata do Poder Judiciário.
b) São constitucionais os pressupostos básicos atinentes ao recurso extraordinário e ao recur-
so especial, embora possa a União, em matéria processual, sobre eles legislar.
c) São fontes do Direito Processual Civil, além da própria Constituição Federal, as codificações,
as leis de organização judiciária dos estados, leis processuais esparsas, além dos regimentos
internos dos tribunais de justiça.
d) A lei estrangeira não pode determinar a forma processual a ser aplicada no Brasil, embora o
juiz possa utilizar-se de prova alienígena para decidir a causa, sem valorá-la, porquanto rege-se
a sua produção pela lei que nele vigorar
e) Sobre a aplicação da lei processual no tempo, diverso das condições da ação que é regulada
pela lei vigente quando da propositura da ação, à resposta do réu é aplicada aquela em vigor
quando do surgimento do ônus da defesa produzido pela citação.

a) Errada. De fato, o processo civil pertence ao direito público, e o maior fundamento desta
premissa é sua estruturação básica na Constituição Federal, sem falar na necessidade de que
os valores e normas constitucionais informem o processo civil a todo tempo (art. 1º do CPC).
b) Errada. É da União a competência para legislar sobre direito processual, de fato (art. 22,
inciso I, CF/88).
c) Errada. Tais elementos são considerados fontes formais primárias do processo civil.
d) Certa. Na verdade, o juiz não pode se utilizar de prova sobre a qual as partes não tenham tido
oportunidade de se manifestar.
e) Errada. Pelo fato de as novas normas serem imediatamente aplicadas aos processos em
curso, os atos de defesa (como a contestação) sujeitar-se-ão às regras novas, se a contesta-
ção houver de ocorrer após a entrada em vigor do novo diploma.
Letra d.

021. (QUADRIX/CODHAB-DF/ANALISTA/DIREITO E LEGISLAÇÃO/2018) No que se refere


às normas processuais fundamentais no Código de Processo Civil, julgue o item subsequente.
A cooperação para atingimento de decisão de mérito em prazo razoável vincula as partes, não
alcançando o juiz, que deve se manter imparcial.

Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoá-
vel, decisão de mérito justa e efetiva (art. 6º). Essa norma alcança o juiz, que é um dos sujeitos
processuais.
Errado.

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022. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2017) Um sistema processual civil que


não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos, ameaçados ou
violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias constitu-
cionais de um Estado democrático de direito.
Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a carecer de real efe-
tividade. De fato, as normas de direito material se transformam em pura ilusão, sem a garantia
de sua correlata realização, no mundo empírico, por meio do processo.
Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum Acadêmico de
Direito Rideel. 22.ª ed. São Paulo, 2016 (com adaptações)
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do entendimento
jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do processo civil.
Voltado para a concepção democrática atual do processo justo, o CPC promoveu a evolução
do contraditório, que passou a ser considerado efetivo apenas quando vai além da simples
possibilidade formal de oitiva das partes.

A efetividade é uma ideia que justamente se remete ao resultado real de alguma coisa. Logo,
o contraditório efetivo é aquele que apresenta, por resultado material e real, a oportunidade
de que a parte se direcione de forma contrária a fundamentos e fatos. Por esta razão, as ale-
gações das partes devem ser devidamente consideradas e fundamentadamente deferidas/
indeferidas pelo juiz. Portanto, a simples conferência de possibilidade formal de manifestação
(como prazo para manifestar-se nos autos) não corresponde a um contraditório efetivo, se as
alegações das partes não forem consideradas para a tomada da decisão judicial.
Certo.

023. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2017) Para garantir os pressupostos


mencionados em sua exposição de motivos, o CPC estabelece, de forma exaustiva, as normas
fundamentais do processo civil.

O art. 1º do CPC já aponta a Constituição Federal como fonte de normas fundamentais do


processo civil. Logo, o CPC não é exaustivo (exauriente/completo) ao elencar as normas fun-
damentais do processo civil. Tanto o CPC como a CF/88 trazem tais normas.
Errado.

024. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com relação ao proces-


so, seus princípios e seus procedimentos, julgue o item subsequente.
Dado o princípio da demanda, o juiz não pode agir sem ser provocado pelo interessado, salvo
no caso das exceções previstas em lei.

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Trata-se de uma forma diferente de transcrição da exata regra do art. 2º:

O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
previstas em lei.
Certo.

025. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Acerca dos princípios constitucionais


do processo civil, julgue o item a seguir.
O princípio do contraditório, por constituir garantia aplicável em situações específicas, não vin-
cula a decisão do juiz, visto que, em geral, este deve decidir sem a oitiva das partes.

