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Aula 04 (Prof.

Paulo H
Sousa)
Ministério Público - Como Estudar -
2022 (Curso Regular)

Autor:
Paulo H M Sousa, Rogerio de Vidal
Cunha

12 de Janeiro de 2022
Paulo H M Sousa, Rogerio de Vidal Cunha
Aula 04 (Prof. Paulo H Sousa)

Sumário

1. Considerações iniciais ................................................................. Error! Bookmark not defined.

1.1 – Apresentação..................................................................... Error! Bookmark not defined.

1.2 – Ementa da matéria ........................................................................................................... 3

2. Análise quantitativa ........................................................................................................................9

2.1 – Análise de fontes ............................................................................................................... 9

2.2 – Análise de temas ............................................................................................................. 12

3. Análise qualitativa e Parecer ......................................................................................................14

3.1 – Introdução ............................................................................................................................................ 14

3.2 – Teoria da Constituição ........................................................................................................................ 17

3.3 – Princípios fundamentais (arts. 1º a 4º da CF/88). Teoria dos direitos e garantias fundamentais
(doutrina) ....................................................................................................................................................... 18

3.4 – Direitos e deveres individuais e coletivos (artigo 5º da CF/88). Remédios Constitucionais (Lei
9.507/1997; Lei 12.016/2009; Lei 13.300/2016; Lei 4.717/1965). ................................................................ 19

3.5 – Direitos sociais (arts. 6º a 11 da CF/88). Direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13 da CF/88) .... 24

3.6 – Direitos políticos (arts. 14 a 16 da CF/88). Partidos políticos (art. 17 da CF/88)........................... 24

3.7 – Organização político-administrativa do Estado (arts. 18 a 33 da CF/88) .................................... 25

3.8 – Intervenção federal e estadual (arts. 34 a 36 da CF/88). Defesa do Estado e das instituições
democráticas (arts. 136 a 144 da CF/88) .................................................................................................. 26

3.9 – Poder Legislativo (arts. 44 a 58; 70 a 75 da CF/88) .......................................................................... 27

3.10 – Processo Legislativo (arts. 59 a 69 da CF/88) ................................................................................. 28

3.11 – Poder Executivo (arts. 76 a 91 da CF/88)........................................................................................ 29

3.12 – Poder Judiciário (arts. 92 a 126) ....................................................................................................... 30

3.13 – Funções essenciais à Justiça (arts. 127 a 135 da CF/88) .............................................................. 32

3.14 – Controle de constitucionalidade (art. 103 da CF/88; Lei 9.868/1999; Lei 9.882/1999; Lei
12.562/2011) ................................................................................................................................................... 32

3.15 – Ordem econômica e financeira (arts. 170 a 192 da CF/88)........................................................ 33

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3.16 – Tributação e orçamento (arts. 145 a 169 da CF/88)..................................................................... 34

3.17 – Ordem social (arts. 193 a 232 da CF/88) ........................................................................................ 34

4. Considerações Finais ....................................................................................................................35

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.1 – APRESENTAÇÃO

Olá, futuros colegas!

Sejam bem-vindos(as) ao COMO ESTAR PARA A MAGISTRATURA ESTADUAL. É com imensa satisfação
que damos início a esse curso tão aguardada e pedida pelos nossos alunos.

Mas como vamos passar vários dias juntos, ainda que


virtualmente, me permita falar um pouco sobre mim:

Meu nome é ROGERIO DE VIDAL CUNHA, tenho 45 anos e sou


natural da cidade do Rio Grande-RS, cidade mais antiga do
Estado. Atualmente, moro em Foz do Iguaçu/PR onde atuo como
Juiz de Direito, tendo sido aprovado no concurso de 2012 em 7º
lugar.

Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio


Grande – FURG além de especialista em direito pela Universidade
da Região da Campanha (URCAMP) onde também fui professor
do curso de graduação em direito. Sou professor de cursos
preparatórios, de graduação e de pós-graduação há muitos anos.
Falando em carreira jurídica, já fui advogado, procurador
municipal e analista judiciário: Oficial de Justiça Avaliador
Federal do quadro de servidores da Justiça Militar Federal, além de já ter sido professor em
instituições de graduação e pós-graduação em vários estados.

Enfim, são anos de dedicação em concursos e na área jurídica, federal, estadual e municipal,
sempre tentando aliar teoria e prática – e lá se vão 22 ótimos anos focados no direito! .

Conte sempre conosco!

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Além do mais, lembro que sempre estamos disponíveis, para você, aluno Estratégia, no
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno:

Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno

Falando em contato conosco, ficam nossos contatos, sempre:

@Prof Igor Maciel

t.me/profigormaciel

prof.phms@estrategiaconcursos.com.br

ProfPauloSousa

@prof.phms

@prof.phms

t.me/prof.phms

@Profrogeriocunha

t.me/profrogeriocunha

Nesta aula, analisaremos a incidência das questões de DIREITO CONSTITUCIONAL nas provas
da Ministério Público. A partir da análise geral vista na aula introdutória, como essa
matéria é cobrada nesse certame?

Inicialmente, apresentaremos os dados estatísticos levantados nas provas e, na sequência


a análise qualitativa e o parecer.

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1.2 – EMENTA DA MATÉRIA


O Direito Constitucional pode ser visto a partir da ementa-padrão abaixo. Sabemos que
toda classificação é sujeita a críticas e certamente há quem não concordará com a
divisão proposta. Essa ementa e essas divisões foram feitas a partir de uma discussão longa
e aprofundada com os professores da área durante vários meses. Não é perfeita, mas,
meramente ideal.

A divisão é didática e pensada a partir de uma estrutura maior, de análise do todo. Essa
divisão e essa classificação se harmonizam em todas as Carreiras Jurídicas, de modo a
trazer uma parametrização objetiva.

1. Teoria da Constituição (doutrina)

Origem e objeto do Direito Constitucional. Conceitos e Classificação das Constituições.


História das Constituições brasileiras. Poder Constituinte. Direito Constitucional
Intertemporal. Classificação das normas constitucionais. Métodos de Interpretação da
Constituição. Princípios de Interpretação da Constituição.

2. Princípios fundamentais (arts. 1º a 4º da CF/88). Teoria dos direitos e garantias


fundamentais (doutrina)

Princípios Fundamentais. Formas de Governo. Formas de Estado. Regimes de Governo.


Direitos e Garantias Fundamentais. Origem e classificação dos direitos e garantias
fundamentais. Distinção entre direitos fundamentais e direitos humanos. Distinção entre
direitos e garantias fundamentais. Dimensão objetiva e subjetiva. Características. Conflito
entre direitos fundamentais. Direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988.

3. Direitos e deveres individuais e coletivos (artigo 5º da CF/88). Remédios


Constitucionais (Lei 9.507/1997; Lei 12.016/2009; Lei 13.300/2016; Lei 4.717/1965).

