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Autor:
Equipe Rodrigo Vaslin, Rodrigo
Vaslin, Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas
23 de Fevereiro de 2022
3.7.1 - CPC/73........................................................................................................................... 24
3.7.2 - CPC/15........................................................................................................................... 29
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3.3 - Classificações............................................................................................................................ 88
4 - Questões ......................................................................................................................................... 95
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E-mail: rodrigovaslin@gmail.com
Instagram: rodrigovaslin
Vamos continuar?
Nossa matéria da aula de hoje é Comunicações e Invalidades, envolvendo legislação, doutrina,
jurisprudência e questões de concursos públicos.
FONTES
Como disse nas aulas anteriores, ao iniciar os estudos de certa matéria no Processo Civil, é
interessante, primeiro, localizar onde o referido assunto se enquadra dentro da divisão do próprio
código, comparado com o Código de 1973.
Vamos visualizar onde o tema desta aula se encontra?
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A aula abordará não só os artigos 236 a 283, mas também toda a teoria por trás das
comunicações dos atos processuais (Título II do Livro IV) e das nulidades (Título III do Livro IV).
Em termos de estrutura, a aula será composta dos seguintes capítulos:
Mas Professor, esses temas caem em prova? Sim. Veremos diversas questões ao longo da
aula.
1
THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, rev., atual. e ampl., 56ª edição, São Paulo: Editora
Forense, 2016, p. 1486.
2
Manual de Direito Processual Civil: Volume Único, 8ª ed., Salvador: Juspodivm, 2021, p. 457ss.
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A depender da posição doutrinária acerca de quem compõe o polo passivo do MS (autoridade coatora ou PJ da qual
faça parte a autoridade), entende-se que a natureza jurídica desse ato é citação ou mera notificação.
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Foro seria a circunscrição territorial sobre a qual se exerce o poder jurisdicional com a observância às regras de
competência.
Não se confundir com fórum, que é o prédio. Na justiça estadual, os foros se chamam comarcas ou distritos. No Distrito
Federal a comarca se chama Circunscrição.
Essa terminologia muda no âmbito da Justiça Federal, na qual se divide em Seção e Subseção Judiciárias.
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Embora o enunciado aborde a audiência de conciliação e mediação, vários magistrados, inclusive eu, já fizeram
audiências de instrução por esses meios (ex: whatsapp), sempre com a anuência das partes.
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2.2 - CITAÇÃO
2.2.1 - Conceito
CPC/73 CPC/15
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados
o réu ou o interessado a fim de se defender. o réu, o executado ou o interessado para integrar a
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) relação processual.
Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45
(quarenta e cinco) dias a partir da propositura da
ação. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)
6
STJ. Corte Especial. EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016.
7
Em seu voto, o Min. Luis Felipe Salomão disse: A redação do dispositivo mistura “competência” com “eficácia da
decisão”, que são conceitos diferentes. O legislador confundiu, ainda, “coisa julgada” e “eficácia da sentença”. A
competência territorial limita o exercício da jurisdição e não os efeitos ou a eficácia da sentença, os quais correlacionam-
se com os "limites da lide e das questões decididas" (art. 468, CPC/art. 503 CPC15) e com as que o poderiam ter sido (art.
474, CPC/art. 508 CPC15).
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Comparecer à
audiência de
conciliação e
mediação (art. 334)
Apresentar
contestação (art. 335)
e/ou reconvenção
(art. 343)
Alegar impedimento
ou suspeição do juiz
(art. 146)
Atitudes Possíveis
Reconhecer o pedido
total ou parcialmente
(art. 487, III, "a")
Provocar a
intervenção de
terceiro (arts. 126 e
131)
8
CUNHA, Rodrigo da; CUNHA, Maurício. Novo Código de Processo Civil para Concursos, 7ª ed. Salvador: Juspodivm, 2017,
p. 239.
9
NEVES, Daniel Assumpção. Op. Cit., p. 457ss.
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Art. 214. Para a validade do processo é indispensável Art. 239. Para a validade do processo é
a citação inicial do réu. (Redação dada pela Lei indispensável a citação do réu ou do executado,
nº 5.925, de 1º.10.1973) ressalvadas as hipóteses de indeferimento da
petição inicial ou de improcedência liminar do
§ 1o O comparecimento espontâneo do réu supre,
pedido.
entretanto, a falta de citação. (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) § 1o O comparecimento espontâneo do réu ou do
executado supre a falta ou a nulidade da citação,
§ 2o Comparecendo o réu apenas para argüir a
fluindo a partir desta data o prazo para
nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-á
apresentação de contestação ou de embargos à
feita a citação na data em que ele ou seu advogado
execução.
for intimado da decisão. (Redação dada pela
Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) § 2o Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se
de processo de:
I - conhecimento, o réu será considerado revel;
II - execução, o feito terá seguimento.
Percebam que o caput do art. 239 repete o art. 214 ao salientar que a citação do réu é
indispensável para a validade do processo. Contudo, ressalva expressamente duas hipóteses, quais
sejam: indeferimento da petição inicial (art. 330) e improcedência liminar do pedido (art. 332).
Nessas hipóteses, se o autor não interpuser apelação, o réu será apenas intimado do trânsito
em julgado da sentença, nem sendo citado, não precisando ser integrado à relação processual que
já se findou.
Art. 330, § 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença.
Art. 332, § 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença, nos termos do art. 241.
Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da
citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do
julgamento.
Feita essa introdução, vem a pergunta. Qual é a natureza jurídica da citação?
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Já estudamos que na relação de direito material, é muito famosa a Escada Ponteana, que
descreve quais elementos são imprescindíveis para existência, validade ou eficácia de um negócio
jurídico.
Os civilistas dizem que o art. 104, do CC simboliza bem esses três passos:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível,
determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Para a existência do negócio jurídico, necessita-se de agente; objeto e forma. Como requisitos
de validade, agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e forma prescrita ou
não defesa em lei. Quanto ao plano da eficácia, verifica-se se o negócio jurídico possui alguma
condição, termo, encargo; se o inadimplemento gerou juros, multas, perdas e danos etc.
Vejamos o quadro exposto por Flávio Tartuce10:
Plano da Eficácia
- condição
- termo
- encargo
- consequências do inadimplemento
negocial (juros, multas, perdas e
danos);
- outros elementos
Plano da Validade
- capacidade do agente
- liverdade (da vontade ou
consentimento)
- licitude, possibilidade,
determinabilidade (do objeto)
- adequação das formas
Plano da Existência
- agente
- vontade
- objeto
- forma
10
TARTUCE, Flávio. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie, 8ª Ed. São Paulo: Método, 2013, p. 15.
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SCARPINELLA BUENO, Cassio. Curso sistematizado de direito processual civil: teoria geral do direito processual civil.
Parte geral do Código de Processo Civil. 10. edição. São Paulo: Saraiva, 2020. v. 1, p. 332-347.
12
ALVIM, Teresa Arruda. Nulidades do processo e da sentença. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.
13
ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil. 17ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 189-201.
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Em caso de ausência de citação válida, tem-se não uma inexistência, mas sim uma nulidade
absoluta. Assim, sentença proferida contra réu revel que não foi citado ou que foi citado
invalidamente é de tal modo viciada que vai poder ser impugnada a qualquer tempo.
Será impugnada por meio de ação de nulidade de sentença (querela nullitatis). Nesses casos,
a sentença está contaminada por um vício transrescisório, que permite a impugnação da sentença
mesmo após o prazo de 2 anos da ação rescisória.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se
o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova
intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase
de conhecimento, o processo correu à revelia;
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por
carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos
próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
Atenção: a querela nullitatis é ajuizada no primeiro grau de jurisdição, ao contrário da ação
rescisória, que deve ser ajuizada no Tribunal. Ainda, mesmo não havendo citação do réu
Em posições mais recentes, o STJ14 tem demonstrado inclinação por essa segunda corrente,
que deve ser seguida em prova.
CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros/2017 - Acerca da citação, todas as afirmações estão
corretas, EXCETO:
a) Necessária para a validade do processo.
b) É um pressuposto processual de validade.
c) É matéria de ordem pública, no entanto, só poderá ser alegada sua nulidade ou vício na primeira oportunidade, sob
pena de preclusão.
d) Ato formal que impõe uma série de requisitos, exigida em nome do contraditório, possibilitando ao réu sua
participação no processo.
A alternativa C está incorreta. Problemas envolvendo a citação são matéria de ordem pública, e, como tais, não há
preclusão com sua não alegação.
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob
pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar de ofício,
nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.
Vejam as letras A e B, que confirmam ser a citação um pressuposto processual de validade.
3ª corrente (Didier): A citação é condição de eficácia do processo em relação ao réu (art. 312,
CPC) e, além disso, requisito de validade dos atos processuais que lhe seguirem (art. 239, CPC).
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois
que for validamente citado.
14
STJ, 3ª Turma. REsp. 1.456.632-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, d.j. 07/02/2017.
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A juntada de procuração com poderes específicos para receber citação configura o instituto do
comparecimento espontâneo15. Por outro lado, se não houver procuração com poderes específicos
15
STJ, AgRg no REsp 1481088 / SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, d.j. 18/06/2015; STJ, REsp 1454841/MG, Rel. Min. Nancy
Andrighi, d.j. 07/08/2014.
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para receber citação, mesmo com o comparecimento do advogado e a retirada dos autos em
cartório, não se perfectibiliza a citação16.
FCC/TRT6 – Oficial de Justiça/2018 - Em relação à citação, é correto afirmar:
a) Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, em qualquer hipótese.
b) A juntada aos autos de procuração com poderes para receber citação equivale ao comparecimento espontâneo do
réu, desde que tenha o advogado a potencial possibilidade de ter acesso aos autos do processo.
c) É anulável a citação feita sem obediência às formalidades legais.
d) O juiz não pode, de ofício, reconhecer a falta ou nulidade da citação, dependendo de provocação da parte nesse
sentido, em obediência ao princípio da inércia jurisdicional.
e) A citação será sempre pessoal, por se tratar de ato formal e solene, não podendo em nenhuma hipótese ser realizada
na pessoa de terceiros, ainda que representantes legais, neste último caso excepcionada a citação na figura dos pais,
curadores ou tutores de incapazes.
A alternativa A está incorreta. Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado,
ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
A alternativa B está correta. O pedido de juntada de procuração aos autos por advogado com poderes especiais para
receber citação pode constituir comparecimento espontâneo do réu (art. 214, § 1º, do CPC) e deflagrar o início da
contagem do prazo de defesa, acaso, tenha o advogado a potencial possibilidade de ter acesso aos autos do processo.
(AgRg no REsp 1249720/DF, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, 3ª Turma, DJe 22/08/2013)
A alternativa C está incorreta. Se não observadas as formalidades legais do procedimento citatório, e não havendo
comparecimento espontâneo do réu, a citação será nula, vício que poderá ser arguido inclusive após o trânsito em julgado
da ação por intermédio da ação rescisória.
A alternativa D está incorreta. A falta de nulidade é vício fundado na ordem pública, que não se sujeita à preclusão, de
modo que é dever do magistrado, caso o identifique buscar a superação do vício com vistas à decisão integral de mérito.
A alternativa E está incorreta. Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante
legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.
Integração do
Regular demandado ao
processo
Gera invalidade
Irregular
do processo
Citação Convalida a
Comparecimento
irregularidade, o
espontâneo
vício da citação
Indeferimento
da PI (art. 330)
Não é preciso
citação Improcedência
liminar do
pedido (art. 332)
16
STJ, AgRg no REsp 1.468.906-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, d.j. 26/8/2014 (info 546). STJ, REsp 1.310.704-
MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, d.j. 10/11/2015.
16
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17
MONTANS, Renato. Manual de Direito Processual Civil, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 261.
18
Era possível a curadoria de maiores absolutamente incapazes. Contudo, com o Estatuto da Deficiência, o rol dos
absolutamente incapazes foi reduzido a uma hipótese (menores de 16 anos – art. 3º, I, CC). A curatela ainda é possível,
mas agora de forma excepcional, nos termos do art. 84 e parágrafos, Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Deficiência).
19
MOUZALAS, Rinaldo; NETO, João Otávio; MADRUGA, Eduardo. Processo Civil: Volume Único, 9ª ed. Salvador:
Juspodivm, 2016, p. 385.
20
Art. 84, § 3o A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional
às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.
