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Aula 01

TJDFT (Analista Judiciário-Sem


Especialidade) Bizu Estratégico - 2022
(Pós-Edital)

Autor:
Leonardo Mathias, Heloísa
Tondinelli, Paulo Júnior

13 de Março de 2022
Leonardo Mathias, Heloísa Tondinelli, Paulo Júnior
Aula 01

BIZU ESTRATÉGICO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJDFT
Olá, concurseiros e concurseiras. Tudo bem?

Neste material, trazemos uma seleção de Bizus da disciplina de Direito Processual Civil para o
concurso do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios – TJDFT, cargo: Analista
Judiciário.

Queremos proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade dos tópicos do conteúdo
programático que possuem as maiores chances de incidência em prova.

Lembrem-se que a finalidade dos Bizus não é abordar toda a matéria do edital, pelo contrário.
Trata-se de uma análise estatística do conteúdo mais frequente.

Ou seja: a matéria tratada nesses Bizus tem altíssima chance de estar em sua prova, portanto,
deve estar na ponta da língua. Porém, não esqueça que não serão tratados os temas-chave de
todos os pontos, então, você não pode se limitar apenas a isso!

Esperamos que esse material possa te ajudar a conquistar o cargo que almeja e ficamos à
disposição para o que pudermos auxiliar.

Siga o processo. Não pare até passar!

Heloísa Tondinelli Leonardo Mathias

@heloisatondinelli @profleomathias

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ANÁLISE ESTATÍSTICA
Realizamos análise estatística para saber quais são os assuntos mais exigidos pela banca FGV
na disciplina de Direito Processual Civil.

Os dados foram obtidos a partir das questões disponíveis no Sistema de Questões do


Estratégia com base no edital do concurso, que abrangeu os seguintes tópicos:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL: Lei nº 13.105 de 2015 (Novo Código de Processo Civil). Das Normas
Fundamentais e da Aplicação das Normas Processuais. Jurisdição e ação; Condições e elementos da ação; Partes
e procuradores; capacidade processual; deveres das partes e dos seus procuradores; deveres; responsabilidade
das partes por dano processual; despesas, honorários advocatícios e multas; da gratuidade de justiça;
procuradores; sucessão e substituição das partes e dos procuradores. Ministério Público, Advocacia Pública e
Defensoria Pública. Órgãos judiciários e auxiliares da Justiça; Competência; competência internacional;
competência interna; competência em razão do valor e da matéria; competência funcional; competência
territorial; modificações da competência; declaração de incompetência. Juiz; poderes, deveres e
responsabilidade do juiz; impedimentos e da suspeição. Auxiliares da Justiça; serventuário e oficial de justiça;
perito; depositário e administrador; intérprete; dos conciliadores e mediadores judiciais. Atos processuais; forma
dos atos processuais; atos em geral; atos da parte; atos do juiz; atos do escrivão ou do chefe de secretaria. Tempo
e lugar dos atos processuais; tempo; lugar; prazos; disposições gerais; verificação dos prazos e das penalidades;
comunicações dos atos; disposições. gerais; cartas; citações; intimações; nulidades; outros atos processuais;
distribuição e registro; valor da causa. A tutela provisória; da tutela de urgência e de evidência; Formação,
suspensão e extinção do processo; formação do processo; suspensão do processo; extinção do processo.
Processo e procedimento. Disposições gerais; Procedimento comum; petição inicial; requisitos da petição inicial;
pedido; indeferimento da petição inicial. Da audiência de conciliação e mediação; Resposta do réu; disposições
gerais; contestação; incompetência; impedimento e suspeição; reconvenção. Revelia; providências preliminares;
efeito da revelia; declaração incidente; fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do pedido; alegações do
réu. Julgamento conforme o estado do processo; extinção do processo; julgamento; Provas; disposições gerais;
depoimento pessoal; confissão; exibição de documento ou coisa; prova documental; força probante dos
documentos; arguição de falsidade; produção da prova documental; prova testemunhal; admissibilidade e valor
da prova testemunhal; produção da prova testemunhal; prova pericial; inspeção judicial. Audiência; disposições
gerais; conciliação; instrução e julgamento. Sentença e coisa julgada; requisitos e efeitos da sentença; coisa
julgada; liquidação de sentença; cumprimento da sentença. Recursos; disposições gerais; apelação; agravo de
instrumento; agravo interno; embargos de declaração; recursos para o Supremo Tribunal Federal e o Superior
Tribunal de Justiça; recursos ordinários; recurso extraordinário e recurso especial. Ordem dos processos no
tribunal. Precedentes judiciais; súmulas vinculantes; do incidente de assunção de competência; do incidente de
resolução de demandas repetitivas; da reclamação; da ação rescisória; Processo de execução; execução em geral;
partes; competência; requisitos necessários para realizar qualquer execução; inadimplemento do devedor; título
executivo; responsabilidade patrimonial; diversas espécies de execução; disposições gerais; execução para a
entrega da coisa; entrega de coisa certa; entrega de coisa incerta; execução das obrigações de fazer e de não
fazer; obrigação de fazer; obrigação de não fazer; disposições comuns às seções precedentes; execução por
quantia certa contra devedor solvente; penhora; avaliação e da expropriação de bens; disposições gerais; citação
do devedor e da indicação de bens; penhora e do depósito; penhora de créditos e de outros direitos patrimoniais;
penhora; depósito e avaliação; adjudicação; alienação por iniciativa particular; alienação em hasta pública;
pagamento ao credor; disposições gerais; entrega do dinheiro; adjudicação de imóvel; usufruto de móvel ou
imóvel; execução contra a fazenda pública; execução de prestação alimentícia. Embargos do devedor;
disposições gerais; embargos à execução contra a Fazenda Pública; embargos à execução; embargos na

