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Aula 06

Bizu Estratégico p/ PC-BA (Delegado)

Autor:
Coordenação, Diogo Times Alves,
Evandro Oliveira, Kauê Salvaterra,
Marcela Neves Suonski, Jakelline
Costa Barros dos Santos, Waleska
Alvarenga, Willian Henrique
Daronch, Danielle Pereira
Gonzalez da Silva, Bruna Caroline
Biruel Caracho, Heloísa Tondinelli,
Franco Gomes Reginato, Maria
Clara de Lima Leal, Arthur Fontes
da Silva Jr, Leonardo Mathias
Aula 06

28 de Janeiro de 2021

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Coordenação, Diogo Times Alves, Evandro Oliveira, Kauê Salvaterra, Marcela Neves Suonski, Jakelline Costa Barros dos Santos
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BIZU ESTRATÉGICO DE DIREITO PENAL – DELEGADO DA


POLÍCIA CIVIL DA BAHIA
Olá, querido (a). Tudo certo?

O presente material traz uma seleção de bizus da disciplina de Direito Penal para o cargo de Delegado da
Polícia Civil da Bahia.

Permita-me, caro amigo, uma breve apresentação:

Meu nome é Jakelline Barros, tenho 31 anos de idade, sou Delegada da Polícia Civil em São Paulo e Coach
Estratégia Concursos Carreiras Policiais. Nasci no Estado de Alagoas, onde a minha formação em Direito
ocorreu. Sou, ainda, especialista em Segurança Pública, bem como coautora de obras jurídicas.

Realizei provas em vários Estados, experimentei o dissabor de algumas reprovações e, finalmente, logrei
êxito no certame de São Paulo. Tomei posse em fevereiro de 2020 e, confesso, desejo fortemente, por meio
desse Bizu Estratégico, ajudá-lo a alcançar a aprovação.

O objetivo, pois, é proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade por meio de tópicos que possuem as
maiores chances de incidência em prova.

"Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: a vontade" - Albert
Einstein

Coach Jakelline Barros Coach Leonardo Mathias

@jakellinebarrosss @profleomathias

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ANÁLISE ESTATÍSTICA
Segue, caríssimo (a), a análise dos assuntos mais exigidos pelas bancas nos concursos para Delegado de
Polícia na disciplina de Direito Penal.

Os dados foram obtidos a partir das questões disponíveis no Sistema de Questões do Estratégia.

Com espeque nesse estudo, verificando os temas mais exigidos, focaremos nos principais pontos em nossa
revisão!

Direito Penal (Foram encontradas 1.531 questões)


Assunto Quantidade de questões %
Características e fontes da Lei Penal 215 14%
Princípios aplicáveis ao Direito Penal 73 4,7%
Teoria geral do crime 182 12%
Teoria geral da pena 190 13%
Erro 43 3%
Ação Penal 39 2,5%
Extinção da punibilidade 67 4,3%
Concurso de pessoas 55 3,6%
Crimes contra a pessoa 231 15%
Crimes contra o patrimônio 177 11,5%
Crimes contra a propriedade imaterial 31 2%
Crimes contra a propriedade intelectual 12 0,8%
Crimes contra a organização do trabalho 18 1,1%
Crimes contra o sentimento religioso e contra o
respeito aos mortos 21 1,3%
Crimes contra a dignidade sexual
44 2,9%
Crimes contra a família
16 1%
Crimes contra a incolumidade pública
22 1,3%
Crimes contra a paz pública
13 1,4%
Crimes contra a fé pública
15 1,4%

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Crimes contra a Administração Pública


261 17%
Crimes contra as finanças públicas
29 2%

CADERNO DE QUESTÕES

Direito Penal (Delegado PCBA)

Assunto Bizus Caderno de Questões

https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/5f11fdda-e789-456d-aa2d-51ba99ec3998
Teoria geral do crime 1a5

Teoria geral da pena 6 a 13 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/0c809840-173a-4bc7-ab5a-8d7714a7ec7e

https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/16d0722f-7e8d-4522-8b41-db46484d52a9
Crimes contra a pessoa 14 a 16

Crimes contra o https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/fa48a5dc-4fbd-439d-b5e6-0800303d2af7


17 a 21
patrimônio

Crimes contra a https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/9e8605dd-7986-4c8a-92e0-eb4a164fbc36


22 a 29
Administração Pública

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TEORIA GERAL DO CRIME

1. CONCEITO DE CRIME

TRÊS principais parâmetros permitem o conceito de crime, senão vejamos.

LEGAL: crime é a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa.
MATERIAL: crime é a ação/omissão humana que lesiona ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos
que recebem tutela do Direito Penal.
ANALÍTICO: com espeque na teoria tripartida, a qual prevalece na doutrina e jurisprudência pátria,
crime é fato típico, ilícito e culpável. A punibilidade, nesse viés, é pressuposto de aplicação de pena e não
substrato do conceito de crime.

ATENÇÃO: O Brasil adotou o sistema dualista/binário. Logo, existem duas espécies de infração
penal, a saber: o crime e a contravenção penal (também denominada delito liliputiano, crime vagabundo
ou crime-anão).

2. SUJEITOS DO CRIME

SUJEITO ATIVO – aquele que pratica a conduta prevista na norma penal. Tanto pode ser o autor,
como o partícipe. ATENÇÃO: A PESSOA JURÍDICA, com esteio na jurisprudência das Cortes Superiores, pode
ser responsabilizada penalmente e, para tanto, não se exige a imputação concomitante da pessoa física,
rechaçando-se a teoria da dupla imputação.