Direito à vida. Direito à liberdade. Direito à igualdade. Direito à legalidade. Liberdade de


expressão e de manifestação do pensamento. Liberdade de crença religiosa, de
consciência e de convicção filosófica. Inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra
e imagem. Inviolabilidade da casa. Sigilos de correspondência, dados e comunicação.
Liberdade profissional. Liberdade de reunião. Liberdade de associação. Direito de
propriedade. Desapropriação e requisição administrativa. Direito de informação. Direito
de certidão. Direito de petição. Princípio da Inafastabilidade de jurisdição. Princípio da
segurança jurídica. Princípio do Juiz Natural. Júri Popular. Princípio da
legalidade/anterioridade penal. Vedação ao racismo. Crimes inafiançáveis e
imprescritíveis. Princípio da personalização das penas. Princípio da individualização das
penas. Direitos do preso. Princípio do devido processo legal. Extradição. Contraditório e
ampla defesa. Prisão Civil. Prova ilícita. Assistência jurídica gratuita. Celeridade processual.
Habeas Corpus. Habeas Data. Mandado de Segurança. Mandado de Injunção. Ação
Popular.

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4. Direitos sociais (arts. 6º a 11 da CF/88). Direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13 da


CF/88)

Direitos sociais enumerados. Direitos dos trabalhadores. Direito de greve. Sindicalização.


Nacionalidade. Nacionalidade primária e secundária. Critérios definidores de
nacionalidade. Perda da nacionalidade. Multinacionalidade. Lei 13.445/2017.

5. Direitos políticos (arts. 14 a 16 da CF/88). Partidos políticos (art. 17 da CF/88).

Sufrágio ativo e passivo. Sufrágio positivo e negativo. Plebiscito, referendo e iniciativa


popular. Inelegibilidades. Privação dos direitos políticos. Anterioridade eleitoral.

6. Organização político-administrativa do Estado (arts. 18 a 33 da CF/88).

Autonomia dos entes federativos. Da União. Dos Estados. Do Distrito Federal. Dos
Municípios. Dos Territórios. Repartição de competências.

7. Intervenção federal e estadual (arts. 34 a 36 da CF/88). Defesa do Estado e das


instituições democráticas (arts. 136 a 144 da CF/88).

Intervenção Federal e intervenção estadual. Controle político. Controle jurisdicional.


Classificação. Estado de defesa. Estado de sítio. Forças Armadas. Segurança Pública.

8. Poder Legislativo (arts. 44 a 58; 70 a 75 da CF/88).

Poder Legislativo. Funções típicas e atípicas. Composição. Órgãos. Comissão Parlamentar


de Inquérito. Reuniões. Atribuições. Estatuto dos Congressistas: imunidade e foro. Tribunais
de Contas.

9. Processo Legislativo (arts. 59 a 69 da CF/88).

Processo legislativo. Conceito e classificação. Processo Legislativo Ordinário. Processo


Legislativo Abreviado. Processo Legislativo Sumário. Emendas á Constituição. Leis
Complementares. Leis Delegadas. Medidas Provisórias. Decretos Legislativos. Resoluções.

10. Poder Executivo (arts. 76 a 91 da CF/88).

Sistemas de Governo. Presidente da República. Função típica. Eleição. Posse. Mandato.


Atribuições. Responsabilidade. Ministros de Estado. Vice-Presidente da República. Órgãos
Consultivos.

11. Poder Judiciário (arts. 92 a 126 da CF/88).

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Órgãos do Poder Judiciário. Função típica. Estatuto da Magistratura. Regra do quinto


constitucional. Garantias do Judiciário. Garantias da magistratura. Vedações.
Composição e competência dos órgãos do Poder judiciário.

12. Funções essenciais à Justiça (arts. 127 a 135 da CF/88).

Ministério Público. Princípios. Funções. Estatuto do Ministério Público. Garantias dos


membros. Vedações. Garantias do Ministério Público. Advocacia Pública. Advocacia
Privada. Defensoria Pública.

13. Controle de constitucionalidade (art. 103 da CF/88; Lei 9.868/1999; Lei 9.882/1999; Lei
12.562/2011).

Conceito e espécies de inconstitucionalidade. Histórico no Brasil. Sistemas e modelos de


controle. Vias de ação. Momentos do controle. Controle Difuso de Constitucionalidade.
Reserva de Plenário. Controle Abstrato de Constitucionalidade. Ação Direta de
inconstitucionalidade. Ação Declaratória de Constitucionalidade. Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão. Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental. Representação Interventiva. Controle de Constitucionalidade nos Estados.

14. Ordem econômica e financeira (arts. 170 a 192 da CF/88).

Meios de atuação do estado na economia. Ordem Econômica no Brasil. Fundamentos e


princípios gerais da Ordem Econômica. O Estado como agente econômico, prestador de
serviço e agente regulador. Recursos minerais e potenciais de energia hidráulica. Política
urbana. Política agrícola e fundiária. Sistema Financeiro Nacional.

15. Tributação e orçamento (arts. 145 a 169 da CF/88).

Sistema Tributário Nacional. Princípios. Limitações ao Poder de Tributar. Impostos da União.


Impostos dos Estados e do distrito Federal. Impostos dos Municípios. Repartição das receitas
tributárias. finanças Públicas. Normas Gerais. Orçamentos.

16. Ordem social (arts. 193 a 232 da CF/88).

Seguridade Social. Saúde. Previdência Social. Assistência Social. Educação. Cultura.


Desporto. Ciência, tecnologia e inovação. Comunicação social. Meio ambiente. Família,
criança, idoso, jovem e adolescente. Índios.

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2. ANÁLISE QUANTITATIVA

2.1 – ANÁLISE DE FONTES


Que tipo de fonte - doutrina, jurisprudência, lei, legislação local - mais aparece numa
prova objetiva de Direito Constitucional nos concursos da magistratura estadual? Será que
estudo a jurisprudência com bastante afinco, ou vale mais a pena rever conceitos
doutrinários? Fontes locais são importantes? Apresentamos, agora, o gráfico de incidência
das provas:

Dentro desta matéria existem 4 tipos de gráficos, os dois primeiros referem-se ao estilo de
cobrança na matéria específica (Lei, doutrina, jurisprudência ou Legislação Local), tanto
em percentuais como em valores absolutos.

Na sequência encontramos dois gráficos referentes à cobrança específica dos temas do


nosso Edital, também em percentuais e valores absolutos.