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execução por carta. Execução por quantia certa contra devedor insolvente; insolvência; insolvência requerida
pelo credor; insolvência requerida pelo devedor ou pelo seu espólio; declaração judicial de insolvência;
atribuições do administrador; verificação e classificação dos créditos; saldo devedor; extinção das obrigações;
disposições gerais. Remição. Suspensão e extinção do processo de execução; suspensão; extinção.

Direito Processual Civil – FGV


(Foram encontradas 581 questões)
Assunto Quantidade de questões % de cobrança

Atos Processuais 81 13,99%

Recursos 81 13,99%

Jurisdição e Ação 45 7,77%

Partes, Procuradores, Capacidade 39 6,74%

Sentença e Coisa Julgada 38 6,56%

Competência 30 5,18%

Tutela Provisória 28 4,84%

Processo de Execução 24 4,15%

Formação, extinção e suspensão do processo 23 3,97%

Sujeitos 22 3,80%

Do Juiz e dos Auxiliares 22 3,80%

Controle Judicial dos Atos 21 3,63%

Pressupostos Processuais. 21 3,63%

Preclusão 20 3,45%

Provas 19 3,28%

Normas Fundamentais 18 3,11%

Da audiência de instrução e julgamento 17 2,94%

Ministério Público, Advocacia Pública e Defensoria 12 2,07%

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Lei 11.419/2006 10 1,73%

Mandado de Segurança 8 1,38%

Ação Rescisória 2 0,84%

Ordem dos Processos no Tribunal 0 0,00%


Seguem abaixo os cadernos de questões compatíveis com cada Bizu que será tratado neste
material. Foram selecionados os temas com maior incidência (em vermelho), mas não se
esqueça que há outros importantes que devem ser revisados.

Por fim, é essencial a resolução das questões para a melhor fixação.

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Direito Processual Civil


Assunto Bizus Caderno de Questões
Jurisdição e Ação 1 a 17 http://questo.es/70rotx
Atos Processuais 18 a 24 http://questo.es/vcwg3t
Recursos 25 a 29 http://questo.es/pq3gl4

Vamos à matéria. Bons estudos!

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JURISDIÇÃO E AÇÃO

1) CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

 Jurisdição é a função atribuída a um terceiro imparcial, para que, mediante um processo,


reconheça, proteja e efetive relações jurídicas, insuscetível de controle externo e com
aptidão para coisa julgada.
 Art. 16 do CPC: A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o
território nacional, conforme as disposições deste Código.
 A jurisdição é poder, função e atividade.

PODER FUNÇÃO ATIVIDADE

Prerrogativa do Estado de Atribuição conferida pela Conjunto de atos que são


interferir na esfera jurídica Constituição ao Poder praticados por aqueles que
das pessoas. Judiciário para o exercício detém a prerrogativa de
do poder jurisdicional. exercer a jurisdição.

 A função jurisdicional só atua diante do caso concreto de conflito de interesse, ou seja,


diante da LIDE ou do LITÍGIO. Sem litígio não há interesse em instaurar uma relação
processual. Quando há pretensão resistida de um indivíduo em relação ao interesse do
outro, há então uma lide/litígio.