SUJEITO PASSIVO – pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa. Pode ser
FORMAL/CONSTANTE/GERAL (o Estado) e MATERIAL/EVENTUAL/PARTICULAR (o titular do bem jurídico

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lesado ou ameaçado de lesão).

3. FATO TÍPICO

O fato típico, primeiro substrato do conceito analítico de crime, é composto por 4 elementos, quais
sejam, conduta, resultado naturalístico, nexo de causalidade e tipicidade.

CONDUTA HUMANA – trata-se do comportamento humano voluntário, exteriorizado por uma ação
ou omissão, e dirigido a um fim.

Fiquem atentos quanto as 4 principais teorias que objetivam justificar a conduta.

a) TEORIA CAUSALISTA/CAUSAL-NATURALISTA/NATURALÍSTICA/CLÁSSICA – idealizada por Liszt-


Beling-Radbruch: a conduta não possui conteúdo de vontade, é desprovida de finalidade e não abarca o
dolo ou a culpa. O elemento subjetivo, a culpa em sentido amplo, é parte da culpabilidade, razão pela qual
o DOLO É NORMATIVO (possui como seu componente a atual consciência da ilicitude). A culpabilidade
(podendo ser dolosa ou culposa) é, para referida teoria, PSICOLÓGICA. Outrossim, o fato típico é
ESTRITAMENTE OBJETIVO.

b) TEORIA NEOKANTISTA OU CAUSAL-VALORATIVA – defendida por Mezger: a conduta não é ação,


mas comportamento, o que abrange tanto a conduta positiva quanto a negativa, ou seja, tanto a ação
quanto a omissão. A culpabilidade passa a conter como elemento a inexigibilidade de conduta diversa. Desse
modo, temos, na culpabilidade, o dolo ou a culpa (elemento psicológico). Além disso, com a inclusão da
inexigibilidade de conduta diversa, a culpabilidade passa a contar com um elemento normativo. Por isso, a
culpabilidade, para a teoria neokantista, É PSICOLÓGICO-NORMATIVA.

c) TEORIA FINALISTA – criada por Hans Welzel: conduta é o comportamento humano, consciente e
voluntário dirigido a um fim. Logo, o dolo e a culpa deixam de fazer parte da culpabilidade para serem
considerados na conduta, dentro da análise do fato típico. Tem-se o DOLO NATURAL (dolus bonus).

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d) TEORIA SOCIAL DA AÇÃO - Formulada por Eberhard Schmidt e, posteriormente, desenvolvida por
Wessels e Jescheck: conduta é o comportamento humano socialmente relevante. É baseada na teoria
finalista. Contudo, buscando uma interação entre o ordenamento jurídico e a realidade social, incorporou-
se um elemento sociológico de interpretação.

Para fins de concurso público, devemos ADOTAR A TEORIA FINALISTA.

Verificados os conceitos de conduta, com fulcro nas principais teorias, importa saber que esse
elemento do fato típico é formado pela VONTADE, EXTERIORIZAÇÃO, CONSCIÊNCIA e FINALIDADE.

Excluem a conduta as seguintes causas: coação física irresistível, caso fortuito ou força maior,
estado de inconsciência completa e movimentos reflexos. MUITA ATENÇÃO!

Considerando que a conduta pode se dar por AÇÃO ou OMISSÃO, constatamos dois tipos:

CRIME DOLOSO – aquele que o agente possui a vontade livre (ELEMENTO VOLITIVO) e consciente
(ELEMENTO INTELECTIVO) de praticar a conduta prevista no tipo penal.

O CP, com fundamento no art. 18, I, adotou as TEORIAS DA VONTADE e DO CONSENTIMENTO.

✓ Dolo direto - vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.

✓ Dolo indireto - vontade de realizar a conduta, sem que exista o desejo de produzir um

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resultado certo ou determinado. Pode ser alternativo (vontade do agente de produzir


qualquer dos resultados previstos) ou eventual (sem desejar o resultado, assume o risco de
sua ocorrência).

✓ Dolo geral (erro sucessivo, aberratio causae) – o agente, supondo ter atingido sua
finalidade, pratica nova ação que, efetivamente, gera o resultado. Denota-se erro quanto a
conduta que teria dado causa ao resultado.

✓ Dolo de 1º grau - vontade de produzir o resultado inicialmente pretendido.

✓ Dolo de 2º grau (dolo de consequências necessárias) - abrange os efeitos certos ou


necessários do meio de execução escolhido pelo agente, sendo indiferente sua vontade em
relação a eles.

✓ Dolo de 3º grau - seria a consequência necessária, decorrente de se atingir outra


consequência também necessária.

CRIME CULPOSO – consiste na prática de uma conduta que acaba por causar um resultado não
querido nem aceito pelo agente, mas que lhe era previsível ou que foi efetivamente previsto por ele. O
agente dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

IMPRUDÊNCIA: é ação descuidada, que se manifesta por meio de um comportamento positivo.


Também denominada culpa in agendo.

NEGLIGÊNCIA: é a ausência de precaução, caracterizada por um comportamento negativo, uma


omissão. Pode ser chamada culpa in omittendo.

IMPERÍCIA: é a falta de aptidão técnica para o exercício da profissão ou atividade. Muito cuidado
para não confundir com erro profissional, o qual deriva da possibilidade de falha científica e, em regra, não
gera responsabilização penal (afinal, não houve evolução suficiente da ciência para enfrentamento do
problema).

São ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO: conduta humana voluntária, resultado naturalístico


involuntário e previsível, nexo causal, tipicidade e violação de um dever objetivo de cuidado.

COMPENSAÇÃO DE CULPAS – inexiste tal possibilidade no Direito Penal Pátrio. Eventual culpa da
vítima, contudo, por ser circunstância judicial prevista no art. 59, do CP (comportamento da vítima), poderá
reduzir a pena do agente (e isso ocorre na primeira fase da dosimetria).

