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DIREITO

PROCESSUAL CIVIL
Ação Monitória, Consignação em Pagamento

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GUSTAVO DEITOS

Professor de Cursos Preparatórios pra Concur-


sos Públicos. Coach especialista em Concursos
Públicos. Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª
Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Re-
gião. Outras aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª
Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST –
Analista Judiciário e 48° lugar – TRT da 24ª Re-
gião – Técnico Judiciário.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ação Monitória, Consignação em Pagamento
Prof. Gustavo Deitos

Apresentação..............................................................................................4
Ação de Consignação em Pagamento, Ação de Exigir Contas, Restauração de
Autos e Ação Monitória.................................................................................6
1. Ação de Consignação em Pagamento..........................................................6
1.1. Modalidades de Consignação em Pagamento e Hipóteses de Cabimento........6
1.2. Procedimento e Normas Processuais da Ação de Consignação em
Pagamento.................................................................................................9
1.3. Enunciados Pertinentes à Ação de Consignação em Pagamento................. 21
2. Ação de Exigir Contas............................................................................. 22
2.1. Procedimento e Normas Processuais da Ação de Exigir Contas................... 23
3. Ação Monitória...................................................................................... 30
3.1. Súmulas e Enunciados Pertinentes à Ação Monitória................................. 43
4. Restauração de Autos............................................................................. 45
Exercícios................................................................................................. 54
Gabarito................................................................................................... 76
Gabarito Comentado.................................................................................. 77

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Ação Monitória, Consignação em Pagamento
Prof. Gustavo Deitos

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem!

Neste curso, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual

civil, com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato

de conteúdo necessário para ter o melhor desempenho possível na prova.

Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você

possa tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de

estudo completo e capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros

meios de estudo.

A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, indivi-

dualmente, avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios

de estudo ideais. Dessa forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF

e vídeos, ou somente com um ou outro meio.

Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio

de contar com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta

aula. De qualquer forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como

fonte de estudos de forma aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online.

Tudo depende, unicamente, da preferência de cada aluno.

Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos da Direito Proces-

sual Civil:

• Ação de Consignação em Pagamento

• Ação de Exigir Contas

• Restauração de Autos

• Ação Monitória

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A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abran-

ger todos os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda

mais solidificado. O número de exercícios é determinado de acordo com dois parâ-

metros: complexidade do conteúdo e número de questões de concursos existentes.

Por resultado, o número de exercícios disponibilizados é determinado de modo que

seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente testado e fixado, mas sem que

haja uma repetição obsoleta.

Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida.

Considero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuida-

de da produção e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informa-

ções quanto à qualidade do material.

Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, de-

monstrando seu grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é

importantíssimo para nós. Se houver algum problema com a visualização de mapas

mentais (fonte, cor etc.), o problema possivelmente terá surgido em alguma fase

da edição, pelo que o professor não responde. Neste caso, você pode entrar em

contato com a central de atendimento responsável.

Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para

você e sua prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e considera-

ção ao seu esforço, que, para nós, é sagrado.


Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim

por meio do Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido

possível. Será um grande prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundi-

dade, e com o grande respeito que você merece.

Bons estudos!

Seja imparável!

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AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, AÇÃO DE EXIGIR


CONTAS, RESTAURAÇÃO DE AUTOS E AÇÃO MONITÓRIA
1. Ação de Consignação em Pagamento
A ação de consignação em pagamento uma ação de procedimento especial pos-
ta à disposição do devedor da obrigação. Nesta ação, o devedor tem por objetivo o
reconhecimento judicial (declaração) de que suas obrigações para com o credor
já não existem mais, em razão do pagamento. O pagamento é o fenômeno
jurídico que extingue a obrigação (art. 304 do Código Civil).
O grande objetivo da consignação em pagamento é a eliminação dos efeitos
da mora. Ela está à disposição do devedor, que poderá dela se utilizar para que
contra ele não corram juros, correção ou riscos (consequências/efeitos da mora).

 Obs.: A “mora” é o atraso no cumprimento da obrigação, e pode ocasionar o côm-


puto de juros, o crescimento de riscos e a imposição de correção monetária.
É para livrar-se desses efeitos que o devedor pode ter interesse na consig-
nação em pagamento.

1.1. Modalidades de Consignação em Pagamento e Hipóteses


de Cabimento

A consignação em pagamento pode ser judicial ou extrajudicial. Essas duas


modalidades são previstas no art. 334 do Código Civil, da seguinte forma:

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em


estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

A consignação judicial e a extrajudicial podem causar o mesmo resultado: isen-


tar o devedor dos efeitos da mora. A diferença entre elas reside nas hipóteses de

cabimento.

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É possível que, extrajudicialmente, o devedor deposite o valor que entende

devido ao credor em determinada conta bancária em nome do credor. Esta moda-

lidade é menos onerosa e mais rápida. Todavia, nem sempre o procedimento

bancário (extrajudicial) é possível, por vários motivos, como, dentre outros:

• 1) desconhecimento de conta bancária do credor

• 2) recusa de recebimento por parte do credor, como veremos adiante

• 3) pendência de ação ajuizada pelo credor contra o devedor

Nessas hipóteses – dentre outras –, a consignação em pagamento, para extin-

guir a obrigação, deverá ser realizada por via judicial, por meio da Ação de Con-

signação em Pagamento, cujo procedimento estudaremos ao longo desta aula.

Ademais, a consignação extrajudicial só tem cabimento diante de obrigações

em dinheiro, isto é, de pagar quantia.

As hipóteses de cabimento (interesse de agir) da Consignação em Pagamento

são previstas no art. 335 do Código Civil, nos seguintes termos:

Art. 335. A consignação tem lugar:


I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar
quitação na devida forma;
II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição
devidos;
III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir
em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

É importante considerar, também o teor do art. 336 do Código Civil:

Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram,
em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não
é válido o pagamento.

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Por conseguinte, deverá o devedor atender a todas as condições acima especi-

ficadas para o pagamento das parcelas devidas, mesmo na consignação.

Desde já, é necessário ter em mente um entendimento que vem sendo con-

solidado na jurisprudência do STJ: na ação de consignação em pagamento,

é possível, sim, que o autor (consignante) acumule pedidos relacionados ao

negócio jurídico principal. Explicarei com exemplo.

Exemplo:

João cobra de Mário uma dívida de R$ 2.000,00. Mário, por entender que somen-

te deve R$ 1.000,00, oferece a João este valor, que é de plano recusado. Neste

caso, pode Mário ajuizar ação de consignação em pagamento dos R$ 1.000,00

e formular pedidos com vistas a reconhecer que o valor correto da dívida é de

R$ 1.000,00.

Logo, nesta ação, Mário formulará pedidos que extrapolam o estrito objetivo

da ação de consignação em pagamento. Mário não precisará se limitar a pedir

que o valor seja transferido ao consignado. Poderá ele pedir ao juiz que, à vista

das provas juntadas, considere que a dívida realmente existente seja de R$

1.000,00, e não de R$ 2.000,00.


Afinal de contas, se Mário se limitasse a pedir a consignação do valor, os outros

R$ 1.000,00 poderiam ser cobrados por João futuramente. Da forma narrada

acima, a coisa julgada material acobertará o negócio jurídico desde logo.

Apresento-lhe uma ementado STJ neste sentido, somente a título de exemplo:

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Ação de consignação em pagamento. Cumulação de pedidos. Precedentes da


Corte. 1. Já decidiu a Corte ser possível em ação de consignação em paga-
mento “examinar o critério de reajustamento em contratos de mútuo para a
aquisição da casa própria” (REsp n. 257.365/SE, de minha relatoria, DJ de
18/6/01). Há, também, precedente no sentido de que se admite “a cumulação
dos pedidos de revisão de cláusulas do contrato e de consignação em paga-
mento das parcelas tidas como devidas por força do mesmo negócio jurídico” e
de que quando o autor cumula pedidos “que possuem procedimentos judiciais
diversos, implicitamente requer o emprego do procedimento ordinário” (REsp
n. 464.439/GO, Relatora a Ministra Nancy Andrighi, DJ de 23/6/03).
(STJ - REsp: 616357 PE 2003/0220265-8, Relator: Ministro CARLOS ALBERTO
MENEZES DIREITO, Data de Julgamento: 07/06/2005, T3 - TERCEIRA TURMA,
Data de Publicação: --> DJ 22/08/2005 p. 263)

1.2. Procedimento e Normas Processuais da Ação de


Consignação em Pagamento

As partes da ação de consignação em pagamento vivenciam uma lógica distinta

da regra geral. Estamos acostumados a considerar o autor da ação como o credor,

e o réu, o devedor. Na ação de consignação, esta lógica é inversa:

• O autor é o devedor, que pretende desonerar-se dos efeitos da mora (obter

eficácia liberatória).

• O réu é o credor, que dificultou, de alguma forma, o pagamento.

O autor pode ser denominado, nesta ação, como o


consignante.
O réu, por sua vez, pode ser denominado como con-
signado.

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O CPC, do art. 539 ao 548, disciplina o procedimento especial da Ação de Con-

signação em Pagamento, em capítulo próprio.

Em seguida, apresentarei comentários a cada artigo do CPC pertinente à Ação

de Consignação em Pagamento, com necessárias considerações e associações.

Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com
efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.

O caput do art. 539 já estabelece a regra pertinente à legitimidade ativa para

o ajuizamento da ação: o próprio devedor ou, até mesmo, um Terceiro (como

um sócio do devedor).

O terceiro poderá ser, ou não, interessado no pagamento da dívida. O fato de o

terceiro ser ou não um “terceiro interessado” ganha relevância quando da ocorrên-

cia das consequências do pagamento em consignação por parte do terceiro.

Daniel Assumpção, que transparece o posicionamento doutrinário majoritário,

esclarece:

(...) no caso de terceiro juridicamente interessado ocorrerá sub-rogação, de forma que


esse terceiro, extinta a obrigação por consignação, assume os direitos e ações do credor
satisfeito frente ao devedor; no caso de terceiro não interessado, não ocorre sub-roga-
ção, sendo entendida a consignação como mera liberalidade deste em favor do devedor.

Explico:

• 1) Se o terceiro for interessado no pagamento da dívida, ele poderá cobrar

do primeiro devedor, depois do pagamento, o valor que houver consignado.

Este é o verdadeiro fenômeno da sub-rogação.

• 2) Por outro lado, se o terceiro não for interessado, ele nada poderá cobrar

do devedor, entendendo-se, a partir daí, que este terceiro fez uma “graça” ao

devedor.

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§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabe-


lecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientifican-
do-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias
para a manifestação de recusa.
§ 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a
manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à
disposição do credor a quantia depositada.
§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá
ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial
com a prova do depósito e da recusa.
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo le-
vantá-lo o depositante.

Os parágrafos do art. 539 cuidam da Consignação Extrajudicial (bancária). Logo

de início, é importantíssimo destacar que a consignação extrajudicial só tem cabi-

mento diante de obrigações em dinheiro (início da redação do § 1º), isto é,

de pagar quantia.

Não é possível que o devedor utilize a consignação extrajudicial (bancária) para

obrigações de entregar coisa, uma vez que a operacionalidade do banco é viável

somente diante de obrigações em dinheiro.

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Depositado o valor pelo devedor na conta do credor, este terá o prazo de 10

DIAS para recusar o valor depositado. Se o credor nada disser, o devedor poderá

considerar-se exonerado das obrigações (acontece o efeito de pagamento).

Se, dentro do prazo de 10 dias, o credor RECUSAR o depósito, o devedor terá

o prazo de UM MÊS para ajuizar a Ação de Consignação em Pagamento (fase

judicial).

 Obs.: Esse prazo de um mês, caso perdido pelo devedor, NÃO provoca a perda

do direito de consignar em pagamento, pois a única consequência pre-

vista para a perda desse prazo é a ineficácia do depósito, caso em que o

valor depositado voltará para o devedor (§ 4º).

Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o


devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada im-
procedente.

A ação de consignação em pagamento possui uma regra de competência terri-

torial específica. Logo, as regras gerais sobre competência (art. 46 e seguintes do

CPC) não se aplicam às ações de consignação em pagamento.

O território (lugar) para ajuizamento da ação de consignação em pagamento é

o local onde as obrigações devam ser cumpridas. Em caso de obrigações em

dinheiro (o que é mais corriqueiro), é simplesmente o lugar determinado para o

pagamento.

A regra do art. 540, ora comentado, praticamente reproduz regra idêntica de

direito material, contida no art. 337 do Código Civil: “O depósito requerer-se-á no

lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros

da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.”.

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Por ser de caráter territorial, o lugar do pagamento é um critério relativo de com-

petência. Logo, se a ação de consignação em pagamento for ajuizada em outro

foro e o consignado nada alegar em preliminar de contestação, a competência será

prorrogada.

O depósito não ocorre ao tempo do ajuizamento da ação. Ele somente ocorre

depois que o juiz receber a petição inicial e proferir despacho, determinando que

o consignante deposite, finalmente, o valor em uma conta judicial, à disposição do

juízo. Não realizado tal depósito no prazo de 5 dias, o processo deverá ser extinto

sem resolução do mérito.

Somente em uma hipótese o depósito em dinheiro não precisa ser efetuado du-

rante o processo da consignação: quando, antes do ajuizamento da ação, tenha

havido depósito em sede de consignação extrajudicial. Neste caso, basta que o de-

vedor (consignante) junte aos autos o comprovante de depósito do valor em conta

bancária posta à disposição do consignado.

Se tudo ocorrer normalmente e o depósito for realizado, serão cessados, no

momento do depósito, quaisquer juros e riscos que pudessem ser computados em

desfavor do devedor. A este fenômeno dá-se o nome de eficácia liberatória (de-

soneração do devedor).

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Se a consignação em pagamento for julgada improcedente, todos os juros e ris-

cos serão contabilizados como se a ação nunca tivesse sido ajuizada. A improce-

dência da consignação ocorrerá em dois casos:

1) Quando o juiz entender, em sentença, que a consignação era incabível;

2) Quando o juiz entender, em sentença, que a consignação foi insuficiente.

Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor


continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem
vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo
vencimento.

Este artigo possibilita que, numa mesma ação, o devedor deposite várias par-

celas que deva ao credor. No prazo de 5 dias após o vencimento de cada parcela,

o consignante poderá depositar na conta judicial o valor da respectiva parcela, sem

mais nenhum tipo de formalidade.

Conforme Marinoni, Arenhart e Mitidiero, a faculdade de depósito parcelado do

valor consignado (prestações sucessivas) pode ser exercida até o trânsito em

julgado da consignação em pagamento.

 Obs.: Tome cuidado para não confundir: as prestações sucessivas podem ser

requeridas até o trânsito em julgado, e não até a sentença. É possível

que haja interposição de recursos.

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Existe somente uma exceção a esta regra: a consignação de prestações sucessivas

relativas a aluguéis e acessórios deve ser requerida até a sentença de primeira

instância (art. 67, III, Lei n 8.245/91).

Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:


I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias
contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º ;
II – a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto
sem resolução do mérito.

Estes dois pedidos são obrigatórios na petição inicial da ação de consignação em

pagamento.

Se o juiz perceber que, realmente, existe interesse de agir para a propositura da ação

de consignação em pagamento (mediante enquadramento em uma das hipóteses

do art. 335 do Código Civil), ele proferirá decisão deferindo o pedido de depósito e

ordenando que o autor deposite o valor em conta judicial no prazo de 5 DIAS.

Não se realizando o depósito em 5 dias, a ação será extinta sem mérito, e o

devedor, condenado ao pagamento de custas processuais, salvo se for beneficiário

da justiça gratuita.

Somente depois de efetuado o depósito é que o consignado (réu) será citado

para aceitar o valor depositado ou, querendo, apresentar contestação, alegando

alguma(s) das matérias do rol do art. 544, adiante comentado.

Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao cre-


dor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não
constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz,
ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena
de depósito.

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Coisa indeterminada é aquela que, mesmo sendo definida pelo gênero e pela

quantidade, não teve sua qualidade definida.

Exemplo: Um contrato de compra e venda de um carro popular novo (zero quilô-


metros) define gênero (carro) e quantidade (um), mas não define sua qualidade
(marca, modelo etc.).

Imagine o exemplo do carro, acima citado. Se a obrigação objeto da consigna-

ção em pagamento for de entregar uma coisa ainda não determinada pela qualida-

de, o processo poderá ter dois desdobramentos diferentes:


• 1) Se o credor (consignado), por força do contrato, tiver o poder de escolher
a qualidade do carro, será ele citado para realizar a escolha, no prazo de 5
dias, ou por outro prazo fixado no contrato ou em legislação específica. Neste
mesmo prazo, o credor poderá manifestar-se no sentido de que concorda que
o próprio devedor escolha o carro a ser entregue.
• 2) Se o devedor (consignante) tiver o poder de escolha da qualidade do carro,
ele fará sua escolha normalmente, comunicando-a na própria petição inicial.

Em qualquer dos dois cenários acima, tão logo seja definida a qualidade da coi-

sa a ser entregue (como um carro de certa marca e modelo), o juiz fixará lugar,

dia e hora em que se fará a entrega da coisa. Se a entrega for frustrada, o juiz

ordenará que a coisa seja depositada em juízo, ficando sob responsabilidade de

um depositário, a ser nomeado pelo juiz.

Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:


I – não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II – foi justa a recusa;
III – o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
IV – o depósito não é integral.
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu in-
dicar o montante que entende devido.