Características da Jurisdição

Solução dada por terceiro imparcial, em substituição a vontade das partes e colocando
fim ao litígio. O terceiro pode ser o magistrado ou, por exemplo, os tribunais
administrativos e pelos árbitros.

Atuação no caso concreto existente na sociedade, embora não seja necessária a existência
de um conflito, como ocorre, por exemplo, nos casos de retificação do registro civil.

Ausência de controle externo, uma vez que o controle se dá dentro do próprio processo,
por intermédio dos recursos. No caso da função atípica, o Poder Executivo terá controle
pelo Legislativo e o Poder Legislativo terá controle pelos Tribunais de Contas.

Atividade criativa do julgador que interpreta o ordenamento jurídico para dele extrair uma
decisão para o caso concreto. Importante observar que o NPCP privilegiou o sistema de
precedentes, de modo que uma norma geral extraída de um caso concreto se torna
precedente para o julgamento de casos análogos.

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Coisa julgada é um atributo da jurisdição que impede que as decisões judiciais sejam
modificadas, exceto quando couber ação rescisória.

2) PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

 Princípio da investidura: a jurisdição somente pode ser exercida por quem estiver
legitimamente investido na função (no caso o juiz, que se torna habilitado mediante
concurso ou quinto constitucional).
 Princípio da territorialidade: a jurisdição somente ser exercida dentro da circunscrição
territorial a que o Brasil exerce soberania.
 Princípio da indelegabilidade: manifesta-se sob duas perspectivas:

 pela externa, o Poder Judiciário não poderá outorgar a sua competência a outros
poderes;
 pela interna, tem-se que a jurisdição é fixada por intermédio de um conjunto de
normas gerais, abstratas e impessoais.
 Exceções:

 carta de ordem;
 execução dos julgados do STJ pelo juiz de primeira instância.

 Princípio da inevitabilidade: manifesta-se peal vinculação das partes ao processo judicial e


pelo estado de sujeição à decisão do juiz.
 Princípio da inafastabilidade: entende-se que a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça de lesão.

 O princípio da inafastabilidade inclui não apenas o acesso ao Poder Judiciário, mas a


uma ordem jurídica justa, com acesso facilitado ao processo (se necessário com
assistência jurídica, por exemplo), com ampla participação, com decisão justa e eficaz.

 Princípio do juiz natural: compreende-se a vedação à criação de tribunais de exceção e a


impossibilidade de ser julgado a não ser pela autoridade competente.
 Atenção! Não confunda os princípios da jurisdição com suas características:

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Princípios da Jurisdição Características da Jurisdição


Princípio da investidura Substitutividade
Princípio da aderência ao território Exclusividade
Princípio da indelegabilidade Imparcialidade
Princípio da inevitabilidade Monopólio do Estado
Princípio da inafastabilidade ou
Inércia
indeclinabilidade

Princípio do juiz natural Unidade

Princípio da inércia
3) ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO

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4) JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

 Há grande discussão a respeito da natureza jurídica da jurisdição voluntária. A jurisdição


contenciosa constitui a regra da atuação jurisdicional. A jurisdição voluntária envolve ações
constitutivas necessárias.
 Embora não haja caráter substitutivo na jurisdição voluntária, entende-se que essa
característica não é imprescindível.
 Embora não haja violação ao direito no caso concreto, compreende-se que isso é apenas
um dos escopos da jurisdição.
 A pretensão resistida (lide) na jurisdição voluntária não se dá em face da parte contrária,
mas na impossibilidade de gozo do bem da vida enquanto não houver decisão judicial.
 Na jurisdição voluntária não há, excepcionalmente, o contraditório. Contudo, mesmo assim
continua a existir o procedimento, caracterizado pela sucessão de atos processuais.
 A coisa julgada na jurisdição voluntária segue mesmos parâmetros da jurisdição
contenciosa, uma vez que são respeitados os efeitos jurídicos já produzidos.

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5) EQUIVALENTES JURISDICIONAIS

 A jurisdição não é a única forma de solução de conflitos, havendo outros meios


alternativos.

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6) AUTOTUTELA

 A autotutela envolve solução do conflito pelo uso da força.