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CRIME PRETERDOLOSO – sendo espécie de tipo qualificado pelo resultado, é a conduta criminosa
que apresenta dolo no antecedente e culpa no consequente (Ex.: art. 129, § 3º, do CP). O LATROCÍNIO, fique
atento, pode ou não ser preterdoloso, a depender de o resultado morte ser provocado a título de culpa ou
dolo, sendo que ambas as formas configuram esse crime qualificado pelo resultado.

CRIME OMISSIVO:

✓ PRÓPRIO (PURO) – crime praticado por descumprimento de norma imperativa. O tipo penal
impõe uma conduta virtuosa a todos que, se descumprida, enseja a punição pelo crime (art.
135, do CP).

✓ IMPRÓPRIO (IMPURO, COMISSIVO POR OMISSÃO, CRIMES DE OMISSÃO DE AÇÃO) – o dever


jurídico de agir, na forma do art. 13, § 2º, do CP, decorre de uma cláusula geral. São crimes,
naturalmente, comissivos (art. 121, caput, do CP, por exemplo), que, havendo dever jurídico
de agir, poderão ser praticados por uma omissão.

Hipóteses de dever jurídico de agir:

1 – DEVER LEGAL – quem tem por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

2 – DEVER DE GARANTIDOR – quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir


o resultado;

3 – DEVER POR INGERÊNCIA NA NORMA OU SITUAÇÃO PRECEDENTE – quem, com seu


comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

ATENÇÃO: a doutrina costuma se referir a todas as espécies de crimes omissivos impróprios


como sendo os que apresentam a figura do garante (ou do garantidor).

RESULTADO NATURALÍSTICO – cuida-se do efeito ou a consequência da ação ou omissão do sujeito


ativo. Nos crimes materiais, para fins de consumação, o resultado naturalístico é imprescindível. Quanto aos
crimes formais ou de mera conduta, inexiste tal exigência.

NEXO DE CAUSALIDADE – é, em linhas gerais, a relação de causalidade entre a conduta e o


resultado.

Importa constar que, em se tratando de crimes omissivos, o nexo causal é normativo.

Ainda no nexo, duas importantes teorias devem ser destacadas:

- TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES: prevista no art. 13, do CP, preceitua que o

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resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

- TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA: Não basta que o antecedente seja uma conditio sine qua
non, ou seja, que, sem sua ocorrência, o resultado não ocorra. É necessário que o antecedente possua
idoneidade para a produção do resultado. Conforme dispõe o art. 13, § 1º do CP, a superveniência de causa
relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores,
entretanto, imputam-se a quem os praticou.

TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA – tal teoria visa dar ao nexo causal um conteúdo jurídico. A ideia
central da imputação objetiva é considerar causa de um resultado típico o comportamento do agente que
demonstre um risco proibido ao bem jurídico tutelado, além de trazer um conteúdo jurídico para a
imputação do resultado ao autor.

Variantes dos maiores defensores da teoria em questão:

✓ Claus Roxin – o resultado somente deverá ser imputado quando: a) o comportamento do


autor criar um risco não permitido; b) o risco se realizar no resultado; e c) o resultado estiver
dentro do alcance do tipo.

✓ Günther Jokobs – ausente estará a imputação diante das situações a seguir: a) risco
permitido; b) princípio da confiança; c) proibição de regresso; e d) competência ou
capacidade da vítima.

CONCAUSAS - são antecedentes causais de um mesmo resultado. Em outros termos, são


comportamentos cuja não ocorrência eliminaria o resultado.

TIPICIDADE – refere-se ao enquadramento ou a sobreposição total de uma conduta praticada no

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mundo dos fatos ao tipo legal.

ERRO DE TIPO – cuida-se da falsa percepção da realidade quanto aos elementos que constituem o
tipo penal. Pode ser essencial (sobre os elementos principais do tipo penal) ou acidental (sobre dados da
figura típica que são irrelevantes para a configuração ou não do delito).

Fiquem atentos aos diversos erros (são, normalmente, bastante explorados em provas):

✓ Erro de tipo essencial invencível, inevitável, desculpável ou escusável: trata-se do erro


imprevisível, aquele que não poderia ter sido evitado pelo agente. Impede a caracterização da
infração penal.
✓ Erro de tipo essencial vencível, evitável, indesculpável ou inescusável: é o erro previsível, que
poderia ter sido evitado pelo agente com emprego de certa diligência. Neste caso, pune-se a culpa,
caso haja previsão da figura culposa.
✓ Erro de tipo sobre o objeto (error in objecto): é aquele em que o agente confunde o objeto
material, atingindo um que é diverso daquele pretendido. Não há previsão legal, sendo tratado
pela doutrina. Aplica-se, embora haja controvérsias, a punição menos gravosa.
✓ Erro de tipo sobre a pessoa (error in persona): é aquele em que o agente queria atingir
determinada pessoa, denominada vítima virtual, mas vem a atingir outra, chamada de vítima real.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime.
✓ Erro de tipo sobre a execução (aberratio ictus): é aquele em que o agente não erra na
representação, sabendo exatamente quem quer atingir com sua conduta delituosa. Há falha na
execução do crime. Deverá responder pela vítima que queria atingir, a vítima virtual, e não aquela
que atingiu por erro na execução. Entretanto, se o agente atingir tanto a vítima a que visava quanto

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outra pessoa, deve-se aplicar a regra do art. 70, do Código Penal, ou seja, deve responder por
ambos os delitos em concurso formal.
✓ Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis ou aberratio delicti): é aquele em que o
agente, por erro na execução, provoca lesão em bem jurídico diverso do pretendido. Responderá,
nesse rumo, a título de culpa.
✓ Erro sobre o nexo causal: é aquele em que o agente pratica o resultado pretendido, mas com
outro nexo de causalidade.