Como regra geral, as partes devem ser previamente ouvidas antes das decisões, ainda que seja
proferíveis de ofício (art. 10 do CPC).
Errado.

026. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Acerca dos princípios constitucionais


do processo civil, julgue o item a seguir.
A cooperação entre as partes não é necessária para assegurar uma razoável duração do pro-
cesso, uma vez que cada uma delas tem seus próprios interesses na demanda.

Apesar da existência de interesses opostos numa lide, as partes devem cooperar entre si para
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (art. 6º do CPC). Trata-se
do princípio da cooperação processual.
Errado.

027. (CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Acerca dos princípios constitucionais


do processo civil, julgue o item a seguir.
O devido processo legal é uma garantia contra eventual uso abusivo de poder, de modo a asse-
gurar provimento jurisdicional em consonância com a Constituição Federal de 1988.

O devido processo legal é, por excelência, uma garantia contra a arbitrariedade de juízes e tri-
bunais, uma vez que a observância do procedimento objetivamente expresso em lei viabiliza
o tratamento isonômico (igual) de todos os litigantes. Esta garantia tende a dar efetividade ao
princípio constitucional da isonomia e ao da legalidade (art. 5º, caput, CF/88).
Certo.

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028. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) O Código de Processo Civil adota o modelo


multiportas, de modo que cada demanda deve ser submetida à técnica ou método mais ade-
quado para a sua solução e devem ser adotados todos os esforços para que as partes che-
guem a uma solução consensual do conflito. Em regra, apenas se não for possível a solução
consensual, o processo seguirá para a segunda fase, litigiosa, voltada para instrução e julga-
mento adjudicatório do caso.

De fato, a solução litigiosa dos conflitos deve ocorrer, teoricamente, somente se a conciliação
for impossível, seja pela natureza do direito ou pela complexidade do conflito entre as partes.
Trata-se de depreensão da regra do art. 3º, § 2º, que dispõe:

O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.


Portanto, a solução não conciliatória (litigiosa) é, teoricamente, uma forma de resolução de
conflitos não preferencial (segunda opção).
Certo.

029. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) O Código de Processo Civil dispõe que o juiz


não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício.

O princípio do contraditório deve ser observado, em regra, até mesmo nas decisões proferíveis
de ofício. É o que dispõe o art. 10:

O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício.
Errado.

030. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/CALCULIS-


TA/2019) À luz do Código de Processo Civil, julgue o próximo item, relativos às normas funda-
mentais do processo civil e aos elementos da sentença, aos honorários advocatícios, à advo-
cacia pública e à aplicação das normas processuais.
Mesmo na ausência de norma que regulamente a tramitação de determinado processo ad-
ministrativo, as disposições do Código de Processo Civil não poderão ser a ele aplicadas,
ainda que supletiva ou subsidiariamente, haja vista a natureza distinta desses dispositivos
normativos.

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O art. 15 do CPC dispõe:

Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as dispo-


sições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Errado.

031. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com relação às normas


processuais, julgue o item seguinte.
Considerando-se o sistema do isolamento dos atos processuais, a lei processual nova não re-
troage, aplicando-se imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais
já praticados e as situações jurídicas já consolidadas sob a vigência da lei anterior.

A teoria (sistema) do isolamento dos atos processuais é fielmente reproduzida no art. 14 do CPC:

A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respei-
tados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.
Certo.

032. (CESPE/TCE-RN/AUDITOR/2015) O princípio da cooperação processual se relaciona à


prestação efetiva da tutela jurisdicional e representa a obrigatoriedade de participação ampla
de todos os sujeitos do processo, de modo a se ter uma decisão de mérito justa e efetiva em
tempo razoável.

Trata-se da regra do art. 6º:

Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável,
decisão de mérito justa e efetiva.
Certo.

033. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR/DIREITO/2017) Julgue o item subsequente em relação


ao Direito Processual Civil.
Considerando‐se as normas constitucionais e processuais civis, é correto afirmar que o prin-
cípio do contraditório, segundo o qual o juiz deve observar, em todas as suas decisões, os
elementos da informação e da possibilidade de reação da parte que não ajuizou a ação ou
formulou pedido nos autos, seja inafastável.

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O contraditório não é inafastável O art. 9º, parágrafo único, enuncia um rol de hipóteses em que
o contraditório não será prévio, mas, sim, posterior (diferido). São elas:
• Tutela provisória de urgência: quando a parte contrária formular pedido de tutela de
urgência (art. 300: probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo), o juiz poderá conceder ou denegar a tutela provisória de urgência sem
ouvir a parte contrária.
• Hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III. Tais hipóteses são:
− Tutela de evidência formulada quando as alegações de fato puderem ser comprova-
das apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repeti-
tivos ou em súmula vinculante;
− Tutela de evidência formulada quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em
prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.
• Expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obriga-
ção de fazer ou de não fazer, nas ações monitórias, quando o direito do autor for consi-
derado evidente pelo juiz.
Errado.

034. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA ADMINISTRATIVA/DIREI-


TO/2016) No que diz respeito às normas processuais, aos atos e negócios processuais e aos
honorários de sucumbência, julgue o item que se segue, com base no disposto no novo Código
de Processo Civil.
Em observância ao princípio da primazia da decisão de mérito, o magistrado deve conceder
à parte oportunidade para, se possível, corrigir vício processual antes de proferir sentença
terminativa.

A concessão de prazo para correção de vício que possa causar, em tese, uma extinção proces-
sual sem resolução do mérito é uma das facetas do princípio da primazia da decisão de mérito.
Confira o que dispõe o art. 317 do CPC:

Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade
para, se possível, corrigir o vício.
Certo.

035. (QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO/2018) Quanto ao direito probatório no CPC/2015, jul-


gue o item que se segue.

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O princípio dispositivo orienta também a atividade probatória, impedindo que o juiz atue ativa-
mente na colheita da prova, determinando sua produção, por exemplo.

Embora esta questão seja mais relacionada ao conteúdo sobre provas, julgo importante desta-
car que o juiz pode, sim, determinar de ofício a produção de provas, justamente como expres-
são do princípio do impulso oficial. É a regra do art. 370 do CPC:

Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamen-


to do mérito.
Errado.

036. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR/DIREITO/2017) Julgue o item subsequente em relação


ao Direito Processual Civil.
Ao se analisar a forma dos atos processuais e as nulidades à luz do princípio da instrumen-
talidade das formas, não é conveniente considerar nulo o ato somente porque praticado em
desconformidade com a forma legal exigida, desde que atingida sua finalidade.

De fato, é esta a essência do princípio da instrumentalidade das formas. É a regra do art.


277 do CPC:

Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro
modo, lhe alcançar a finalidade.
Certo.

037. (CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2012) Em obediência ao princípio


da isonomia, corolário do devido processo legal, pessoas em condições diversas podem rece-
ber tratamento diferenciado no processo.

É exatamente este o conceito de isonomia, que vale também para o Novo CPC: igualar os
iguais e desigualar os desiguais, mantendo-se um equilíbrio real.
Certo.

038. (CESPE/TJ-DFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) De acordo com o


princípio da indeclinabilidade, uma vez provocado, o órgão jurisdicional não poderá recusar-se
a dirimir litígios, a não ser na hipótese de existência de lacunas na lei aplicável à matéria, hipó-
tese em que julgará improcedente o pedido do autor.

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Primeiramente, cabe salientar que o princípio da indeclinabilidade é tratado por alguns doutri-
nadores como parte integrante do princípio da inafastabilidade jurisdicional. Uma das facetas
deste princípio é que o juiz não pode deixar de decidir alegando lacuna no direito. Deverá o juiz,
sempre que necessário, buscar outras fontes do direito para julgar (art. 140, caput, CPC)
Errado.

039. (CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/2021) De acordo com


a jurisprudência do STJ sobre a atuação dos sujeitos do processo civil, as normas processuais
civis, os processos nos tribunais e os meios de impugnação das decisões judiciais, julgue o
item que se segue.
A lei aplicável para a fixação do regime jurídico referente a verba honorária de sucumbência
em primeiro grau é aquela vigente na data da sentença que impõe honorários sucumbenciais,
sendo irrelevante, para essa finalidade, a identificação de eventual norma que vigorasse na
data do ajuizamento da ação.

Para a resolução da questão, é suficiente lembrar do art. 14 do CPC:

A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respei-
tados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.
Como os honorários sucumbenciais somente surgem com a publicação da sentença, certa-
mente será aplicável a legislação vigente quando da publicação da sentença para regular o
item (sistema do isolamento dos atos processuais). No entanto, observo que a banca usou
o item da sucumbência para tratar do tema porque é justamente sobre ela que trata um dos
informativos publicados pelo STJ a respeito da aplicabilidade do CPC de 2015. O Informativo
n. 602 enuncia o seguinte:

Os honorários advocatícios nascem contemporaneamente à sentença e não preexistem


à propositura da demanda. Assim sendo, nos casos de sentença proferida a partir do dia
18/3/2016, deverão ser aplicadas as normas do CPC/2015.

Certo.