21
Código Civil, Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo
menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio
na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa
exercer sua capacidade. § 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os
apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos
apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que
devem apoiar.
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c) citação da pessoa jurídica: é feita na pessoa que tem poderes contratuais ou estatutários
para presentá-la em juízo.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não
havendo essa designação, por seus diretores;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial,
agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira
a receber citação para qualquer processo.
Os entes federativos são pessoas jurídicas de direito público interno22, sendo presentados,
em regra, pelo seu chefe do Poder executivo (Presidente, Governador, Prefeito). Contudo, para fins
processuais, eles serão presentados pelo órgão da Advocacia Pública responsável por sua defesa em
juízo. Por isso, o CPC estabeleceu que as Procuradorias devem receber citação e intimação.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
§ 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática
de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante
convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
Art. 242, § 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas
respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de
Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
Art. 269, § 3o A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de
suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão
de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
CESPE/PGE-AM – Procurador do Estado/2016 - Pedro, motorista da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, conduzia
um veículo do referido ente público, quando provocou acidente automobilístico que resultou na incapacidade física e
mental de Flávio. Após a interdição de Flávio, seu advogado pretende ajuizar ação de reparação de danos materiais e
morais. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Proposta ação de reparação de dano, a citação deverá ser realizada na Procuradoria do Estado do Amazonas, que terá o
prazo em quádruplo para apresentação da sua defesa.
A alternativa está incorreta. A citação deve ser realizada na Procuradoria mesmo. Contudo, o prazo em quádruplo era
previsto no CPC/73 para contestar. No CPC/15, o prazo é em dobro.
22
CC, Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios; IV - as autarquias; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº
11.107, de 2005) V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em
contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
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CRFB, art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá
de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,
exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.
CPC, art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da
intimação pessoal. § 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. § 2o Não se aplica o benefício
da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.
E os Correios?
O conceito de Fazenda Pública inclui: i- União; ii- Estados; iii- Municípios; iv- Autarquias e
fundações públicas de direito público (fundações autárquicas); V- Empresa de Correios e Telégrafos
(ECT), que, embora seja empresa pública, é considerada Fazenda para vários fins (pagamento por
precatório, impenhorabilidade de bens etc.).
O art. 12, Decreto-Lei n. 9/1969, cuja recepção foi atestada pelo STF23, concede, aos Correios,
vários privilégios similares aos das pessoas jurídicas de direito público.
Art. 12. A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos
destinados aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação
a imunidade tributária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e
serviços, quer no concernente a foro, prazos e custas processuais.
Aos correios também se aplica a prerrogativa da Fazenda Pública sobre intimação?
Não. No caso, um advogado X havia se cadastrado no sistema eletrônico e, posteriormente,
apenas ele continuou recebendo intimações para praticar atos em defesa dos Correios. Nesse caso,
O STJ24 entendeu plenamente válidas as intimações apenas a ele dirigidas, já que a ECT não precisaria
ser intimada desses atos.
d) citação de entes despersonalizados: ocorrerá na pessoa que os representa em juízo: massa
falida (administrador judicial); herança jacente ou vacante (administrador, curador); espólio
(inventariante); sociedades irregulares (quem administra seus bens); condomínio (síndico)
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade
jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
23
À Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o privilégio
da impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Recepção do art. 12 do DL 509/1969 e não incidência da restrição
contida no art. 173, § 1º, da CF, que submete a empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que
explorem atividade econômica ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e
tributárias. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da competência da União
Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do disposto no art.
100 da CF. (RE 220.906, rel. min. Maurício Corrêa, j. 16-11-2000, P, DJ de 14-11-2002; RE 407.099, rel. min. Carlos Velloso,
j. 22-6-2004, 2ª T, DJ de 6-8-2004)
24
É válida a intimação da ECT na pessoa do advogado que está cadastrado no PJe, não sendo necessária a intimação em
nome da entidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1574008-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/03/2019 - info 644.
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e) Teoria da aparência
Trata-se de método de ampliação dos casos de citação indireta. Denomina-se teoria da
aparência justamente porque será citado aquele que, aparentemente, tenha poderes para receber a
citação, não sendo o réu.
Dinamarco25 salienta:
A experiência mostra como às vezes é difícil identificar com precisão quem é o sujeito
habilitado por estatuto ou contrato social a receber citações pela empresa; mostra também
que a rígida exigência de citar somente tais sujeitos abre amplo espaço para escusas e
negações do demandado que pretende furtar-se à citação.
Se a citação não chegou às mãos de quem devia, insere-se dentro do “risco do negócio”,
devendo ser tratada como culpa in elegendo.
Sob a égide do CPC/73, a jurisprudência já aplicava tal teoria.
Em consonância com o moderno princípio da instrumentalidade processual, que
recomenda o desprezo a formalidades desprovida de efeitos prejudiciais, é de se aplicar
a teoria da aparência para reconhecer a validade da citação da pessoa jurídica realizada em
quem, na sua sede, se apresenta como sua representante legal e recebe a citação sem
qualquer ressalva quanto a inexistência de poderes para representá-la em Juízo. (STJ.
EREsp 156970/SP, Rel. Min. Vicente Leal, Corte Especial, julgado em 02/08/2000)
CPC/73 CPC/15
25
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. São Paulo: Malheiros, 2009, v. III, p. 421.
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CRFB/88, Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
27
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.
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IESES/TJRO - Titular de Serviços de Notas e de Registros/2017 - Segundo preconiza o novo Código de Processo Civil, não
se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I. De doente, enquanto grave o seu estado.
II. De cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha
colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 30 (trinta) dias seguintes.
III. De quem estiver participando de ato de culto religioso.
IV. De noivos, nos 15 (quinze) primeiros dias seguintes ao casamento.
A sequência correta é: a) Apenas a assertiva II está correta. b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. c) As assertivas
I, II, III e IV estão corretas. d) Apenas as assertivas I, II, III estão corretas.
A alternativa B está correta. Os itens I e III estão corretos
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: I - de quem estiver participando de ato de
culto religioso; II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; III - de noivos, nos 3 (três)
primeiros dias seguintes ao casamento; IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
MPDFT/MPDFT – Promotor de Justiça Substituto/2021 - Marque a alternativa incorreta:
a) Não se fará a citação de noivos nos três primeiros dias seguintes ao casamento.
b) Não se fará a citação de doente, enquanto grave o seu estado.
c) Não se fará a citação do viúvo ou da viúva, nos sete dias seguintes ao falecimento do de cujus.
d) A citação ad domum é válida.
e) A citação por hora certa não pode ser efetivada na pessoa de vizinho intimado anteriormente que esteja ausente no
dia e horário indicado pelo Oficial de Justiça.
Comentários: A alternativa E está incorreta. Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o
citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa
da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
designar. Art. 253, § 2º A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver
sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
§ 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme
o caso, declarando-lhe o nome.
A alternativa A está correta. Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: III - de noivos, nos
3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
A alternativa B está correta. Art. 244, IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
A alternativa C está correta. Art. 244, II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo
ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
A alternativa D está correta. A citação ad domum é aquela feita em casa, no domicílio.
No tocante ao art. 245, Mouzalas, Neto e Madruga28 defendem a sua leitura conjunta com o
Estatuto da Deficiência, já que esta legislação adota, como regra geral, a plena capacidade do
portador de deficiência.
Conforme art. 84, Lei n. 13.146/15, “a pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas”.
Portanto, em regra, caso não esteja sob o regime da curatela ou tomada de decisão apoiada,
entende-se que o deficiente poderá receber pessoalmente a citação.
28
Op. Cit., p. 385.
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Se estiver sob o regime da curatela, o sujeito poderá ter ou não aptidão para receber citação
pessoalmente, a depender do regime de curatela fixado, caso em que pode ser necessário ou
dispensado o recolhimento da assinatura do curador.
Se estiver sob o regime de tomada de decisão apoiada, a depender dos limites do apoio, o
oficial deve recolher a assinatura dos sujeitos auxiliares (pelo menos 02 apoiadores), que devem
auxiliar o portador de deficiência na prática de seus atos.
Se o sujeito não estiver nem sob curatela, tampouco sob o regime da tomada de decisão
apoiada e o oficial perceber que o citando não possui discernimento suficiente para receber essa
citação, aplicar-se-á o procedimento do art. 245, §§ 1º a 5º.
Atenção! Não há impedimento momentâneo para a citação se o judiciário estiver em greve29.
2.2.7 - Efeitos Processuais e Materiais da Citação
Já adianto o que mudou em relação ao CPC/15, com base no quadro feito por Rinaldo
Mouzalas, João Otávio e Eduardo Madruga.
CPC/73 CPC/15
Alterações
A citação ordenada por juízo incompetente A citação ordenada por juízo incompetente
induzia litispendência e interrompia a produz todos os efeitos..
prescrição.
3.7.1 - CPC/73
A doutrina elencava, com base no art. 219, CPC/73, quatro efeitos processuais e dois
materiais da citação.
29
STJ, REsp 1.153.218-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/8/2010.
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CPC/73, Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa
a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e
interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.(Redação dada
pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao
despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente
ao serviço judiciário. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa)
dias.(Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes,
haver-se-á por não interrompida a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
§ 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006)
§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão
comunicará ao réu o resultado do julgamento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
Efeitos processuais
1º efeito - completar a relação processual
Consiste naquela ideia da formação gradual da relação processual triangular.
Consoante Alexandre Câmara30, há uma divergência acerca da “configuração gráfica” do
Processo.
i- Teoria Linear (Kohler): A relação processual seria linear, apenas entre autor e réu;
Autor Réu
ii- Teoria Angular (Hellwig): A relação processual seria angular, havendo relação entre o juiz e
cada uma das partes, individualmente.
Estado-Juiz
Autor Réu
Vejam que essa concepção não advoga a existência de posições jurídicas diretas entre
demandante e demandado, o que é um equívoco.
Ex1: dever de lealdade e boa-fé entre as partes (art. 5º, CPC);
Ex2: obrigação da parte derrotada em reembolsar custas processuais adiantadas pela
vencedora (art. 82);
Ex3: possibilidade de estipulação de convenções processuais (art. 190, CPC).
30
CÂMARA, Alexandre. Lições de Direito Processual Civil, 15ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 136.
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Ex4: as partes podem convencionar a suspensão do processo (art. 313, II, CPC);
iii- Teoria Triangular (Bülow, Wach, Chiovenda - majoritária): A relação processual seria
triangular, havendo relação entre o autor e réu, bem como entre o juiz e cada uma das partes.
Estado-Juiz
Autor Réu
O correto é considerar a formação gradual desse triângulo. Com a apresentação da petição
inicial, teríamos uma relação jurídica linear entre demandante e Estado. Com a citação válida,
teríamos uma relação angular. Por fim, com o comparecimento do réu ao pólo passivo, teríamos a
formação da relação jurídica triangular.
2º efeito - induzir litispendência
Consoanta apontam Assumpção e Didier, o termo “litispendência” é plurívoco, podendo
significar:
i- pendência da causa (que começa com a propositura e se encerra com a extinção – art. 263);
CPC/73, Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada
pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da
ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for
validamente citado.
ii- requisito de validade objetivo extrínseco negativo, verificado na concomitância de
processos idênticos (mesma ação – partes, pedido e causa de pedir), nos termos do art. 301 e
parágrafos, do CPC/73.
Art, 301, § 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir
e o mesmo pedido. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando
se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso. (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
1ª corrente (Didier, Marinoni): O art. 219, CPC/73 (atual art. 240, CPC/15) utiliza o termo
litispendência na primeira acepção (pendência da causa). Assim, para o autor, a demanda já está
pendente desde a propositura. Para o réu, a demanda encontra-se pendente com sua citação válida.
2ª corrente (Daniel Assumpção): O art. 219, CPC/73 (atual art. 240, CPC/15) utiliza o termo
litispendência na segunda acepção (reprodução de demanda idêntica). Apenas com a citação que
podemos constatar a litispendência. Portanto, se houver duas demandas idênticas tramitando, o
processo que deverá continuar é aquele em que houve a citação em primeiro lugar. O processo em
que a citação se deu posteriormente será extinto sem resolução do mérito por litispendência (art.
267, V, CPC/73 e art. 485, V, CPC/15).