4. ILICITUDE

A antijuridicidade (ou ilicitude) é a contrariedade entre o fato típico praticado e o ordenamento


jurídico. ATENÇÃO: o fato penalmente ilícito é, necessariamente, típico.

São CAUSAS GENÉRICAS que possibilitam a exclusão da ilicitude (justificantes/descriminantes):

ESTADO DE NECESSIDADE (art. 23, I, do CP): Considera-se em estado de necessidade quem pratica
o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. O CP adotou a TEORIA
UNITÁRIA, de sorte que o estado de necessidade será sempre uma excludente de ilicitude, não recaindo
como uma exculpante. Exige-se do agente, assim, juízo de razoabilidade e não necessariamente valoração
dos bens jurídicos em conflito.

LEGITIMA DEFESA (art. 23, II, do CP): Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem. Considera-se, ademais, em legítima defesa, presentes os requisitos citados, o AGENTE DE
SEGURANÇA PÚBLICA que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática
de crimes. A hipótese referente ao agente de segurança pública expressa, conforme a doutrina, Direito Penal
Simbólico.

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ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL (art. 23, III, do CP) – abrange a conduta de alguém que
realiza um fato típico no cumprimento estrito de um dever previsto em lei. Estende-se aos coautores ou
partícipes do fato, desde que presente o elemento subjetivo.

EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO (art. 23, III, do CP) - causa excludente de ilicitude que abrange a
conduta de qualquer cidadão que é autorizada por lei, que constitui uma prerrogativa legal, desde que
exercida com regularidade. São requisitos: proporcionalidade, indispensabilidade e elemento subjetivo
(conhecimento da situação).

ATENÇÃO: Os ofendículos, que devem estar visíveis, destinados à proteção de bens jurídicos, são
tratados pela doutrina como sendo exercício regular do direito ou legítima defesa preordenada. Há, pois,
controvérsias.

CAUSA SUPRALEGAL de excludente da ilicitude:

CONSENTIMENTO DO OFENDIDO - somente será causa que exclui a ilicitude se não for elementar
do crime, pois, nesse caso, excluirá a própria tipicidade (ex.: violação de domicílio, na forma do art. 150, do
CP).

DESCRIMINANTE PUTATIVA: consiste na suposição do agente sobre a configuração de uma causa


que exclui a ilicitude de seu comportamento. Conforme a TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE (adotada
pelo CP – entendimento majoritário):

5. CULPABILIDADE

Na condição de terceiro elemento do conceito analítico de crime, consoante preconiza a teoria


tripartida, culpabilidade é o juízo de reprovação ou censura.
O foco, nessa etapa, concentra-se no agente e não mais no fato.

Três teorias principais explicam a culpabilidade:

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Teoria limitada da culpabilidade: Adotada pelo Código Penal, a teoria limitada da culpabilidade
possui os mesmos fundamentos teóricos da teoria normativo pura. Também se concebem como elementos
da culpabilidade a imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude.
Sua grande diferenciação com a teoria normativa pura se restringe à natureza jurídica das descriminantes
putativas sobre os fatos.
✓ O erro sobre os fatos, nas descriminantes putativas, é tratado como erro de tipo.
✓ Por sua vez, se o agente acreditar estar acobertado por uma causa excludente da ilicitude por
incorreta interpretação da norma, temos uma descriminante putativa por erro de proibição ou um
erro de proibição indireto. Também pode ser denominado erro de permissão.

ELEMENTOS DA CULPABILIDADE:

IMPUTABILIDADE - capacidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por uma conduta típica


e ilícita. O CP adotou, em regra, o critério biopsicológico e, excepcionalmente, o biológico (inimputabilidade
dos menores de 18 anos).

POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE - capacidade do agente de compreender que sua conduta


é reprovável.

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - Só se pode reprovar a conduta de quem tinha condições,


ao tempo de sua conduta, de agir de modo diverso.

Causas excludentes:

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Finalmente, segue, para fins de fixação, esquema com a estrutura do conceito analítico de crime.
Memorize-o.

TEORIA GERAL DA PENA

6. CONCEITO DE PENA

Verifica-se a pena/sanção como sendo a resposta do Estado imposta àqueles que violam as normas
penais incriminadoras.

Há, com efeito, duas espécies de sanções:

PENA (pressupõe a culpabilidade): é a sanção imposta pelo Estado ao condenado pela prática de
infração penal, que consiste na privação ou restrição de determinados bens jurídicos do agente; e
MEDIDA DE SEGURANÇA (pressupõe a periculosidade): é a sanção imposta pelo Estado ao agente
não imputável, pela violação da norma penal incriminadora, com finalidade exclusivamente preventiva.

7. PRINCÍPIOS

Esses são os princípios específicos que orientam a teoria da pena:

✓ Princípio da legalidade: as penas se submetem à reserva legal, bem como à anterioridade.