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Antes de tudo, convém lembrar que, após ser citado, o consignado poderá to-

mar duas atitudes, como bem entender:

• 1) Aceitar o valor consignado, caso em que o processo terminará;

• 2) Apresentar contestação.

As possíveis alegações do credor (réu), enumeradas no art. 544, destinam-se a

atacar os pressupostos jurídicos básicos da consignação em pagamento. Os incisos

do artigo ora em comento configuram causas extintivas, modificativas ou im-

peditivas à pretensão do consignante, a depender da situação. Os fundamentos

de defesa ali enumerados são defesas materiais indiretas.

Se o consignado alegar que o depósito não é integral (ou seja, que é insuficien-

te), ele deverá indicar, com as provas que tiver, o montante que realmente entende

como devido.

No caso de o consignado criar controvérsia quanto ao valor que deveria ser

depositado, fica evidenciada a natureza dúplice da ação de consignação em pa-

gamento.

Nos dizeres de Marinoni, Mitidiero e Arenhart, a natureza dúplice desta ação

consiste no fato de que a rejeição da pretensão do consignante (depósito do valor

e eficácia liberatória) pode implicar tutela favorável a uma pretensão implícita do

consignado (complementação do valor depositado).

Como regra geral, a rejeição de um pedido em uma ação judicial qualquer não

significa nada além de sua própria rejeição. Perceba: quando na consignação uma

pretensão é rejeitada (depósito de um valor), outra é automaticamente acolhida

(depósito de valor maior). Trata-se da natureza dúplice, presente na ação de

consignação em pagamento.

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Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez)


dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do
contrato.
§ 1º No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa deposi-
tada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à
parcela controvertida.
§ 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que
possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promo-
ver-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária.

Se ficar comprovado que o valor devido pelo devedor seria, na verdade, um

valor maior, o devedor, reconhecendo essa diferença, poderá depositar o valor res-

tante em 10 DIAS.

Mesmo antes da consumação deste prazo, o credor poderá levantar, mediante

alvará judicial, o valor parcialmente depositado, porque se trata de valor incon-

troversamente devido.

Se o prazo de 10 dias passar sem que o consignante-devedor deposite o valor

faltante, e deixando o devedor de se manifestar na sequência do processo, o juiz

proferirá sentença declarando o valor que realmente é devido. Logo, o credor-con-

signado poderá, no mesmo processo, promover a execução do devedor.

Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará


o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação.

A ideia do legislador é a seguinte: se o credor-consignado deixou que o devedor

chegasse ao ponto de ajuizar ação de consignação em pagamento (após frustrada

a tentativa de pagamento por via extrajudicial), o consignado deve pagar as custas

do processo, bem como os honorários de sucumbência ao advogado do consignante

(devedor).

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Exemplo:

O devedor Love Ltda. ajuizou Ação de Consignação em Pagamento contra Elkeson,

credor, que se recusara a receber o valor devido. O valor da consignação era de R$

5.000,00. Logo, o valor da ação também era este.

Elkeson, aceita receber esses R$ 5.000,00 e dá quitação da obrigação. O juiz fixa

os honorários advocatícios em R$ 500,00 (10% sobre o valor da causa).

Dessa forma, Elkeson receberá, no fim, somente R$ 4.500,00, a menos que seja

beneficiário da justiça gratuita.

Existe uma regra especial que se depreende do art. 546.

Imagine que o autor, por exemplo, deposita a quantia de R$ 10.000,00 em ação de

consignação em pagamento para o réu, e o réu demonstra que o depósito é insufi-

ciente, eis que a dívida líquida seria de R$ 15.000,00. Neste caso, o autor teve de

complementar o depósito com mais R$ 5.000,00, totalizando-se os R$ 15.000,00

realmente devidos. Nesse contexto, a regra do ônus da sucumbência será di-

ferenciada.

Entende a doutrina majoritária que, diante desta situação, a parte vencida é

o próprio autor, pois o valor depositado em conta judicial é maior do que o valor

apontado pelo autor como devido.

Logo, é o autor quem deverá pagar as custas e os honorários advocatícios.

Este entendimento é adotado pela FGV. Inclusive, foi envolvido em questão que

será apresentada dentre as questões propostas.

Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento,


o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem
o seu direito.

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É relativamente frequente que o devedor, diante do falecimento de um credor

seu, tenha ao menos uma ideia de quem são os filhos e demais parentes próximos

do credor falecido.

O devedor, suponhamos, conhece três filhos do credor falecido, e  não sabe a

quem deve pagar o valor devido. Num contexto como esse, o devedor pode ajuizar

a ação de consignação em pagamento contra todos aqueles que ela achar que po-

dem receber, embora não saiba a qual, exatamente, deve pagar.

Esses pretendentes ao pagamento deverão, no processo, esclarecer as questões

necessárias à descoberta do correto credor.

Art. 548. No caso do art. 547:


I – não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecada-
ção de coisas vagas;
II – comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;

Exemplo: se três pessoas forem citadas na ação e apenas uma se manifestar no

prazo, esta pessoa que se manifestou receberá todo o valor.

III – comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obriga-
ção, continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credo-
res, observado o procedimento comum.

Se a única divergência no processo existir entre os sujeitos que se consideram

credores (presuntivos credores), o devedor (consignante) obterá, assim que efe-

tuar o depósito, a eficácia liberatória pretendida.

Nesta situação, o processo continuará somente com a participação dos credo-

res, que litigarão de modo a convencer o juiz acerca de quem é a pessoa legitimada

a receber os valores depositados.

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1.3. Enunciados Pertinentes à Ação de Consignação em


Pagamento
• Enunciado n. 59 do FPPC: Em ação de consignação e pagamento, quan-

do a coisa devida for corpo que deva ser entregue no lugar em que está,

poderá o devedor requerer a consignação no foro em que ela se encontra.

A supressão do parágrafo único do art. 891 do Código de Processo Civil

de 1973 é inócua, tendo em vista o art. 341 do Código Civil.

• Enunciado n. 60 do FPPC: Na ação de consignação em pagamento que

tratar de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor

continuar a consignar sem mais formalidades as que se forem vencendo,

enquanto estiver pendente o processo.

• Enunciado n. 61 do FPPC: É permitido ao réu da ação de consignação

em pagamento levantar “desde logo” a quantia ou coisa depositada em

outras hipóteses além da prevista no §1º do art. 545 (insuficiência do

depósito), desde que tal postura não seja contraditória com fundamento

da defesa.

• Enunciado n. 62 do FPPC: A regra prevista no art. 548, III, que dispõe

que, em ação de consignação em pagamento, o juiz declarará efetuado o

depósito extinguindo a obrigação em relação ao devedor, prosseguindo o

processo unicamente entre os presuntivos credores, só se aplicará se o

valor do depósito não for controvertido, ou seja, não terá aplicação caso

o montante depositado seja impugnado por qualquer dos presuntivos

credores.

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2. Ação de Exigir Contas


A Ação de Exigir Contas passou a ser denominada desta forma a partir da entra-

da em vigor do Novo CPC. Anteriormente, ela era denominada “ação de prestação

de contas”. A mudança deve-se ao fato de o autor da ação exigir a prestação de

contas por parte de outrem, ao invés de “prestá-las”, como o nome antigo sugeria.

No CPC anterior, era possível o manejo desta ação pela pessoa que tivesse o di-

reito de exigir contas (caso do Novo CPC), bem como pela pessoa que pretendesse

prestar contas (antes que a outra parte exigisse).

A partir da entrada em vigor do CPC de 2015, somente tem interesse processual o

sujeito titular do direito de exigir contas, e não mais o sujeito que deva prestá-las.

Esta ação de procedimento especial visa obrigar outra pessoa a prestar

contas ao autor, quando tal pessoa estiver obrigada a prestá-las, por força

de lei ou disposição contratual.

Para que esta ação seja ajuizada, é suficiente que o autor demonstre ser titular

do direito de exigir as contas, sendo desnecessário que exista alguma incorreção

nas contas. O objetivo da ação não é a condenação do réu a pagar valores, mas,

sim, de somente tomar as contas da parte contrária, ainda que estejam, por fim,

perfeitamente corretas.

Apresentarei, abaixo, alguns exemplos de relações jurídicas sujeitas à prestação

de contas por alguma das partes:

• 1) Representante comercial contratado por uma empresa e contratualmente

obrigado a prestar contas de todas as operações que fizer durante o cumpri-

mento do encargo;

• 2) Administrador contratado para gerir massa falida;

• 3) Contratos de comissão;

• 4) Contratos de arrendamento.

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2.1. Procedimento e Normas Processuais da Ação de Exigir


Contas

A Ação de Exigir Contas é estruturada do art. 550 ao art. 553 do CPC, em ca-

pítulo próprio do CPC. Abaixo, apresentarei comentários individualizados a cada

dispositivo desse procedimento, com pertinentes apontamentos e correlações.

Desde já, para te tranquilizar quanto à absorção dos prazos deste procedimento,

afirmo: todos os prazos do procedimento da Ação de Exigir Contas são de

15 DIAS.

Exceção: art. 551, § 1º, que possibilita ao juiz fixar “prazo razoável” para que o

réu apresente documentos justificativos de lançamentos. É um prazo vago, a ser

especificado em decisão judicial, sem número de dias imposto por lei.

Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação
do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias.
§  1º Na petição inicial, o  autor especificará, detalhadamente, as  razões pelas quais
exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se
existirem.
§ 2º Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosseguin-
do-se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro.
§ 3º A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e espe-
cífica, com referência expressa ao lançamento questionado.
§ 4º Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355.
§ 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas
no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor
apresentar.
§ 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á o procedi-
mento do § 2º, caso contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias,
podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se necessário.

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A ação de exigir contas contempla, dentro de sua fase de conhecimento, duas

etapas:

Primeira Etapa

Afere-se se o autor realmente tem direito de exigir a prestação de con-

tas por parte do réu. Esta etapa perdura desde a petição inicial (caput) até a

decisão interlocutória prevista no § 5º. Explico.

Na petição inicial, a parte autora deverá expor as razões que lhe permitem exi-

gir prestação de contas por parte da ré. Em anexo, deverão ser inclusas todas as

provas documentais que evidenciem esse direito (contrato, aditivo contratual,

ajuste mútuo etc.).

Tão logo seja recebida a petição inicial do autor, o réu será citado para tomar

uma dentre duas possíveis atitudes:

• Prestar as contas, se entender que realmente as deve prestar; ou

• Contestar o pedido do autor, se entender que não tem o dever de lhe prestar

contas.

Se o réu optar por contestar o pedido do autor, o juiz proferirá uma deci-

são interlocutória (contra a qual é cabível agravo de instrumento, com base no

art. 1.015, inciso II).

Nesta decisão interlocutória, o juiz apreciará se o réu tem, ou não, o dever de

prestar contas ao autor. Se o dever não existir, o processo termina, sendo possível

que o autor interponha agravo de instrumento. Se o dever de prestar contas existir,

o juiz condenará o réu a prestá-las no prazo de 15 dias.

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Caso, devidamente citado, o réu não se manifeste e nem preste as contas re-

queridas, o juiz não proferirá uma decisão interlocutória, mas, sim, uma senten-

ça de julgamento antecipado total do mérito (art. 355 do CPC), impugnável

mediante apelação. Nesta sentença, o juiz condenará o réu ao cumprimento da

obrigação prestar as contas solicitadas em 15 DIAS, se ficar convencido de que o

dever de prestação de contas existe.

Para não confundir

Segunda Etapa

Avalia-se se as contas prestadas pelo réu são corretas. Caso seja cons-

tatada alguma incorreção, o réu será condenado desde logo a restituir ao autor o

saldo remanescente (o que estiver faltando).

Esta etapa inicia-se a partir da prestação de contas pelo réu. Assim que elas

forem prestadas, o autor será intimado para se manifestar no prazo de 15 dias

(art. 550, § 2º).

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O início desta etapa também pode ser marcado por outro evento: se o réu per-

der o prazo de 15 dias para prestar as contas após a decisão judicial (§ 5º), o autor

poderá apresentar as contas que entender corretas.

Se o réu apresentar as contas questionadas, o autor, querendo impugná-las,

deverá apresentar impugnação específica a cada lançamento, expondo os motivos

pelos quais aquele lançamento (acréscimo de valor, decréscimo de valor, cômputo

de rendimento ou de juros) não é legítimo. Impugnações genéricas não têm

lugar besta ação de rito especial.

Se o réu não apresentar as contas nesse prazo, o autor poderá apresentar as

contas que entende corretas. O réu, diante dessas contas, nada poderá alegar para

impugná-las, pois terá perdido o prazo para apresentar as suas contas.

O único meio de derrubar as contas oferecidas pelo autor – depois de o réu per-

der o prazo para prestar as suas – é a Prova Pericial (perícia contábil), a ser

determinada de ofício pelo juiz, se ele entender necessária (§ 6º).

O processamento da ação de exigir contas é mais rápido que o normal, tendo

em vista que se aplicam a ela as regras do CPC referentes ao julgamento con-

forme o estado do processo (julgamento antecipado total ou parcial do mérito,

quando possível).

Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, especificando-se as


receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver.
§  1º Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o  juiz estabelecerá
prazo razoável para que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos
individualmente impugnados.
§ 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º, serão apresentadas na forma
adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas,
a aplicação das despesas e os investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo.

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Os elementos básicos das contas a serem prestadas, tanto quando realizadas

pelo réu quanto pelo autor, são:

• Receitas

• Despesas

• Investimentos (se houver)

Toda impugnação deve ser específica e fundamentada: deve mencionar uma

receita, despesa ou investimento específico, questionando a forma como o número

correspondente foi obtido, detalhadamente. Não pode a impugnação ser ape-

nas genérica, do tipo: “Excelência, os cálculos estão todos errados”.

Se o autor fizer uma impugnação específica e fundamentada, o réu deverá res-

pondê-las, também, de forma fundamentada, com documentos justificativos.

A resposta do réu à impugnação do autor a suas contas sujeita-se a um prazo que

não é fixo no CPC, que se limita a impor um “prazo razoável”, a ser fixado pelo

juiz, que considerará a complexidade das alegações.

Como já dito, trata-se do único prazo do procedimento da ação de exigir contas que

não é de quinze dias. Todos os demais são de quinze dias.

Abaixo, apresento mapa mental do procedimento:

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Prolatada a sentença que encerra a segunda etapa da fase de conhecimento,

esta terminará, se não houver recurso.

Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial.

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O art. 552 trata de marcar o início da fase de cumprimento de sentença.

Se das contas aprovadas surgir a conclusão de que uma das partes deve à outra,

a própria sentença que determinar o saldo devedor poderá ser objeto de

execução.

Exemplo: Fica comprovado em ação de exigir contas que um representante comer-


cial deixou de repassar à empresa R$ 1.000,00 referentes às vendas realizadas.
Logo, o devedor poderá executar esse valor, caso o representante não o repasse
voluntariamente.

Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de qualquer


outro administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver
sido nomeado.
Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a pagar o saldo e
não o fizer no prazo legal, o juiz poderá destituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda,
glosar o prêmio ou a gratificação a que teria direito e determinar as medidas executivas
necessárias à recomposição do prejuízo.

As contas dos depositários, curadores e tutores deverão ser prestadas nos mes-
mos autos do processo de que participaram, embora de forma apensada (tramita-
ção conjunta). Se houver qualquer importância a ser devolvida por tais sujeitos
e eles não devolverem no prazo conferido, será possível a execução dos valores.
O art. 553 permite que a prestação de contas seja feita nos próprios processos
em que houver participação do inventariante, do tutor, do curador, do depositário
e de qualquer outro administrador. Logo, nestas situações, será desnecessário o
ajuizamento de uma ação própria para tanto (ação de exigir contas).
Em processos de falência, é comum a participação de administradores judiciais,
que são remunerados por este encargo. Caso os administradores, por exemplo, se-
jam condenados a repassar valores devidos e não o façam no prazo legal, seus prê-
mios/remunerações pelo encargo administrativo serão bloqueados (glosados) e

destinadas ao pagamento do montante tido como devido na ação de exigir contas.

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Caso o sujeito devedor não tenha algum prêmio ou remuneração a receber por

atuação em outro processo, o juiz poderá determinar o bloqueio de seus bens, em

montante suficiente para a satisfação do débito declarado na ação de exigir contas.

Trata-se de um ato de execução tomado de ofício pelo juiz ainda na fase de conhe-

cimento, de forma excepcional.

O bloqueio de bens não é o único ato de execução que o juiz pode determinar

de ofício na ação de exigir contas. O parágrafo único dispõe que o juiz poderá de-

terminar “as medidas executivas necessárias à recomposição do prejuízo”. Trata-se

de um “cheque em branco” dado ao magistrado, que, nos limites da lei processual,

poderá buscar a satisfação do direito.

A tomada de medidas de execução, na ação de prestação de contas, pode decorrer

de atos praticados pelo juiz, de ofício, uma vez que o parágrafo único do art. 553

não exige o requerimento de medidas executivas pela parte credora.

3. Ação Monitória
A ação monitória consiste em procedimento especial destinado a tornar exe-

quível (passível de execução) uma dívida comprovada por prova escrita (docu-

mental) que ainda não tenha eficácia de título executivo.

Grandes exemplos de documentos demonstrativos de dívida que não têm eficá-

cia de título executivo são: cheque prescrito, duplicata sem aceite, nota promissó-

ria prescrita, contrato de abertura de crédito em conta corrente acompanhado do

demonstrativo de débito e extratos autênticos de escritos contábeis.