3º efeito - tornar prevento o juízo
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Consoante art. 106 c/c art. 219, a citação tornava prevento o juízo somente para fins de
processos conexos que tramitam em comarcas ou subseções distintas. Caso tramitassem no mesmo
foro, o critério de prevenção era o primeiro despacho proferido no processo (art. 106).
Art. 106. Correndo em separados ações conexas perante juízes que têm a mesma
competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa;
e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e
interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
No CPC/15, esse efeito processual não mais decorre da citação, mas sim do registro ou
distribuição do processo (art. 59, CPC/15).
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
4º efeito - tornar litigiosa a coisa
Impõe a terceiros que venham a adquirir a coisa a ciência de que há litígio sobre a mesma e
que correm o risco de perdê-la de acordo com o resultado do processo (antigo art. 42, CPC/73; atual
art. 109, CPC/2015).
A coisa ou o direito estarão vinculados ao processo, de modo que ao vencedor será entregue
a coisa ou direito independentemente de quem o mantenha em seu patrimônio no momento da
execução.
Por isso salienta-se que a alienação da coisa litigiosa é ineficaz perante o vencedor da
demanda, podendo configurar, inclusive, ato de fraude à execução (art. 790, Ve 792, I, CPC/15).
Art. 790. São sujeitos à execução os bens: V - alienados ou gravados com ônus real em
fraude à execução;
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: I - quando
sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória,
desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se
houver;
Alguns autores alocam este inciso como efeito processual (Humberto Theodoro Jr., Nelson
Nery) da citação e outros como efeito material da citação, a exemplo de Daniel Assumpção.
Didier31, embasando-se em Carlos Aberto Alvaro de Oliveira diz que a litigiosidade gera efeitos
tanto materiais (agindo para fora do processo, sendo que a eficácia da sentença em relação ao
adquirente é um dos exemplos); quanto processuais, a exemplo da não alteração da legitimidade das
partes, possibilidade de substituição processual ou de inserção do adquirente no processo.
Efeitos materiais
1º efeito - constituir o devedor em mora (em alguns casos)
Mora é o não cumprimento da obrigação no que tange ao tempo, lugar e forma que foi
pactuado ou que foi exigido por lei.
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que
não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
31
Curso de Direito Processual Civil, v. 1, 20ª ed. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 707.
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O próprio art. 219, CPC/73, na linha do art. 405, do CC, dispunha que a citação constituía em
mora o devedor. Todavia, o CPC/73 não diferenciava as hipóteses de mora ex re e mora ex persona.
Incumbia à jurisprudência, portanto, fazer essa diferenciação.
Quando as obrigações vencem mora ex re, a constituição em mora é automática, a partir do
vencimento da obrigação.
Quando a mora é ex persona, não há prazo certo para vencimento, tornando-se necessária a
notificação do devedor, que pode ser judicial ou extrajudicial. A citação válida equivale, portanto, a
uma notificação.
A compreensão dessa diferença muda o termo inicial de incidência dos juros de mora.
Vejamos a separação feita por Márcio Cavalcante:
1) Responsabilidade extracontratual: os juros fluem a partir do evento danoso (art. 398 do CC
e Súmula 54 do STJ).
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora,
desde que o praticou. (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
Súmula 54, STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
responsabilidade extracontratual.
2) Responsabilidade contratual:
2.1) Obrigação líquida (mora ex re): contados a partir do vencimento.
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de
pleno direito em mora o devedor. (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
2.2) Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados a partir da citação. A citação aqui seria
uma forma de interpelação.
CC, Art 397, Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.
2º efeito - interromper a prescrição
A citação como marco da interrupção da prescrição era a regra da redação original do CPC/73.
Todavia, uma reforma da década de 90 acrescentou o §1º ao artigo 219 do CPC, afirmando que,
interrompida a prescrição, ela retroagiria à data da propositura da ação.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa;
e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e
interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação. (Redação dada
pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
O problema é que, em 2002, o novo CC (art. 202, I) dispôs que o que interromperia a
prescrição não seria a citação válida, mas sim o despacho do juiz que determinou a citação (momento
anterior à citação válida, mas posterior à data de propositura da ação).
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I -
por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a
promover no prazo e na forma da lei processual;
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Parcela doutrinária começou a dizer que o artigo 202 do CC teria revogado o artigo 219 do
CPC/73. Veremos que o CPC/15 organizou o assunto.
3.7.2 - CPC/15
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A alternativa B está incorreta. Precisa de consentimento da parte contrária para a cessão ocorrida na fase de
conhecimento.
A alternativa C está correta. Não precisa de consentimento da parte contrária para a cessão ocorrida na fase de execução
(art. 778, §1º, II, CPC/2015). Vejamos o STJ: "A jurisprudência do STJ, reiterada em recurso repetitivo (art. 543-C do CPC),
é pacífica no sentido de ser aplicável, na execução, o art. 567, inciso II, do CPC, que concede ao cessionário o direito de
promovê-la, ou nela prosseguir, quando o direito resultante do título executivo lhe foi transferido por ato entre
vivos, não se exigindo o prévio consentimento da parte contrária, a que se refere o art. 42, § 1º, do mesmo código."
(STJ, AgRg no REsp 1.414.986/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe
13/05/2014).
A alternativa D está incorreta. Na execução, não precisa ocorrer consentimento da parte contrária.
A alternativa E está incorreta. Gera consequências sim no plano processual.
Por outro lado, se a alienação se der antes da citação, o adquirente não estará sujeito aos
efeitos da decisão, pois a coisa ainda não tinha se tornado litigiosa.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EFICÁCIA SUBJETIVA DA COISA JULGADA. Não está sujeito
aos efeitos de decisão reintegratória de posse proferida em processo do qual não
participou o terceiro de boa-fé que, antes da citação, adquirira do réu o imóvel objeto do
litígio. É certo que, segundo o disposto no art. 42, § 3º, do CPC, em se tratando de aquisição
de coisa ou direito litigioso, "A sentença, proferida entre as partes originárias, estende os
seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário". Trata-se de exceção legal à regra segundo a
qual a coisa julgada só opera efeito inter partes - eficácia subjetiva da coisa julgada -,
prevista na primeira parte do art. 472 do CPC: "A sentença faz coisa julgada às partes entre
as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros [...]". Entretanto, a coisa só
se torna litigiosa para a parte ré após a citação válida, nos termos do disposto no art. 219
do CPC. Observe-se que o bem ou direito somente se torna litigioso com alitispendência, ou
seja, com a lide pendente. A lide é considerada pendente, para o autor, com a propositura
da ação, enquanto que, para o réu, com a citação válida. Desse modo, para o adquirente,
o momento em que o bem ou direito é considerado litigioso vai variar de acordo com a
posição ocupada pela parte na relação jurídica processual que sucederia. Nesse contexto,
se o bem é adquirido por terceiro de boa-fé antes de configurada a litigiosidade, não há
falar em extensão dos efeitos da coisa julgada ao adquirente. REsp 1.458.741-GO, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/4/2015, DJe 17/4/2015 (info 560).
Alguns autores alocam este inciso como efeito processual (Humberto Theodoro Jr., Nelson
Nery) da citação e outros como efeito material da citação, a exemplo de Daniel Assumpção.
A doutrina minoritária32 defende que a litigiosidade é efeito da litispendência (na sua 1ª
acepção – causa pendente) e não da citação. Assim, para essa corrente, para o autor, a coisa torna-
se litigiosa desde a propositura da demanda e, para o réu, com a citação.
Efeitos materiais
1º efeito - constituir o devedor em mora
Mora é o não cumprimento da obrigação no que tange ao tempo, lugar e forma que foi
pactuado ou que foi exigido por lei.
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que
não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
32
TORNAGHI, Hélio. Comentários ao Código de Processo Civil, p. 156.
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O próprio art. 219, CPC/73, na linha do art. 405, do CC, dispunha que a citação constituía em
mora o devedor. Todavia, o CPC/73 não diferenciava as hipóteses de mora ex re e mora ex persona.
Diferentemente do CPC/73, o art. 240, CPC/15 insere expressamente as exceções, isto é, as
hipóteses em que a constituição em mora do devedor não ocorrerá com a citação.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto
nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
O art. 398 aborda a responsabilidade extracontratual, enquanto o art. 397, caput, trata da
responsabilidade contratual cuja obrigação é líquida (mora ex re).
1) Responsabilidade extracontratual: os juros fluem a partir do evento danoso (art. 398 do CC
e Súmula 54 do STJ).
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora,
desde que o praticou. (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
Súmula 54, STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
responsabilidade extracontratual.
2) Responsabilidade contratual:
2.1) Obrigação líquida (mora ex re): contados a partir do vencimento.
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de
pleno direito em mora o devedor. (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
2.2) Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados a partir da citação. A citação aqui seria
uma forma de interpelação judicial.
CC, Art 397, Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.
Interrupção da Prescrição
Com o CPC/15, a interrupção da prescrição não é mais um efeito da citação.
Como dissemos, a citação como marco da interrupção da prescrição era a regra da redação
original do CPC/73. Todavia, uma reforma da década de 90 acrescentou o §1º ao artigo 219 do CPC,
afirmando que, interrompida a prescrição, ela retroagiria à data da propositura da ação.
Art. 219, § 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da
ação. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
O problema é que, em 2002, o novo CC (art. 202, I) dispôs que o que interromperia a
prescrição não seria a citação válida, mas sim o despacho do juiz que determinou a citação (momento
anterior à citação válida, mas posterior à data de propositura da ação).
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I -
por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a
promover no prazo e na forma da lei processual;
Parcela doutrinária começou a dizer que o artigo 202 do CC teria revogado o artigo 219 do
CPC/73.
O CPC/15 tenta resolver o impasse entre o art. 219, CPC/73 com o art. 202, CC, por meio do
§1º do artigo 240. Pela previsão legal, verifica-se que o que interrompe a prescrição é o despacho
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citatório (assumindo a regra do CC), e, uma vez interrompida a prescrição, retroage à data da
propositura da ação.
Art. 240, § 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação,
ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
Esse efeito retroativo também se aplica à decadência e a outros prazos extintivos.
CPC/73 CPC/15
Art. 220. O disposto no artigo anterior aplica-se a Art. 240, § 4o O efeito retroativo a que se refere o §
todos os prazos extintivos previstos na lei. 1o aplica-se à decadência e aos demais prazos
extintivos previstos em lei.
Como o prazo decadencial não se suspende nem se interrompe (art. 207, CC33), entende-se
que o prazo decadencial fica simplesmente obstado.
1. "Não importa violação ao art. 281, parágrafo único, inciso II, do CTB, a possibilidade de
renovação da notificação, desde que respeitado o prazo de trinta dias do trânsito em
julgado da decisão que anulou parcialmente o procedimento administrativo. Aplicação do
art. 220 do CPC" (REsp 711.965/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de
26.9.2005). No mesmo sentido: EDcl no AgRg no REsp 636.236/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz
Fux, DJ de 13.2.2006; REsp 803.370/RS, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 29.5.2006.
2. É certo que, em se tratando de prazo decadencial, afasta-se a ocorrência de causa
suspensiva ou interruptiva de sua fluência, "haja vista ser essa uma das características do
prazo extintivo do direito" (REsp 118.883/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo
Teixeira, DJ de 21.9.1998). No entanto, por previsão expressa do art. 220 do CPC, as regras
do art. 219 aplicam-se à decadência. A conclusão lógica, harmonizando-se os arts. 219 e
220 do CPC com o prazo extintivo previsto no art. 281, parágrafo único, II, do CTB, é que,
ocorrendo o trânsito em julgado da decisão que anulou o procedimento administrativo,
permite-se a renovação da notificação, que deverá ser realizada nos trinta dias
subseqüentes. Entendimento em sentido contrário torna "letra morta" o disposto no art.
220 do CPC (STJ, AgRg no Ag 765.077/RS, Rel. Min. Denise Arruda, 23.10.2006).
Segundo o art. 240, §2º, do CPC, sob pena de não haver interrupção da prescrição, o autor
deve dar ao juiz os meios necessários para que se cumpra a citação no prazo de 10 dias, a exemplo
de pagar antecipadamente as despesas citatórias, fornecer endereço correto do réu, juntar a
contrafé (cópia da petição inicial).
Art. 240, § 2o Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências
necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1o.