040. (FCC/TJ-AP/JUIZ/2014/ADAPTADA) Julgue o item subsequente:


No tocante à eficácia da lei processual civil no tempo, aplica-se ordinariamente a regra tempus
regit actum, pela qual fatos ocorridos e situações já consumadas no passado não se regem
pela lei nova que entra em vigor, mas continuam valorados segundo a lei do seu tempo.

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A teoria (sistema) do isolamento dos atos processuais, intimamente conectada à teoria do


tempus regit actum, é fielmente reproduzida no art. 14 do CPC:

A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respei-
tados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.
Certo.

041. (CONSULPLAN/CÂMARA DE ARCOS – MG/ADVOGADO DA MESA DIRETORA/2020)


Considerando o que dispõe o Código de Processo Civil brasileiro, os juízes e os tribunais aten-
derão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acór-
dão. Inclui-se nesta regra:
a) A causa que versar sobre direitos da personalidade com pedido de danos morais
b) A causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
c) O julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas.
d) O julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento
de casos repetitivos.

A alternativa “a” é a única que apresenta item que não consta do rol do § 2º do art. 12 do CPC.
As demais alternativas configuram exceções à ordem preferencial do art. 12, por constarem
do rol do § 2º.
Letra a.

042. (COMPERVE/PREFEITURA DE PARNAMIRIM – RN/PROCURADOR/2019) A razoável


duração do processo é preocupação fundamental do diploma processual pátrio. Nesse con-
dão, estabeleceu-se a regra da ordem cronológica de julgamento dos processos. Além disso,
a listagem de processos aptos deverá estar permanentemente à disposição para consulta do
público e na internet. Apesar da regra cronológica, o código estabelece algumas exceções,
dentre as quais o julgamento de
a) recursos paradigmáticos, ressalvada a hipótese de incidente de resolução de demandas
repetitivas.
b) embargos infringentes.
c) agravo de instrumento.
d) processos em bloco, para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos
repetitivos.

A alternativa “d” é a única que apresenta hipótese que consta do rol do § 2º do art. 12 do CPC.
Letra d.

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043. (CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) Após ser elaborada lista que con-
tinha a ordem cronológica de conclusão para proferir sentença, a parte requereu prioridade no
julgamento, alegando urgência. O juiz, no entanto, indeferiu o pedido, por não ter vislumbrado
a urgência alegada.
Nessa situação hipotética, o processo retornará para a lista na
a) mesma posição em que ocupava caso o juiz entenda que o pedido não era meramente
protelatório.
b) mesma posição que ocupava, independentemente da constatação de necessidade de con-
versão em diligência.
c) mesma posição que ocupava, se não houver necessidade de reabertura da instrução.
d) última posição entre os que já estavam na lista quando da apresentação do pedido pelo autor.
e) última posição, se o juiz entender que o pedido era manifestamente incabível.

A questão pode ser resolvida apenas com base no § 4º do art. 12:

Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não
altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a
conversão do julgamento em diligência.
Como o requerimento mencionado no enunciado da questão não implicou reabertura da ins-
trução ou conversão do julgamento em diligência, ele volta à posição em que se encontrava
(art. 12, § 5º).
Letra c.

044. (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019/ADAPTADA) Uma pes-


soa ajuizou demanda, pelo procedimento comum, com pedido único de natureza patrimonial
disponível que versava sobre questão de direito local. Ao receber a petição inicial, o magistrado
julgou liminarmente improcedente o pedido formulado pelo autor, sem observar a ordem cro-
nológica de julgamento. Em sua decisão, o juiz consignou que o pedido contrariava expressa-
mente enunciado de súmula do tribunal de justiça sobre a matéria e que a causa dispensava
instrução probatória.
Nessa situação hipotética, o magistrado desrespeitou norma fundamental referente à ordem
cronológica de conclusão e julgamento, o que configura grave falha funcional sujeita a controle
correcional pelo Poder Judiciário.

As sentenças de improcedência liminar do pedido são excluídas da preferência pela ordem


cronológica de conclusão (art. 12, § 2º, inciso I, CPC).
Errado.

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045. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/2018) Com referência às normas


fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir.
O julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas se submete à regra de aten-
dimento da ordem cronológica de conclusão.

O julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas é


excluído da preferência pela ordem cronológica de conclusão (art. 12, § 2º, inciso I, CPC).
Errado.

046. (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2019/ADAP-


TADA) A respeito de jurisdição e ação, julgue o item subsequente:
A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais nacionais e internacionais.

A jurisdição civil é exercida pelos órgãos nacionais, sendo respeitadas as disposições especí-
ficas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte
(art. 13 do CPC).
Errado.

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Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e 48°
lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.

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