Direito Constitucional - %
Legislação Local
4%

Jurisprudência
27%

Lei
50%

Doutrina
19%

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Em números absolutos, veja como se distribuem as fontes:

Direito Constitucional - Nº de
Alternativas
800
679
700
600
500
400 364

300 262
200
100 53
0
Lei Doutrina Jurisprudência Legislação Local

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2.2 – ANÁLISE DE TEMAS


Quais são os temas que mais aparecem numa prova de Direito Constitucional magistratura
estadual? Apresentamos, agora, o gráfico de incidência dos temas, em um gráfico
percentual:

Direito Constitucional - Conteúdos - %


Controle de constitucionalidade 17%
Direitos e deveres individuais e coletivos e… 13%
Poder Judiciário 13%
Teoria da Constituição (doutrina) 12%
Poder Legislativo 8%
Organização político-administrativa do Estado 7%
Direitos políticos e Partidos políticos 6%
Ordem econômica e financeira 4%
Ordem social 4%
Poder Executivo 4%
Processo Legislativo 3%
Intervenção federal e estadual e Defesa do Estado e… 3%
Direitos sociais e Direitos de nacionalidade 2%
Tributação e orçamento 2%
Princípios fundamentais e Teoria dos direitos e… 1%
Funções essenciais à Justiça 1%
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18%

Agora, mostramos a você isso em números absolutos, para fins de comparação:

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Direito Constitucional - Conteúdos - Nº de


Alternativas
Controle de constitucionalidade 227
Direitos e deveres individuais e coletivose ecoletivos
Direitos e deveres individuais Remédios… 182
Poder Judiciário 177
Teoria da Constituição (doutrina) 168
Poder Legislativo 105
Organização político-administrativa do Estado 91
Direitos políticos e Partidos políticos 80
Ordem econômica e financeira 59
Ordem social 54
Poder Executivo 49
Processo Legislativo 42
Intervenção federal e estadual e Defesa do Estado e das… 41
Direitos sociais e Direitos de nacionalidade 32
Tributação e orçamento 24
Princípios fundamentais e Teoria dos direitos e garantias… 16
Funções essenciais à Justiça 8
0 50 100 150 200 250

Feitas essas análises estatísticas quantitativas, é chegada a hora de fazer uma análise
qualitativa e estabelecer um parecer a respeito desta disciplina na sua carreira. Vamos
lá?

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3. ANÁLISE QUALITATIVA E PARECER


Diante da análise de todas as questões cobradas, conforme o recorte anteriormente feito,
nos certames da magistratura estadual percebe-se que os temas de Direito Constitucional
foram cobrados da forma adiante exposta.

3.1 – Introdução

Sem dúvidas, o Direito Constitucional é uma das disciplinas essenciais na preparação para
concursos públicos em geral, e especialmente da magistratura.

A disciplina está presente na Res 75/09 como obrigatória para todos os ramos da
magistratura e representa isoladamente 10% da prova objetiva.

Esta matéria faz parte do “quarteto fantástico” da magistratura estadual, ao lado de


Administrativo, Processo Civil e Direito Penal, é matéria essencial para quem deseja
aprovação na primeira fase.

Na análise específica do Direito Constitucional, chama atenção a incidência de 4%


(quatro por cento) das alternativas com a cobrança de legislação local.

A cobrança de legislação local é relativamente baixa em Direito Constitucional (4%), o


que demanda um estudo mais estratégico.

Analisando as questões cobradas pelas bancas se percebe que há uma concentração


em dois tópicos, organização do Poder Judiciário e controle de constitucionalidade das
normas pelos Tribunais de Justiça, por isso recomenda-se um estudo PÓS-EDITAL nesses
itens com uma leitura da lei seca, das normas da constituição estadual referente a esses
dois temas.

Da mesma forma, digna de nota a alta incidência de questões envolvendo aspectos


doutrinários e jurisprudenciais, se compararmos com outras matérias analisadas em nosso
projeto. Juntas, doutrina e jurisprudência representam 46% (quarenta e seus sete por
cento) das questões.

É a maior incidência dessa dupla em todas as disciplinas, o que demanda uma


preparação diferenciada em direito constitucional.

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Aqui, cabe-nos uma análise específica: os aspectos doutrinários cobrados não são
aqueles presentes apenas na nota de rodapé do livro de um doutrinado específico. Ao
contrário, a cobrança baseia-se essencialmente em uma doutrina básica.

Assim, futuro colega, não caia na armadilha de querer estudar para concursos da
magistratura lendo e aprofundando doutrinadores clássicos e/ou estrangeiros.
Sinceramente, não compensa, melhor uma boa obra de doutrina ou um material em pdf
que referencie com qualidade os autores clássicos e estrangeiros que arriscar-se o seu
precioso tempo tentando compreender doutrinas complexas.

Em termos de doutrina é importante reforçar conceitos como

o Poder constituinte
o Força normativa da constituição
o Hermenêutica constitucional
o Conceito de classificação das constituições
o Eficácia dos direitos fundamentais

Da análise das questões doutrinária podemos identificar que são esses os maiores pontos
de concentração de questões na fase objetiva e também na fase discursiva. Não estou
dizendo que estes autores não são importantes. São sim! E muito! Mas, estes autores não
serão cobrados em seu concurso, em uma prova de 1ª fase na profundidade que se exige
de um estudioso da doutrina específica, a cobrança será sempre com base na Resolução
75/09 do CNJ, que veda o isso de doutrina divergente.

Mas professor, no concurso do TJAL de 2008 foi cobrada uma questão em


que cobrava expressamente Konrad Hesse,. E agora?

Veja, mesmo uma questão como essa é respondida pelos melhores doutrinadores não
demandando um conhecimento direto da obra do autor alemão, lhe bastando um
conhecimento por referência. Aliás, olhem o que o material do Estratégia Carreira Jurídica
– Regular Magistratura fala:

Força Normativa da Constituição

Konrad Hesse, adepto da concepção pós-positivista, combateu, em 1991, o pensamento


de Lassalle, ao defender que nem sempre os fatores reais de poder prevalecem sobre uma
Constituição normativa, pois admitir o contrário seria limitar o direito constitucional à
interpretação de fatos políticos, com vistas a justificar a atuação dos poderes dominantes.

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Hesse declarou a força normativa da Constituição, capaz de fixar ordem e conformação


à realidade política e social.

A Constituição normativa restringe o arbítrio desmedido de alguns e protege o Estado.


Vincula as instituições, vincula as pessoas e todos os poderes atuantes.

E mais adiante o material volta no autor:

Princípio da força normativa da constituição

O princípio da força normativa da Constituição, na lição de Konrad Hesse, assevera que


os aplicadores da Constituição, na solução dos problemas jurídico-constitucionais, devem
dar preferência àqueles pontos de vista que se ajustam historicamente ao sentido das
normas constitucionais, para lhe conferir maior eficácia.
A Constituição expressa os valores da sociedade no momento de sua criação. Dessa
forma, detém certa vontade, tal qual uma entidade viva, razão por que a interpretação
de seus dispositivos deve ser orientada por tal vontade, materializando uma solução para
o conflito jurídico que reafirma a Constituição como fonte normativa de todo
ordenamento.

O intérprete, por força do Princípio da Força Normativa da Constituição, deve dar à


Constituição a máxima aplicabilidade possível, deve garantir a sua permanência e
eficácia no ordenamento jurídico.

Para provas da magistratura estadual, em Direito Constitucional, você deve em um PRÉ


EDITAL, focar na teoria básica, jurisprudência e letra fria da Constituição Federal e demais
leis relacionadas ao Direito Constitucional (a exemplo das normas que regem a ADI e ADC
no âmbito do Supremo Tribunal Federal), sempre analisando os informativos do STF
especialmente nos tópicos relativos a:

o Controle de constitucionalidade
o Hermenêutica constitucional
o Direitos fundamentais

Já no PÓS EDITAL, além de revisar o conteúdo estudado focado, principalmente, na letra


fria da Constituição Federal, necessário também estudar as normas locais, mas como já
dito, focando em organização do Poder Judiciário local e controle de constitucionalidade
nas constituições estaduais.