Saibam, porém, que se a demora na citação não for culpa do autor, mas do serviço judiciário,
ocorrerá sim a interrupção da prescrição no despacho que determina a citação, já que o autor não
pode ser prejudicado por uma demora que não deu causa.
Art. 240, § 3o A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao
serviço judiciário.
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Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou
interrompem a prescrição.
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Súmula 106, STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação,
por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de
prescrição ou decadência.
Ainda, quando forem necessários diversos atos para achar o réu, não haverá várias
interrupções a cada despacho. Ela já terá ocorrido no primeiro despacho.
E quando a culpa pelo atraso for sim do autor, quando ocorreria a interrupção da prescrição?
1ª corrente (Didier, Theodoro Jr., Alexandre Câmara): a citação irá interromper a prescrição.
2ª corrente (Daniel Assumpção): a interrupção da prescrição se dará com o despacho que
ordena a citação. O único prejuízo ao autor seria a não retroatividade à data da propositura da ação.
3ª corrente (STJ): nos casos de culpa do autor que exija emenda da inicial para que haja
citação escorreita do réu, o STJ entende que a interrupção da prescrição se dá com a própria emenda.
(...) Considera-se interrompido o lapso prescricional na data em que protocolada a
petição que consubstancia medida capaz de servir-lhe de obstáculo ao curso - no caso dos
autos, o protesto interruptivo noticiado no acórdão recorrido -, a não ser que esta venha
a ser considerada inepta ou seja detectada incúria da parte em providenciar
posteriormente o que lhe estiver a cargo para a efetivação da intimação. (STJ, AgRg no
REsp 1085391/RS, Rel. Min. Laurita Vaz, d.j. 24/03/2009).
Nos termos da jurisprudência desta Corte, se a petição inicial não preenche os requisitos
do art. 282 do CPC/1973 (correspondente ao 319 do CPC/2015), deve-se considerar a data
da emenda à petição inicial para os efeitos de retroação da citação, pois este é o
momento em que a ação passou a reunir condições de procedibilidade. Razões recursais
insuficientes para a revisão do julgado. Agravo interno desprovido. (AgInt nos EDcl no AgInt
no AREsp 1137266/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Belizze, 3ª Turma, d.j. 14/10/2019)
Nessa mesma linha – de não beneficiar o autor faltoso -, o STJ entende que a citação de parte
ilegítima não permite interrupção de prazo prescricional da pretensão em relação à parte legítima.
Para que haja a interrupção do prazo prescricional, portanto, é necessário que a citação válida tenha
sido efetivada na pessoa que deve satisfazer a prestação buscada na demanda.
(...) 1. Discussão acerca da eficácia interruptiva da prescrição operada pela citação válida,
mas de parte ilegítima, em relação à parte legítima contra a qual apenas foi direcionada
a demanda após o acolhimento do pedido de emenda da petição inicial. 2. Nova citação
realizada apenas após o implemento do prazo prescricional e do escoamento dos prazos
previstos nos §§ 2º e 3º do art. 219 do CPC/73, contados do primeiro despacho ordinatório.
3. Ação indenizatória por danos morais decorrentes de veiculação, em 15/06/2004, de
matéria jornalística alegadamente ofensiva ajuizada em 13/06/2007, alguns dias antes do
implemento da prescrição trienal prevista no art. 206, §3º, inciso V, do CC. 4. A maior parte
dos precedentes do STJ, versando acerca dos efeitos interruptivos da prescrição advindos
da citação válida, remontam a fatos ocorridos na vigência do art. 175 do CC/16, cuja
revogação pelo CC/02 e posterior tratamento legislativo do tema, exige uma nova
abordagem da questão. 5. A interpretação que mais bem atende ao disposto no art. 219,
§1º, do CPC/73 e, ainda, ao art. 202, inciso I, do CC, é a de que apenas com a citação
formalmente correta e tempestiva da parte legitimada para estar no polo passivo da
ação, é que se poderá entender interrompida a prescrição. 6 Recurso especial
desprovido. (STJ, REsp 1527157/PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, d.j.
05/06/2018).
Com base no raciocínio desses julgados, podemos generalizar e dizer que não haverá
interrupção da prescrição toda vez que houver possibilidade de extinção do processo sem resolução
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do mérito em decorrência de equívoco do autor (ex: extinção por ilegitimidade do réu – 485, IV,
extinção por inépcia da inicial – 485, I)?
Não. Cada caso é um caso. O enunciado 136, FPPC diz, por exemplo, que a citação
(poderíamos dizer que o despacho que ordena a citação) interrompe a prescrição, ainda que o
processo seja extinto em decorrência do acolhimento da convenção de arbitragem.
Enunciado 136, FPPC: (art. 240, § 1º; art. 485, VII) A citação válida no processo judicial
interrompe a prescrição, ainda que o processo seja extinto em decorrência do acolhimento
da alegação de convenção de arbitragem.
Seguindo...
Professor, e se o autor se equivocar e propuser a demanda perante o juiz incompetente? A
prescrição também não se interromperá?
Aqui, o CPC/73 e o CPC/15 deram uma colher de chá para o demandante.
Conforme CPC/73, citação ordenada por juiz incompetente gerava apenas dois de seus
efeitos – constituição em mora e interrupção da prescrição -, mas não tornava prevento o juízo, não
induzia litispendência, tampouco fazia litigiosa a coisa.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa;
e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e
interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
No CPC/15, a citação ordenada por juiz incompetente enseja todos os efeitos.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto
nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
Portanto, como o CPC/15 foi até mais condescendente com o autor, presume-se que o
despacho que ordena a citação, prolatado pelo juiz incompetente, também interromperá a
prescrição (art. 240, §1º).
Quando há a interrupção nos casos de desmembramento de litisconsórcio multitudinário
ativo?
No litisconsórcio multitudinário (art. 113, §1º, CPC), uma vez feito o desmembramento, não
seria justo com aqueles que foram separados do 1º processo que fossem prejudicados com a
interrupção da prescrição apenas com o despacho citatório do 2º processo.
Enunciado 117, FPPC: (arts. 113 e 312) Em caso de desmembramento do litisconsórcio
multitudinário ativo, os efeitos mencionados no art. 240 são considerados produzidos
desde o protocolo originário da petição inicial (daquele primeiro processo).
O art. 202 do Código Civil tem outros marcos interruptivos, além do despacho do juiz que
ordena a citação. Assim, se antes do processo o sujeito pratica algum dos atos do referido dispositivo,
haverá sim interrupção da prescrição. Nesses casos, alguns civilistas defendem que, ao praticar os
atos dos incisos do art. 202, houve interrupção e, quando protocolada a demanda no Judiciário,
haveria suspensão do prazo prescricional, já que, segundo o caput do art. 202, não há mais de uma
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interrupção. Assim, o prazo volta a correr de onde parou com o fim do processo. Outros, porém, com
chancela do STJ34, entendem que não há essa suspensão do processo.
Atenção! O STJ entendia que, ressalvada a prescrição intercorrente na execução fiscal, o juiz
poderia reconhecer de ofício a prescrição, sem ouvir as partes previamente.
Súmula 409, STJ: Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação
pode ser decretada de ofício.
Contudo, o art. 10 do CPC/15, de maneira geral, proíbe o juiz de reconhecer questões de
ordem pública de ofício, sem antes ouvir as partes, o que alteraria a jurisprudência do STJ.
No entanto, o art. 332, §1º confere embasamento à jurisprudência do STJ no sentido da
possibilidade de reconhecer de pronto a prescrição e decadência, sem necessidade de abrir vista às
partes.
Art. 332, § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
Parcela doutrinária tem dito que o CPC deve ser interpretado sistemática e teleologicamente,
de modo que, mesmo nos casos de prescrição e decadência, seria imperiosa a aplicação do art. 10,
CPC. Ora, seria necessária a oitiva, ao menos, da parte autora, a fim de que ela pudesse suscitar
alguma causa interruptiva, suspensiva da prescrição.
Temos de aguardar o posicionamento do STJ.
Estabilização da demanda (efeito atípico)
Daniel Assumpção, Didier e Dinamarco entendem que a estabilização da demanda também é
efeito da citação. Após a citação, o autor não pode mudar nenhum dos três elementos da demanda
(partes, pedido ou causa de pedir), sem anuência do réu.
Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,
independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar
ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o
contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15
(quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se
o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.
Corte Especial - DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. TERMO INICIAL DOS JUROS
MORATÓRIOS EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES.
34
Conforme dispõe o art. 202, caput, do CC/02, a interrupção da prescrição ocorre somente uma única vez para a mesma
relação jurídica. Na espécie, o protesto da duplicata foi promovido em 17/10/2014, momento em que, nos termos do
art. 202, III, do CC/02, houve a interrupção do prazo prescricional. O posterior ajuizamento da ação declaratória de
inexistência de débito pela recorrida, em 17/12/2014, ainda que indiscutivelmente seja causa interruptiva da prescrição,
não tem o condão, contudo, de promover nova interrupção do prazo prescricional, uma vez que o mesmo já havia sido
interrompido com o protesto da cártula. A prescrição de 3 (três) anos (art. 206, § 3º, VIII, do CC/02) operou-se em
17/10/2017, sendo que a ação de execução de título executivo extrajudicial somente foi ajuizada pela recorrente em
17/07/2018. (STJ, 3ª Turma, 1.924.436 – SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, d.j. 10/08/2021)
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CPC/73 CPC/15
Alterações
A citação ordenada por juízo incompetente A citação ordenada por juízo incompetente
induzia litispendência e interrompia a produz todos os efeitos..
prescrição.
A antiga redação do art. 246, caput, dizia que a citação seria feita, dentre várias possibilidades,
por meio eletrônico, conforme regulado em lei (inciso V), que era, justamente, a Lei n. 11.419/06.
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Art. 246, § 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas
públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos
eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas
preferencialmente por esse meio. ) § 2o O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao
Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração indireta. Art. 270,
Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia
Pública o disposto no § 1o do art. 246.
36
GAJARDONI, Fernando. Citação e Intimação por meio eletrônico no novo CPC. Disponível em: <
https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/novo-cpc/citacao-e-intimacao-por-meio-eletronico-no-novo-cpc-
02012017 >. Acesso em 24.04.2021.
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das normativas para cadastro seria uma prática de ato atentatório à dignidade da justiça e litigância
de má-fé37.
De todo modo, a “lei não pegou”. Com a Lei n. 14.195/21, tentou-se reforçar a
obrigatoriedade do cadastro, bem como alterar alguns outros pontos38.
Antes de mais nada, já foi proposta ADI 7005, pelo PSDB, alegando ser a lei inconstitucional,
pois, numa conversão de medida provisória em Lei, inseriram esse jabuti, prática já vedada pelo
STF39.
Até ser decidido algo, cabe-nos estudar seus dispositivos.
De início, repisa-se que houve um reforço na obrigatoriedade do cadastramento, pois, agora,
há um novo dever das partes, qual seja, de fornecer um endereço eletrônico ao banco de dados do
Poder Judiciário por meio do qual serão comunicadas dos atos do processo (art. 77, VII40). Caso haja
descumprimento, há divergência sobre qual a sanção. Alguns vêm entendendo que o CNJ imporá
uma multa; outros dizem que serão aplicadas as sanções litigância de má-fé, pelo fato de o rol do art.
80 ser exemplificativo e poder abranger mais condutas.
Ademais, tal cadastro passou a também ser obrigatório para microempresa e empresa de
pequeno porte quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede
Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) 41.
Resumindo...
i- todas as empresas públicas e privadas deverão cadastrar/manter atualizados seus e-mails no banco de dados do Poder
Judiciário que será regulamentado pelo CNJ;
ii- quanto às microempresas e empresas de pequeno porte:
a) se já tiverem cadastrado seus e-mails no redesim, não precisam fazer mais nada, pois os dados deste sistema serão
compartilhados com o banco de dados do Poder Judiciário.
37
(...) ao não se cadastrar, passam a criar embaraço à efetivação da decisão judicial que ordena a citação/intimação (art.
77, IV), além de opor resistência ao andamento do processo por conta da dificuldade no estabelecimento da comunicação
processual. Algo que viola, respectivamente, os artigos 77, IV e art. 80, IV, do CPC/15.
38
no Rol de 190 países do Doing Business (Banco Mundial), o Brasil ocupa a posição n. 124. A MP 1040/21, portanto,
visou a melhorar o ambiente de negócios do Brasil e recuperação dos créditos. Na conversão da MP em lei (Lei n.