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A doutrina é divergente a respeito da natureza da ação monitória, se é de co-

nhecimento ou de execução. A maioria perfilha a corrente de que a ação monitória

é uma ação de conhecimento, porque, se ainda não existe um título executivo,

não é possível a utilização de meios propriamente executórios logo de início.

A competência territorial para processar e julgar a ação monitória segue as re-

gras gerais do CPC (art. 46 e seguintes).

No conceito de “dívida”, englobe as hipóteses do art. 700 do CPC, a seguir

citadas:

Art. 700. A  ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em
prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor ca-
paz:
I – o pagamento de quantia em dinheiro;
II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

A prova escrita é aquela que, por lei, não pode justificar uma execução forçada

de imediato, mas confere um certo “juízo de probabilidade” da existência da dívi-

da. Afinal, a força executiva é conferida por lei somente àqueles documentos nela

expressos (art. 784 do CPC, que elenca os títulos executivos extrajudiciais), e às

decisões judiciais (títulos executivos judiciais).

Para você ter uma ideia do que seria a prova escrita, cito a Súmula 247 do

STJ, que enuncia:

Súmula 247 do STJ


O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do
demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da
ação monitória.

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O contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do demons-

trativo do débito, não tem força de título executivo, mas demonstra a existência do

débito. Logo, a ação monitória é a ação adequada para tanto (conferir força execu-

tiva a documento sem eficácia de título executivo – art. 700 do CPC).

Portanto, a ação monitória destina-se a conseguir o adimplemento (cumprimen-

to) de obrigações de pagar quantia, entregar algo e fazer ou não fazer algo.

Caso o devedor não cumpra tal obrigação – quando reconhecida na ação monitória

–, a execução será viabilizada por meio da constituição de título executivo.

Vejamos, agora, as demais regras aplicáveis ao ajuizamento da ação monitória:

§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipa-
damente nos termos do art. 381.

O CPC admite a prova oral como elemento fundamental da cobrança da dívida

na ação monitória, desde que tal prova seja documentada posteriormente.

Exemplo: diálogo por telefone transcrito em ata notarial redigida em Cartório.

Tal dispositivo confirma que as provas pré-constituídas para ajuizamento de

ação monitória devem ter natureza documental.

§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:


I – a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II – o valor atual da coisa reclamada;
III – o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.

O enunciado do § 2º diz “conforme o caso” porque o inciso a ser observado de-

penderá da natureza da dívida cobrada: obrigação de pagar quantia, obrigação

de entregar coisa, obrigação de fazer ou de não fazer.

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INCISO I – Indicação da importância devida: para


OBRIGAÇÕES DE PAGAR QUANTIA
INCISO II – Indicação do valor atual da coisa: para
OBRIGAÇÕES DE ENTREGAR COISA
INCISO III – Indicação do conteúdo patrimonial ou
do proveito econômico visado: para OBRIGAÇÕES DE
FAZER ou NÃO FAZER.

O valor dado à causa deve coincidir com a importância da quantia cobrada, do

valor atual da coisa ou do substrato patrimonial/econômico da obrigação de fazer

ou não fazer, conforme o caso (§ 3º).

Caso a parte autora não faça as indicações desses incisos, de acordo com a na-

tureza da dívida cobrada, a ação monitória será extinta sem resolução do mérito,

por consequência do indeferimento da respectiva petição inicial (§ 4º).

§  3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no §  2º, incisos I


a III.
§ 4º Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida quando não aten-
dido o disposto no § 2º deste artigo.
§ 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor,
o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedi-
mento comum.

É possível que o juiz entenda que a prova escrita apresentada pelo autor não

tenha formalidade suficiente para ser considerada como prova documental. Nes-

se contexto, já que tal prova deve necessariamente acompanhar a petição inicial,

pode o juiz determinar que a emenda da inicial para que o autor dê natureza

documental à prova e/ou reforce sua idoneidade, ou consiga outra.

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§ 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.

Antes do CPC de 2015, havia grande controvérsia doutrinária e jurisprudencial

acerca do cabimento de ação monitória contra a Fazenda Pública. Pelo fato de pre-

valecer a tese de que a ação monitória é uma ação de conhecimento, prevalecia

também, por consequência, a tese de que cabia ação monitória em face da Fazenda

Pública.

Inclusive, isso levou o STJ a editar a Súmula n. 339: “É cabível ação monitória

contra a Fazenda Pública”.

A partir do CPC de 2015, tal discussão foi encerrada, pois o § 6º, acima, admite

expressamente a ação monitória contra entes e entidades com personalidade jurí-

dica de direito público.

§ 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o
procedimento comum.

Inclusive, cabe destacar que é possível que o réu seja citado, diretamente, para

cumprir a obrigação, independentemente de defesa ou manifestação. Sim,

esta é uma das hipóteses excepcionais em que o contraditório é diferido (posterga-

do), por determinação do próprio CPC.

Quanto ao procedimento da ação monitória após o despacho da petição inicial,

estas são as regras previstas no CPC, nos seguintes termos:

Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de man-


dado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou
de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o
pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
§ 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no
prazo.
§ 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de
qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos
previstos no art. 702, observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte
Especial.

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O caput do art. 701 trata do mandado monitório. O juiz ordenará a expedição

deste mandado quando, ao analisar a prova escrita apresentada pelo autor, ficar

convencido da probabilidade da existência da dívida. Neste caso, o réu terá 15 dias

para cumprir a obrigação tida pelo juiz como evidente/provável.

A evidência/probabilidade do direito do autor da ação monitória torna pos-

sível a expedição do mandado monitório para pagamento antes da oitiva do

réu. Logo, nesta hipótese, o contraditório será diferido. Quanto à desnecessidade

de prévio contraditório (hipótese excepcional), assim dispõe o art. 9º do CPC:

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III – à decisão prevista no art. 701.

Ao realizar o pagamento do débito, o réu deverá pagar, também, o montante

equivalente a 5% do valor da causa, a título de honorários advocatícios.

Se o pagamento ocorrer dentro do prazo de 15 dias após a expedição do man-

dado monitório, o réu ficará isento das custas processuais.

Se o réu cumprir a obrigação no prazo de 15 dias após o mandado, ele ficará isento

somente das custas processuais.

Os honorários advocatícios, por outro lado, deverão ser pagos de qualquer forma:

com ou sem pagamento no prazo.

O único benefício pelo pagamento no prazo (um certo incentivo do legislador) é a

isenção de custas, apenas.

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Mais adiante, trataremos sobre os embargos monitórios. Contudo, é preciso que

você saiba desde já que o réu pode evitar a constituição do título executivo judicial

opondo os embargos monitórios. Conforme o § 4º do art. 702, tais embargos

suspendem a decisão judicial que ordena o cumprimento da obrigação.

Portanto, se os embargos monitórios não forem opostos e o réu simplesmente

não pagar a obrigação cobrada, a dívida cobrada pelo autor deixará de ser um mero

documento escrito e passará a ter natureza de título executivo judicial, que,

doravante, poderá ser executado mediante regular procedimento de cumprimento

de sentença.

§ 3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese
do § 2º.

Se o título executivo judicial for definitivamente constituído, haverá coisa jul-

gada material. Logo, será cabível ação rescisória contra tal decisão.

§ 4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702,


aplicar-se-á o disposto no art. 496, observando-se, a seguir, no que couber, o Título II
do Livro I da Parte Especial.

Em razão de a ação monitória ser uma ação de conhecimento, a decisão que

reconhecer a dívida da Fazenda Pública será de natureza condenatória. Logo,

deverão ser observados os limites do art. 496, relativos à imposição de remessa

necessária (reexame necessário) do processo ao tribunal superior, em razão do

valor da condenação, nas seguintes proporções:

• União e respectivas autarquias e fundações: 1000 salários mínimos

• Estados, respectivas autarquias e fundações e Municípios que sejam capitais

estaduais: 500 salários mínimos

• Municípios e respectivas autarquias e fundações: 100 salários mínimos

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§ 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916.

O art. 916 do CPC trata do parcelamento das dívidas cobradas em execução. Tal

artigo se aplica à ação monitória, permitindo, portanto, que o réu da ação monitória

parcele sua dívida em até seis vezes (quando for de pagar quantia), desde que

ele deposite 30% do débito total de forma antecipada.

Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor,


nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória.
§ 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no
procedimento comum.

Os Embargos Monitórios (ou embargos à ação monitória) têm caráter de

contestação, na qual deve ser alegada toda a matéria de defesa cabível à hipóte-

se, com todos os elementos impeditivos, modificativos ou extintivos da obrigação

exigida pelo autor.

Os embargos monitórios podem ser interpostos sem qualquer preparo/depó-

sito. Não existe necessidade de garantia do juízo para oposição desses embargos,

e essa é uma das características que afastam o procedimento da ação monitória

ainda mais do procedimento executório, porque no executório a garantia do juízo

seria, em regra, obrigatória.

Quanto ao prazo, o CPC deixa claro que é de 15 dias.

 Obs.: O prazo para apresentação de embargos à ação monitória é o mesmo inters-

tício temporal no qual o réu deve cumprir a obrigação. Os 15 dias para as

duas coisas (embargos e pagamento), embora elas sejam frontalmente con-

trárias, transcorrem no mesmo lapso temporal universal.

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§ 2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á
declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo
discriminado e atualizado da dívida.
§ 3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos
serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro
fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alega-
ção de excesso.

A lógica desses dois parágrafos é simples: se o réu alega que a obrigação de-

vida é, na verdade, menor que a cobrança do autor, o réu está confessando a

existência do débito.

Dessa forma, o réu deverá cumprir dois encargos, cumulativamente:

1) Declarar o valor que entende devido, ainda, ao autor; e

2) Apresentar cálculo demonstrativo individualizado e atualizado da dívida.

Conforme o § 3º, se quaisquer desses dois encargos não for cumprido, os em-

bargos à ação monitória serão liminarmente rejeitados se a única razão jurídica

que os sustentem for essa. Se houver outros fundamentos, os embargos serão

analisados somente com vistas aos argumentos restantes.

§  4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do


art. 701 até o julgamento em primeiro grau.

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Acima, foi feita observação no sentido de que o lapso temporal de 15 dias após a

expedição do mandado para cumprimento da obrigação dá início a dois prazos, que

correm ao mesmo tempo. Nesse lapso de 15 dias, o réu poderá fazer uma dentre

estas duas coisas:


• 1) Cumprir voluntariamente a obrigação

 Obs.: se fizer isso no prazo, o réu ficará isento de custas, mas deverá pagar hono-
rários advocatícios igualmente.

• 2) Apresentar embargos à ação monitória

Se o réu optar pela segunda opção (embargos), os efeitos da decisão judicial

que ordena o cumprimento da obrigação em 15 dias ficarão suspensos. Isso ser-

ve para que o réu exerça o contraditório com tranquilidade.

§ 5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias.

Se os embargos monitórios têm caráter de contestação, a resposta aos embar-

gos monitórios tem caráter de réplica.

§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de re-


convenção à reconvenção.

A reconvenção é um instituto processual estruturado no CPC que possui o dom

de ser, ao mesmo tempo, uma resposta do réu e uma ação nova.


Isso quer dizer que o oferecimento de reconvenção só se mostra possível quando
outra pessoa (parte autora e, em seguida, reconvinda) ajuíza uma ação contra o
reconvinte (que oferece a reconvenção). A reconvenção é oferecida na oportunida-
de de resposta/contestação, mas tem natureza de ação nova, que tramita nos

mesmos autos do processo principal, em que foi protocolada a petição inicial.

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Embora a reconvenção tenha natureza de ação nova – por veicular pretensão

própria do réu, agora reconvinte –, os direitos postulados na reconvenção devem

ter CONEXÃO com a ação principal ou com as razões defensivas: devem ter

alguma relação com os pedidos formulados na petição inicial do autor, ou direta

relação com os fundamentos que justificam a defesa oferecida em contestação.

Na ação monitória, a reconvenção pode ser vislumbrada quando a parte ré

pretende comprovar que o débito tido com o autor, na verdade, é diferente ou não

existe, por diversas outras razões de fato.

§ 7º A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se parciais, consti-


tuindo-se de pleno direito o título executivo judicial em relação à parcela incontroversa.

Imagine que numa ação monitória o autor alega que é credor de duas obriga-

ções (uma de pagar quantia e outra de fazer), e que o réu apresenta dois argumen-

tos nos embargos monitórios:

• 1º argumento: a quantia devida na obrigação de pagar quantia é inferior;

• 2º argumento: a obrigação de fazer já prescreveu.

Por ter alegado que o valor da obrigação de pagar quantia era menor, o réu

deveria informar o valor realmente devido e juntar demonstrativo atualizado e dis-

criminado, coisas que não fez. Logo, os embargos serão liminarmente rejeitados

naquela parte, e será imediatamente constituído título executivo judicial para

que o autor possa executar, se quiser, a obrigação de pagar quantia.

Todavia, neste nosso exemplo, os embargos ainda geram controvérsia proces-

sual no que diz respeito à obrigação de fazer. Logo, é possível que o juiz, por me-

dida de celeridade, organização e economia processual, determine a separação dos

embargos: a parte já rejeitada (obrigação de pagar quantia) é executada em um

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novo volume de autos, enquanto a parte ainda controversa (obrigação de fazer)

continua tramitando nos autos do processo da ação monitória.

§ 8º Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial,


prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte
Especial, no que for cabível.

O referido título é o do “cumprimento de sentença”.

A rejeição dos embargos monitórios significa “procedência” da ação monitória.

Logo, tendo o autor da ação monitória o título executivo da obrigação em mãos, ca-

berá a ele promover a competente execução, observando seu devido procedimento.

§ 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.

Como dito, a rejeição dos embargos monitórios importa procedência da ação

monitória, enquanto o acolhimento dos embargos monitórios acarreta improcedên-

cia da ação monitória.

Portanto, cabe Apelação contra a sentença de procedência/improcedência.

§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé


ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da causa.
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao paga-
mento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor.

O reconhecimento de ato de má-fé sempre depende do entendimento do juiz.

Aqui, não se trata da clássica “litigância de má-fé”, cujos atos configuradores são elen-

cados no art. 80 do CPC. A má-fé a que se referem estes dois parágrafos é um elemen-

to mais genérico, concretizado no caso concreto pela interpretação do juiz da causa.

De forma basilar, podemos partir do pressuposto de que todo ato de má-fé decorre

de uma conduta que, normalmente, não é praticada por uma pessoa que tenha a

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estrita intenção de defender os direitos de que é titular. Na verdade, o ato de má-fé

é um ato praticado por alguém que pretende lesar o patrimônio jurídico de outra

pessoa como circunstância necessária para desonerar o seu próprio patrimônio.

No mais, você precisa memorizar os três elementos estruturantes desta multa

especial por má-fé:

• 1) O percentual é fixo (10%, somente). Não há nenhuma variação, como

ocorre nos atos de litigância de má-fé clássicos.

• 2) A multa é sempre calculada sobre o valor da causa. Não há variações

quanto ao valor da condenação ou do proveito econômico.

• 3) O valor final da multa (10% do valor da causa) é pago à parte contrária

(parte lesada).

Esta multa especial só é aplicável quando a má-fé nortear o próprio ajuizamen-

to da ação ou o próprio oferecimento dos embargos. Portanto, se houver ato de

litigância de má-fé no meio desse processo (sem que tenha havido má-fé no mo-

mento do ajuizamento da ação ou do oferecimento dos embargos), os atos de liti-

gância de má-fé poderão normalmente ser verificados, conforme o art. 80 do CPC

e demais dispositivos pertinentes.

 Obs.: A base de cálculo (valor da causa) e o percentual (10%) são dois elementos

matemáticos invariáveis na definição desta multa especial (má-fé em ação

monitória), seja qual for a espécie ou a gravidade do ato constatado.

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3.1. Súmulas e Enunciados Pertinentes à Ação Monitória


• Enunciado n. 188 do FPPC: Com a emenda da inicial, o juiz pode entender

idônea a prova e admitir o seguimento da ação monitoria.

• Enunciado n. 446 do FPPC: Cabe ação monitória mesmo quando o autor for

portador de título executivo extrajudicial.

Este enunciado merece apontamentos. Títulos executivos extrajudiciais podem

ser objeto de execução de forma imediata, correto? O FPPC entende que, por mais

que os títulos executivos extrajudiciais possam ser apresentados em processo de

execução desde logo, nada impede que o autor opte pela ação monitória.

Afinal, o autor pode ter interesse na expedição do mandado monitório, que

pode tornar mais rápida a satisfação da obrigação.

Por lógica, se a ação monitória admite provas escritas sem eficácia de título

executivo como instrumentos de probabilidade de existência da dívida, por qual

motivo um título executivo extrajudicial não poderia valer-se do mesmo caminho?

Tudo depende da pretensão do autor.

• Enunciado n. 699 do FPPC: Aplicam-se o art. 11 e o §1º do art. 489 à de-

cisão que aprecia o pedido de expedição do mandado monitório.

Os referidos dispositivos tratam da necessidade de fundamentação das deci-

sões judiciais. Portanto, ao entender que a prova escrita apresentada pelo autor

torna a existência da obrigação evidente/provável, deverá o juiz expor os funda-

mentos fáticos e jurídicos que o levam a tal conclusão, a fim de que o réu possa

exercer o contraditório de forma efetiva, após a expedição do mandado monitório,

em sede de embargos monitórios.