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Naturalmente, todo o estudo deve ser acompanhado do máximo de questões objetivas


possíveis.

E o estudo para Provas Discursivas?

O Direito Constitucional é disciplina essencial também na cobrança de provas discursivas


para magistratura estadual, seja quanto às questões como eventualmente na sentença
cível, quando trabalhe com temas como responsabilidade civil dos Estado, mandado de
segurança ou mesmo improbidade administrativa (questão da prescrição).

Assim, é recomendável que durante o estudo de cada assunto da matéria o aluno


identifique questões passíveis de cobrança em discursivas e simule a redação destas.

O ideal é tentar resolvê-las da forma mais completa possível, para já termos material de
revisão guardado quando da realização e preparação efetiva para a fase escrita do
concurso.

Para a segunda fase reforce os estudos no tema mais exigidos em segunda fase:

 - controle de constitucionalidade : (TJPR/2014), (TJMT/2014) (FCC/TJRR/2015),


(VUNESP/TJMS/2015), (FCC/TJAL/2015), (FAURGS/TJRS/2016), (VUNESP/TJSP/2019)

Vamos analisar cada item do edital padrão criado e tentar sugerir questões discursivas,
quando possível.

3.2 – Teoria da Constituição

Eu sei que em várias disciplinas, a teoria geral acaba relegada para segundo plano nos
estudos, contudo, em direito constitucional Teoria da Constituição é matéria essencial, pois
representa 12%¨de todas as questões cobradas, o que é muita coisa, pois implica dizer
que foi cobrada 168 vezes em concursos da magistratura.

Trata-se de tema que não pode ser esquecido, é verdade. Todavia, não há necessidade
de se estudar e aprofundar este conteúdo por obras muito específicas, já que a maioria
das questões que cobraram teoria da constituição focaram em doutrina básica ou pelo
menos em doutrina estrangeira já assimilada aos nossos doutrinadores clássicos para
concursos.

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As questões se concentram em temas como:

o Conceito de constituição
o Classificação das constituições
o Evolução do constitucionalismo
o Aplicação das normas constitucionais e sua eficácia
o Hermenêutica Constitucional
o Mutação constitucional

Aqui o estudo deve focado em doutrina com o constante acompanhamento dos


informativos do Supremo Tribunal Federal já que a doutrina tende a já incorporar nas aulas
os precedentes já formados.

Procure priorizar o estudo por doutrinas que façam referência aos principais autores
internacionais, mais adotados pelo Supremo Tribunal Federal como Peter Häberle, Konrad
Hesse, Hans, Niklas Luhmann e José Joaquim Gomes Canotilho que são muito cobrados
em provas e representam referências importantes na doutrina.

3.3 – Princípios fundamentais (arts. 1º a 4º da CF/88). Teoria dos direitos e


garantias fundamentais (doutrina)

Este é tópico paradoxal, o mesmo tempo que é um dos menos cobrados em provas
objetivas (1%) é de grande incidência nas provas discursivas.

A baixa incidência não significa irrelevância, pois as questões mais relevantes de direitos
fundamentais e princípios fundamentais costumam ser cobrados não pelos termos literais
da Constituição, mas sim em seu aspecto doutrinária e jurisprudencial em tópicos de teoria
da constituição.

(TJPR-2017-CESPE) A ressignificação das Constituições provocou deslocamentos


importantes na compreensão da ordem jurídica dos Estados democráticos de direito.
Acerca do impacto dessas transformações sobre o conceito de Constituição, assinale a
opção correta.

A) Segundo a doutrina pertinente, a Constituição normativa, ou jurídica, é aquela na qual


o processo político é regido pelas normas constitucionais, independentemente das
contingências históricas.

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B) O neoconstitucionalismo importa a ampliação da eficácia irradiante dos direitos


fundamentais aos poderes públicos constituídos, porém não aos particulares, cuja
autonomia se sobrepõe àqueles direitos.

C) Em sentido sociológico, a Constituição deve ser entendida como a norma que se refere
à decisão política estruturante da organização do Estado.

D) De acordo com o conceito de Constituição-moldura, o texto constitucional deve


apenas apresentar limites para a atividade legislativa, cabendo ao Poder Judiciário avaliar
se o legislador agiu conforme o modelo configurado pela Constituição.

Letra D

Veja que em uma questão de teoria da constituição surge claramente uma alternativa
que demanda o conhecimento de teoria dos direitos fundamentais, e isso pelo fato de
que a sua incidência se dá em um plano mais doutrinário-jurisprudencial que na letra da
Constituição.

Interessante o estudo pelo Vade Mécum Estratégico aliado à resolução de questões,


questões e mais questões objetivas.

3.4 – Direitos e deveres individuais e coletivos (artigo 5º da CF/88). Remédios


Constitucionais (Lei 9.507/1997; Lei 12.016/2009; Lei 13.300/2016; Lei
4.717/1965).

Aqui estamos diante de um dos assuntos mais cobrados em concursos da magistratura


estuadal, com 13% (treze por cento) de todas as questões analisadas, em números
absolutos 183 questões.

As questões analisadas indicam que não é esse o tópico em que há maior incidência de
doutrina mas sim é o tópico onde mais se exige a literalidade das normas constitucionais,
especialmente as do art. 5º, combinando-se a literalidade com questões de jurisprudência
do do Supremo Tribunal Federal especialmente em casos emblemáticos sobre a
aplicação dos direitos fundamentais previstos no art. 5º.

A jurisprudência cobrada geralmente é aquela bem conhecida e muito bem trabalhada


pelos doutrinadores, mas sempre mantenha o seu estudo de informativos em dia. Veja
uma dessas questões:

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(TJSP- 2015VUNESP). Ao analisar decisões do Supremo Tribunal Federal na aplicação do


princípio da igualdade, por exemplo na ADPF 186/DF (sistema de cotas para ingresso nas
universidades públicas), é correto afirmar que

A) o princípio da igualdade é absoluto no que se refere à igualdade de gênero.

B) a diferença salarial entre servidores com igual função em diferentes entes públicos não
se sustenta diante do princípio da isonomia, a justificar revisão por parte do Judiciário.

C) as discriminações positivas correspondem a maior efetividade ao princípio da


igualdade.

D) a Constituição Federal não estabelece distinção entre igualdade formal e material.

Letra C

(FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto) À luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
em matéria de direitos e garantias fundamentais e aspectos correlatos,

A) o uso de células-tronco embrionárias, ainda que em pesquisas científicas para fins


terapêuticos, autorizadas em lei federal, viola o direito à vida, pela potencialidade de
formação de pessoa humana, cuja dignidade recebe proteção máxima constitucional.

B) é compatível com a Constituição Federal a interpretação segundo a qual a interrupção


da gravidez de feto anencéfalo viola o direito à vida, recaindo na esfera de proteção que
a legislação penal outorga a esse bem jurídico, vedando sua prática.

C) a obrigatoriedade de aceitação de transferência de alunos entre universidades, ainda


que instituída por lei e observada a identidade de natureza jurídica das instituições de
ensino superior envolvidas, é incompatível com a Constituição, segundo a qual o acesso
aos níveis mais elevados do ensino é assegurado segundo a capacidade de cada um.