14.195/21), o Congresso inseriu essas novidades no CPC/15, alterando os artigos 77, VII, 231, IX, 238, parágrafo único,
246, 247, 397 e 921.
39
Viola a Constituição da República, notadamente o princípio democrático e o devido processo legislativo (arts. 1º, caput,
parágrafo único, 2º, caput, 5º, caput, e LIV, CRFB), a prática da inserção, mediante emenda parlamentar no processo
legislativo de conversão de medida provisória em lei, de matérias de conteúdo temático estranho ao objeto originário
da medida provisória. (ADI 5127, Rel. Min. Rosa Weber, Rel. p/ acórdão: Min. Edson Fachin, Tribunal Pleno, julgado em
15/10/15)
40
Art. 77. (...) são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do
processo: (...) VII - informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder Judiciário e, no caso
do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração Tributária, para recebimento de citações e intimações.
41
Art. 246, § 1o §1º As empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos
eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse
meio. (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 2021) § 5º As microempresas e as pequenas empresas somente se sujeitam
ao disposto no § 1º deste artigo quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede
Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). (Lei nº 14.195, de 2021)
§ 6º Para os fins do § 5º deste artigo, deverá haver compartilhamento de cadastro com o órgão do Poder Judiciário,
incluído o endereço eletrônico constante do sistema integrado da Redesim, nos termos da legislação aplicável ao sigilo
fiscal e ao tratamento de dados pessoais. (Lei nº 14.195, de 2021)
40
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b) se não tiverem cadastrado seus e-mails no redesim ou nem tiverem cadastro no redesim, deverão cadastrar seus e-
mails no banco de dados do Poder Judiciário.
42
não é possível ao autor da ação indicar o e-mail que conhece do réu, para que o Judiciário determine a citação em tal
e-mail. Seria necessário esperar o cadastramento no banco de dados do PJ regulamentado pelo CNJ. .Alguns dizem que
a Resolução aplicável é a de n. 234/16, do CNJ. Todavia, corrente majoritária sublinha a necessidade ainda de o CNJ
regulamentar esse banco de dados.
43
Resolução da Presidência n. 27 de 22/09/21: Acrescenta o §3º ao art. 5º da Res. Pleno n. 13 de 17/11/2020: § 3º - As
citações, notificações e intimações de partes com prerrogativa de intimação pessoal deverão se dar em portal do
Tribunal Regional Federal da 5ª Região, via Processo Judicial Eletrônico, Processos Eletrônicos Creta ou outros sistemas
informatizados que venham a substituí-los, em observância ao art. 5º da Lei 11.419/2006, e aos arts. 246, §§ 1º e 2º, e
270, ambos do Código de Processo Civil.
44
GAJARDONI, Fernando. Atualização da Lei n. 14.195/21. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=hncCaOr6Cdc >. Acesso em 15.09.21.
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Na prática, ainda não há aplicação da inovação, até pela inexistência do mencionado banco
de dados a ser regulado pelo CNJ. Portanto, por ora, decorem os enunciados normativos.
Sabendo que, segundo posição majoritária, a Lei n. 11419/06 continua em pleno vigor, vamos
estudá-la. Os arts. 6º e 9º da referida lei aduzem que:
Art. 6o Observadas as formas e as cautelas do art. 5o desta Lei, as citações, inclusive da
Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais Criminal e Infracional, poderão ser
feitas por meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos seja acessível ao citando.
Art. 9o No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações, inclusive da
Fazenda Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei. § 1o As citações,
intimações, notificações e remessas que viabilizem o acesso à íntegra do processo
correspondente serão consideradas vista pessoal do interessado para todos os efeitos
legais
Quando se considera realizada a comunicação?
O art. 6º da referida lei diz que devem ser “observadas as formas e as cautelas do art. 5º desta
Lei 11.419”. Indo, portanto, ao art. 5º, §§, temos que:
§ 1o Considerar-se-á realizada a intimação (citação) no dia em que o intimando efetivar a
consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização.
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a
intimação (citação) será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte.
Assim, vige o sistema de autocomunicação, segundo o qual se estabelece como marco
citatório o momento em que o citando acessa o sistema eletrônico, efetivando a consulta.
Todavia, isso poderia beneficiar aquele citando “esperto”, que demora uma eternidade para
abrir a consulta à citação. Por isso, o art. 5º, §3º dispõe que haverá o tempo de apenas 10 dias
corridos, contados da data do envio da citação, para que a consulta seja efetivada. Se não abrir nos
10 dias, considera-se citado automaticamente no término do prazo, isto é, no 10º dia.
Atenção para o fato de que são 10 dias corridos e não 10 dias úteis.
De todo modo, esses 10 dias devem ser contados com base no art. 231, V do CPC, que preceitua: Art. 231. (...)
considera-se dia do começo do prazo: V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao
término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica.
Assim, p.ex., no mês de maio de 2019: Se a consulta à intimação for realizada na segunda-feira (06/05 - dia útil),
o começo da contagem do prazo será o dia útil seguinte: terça-feira (07/05). E, para tanto, devemos excluir o dia
do início (art. 224, caput, CPC), começando, efetivamente, a contar o prazo a partir do dia 08/05.
Se a consulta for realizada na sexta-feira (10/05), o termo a quo da contagem do prazo será a segunda-feira
subsequente, (13/05). Se a consulta for realizada em dia não útil (11 ou 12/05, sábado ou domingo), a intimação
será considerada ocorrida apenas no primeiro dia útil seguinte (13/05 - segunda-feira), e o termo a quo da
contagem do prazo será na terça-feira (14/05).
Da mesma forma, quando o término dos dez dias corridos para consulta se der em dia não útil, a intimação
automática será considerada realizada apenas no primeiro dia útil seguinte e o prazo será contado a partir do dia
útil subsequente, inclusive. Vejam um caso concreto em que o STJ entendeu dessa forma:
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. PROCESSO ELETRÔNICO. INTIMAÇÃO TÁCITA. FIM DO
DECÊNDIO EM DIA NÃO ÚTIL. PRORROGAÇÃO PARA O DIA ÚTIL SUBSEQUENTE. PRECEDENTES. 1. A interpretação
do STJ acerca do art. 5º, § 3º, da Lei nº 11.419/2006 firmou-se no sentido de que, se o término do decêndio
ocorrer em feriado ou em dia não útil, considerar-se-á como data da intimação automática o primeiro dia útil
seguinte. 2. No caso concreto, o prazo de 10 (dez) dias para a consulta findou-se em 16/11/2014 (domingo), de
modo que a intimação automática deve ser considerada como consumada em 17/11/2014 (segunda-feira). Daí,
42
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o termo inicial para a contagem do prazo recursal, nos termos do art. 184 do CPC/73 (atual art. 224 do
CPC/2015), ocorreu no dia 18/11/2014 (terça-feira), findando-se em 2/12/2014 conforme estipulado pelo art.
508 do CPC/73. Logo, o recurso interposto em 2/12/14 é manifestamente tempestivo. 3. Agravo interno
improvido. (AgInt no AREsp 1181086/TO, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
03/04/2018, DJe 16/04/18)
Ainda, em casos urgentes, em que não é possível aguardar o prazo dos 10 dias corridos OU
nos casos em que se constatar tentativa de burla ao sistema, o ato poderá ser realizado por outro
meio, com determinação do juiz, a exemplo da citação por oficial (art. 5º, §5º).
As citações e intimações realizadas por esse meio eletrônico são consideradas pessoais para
todos os fins (art. 5º, §6º).
Feita a citação eletrônica, o começo do prazo é o dia útil seguinte à consulta ou ao término
do prazo para que a consulta se dê (art. 231, V, CPC). Como o 1º dia do prazo é excluído (art. 224,
caput45), começa a contagem do prazo a partir do dia seguinte.
O art. 231, §1º diz que, quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para
contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput. Ainda,
importante recordar que o art. 229 (prazo dobrado para litisconsortes) não se aplica aos autos
eletrônicos.
45
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento.
46
NUNES, Dierle; LAGE, Guilherme. Intimação via whatsapp não pode ferir garantias processuais. Disponível em: <
https://www.conjur.com.br/2017-jun-28/opiniao-intimacao-via-whatsapp-nao-ferir-garantias-processuais >. Acesso em
01.02.2019.
47
COHEN, Klaus. Intimação feita pelo whatsapp. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2016-fev-27/klaus-koplin-
urgente-intimacao-feita-whatsapp >. Acesso em 10.10.20.
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Enunciado 129, FONAJE: Serão válidas as intimações por telefone, e-mail, whatsapp ou outro aplicativo de envio de
mensagens eletrônicas, sem prejuízo das formas convencionais estabelecidas em lei, sempre quando precedida de
adesão expressa ao sistema por parte do interessado, em qualquer fase da investigação ou mesmo do procedimento.
Se não couber a citação por meio eletrônico, a regra passa a ser citação por correio, já que
se trata de forma mais econômica que a citação por oficial e mais efetiva que a citação por edital.
Ademais, é forma mais célere, pois não precisará de expedição de carta precatória para citar
o réu. Apenas se remeterá, via postal, a carta de citação para o endereço indicado pelo autor.
Como já dissemos, essa é uma hipótese de exceção ao princípio da aderência, em que o ato
processual pode ser praticado além dos limites da competência do juízo.
Assim, a citação via postal pode ser feita para qualquer foro (comarca/seção/subseção) do
país (art. 247, caput), sem qualquer necessidade de expedição de carta precatória para tanto.
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
Procedimento
Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao
citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta,
o endereço do juízo e o respectivo cartório.
Vejamos os requisitos que devem existir nessa carta de citação.
Art. 248, § 3o Da carta de citação no processo de conhecimento constarão os requisitos do
art. 250.
Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá:
I - os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residências;
48
(...) O WhatsApp permite a troca de arquivos de texto e de imagens, o que possibilita ao oficial de justiça, com quase
igual precisão da verificação pessoal, aferir a autenticidade da conversa. É possível imaginar-se, por exemplo, a exigência
pelo agente público do envio de foto do documento de identificação do acusado, de um termo de ciência do ato citatório
assinado de próprio punho, quando o oficial possuir algum documento do citando para poder comparar as assinaturas,
ou qualquer outra medida que torne inconteste tratar-se de conversa travada com o verdadeiro denunciado. De outro
lado, a mera confirmação escrita da identidade pelo citando não nos parece suficiente. Necessário distinguir, porém,
essa situação daquela em que, além da escrita pelo citando, há no aplicativo foto individual dele. Nesse caso, ante a
mitigação dos riscos, diante da concorrência de três elementos indutivos da autenticidade do destinatário, número de
telefone, confirmação escrita e foto individual, entende-se possível presumir-se que a citação se deu de maneira válida,
ressalvado o direito do citando de, posteriormente, comprovar eventual nulidade, seja com registro de ocorrência de
furto, roubo ou perda do celular na época da citação, com contrato de permuta, com testemunhas ou qualquer outro
meio válido que autorize concluir de forma assertiva não ter havido citação válida. Assim, é possível o uso da referida
tecnologia para citação, desde que, com a adoção de medidas suficientes para atestar a identidade do indivíduo com
quem se travou a conversa. STJ. 5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021 (Info 688).
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Comparecer à
audiência de
conciliação e
mediação (art. 334)
Apresentar
contestação (art. 335)
e/ou reconvenção
(art. 343)
Alegar impedimento
ou suspeição do juiz
(art. 146)
Atitudes Possíveis
Reconhecer o pedido
total ou parcialmente
(art. 487, III, "a")
Provocar a
intervenção de
terceiro (arts. 126 e
131)
Como já dito, a citação promovida durante greve do Judiciário é válida. Assim, cabe ao
advogado da parte acompanhar o desenrolar do movimento grevista e se cientificar do início da
contagem dos prazos processuais.
Pois bem. Sigamos.
Art. 248, § 1o A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao
fazer a entrega, que assine o recibo.
Deverá ser carta com AR, exigindo a assinatura do recibo. Nesse sentido:
Súmula 429, STJ: A citação postal, quando autorizada, exige o aviso de recebimento.
Mas isso gera um problema. E se o citando se recusar a assinar o recibo?
Há ainda mais dificuldade, pois a declaração do carteiro sobre eventual recusa não é dotada
de fé pública.