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• Súmula 503 do STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em

face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal [5 anos],

a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.

• Súmula 504 do STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em

face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal

[5 anos], a contar do dia seguinte ao vencimento do título.

• Súmula 247 do STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corren-

te, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil

para o ajuizamento da ação monitória.

• Súmula 531 do STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito

ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico

subjacente à emissão da cártula.

Em razão de os títulos de crédito (como o cheque) se sujeitarem ao princípio

da autonomia, eles servem, por si só, como bases para os débitos, sem neces-

sidade de que se mencione qual é a causa real da emissão do título (compra de

veículo, compra de mantimentos etc.).

• Súmula 384 do STJ: Cabe ação monitória para haver saldo remanes-

cente oriundo de venda extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em

garantia.

• Súmula 299 do STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque

prescrito.

• Súmula 282 do STJ: Cabe a citação por edital em ação monitória.

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4. Restauração de Autos
O procedimento especial da restauração de autos enquadra-se em jurisdição

contenciosa, uma vez que envolve interesses opostos das partes (continuidade de

um processo). A caracterização da jurisdição contenciosa fica ainda mais evidente

no art. 714 do CPC, que prevê o oferecimento de contestação dentro deste pro-

cedimento.

A restauração de autos torna-se indispensável quando os autos desaparecem

por completo. Se um ou mais documentos do processo desaparecerem (parcial-

mente), mas os autos principais permanecerem preservados, a restauração des-

ses documentos pode ser diligenciada nos próprios autos principais, sem que

seja necessário o ajuizamento da ação de restauração de autos.

As peculiaridades do procedimento serão esclarecidas nos comentários indivi-

dualizados a seus dispositivos do CPC, logo abaixo. Em provas, este procedimento

costume ser cobrado com base na literalidade dos dispositivos do CPC, que são

aprendidos com maior facilidade quando a lógica de cada regra é explicada.

CAPÍTULO XIV
DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS
Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o
juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promo-
ver-lhes a restauração.
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o processo.

Você lembra do que se trata a “inércia” da jurisdição? É a característica que tor-

na a jurisdição praticável somente quando as partes interessadas postulam perante

o juiz.

Afinal, por que estou te lembrando disso agora?

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É porque a restauração de autos possui um procedimento que cria exceção ao

critério da inércia de jurisdição. O juiz pode, de ofício, dar início ao procedimen-

to de restauração de autos, que, por excelência, tem todos os elementos de uma

ação (partes, causa de pedir e pedido).

Quando o juiz der início à restauração de autos, o “pedido” será contido nas de-

terminações do juiz, como a imposição às partes para que juntem documentos que

estiverem em sua posse. Afinal de contas, o juiz não “pede”.

Ademais, o Ministério Público, quando atuar na causa como parte ou fiscal da

lei, também, poderá requerer a restauração de autos. Por fim, as próprias partes,

por óbvio, são legitimadas a requerer a restauração de autos.

A causa de pedir da ação de restauração de autos é única: desaparecimento

dos autos, sejam físicos ou eletrônicos. É muito mais comum o desaparecimento

de autos físicos, mas os autos eletrônicos também podem (embora difícil) desa-

parecer, em razão de ataques cibernéticos, graves problemas informáticos, dentre

outras causas mais complexas.

Os detalhes mais importantes para aprendizado, desde já, são:

• 1) Tanto autos físicos quanto eletrônicos podem desaparecer, e, logo, se-

rem restaurados nesta ação de rito especial;

• 2) O juiz pode, de ofício, dar início ao rito de restauração de autos.

O parágrafo único, por sua vez, dispõe que “havendo autos suplementares,

nesses prosseguirá o processo”. Este dispositivo denota que a existência de autos

suplementares torna facultativa a abertura do procedimento de restauração de

autos.

Os autos suplementares podem ser ricos de elementos (provas, cópias de des-

pachos e decisões etc.) ou não. Portanto, em razão de ser possível o andamento

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processual sem a restauração dos autos principais, o parágrafo único do art. 712

possibilita que o processo prossiga nos autos suplementares, mas ao mesmo tem-

po não proíbe a abertura do procedimento de restauração dos autos principais.

Quando não existem autos suplementares, o andamento do processo torna-se

absolutamente impossível. Quando existem, o andamento torna-se possível.

Para ilustrar:

Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do processo ao tempo do desa-


parecimento dos autos, oferecendo:
I – certidões dos atos constantes do protocolo de audiências do cartório por onde haja
corrido o processo;
II – cópia das peças que tenha em seu poder;
III – qualquer outro documento que facilite a restauração.

Ao narrar os fatos, na petição inicial, a parte que dá início ao procedimento de

restauração de autos deve declarar o estado em que o processo se encontrava: se

estava pendente a realização de uma perícia, se era aguardada uma audiência, se

o processo estava em fase recursal etc.

Juntamente à petição inicial, a parte deve apresentar todos os documentos

enumerados nos incisos acima citados, sob pena de ser obrigada a apresentá-los

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depois, com submissão a alguma penalidade fixada pelo juiz (multa, busca e apre-

ensão etc.).

Importante lembrar que a totalidade dos documentos apresentáveis na restau-

ração de autos não é exaurida no CPC. O inciso III permite que a parte junte qual-

quer documento que, de uma forma ou de outra, facilite a restauração.

Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no prazo de 5


(cinco) dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as reproduções dos
atos e dos documentos que estiverem em seu poder.
§ 1º Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que, assinado
pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo desaparecido.
§ 2º Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, observar-se-á o
procedimento comum.

Na restauração de autos, o prazo para contestação é específico: 5 (CINCO) DIAS.

A peça “contestação” será apresentada, no processo, de qualquer forma. Ainda,

em todos os casos, o réu deverá apresentar todas as cópias e demais documentos que

estiverem em seu poder e puderem facilitar a restauração dos autos desaparecidos.

A grande diferença residirá nos requerimentos que o réu deverá formular, a de-

pender do contexto. Acompanhe:

• 1) Se o réu não concordar com a restauração, parcial ou integralmente, ou

for considerado culpado por seu desaparecimento, deverá impugnar os plei-

tos do autor de forma específica, expondo as razões que o levam a discordar

da restauração ou as que contraponham as alegações de sua culpa no desa-

parecimento. Aplicam-se as regras do procedimento comum (contestação,

réplica, audiência etc.).

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• 2) Se o réu concordar com a restauração, serão reunidos os documentos

apresentados por ambas as partes, e o processo terá seguimento na fase em

que se encontrar (§ 1º).

• 3) Se o réu não contestar a ação de restauração, será ele considerado revel,

e os efeitos da revelia serão avaliados conforme as regras do procedimento

comum, caso em que se seguirão audiências, julgamentos antecipados do

mérito e sentenças (regras do procedimento comum).

Professor, por qual razão uma das partes poderia discordar da necessidade de

restauração dos autos?

Caro(a) aluno(a), os tribunais normalmente publicam atos normativos fixando

um período após o qual os autos devem ser eliminados. Imagine que um tribunal

determina que os processos arquivados até o ano de 2004 devem ser eliminados,

uma vez que ocupam muito espaço das repartições e não têm nenhum andamento.

Esta é uma situação em que uma das partes poderá discordar da restauração, pois

o processo seria eliminado de qualquer forma.

Art. 715. Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em
audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las.

A repetição das provas é possível, mas não absolutamente necessária. A ne-

cessidade da repetição será sempre avaliada pelo juiz, em cada caso concreto.

§ 1º Serão reinquiridas as mesmas testemunhas, que, em caso de impossibilidade, po-


derão ser substituídas de ofício ou a requerimento.

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Se foram ouvidas testemunhas antes do desaparecimento dos autos, e o juiz

entender necessária a repetição da prova testemunhal, deverão ser reinquiridas as

mesmas testemunhas.

Somente em caso de impossibilidade de reinquirição (por falecimento ou doen-

ça) poderão as testemunhas ser substituídas por outras, que conheçam dos mes-

mos fatos.

Cuidado para não confundir:

A repetição da prova é facultativa (se o juiz entender necessário)

Se o juiz optar pela repetição, e a prova em questão for de natureza testemunhal,

deverá (obrigatoriamente) ser ouvida a mesma testemunha (regra geral),

a menos que seja impossível, como por morte ou doença, caso em que a substitui-

ção da testemunha será possível.

§ 2º Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perícia, sempre que possível
pelo mesmo perito.

É imprescindível que o laudo completo esteja disponível para as partes, Ministé-

rio Público e juiz. Portanto, se o laudo não estiver disponível, deverá ser realizada

nova perícia.

Em regra, deve o mesmo perito realizar a nova perícia, a menos que seja im-

possível, como em caso de destituição, falecimento ou doença.

§ 3º Não havendo certidão de documentos, esses serão reconstituídos mediante cópias
ou, na falta dessas, pelos meios ordinários de prova.

Simples: as provas documentais serão repetidas mediante simples apresen-

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tação de suas cópias. Se, num contexto específico, for impossível a obtenção de

cópias, os conteúdos dos documentos poderão ser trazidos ao processo por outros

meios de prova, como prova testemunhal.

§ 4º Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-se de depor como


testemunhas a respeito de atos que tenham praticado ou assistido.

É muito comum que os servidores das unidades judiciárias (assessores, oficiais

de justiça, assistentes de audiência etc.) recordem de alguns atos processuais pra-

ticados: despachos redigidos, mandados cumpridos, depoimentos prestados em

audiência, dentre outros atos.

Nestas situações, os servidores deverão, obrigatoriamente, depor como teste-

munhas do juízo, narrando o conteúdo dos atos de que se recordarem. Por ser uma

medida de interesse da justiça e inerente ao cargo dos serventuários, eles não

poderão se recusar a depor.

§ 5º Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o escrivão possua cópia,
esta será juntada aos autos e terá a mesma autoridade da original.

Qualquer cópia da sentença, desde que mantida pelo juiz ou por algum servidor,

terá a mesma força do documento original.

Exemplo: Pode o assessor do juiz ter, em sua pasta, arquivo de texto com a sen-

tença redigida, ou qualquer outra decisão do processo.

A mesma força da sentença original existirá quando a cópia for apresentada, so-

mente, pelo juiz ou pelo servidor.

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Art. 716. Julgada a restauração, seguirá o processo os seus termos.


Parágrafo único. Aparecendo os autos originais, neles se prosseguirá, sendo-lhes apen-
sados os autos da restauração.

Se o processo principal reaparecer, por qualquer forma, o processo da restau-

ração ficará apensado aos autos ressurgidos. Afinal, atos processuais importantes

podem ter sido praticados nos autos novos, e a tramitação de ambos deve ser,

a partir de então, conjunta.

O julgamento da restauração de autos determinará, primordialmente, a forma

como o processo deve ser conduzido, bem como esclarecerá, se possível, a respon-

sabilidade pelo desaparecimento, com as sanções legalmente pertinentes (multa,

custas, honorários etc.).

Art. 717. Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribunal, o processo de


restauração será distribuído, sempre que possível, ao relator do processo.
§ 1º A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos nele realizados.
§ 2º Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restauração e proceder-se-á
ao julgamento.

Quando os autos de um processo desaparecerem nas dependências de um tri-

bunal (de segunda instância ou instância superior), o  relator do processo princi-

pal, por prevenção (relator prevento), também será o relator do processo de

restauração. Somente será escolhido outro relator se, por ausência, o relator do

processo principal não puder ser designado.

Atos praticados na unidade judiciária (primeiro grau) devem ser, se necessário,

repetidos pela própria autoridade judiciária de primeira instância. Na prática, estas

determinações são exaradas em carta de ordem (ordem de um tribunal a órgão

hierarquicamente inferior).

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Assim que o juízo de primeiro grau finalizar o cumprimento das determinações

do tribunal, o processo de restauração será julgado no tribunal, segundo as regras

comuns de julgamento de processos nos tribunais (prolação de acórdão).

Art. 718. Quem houver dado causa ao desaparecimento dos autos responderá pelas
custas da restauração e pelos honorários de advogado, sem prejuízo da responsabilida-
de civil ou penal em que incorrer.

Eis aqui outra expressão do princípio da causalidade. Aquele que tiver dado

causa a todo o procedimento deverá pagar suas custas, bem como os honorários

advocatícios das partes que tenham atuado no processo de restauração. Ademais,

poderá ser reconhecida a responsabilidade civil pelas despesas que as partes hou-

verem amargado para tomar providências em prol da restauração dos autos.

A responsabilidade penal também poderá ser aferida, eis que o art. 356 do

Código Penal tipifica como conduta criminosa o ato de “inutilizar, total ou parcial-

mente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que

recebeu na qualidade de advogado ou procurador (...)”.

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EXERCÍCIOS
Questão 1    (2019/CONSULPLAN/TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E
DE REGISTROS) Segundo a Súmula 247 do STJ, o contrato de abertura de crédito
em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documen-
to hábil para o ajuizamento em juízo de ação de interesse do credor. Nesse diapa-
são, considerando as diretrizes da referida súmula, é correto afirmar que a ação
em questão é:
a) Monitória.
b) De cobrança.
c) De execução por quantia certa.
d) De execução em desfavor de devedor insolvente.

Questão 2    (2019/CONSULPLAN -TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E


DE REGISTROS) Isabelle P. firmou contrato com obrigação de pagamento em di-
nheiro e entrega de coisa em favor de Pedro B., com vencimento de prestações a
cada mês, com local de pagamento no domicílio do credor (obrigação portável),
com fixação de cláusula resolutória em caso de não pagamento e mora. Pedro B.,
por sua vez, arrependido das condições firmadas entre as partes, tenta recusar o
pagamento e receber a coisa, criando embaraços para o recebimento. Ciente das
previsões atinentes à consignação em pagamento, é correto afirmar que:
a) Tratando-se de múltiplas obrigações – pagamento em dinheiro e entrega de coi-
sa – Isabelle P. deverá ajuizar a competente ação de consignação em pagamento,
vez que não será possível a utilização da via extrajudicial.
b) Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em esta-
belecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cienti-
ficando-se Pedro B., por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de dez
dias para a manifestação da recusa.

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c) Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em esta-

belecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientifi-

cando-se Pedro B., por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de quinze

dias para a manifestação da recusa.

d) Tratando-se de obrigação em dinheiro e entrega de coisa, poderá o valor ser

depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do

pagamento, cientificando-se Pedro B., por carta com aviso de recebimento, assi-

nado o prazo de dez dias para a manifestação da recusa, ajuizando-se a ação de

consignação quanto à entrega da coisa após o prazo de um mês.

Questão 3    (2019/VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP -

PROCURADOR DO MUNICÍPIO) No que diz respeito à Ação de Consignação em

Pagamento, assinale a alternativa correta.

a) É um procedimento comum previsto no Código de Processo Civil no qual o deve-

dor propõe ação contra o credor quando este se recusa a receber o valor de dívida

ou exige valor superior ao entendido.

b) Não pode ter por objeto bens imóveis ou semoventes, mas apenas bens móveis.

c) Na petição inicial, o autor deverá requerer o depósito da quantia devida a ser

efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, sob pena de extinção

do processo sem resolução do mérito.

d) Deverá ser proposta no domicílio do credor

e) Na contestação, o réu poderá alegar que o depósito não é integral, ainda que

não indique o montante que entende devido.

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Questão 4    (2019/COPS-UEL/PREFEITURA DE LONDRINA - PR - PROCURADOR

DO MUNICÍPIO) Sobre procedimentos especiais, considere as afirmativas a seguir.

I – A decisão que julgar procedente o pedido de exigir contas condenará o réu a

prestar as contas no prazo de 30 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as

que o autor apresentar.

II – Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, pessoalmen-

te, para contestar o pedido no prazo de 15 dias.

III – É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.

IV – Na consignação em pagamento de quantia, tratando-se de obrigação em di-

nheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário situado no lu-

gar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento,

assinado, com o prazo de 10 dias para a manifestação de recusa.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Questão 5    (2019/IADES/CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) – ADVOGADO) De acordo

com os procedimentos especiais do Código de Processo Civil, assinale a alternativa

correta.

a) Na pendência de ação possessória, é facultado, tanto ao autor quanto ao réu,

propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em

face de terceira pessoa.

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b) Em procedimento de inventário e partilha, o magistrado está proibido de deferir

antecipadamente a um herdeiro o direito de uso e fruição de bem do espólio.

c) Em ação monitória, o magistrado deverá determinar, em regra, a citação do réu

por meio de oficial de justiça, em virtude de ser vedada a citação pelo correio.

d) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de esbulho, e reinte-

grado em caso de turbação.

e) Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor,

será este citado para exercer o direito dentro de cinco dias, se outro prazo não

constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz,

ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob

pena de depósito.

Questão 6    (2019/CESPE/TJ-DFT - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE RE-

GISTROS) De acordo com a legislação processual civilista, há dois tipos de pro-

cedimentos especiais: os de jurisdição contenciosa, que dizem respeito à solução

de litígios, e os de jurisdição voluntária, que se referem à administração judicial

de interesses privados não litigiosos. A propósito desse assunto, assinale a opção

correta.

a) Na via extrajudicial, é admitida a consignação em pagamento em pecúnia ou em

objeto diferente de dinheiro.

b) Os embargos de terceiro poderão ser opostos a qualquer tempo no processo de

conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, mas não são opo-

níveis no cumprimento de sentença nem na execução.

c) Nas ações de usucapião, o Ministério Público deverá ser intimado para se mani-

festar, sob pena de nulidade dos atos processuais subsequentes.