✓ Princípio da Anterioridade: a pena já deve estar prevista, em lei, ao tempo do crime, para que possa
ser aplicada ao agente. Somente retroagirá a lei penal que apresente nova pena se for benéfica ao
réu.
✓ Princípio da Personalidade: as penas não podem passar da pessoa do réu. ATENÇÃO: a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens podem ser, nos termos da lei, estendidas aos

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sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido, na forma do art.
5º, XLV, da Constituição.
✓ Princípio da Individualização: a pena deve ser individualizada para cada caso, não podendo o
legislador estabelecer uma sanção penal para todos que cometerem determinado crime, nem
padronizar a forma de execução.
✓ Princípio da Inderrogabilidade: a pena deve obrigatoriamente ser aplicada, se for cometido um crime
ou uma contravenção penal. Como exceções, pode-se apontar o perdão judicial e a transação penal.
✓ Princípio da Proporcionalidade: a pena deve observar a legitimidade do fim a que ela visa, a
legitimidade da sua forma de aplicação e sua dosimetria, a necessidade, a sua adequação e a
proporcionalidade estrita ou ponderação.
✓ Princípio da Humanidade: o legislador é proibido de adotar sanções penais violadoras da dignidade
da pessoa humana, atingindo de forma desnecessária a incolumidade físico-psíquica do agente. Não
por outra razão, a Constituição veda as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada; de caráter
perpétuo; de trabalhos forçados; de banimento e as cruéis.

8. FINALIDADE

No Brasil, hoje, a doutrina majoritária entende que a pena tem as seguintes finalidades: retributiva,
preventiva e reeducativa.
Denota-se, portanto, a adoção da TEORIA MISTA, segundo a qual a pena busca punir o agente, ao
mesmo tempo em que visa a coibir a prática de crimes, por meio da ressocialização e da intimidação.

9. ESPÉCIES

Na forma do art. 32, do CP, as penas são: privativas de liberdade; restritivas de direitos e multa.

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10. APLICAÇÃO DA PENA

O art. 68, do CP, instituiu o sistema trifásico de cálculo de pena. Há, dessarte, 3 fases para que o
juiz chegue até a pena definitiva.

1ª FASE: fixada atendendo-se ao critério do art. 59, do CP (circunstâncias judiciais);

2ª FASE: considerando-se as circunstâncias atenuantes e agravantes; e

3ª FASE: avaliando-se as causas de diminuição e de aumento.

11. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Prevista nos arts. 77 e 78, do CP, trata-se de DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO DO RÉU, segundo grande
parte da doutrina e a jurisprudência majoritária.
Também chamado sursis, é o instituto que, atendidos seus requisitos, suspende a execução da pena
privativa de liberdade por determinado lapso temporal, deixando-o sob determinadas condições.
MODALIDADES:
SURSIS SIMPLES: cabível no caso de pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos, sendo
o período de prova de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
SURSIS ETÁRIO E HUMANITÁRIO: pode ser concedido para pena privativa de liberdade que não seja
superior a quatro anos, sendo que o período de prova será de quatro a seis anos. Neste caso, requer-se que
o condenado seja MAIOR DE SETENTA ANOS DE IDADE ou que haja RAZÕES DE SAÚDE QUE JUSTIFIQUEM a
suspensão.
SURSIS ESPECIAL: é admissível no caso em que o condenado houver reparado o dano, salvo
impossibilidade de fazê-lo, e de as circunstâncias judiciais (artigo 59 do CP) lhe serem inteiramente
favoráveis.

12. LIVRAMENTO CONDICIONAL

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É o benefício que consiste na soltura antecipada do executado, mediante o preenchimento de


determinadas condições.
Sua natureza jurídica, conforme entendimento predominante, é o de DIREITO SUBJETIVO DO
ACUSADO.
Os requisitos estão previstos no art. 83, do CP, senão vejamos (ATENÇÃO: leitura importante,
mormente porque a Lei 13.964/2019 alterou o instituto):

Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
superior a 2 (dois) anos, desde que:
==1a47f1==

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons
antecedentes;

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;

III - comprovado:

a) bom comportamento durante a execução da pena;

b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e

d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;

V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for
reincidente específico em crimes dessa natureza.

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa,
a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

13. PUNIBILIDADE

Trata-se da possibilidade de o Estado aplicar a sanção penal. Com fulcro na teoria tripartida, sua
natureza jurídica é de mero pressuposto para que se aplique a reprimenda.

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O art. 107, do CP, elenca um rol exemplificativo (numerus apertus) de causas de extinção da
punibilidade, a saber:

✓ pela morte do agente;


✓ pela anistia, graça ou indulto;
✓ pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
✓ pela prescrição, decadência ou perempção;
✓ pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
✓ pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
✓ pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

ATENÇÃO: EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ≠ CAUSAS DE EXCLUSÃO DA PUNIBILIDADE ≠ CONDIÇÃO


NEGATIVA DE PUNIBILIDADE (também denominada escusa absolutória).

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: O direito de punir surge, mas deixa de existir por um
motivo superveniente. As causas de extinção da punibilidade podem ser comuns ou gerais, referentes a
todos os delitos, e especiais ou particulares, quando se limitam a determinadas infrações penais. Conforme
ocorram antes ou depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, poderão alcançar,
respectivamente:

→ A pretensão punitiva (interesse do Estado em aplicar a sanção penal: surge com a prática da
infração penal); ou

→ A pretensão executória (interesse do Estado em exigir o cumprimento de uma sanção penal já


imposta: nasce com o trânsito em julgado da condenação).

CAUSAS DE EXCLUSÃO DA PUNIBILIDADE: Ocorrem em razão de condições pessoais do agente e


são hipóteses que impedem o surgimento do direito de punir do Estado. São também conhecidas como:
causas de isenção de pena, imunidades dos crimes contra o patrimônio, condição negativa de punibilidade
ou escusas absolutórias.

CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE: São causas externas à conduta delituosa, não


englobadas pelo elemento subjetivo, da qual depende a imposição da sanção penal pela prática de um
crime. O direito de punir fica suspenso até o advento dessa condição.

PRESCRIÇÃO: causa extintiva da punibilidade decorrente da inércia estatal por determinado lapso
temporal. Deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.