Diante dessa dificuldade, tornava-se imperiosa a citação por oficial de justiça. A declaração
do oficial, esta sim, possui fé pública. Declarada eventual recusa, a citação é considerada como
realizada.
49
Op. Cit., p. 239.
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Com a ressalva da citação no processo eletrônico50, a regra geral no CPC/2015 é que o ato
citatório seja realizado pelo correio. Nos casos em que é vedada a citação postal ou esta se
verifique impraticável ou, ainda, quando a comunicação pelos correios se frustra, como na
hipótese de recusa do recebimento da carta pelo destinatário, determina o dispositivo
em destaque que o ato se realize por oficial de justiça.
O CPC/15, como forma de facilitar a citação por correios, previu:
Art. 248, § 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será
válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de
correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito,
sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
E quando o réu for pessoa jurídica?
No art. 75, CPC, temos as hipóteses de presentação da pessoa jurídica perante o Poder
Judiciário.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não
havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade
jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial,
agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
Vejam julgado interessante a respeito do inciso X, entendendo que “filial, agência ou sucursal são
expressões que devem ser entendidas em sentido amplo:
É regular a citação da pessoa jurídica estrangeira por meio de seu entreposto no Brasil,
ainda que não seja formalmente aquela mesma pessoa jurídica ou agência ou filial. (...). Se
fosse exigido que a empresa estrangeira somente pudesse ser citada no Brasil por meio de
uma empresa que estivesse formalmente constituída como sua filial ou agência, isso
poderia inviabilizar a citação, considerando que bastaria que a empresa estrangeira não
constituísse filiais ou agências no Brasil. STJ. Corte Especial. HDE 410-EX, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 20/11/2019 (Info 661)
Nesse sentido, são essas as pessoas que deverão receber a citação.
Contudo, a jurisprudência já aplicava, durante o CPC/73, a teoria da aparência, segundo a
qual era válida a entrega de carta de citação a qualquer pessoa que aparentasse ter poderes para
representar a pessoa jurídica. Não era preciso, portanto, entregar a carta diretamente ao
representante legal ou gerente ou administrador. Considerava-se válida, inclusive, a carta de citação
entregue àquele funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.
Esse entendimento foi positivado no CPC/15.
Art. 248, § 2o Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa
com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável
pelo recebimento de correspondências.
50
GAJARDONI, Fernando da Fonseca. Teoria Geral do Processo – Comentários ao CPC de
2015, São Paulo: Editora Forense, 2015, p. 1511.
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Nas hipóteses em que não é possível citação por meio eletrônico e por correios (art. 247, CPC),
teremos citação por oficial de justiça.
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto: I - nas
ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o;
Marinoni diz que as ações de estado são aquelas que concernem à posição da pessoa diante
do ordenamento jurídico. Ex: ações de divórcio, interdição, investigação de paternidade, mudança
de nome. Nesses casos, a citação deve ser por oficial de justiça.
Inclusive, nas ações de família, os requisitos do mandado de citação feito por oficial de justiça
serão diferentes - art. 695, §1º51, isto é, o mandado deverá estar desacompanhado de cópia da
petição inicial, justamente para não gerar uma animosidade prévia à audiência de mediação.
Art. 247, II - quando o citando for incapaz;
Isso porque o carteiro não terá fé pública para dizer que efetuou a citação na pessoa do
respectivo tutor, curador ou apoiador.
Art. 247, III - quando o citando for pessoa de direito público;
A citação dessas pessoas deve ocorrer, segundo art. 246, §2º, por meio eletrônico. Se os autos
forem físicos, deve-se primeiro recorrer ao art. 183, §1º52, CPC (que se aplica também para o MP e
Defensoria – arts. 180 e 186, §1º), que exige a citação pessoal por carga ou remessa dos autos à
instituição.
Apenas se não houver essa possibilidade, será por oficial de justiça.
Art. 247, IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de
correspondência;
Art. 247, V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:
I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias
do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no
mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora;
III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;
VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das
partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber.
51
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz
ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto no art. 694. §
1o O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da
petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo.
§ 2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.
§ 3o A citação será feita na pessoa do réu.
§ 4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.
52
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da
intimação pessoal.
§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
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Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento.
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Em regra, o oficial de justiça também tem suas atribuições limitadas ao foro daquele juízo. Se
tiver de praticar atos fora desse limite, o juízo deveria se valer das cartas.
Art. 236, § 1o Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais do
tribunal, da comarca, da seção ou da subseção judiciárias, ressalvadas as hipóteses
previstas em lei.
Todavia, o art. 255, CPC, visando conferir agilidade ao cumprimento dessas comunicações,
permite que o oficial pratique atos em comarcas contíguas e regiões metropolitanas.
Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma
região metropolitana54, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações,
intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.
Como dito, a citação por oficial de justiça é tida como citação real.
Contudo, temos uma citação por ele promovida que é citação ficta, qual seja, a citação por
hora certa.
2.8.5 - Citação por Hora Certa
Requisito objetivo: o oficial tenha tentado por duas vezes localizar o citando em seu domicílio
ou residência, sem o encontrar.
Alguns entendem que essas duas vezes podem ocorrer no mesmo dia, desde que em horários
distintos. A maioria, porém, assevera que tem de ocorrer em dias distintos.
Requisito subjetivo: suspeita de que o citando está se ocultando.
Se não houver o preenchimento desses dois requisitos - o próprio oficial fará o
enquadramento, não precisando de decisão do juiz -, o oficial devolverá o mandado ao cartório,
justificando as razões pelas quais não conseguiu realizar a citação.
Se, por outro lado, entender preenchidos os requisitos, cumprirá o que dispõe o art. 252, CPC,
isto é, na segunda vez que for ao local, já intimará qualquer pessoa da família ou, em sua falta, um
vizinho ou, ainda, ao funcionário da portaria (em condomínios edilícios ou loteamentos com controle
de acesso) de que no dia seguinte retornará, pela terceira e última vez.
Esse “dia seguinte” já foi relativizado pelo STJ55, tendo este Tribunal entendido que a citação
por hora certa pode ser procedida em data posterior ao dia imediato, desde que informe
corretamente o dia e hora em que voltará para citar o sujeito.
54
Lei n. 13.089/15 (Estatuto da Metrópole) Art. 2o Para os efeitos desta Lei, consideram-se: V – metrópole: espaço urbano
com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, tem influência
nacional ou sobre uma região que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional, conforme os
critérios adotados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; VII – região metropolitana:
aglomeração urbana que configure uma metrópole. VII - região metropolitana: unidade regional instituída pelos Estados,
mediante lei complementar, constituída por agrupamento de Municípios limítrofes para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum; (Redação dada pela Lei nº 13.683, de 2018)
55
STJ, REsp 15307/SP, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, d.j. 26/05/1997
50
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CPC/73 CPC/15
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial
justiça houver procurado o réu em seu domicílio de justiça houver procurado o citando em seu
ou residência, sem o encontrar, deverá, domicílio ou residência sem o encontrar,
havendo suspeita de ocultação, intimar a deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar
qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer pessoa da família ou, em sua falta,
qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato,
a fim de efetuar a citação, na hora que designar. voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou
nos loteamentos com controle de acesso, será
válida a intimação a que se refere o caput feita
a funcionário da portaria responsável pelo
recebimento de correspondência.
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iv- fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador especial em caso de
revelia e não constituição de advogado;
v- certificará todo o ocorrido.
Nessa certidão do oficial, ele deverá declinar minuciosamente o dia e hora em que realizou as
diligências, bem como os motivos que o levaram à suspeitar que o citando estava se ocultando.
PROCESSO CIVIL. CITAÇÃO POR HORA CERTA. Se a certidão do oficial de justiça não explicita
os horários em que realizou as diligências, nem dá conta dos motivos que o levaram à
suspeita de que o réu estava se ocultando, a citação por hora certa é nula. Recurso especial
conhecido e provido. (STJ, REsp 473080/RJ, Rel. Min. Ari Parglender, d.j. 21/11/2002).
CITAÇÃO POR HORA CERTA. REQUISITOS. NULIDADE. Na citação por hora certa, a remessa
pelo escrivão da carta, telegrama ou radiograma dando ciência ao réu da citação é requisito
obrigatório e, se não efetuada, acarreta a nulidade da citação. Se a certidão do oficial de
justiça não explicita os dias e os horários em que realiza as diligências a procura do réu,
também acarretará a nulidade da citação por hora certa. Precedentes citados: REsp
280.215-SP, DJ 13/8/2001, e REsp 473.080-RJ, DJ 24/3/2003. REsp 468.249-SP, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 5/8/2003 (informativo 179).
Havendo citação ficta (hora certa), se o réu não apresentar defesa (revel), ser-lhe-á nomeado
um curador especial, na linha do art. 72, II, CPC, enquanto não for constituído advogado.
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: II - réu preso revel56, bem como ao réu revel
citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública57, nos termos
da lei.
Súmula 196, STJ: Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel,
será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos.
Nesse caso, uma vez designado o curador, será restituído o prazo para a contestação.
Doutro lado, se o citado por hora certa constituir advogado, mas apresentar defesa
intempestivamente, não lhe será nomeado curador especial.
A Turma negou provimento ao recurso, consignando que, sendo certo que a ré, ora
recorrente, citada por hora certa, compareceu aos autos, constituiu procurador, pediu e
deles teve deferida vista, mas apresentou contestação intempestivamente, não há falar
em aplicação, in casu, do art. 9º, II, do CPC (nomeação de curador especial) tampouco em
cerceamento de defesa pela acertada decisão do juízo primevo que determinou o
desentranhamento da extemporânea peça e reconheceu a aplicação dos efeitos da revelia.
REsp 1.229.361-SP, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS),
julgado em 12/4/2011 (informativo 469).
O prazo para defesa conta-se da data de juntada do mandado aos autos (art. 231, II).
56
Assumpção critica essa última redação, pois revelia é ausência de contestação. Se será nomeado curador especial e
este apresentará defesa, ora, não haverá revelia.
57
Já dissemos também que o NCPC também inovou ao salientar que a curadoria especial será exercida pela Defensoria.
Se no foro não houver atuação de defensores, serão nomeados advogados dativos.
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Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: II - a
data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por
oficial de justiça;
§ 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
Como o 1º dia do prazo é excluído (art. 224, caput58), começamos a efetivamente contar o
prazo a partir do dia seguinte.
De qualquer forma, como última tentativa de que o réu tome ciência efetiva do processo, o
escrivão ou chefe de secretaria deve lhe enviar uma correspondência dando-lhe ciência do feito. Isso
deverá ser feito no prazo impróprio de 10 dias da juntada do mandado do oficial aos autos.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu,
executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do
mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo
ciência.
VUNESP/Câmara Municipal de Serrano – Procurador Jurídico/2019 - Feita a citação com hora certa, o escrivão ou
chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, carta, telegrama ou correspondência eletrônica,
dando-lhe de tudo ciência, no prazo de
a) 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos.
b) 15 (quinze) dias, contado da data do cumprimento do mandado.
c) 5 (cinco) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos.
d) 10 (dez) dias, contado da data do cumprimento do mandado.
e) 15 (quinze) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos.
A alternativa A está correta. CPC, Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria
enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado
aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
Embora essa comunicação enviada pelo escrivão não seja tão relevante, já que o prazo para
defesa conta da juntada do mandado do oficial, o STJ entende que a sua falta gera nulidade absoluta.
Se, por acaso, o escrivão consignar nessa carta com AR de que o prazo para a defesa é de 15
dias contados da data da juntada desse AR aos autos, o citado não pode ser prejudicado por essa
informação. Assim, excepcionalmente, pode-se contar os 15 dias da data da juntada do AR da carta
enviada pelo escrivão ou chefe de secretaria.
INÍCIO. PRAZO. CONTESTAÇÃO. CITAÇÃO. HORA CERTA. É cediço que a jurisprudência
afirma que o início da contagem do prazo para oferecer contestação, nas hipóteses da
citação com hora certa, é da juntada do mandado de citação cumprido, desconsiderando
a juntada do aviso de recebimento (AR) relativo à correspondência posteriormente
enviada. No caso, há uma peculiaridade: a carta enviada pelo escrivão, em obediência ao
art. 229 do CPC, expressamente mencionou que o prazo para responder era de 15 dias
58
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento.