D) admitem-se limitações ao livre exercício de atividade econômica, ainda que sob a


forma de cobrança indireta de tributos, desde que estabelecidas por lei e com vistas à
tutela de outros princípios constitucionais da ordem econômica, como a livre
concorrência e a redução das desigualdades regionais e sociais.

E) admitem-se limitações por lei ao livre exercício das profissões, sendo consideradas
legítimas quando o inadequado exercício de determinada atividade possa vir a causar
danos a terceiros e desde que obedeçam a critérios de adequação e razoabilidade.

Letra E

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Veja que a questão trabalha com um julgamento paradigmático do Supremo Tribunal


Federal e que tem reflexos práticos e aplicação até o dia de hoje (veja a questão dos
trainees da Magalu).

São esses julgamentos que você sempre deve guardar na memória.

Aliás, o artigo 5º, caput, é uma grande zona de calor no que diz respeito à incidência de
questões objetivas tendo sido objeto de cobrança nos seguinte certames: (TJ-AL
2019) (TJ-GO 2015) (TJ-MS 2015) (TJ-RJ 2016) (TJ-RS 2016), (TJ-MS 2020), (TJ-SP 2021), (TJ-GO
2021),

A cobrança dos incisos do art. 5º é bem distribuída, o que é natural dado a própria
quantidade de incisos no artigo, o que demanda uma especial atenção à sua literalidade
para fugir de pegadinhas, como esquecer a diferença entre ampla defesa (CF, art. 5º, LV)
e plenitude de defesa no júri (CF, art. 5º XXXVIII , “a”). Mas há alguns incisos que são,
digamos assim, “queridinhos” das bancas:

 - XLIII - (TJ-CE 2018) (TJ-MT 2018) (TJ-PR 2017) (TJ-SC 2015)

 - LI - (TJ-CE 2018) (TJ-MS 2015) (TJ-PA 2019) (TJ-RJ 2019)

 -LIII - (TJ-MS 2020) (TJ-PR 2017) (TJ-SE 2015) (TJ-SP 2018)

Há também uma forte preferência das bancas pelas normas relativas às chamadas ações
constitucionais (Mandado de Segurança, Habeas Data, Mandado de Injunção e Ação
Popular) que temas com alta incidência, com questões que ora variam cobrando a
literalidade do texto constitucional, mas que, em sua maioria cobram os entendimentos
jurisprudenciais sobre tais ações, suas hipótese de cabimento e, especialmente, as súmulas
sobre essas ações.

Para auxiliar no estudo desses tópicos recomendo usar o Vade Mecum Estratégico para
facilitar a tua vida. Olha quantas informações úteis sobre o Mandado de Segurança.

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder;

(TJ-MG 2018)
Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. (Súmula 695, STF)
Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente
ou de função pública. (Súmula 694, STF)
Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. (Súmula 693, STF)

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Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou
direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito. (Súmula 692,
STF)
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do
relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar. (Súmula 691, STF)
Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por
não estar mais em causa a liberdade de locomoção. (Súmula 395, STF)
O STJ não admite que o remédio constitucional seja utilizado em substituição ao recurso próprio
(apelação, agravo em execução, recurso especial), tampouco à revisão criminal, ressalvadas as
situações em que, à vista da flagrante ilegalidade do ato apontado como coator, em prejuízo da
liberdade da paciente, seja cogente a concessão, de ofício, da ordem de habeas corpus. (HC
306677/RJ, Rel. Ministro Ericson Maranho (Desembargador Convocado Do Tj/Sp), Rel. p/ Acórdão
Ministro Nefi Cordeiro,Sexta Turma, Julgado em 19/05/2015,DJE 28/05/2015)
O conhecimento do habeas corpus pressupõe prova pré-constituída do direito alegado, devendo a
parte demonstrar de maneira inequívoca a pretensão deduzida e a existência do evidente
constrangimento ilegal. (AgRg no HC 317874/GO, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, Julgado em
12/05/2015,DJE 21/05/2015)
O trancamento da ação penal pela via do habeas corpus é medida excepcional, admissível apenas
quando demonstrada a falta de justa causa (materialidade do crime e indícios de autoria), a
atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade. (RHC 055701/BA, Rel. Ministro Felix Fischer,
Quinta Turma, Julgado em 19/05/2015,DJE 27/05/2015)
O reexame da dosimetria da pena em sede de habeas corpus somente é possível quando
evidenciada flagrante ilegalidade e não demandar análise do conjunto probatório. (HC 292119/AM,
Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, Julgado em 05/05/2015,DJE 21/05/2015)
O habeas corpus é ação de rito célere e de cognição sumária, não se prestando a analisar alegações
relativas à absolvição que demandam o revolvimento de provas. (HC 119070/SP, Rel. Ministro Nefi
Cordeiro, Sexta Turma, Julgado em 12/05/2015,DJE 26/05/2015)
É incabível a impetração de habeas corpus para afastar penas acessórias de perda de cargo público
ou graduação de militar imposta em sentença penal condenatória, por não existir lesão ou ameaça
ao direito de locomoção. (AgRg no HC 096807/MS, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, Julgado
em 16/10/2014,DJE 03/11/2014)
O habeas corpus não é a via adequada para o exame aprofundado de provas a fim de averiguar a
condição econômica do devedor, a necessidade do credor e o eventual excesso do valor dos
alimentos, admitindo-se nos casos de flagrante ilegalidade da prisão civil. (RHC 048170/SP, Rel. Ministro
João Otávio De Noronha, Terceira Turma, Julgado em 28/04/2015,DJE 04/05/2015)
Não obstante o disposto no art. 142, § 2º, da CF, admite-se habeas corpus contra punições disciplinares
militares para análise da regularidade formal do procedimento administrativo ou de manifesta
teratologia. (RHC 052787/SP, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, Julgado em
18/11/2014,DJE 01/12/2014)
Não cabe habeas corpus contra decisão que denega liminar, salvo em hipóteses excepcionais,
quando demonstrada flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada, sob pena de
indevida supressão de instância, nos termos da Súmula n. 691/STF. (HC 312054/SP, Rel. Ministro Gurgel
De Faria, Quinta Turma, Julgado Em 12/05/2015,DJE 26/05/2015)
Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o julgamento dos pedidos
de habeas corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais. (RHC
030946/MG, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, Julgado em 10/12/2013,DJE 03/02/2014)
A jurisprudência do STJ admite a reiteração do pedido formulado em habeas corpus com base em
fatos ou fundamentos novos. (HC 260160/SP, Rel. Ministro Ericson Maranho (Desembargador
Convocado Do Tj/Sp), Sexta Turma, Julgado em 17/03/2015,DJE 25/03/2015)
O habeas corpus não pode ser impetrado em favor de pessoa jurídica, pois o writ tem por objetivo
salvaguardar a liberdade de locomoção. (HC 306117/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma,
Julgado em 16/04/2015,DJE 29/04/2015)

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3.5 – Direitos sociais (arts. 6º a 11 da CF/88). Direitos de nacionalidade (arts.