CRIMES IMPRESCRITÍVEIS: racismo e aqueles praticados por grupos armados, civis ou militares,

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contra a ordem constitucional e o Estado democrático. O STF possui precedente em que diferencia racismo
de injúria racial, considerando este prescritível. O STJ considera injúria racial uma modalidade de racismo e,
portanto, imprescritível. No âmbito do Direito Penal Internacional, há a previsão de imprescritibilidade para
todos os delitos de competência do Tribunal Penal Internacional.

CRIMES CONTRA A PESSOA

14. HOMICÍDIO

Abordaremos as principais modalidades de1homicídio:

HOMICÍDIO SIMPLES – previsto no caput do art. 121 (“matar alguém”), do CP.

Refere-se à vida extrauterina, não abrangendo o feto.

O elemento subjetivo do tipo é o dolo: a intenção de matar. A pena prevista no preceito secundário
do tipo penal é de reclusão, de seis a vinte anos.

O crime de homicídio simples é hediondo se praticado em atividade de grupo de extermínio, nos


moldes da primeira parte do inciso I, do artigo 11, da Lei 8.072/90.

HOMICÍDIO PRIVILEGIADO - previsto no art. 121, §1°, do CP.

Sua natureza jurídica é de causa de diminuição de pena.

Ocorre em três circunstâncias:

✓ Motivo de relevante valor social;

✓ Motivo de relevante valor moral; ou

✓ Sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima.

A pena, assim, é diminuída (na 3ª fase da dosimetria da pena) de 1/6 a 1/3.

ATENÇÃO: no que se refere ao homicídio emocional, na forma do art. 28, I, do CP, a emoção não
exclui a culpabilidade. Deve-se ressaltar, todavia, a hipótese de a situação se tornar patológica, o que pode
configurar doença a impedir que o agente compreenda o caráter ilícito do que fez ou que ele se comporte
conforme tal entendimento.

As circunstâncias do homicídio privilegiado são subjetivas e, portanto, NÃO SE COMUNICAM aos

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demais agentes.

Por fim, o homicídio qualificado-privilegiado não é considerado hediondo, não se submetendo às


disposições da Lei 8.072/90.

HOMICÍDIO QUALIFICADO - encontra-se previsto no art. 121, §2°, do CP.

A qualificadora é a forma do tipo penal em que se comina uma diferente pena em abstrato, com
novos limites mínimos e máximos. Na hipótese, a pena será de reclusão é de doze a trinta anos.

Cuida-se de crime hediondo, tanto em sua forma tentada quanto na consumada.

Qualifica-se o homicídio quanto o crime é cometido:


a
✓ Mediante paga ou promessa de recompensa ou outro motivo torpe: homicídio mercenário ou
por mandato remunerado. Para a maior parte da doutrina, deve ter natureza financeira. O
Superior Tribunal de Justiça tem entendido que se trata de circunstância que deve ser
estendida a todos os agentes. Entretanto, a matéria não está pacificada e há divergência na
própria Corte. A vingança vem sendo compreendida pelo STJ como um motivo torpe.
Entretanto, o STJ já decidiu que a vingança pode ou não configurar motivo torpe, a depender
do caso concreto.
✓ Por motivo fútil: o motivo é desproporcional em relação ao crime. A razão, nesse sentido, é
insignificante. O STJ entende não ser admissível a configuração do crime praticado sem motivo
como qualificado por motivo torpe.
✓ Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de que possa resultar perigo comum.
✓ À traição, emboscada ou qualquer outro meio que dificulte ou torne impossível a defesa do
ofendido.
✓ Para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime: se o crime que
é praticado para assegurar a execução de outro, tem-se a CONEXÃO TELEOLÓGICA. Por outro
lado, sendo praticado para assegurar a ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime,
verifica-se a CONEXÃO CONSEQUENCIAL.
✓ Feminicídio: teremos o crime denominado feminicídio quando for cometido por razões de
condição de sexo feminino, ou seja, por razão de gênero. Casos previstos em lei: violência
doméstica e familiar, bem como menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

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✓ Contra agentes da Segurança Pública ou Forças Armadas: tutela-se a própria função pública, e
não a pessoa do agente ou da autoridade. Deste modo, a doutrina aponta que os aposentados
estão excluídos de referida circunstância, não se configurando a qualificado se forem vítimas
do delito. É imprescindível que haja conexão entre o crime e a função pública.

HOMICÍDIO CULPOSO - encontra-se previsto no art. 121, §3°, do CP.

O homicídio culposo é majorado quando há inobservância de regra técnica de profissão, arte


ou ofício, se o agente deixar de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências
do seu ato ou, ainda, se fugir para evitar a prisão em flagrante.

4 OU AUTOMUTILAÇÃO
15. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO E AUXÍLIO A SUICÍDIO

Previsto no artigo 122 do Código, com recentes alterações.

A principal modificação operada, no preceito primário, foi a inclusão da participação em


automutilação. Isto é, também passa a ser típica a conduta de instigar, induzir ou auxiliar alguém a praticar
a automutilação.

Suicídio é a conduta de pôr fim à própria vida. Automutilação é a conduta de causar lesões em si
próprio.

Outrossim, também foi alterado o preceito secundário, trazendo a sanção de 6 meses a 2 anos de
reclusão. A maior modificação, neste âmbito, foi a não previsão de condicionamento da punição à existência
de resultado naturalístico. Como consequência, o crime passa a se consumar com a prática do induzimento,
da instigação ou do auxílio. Admite-se, assim, a modalidade tentada, já que o óbice apresentado pela
doutrina majoritária, quando da análise da redação anterior do dispositivo, era a necessidade do resultado
morte ou lesão corporal de natureza grave para a imposição de pena. Hoje, se alguém tenta auxiliar, mas é
impedido, há tentativa. Entretanto, Luiz Régis Prado entende não ser possível o conatus.