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contados da data da juntada do AR aos autos. Para a Min. Relatora, o processo civil não
pode esconder armadilhas e surpresas para as partes, a cercear, injusta e
despropositadamente, uma solução de mérito, nem o formalismo deve ser desvinculado
de sua finalidade. Dessa forma, dada essa particularidade, considerando que o réu foi
induzido a erro por ato do funcionário do cartório, admite-se a contestação como
tempestiva. Com essas razões, a Turma negou provimento ao REsp. Precedentes citados:
REsp 211.146-SP, DJ 1º/8/2000; REsp 180.917-SP, DJ 16/6/2003; REsp 963.977-RS, DJ
5/9/2008, e REsp 901.556-SP, DJ 3/11/2008. REsp 746.524-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 3/3/2009.
2.8.6 - Citação por Edital
É outra hipótese de citação ficta, incidente nos casos do art. 256, CPC.
Art. 256. A citação por edital será feita: I - quando desconhecido ou incerto o citando;
O sujeito é desconhecido quando autor não sabe quem sucedeu o de cujus.
É incerto quando não é possível individualizar os sujeitos do polo passivo, a exemplo de ações
possessórias contra invasão de terras por um grande número de pessoas. Neste último caso, devem
ser citadas as pessoas que forem encontradas no local, procedendo-se a citação por edital dos
demais.
Art. 554, § 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número
de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e
a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público
e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
Art. 256, II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
Lugar ignorado – não se tem ideia de onde esteja o réu.
Lugar incerto – embora se saiba em que território possa ser encontrado, não se tem o
endereço preciso. Ex: mora em comunidade sem identificação de rua e número de casa.
A lei estabelece uma presunção absoluta de desconhecimento ou incerteza no art. 256, §3º.
Art. 256, § 3o O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as
tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações
sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços
públicos.
Já a inacessibilidade pode ser:
a) jurídica: art. 256, 1º
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o
cumprimento de carta rogatória.
b) física: o local onde se encontra é inacessível por conta de guerra, revolução, epidemia,
tragédia natural etc.
Alexandre Câmara defende a existência de inacessibilidade social, nos casos em que o local é
comandado pelo crime organizado, no qual o Estado já não tem mais condições de atuar
efetivamente.
Art. 256, § 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua
citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
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UNIFIL/Prefeitura de Terra Boa - Advogado/2019 - Conforme disposto na Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015
– Código de Processo Civil – Da Citação, assinale a alternativa incorreta.
a) Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que demorar mais de 6 (seis) meses para dar
cumprimento à carta rogatória.
b) A citação por edital será feita quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando.
c) No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também
pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
d) A citação por edital será feita quando desconhecido ou incerto o citando.
A alternativa A está incorreta. CPC, Art. 256, § 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país
que recusar o cumprimento de carta rogatória.
A alternativa B está correta. Art. 256. A citação por edital será feita: (...) II - quando ignorado, incerto ou inacessível
o lugar em que se encontrar o citando;
A alternativa C está correta. Art. 256, § 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia
de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
A alternativa D está correta. Art. 256. A citação por edital será feita: I - quando desconhecido ou incerto o citando;
59
Assumpção afirma que esses três incisos eram, no CPC/73, casos de procedimentos especiais que se destacavam do
procedimento comum apenas pela necessidade de citação por edital. Com o NCPC, os três foram previstos no art. 259.
Afora a citação por edital necessária nesses casos, o procedimento é comum.
60
No CPC/73, a usucapião de imóvel era disciplinada como procedimento especial, também exigindo a citação dos
confinantes e, por edital, dos réus em lugar incerto e de eventuais interessados. Com o CPC/15, deixou de ser
procedimento especial, mas ainda exige esses requisitos (citação pessoal dos confinantes e por edital dos demais).
61
Ainda, com o CPC/15, previu-se a usucapião administrativa (art. 1.071). De todo modo, mesmo com essas mudanças,
não desapareceu o direito a usucapir e a demanda correspondente (art. 246, §3º e art. 259, I, CPC).
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Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também
em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades
da comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
A regra, agora, é a citação por edital ser veiculada na rede mundial de computadores, no sítio
do tribunal, no CNJ, conforme art. 257, II, CPC. A publicação em jornal, portanto, é hipótese
subsidiária (art. 257, parágrafo único).
O art. 232, §2º, CPC/73 dispunha que “a publicação do edital será feita apenas no órgão oficial
quando a parte for beneficiária da Assistência Judiciária”. Agora, a publicação na forma do art. 257,
II, CPC não gerará custos para as partes.
Ademais, se for publicação de edital em jornal, será utilizado o Diário Oficial, existindo a
gratuidade do art. 98, §1º, III, NCPC.
Art. 98, § 1o A gratuidade da justiça compreende: III - as despesas com publicação na
imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;
O prazo do edital é de 20 a 60 dias, variando conforme determinação do juiz, e flui da data da
publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira. O prazo para apresentar resposta, porém,
começa apenas a partir do vencimento desse prazo estipulado entre 20 e 60 dias.
A dúvida que surge é se esse prazo de 20 a 60 dias é em dias úteis ou corridos?
Embora seja tema polêmico, tem-se entendido que são dias corridos.
Polêmica também será a qualificação do prazo previsto no art. 257, III do novo CPC, que se
refere ao prazo de espera ou de dilação na citação por edital, após o qual se inicia o prazo
processual propriamente dito (art. 231, IV). Embora deflagrado no processo, por decisão
do juiz, há aqui uma sutileza: o prazo não se destina à prática de nenhum ato (ou mesmo
omissão), sendo apenas o período de tempo que se considerou prudente aguardar para
que a publicidade proporcionada na citação por edital tenha maiores chances de chegar ao
conhecimento de seu destinatário. Nessa direção, já tivemos a oportunidade de sustentar
que tal prazo deve ser computado mesmo nos fins de semana e nos feriados, não se
qualificando como processual62.
Por exemplo, a publicação única do edital se dá em 1 de agosto de 2021, sendo estipulado
pelo juízo 20 dias. Excluído o dia de início (1.08.2018), começa a contar a partir do dia 2.08,
terminando no dia 21 de agosto de 2021.
Em seguida, aplica-se o art. 231, IV, CPC.
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: IV - o
dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for
por edital;
O começo do prazo é dia 22.08.2021. Como o 1º dia do prazo é excluído (art. 224, caput63),
começamos a efetivamente contar o prazo a partir do dia seguinte, 23.08.21.
Contam-se 15 dias. Entretanto, quanto a esses 15 dias, como é prazo processual, computam-
se em dias úteis (art. 219, CPC).
62
GAJARDONI, Fernando da Fonseca; DELLORE, Luiz; ROQUE, Andre Vasconcelos e OLIVEIRA JR., Zulmar Duarte de. Teoria
Geral do Processo – Comentários ao CPC de 2015. São Paulo: Método, 2015, p. 775
63
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento.
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Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento.
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b) Em nenhuma hipótese se fará citação de quem estiver participando de ato de culto religioso ou se doente, enquanto
grave seu estado.
c) Como regra geral, a citação far-se-á por mandado a ser cumprido por Oficial de Justiça; frustrado esse meio, a citação
far-se-á pelo correio.
d) Sendo o citando pessoa jurídica, somente será válida a entrega do mandado citatório a pessoa com poderes de gerência
geral ou de administração.
e) Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário
da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se
declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
A alternativa A está incorreta. Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
A alternativa B está incorreta. Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: I - de quem
estiver participando de ato de culto religioso; II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias
seguintes; III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
A alternativa C está incorreta. Art. 246. A citação será feita: I - pelo correio; II - por oficial de justiça; III - pelo escrivão ou
chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; IV - por edital; V - por meio eletrônico, conforme regulado em
lei.
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país (...)
Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei, ou quando
frustrada a citação pelo correio.
A alternativa D está incorreta. Art. 248. § 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa
com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de
correspondências.
A alternativa E está correta. Art. 248. § 4º Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será
válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que,
entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da
correspondência está ausente.
VUNESP/Procurador de Andradina – SP/2017 - Numa ação de conhecimento pelo procedimento comum, em que o polo
passivo é composto por litisconsórcio formado por duas pessoas, assinale a alternativa correta.
a) Em caso de pedido de ambos os réus para que não seja realizada a audiência de conciliação e mediação, feito por
advogados distintos, o prazo para apresentar defesa se inicia quando do protocolo do último pedido para retirada de
pauta de tal sessão.
b) Quando a citação for eletrônica, o início do prazo será o dia útil seguinte à última consulta feita pelos réus quanto ao
teor da citação, o que será certificado nos autos.
c) A data para contestar começa individualmente para cada réu quando a citação for feita por meio de oficial de justiça,
iniciando-se o lapso para defesa a partir da juntada aos autos de cada certidão positiva de citação.
d) Na citação por carta precatória, para ambos os réus, a realização do ato citatório será imediatamente informada, por
meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante, iniciando-se o prazo para defesa dos réus em litisconsórcio na
data de juntada da última comunicação do cumprimento dessas cartas nos autos originários.
e) No caso de citação por edital, o prazo para defesa começará para ambos os réus da data em que se determinou a
citação por essa modalidade.
A alternativa A está incorreta. CPC/2015, Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15
(quinze) dias, cujo termo inicial será a data: (...) II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação
ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; § 1º No caso de litisconsórcio
passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data
de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
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A alternativa B está incorreta. CPC, Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
(...) V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se
dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica; (sem necessidade de certificar nos autos).
A alternativa C está incorreta. Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: (...)
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça; § 1º
Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se
referem os incisos I a VI do caput. (no caso da afirmativa, o prazo deve começar da data de juntada do último mandado
de citação)
A alternativa D está correta. Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: (...) VI
- a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de
origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da citação ou da intimação
será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.)
A alternativa E está incorreta. Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: IV - o
dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital.
2.3 - INTIMAÇÃO
2.3.1 - Conceito
É a comunicação a alguém da ocorrência de atos e termos65 do processo.
Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do
processo.
A intimação, portanto, é o ato que informa, comunica a parte sobre atos e termos do processo
para que a parte possa tomar alguma medida, enquanto a citação, por sua vez, é o meio pelo qual o
demandado é integrado ao processo66.
A intimação, normalmente, se dá de ofício, sem precisar de requerimento da parte, pois é
decorrência do princípio do impulso oficial (art. 2º, CPC).
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo
as exceções previstas em lei.
Art. 271. O juiz determinará de ofício as intimações em processos pendentes, salvo
disposição em contrário.
Ademais, é extremamente importante, pois a partir da intimação, deve-se consultar o art.
231, CPC67 para saber qual o marco inicial, o começo do prazo para a parte se manifestar. Em regra,
65
Para Pedro Nogueira, termo, é a denominação que pode ser dada à formalização escrita de atos processuais praticados
pelo escrivão ou chefe de secretaria. Ex: termo de juntada de petição, termo de recebimento de documentos.
Para uma corrente, a acepção estrita de “termo” deveria envolver o escrivão ou chefe de secretaria como sujeito exclusivo
da execução do ato. Para outra corrente, termo poderia ser compreendido num sentido mais amplo, para designar o
escrito público e autêntico lavrado por oficial ou serventuário do juízo para comprovar um ato processual e documentá-
lo no procedimento. NOGUEIRA, Pedro Henrique. Comentários aos arts. 188 a 192 do CPC/15. In DIDIER JR., Fredie;
ARRUDA ALVIM, Teresa; DANTAS, Bruno; TALAMINI, Eduardo. (coords.). Breves Comentários sobre o novo Código de
Processo Civil. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais.
66
Didier e Marinoni dizem que além de integrar o demandado ao processo, a citação também serve para dar ciência do
teor da demanda contra ele proposta.
67
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
60
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o prazo começa da data da intimação. Contudo, há alguns casos diferentes. Vejam o REsp
1.632.777/SP, julgado em sede de recurso repetitivo pelo STJ.
A controvérsia submetida ao rito dos recursos repetitivos limita-se a definir o termo de
início para o cômputo do prazo recursal nas hipóteses em que a intimação é feita por
correio, oficial de justiça ou por carta de ordem, precatória ou rogatória. Quanto ao tema,
o art. 241, II do CPC/1973 preceitua que começa a correr o prazo quando a citação ou
intimação for por oficial de justiça, da data da juntada aos autos do mandado cumprido.