12 e 13 da CF/88)

Este tema também não é muito cobrado em provas da magistratura, tanto que nem
aparece no nosso gráfico pela baixa incidência, o que é até razoável já que ainda que
relevantes para a cidadania, os direitos sociais guardam mais relevância para os
concursos da área trabalhista que estadual.

Assim, sugiro o estudo baseado na letra fria da Constituição Federal e questões objetivas,
para um bom direcionamento nas provas objetivas, como é um tema de baixa incidência
recomendo que seja focado mais no estudo PÓS-EDITAL.

Por outro lado, importante aprofundar o debate acerca da efetividade e implementação


dos direitos sociais, especialmente quando provocado o Poder Judiciário. Temas como
reserva do possível, mínimo existencial e custos dos direitos são recorrentes em provas
discursivas provas de sentença e merecem atenção especial.

3.6 – Direitos políticos (arts. 14 a 16 da CF/88). Partidos políticos (art. 17 da


CF/88).

Assunto de relevância média, com 6% de incidência em provas da magistratura.

Eu considero como um tema com ótimo custo-benefício pois são 6% das questões
concentradas em apenas três artigos da Constituição, o que implica dizer que é um tema
a ser estudado e reforçado constantemente.

Há uma clara preferência pela letra fria da Constituição e algumas questões doutrinárias
mais simples como capacidade eleitoral (ativa e passiva) e condições de elegibilidade
que são conceituais e essenciais para a própria compreensão do tópico. Também se exige
um pouco de jurisprudência, mas, novamente precedentes relevantes do Supremo
Tribunal Federal sobre os direitos políticos:

(TJDFT-2015-CESPE) Considerando as interpretações doutrinárias e jurisprudenciais


conferidas às normas constitucionais referentes aos direitos políticos, assinale a opção
correta.

A) Os direitos políticos insculpidos na Constituição possuem eficácia limitada, ante a


necessidade da edição de legislação infraconstitucional para concretizá-los.

B) A dissolução da sociedade conjugal no curso do mandato eletivo de governador de


Estado implica a inelegibilidade de sua ex-cônjuge para o cargo de deputado estadual
na mesma unidade da Federação para o pleito subsequente.

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C) O governador do Distrito Federal que pretende se candidatar ao cargo de deputado


federal no pleito subsequente não precisa se desincompatibilizar do cargo que atualmente
ocupa, uma vez que tal exigência constitucional aplica-se apenas quando o novo cargo
almejado é disputado mediante eleição majoritária.

D) O cidadão naturalizado brasileiro poderá ocupar os cargos eletivos de deputado


federal e de governador do Distrito Federal, mas não poderá ser eleito senador ou vice-
presidente, diante de vedação constitucional.

E) A capacidade eleitoral passiva limita-se às restrições que estão expressamente


veiculadas na CF e a nenhum outro dispositivo legal.

Letra B – A questão demandava conhecimento da Súmula Vinculante 18, “A dissolução


da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade
prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal”.

Lembre que os elementos constitucionais dos direitos políticos também têm reflexos na
disciplina de direito eleitoral, que é presença constante em provas discursivas cobrando
questões extraídas diretamente da Constituição.

3.7 – Organização político-administrativa do Estado (arts. 18 a 33 da CF/88)

E um tema de incidência média (7%) cobrado 91 vezes em concursos da magistratura


estadual.

Mas mesmo assim é um tópico que merece um olhar atendo do futuro colega por duas
razões, são poucos artigos que concentram uma incidência relevante (7%) e a maioria
das questões exigem a literalidade do texto constitucional, o que melhora mais ainda o
benefício.

Mas há uma pedra no teu caminho futuro colega!! As questões costumam cobrar muito a
divisão das competências entre os entes federativos, que é um tema complexo, que
demanda muita atenção e estudo redobrado.

Além de tema essencial para provas objetivas, este assunto também pode ser cobrado
em provas discursivas, especialmente na atualidade da pandemia onde são vários os
conflitos federativos no combate e prevenção ao COVID-19..

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Assim, o estudo deve passar pelo estudo da doutrina básica aliado a muita letra fria da
Constituição Federal. Contudo, diferentemente de outros assuntos, aqui o conhecimento
da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é essencial.

Em tempos de COVID-19, o conhecimento da jurisprudência sobre as competências


municipais é importantíssimo.

Destaco, especialmente:

a) Competência concorrente;
b) Competência comum;
c) Definição de interesse local;
d) Limites da competência dos entes federativos (atacar bem a jurisprudência do STF);

3.8 – Intervenção federal e estadual (arts. 34 a 36 da CF/88). Defesa do Estado


e das instituições democráticas (arts. 136 a 144 da CF/88)

Trata-se de ponto com uma cobrança relativamente pequena (apenas 3% dos itens e
analisados).

Interessante destacar que a quase totalidade dos itens analisados envolviam a letra fria
da Constituição Federal, com poucas questões sobre jurisprudência:

FCC - 2021 - TJ-GO - Juiz Substituto O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


proferiu ordem judicial em demanda ajuizada por associação de servidores
públicos municipais, determinando que fossem nomeados os candidatos
aprovados em concurso público municipal, até o limite do número de vagas
previstas no edital de abertura do concurso, em vista da ausência de motivação
e da inexistência de situações excepcionais e imprevisíveis que justificassem a
recusa da Administração Pública em nomear os candidatos. Transitada em
julgado a decisão judicial e frustradas as medidas judiciais ordinárias para que
a ordem judicial fosse cumprida pelo Município, foi proposta representação
interventiva perante o Tribunal de Justiça, que deu provimento ao pedido e
requisitou ao Governador do Estado as providências cabíveis voltadas ao
cumprimento da ordem judicial. Considerando a Constituição Federal e a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a ordem judicial que determinou a
nomeação dos candidatos é

A) incompatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria,


mas o Tribunal de Justiça é competente para julgar a representação interventiva
na hipótese, cabendo ao Governador decretar a intervenção no Município,
dispensada a apreciação do decreto interventivo pela Assembleia Legislativa.

B) incompatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria,


sendo que o Tribunal de Justiça não poderia ter conhecido da representação, já

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que, no caso, a medida interventiva dependia de requisição do Supremo


Tribunal Federal.

C) compatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria,


mas a representação interventiva deveria ter sido proposta perante o Superior
Tribunal de Justiça, uma vez que a ordem judicial descumprida foi proferida pelo
Tribunal de Justiça.

D) compatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria,


mas o Tribunal de Justiça não poderia ter conhecido da representação, já que a
medida interventiva dependia de provimento de representação proposta pelo
Procurador Geral da República perante o Supremo Tribunal Federal.

E) compatível com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria,


sendo o Tribunal de Justiça competente para julgar a representação interventiva,
cabendo ao Governador, ao decretar a intervenção no Município, nomear
interventor, caso essa providência mostre-se necessária para o
restabelecimento da normalidade.

Letra E

Aqui, sem dúvidas, o estudo deve envolver uma doutrina básica / elementar (apenas pro
aluno se situar na matéria) a letra fria da Constituição Federal e os informativos sobre a
matéria.

Além disso, importante fazermos muitas questões, questões e mais questões objetivas.