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d) De acordo com o STJ, assim como ocorre para cheque prescrito, admite-se a

ação monitória para duplicata sem aceite, sem protesto ou sem comprovante de

entrega de mercadoria.

e) São processadas e julgadas pelo procedimento especial previsto no Código de

Processo Civil as ações de família, sejam elas contenciosas ou voluntárias.

Questão 7    (2019/FGV/DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO) Constitui uma

exceção à característica inerte da jurisdição:

a) ação possessória tendo por objeto bem público;

b) habeas data;
c) restauração de autos;

d) ação popular;

e) mandado de injunção.

Questão 8    (2018/VUNESP/ TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO) O prazo para a proposi-

tura de ação monitória de título de crédito prescrito é

a) direito imprescritível.

b) 10 anos.

c) 5 anos.

d) 3 anos.

Questão 9    (2018/UEM/BANCA DO ÓRGÃO – ADVOGADO) Marque a alternativa

incorreta.

a) A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova

escrita com eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz.

b) Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que con-

trovertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição

contra ambos.

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c) O procedimento de jurisdição voluntária terá início por provocação do interessa-

do, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido

devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da pro-

vidência judicial.

d) Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para

opor embargos em 30 (trinta) dias, podendo nos embargos, alegar qualquer maté-

ria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento.

e) O Poder Judiciário, com um dos poderes da República Federativa do Brasil, que

possui o exercício da jurisdição estatal, não é o único responsável pela solução dos

conflitos de interesses.

Questão 10    (2018/CONSULPLAN/TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) A

tomou certa importância emprestada de B para pagar em 60 (sessenta) dias; 10

(dez) dias antes de vencer a obrigação, o credor faleceu. O devedor foi procurado

por C e D para receberem o crédito e alegaram que ambas teriam mantido união

estável, simultaneamente, com B. Diante do impasse e pretendendo não se sujeitar

aos efeitos da mora, o devedor

a) nada fará e aguardará iniciativa por parte das supostas credoras.

b) proporá ação de consignação em pagamento e requererá ao Juiz, como tutela

provisória de urgência, decidir quem é a credora.

c) proporá ação de consignação em pagamento e requererá a citação das duas su-

postas credoras para que levantem a importância ofertada.

d) proporá ação de consignação em pagamento e requererá ao Juiz autorização

para depositar a importância devida somente depois que for definido quem é a

credora.

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Questão 11    (2018/FCC/DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO) Uma instituição bancá-

ria detém um contrato de abertura de crédito juntamente com os extratos e de-

monstrativos. Para a cobrança dos débitos apurados, o banco

a) poderá valer-se de ação executiva de título extrajudicial, desde que o contrato

seja assinado com duas testemunhas.

b) poderá utilizar-se da ação monitória e, após a citação do devedor, caso não pa-

gue e não apresente embargos à monitória, é constituído de pleno direito o título

executivo judicial.

c) deverá se valer de ação de cobrança, pelo rito comum.

d) poderá valer-se de ação executiva de título extrajudicial, ainda que o contrato

não conte com duas testemunhas.

e) poderá utilizar-se da ação monitória e, após a citação do devedor, caso não pa-

gue e não apresente embargos à monitória, o processo segue pelo rito comum.

Questão 12    (2018/INSTITUTO AOCP - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - ANALISTA JUDI-

CIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Mateus realizou um contrato escrito para compra de

um veículo de propriedade de Gabriel, no qual aquele pagaria a este o valor de dez

mil reais pelo bem, no prazo de trinta dias da entrega, em dinheiro e diretamen-

te na residência de Gabriel. Ocorre que Gabriel encontrava-se de mudança e, na

pressa de perfectibilizar o negócio, realizou a entrega do bem, porém não informou

seu novo endereço. Diante da impossibilidade de realizar o pagamento conforme

disposição contratual, Mateus buscou a tutela jurisdicional estatal para se ver livre

de sua obrigação, depositando o valor em juízo. De acordo com o Código de Pro-

cesso Civil de 2015, em sede de Ação de Consignação em Pagamento, em relação

à defesa do réu, assinale a alternativa correta.

a) Poderá alegar, diante de inexistência de tentativa de consignação em pagamento

extrajudicial por parte do autor, que estará este eivado pela falta de interesse de agir.

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b) Poderá alegar a inexigibilidade do título ou inexequibilidade da obrigação.

c) Poderá solicitar a condenação do autor em perdas e danos e indenização de fru-

tos, com base na mora no pagamento.

d) Poderá alegar que foi justa a recusa, o depósito não se efetuou no prazo ou no

lugar do pagamento, ou o depósito não é integral.

e) Poderá requerer a revisão do contrato ou negócio jurídico celebrado.

Questão 13    (2018/CESGRANRIO/TRANSPETRO - TRANSPETRO - ADVOGADO

JÚNIOR) L, paciente de M, celebrou com ela contrato de prestação de serviços

médicos, ficando ajustado que o pagamento seria realizado de forma fracionada,

por meio da emissão de cheques pré-datados, em quantias a serem depositadas ao

longo de quatro meses. Ocorre que, no decorrer do período, L perdeu o emprego,

o que a deixou sem condições de honrar o pagamento da última parcela. Ultrapas-

sado o prazo convencionado, o derradeiro cheque apresentado por M retornou por

insuficiência de fundos, fato que levou L a figurar como inadimplente no serviço de

proteção ao crédito. Após três meses, L conseguiu um novo emprego. Visando a

sanar a dívida pendente, ela buscou estabelecer contato com M, sem sucesso, pois

esta se havia mudado para destino incerto.

Considerando a situação apresentada, que ação judicial é cabível com a finalidade

de saldar a dívida de L?

a) Ação Monitória

b) Ação de depósito

c) Ação de repetição de indébito

d) Ação de consignação em pagamento

e) Ação de execução de título extrajudicial

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Questão 14    14 - (2017/IBFC - TJ-PE P- TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JUDICIÁ-

RIA) Sobre o procedimento judicial de restauração de autos, assinale a alternativa

correta:

a) A restauração só poderá ser feita de ofício pelo juiz

b) Na hipótese do desaparecimento dos autos após a instrução probatória, não

poderá o juiz determinar a repetição das mesmas, sob pena de macular o processo

com nulidade

c) Caso o desaparecimento dos autos tenha se dado em Tribunal, o presidente da

Corte será a autoridade competente para oficiar no processo de restauração

d) Não há contraditório no procedimento de restauração dos autos, cabendo à par-

te tão somente juntar as cópias que possuir

e) Aquele que der causa ao desaparecimento dos autos responderá pelas custas da

restauração e pelos honorários de advogado. Também poderá ser averiguada sua

responsabilidade em âmbito civil e penal.

Questão 15    (2017/VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP –

PROCURADOR) Sobre os autos eletrônicos e seu desaparecimento, assinale a al-

ternativa correta.

a) Se houver autos suplementares, a restauração será dispensável.

b) É possível a inclusão de parte não incluída no processo principal.

c) A restauração deverá ser promovida apenas pelas partes.

d) As provas não poderão ser repetidas na restauração.

e) A restauração será decidida por despacho interlocutório de mérito.

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Questão 16    (2017/IESES - TJ-RO - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE

REGISTROS) Quanto aos Procedimentos Especiais e sua disciplina no Código de

Processo Civil, assinale a alternativa correta:

a) A modalidade de consignação em pagamento extrajudicial prevista no parágrafo

primeiro do art. 539 do Código de Processo Civil não é obrigatória, constituindo-se

em faculdade do devedor fazer uso dessa ferramenta legal.

b) A ação monitória só é cabível para as obrigações que prevejam o pagamento de

quantia em dinheiro.

c) O art. 674 do CPC, ao indicar as hipóteses de constrição judicial, encerra rol

taxativo.

d) O princípio da fungibilidade das ações possessórias, expresso no art. 554 do

CPC, inclui as ações reivindicatória e de imissão na posse.

Questão 17    (2017/CONSULPLAN/TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E

DE REGISTROS) Sobre os procedimentos especiais, assinale a única afirmativa

correta:

a) O CPC/2015 manteve no Título III do Livro I da Parte Especial as ações de exigir

e prestar contas.

b) A restauração de autos é um procedimento de jurisdição voluntária.

c) O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos procedimentos es-

peciais.

d) O CPC/2015 extinguiu a divisão entre procedimentos especiais de jurisdição

contenciosa e de jurisdição voluntária.

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Questão 18    (2017/CONSULPLAN/TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E


DE REGISTROS) João Lima recebeu uma promissória do emitente e devedor Pedro
Silva, que não foi paga, mas não a executou e nem a protestou. Passados 6 anos
da data do vencimento do título, o credor entrou com uma ação monitória de co-
brança, visando receber seu crédito. Pedro Silva, em embargos, alegou somente
a tese de prescrição, sem maior detalhe ou especificação. João Lima, em resposta
aos embargos, disse que não ocorreu prescrição, já que o prazo de cobrança so-
mente teria iniciado após os 3 anos para a ação de execução, que se somariam aos
anos subsequentes, ou seja, a prescrição seria em 8 anos, ou então em 10 anos, já
que se trata de direito pessoal, sem prazo específico na lei para fins de prescrição.
É correto afirmar que:
a) O prazo prescricional para ajuizamento de ação de cobrança ou monitória em
face do emitente de nota promissória sem força executiva é de 8 anos, já que o
credor tem antes o prazo de 3 anos para promover a execução do título, prazo que
não é computado para dar início ao procedimento monitório ou de cobrança, por-
tanto não prescrita a pretensão.
b) O prazo prescricional para ajuizamento de ação de cobrança ou monitória em
face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar
do dia seguinte ao vencimento do título, portanto prescrita a pretensão.
c) O prazo prescricional para ajuizamento de ação de cobrança ou monitória em
face do emitente de nota promissória sem força executiva é de 10 anos (decenal),
já que o Código Civil não fixou especificamente prazo menor, portanto não prescrita
a pretensão.
d) O prazo prescricional para ajuizamento de ação monitória ou de cobrança em
face do emitente de nota promissória sem força executiva é de 3 anos, já se discute
a pretensão de ressarcimento de valor em pretensão que envolve enriquecimento
sem causa, portanto prescrita a pretensão.

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Questão 19    (2017/CONSULPLAN/TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -

ÁREA JUDICIÁRIA) Conforme leciona o doutrinador Humberto Dalla Bernardina

de Pinho: “a ação de consignação em pagamento é um instituto criado pelo direito

processual apenas para regular o procedimento de eficácia liberatória do pagamen-

to sem que haja, necessariamente, a transferência do bem ao credor, tanto que o

pagamento por consignação é regulado nos Arts. 334 a 345 do Código Civil.” Sobre

o mencionado procedimento especial previsto pelo Novo Código de Processo Civil

de 2015, assinale a alternativa INCORRETA.

a) A consignação será requerida no lugar do pagamento, cessando para o devedor,

à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente.

b) Na contestação da ação de consignação em pagamento, o réu poderá alegar que

o depósito não é integral, mas tal alegação somente será admissível se ele indicar

o montante que entende devido.

c) Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, diante do rito especial

previsto para a ação de consignação e pagamento, torna-se inviável a cumulação

do pedido consignatório com outros pedidos no mesmo processo.

d) São também legitimados a propor a ação de consignação em pagamento, nos

casos previstos em lei, o terceiro juridicamente interessado na extinção da dívida e

o terceiro não interessado que aja em nome e à conta do devedor.

Questão 20    (2016/CESPE/PGE-AM - PROCURADOR DO ESTADO) Com relação

aos procedimentos especiais e ao processo de execução no âmbito do processo

civil, julgue o próximo item.

É cabível, segundo o STJ, o ajuizamento de ação monitória contra a fazenda públi-

ca, com o objetivo de receber nota promissória prescrita, emitida por ente público

e vencida há quatro anos.

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Questão 21    (2016/CONSULPLAN/TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E

DE REGISTROS) Relativamente à restauração de autos, assinale a afirmação IN-

CORRETA.

a) Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-se de depor como

testemunhas a respeito de atos que tenham praticado ou assistido no tramitar dos

autos extraviados.

b) Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perícia, sempre que pos-

sível pelo mesmo perito.

c) Não havendo certidão de documentos, deverá ser promovida a sua reconstitui-

ção mediante cópias ou, na falta dessas, pelos meios ordinários de prova.

d) Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em audiên-

cia, o juiz, se necessário, mandará repeti-las; nessa hipótese, serão reinquiridas

as mesmas testemunhas, observando-se que, caso seja impossível por qualquer

circunstância, não poderá ocorrer a sua substituição, salvo em caso de falecimento.

Questão 22    (2018/FGV/CÂMARA DE SALVADOR - BA - ESPECIALISTA - ADVO-

GADO LEGISLATIVO) Proposta ação de consignação em pagamento, o réu arguiu,

como única defesa, a  insuficiência do depósito, alegando que o autor o efetivou

em quantia menor do que a realmente devida. O devedor, intimado dos termos da

resposta, complementou o depósito no prazo legal, na forma pretendida pelo réu.

Sabendo-se que a mora não gerou a resolução do negócio jurídico, e que o paga-

mento integral produziu a eficácia liberatória do autor, deverá o juiz:

a) extinguir o processo, sem resolução do mérito, por perda superveniente do in-

teresse processual;

b) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o autor nos

encargos da sucumbência;

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c) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o réu nos

encargos da sucumbência;

d) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o autor

nos encargos da sucumbência;

e) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o réu nos

encargos da sucumbência.

Questão 23    (2018/VUNESP/ MPE-SP - ANALISTA JURÍDICO DO MINISTÉRIO

PÚBLICO) Acerca da ação monitória, assinale a alternativa correta.

a) A ação monitória não admite citação por edital.

b) O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pa-

gamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor

do autor.

c) Não se admite como prova escrita, para fins de adoção do procedimento moni-

tório, a prova oral documentada, produzida por meio de produção antecipada de

prova.

d) Sendo ré a Fazenda Pública, não apresentados embargos à ação monitória,

a constituição do mandado monitório não enseja reexame necessário.

e) Não se admite a reconvenção nos embargos monitórios.

Questão 24    (2019/FCC/AFAP - ANALISTA DE FOMENTO – ADVOGADO) Em rela-

ção à ação monitoria, considere:

I – A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em pro-

va escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o

pagamento de valor em dinheiro ou o adimplemento de obrigação de fazer ou de

não fazer, exclusivamente.

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II – É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.

III – Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo

autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao

procedimento comum.

IV – Desde que previamente seguro o juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos,

no prazo de quinze dias, embargos à ação monitória.

V – Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-

-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demons-

trativo discriminado e atualizado da dívida; não apontado o valor correto ou não

apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse

for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão

processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, IV e V.

b) I, II, IV e V.

c) II, III e V.

d) II, III, IV e V.

e) I, II e III.

Questão 25    (2018/CESPE/PGM - MANAUS - AM - PROCURADOR DO MUNICÍPIO)

Acerca das disposições do CPC relativas aos procedimentos especiais e ao processo

de execução, julgue o item seguinte.

Admite-se o ajuizamento de ação monitória por aquele que afirma, com base em

prova escrita, ou oral documentada, ter direito de exigir de devedor capaz a entre-

ga de coisa infungível.

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Questão 26    (2018/FEPESE/PREFEITURA DE RIO DAS ANTAS – SC – ADVOGA-

DO) Sobre a ação monitória, assinale a alternativa correta.

a) Na ação monitória não se admite a reconvenção.

b) Não é admissível a ação monitória em face da Fazenda Pública.

c) A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, sem base em prova

escrita, ter direito de exigir obrigação do devedor.

d) O réu poderá opor, nos próprios autos, mediante prévia segurança do juízo, em-

bargos à ação monitória.

e) Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o

procedimento comum.

Questão 27    (2017/INSTITUTO AOCP – EBSERH – ADVOGADO) Com base no

novo CPC e na ação monitória, assinale a alternativa correta.

a) Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, em autos

apartados, embargos à ação monitória, no prazo de quinze dias.

b) Admite-se a reconvenção, inclusive fica autorizado o oferecimento de reconven-

ção à reconvenção.

c) O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé

ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da

causa.

d) Aquele que afirmar, com base em prova escrita e com eficácia de título execu-

tivo, ter direito a exigir do devedor incapaz o pagamento de quantia em dinheiro

poderá propor ação monitória.

e) Ficando evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de

pagamento, de entrega de coisa ou para a execução de obrigação de fazer ou de

não fazer, concedendo ao réu prazo de cinco dias para o cumprimento, sob pena

de multa.

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Questão 28    (2018/CESPE/DPE-PE - DEFENSOR PÚBLICO) Na ação civil, rela-

ciona-se ao pedido de exibição de documento ou coisa o pressuposto processual

consistente na

a) manifestação do Ministério Público sobre a existência de prejuízo, caso não ocor-

ra a exibição.

b) explicação, pelo autor, de que existe o objeto do pedido e de que ele se encontra

em poder da outra parte na relação processual.

c) demonstração, pelo autor, de que pretende conhecer documentos ou coisa para

instruir ação de terceiros.

d) existência de documento que comprove a repetição de processos que conte-

nham controvérsia acerca da mesma questão em direito.

e) relevância da questão de direito, que deve ter grande repercussão social, mes-

mo sem se repetir em múltiplos processos.