 Trata-se de hipótese excepcional, pois impõe o sacrifício integral à posição da outra parte
pelo uso da força.
 Admitida apenas quando previsto em lei a exemplo da retenção de bagagem de pessoa
hospedada em hotel para fazer frente às despesas não pagas.
 Renúncia e submissão constituem formas de resolver o conflito por intermédio da
transação, mediante sacrifício integral por uma das partes.

 Na renúncia, uma das partes abdica do seu interesse para pôr fim ao conflito;
 Na submissão, uma das partes se submete à pretensão da outra com o intuito de
resolver o conflito (conhecida como reconhecimento jurídico do pedido se ocorrer
dentro do processo).

7) CONCILIAÇÃO

 A conciliação é técnica de transação pela manifestação bilateral das partes, com o


sacrifício parcial de interesses de ambos os conflitantes.
 Há redução de pretensão.
 Em regra, há vínculo prévio entre as partes antes do conflito.
 O conciliador poderá sugerir acordos.

8) MEDIAÇÃO

 A mediação é técnica de transação pela manifestação bilateral das partes sem sacrifício
de interesses, mas apenas com a eliminação de obstáculos para o conhecimento da real
pretensão das partes.
 Não há redução de pretensão.
 Na mediação há vínculo prévio entre as partes antes do conflito.
 O mediador trabalhará as causas do conflito e não apenas a resolução, de modo que não
irá sugerir soluções.
 A mediação e a conciliação são informadas pelos seguintes princípios:

1) princípio da independência: o conciliador e o mediador não podem sofrer pressões


internas ou externas para o exercício das suas funções.

2) princípio da imparcialidade: o conciliador e o mediador não podem ter interesse na


solução do conflito.

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3) princípio da autonomia da vontade: respeita-se a vontade das partes, uma vez que se
trata de solução consensual.

4) princípio da confidencialidade: o que ocorrer na sessão de conciliação constará da ata


somente o quanto quiserem as partes.

5) princípio da oralidade;

6) princípio da informalidade: não há estrutura rígida nas sessões de conciliações e


mediações.

7) princípio da decisão informada: cabe ao mediador e ao conciliador manter as partes


plenamente informadas dos seus direitos e do contexto fático no qual estão inseridas.

9) ARBITRAGEM

 A arbitragem constitui atividade jurisdicional privada (ou não estatal), cuja decisão é
imposta por um árbitro.
 A arbitragem é legitimidade pela autonomia das partes.
 A sentença arbitral é título executivo judicial, tornando-se imutável e indiscutível (inclusive
perante o Poder Judiciário), exceto quando houver vícios formais.

10) ARBITRAGEM

 Os tribunais administrativos envolvem procedimento processual administrativo


caracterizado pelo contraditório.

11) LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

 Art. 23 do CPC: Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer


outra:

I - Conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

II - Em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular


e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;

III - Em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de


bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.

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12) JURISDIÇÃO INTERNACIONAL CONCORRENTE

 Admite-se a atuação da jurisdição brasileira e da jurisdição estrangeira.


 Para a produção de efeitos da sentença estrangeira é necessária a homologação prévia
perante o STJ.
 Após a homologação, a sentença será executada pela Justiça Federal.
 Casos:

 Quando o réu estiver domiciliado no Brasil (Art. 21, inciso I)


 Quando a obrigação precisar ser cumprida no Brasil (Art. 21, inciso II)
 Quando o fato em discussão tiver sido praticado no Brasil (Art. 21, inciso III)
 Nas ações de alimentos que envolvem credores domiciliados no Brasil, ou que tenha
residência no Brasil, ou que tenha vínculo com o Brasil (posse, propriedade, rendas, entre
outros). (Art. 22, inciso I)
 Ações decorrentes de relação de consumo quando o consumidor tiver domicílio ou
residência no Brasil (Art. 22, inciso II).
 Para todos os casos em que as partes se submetam à jurisdição nacional (Art. 23, inciso
III).

13) COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

 A cooperação internacional para a prática de atos processuais envolve a carta rogatória e


o auxílio direto. A diferença entre os dois está no conteúdo decisório do ato praticado.
 A carta rogatória é compreendia como um mecanismo de cooperação internacional e
pode ser utilizada tanto a prática de atos de comunicação como de conteúdo decisório.
Esses atos de conteúdo decisório exigem prévia homologação perante o STJ (para
sentenças) ou concessão de exequatur (para decisões interlocutórias), para que possam
produzir efeitos no Brasil.
 O auxílio direto, de acordo com a doutrina16, “constitui técnica de cooperação
internacional que torna dispensável a expedição de carta rogatória para viabilizar não só
a comunicação, mas também a tomada de providência solicitadas entre Estados”
 O auxílio direto pode ser ativo ou passivo.