16. LESÃO CORPORAL

O crime encontra previsão legal no art. 129, do CP.

São modalidades do delito em estudo:

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LESÃO CORPORAL DE NATUREZA LEVE: art. 129, caput, do CP. A modalidade simples não permite a
imposição da perda do poder familiar como efeito extrapenal específico da condenação, além de que o
7
regime inicial de pena leve ser o aberto ou o semiaberto.

LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE: art. 129, § 1º, do CP. Trata-se de delito qualificado pelo
resultado, que pode ter sido praticado a título de dolo ou de culpa, sendo que somente no último caso
recebe a denominação de crime preterdoloso. O perigo de vida, entretanto, só pode ter sido produzido por
culpa, sob pena de configuração de um crime autônomo.

Hipóteses: Se resulta I- Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo
de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; ou IV - aceleração de parto.

LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVÍSSIMA: Cuida-se, também, de delito qualificado pelo


resultado.

As hipóteses estão previstas no § 2° do art. 129 do Código Penal: Se resulta I - Incapacidade


permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou
função; IV – deformidade permanente; ou V – aborto.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

17. FURTO

O crime está previsto no art. 155, do CP.

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Subtrair é apropriar-se, pegar de outrem ou apoderar-se. A conduta pode ser realizada direta ou
indiretamente, mediante um uso de um macaquinho adestrado, por exemplo. O objeto material é coisa
alheia móvel.

O elemento subjetivo é o dolo. O agente deverá possuir o ânimo, a intenção de se apoderar da


coisa furtada. Em razão disso, não é punível o chamado furto de uso.

O STF e o STJ adotam a teoria Amotio ou aprehensio. Assim, consuma-se o crime quando a coisa
passa para a posse do sujeito ativo, sendo dispensável a posse mansa e pacífica.

A Lei 13.654/18 acrescentou duas novas qualificadoras ao crime de furto: §4º-A e do §7º do art.
155. f

Como se vê, a qualificadora prevista no art. 155, §4º-A do CP traz pena bem mais grave (reclusão
de 4 a 10 anos e multa) para o crime de furto praticado com emprego de explosivo ou de artefato análogo
que cause perigo comum. Nessas circunstâncias, passou a ser considerado hediondo, conforme art. 1º, IX
da Lei 8.072/90, incluído pela Lei 13.964/19.

18. ROUBO

Encontra-se previsto no artigo 157, do CP.

É crime complexo que deriva da reunião do furto e do constrangimento ilegal, do furto e da ameaça
ou do furto e do crime relativo à violência.

Não há previsão da modalidade culposa.

O STF e o STJ adotam a teoria (Amotio ou aprehensio), conforme a qual o crime se consuma quando
o agente passa a ter o poder sobre a coisa, após ter praticado a violência ou grave ameaça, dispensando-se
a posse mansa e pacífica.

O §1° traz a figura do roubo impróprio, o qual ocorre quando a violência ou ameaça é praticada
após a subtração da coisa, como meio de garantir a impunidade do crime ou assegurar o proveito do crime.

O § 2° prevê majorantes (causas de aumento de pena), que se aplicam tanto ao roubo próprio
(caput) quanto ao impróprio.

O §3°, do art. 157, do CP, por sua vez, traz o denominado roubo qualificado pelo resultado (lesão
corporal grave ou morte). Não se exige que o resultado tenha sido querido pelo agente, bastando que ele

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tenha agido, pelo menos, de maneira culposa em relação a eles.

19. ESTELIONATO

O elemento subjetivo exigido é o dolo, e, além dele, exige-se a finalidade especial de agir,
consistente na intenção de obter vantagem ilícita em detrimento (prejuízo) de outrem.

O crime somente se consuma com a efetiva obtenção da vantagem indevida com prejuízo a terceiro
(crime de resultado duplo).
1
O §1° prevê o estelionato privilegiado, que é aquele no qual o agente é primário e o prejuízo é de
pequeno valor.

Já o §2° prevê diversas formas pelas quais se pode praticar o estelionato, e, em todas elas, o agente
responderá pelas mesmas penas previstas no caput.

O Pacote Anticrime incluiu o §5º ao art. 171, de modo que, em regra, o estelionato é crime de ação
penal pública condicionada à representação. Todavia, a ação penal pública será incondicionada se a vítima
for:

✓ A Administração Pública (direta ou indireta)

✓ Criança ou adolescente

✓ Pessoa com deficiência mental

✓ Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz

20. RECEPTAÇÃO

A receptação, por ser crime parasitário, depende da existência de um crime anterior (chamado de
“crime pressuposto” ou “crime a quo”).

RECEPTAÇÃO PRÓPRIA – O agente tem ciência que a coisa é produto de crime e a adquire, recebe,
transporta, conduz ou oculta. Não é necessário ajuste, conluio entre o adquirente (receptador) e o vendedor
(aquele que praticou o crime anterior).

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RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA– O agente não adquire o bem, mas, sabendo que é produto de crime,
influencia para que outra pessoa, que age de boa-fé, adquira-o.

A receptação qualificada está prevista no § 1°, do art. 180, do CP.

Há previsão de receptação culposa, a qual ocorre quando o agente age com imprudência,
adquirindo um bem em circunstâncias anômalas, sem atentar para o fato e que é bem provável que seja
produto de crime.

O §4°, por fim, estabelece que a receptação será punível ainda que seja desconhecido ou isento de
pena o autor do crime anterior. Para tanto, requer-se prova da ocorrência do crime anterior, ainda que não
se exija a condenação de qualquer pessoa por ele.