Questão 29    (2018/VUNESP/ PGE-SP - PROCURADOR DO ESTADO) No caso de

recusa injustificada de exibição de documento, na fase de conhecimento de um

processo, é correto afirmar que o juiz pode impor multa

a) às partes, de ofício, mas, se o documento ou coisa estiver em poder de tercei-

ros, o juiz poderá, também de ofício ou a requerimento das partes, ordenar a cita-

ção deles, com prazo de quinze dias para resposta, para que exibam o documento,

sob pena de multa, dentre outras providências.

b) de até 2% (dois por cento) do valor da causa apenas aos terceiros, quando ve-

rificar que eles não estão colaborando com o Poder Judiciário ao deixar de exibir

determinado documento.

c) às partes, aos terceiros e aos advogados privados, inclusive quando se tratar

da Fazenda Pública, desde que assegure a todos ampla defesa e contraditório, me-

diante prévia intimação pessoal de todos, com prazo de cinco dias para resposta.

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d) às partes, aos terceiros e também aos advogados ou procuradores que estive-

rem atuando no processo, de ofício, salvo se uma das partes for a Fazenda Pública,

porque o valor dessas multas processuais é sempre revertido para ela mesma.

e) somente aos terceiros, de ofício, mediante intimação por mandado, com prazo

de dez dias para a resposta, visto que, em relação às partes, o juiz deverá aplicar

a “confissão” quanto aos fatos que o documento poderia provar.

Questão 30    (2016/FAU/PREFEITURA DE PIRAQUARA – PR – PROCURADOR) So-

bre a Exibição de Documento ou Coisa, considere as seguintes afirmativas:

I – A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa

se sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus

parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de

ação penal.

II – Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa,

o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das

partes e, se necessário, o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão.

a) Nenhuma das afirmativas está correta.

b) Todas as afirmativas estão corretas.

c) Está correta somente a afirmativa I.

d) Está correta somente a afirmativa II.

Questão 31    (INÉDITA) Na contestação da ação de consignação em pagamento,

o réu poderá alegar as seguintes matérias:

I – não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;

II – foi justa a recusa;

III – o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;

IV – o depósito não é integral.

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Estão corretos:

a) I, III e IV

b) II e III

c) I, II, III e IV

d) I e II

e) IV, apenas

Questão 32    (INÉDITA) A sociedade empresária Lancha Tudo S/A ajuizou ação de

consignação em pagamento contra o ex-empregado Joãozinho, que faleceu por

doença degenerativa. Na ação, somente se manifesta Maria, mãe do consignado.

Nesta hipótese, o valor consignado pela empresa:

a) Será inteiramente liberado à Maria, por ter sido a única possível credora a se

manifestar nos autos.

b) Será devolvido à empresa, tendo em vista que Maria não pode receber os valo-

res depositados.

c) O depósito será convertido em arrecadação de coisas vagas.

d) O valor do depósito será remetido ao juízo responsável pela sucessão de Joãozinho.

Questão 33    (INÉDITA) João era vendedor externo, contratado como emprega-

do pela sociedade empresária Equipamentos de Qualidade S/A. Tendo dispensado

João por justa causa, a empresa tem dúvidas sobre a correção dos valores das ven-

das. No contrato de trabalho, havia cláusula prevendo que João deveria informar,

corretamente, os valores das vendas, mas não o fez no último mês do contrato.

Diante desta situação, você, como advogado da sociedade empresária, deverá:

a) aguardar que João informe os valores no prazo de 30 dias, após o qual será pos-

sível o ajuizamento de ação de rito comum pela empresa contra o ex-empregado.

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b) ajuizar ação de exigir contas contra João, uma vez que João se obrigou a prestar

contas de suas vendas à empresa, apresentando o contrato como prova do direito

à tomada das contas.

c) ajuizar ação de consignação em pagamento reversa, cobrando de João os valo-

res que eventualmente não tiver repassado à empresa.

d) impetrar mandado de segurança, por violação de direito líquido e certo assegu-

rado por contrato.

Questão 34    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

A sentença proferida em sede de ação de exigir contas apurará o saldo e constituirá

título executivo extrajudicial.

Questão 35    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

A decisão do juiz que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as

contas no prazo de 30 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor

apresentar.

Questão 36    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

As contas apresentadas pelo réu na ação de exigir contas deverão especificar as

receitas e as despesas pertinentes ao desempenho do encargo. Os investimentos,

todavia, só deverão ser especificados se o autor houver postulado, de forma espe-

cífica, a prestação das contas dos investimentos.

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Questão 37    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor conti-

nuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem ven-

cendo, desde que o faça em até 15 dias contados da data do respectivo vencimento.

Questão 38    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

Se o consignante não efetuar o depósito do valor devido no prazo de 5 dias após

decisão judicial autorizando-o, o processo será extinto sem resolução do mérito, de

imediato.

Questão 39    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor

requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o

seu direito.

Questão 40    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

Se o depósito efetuado pela parte consignante for insuficiente, ela poderá comple-

tá-lo no prazo de 15 dias.

Questão 41    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

Se o réu não contestar o pedido de prestação de contas, o juiz poderá julgar ante-

cipadamente o mérito, condenando-o a prestar as contas em 15 dias.

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Questão 42    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exi-

ge as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se

existirem.

Questão 43    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz determinará o

prazo de 30 dias para que o réu apresente os documentos justificativos dos lança-

mentos individualmente impugnados.

Questão 44    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que

possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor

promover-lhe o cumprimento, que deverá prosseguir em autos apartados.

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Ação Monitória, Consignação em Pagamento
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GABARITO
1. a 25. C

2. a 26. e

3. c 27. c

4. c 28. b

5. e 29. a

6. d 30. b

7. c 31. c

8. c 32. a

9. a 33. b

10. c 34. E

11. b 35. E

12. d 36. E

13. d 37. E

14. e 38. C

15. a 39. C

16. a 40. E

17. c 41. C

18. b 42. C

19. c 43. E

20. C 44. E

21. d

22. b

23. b

24. c

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (2019/CONSULPLAN/TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E

DE REGISTROS) Segundo a Súmula 247 do STJ, o contrato de abertura de crédito

em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documen-

to hábil para o ajuizamento em juízo de ação de interesse do credor. Nesse diapa-

são, considerando as diretrizes da referida súmula, é correto afirmar que a ação

em questão é:

a) Monitória.

b) De cobrança.

c) De execução por quantia certa.

d) De execução em desfavor de devedor insolvente.

Letra a.

A Súmula 247 do STJ enuncia: “O contrato de abertura de crédito em conta-cor-

rente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o

ajuizamento da ação monitória.”. O referido contrato, acompanhado da exatidão

do débito, não tem força de título executivo, mas demonstra a existência do débito.

Logo, a ação monitória é a ação adequada para tanto (conferir força executiva a

documento sem eficácia de título executivo – art. 700 do CPC).

Questão 2    (2019/CONSULPLAN -TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E

DE REGISTROS) Isabelle P. firmou contrato com obrigação de pagamento em di-

nheiro e entrega de coisa em favor de Pedro B., com vencimento de prestações a

cada mês, com local de pagamento no domicílio do credor (obrigação portável),

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com fixação de cláusula resolutória em caso de não pagamento e mora. Pedro B.,
por sua vez, arrependido das condições firmadas entre as partes, tenta recusar o
pagamento e receber a coisa, criando embaraços para o recebimento. Ciente das
previsões atinentes à consignação em pagamento, é correto afirmar que:
a) Tratando-se de múltiplas obrigações – pagamento em dinheiro e entrega de coi-
sa – Isabelle P. deverá ajuizar a competente ação de consignação em pagamento,
vez que não será possível a utilização da via extrajudicial.
b) Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em esta-
belecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cienti-
ficando-se Pedro B., por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de dez
dias para a manifestação da recusa.
c) Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em esta-
belecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientifi-
cando-se Pedro B., por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de quinze
dias para a manifestação da recusa.
d) Tratando-se de obrigação em dinheiro e entrega de coisa, poderá o valor ser
depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do
pagamento, cientificando-se Pedro B., por carta com aviso de recebimento, assi-
nado o prazo de dez dias para a manifestação da recusa, ajuizando-se a ação de
consignação quanto à entrega da coisa após o prazo de um mês.

Letra a.
De acordo com o art. 539, § 1º, a consignação extrajudicial (bancária) serve ape-
nas às obrigações em dinheiro. Não há como o banco operacionalizar o adimple-
mento de obrigação de entrega de coisa. Caso a única obrigação fosse em dinheiro,
a consignação deveria, sim, ocorrer no lugar do pagamento, com prazo de 10 dias

para que o credor manifestasse recusa, conforme o mesmo dispositivo supracitado.

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Questão 3    (2019/VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP -

PROCURADOR DO MUNICÍPIO) No que diz respeito à Ação de Consignação em

Pagamento, assinale a alternativa correta.

a) É um procedimento comum previsto no Código de Processo Civil no qual o deve-

dor propõe ação contra o credor quando este se recusa a receber o valor de dívida

ou exige valor superior ao entendido.

b) Não pode ter por objeto bens imóveis ou semoventes, mas apenas bens móveis.

c) Na petição inicial, o autor deverá requerer o depósito da quantia devida a ser

efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, sob pena de extinção

do processo sem resolução do mérito.

d) Deverá ser proposta no domicílio do credor

e) Na contestação, o réu poderá alegar que o depósito não é integral, ainda que

não indique o montante que entende devido.

Letra c.

a) Errada. A consignação em pagamento consiste em procedimento especial,

e suas hipóteses de cabimento são mais amplas, abrangendo inclusive o contexto

em que o credor não é encontrado, quando pender litígio sobre o objeto do paga-

mento ou quando se desconhece o verdadeiro legitimado a receber os valores pelo

credor (art. 335 do Código Civil).

b) Errada. Nada impede que um bem móvel seja envolvido em consignação em

pagamento de obrigação de entregar coisa (imóvel).

c) Certa. Trata-se da regra literal do art. 542, parágrafo único, do CPC.

d) Errada. É competente o lugar onde deva ocorrer o pagamento (art. 540 do CPC).

e) Errada. O art. 544, parágrafo único, determina que o credor (réu/consignado)

deverá indicar o montante devido quando alegar que o depósito não é integral.

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Questão 4    (2019/COPS-UEL/PREFEITURA DE LONDRINA - PR - PROCURADOR


DO MUNICÍPIO) Sobre procedimentos especiais, considere as afirmativas a seguir.
I – A decisão que julgar procedente o pedido de exigir contas condenará o réu a
prestar as contas no prazo de 30 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as
que o autor apresentar.
II – Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, pessoalmen-
te, para contestar o pedido no prazo de 15 dias.
III – É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
IV – Na consignação em pagamento de quantia, tratando-se de obrigação em di-
nheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário situado no lu-
gar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento,
assinado, com o prazo de 10 dias para a manifestação de recusa.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Letra c.
I – Errada. O prazo, na verdade, é de 15 dias (art. 550, § 5º, CPC). As demais
informações estão corretas.
II – Errada. A oposição não foi estudada nesta aula, mas o item está incorreto,
por afrontar a regra literal do art. 683, parágrafo único, do CPC, que determina a
intimação na pessoa dos advogados (e não pessoal aos litigantes).
III – Certa. Trata-se da regra literal do art. 700, § 6º, do CPC.
IV – Certa. Trata-se da regra literal do art. 539, parágrafo único, do CPC.

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Questão 5    (2019/IADES/CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) – ADVOGADO) De acordo

com os procedimentos especiais do Código de Processo Civil, assinale a alternativa

correta.

a) Na pendência de ação possessória, é facultado, tanto ao autor quanto ao réu,

propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em

face de terceira pessoa.

b) Em procedimento de inventário e partilha, o magistrado está proibido de deferir

antecipadamente a um herdeiro o direito de uso e fruição de bem do espólio.

c) Em ação monitória, o magistrado deverá determinar, em regra, a citação do réu

por meio de oficial de justiça, em virtude de ser vedada a citação pelo correio.

d) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de esbulho, e reinte-

grado em caso de turbação.

e) Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor,

será este citado para exercer o direito dentro de cinco dias, se outro prazo não

constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz,

ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob

pena de depósito.

Letra e.

a) Errada. Pendente a ação possessória, é proibido o ajuizamento de ação de re-

conhecimento de domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira

pessoa. (art. 557, caput, CPC).

b) Errada. O tema não foi tratado em aula, mas está incorreto por afrontar o dis-

posto na literalidade do art. 647, parágrafo único, do CPC.

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c) Errada. Não existe nenhuma norma específica vedando a citação mediante cor-

reios na ação monitória.

d) Errada. As definições estão invertidas. Em caso de esbulho, deve haver reinte-

gração, e em caso de turbação, manutenção. Este tema é estudado na aula sobre

ações possessórias.

e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 543 do CPC.

Questão 6    (2019/CESPE/TJ-DFT - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE RE-

GISTROS) De acordo com a legislação processual civilista, há dois tipos de pro-

cedimentos especiais: os de jurisdição contenciosa, que dizem respeito à solução

de litígios, e os de jurisdição voluntária, que se referem à administração judicial

de interesses privados não litigiosos. A propósito desse assunto, assinale a opção

correta.

a) Na via extrajudicial, é admitida a consignação em pagamento em pecúnia ou em

objeto diferente de dinheiro.

b) Os embargos de terceiro poderão ser opostos a qualquer tempo no processo de

conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, mas não são opo-

níveis no cumprimento de sentença nem na execução.

c) Nas ações de usucapião, o Ministério Público deverá ser intimado para se mani-

festar, sob pena de nulidade dos atos processuais subsequentes.

d) De acordo com o STJ, assim como ocorre para cheque prescrito, admite-se a

ação monitória para duplicata sem aceite, sem protesto ou sem comprovante de

entrega de mercadoria.

e) São processadas e julgadas pelo procedimento especial previsto no Código de

Processo Civil as ações de família, sejam elas contenciosas ou voluntárias.

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Letra d.
a) Errada. De acordo com o art. 539, § 1º, a consignação extrajudicial (bancária)
serve apenas às obrigações em dinheiro.
b) Errada. Os embargos de terceiro são oponíveis em todas as fases do processo,
até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta (art. 675, caput,
CPC). Este tema é estudado em aula específica.
c) Errada. O usucapião não é tratado nesta aula, mas a alternativa corresponde a
regra do CPC anterior que não foi repetida no Novo CPC. Agora, aplica-se ao usu-
capião a regra geral de participação do Ministério Público: deve participar em casos
de litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana(art. 178, III).
d) Certa. É um entendimento enunciado no Informativo n. 85 do STJ. Todavia,
a correção da alternativa pode ser confirmada por raciocínio sistemático: cheques
e duplicadas são títulos de crédito (executivos). Logo, se faltar algum requisito for-
mal para sua executividade, a ação monitória aparece como meio adequado para
sanar a inexequibilidade, concedendo-se força executiva ao documento.
e) Errada. Assim dispõe o art. 693 do CPC: “As normas deste Capítulo aplicam-se
aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção
de união estável, guarda, visitação e filiação.”.

Questão 7    (2019/FGV/DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO) Constitui uma


exceção à característica inerte da jurisdição:
a) ação possessória tendo por objeto bem público;
b) habeas data;
c) restauração de autos;
d) ação popular;
e) mandado de injunção.

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Letra c.

A questão cobrou a parte teórica da jurisdição em conjunto com os procedimentos

especiais. A ação de restauração de autos pode ser instaurada, inclusive, de ofício

pelo juiz (art. 712, caput, do CPC).

Questão 8    (2018/VUNESP/ TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO) O prazo para a proposi-

tura de ação monitória de título de crédito prescrito é

a) direito imprescritível.

b) 10 anos.

c) 5 anos.

d) 3 anos.

Letra c.

O prazo de cinco anos para propositura de ação monitória de título de crédito pres-

crito é fundado em entendimento consolidado pelo STJ em duas súmulas:

Súmula 503 do STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do

emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à

data de emissão estampada na cártula.

Súmula 504 do STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do

emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia

seguinte ao vencimento do título.

Questão 9    (2018/UEM/BANCA DO ÓRGÃO – ADVOGADO) Marque a alternativa

incorreta.

a) A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova

escrita com eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz.

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b) Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que contro-

vertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra

ambos.

c) O procedimento de jurisdição voluntária terá início por provocação do interessa-

do, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido

devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da pro-

vidência judicial.

d) Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para

opor embargos em 30 (trinta) dias, podendo nos embargos, alegar qualquer maté-

ria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento.

e) O Poder Judiciário, com um dos poderes da República Federativa do Brasil, que

possui o exercício da jurisdição estatal, não é o único responsável pela solução dos

conflitos de interesses.

Letra a

a) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta afronta a regra literal do

caput do art. 700, que dispõe: “A ação monitória pode ser proposta por aquele que

afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito

de exigir do devedor capaz: (...)”.

b) Errada. É a regra literal do art. 682 do CPC.

c) Errada. É a regra literal do art. 720 do CPC.

d) Errada. É a regra literal do art. 910, caput, do CPC.

e) Errada. A informação está correta, pois existem formas alternativas (extrajudi-

ciais) de solução de conflitos, como a arbitragem e a mediação.