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 Art. 28 do CPC: Cabe auxílio direto quando a medida NÃO decorrer diretamente de
decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no
Brasil.
 Art. 29 do CPC: A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro
interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade
e a clareza do pedido.
 Art. 30 do CPC: Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio
direto terá os seguintes objetos:

I - Obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos


administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;

II - Colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no


estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;

III - Qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

 Art. 31 do CPC: A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas


congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação
e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro,
respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
 Art. 32 do CPC: No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei
brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as
providências necessárias para seu cumprimento.
 Art. 33 do CPC: Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o
encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada.

 O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade


central.

 Art. 34 do CPC: Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida
apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade
jurisdicional.

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14) CONCEITO E TEORIAS DA AÇÃO

 A ação é o instrumento para provocar a jurisdição estatal.


 Para explicar a natureza jurídica do direito de ação, existem teorias:
 Para a teoria imanentista, a ação constitui o direito material em movimento. Assim, o
direito de ação é exercido contra o adversário e constitui mero procedimento.
 A partir da polêmica entre Windscheid e Müther concluiu-se que o direito de ação será
exercício contra o Estado (tem natureza pública), de modo que devemos distinguir direito
material de direito de ação.
 Pela teoria concreta da ação, a ação é direito exercício contra o Estado (para se obter uma
tutela favorável) e contra o adversário (para obtenção do direito material).

 O direito de ação está condicionado à existência do direito material.


 O direito de ação é considerado direito potestativo.

 Pela teoria abstrata do direito de ação, compreende-se a ação como o direito de obter
pronunciamento estatal (favorável ou não).

 Não se fala em condicionamentos para o exercício do direito de ação.

 Segundo a teoria eclética do direito de ação, dominante na doutrina, direito material e


direito de ação são distintos, mas o exercício deste requerer a demonstração de algumas
condições (interesse e legitimidade).

 Essas condições da ação constitui um lastro de plausibilidade para a demanda ajuizada.


 Não verificadas as condições da ação, há decisão terminativa com coisa julgada apenas
formal.
 O direito de peticionar é incondicionado, mas o direito a obter um pronunciamento de
mérito fica condicionado ao preenchimento das condições da ação.

 A teoria da asserção trata de fixar momentos para a verificação das condições da ação.
Assim:

 Se analisadas em cognição sumária (com o ajuizamento da ação), caso ausentes


implicará em sentença terminativa (carência da ação).
 Se analisadas em cognição aprofundada (na sentença), caso ausentes resultará em
sentença definitiva (rejeição do pedido).

 Atenção! Embora o CPC de 2015 não traga menções, entende-se majoritariamente que
adotamos a teoria eclética, combinada com a teoria da asserção.

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15) INTERESSE E LEGITIMIDADE

 Art. 17do CPC: Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
 Interesse e legitimidade são condições para o ajuizamento de ação.
 Interesse refere-se à necessidade e utilidade da tutela jurisdicional pedida pelo
demandante. Mostra-se o interesse a partir da necessidade e adequação:
 O processo será necessário toda vez que o autor não tiver outro meio para obter o bem da
vida pretendido, a não ser por intermédio do Poder Judiciário.
 O processo será adequado se, em razão dos pedidos deduzidos, o processo for apto a
resolver o conflito de interesses.
 O interesse pode ser limitar à declaração de existência, de inexistência, do modo de ser
de uma relação jurídica ou da autenticidade ou falsidade de um documento.
 A parte tem interesse em obter uma sentença meramente declaratória, mesmo que tenha
havido violação ao direito.
 A legitimidade refere-se à pertinência subjetiva da ação, ou seja, refere-se à titularidade
para promover ativa ou passivamente a ação.
 Em regra, quem titulariza ação é também titular da relação jurídica de direito material que
se discute em juízo (legitimação ordinária). Contudo, existem hipóteses de legitimação
extraordinária, segundo a qual, a parte pleiteia direito alheio em nome próprio, desde que
autorizado pelo ordenamento jurídico (legitimação extraordinária ou substituição
processual).

16) ELEMENTOS DA AÇÃO

 Uma ação contém três elementos: partes, pedido e causa de pedir.


 As partes são os sujeitos da relação jurídica processual.
 A causa de pedir traz o fundamento do pedido, pela comprovação dos fatos e
argumentação dos fundamentos jurídicos.