Quanto ao aspecto jurisprudencial, vale a pena revisar alguns julgados, com destaque
especial para a Súmula 637 do STF:

Súmula 637 – STF - Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal
de justiça que defere pedido de Intervenção estadual em município.

3.9 – Poder Legislativo (arts. 44 a 58; 70 a 75 da CF/88)

O Poder Legislativo é um assunto com bom custo x benefício.

Trata-se de conteúdo pequeno e que possui uma cobrança em cerca de 8% (oito por
cento das questões).

Aqui, o destaque especial fica por conta dos seguintes temas:

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a) Competências do Senado e da Câmara


b) Regime jurídico do parlamentar

No estudo para a primeira fase, deve o aluno incluir a jurisprudência. Trata-se de assunto
que exige o conhecimento de julgados específicos o estatuto constitucional dos
parlamentares e o processo de impeachment.

Naturalmente, o estudo da letra fria da Constituição Federal não pode ser esquecido e
aliado à resolução de diversas questões objetivas.

3.10 – Processo Legislativo (arts. 59 a 69 da CF/88)

O processo legislativo é um de baixa incidência (3%) em concursos da magistratura


estadual, é um tema com custo x benefício médio, pois ainda que tenha baixa incidência
são poucos artigos.

Como regra as questões envolvem a letra da Constituição, mas também é interessante


acompanhar a jurisprudência predominando do Supremo Tribunal Federal, especialmente
em relação à iniciativa legislativa e o regime constitucional das medidas provisórias.

(TJPR-2019-CESPE) À luz dos dispositivos constitucionais e do entendimento jurisprudencial


acerca de processo legislativo, é correto afirmar que as leis que dispõem sobre o aumento
da remuneração de servidores em cargos públicos na esfera estadual da administração
direta é de iniciativa

A) privativa do presidente da República, sendo inconstitucional a vinculação desse


reajuste aos índices federais de correção monetária.

B) exclusiva do Congresso Nacional, devendo esse reajuste ser vinculado aos índices
federais de correção monetária.

C) privativa do governador do estado, sendo inconstitucional a vinculação desse reajuste


aos índices federais de correção monetária.

D) exclusiva da assembleia legislativa estadual, devendo esse reajuste ser vinculado aos
índices federais de correção monetária.

Letra D. A questão demandava o conhecimento da Súmula vinculante nº.42: "É


inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou
municipais a índices federais de correção monetária."

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No estudo pré edital, recomendamos atenção à doutrina básica e letra fria da


Constituição Federal, especialmente no que tange às Medidas Provisórias e seu
funcionamento.

(FGV - 2021 - TJ-PR - Juiz Substituto) O Presidente da República editou a Medida Provisória
nº XX, ampliando o período de inelegibilidade daqueles que fossem definitivamente
condenados pela prática de determinados ilícitos. Por entender que a matéria não poderia
ser disciplinada em medida provisória, o Partido Político Alfa, que contava apenas com
representação na Câmara dos Deputados, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) perante o Supremo Tribunal Federal, argumentando com a existência de vício formal
de inconstitucionalidade. No dia seguinte, a referida medida provisória foi convertida na
Lei nº ZZ, sem que fosse promovida qualquer alteração no texto original. Apesar da
conversão, o Partido Político Alfa não promoveu o aditamento da petição inicial. À luz da
sistemática constitucional, é correto afirmar que:

A) a conversão da medida provisória em lei, independentemente de aditamento, acarreta


a perda de objeto da ADI;

B) o Partido Político Alfa não tem legitimidade para deflagrar o controle concentrado de
constitucionalidade;

C) a Medida Provisória nº XX não apresentava qualquer vício formal, considerando a


matéria versada;

D) o não aditamento da petição inicial, na situação indicada, não gera prejudicialidade


superveniente;

E) o vício formal da Medida Provisória nº XX foi convalidado com a sua conversão em lei.

Letra D

3.11 – Poder Executivo (arts. 76 a 91 da CF/88)

Este assunto não possui grande custo x benefício e caiu em apenas 4% (quatro por cento)
dos itens analisados.

Não é um tema com incidência de doutrina aprofundada ou mesmo jurisprudência, assim,


sugiro apenas e tão somente a leitura dos dispositivos constitucionais elencados através
do nosso Vade Mecum estratégico aliado à resolução de muitas e muitas questões
objetivas.

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3.12 – Poder Judiciário (arts. 92 a 126)

Este tema merece uma atenção especial do futuro colega, não só pela sua alta
incidência em provas, 13% (treze por cento) mas também porque este é o seu sonho,
então vamos conhecer a casa para trabalhar melhor quando a sua hora de vestir a toga
chegar.

Aqui recomendo ao futuro colega um aprofundamento da leitura integral do PDF.

Isto porque tanto os aspectos de doutrina (ainda que básica) como a jurisprudência e a
letra fria da lei são cobrados de forma proporcional.

Além disso, apesar de pouco cobrado, o conteúdo acabará ajudando o candidato a


resolver questões de outras matérias, a exemplo da parte relacionada ao Recurso Especial
e Extraordinário constante nesta zona da Constituição Federal.

Destaque-se:

a) Competência do Supremo Tribunal Federal


b) Precatórios
c) Súmulas vinculantes e seu funcionamento (Lei 11.417/06);
d) Cláusula de reserva de plenário

Veja que a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) é tão relevante, que sozinha já foi
cobrada sete vezes, ou seja ela sozinha representa 4% de todas as questões sobre poder
judiciário.

Outros pontos de concentração de questões podem ser indicados:

- Art. 102, caput: (TJ-AC 2019) (TJ-GO 2015) (TJ-MS 2015) (TJ-RR 2015) (TJ-RS 2016)

- Art. 102, I: (TJ-AC 2019) (TJ-CE 2018) (TJ-GO 2015) (TJ-MS 2015) (TJ-PR 2017) (TJ-RO
2019) (TJ-RR 2015) (TJ-SC 2017) (TJ-SE 2015)

- Art. 103-A: (TJ-DFT 2015) (TJ-MT 2018) (TJ-RS 2016) (TJ-SC 2015)

- Art. 103-B: (TJ-RO 2019) (TJ-RS 2016) (TJ-SP 2017) (TJ-SP 2018)

- Art. 103-B, §4º : (TJ-CE 2018) (TJ-DFT 2015) (TJ-PR 2019) (TJ-RO 2019) (TJ-RS
2016) (TJ-SP 2017) (TJ-SP 2018)

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Aula 04 (Prof. Paulo H Sousa)

- Art. 105 : (TJ-DFT 2015) (TJ-GO 2015) (TJ-MS 2015) (TJ-PR 2019) (TJ-RJ 2016) (TJ-RO
2019) (TJ-RS 2016)

Vejam que questões constitucionais como o regime das garantias judiciais tem reflexo
também em outras disciplinas como processo civil e formação humanística, por isso aqui
se demanda atenção especial e uma divisão, como ocorre com as questões, de estudo
equilibrado de doutrina (ainda que básica) leitura da Constituição e estudo dos principais
julgamentos do Supremo Tribunal Federal.

Rogério, devo estudar as competências das outras justiças?