21. DISPOSIÇÕES GERAIS

Em síntese:

AÇÃO PENAL:

Regra – Ação penal pública incondicionada

Exceção – Ação penal pública condicionada a representação se for praticado contra:

1) Cônjuge desquitado ou judicialmente separado

2) Irmão, legítimo ou ilegítimo

3)Tio ou sobrinho, com quem o agente coabita

ESCUSA ABSOLUTÓRIA:

É isento de pena quem pratica o crime patrimonial contra:

1)Cônjuge, na constância da sociedade conjugal

2)Ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O conceito de funcionário público, para fins penais, está no art. 327, do CP e, tendo em vista a sua

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importância, será reproduzido: Considera-se funcionário público quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Equipara-se a funcionário público quem exerce
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço
contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

22. PECULATO

O peculato ocorre mediante diversas formas:

PECULATO-APROPRIAÇÃO E PECULATO DESVIO - Art. 312, do CP.

Diz respeito a conduta do funcionário público que se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou o desvia, em proveito próprio
ou alheio.

PECULATO-FURTO- Artigo 312, § 1°, do CP.

O agente não possui a guarda do bem e, nesse sentido, pratica verdadeiro furto. Em razão, contudo,
das circunstâncias (ser o agente funcionário público e valer-se desta condição para subtrair o bem),
caracteriza-se como o crime de peculato-furto.

PECULATO CULPOSO - Artigo 312, § 2°, do CP.

O agente, nesse caso, sem ter a intenção de participar do


crime funcional praticado por outro funcionário, acaba, em razão do seu descuido, colaborando para isso.

O CP estabelece que no caso do crime culposo, se o agente reparar o dano ANTES DE PROFERIDA A
SENTENÇA IRRECORRÍVEL (ou seja, antes do trânsito em julgado), estará extinta a punibilidade. Caso o
agente repare o dano após o trânsito em julgado, a pena será reduzida pela metade.

PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM – Artigo 313, do CP.

O agente, nesse tipo, recebe o bem ou valor em razão de erro de outra pessoa.

23. CONCUSSÃO

Ocorre o crime em estudo quando o agente EXIGE, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,

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ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida (art. 316, do CP).

Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário


público, ainda que apenas nomeado (mas não empossado)

Este crime é muito confundido com o de corrupção passiva. Fique ATENTO ao verbo exigir. Se o
examinador cobrar SOLICITAR, RECEBER, ACEITAR, estaremos diante da corrupção passiva.

24. CORRUPÇÃO PASSIVA

A conduta é a de SOLICITAR, RECEBER vantagem indevida ou ACEITAR promessa do


recebimento de vantagem futura (art. 317, do CP).

A corrupção passiva pode ser IMPRÓPRIA, quando o ato a ser praticado pelo funcionário público
em troca da vantagem for legítimo (o funcionário recebe a vantagem, por exemplo, para agilizar o
andamento de uma certidão).

Será PRÓPRIA se o agente obtiver a vantagem ou aceitas a promessa de vantagem para praticar ato
ilícito.

O § 2°, por fim, estabelece uma forma “privilegiada” do crime. Trata-se do “favor”, conduta do
funcionário que cede a pedidos de amigos, conhecidos ou mesmo de estranhos, para que faça ou deixe de
fazer algo ao qual estava obrigado, sem que vise ao recebimento de qualquer vantagem ou à satisfação de
interesse próprio.

25. PREVARICAÇÃO

O crime está previsto no art. 319, do CP.

A conduta é retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou, ainda,


praticá-lo contra disposição expressa da lei.

Exige-se que o agente pratique o crime para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (dolo
específico). Não se admite o crime na forma culposa.

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26. RESISTÊNCIA

É crime comum que possui previsão no art. 329, do CP.

A conduta punida é a resistência comissiva. Logo, o agente pratica uma ação: o emprego de
violência ou ameaça ao funcionário que irá executar o ato legal.

A violência deve ser contra o funcionário público, não sendo, portanto, contra coisas.

Caso o crime seja praticado mediante violência, o agente responderá pelo crime de resistência e,
de maneira autônoma, pela violência.

27. DESOBEDIÊNCIA

A desobediência está prevista no art. 330, do CP.

A conduta incriminada é desobedecer a ordem legal de funcionário público.

ATENÇÃO: não se configura o delito se existir uma sanção específica para o caso do
descumprimento da ordem pelo seu destinatário.

28. DESACATO

A conduta de desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela está prevista
no art. 331, do CP.

A humilhação do funcionário deve se dar no exercício da função ou em razão dela. Por exemplo,
chamar um Delegado de Polícia de funcionário corrupto, mesmo que ele esteja em restaurante. Exige-se,
portanto, o chamado nexo funcional, ou seja, que a ofensa seja propter officium.

29. CORRUPÇÃO ATIVA

O delito em estudo encontra previsão no art. 333, do CP.

Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,


omitir ou retardar ato de ofício é, nesse rumo, conduta penalmente relevante.

O elemento subjetivo é o dolo, exigindo-se que o agente possua a finalidade especial de agir

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consistente no objetivo de fazer com que, mediante a vantagem oferecida ou prometida, o funcionário
público aja de tal ou qual maneira.

Como exceção à teoria monista, no caso de corrupção, a prática da conduta pelo funcionário
público e pelo particular, mesmo que em concurso, configura crimes diferentes para cada um deles. Se o
particular oferece a vantagem e o funcionário público a aceita, o primeiro responde por corrupção ativa,
enquanto o último incorre nas penas do delito de corrupção passiva.

Vamos ficando por aqui!

E, por favor, lembre-se: desistir nunca será uma opção.

Bons estudos!

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