 O fundamento jurídico não é o fundamento legal, mas o direito propriamente que se


afirma ter em juízo.
 Distingue-se a causa de pedir em:

a) remota (ou fática), que inclui os fatos; e

b) próxima (ou jurídica), que inclui o fundamento jurídico do pedido.

 Pela teoria da substanciação exige que fatos e fundamento jurídico do pedido como
causa de pedir.
 Distancia-se, portanto, o CPC da teoria da individuação, segundo a qual, bastaria o
fundamento jurídico do pedido para a formação da causa de pedir.

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 O pedido é o objeto da ação, consiste na pretensão do autor que é levada ao Estado-Juiz,


que irá prestar a tutela jurisdicional sobre essa pretensão.

 Distingue-se em pedido imediato (aspecto processual) que representa a espécie de


tutela pretendida; e pedido mediato (aspecto material) que representa o bem da vida.

17) ESPÉCIE DE AÇÃO

 Classificam-se as ações:

 Segundo a natureza da relação jurídica:

 ação real
 ação pessoal

 Segundo o objeto do pedido mediato em:

 ação mobiliária
 ação imobiliária

 Segundo o tipo de tutela jurisdicional em:

 ação de conhecimento
 ação de execução
 ação cautelar

 Segundo a espécie de conhecimento em:

 ação condenatória
 ação constitutiva
 ação declaratória
 ação executiva em sentido amplo (só se inclui na teoria quinária)
 ação mandamental (só se inclui na teoria quinária)

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ATOS PROCESSUAIS

18) FORMA DOS ATOS

Atos processuais são, EM REGRA, públicos.

o No caso das exceções: acessam-se os autos apenas as partes e os respectivos


procuradores. O terceiro juridicamente interessado terá acesso apenas ao
dispositivo da sentença e, se for o caso, do inventário e da partilha.
 Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
 Falha operacional do serviço eletrônico no dia cabal do prazo processual acarreta a
consideração de tempestividade do ato praticado no primeiro dia útil subsequente.
 Não se exige homologação dos atos das partes para que produzam efeitos jurídico
processuais, com exceção da desistência da ação.
 É VEDADO lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará
riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo.
 É LÍCITO usar: taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo em qualquer juízo ou
tribunal.

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19) TEMPOS DO ATOS

 Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6h às 20h.


 Caso não seja possível concluir o ato processual até as 20 horas, ele deverá ser
continuado em outro dia útil, dentro do horário previsto.
 Serão concluídos APÓS as 20h os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar
a diligência ou causar grave dano.

 FÉRIAS FORENSES: em regra, suspende o prazo. Não há suspensão excepcionalmente


nos casos de jurisdição voluntária, de atos necessários à conservação de direitos quando
causar prejuízos em face do adiamento, de ação de alimentos, e processos de
nomeação ou de remoção de tutor e curador e quando a lei prever.
 FERIADOS: dias declarados em lei, sábados, domingos e dias sem expediente forense.

20) LUGAR DOS ATOS

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21) COMUNICAÇÃO E PRAZOS

 CITAÇÃO é o ato pelo qual são convocados o réu/ executado/interessado para integrar
a relação processual.
 Pressuposto de validade do processo, RESSALVADAS as hipóteses de indeferimento
da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
 O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da
citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de
embargos à execução.
 Despacho que determina a citação: interrompe a prescrição.

 Indeferimento da petição inicial ou improcedência liminar do pedido: não haverá


citação /o réu apenas será intimado para que tome ciência dos atos praticados no
processo/ se o autor apelar, teremos a citação para apresentação das contrarrazões.
 FORMAS DE CITAÇÃO:

 Prazo de resposta do réu inicia-se da juntada aos autos do aviso de recebimento da


citação (A.R.)
 Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a
entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de
correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por
escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.

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 A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código
ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.
 Citação por HORA CERTA: quando, POR DUAS VEZES, o oficial de justiça houver
procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo
suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer
vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
designar. A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o
vizinho que houver sido intimado esteja ausente.
 O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado
curador especial se houver revelia.
 Não cabe citação pelos Correios: às ações de estados, demandas contra incapaz, contra
pessoa de direito público, quando o demandado residir em local não atendido pelos
Correios e quando o autor requerer motivadamente a utilização de outra forma.
 NÃO se fará a citação, SALVO para evitar
e o perecimento do direito, de:
o Quem estiver participando de ato de culto religioso ;
o Cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou na linha colateral em 2ºgrau, no dia do falecimento e nos
7 dias seguintes;
o Noivos, nos 3 primeiros dias seguintes ao casamento ;
o Doente, enquanto grave o seu estado.

Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz
ou está impossibilitado de recebê-la.

§ 1º O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência.

§ 2º Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de
5 (cinco) dias.

§ 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2º se pessoa da família apresentar


declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.

§ 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando,


quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à
causa.

§ 5º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses
do citando.

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Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá:

I - os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residências;

II - a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem


como a menção do prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para embargar a
execução;

III - a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver;

IV - se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advogado


ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do
dia, da hora e do lugar do comparecimento;

1 ou da decisão que deferir tutela provisória;


V - a cópia da petição inicial, do despacho

VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o subscreve


por ordem do juiz.

Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o encontrar, citá-lo:

I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;

II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;

III - obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a apôs no mandado.

Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma
região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações,
intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.

 INTIMAÇÃO é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do
processo, de forma direta ou indireta.
 Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda
que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou
definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da
juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo
endereço.
 A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio
eletrônico ou pelo correio.

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 PRAZOS:
 Quando a lei ou o juiz NÃO determinar prazo, as intimações somente obrigarão a
comparecimento após decorridas 48 HORAS.
 Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, SERÁ DE 5 DIAS o prazo para
a prática de ato processual a cargo da parte.
 Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
 Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
SOMENTE OS DIAS ÚTEIS.

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 Na hipótese de existir mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar leva
em consideração o último a ser citado quando o prazo for diferente.
 A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde
que o faça de maneira expressa.

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 Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo a data de


juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial
de justiça;

22) NULIDADES

 Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta
NÃO pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
 Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado
de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
 Seguem-se os Princípios da Instrumentalidade das Formas e do Aproveitamento dos
Atos.
 O ato NÃO será repetido NEM sua falta será suprida quando NÃO prejudicar a parte.
 As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições
legais.
 As nulidades devem ser alegadas sempre na 1ª oportunidade que a parte tiver. Exceto:
nulidades declaradas de ofício e impedimento da parte em alegar em tempo oportuno.
 São nulos os atos praticados posteriormente à intimação do Ministério Público quando,
em razão da qualidade de fiscal da ordem jurídica, o parquet não foi intimado. Para
tanto, ele será intimado para informar se houve prejuízo que enseje a nulidade.

23) DISTRIBUIÇÃO E VALOR DA CAUSA

 Distribuição por Dependência: hipóteses de a) conexão ou continência; b) extinção


anterior sem julgamento do mérito, quando houver reiteração do pedido; e c) risco de
que haja decisões conflitantes ou contraditórias se decididas de forma separada, ainda
que não haja conexão entre essas duas ações.
 Cancelamento da Distribuição: após intimação, o procurador da parte NÃO
realizar o pagamento de custas e despesas no prazo de 15 dias.
 A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível.

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24) ARTIGOS ALTERADOS PELA LEI 14.195/ 2021

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RECURSOS

25) TEORIA GERAL DOS RECURSOS

 Princípio da Fungibilidade Recursal: admite-se o recebimento de um recurso em lugar

do outro quando ocorrer equívoco da parte, em razão da previsão do princípio da

instrumentalidade das formas.

 Legitimidade recursal do Amicus Curiae: regra é que não pode interpor recurso.

Exceções: embargos de declaração e recurso contra decisão em IRDR.

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 Efeitos Recursais: devolutivo (todos), suspensivo, translativo, expansivo, obstativo e

substitutivo.

 Terceiros Prejudicados que podem recorrer:

 A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão NÃO poderá recorrer.

 É possível recorrer apenas de atos decisórios, sentenças ou decisões interlocutórias.

 NÃO É POSSÍVEL RECORRER DE DESPACHOS!

 Prazos recursais são, em regra, de 15 DIAS. Exceção: embargos de declaração: 5 DIAS.

 Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos

outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

 Preparo: taxa referente aos gastos que o Estado tem para fazer frente a recurso

interposto. São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público

e pelas entidades da Administração Pública Direta/respectivas autarquias e pelas partes

beneficiadas pela gratuidade judiciária.

26) APELAÇÃO

 Conceito: o recurso que se interpõe das sentenças dos juízes de primeiro grau de

jurisdição para levar a causa ao reexame dos tribunais de segundo grau, visando à

obtenção de uma reforma total ou parcial da decisão impugnada, ou mesmo a sua

invalidação.