Sim e não!

Não é mistério, é estatística, as competências dos Tribunais Regionais Federais, Tribunais


Regionais do Trabalho, do Tribunal Superior do Trabalho, da Justiça do Trabalho e da
Justiça Militar tem uma baixíssima incidência, que recomenda somente um estudo
superficial com base no texto da Constituição e isso num PÓS-EDITAL.

A competência da justiça federal (CF, art. 109), justamente por sua relevância prática, e
por, no que diz respeito aos benefícios de acidente do trabalho, dispor parcialmente sobre
a competência da justiça comum, tem uma incidência interessante de questões: (TJ-
BA 2019) (TJ-MS 2015) (TJ-SC 2017), (TJ-CE 2018) (TJ-MS 2015) (TJ-RJ 2016) (TJ-SC 2017) (TJ-
AC 2019), (TJ-SE 2015).

Aqui não esqueça de revisar as súmulas:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de
telefonia, quando a Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] não seja litisconsorte passiva
necessária, assistente, nem opoente. (Súmula Vinculante 27)
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais
e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador,
inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da EC 45/2004. (Súmula Vinculante 22)
É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.
(Súmula 556, STF)
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como
assistente ou opoente. (Súmula 517, STF)

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Compete à Justiça Federal, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas entre autarquias
federais e entidades públicas locais, inclusive mandados de segurança, ressalvada a ação fiscal, nos
termos da CF de 1967, art. 119, § 3º. (Súmula 511, STF)
Compete à Justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o
Banco do Brasil S.A. (Súmula 508, STF)
Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas
de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas
ou sociedades de economia mista. (Súmula 501, STF)
É competente para a ação de acidente do trabalho a Justiça Cível comum, inclusive em segunda
instância, ainda que seja parte autarquia seguradora. (Súmula 235, STF)

A competência da Justiça Eleitoral tem uma incidência mediana, e influencia também


na compreensão do próprio direito eleitoral, por isso, recomendo o estudo dessas duas no
pré-edital.

3.13 – Funções essenciais à Justiça (arts. 127 a 135 da CF/88)

É um tema com baixíssima incidência, apenas 1% (um por cento) ou, em números
absolutos, 8 questões.

Quanto aos demais aspectos relacionados às carreiras, o estudo pode se resumir ao


estudo da Constituição Federal (letra fria da norma) aliado à resolução questões objetivas.

Aqui recomenda-se um estudo pós-edital, focando em alguns pontos que costumam ser
explorados

a) Composição do CNMP x composição do CNJ

b) estatuto constitucional do MP

No pós-edital confira alguns julgamentos importantes, como prazo de intimação do MP


para recorrer (HC 83.255) e as peculiaridades do Ministério Público de Contas (RE) 1178617,
[ADI 1.791 , ADI 3.307 dentre outros)

3.14 – Controle de constitucionalidade (art. 103 da CF/88; Lei 9.868/1999; Lei


9.882/1999; Lei 12.562/2011)

O controle de constitucionalidade é, sem qualquer sombra de dúvidas, o assunto mais


importante a ser estudado, ele sozinho representa 17% (dezessete por cento) de todas as
questões (227 em números absolutos).

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Trata-se de tema cobrado com muita incidência tanto na prova objetiva como nas
questões discursivas, aqui recomendo, de coração, ao futuro colega exaurir o estudo do
conteúdo de forma aprofundada no PDF.

Aqui não tem jeito: a doutrina básica, a jurisprudência e a letra fria das normas são de
estudo essencial.

Destaca-se, ainda, a necessidade de estudo das leis que regulam o procedimento de


controle de constitucionalidade no âmbito do Supremo Tribunal Federal e, por fim, a
necessidade de estudo aprofundado do das questões procedimentais do controle de
constitucionalidade.

Além disso, realizem muitas questões e procurem estar muito bem neste assunto, com a
leitura da essência dos principais julgamentos do Supremo Tribunal Federal, pois são
==10be0c==

cobradas muitas questões envolvendo as decisões do supremo nas questões


procedimentais, como legitimados universais e especiais, representação processual dos
governadores, desistência e intervenção de terceiros.

Sugiro, ainda, o aprofundamento de temas como:

a) Cláusula de reserva de plenário: o que é e como funciona;


b) Controle difuso x controle concentrado
c) ADI e ADC (aprofundar bem as normas federais 9.868/99 e 9.882/99);
d) ADPF e a utilização com normas municipais e normas anteriores à constituição.
e) Abstrativização do controle difuso.
f) Legitimados universais e especiais.

3.15 – Ordem econômica e financeira (arts. 170 a 192 da CF/88).

Este ponto com incidência mediana sendo cobrado somente em 4% das questões, e
apesar de representar poucos artigos, são artigos de ligação com vários outros ramos do
direito como o direito civil (usucapião), administrativo (intervenção do Estado da Ordem
Econômica) e direito tributário (imunidades), por isso uma leitura em pré-edital é
interessante.

A maioria das questões envolve a literalidade da Constituição, mas é necessária uma


leitura em doutrina básica para compreender o estágio atual de conceitos como de “livre
concorrência” e “função social da propriedade”.

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A cobrança de jurisprudência não é comum, ressalvados entendimentos sumulados,


como é o caso da súmula vinculante 49:

Súmula Vinculante 49. Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede
a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

Por isso mesmo, recomenda-se que o futuro colega resolva várias questões objetivas sobre
o tema.

Os demais artigos do tópico (artigos 170 a 181 e 184 a 192) podem ser estudados apenas
pela leitura atenta da Constituição Federal e a resolução de questões objetivas.

3.16 – Tributação e orçamento (arts. 145 a 169 da CF/88)

Este tema é analisado quando do estudo do Direito Tributário.

Exatamente por isso, na nossa análise de Direito Constitucional apenas 2% (dois por cento)
dos itens incidiram nas provas.

Desta forma, o estudo e aprofundamento deste tópico deverá ser feito quando do estudo
de Direito Tributário.

3.17 – Ordem social (arts. 193 a 232 da CF/88)

Trata-se também de tema com baixa cobrança, tendo sido cobrado em apenas 4%
(quatro por cento) das questões da magistratura estadual.

Aqui também o estudo pode se resumir à letra fria da Constituição Federal aliado à
resolução de questões objetivas.

Lembre-se que com a Emenda Constituição 103/09 tivemos a reforma da previdência,


com várias mudanças no regime previdenciário, a tendência das bancas é sempre cobrar
as novidades, por isso fique atento para as mudanças.

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Destacamos especialmente a necessidade de aprofundamento dos artigos relativos ao


Direito à Saúde e também o artigo 225 da Constituição Federal, relacionado ao Direito
Ambiental.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final desta aula! Continuaremos com o Estudo Estatístico das demais
disciplinas nas aulas respectivas. Nesta aula você pôde ver como a disciplina-tema incide
nas provas.

Quaisquer dúvidas, sugestões, críticas ou mesmo elogios, não hesite em entrar em contato
conosco. Estamos disponíveis, sempre, no Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno.

Até a próxima!

Igor Maciel

Paulo H M Sousa

Rogerio de Vidal Cunha

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