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Questão 10    (2018/CONSULPLAN/TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) A

tomou certa importância emprestada de B para pagar em 60 (sessenta) dias; 10

(dez) dias antes de vencer a obrigação, o credor faleceu. O devedor foi procurado

por C e D para receberem o crédito e alegaram que ambas teriam mantido união

estável, simultaneamente, com B. Diante do impasse e pretendendo não se sujeitar

aos efeitos da mora, o devedor

a) nada fará e aguardará iniciativa por parte das supostas credoras.

b) proporá ação de consignação em pagamento e requererá ao Juiz, como tutela

provisória de urgência, decidir quem é a credora.

c) proporá ação de consignação em pagamento e requererá a citação das duas su-

postas credoras para que levantem a importância ofertada.

d) proporá ação de consignação em pagamento e requererá ao Juiz autorização

para depositar a importância devida somente depois que for definido quem é a

credora.

Letra c.

O depósito ocorrerá independentemente de quem seja o verdadeiro credor. Haven-


do divergência sobre quem seja o credor, o devedor ficará exonerado da obrigação

mediante o depósito. Logo, o processo continuará a tramitar somente em relação

aos dois (ou mais) possíveis credores. Veja o que dispõem os arts. 547 e 548:

Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento,


o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem
o seu direito.
Art. 548. No caso do art. 547:
I – não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação
de coisas vagas;
II – comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;
III – comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obri-
gação, continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, ob-
servado o procedimento comum.

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Questão 11    (2018/FCC/DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO) Uma instituição bancá-

ria detém um contrato de abertura de crédito juntamente com os extratos e de-

monstrativos. Para a cobrança dos débitos apurados, o banco

a) poderá valer-se de ação executiva de título extrajudicial, desde que o contrato

seja assinado com duas testemunhas.

b) poderá utilizar-se da ação monitória e, após a citação do devedor, caso não pa-

gue e não apresente embargos à monitória, é constituído de pleno direito o título

executivo judicial.

c) deverá se valer de ação de cobrança, pelo rito comum.

d) poderá valer-se de ação executiva de título extrajudicial, ainda que o contrato

não conte com duas testemunhas.

e) poderá utilizar-se da ação monitória e, após a citação do devedor, caso não pa-

gue e não apresente embargos à monitória, o processo segue pelo rito comum.

Letra b.

A Súmula 247 do STJ enuncia: “O contrato de abertura de crédito em con-

ta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento

hábil para o ajuizamento da ação monitória.”. O referido contrato, acompa-

nhado da exatidão do débito, não tem força de título executivo, mas demons-

tra a existência do débito. Logo, a ação monitória é a ação adequada para

tanto (conferir força executiva a documento sem eficácia de título executivo

– art. 700 do CPC). Ademais, conforme o art. 701, § 2º, “Constituir-se-á de

pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer for-

malidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos pre-

vistos no art. 702 (...)”.

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Questão 12    (2018/INSTITUTO AOCP - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - ANALISTA JUDI-


CIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Mateus realizou um contrato escrito para compra de
um veículo de propriedade de Gabriel, no qual aquele pagaria a este o valor de dez
mil reais pelo bem, no prazo de trinta dias da entrega, em dinheiro e diretamen-
te na residência de Gabriel. Ocorre que Gabriel encontrava-se de mudança e, na
pressa de perfectibilizar o negócio, realizou a entrega do bem, porém não informou
seu novo endereço. Diante da impossibilidade de realizar o pagamento conforme
disposição contratual, Mateus buscou a tutela jurisdicional estatal para se ver livre
de sua obrigação, depositando o valor em juízo. De acordo com o Código de Pro-
cesso Civil de 2015, em sede de Ação de Consignação em Pagamento, em relação
à defesa do réu, assinale a alternativa correta.
a) Poderá alegar, diante de inexistência de tentativa de consignação em pagamento
extrajudicial por parte do autor, que estará este eivado pela falta de interesse de agir.
b) Poderá alegar a inexigibilidade do título ou inexequibilidade da obrigação.
c) Poderá solicitar a condenação do autor em perdas e danos e indenização de fru-
tos, com base na mora no pagamento.
d) Poderá alegar que foi justa a recusa, o depósito não se efetuou no prazo ou no
lugar do pagamento, ou o depósito não é integral.
e) Poderá requerer a revisão do contrato ou negócio jurídico celebrado.

Letra d.
O objetivo do examinador era cobrar as hipóteses literalmente escritas da lei de
itens sobre o que o consignado poderá se manifestar em defesa na ação de con-
signação em pagamento. Os itens, reproduzidos no gabarito, constam do rol do
art. 544 (incisos II, III e IV). O inciso I, não citado pela alternativa, elenca como
matéria de defesa do consignado o fato de não ter havido recusa ou mora em re-
ceber a quantia ou a coisa devida.

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Questão 13    (2018/CESGRANRIO/TRANSPETRO - TRANSPETRO - ADVOGADO

JÚNIOR) L, paciente de M, celebrou com ela contrato de prestação de serviços

médicos, ficando ajustado que o pagamento seria realizado de forma fracionada,

por meio da emissão de cheques pré-datados, em quantias a serem depositadas ao

longo de quatro meses. Ocorre que, no decorrer do período, L perdeu o emprego,

o que a deixou sem condições de honrar o pagamento da última parcela. Ultrapas-

sado o prazo convencionado, o derradeiro cheque apresentado por M retornou por

insuficiência de fundos, fato que levou L a figurar como inadimplente no serviço de

proteção ao crédito. Após três meses, L conseguiu um novo emprego. Visando a

sanar a dívida pendente, ela buscou estabelecer contato com M, sem sucesso, pois

esta se havia mudado para destino incerto.

Considerando a situação apresentada, que ação judicial é cabível com a finalidade

de saldar a dívida de L?

a) Ação Monitória

b) Ação de depósito

c) Ação de repetição de indébito

d) Ação de consignação em pagamento

e) Ação de execução de título extrajudicial

Letra d.

O art. 335, inciso III, do Código Civil estabelece que a consignação em pagamen-

to é cabível quando o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado

ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil. Logo, será

cabível a ação de consignação em pagamento.

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Questão 14    (2017/IBFC - TJ-PE P- TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JUDICIÁ-

RIA) Sobre o procedimento judicial de restauração de autos, assinale a alternativa

correta:

a) A restauração só poderá ser feita de ofício pelo juiz

b) Na hipótese do desaparecimento dos autos após a instrução probatória, não

poderá o juiz determinar a repetição das mesmas, sob pena de macular o processo

com nulidade

c) Caso o desaparecimento dos autos tenha se dado em Tribunal, o presidente da

Corte será a autoridade competente para oficiar no processo de restauração

d) Não há contraditório no procedimento de restauração dos autos, cabendo à par-

te tão somente juntar as cópias que possuir

e) Aquele que der causa ao desaparecimento dos autos responderá pelas custas da

restauração e pelos honorários de advogado. Também poderá ser averiguada sua

responsabilidade em âmbito civil e penal.

Letra e.

a) Errada. O art. 712, caput, do CPC determina: “Verificado o desaparecimento

dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o

Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.”.

b) Errada. Dispõe o art. 715, caput, que “se a perda dos autos tiver ocorrido depois

da produção das provas em audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las.”.

c) Errada. A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos nele realiza-

dos, e o relator do processo é que será responsável pelo procedimento de restau-

ração (art. 717, caput e § 1º, CPC).

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d) Errada. O art. 714, caput, dá direito e contestação ao réu, em 5 dias, caben-

do-lhe exibir as cópias, as contrafés e as reproduções dos atos e dos documen-

tos que estiverem em seu poder.

e) Certa. O art. 718 dispõe: “Quem houver dado causa ao desaparecimento dos

autos responderá pelas custas da restauração e pelos honorários de advogado, sem

prejuízo da responsabilidade civil ou penal em que incorrer.”.

Questão 15    (2017/VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP –

PROCURADOR) Sobre os autos eletrônicos e seu desaparecimento, assinale a al-

ternativa correta.

a) Se houver autos suplementares, a restauração será dispensável.

b) É possível a inclusão de parte não incluída no processo principal.

c) A restauração deverá ser promovida apenas pelas partes.

d) As provas não poderão ser repetidas na restauração.

e) A restauração será decidida por despacho interlocutório de mérito.

Letra a

a) Certa. O art. 712, parágrafo único, dispõe que “Havendo autos suplementares,

nesses prosseguirá o processo.”. Logo, não haverá necessidade de ser instaurada a

restauração de autos, razão pela qual a restauração será facultativa.

b) Errada. O art. 712 do CPC só prevê a participação, no procedimento de restau-

ração de autos, do juiz, do MP e das partes originárias.

c) Errada. O art. 712, caput, do CPC determina: “Verificado o desaparecimento

dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o

Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.”.

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d) Errada. Dispõe o art. 715, caput, que “se a perda dos autos tiver ocorrido depois

da produção das provas em audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las.”.

e) Errada. Já que a restauração de autos é um processo autônomo, seu mérito

deverá ser resolvido por sentença, como em todo processo.

Questão 16    (2017/IESES - TJ-RO - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE

REGISTROS) Quanto aos Procedimentos Especiais e sua disciplina no Código de

Processo Civil, assinale a alternativa correta:

a) A modalidade de consignação em pagamento extrajudicial prevista no parágrafo

primeiro do art. 539 do Código de Processo Civil não é obrigatória, constituindo-se

em faculdade do devedor fazer uso dessa ferramenta legal.

b) A ação monitória só é cabível para as obrigações que prevejam o pagamento de

quantia em dinheiro.

c) O art. 674 do CPC, ao indicar as hipóteses de constrição judicial, encerra rol

taxativo.

d) O princípio da fungibilidade das ações possessórias, expresso no art. 554 do

CPC, inclui as ações reivindicatória e de imissão na posse.

Letra a

a) Certa. Por ser ferramenta extrajudicial, a consignação em estabelecimento ban-

cário é facultativa. Ademais, o art. 539, § 1º, diz que “poderá o valor ser deposi-

tado em estabelecimento bancário”.

b) Errada. A ação monitória é cabível para exigir do devedor capaz o pagamento

de quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem mó-

vel ou imóvel e o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer (art. 700

do CPC).

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c) Errada. O rol, na verdade, é exemplificativo.

d) Errada. Ação reivindicatória é destinada ao reconhecimento de domínio. Pen-

dente a ação possessória, é proibido o ajuizamento de ação de reconhecimento de

domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. (art. 557,

caput, CPC). Logo, a fungibilidade não se aplica a tal ação, por não ser espécie de

ação possessória.

Questão 17    (2017/CONSULPLAN/TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E

DE REGISTROS) Sobre os procedimentos especiais, assinale a única afirmativa

correta:

a) O CPC/2015 manteve no Título III do Livro I da Parte Especial as ações de exigir

e prestar contas.

b) A restauração de autos é um procedimento de jurisdição voluntária.

c) O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos procedimentos es-

peciais.

d) O CPC/2015 extinguiu a divisão entre procedimentos especiais de jurisdição

contenciosa e de jurisdição voluntária.

Letra c.

a) Errada. Somente a ação de exigir contas é tipificada no CPC.

b) Errada. A restauração de autos é um procedimento de jurisdição contenciosa,

por envolver contestação.

c) Certa. É a regra literal do art. 318, parágrafo único, do CPC.

d) Errada. A jurisdição voluntária, no Novo CPC, ganhou até capítulo próprio.

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Questão 18    (2017/CONSULPLAN/TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E


DE REGISTROS) João Lima recebeu uma promissória do emitente e devedor Pedro
Silva, que não foi paga, mas não a executou e nem a protestou. Passados 6 anos
da data do vencimento do título, o credor entrou com uma ação monitória de co-
brança, visando receber seu crédito. Pedro Silva, em embargos, alegou somente
a tese de prescrição, sem maior detalhe ou especificação. João Lima, em resposta
aos embargos, disse que não ocorreu prescrição, já que o prazo de cobrança so-
mente teria iniciado após os 3 anos para a ação de execução, que se somariam aos
anos subsequentes, ou seja, a prescrição seria em 8 anos, ou então em 10 anos, já
que se trata de direito pessoal, sem prazo específico na lei para fins de prescrição.
É correto afirmar que:
a) O prazo prescricional para ajuizamento de ação de cobrança ou monitória em
face do emitente de nota promissória sem força executiva é de 8 anos, já que o
credor tem antes o prazo de 3 anos para promover a execução do título, prazo que
não é computado para dar início ao procedimento monitório ou de cobrança, por-
tanto não prescrita a pretensão.
b) O prazo prescricional para ajuizamento de ação de cobrança ou monitória em
face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar
do dia seguinte ao vencimento do título, portanto prescrita a pretensão.
c) O prazo prescricional para ajuizamento de ação de cobrança ou monitória em
face do emitente de nota promissória sem força executiva é de 10 anos (decenal),
já que o Código Civil não fixou especificamente prazo menor, portanto não prescrita
a pretensão.
d) O prazo prescricional para ajuizamento de ação monitória ou de cobrança em
face do emitente de nota promissória sem força executiva é de 3 anos, já se discute
a pretensão de ressarcimento de valor em pretensão que envolve enriquecimento
sem causa, portanto prescrita a pretensão.

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Letra b.

Trata-se da correta aplicação da regra da Súmula 504 do STJ: “O prazo para ajui-

zamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força

executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.”.

Questão 19    (2017/CONSULPLAN/TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -

ÁREA JUDICIÁRIA) Conforme leciona o doutrinador Humberto Dalla Bernardina

de Pinho: “a ação de consignação em pagamento é um instituto criado pelo direito

processual apenas para regular o procedimento de eficácia liberatória do pagamen-

to sem que haja, necessariamente, a transferência do bem ao credor, tanto que o

pagamento por consignação é regulado nos Arts. 334 a 345 do Código Civil.” Sobre

o mencionado procedimento especial previsto pelo Novo Código de Processo Civil

de 2015, assinale a alternativa INCORRETA.

a) A consignação será requerida no lugar do pagamento, cessando para o devedor,

à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improce-

dente.

b) Na contestação da ação de consignação em pagamento, o réu poderá alegar que

o depósito não é integral, mas tal alegação somente será admissível se ele indicar

o montante que entende devido.

c) Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, diante do rito especial

previsto para a ação de consignação e pagamento, torna-se inviável a cumulação

do pedido consignatório com outros pedidos no mesmo processo.

d) São também legitimados a propor a ação de consignação em pagamento, nos

casos previstos em lei, o terceiro juridicamente interessado na extinção da dívida e

o terceiro não interessado que aja em nome e à conta do devedor.

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Letra c.

a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e a presente alternativa está

em consonância literal com a regra do art. 540.

b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e a presente alternativa está

em consonância literal com a regra do art. 544, inciso IV e parágrafo único.

c) Certa. Na verdade, pode o consignante (autor) formular pedidos inerentes à

relação obrigacional que gerou o débito cuja consignação ele pretende, inclusive

impugnando um valor maior que o consignado tenha exigido antes do ajuizamento

da ação. O STJ possui jurisprudência crescente neste sentido. Exemplo: João cobra

de Mario uma dívida de R$ 2.000,00. Mario, por entender que somente deve R$

1.000,00, oferece a João este valor, que é de plano recusado. Neste caso, pode Ma-

rio ajuizar ação de consignação em pagamento dos R$ 1.000,00 e formular pedidos

com vistas a reconhecer que o valor correto da dívida é de R$ 1.000,00.

d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e a presente alternativa está

em consonância com o art. 539, que não diferencia o terceiro interessado do não

interessado. A doutrina majoritária, a exemplo de Daniel Assumpção, teoriza: “no

caso de terceiro juridicamente interessado ocorrerá sub-rogação, de forma que

esse terceiro, extinta a obrigação por consignação, assume os direitos e ações do

credor satisfeito frente ao devedor; no caso de terceiro não interessado, não ocor-

re sub-rogação, sendo entendida a consignação como mera liberalidade deste em

favor do devedor.”.

Questão 20    (2016/CESPE/PGE-AM - PROCURADOR DO ESTADO) Com relação

aos procedimentos especiais e ao processo de execução no âmbito do processo

civil, julgue o próximo item.

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É cabível, segundo o STJ, o ajuizamento de ação monitória contra a fazenda públi-

ca, com o objetivo de receber nota promissória prescrita, emitida por ente público

e vencida há quatro anos.

Certa.
A ação monitória é cabível contra a Fazenda Púbica (art. 700, § 6º, CPC). Ademais,
o STJ, em sua Súmula 504, enuncia: “O prazo para ajuizamento de ação monitó-
ria em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal,
a contar do dia seguinte ao vencimento do título.”. Por não haver nenhum tipo de
diferença do prazo prescricional da ação monitória quanto a envolver, ou não, a Fa-
zenda Pública, o entendimento da Súmula 504 é perfeitamente aplicável em ações
monitórias com participação da Fazenda.

Questão 21    (2016/CONSULPLAN/TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E


DE REGISTROS) Relativamente à restauração de autos, assinale a afirmação IN-
CORRETA.
a) Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-se de depor como
testemunhas a respeito de atos que tenham praticado ou assistido no tramitar dos
autos extraviados.
b) Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perícia, sempre que pos-
sível pelo mesmo perito.
c) Não havendo certidão de documentos, deverá ser promovida a sua reconstitui-
ção mediante cópias ou, na falta dessas, pelos meios ordinários de prova.
d) Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em audiên-
cia, o juiz, se necessário, mandará repeti-las; nessa hipótese, serão reinquiridas
as mesmas testemunhas, observando-se que, caso seja impossível por qualquer
circunstância, não poderá ocorrer a sua substituição, salvo em caso de falecimento.