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 Cabimento: de sentença; de decisões interlocutórias das quais não cabe agravo de

instrumento.

 Juízo de Retratabilidade:

o Indeferimento de inicial

o Improcedência liminar do pedido

o Sentenças terminativas

o Admite interposição na forma adesiva

 Efeito suspensivo: regra

o Exceções:

 Homologação de divisão ou demarcação de terras

 Condenação em alimentos

 Extinção do processo sem resolução de mérito

 Improcedência dos embargos

 Procedência de pedido de instituição de arbitragem

 Confirmação, concessão ou revogação de tutela provisória

 Decreto de interdição

27) AGRAVO DE INSTRUMENTO

 Conceito: adequado para atacar decisões interlocutórias.

 Hipóteses de Cabimento (rol taxativo):

o Tutelas provisórias

o Mérito do processo, que não põe fim ao processo

o Rejeição da alegação de convenção de arbitragem

o Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ)

o Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento de sua

revogação.

o Exibição ou posse de documento ou coisa

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o Exclusão de litisconsorte

o Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio

o Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros

o Concessão/modificação/revogação do efeito suspensivo aos embargos à

execução

o Redistribuição do ônus da prova

o Decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de

cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de

inventário.

o Outros casos expressamente referidos em lei.

 Interposição diretamente no Tribunal, com obrigatoriedade de informar o juízo da

origem.

28) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

 Conceito: esclarecer/integrar/corrigir/completar a decisão prolatada.

 Não tem por finalidade cassar ou reformar a decisão proferida.

 Cabimento: sentenças e decisões interlocutórias, para:

o Esclarecer obscuridade

o Corrigir erro material

o Eliminar contradição.

o Suprir omissão.

 Considera-se OMISSA decisão que:

o Deixar de se manifestar em relação a teses trazidas por uma das partes em

julgados de casos repetitivos ou de incidentes de assunção de competência.

o Apenas indicar, reproduzir ou parafrasear o ato normativo sem relacioná-lo

com as questões a serem decididas.

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o Empregar conceitos jurídicos indeterminados sem explicar a incidência no

caso concreto.

o Invocar motivos genéricos, que possam justificar qualquer outra decisão no

processo.

o Não enfrentar todos os argumentos apresentados pelas partes capazes de

contrariar a tese adotada pelo julgador.

o Apenas fizer referência a determinado precedente ou súmula, sem

demonstrar que o caso concreto se amolda aos fundamentos do julgado ou

súmula.

o Deixar de seguir súmula, jurisprudência ou precedentes invocados pela parte

sem demonstrar a inaplicabilidade ao caso concreto ou a superação do

entendimento anteriormente adotado.

 Interrupção do prazo: oposto o recurso de embargos de declaração, o prazo para

interposição de outros recursos é interrompido e, após o julgamento, o prazo será

integralmente devolvido à parte para apresentação do recurso

 Embargos de declaração atípicos (modificativos ou com efeitos infringentes):

o Ao efetuar o esclarecimento, a complementação ou a correção de erro

material em sede de embargos de declaração, há a possibilidade de que

decorra alguma alteração no bojo daquilo que foi decidido, hipótese

excepcional em que os embargos terão efeitos infringentes.

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o Contraditório: necessidade de intimar o embargado para complementar as

razões (no prazo de 15 dias) e a parte contrária para se manifestar (prazo de

5 dias).

29) RECURSO ORDINÁRIO, RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO

 RECURSOS EXTRAORDINÁRIO (RExt) e ESPECIAL (REsp) são espécies recursais que

não estão voltadas para o reexame de matéria já decidida no contexto interpartes.

Não se colocam para analisar a justiça da decisão de segundo grau. Voltados para

tutelar o sistema, o direito objetivo, não diretamente o direito das partes.

 Competência para julgar> RECURSO EXTRAORDINÁRIO: STF // RECURSO ESPECIAL:

STJ.

 CABIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO - em face de decisão que:

o contrariar dispositivo da CF;

o declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

o julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF;

o julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

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 CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL - em face de decisão que:

o contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

o julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

o der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro

tribunal.

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Ficamos por aqui.

Esperamos que tenha gostado do nosso Bizu!

Bons estudos!

Heloísa Tondinelli Leonardo Mathias

@heloisatondinelli @profleomathias

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