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Letra d.
a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e a presente alternativa está
em consonância literal com a regra do art. 715, § 4º, do CPC.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e a presente alternativa está
em consonância literal com a regra do art. 715, § 2º, do CPC.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e a presente alternativa está
em consonância literal com a regra do art. 715, § 3º, do CPC.
d) Certa. Na verdade, conforme o art. 715, § 1º, poderão as testemunhas ser
substituídas de ofício ou a requerimento.

Questão 22    (2018/FGV/CÂMARA DE SALVADOR - BA - ESPECIALISTA - ADVO-


GADO LEGISLATIVO) Proposta ação de consignação em pagamento, o réu arguiu,
como única defesa, a  insuficiência do depósito, alegando que o autor o efetivou
em quantia menor do que a realmente devida. O devedor, intimado dos termos da
resposta, complementou o depósito no prazo legal, na forma pretendida pelo réu.
Sabendo-se que a mora não gerou a resolução do negócio jurídico, e que o paga-
mento integral produziu a eficácia liberatória do autor, deverá o juiz:
a) extinguir o processo, sem resolução do mérito, por perda superveniente do in-
teresse processual;
b) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o autor nos
encargos da sucumbência;
c) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o réu nos
encargos da sucumbência;
d) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o autor
nos encargos da sucumbência;
e) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o réu nos
encargos da sucumbência.

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Letra b.

Como a consignação foi interpretada como devida, o pedido de consignação formu-

lado será julgado procedente (acolhido). Logo, haverá resolução do mérito. Todavia,

como o depósito realmente devido era em valor maior que o apontado pelo autor,

será o autor a parte vencida do processo. Portanto, ele deverá pagar as custas e

honorários. Trata-se de entendimento doutrinário majoritário, e seguido pela FGV.

Questão 23    (2018/VUNESP/ MPE-SP - ANALISTA JURÍDICO DO MINISTÉRIO

PÚBLICO) Acerca da ação monitória, assinale a alternativa correta.

a) A ação monitória não admite citação por edital.

b) O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pa-

gamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor

do autor.

c) Não se admite como prova escrita, para fins de adoção do procedimento monitó-

rio, a prova oral documentada, produzida por meio de produção antecipada de prova.

d) Sendo ré a Fazenda Pública, não apresentados embargos à ação monitória,

a constituição do mandado monitório não enseja reexame necessário.

e) Não se admite a reconvenção nos embargos monitórios.

Letra b.

a) Errada. Não há nenhuma disposição específica no conjunto normativo da ação

monitória que proíba a citação por edital. Já que o procedimento comum se aplica

subsidiariamente aos procedimentos especiais, eventual proibição de citação por

edital deveria constar em norma expressa. Ademais, o art. 700, § 7º, diz: “Na ação

monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedi-

mento comum.”.

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b) Certa. É a regra do art. 702, § 11º, do CPC.

c) Errada. Conforme o art. 700, § 1º, do CPC, a prova escrita pode consistir em

prova oral documentada.

d) Errada. De acordo com o art. 701, § 4º, do CPC, “Sendo a ré Fazenda Públi-

ca, não apresentados os embargos previstos no art. 702, aplicar-se-á o dispos-

to no art. 496 (...)”. O art. 496 fala sobre os critérios da remessa necessária.

Portanto, observam-se tais critérios quando a ação monitória é ajuizada em

face da Fazenda.

e) Errada. O art. 702, § 6º, do CPC admite a reconvenção na ação monitória (po-

dendo ser apresentada juntamente com os embargos monitórios), vedando somen-

te que a parte autora apresente reconvenção contra a primeira reconvenção.

Questão 24    (2019/FCC/AFAP - ANALISTA DE FOMENTO – ADVOGADO) Em rela-

ção à ação monitoria, considere:

I – A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em pro-

va escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o

pagamento de valor em dinheiro ou o adimplemento de obrigação de fazer ou de

não fazer, exclusivamente.

II – É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.

III – Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo

autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao

procedimento comum.

IV – Desde que previamente seguro o juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos,

no prazo de quinze dias, embargos à ação monitória.

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V – Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á

declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo dis-

criminado e atualizado da dívida; não apontado o valor correto ou não apresentado

o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único

fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, mas o

juiz deixará de examinar a alegação de excesso.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, IV e V.

b) I, II, IV e V.

c) II, III e V.

d) II, III, IV e V.

e) I, II e III.

Letra c.

I – Errada. Além da obrigação de pagar quantia e das obrigações de fazer ou

não fazer, a ação monitória também tem lugar para cobrar obrigações de en-

tregar coisa.

II – Certa. É a regra literal do art. 700, § 6º, do CPC.

III – Certa. É a regra literal do art. 700, § 5º, do CPC.

IV – Errada. De acordo com o art. 702, caput, do CPC, o oferecimento de embar-

gos à ação monitória independe de garantia do juízo.

V  – Certa. São as regras literais, cumulativamente, dos §§ 2º e 3º do art. 702

do CPC.

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Questão 25    (2018/CESPE/PGM - MANAUS - AM - PROCURADOR DO MUNICÍ-

PIO) Acerca das disposições do CPC relativas aos procedimentos especiais e ao

processo de execução, julgue o item seguinte.

Admite-se o ajuizamento de ação monitória por aquele que afirma, com base em

prova escrita, ou oral documentada, ter direito de exigir de devedor capaz a entre-

ga de coisa infungível.

Certa.

Em regra, a  prova da obrigação deve ser escrita, embora sem eficácia de título

executivo. Conforme o art. 700, § 1º, do CPC, a prova escrita pode consistir em

prova oral documentada. A entrega de coisa infungível é, também, uma obrigação

cobrável mediante ação monitória (art. 700, inciso II, do CPC).

Questão 26    (2018/FEPESE/PREFEITURA DE RIO DAS ANTAS – SC – ADVOGA-

DO) Sobre a ação monitória, assinale a alternativa correta.

a) Na ação monitória não se admite a reconvenção.

b) Não é admissível a ação monitória em face da Fazenda Pública.

c) A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, sem base em prova

escrita, ter direito de exigir obrigação do devedor.

d) O réu poderá opor, nos próprios autos, mediante prévia segurança do juízo, em-

bargos à ação monitória.

e) Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o

procedimento comum.

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Letra e.

a) Errada. O art. 702, § 6º, do CPC admite a reconvenção na ação monitória,

vedando somente que a parte autora apresente reconvenção contra a primeira re-

convenção.

b) Errada. O art. 700, § 6º, do CPC permite o ajuizamento de ação monitória em

face da Fazenda Pública.

c) Errada. É essencial a existência de, ao menos, prova escrita ou prova oral do-

cumentada.

d) Errada. De acordo com o art. 702, caput, do CPC, o oferecimento de embargos

à ação monitória independe de garantia do juízo.

e) Certa. O art. 700, § 7º, diz: “Na ação monitória, admite-se citação por qualquer

dos meios permitidos para o procedimento comum.”.

Questão 27    (2017/INSTITUTO AOCP – EBSERH – ADVOGADO) Com base no

novo CPC e na ação monitória, assinale a alternativa correta.

a) Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, em autos

apartados, embargos à ação monitória, no prazo de quinze dias.

b) Admite-se a reconvenção, inclusive fica autorizado o oferecimento de reconven-

ção à reconvenção.

c) O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé

ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da

causa.

d) Aquele que afirmar, com base em prova escrita e com eficácia de título execu-

tivo, ter direito a exigir do devedor incapaz o pagamento de quantia em dinheiro

poderá propor ação monitória.

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e) Ficando evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de

pagamento, de entrega de coisa ou para a execução de obrigação de fazer ou de

não fazer, concedendo ao réu prazo de cinco dias para o cumprimento, sob pena

de multa.

Letra c.

a) Errada. O art. 702, caput, do CPC determina que os embargos monitórios serão

oferecidos nos mesmos autos da ação monitória.

b) Errada. O art. 702, § 6º, do CPC admite a reconvenção na ação monitória,

vedando somente que a parte autora apresente reconvenção contra a primeira re-

convenção.

c) Certa. É a regra literal do art. 702, § 10º, do CPC.

d) Errada. A prova escrita que sustenta a ação monitória é aquela que não

tem eficácia de título executivo. Ademais, a exigibilidade direcionar-se ao de-

vedor capaz.

e) Errada. O prazo é de 15 dias.

Questão 28    (2018/CESPE/DPE-PE - DEFENSOR PÚBLICO) Na ação civil, rela-

ciona-se ao pedido de exibição de documento ou coisa o pressuposto processual

consistente na

a) manifestação do Ministério Público sobre a existência de prejuízo, caso não ocor-

ra a exibição.

b) explicação, pelo autor, de que existe o objeto do pedido e de que ele se encontra

em poder da outra parte na relação processual.

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c) demonstração, pelo autor, de que pretende conhecer documentos ou coisa para

instruir ação de terceiros.

d) existência de documento que comprove a repetição de processos que conte-

nham controvérsia acerca da mesma questão em direito.

e) relevância da questão de direito, que deve ter grande repercussão social,

mesmo sem se repetir em múltiplos processos.

Letra b.

Conforme o art. 397, inciso III, é pressuposto processual do incidente de exibição

de documentos a elucidação das circunstâncias em que se funda o requerente para

afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.

Questão 29    (2018/VUNESP/ PGE-SP - PROCURADOR DO ESTADO) No caso de

recusa injustificada de exibição de documento, na fase de conhecimento de um

processo, é correto afirmar que o juiz pode impor multa

a) às partes, de ofício, mas, se o documento ou coisa estiver em poder de tercei-

ros, o juiz poderá, também de ofício ou a requerimento das partes, ordenar a cita-

ção deles, com prazo de quinze dias para resposta, para que exibam o documento,

sob pena de multa, dentre outras providências.

b) de até 2% (dois por cento) do valor da causa apenas aos terceiros, quando ve-

rificar que eles não estão colaborando com o Poder Judiciário ao deixar de exibir

determinado documento.

c) às partes, aos terceiros e aos advogados privados, inclusive quando se tratar

da Fazenda Pública, desde que assegure a todos ampla defesa e contraditório, me-

diante prévia intimação pessoal de todos, com prazo de cinco dias para resposta.

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d) às partes, aos terceiros e também aos advogados ou procuradores que estive-

rem atuando no processo, de ofício, salvo se uma das partes for a Fazenda Pública,

porque o valor dessas multas processuais é sempre revertido para ela mesma.

e) somente aos terceiros, de ofício, mediante intimação por mandado, com prazo

de dez dias para a resposta, visto que, em relação às partes, o juiz deverá aplicar

a “confissão” quanto aos fatos que o documento poderia provar.

Letra a.

O art. 400, parágrafo único, do CPC permite ao juiz, em caso de necessidade,

a imposição de multa à parte que se recusar injustamente a exibir o documento

requerido. Ademais, o art. 401 dá ao terceiro o prazo de 15 dias para apresentar

documentos requeridos, e o parágrafo único do art. 403 prevê que o juiz pode

aplicar multa ao terceiro, sem prejuízo de outras medidas indutivas, coercitivas,

mandamentais ou sub-rogatórias. Estes artigos tornaram inaplicável e superada a

Súmula 372 do STJ.

Questão 30    (2016/FAU/PREFEITURA DE PIRAQUARA – PR – PROCURADOR) So-

bre a Exibição de Documento ou Coisa, considere as seguintes afirmativas:

I – A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa

se sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus

parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de

ação penal.

II – Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa,

o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das

partes e, se necessário, o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão.

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a) Nenhuma das afirmativas está correta.

b) Todas as afirmativas estão corretas.

c) Está correta somente a afirmativa I.

d) Está correta somente a afirmativa II.

Letra b.

I – Certa. É a regra do art. 404, inciso III, do CPC.

II – Certa. É a regra literal do art. 402 do CPC.

Questão 31    (INÉDITA) Na contestação da ação de consignação em pagamento,

o réu poderá alegar as seguintes matérias:

I – não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;

II – foi justa a recusa;

III – o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;

IV – o depósito não é integral.

Estão corretos:

a) I, III e IV

b) II e III

c) I, II, III e IV

d) I e II

e) IV, apenas

Letra c.

Todos os itens correspondem às matérias indicadas no art. 544 do CPC, como ma-

térias alegáveis pelo réu na ação de consignação em pagamento, na mesma ordem.

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Questão 32    (INÉDITA) A sociedade empresária Lancha Tudo S/A ajuizou ação de

consignação em pagamento contra o ex-empregado Joãozinho, que faleceu por

doença degenerativa. Na ação, somente se manifesta Maria, mãe do consignado.

Nesta hipótese, o valor consignado pela empresa:

a) Será inteiramente liberado à Maria, por ter sido a única possível credora a se

manifestar nos autos.

b) Será devolvido à empresa, tendo em vista que Maria não pode receber os valo-

res depositados.

c) O depósito será convertido em arrecadação de coisas vagas.

d) O valor do depósito será remetido ao juízo responsável pela sucessão de

Joãozinho.

Letra a.

De acordo com o art. 548, inciso II, do CPC, “comparecendo apenas um [possível

credor], o juiz decidirá de plano”. Isso quer dizer que o juiz liberará o valor à única

pessoa que compareceu (Maria).

Questão 33    (INÉDITA) João era vendedor externo, contratado como emprega-

do pela sociedade empresária Equipamentos de Qualidade S/A. Tendo dispensado

João por justa causa, a empresa tem dúvidas sobre a correção dos valores das ven-

das. No contrato de trabalho, havia cláusula prevendo que João deveria informar,

corretamente, os valores das vendas, mas não o fez no último mês do contrato.

Diante desta situação, você, como advogado da sociedade empresária, deverá:

a) aguardar que João informe os valores no prazo de 30 dias, após o qual será pos-

sível o ajuizamento de ação de rito comum pela empresa contra o ex-empregado.

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b) ajuizar ação de exigir contas contra João, uma vez que João se obrigou a prestar

contas de suas vendas à empresa, apresentando o contrato como prova do direito

à tomada das contas.

c) ajuizar ação de consignação em pagamento reversa, cobrando de João os valo-

res que eventualmente não tiver repassado à empresa.

d) impetrar mandado de segurança, por violação de direito líquido e certo assegu-

rado por contrato.

Letra b.

Conforme o art.  550 do CPC, “Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir

contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no

prazo de 15 (quinze) dias.”

De acordo com o § 1º do mesmo artigo, “Na petição inicial, o autor especificará, de-

talhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos

comprobatórios dessa necessidade, se existirem.”.

Questão 34    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

A sentença proferida em sede de ação de exigir contas apurará o saldo e constituirá

título executivo extrajudicial.

Errada.

O título executivo decorrente da sentença, na verdade, será de natureza judicial

(art. 552 do CPC).

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Questão 35    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

A decisão do juiz que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as

contas no prazo de 30 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor

apresentar.

Errada.

O prazo, na verdade, é de 15 dias (art. 550, § 5º, CPC).

Questão 36    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

As contas apresentadas pelo réu na ação de exigir contas deverão especificar as

receitas e as despesas pertinentes ao desempenho do encargo. Os investimentos,

todavia, só deverão ser especificados se o autor houver postulado, de forma espe-

cífica, a prestação das contas dos investimentos.

Errada.

Se houver investimentos, estes deverão ser especificados nas contas apresenta-

das pelo réu, independentemente de requerimento específico do autor na inicial

(art. 551, caput, CPC).

Questão 37    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor conti-

nuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem ven-

cendo, desde que o faça em até 15 dias contados da data do respectivo vencimento.

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Errada.

O prazo para depósito das prestações sucessivas é de 5 DIAS após o vencimento

da obrigação, na verdade (art. 541 do CPC).

Questão 38    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

Se o consignante não efetuar o depósito do valor devido no prazo de 5 dias após

decisão judicial autorizando-o, o processo será extinto sem resolução do mérito, de

imediato.

Certa.

De fato, a extinção sem resolução do mérito será medida imediata, se o consig-

nante não efetuar o depósito em tal prazo. É a regra do art. 542, parágrafo único,

do CPC.

Questão 39    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor

requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o

seu direito.

Certa.

É a regra literal do art. 547 do CPC.

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Questão 40    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Consignação em Pagamento, julgue o item subsequente:

Se o depósito efetuado pela parte consignante for insuficiente, ela poderá comple-

tá-lo no prazo de 15 dias.

Errada.

O prazo para completar o depósito insuficiente é de 10 dias, conforme o art. 545,

caput, do CPC.

Questão 41    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

cesso Civil para a Ação de Exigir Contas, julgue o item subsequente:

Se o réu não contestar o pedido de prestação de contas, o juiz poderá julgar ante-

cipadamente o mérito, condenando-o a prestar as contas em 15 dias.

Certa.

São exatamente as regras do art. 550, §§ 4º e 5º, do CPC.

Questão 42    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

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Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exi-

ge as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se

existirem.

Certa.

É a regra literal do art. 550, § 1º, do CPC.

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Questão 43    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

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Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz determinará o

prazo de 30 dias para que o réu apresente os documentos justificativos dos lança-

mentos individualmente impugnados.

Errada.

O prazo não deve ser necessariamente de 30 dias. No art. 551, § 1º, do CPC, di-

z-se que o prazo deve ser “razoável”, a ser fixado por decisão judicial. Logo, não

há número específico para ele.

Questão 44    (INÉDITA) Considerando o procedimento previsto no Código de Pro-

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A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que

possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor

promover-lhe o cumprimento, que deverá prosseguir em autos apartados.

Errada.

Na verdade, o cumprimento (execução) desse título ocorrerá nos mesmos autos da

ação de consignação em pagamento (art. 545, § 2º, CPC).

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