Entende-se que, via de regra, o prazo recursal inicia-se com a intimação. Todavia, sendo a
intimação/citação por correio (art. 241, I do CPC/1973, atual art. 231, I do CPC/2015),
oficial de justiça (art. 241, II do CPC/1973, atual art. 231, II do CPC/2015), ou por carta de
ordem, precatória ou rogatória (art. 241, IV do CPC/1973, atual art. 231, VI do CPC/2015),
o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado
cumprido ou da juntada da carta. Esse é o entendimento adotado por esta Corte Especial,
conforme se colhe de alguns julgados, a saber: EREsp 908.045-RS, Rel. Min. Ari Pargendler,
DJe 24.2.2014 e AgInt na CR 10.703-EX, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 15.12.2016. Verifica-se,
portanto, que havendo a intimação por correios, pessoal, ou por carta, o prazo recursal
inicia-se da juntada aos autos. (STJ, Corte Especial, REsp. 1.632.777/SP, Rel. Napoleão
Nunes Maia Filho, d.j. 17.05.2017, repetitivo, info 604).
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê,
quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos
de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
68
Não pode ele realizar intimação direto para a parte ou terceiros. O advogado fica limitado a poder intimar o advogado
da outra parte (art. 269) e também as testemunhas (art. 455).
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da
audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo.
§ 1o A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com
antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do comprovante
de recebimento.
§ 2o A parte pode comprometer-se a levar a testemunha à audiência, independentemente da intimação de que trata o §
1o, presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição.
§ 3o A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1o importa desistência da inquirição da testemunha.
§ 4o A intimação será feita pela via judicial quando:
I - for frustrada a intimação prevista no § 1o deste artigo;
II - sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz;
III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao chefe da repartição
ou ao comando do corpo em que servir;
IV - a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública;
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Art. 269, § 1o É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte
por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso
de recebimento.
§ 2o O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da
sentença.
Nesses casos, o prazo para a outra parte começará a contar do 1o dia útil seguinte a essa
juntada aos autos da cópia do ofício de intimação e do AR.
Essa intimação de advogado para advogado, todavia, não pode se dar de advogado para a
Advocacia Pública.
Enunciado 578, FPPC: (art. 183, §1º) Em razão da previsão especial do § 1º do art. 183,
estabelecendo a intimação pessoal da Fazenda Pública por carga, remessa ou meio
eletrônico, a ela não se aplica o disposto no § 1º do art. 269.
Atenção! A intimação por telefone não é válida.
1.- Segundo a dicção do art. 687, § 5°, do Código de Processo Civil (na antiga redação da Lei
n° 8.953/94), é obrigatória a intimação pessoal do devedor sobre a data da alienação
judicial em hasta pública. 2.- Frustrada a intimação pessoal, abre-se a possibilidade de
intimação por outros meios, desde que idôneos. 3.- A jurisprudência dominante neste STJ
entende que a intimação "via telefone" não se enquadra no conceito legal de "meio
idôneo", sendo, por isso, írrita e de nenhum efeito. 4.- Agravo Regimental a que se nega
provimento. (STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1427316/SC, Rel. Min. Sidnei Beneti, d.j.
05/08/2014).
Contudo, o próprio STJ já aplicou o princípio da instrumentalidade das formas à intimação
realizada por telefone no processo penal.
(...) 2. Tendo sido a recorrente cientificada duas vezes acerca da realização da perícia
complementar. não importa em nulidade, por ausência de prejuízo, o fato de ter sido
cientificada por telefone, e não por publicação no Diário Oficial. Aplicação do princípio
pas de nullité sans grief (art. 563 CPP). 3. Este Superior Tribunal de Justiça é firme na
compreensão de que as possíveis irregularidades na quesitação devem ser arguidas no
momento oportuno, devendo constar em ata de julgamento, sob pena de preclusão, nos
termos do art. 571, inciso VIII, do Código de Processo Penal. 4. Em restando a controvérsia
suficientemente valorada e decidida pelas instâncias ordinárias, a nítida intenção da
recorrente em promover a rediscussão do tema já analisado com revolvimento das provas
dos autos é inviável nesta instância especial, a teor do enunciado nº 7 da súmula desta
Corte. 5. Agravo regimental improvido. (STJ, AgRg no REsp 1199256/RO, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, d.j. 06/08/2013).
Ademais, o STJ já deu a entender que permite a intimação por telefone nos juizados, em
decorrência dos princípios da informalidade, celeridade etc. Contudo, no caso concreto abaixo, não
aceitou, pela imprecisão (intimação na pessoa da secretária).
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COHEN, Klaus. Intimação feita pelo whatsapp. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2016-fev-27/klaus-koplin-
urgente-intimacao-feita-whatsapp >. Acesso em 10.10.2020.
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Op. Cit., p. 403.
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CESPE/Procurador do Município de Fortaleza/2017. Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o CPC sobre atos
processuais, deveres das partes e dos procuradores e tutela provisória.
Situação hipotética: Em ação que tramita pelo procedimento comum, determinado município foi intimado de decisão
por meio de publicação no diário de justiça eletrônico. Assertiva: Nessa situação, segundo o CPC, a intimação é válida,
uma vez que é tida como pessoal por ter sido realizada por meio eletrônico.
A alternativa está incorreta. Não é considerada intimação pessoal. Enunciado 401, FPPC: (art. 183, § 1º) Para fins de
contagem de prazo da Fazenda Pública nos processos que tramitam em autos eletrônicos, não se considera como
intimação pessoal a publicação pelo Diário da Justiça Eletrônico.
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O agravo interno versa sobre o conflito acerca dos efeitos da intimação efetivada via Diário
da Justiça Eletrônico e aquela realizada por meio de portal de intimações. Inicialmente,
verifica-se que a jurisprudência do STJ conta com alguns julgados no sentido de se resolver
esse conflito dando prevalência à intimação via Diário da Justiça Eletrônico, uma vez que
essa forma de intimação "substitui qualquer outro meio e publicação oficial, para
quaisquer efeitos legais", conforme previsto no art. 4º, § 2º, da Lei n. 11.419/2006. Porém,
revendo esse posicionamento, deve prevalecer a intimação via portal eletrônico, pois
essa modalidade de intimação dispensa a publicação via DJe, conforme expressamente
previsto no art. 5º do mesmo diploma legal. Essa previsão expressa de dispensa de
publicação no DJe evidencia que a intimação eletrônica é a que deve ter prevalência.
Aliás, essa também foi a opção normativa esposada pelo novo CPC/2015, conforme se
verifica nos seguintes dispositivo legais: “Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que
possível, por meio eletrônico, na forma da lei.” e “Art. 272. Quando não realizadas por meio
eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.”
(STJ, 3ª Turma, AgInt no AREsp 903.091-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por
unanimidade, julgado em 16/3/2017, DJe 27/3/2017 (informativo 601).
No mesmo sentido, EDcl no AgInt no AREsp 1343230/RJ, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão,
Quarta Turma, julgado em 18/06/2019, DJe 25/06/2019; EDcl no AgInt no AREsp
1281774/AP, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em
16/03/2020, DJe 18/03/2020.
Para que haja pacificação do entendimento, a questão terá de ser decidida pela Corte
Especial. Até lá, acho difícil a cobrança em provas.
Entendidas as diferenças? Ok. Vamos seguir.
Agora, veremos as regras de publicação nesses órgãos oficiais.
Art. 272, § 1o Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure
apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na
Ordem dos Advogados do Brasil.
Essa é uma novidade do CPC/15. Antes, era possível intimação apenas em nome do advogado.
Agora, se houver requerimento, pode haver intimação em nome da sociedade, desde que
devidamente registrada na OAB.
Art. 272, § 2o Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes
das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.
Art. 272, §3o A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.
Art. 272, §4o A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome completo e
ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados
do Brasil.
Na vigência do CPC/73, o STJ71 já decidiu que a abreviatura e o erro insignificante na grafia
não ocasionavam nulidade, sendo necessário perquirir se o vício impedia ou não a identificação do
advogado.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO COM ERRO NA GRAFIA DO
SOBRENOME DO ADVOGADO. Não há nulidade na publicação de ato processual em razão
71
STJ, AgRg na Pet 10.157/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, d.j. 19/03/15; REsp 254.267/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, 2ª
Turma, DJ de 08.04.2002; AgRg na PET no Ag 704902/SC, Rel. Min. Vasco Della Giustina, d.j. 07/04/11.
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Havendo, na petição de recurso, pedido expresso para que as intimações futuras sejam feitas em nome de advogado
substabelecido, é nula a intimação expedida em nome de outro advogado também constituído nos autos. Ordem
concedida a fim de anular o ato impugnado, afastando-se a intempestividade do recurso interposto e determinando seu
regular processamento, retornando ao E. Relator. (STJ, MS 20.490/DF, Rel. Min. Og Fernandes, d.j. 03/09/14).
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Art. 272, § 6o A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado,
por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela
Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará intimação
de qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.
Enunciado 274, FPPC: (art. 272, § 6º) Aplica-se a regra do §6º do art. 272 ao prazo para
contestar, quando for dispensável a audiência de conciliação e houver poderes para
receber citação.
Não só a retirada dos autos, mas qualquer comparecimento espontâneo é capaz de fazer
com que a parte se dê por intimada.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que, o termo a quo
do prazo para interposição de recurso começa a fluir da data da juntada aos autos do
mandado de citação, exceto na hipótese de comparecimento espontâneo aos autos,
como nos casos em que há retirada dos mesmos de cartório, pedido de restituição do
prazo, quando a intimação deu-se na própria audiência, quando feito pedido de exame
no balção, dentre outros. Portanto, in casu, o prazo para interposição do agravo teve seu
termo inicial com a ciência inequívoca do procurador municipal. Precedentes: AgRg no
REsp 1.055.100/DF, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 30/3/2009 e REsp
844.432/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 1/9/2006. 2. Agravo
regimental não provido. (STJ, AgRg no AREsp 590678/RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, d.j.
03/03/15).
Cuidado: No informativo 642, veiculou-se julgado no seguinte sentido:
A habilitação de advogado em autos eletrônicos não é suficiente para a presunção de
ciência inequívoca das decisões, sendo inaplicável a lógica dos autos físicos.
A lógica da presunção de ciência inequívoca do conteúdo de decisão constante de autos
físicos, quando da habilitação de advogado com a carga do processo, não se aplica nos
processos eletrônicos. Para ter acesso ao conteúdo de decisão prolatada e não publicada
nos autos eletrônicos, o advogado deverá acessar a decisão, gerando, automaticamente,
informação no movimento do processo acerca da leitura do conteúdo da decisão. STJ. 3ª
Turma. AgInt no REsp 1592443-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
17/12/2018 (Info 642).
Essa ideia de que qualquer comparecimento espontâneo é capaz de fazer com que a parte
se dê por intimada vale para Ministério Público, Defensoria e Advocacia Pública?
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Vejam que o julgado acima aborda o caso, inclusive, de um Procurador Municipal. O STJ
(julgado sob a vigência do CPC/15) considerou que foi intimado com seu comparecimento
espontâneo aos autos.
Contudo, temos de ter cuidado.
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De acordo com o dispositivo, é melhor já praticar o ato de uma vez e arguir a nulidade como
preliminar. Se o juiz acolher a nulidade, seu ato será considerado tempestivo. Se não acolher, a peça
será retirada dos autos.
Apenas nos casos em que não for possível praticar o ato sem o acesso prévio aos autos que a
parte poderá se limitar a suscitar apenas a nulidade. Nesses casos, o prazo para a prática do ato será
contada da data da intimação da decisão que a acolheu.
Art. 272, § 9o Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade de
acesso prévio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que
o prazo será contado da intimação da decisão que a reconheça.
2.3.2.2 - Intimação por Correio; Escrivão/Chefe de Secretaria e Oficial de Justiça
Sendo impossível a aplicação do art. 270 (intimação por meio eletrônico) ou art. 272
(publicação no órgão oficial), aplicar-se-ão os arts. 273, 274 e 275.
Art. 273. Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade
publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos
os atos do processo os advogados das partes:
I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo; (será feita por oficial de justiça)
II - por carta registrada, com aviso de recebimento, quando forem domiciliados fora do
juízo.
Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus
representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou,
se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.
Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por
meio eletrônico ou pelo correio.
Desses dispositivos, extrai-se que a ordem é a seguinte:
i- A preferência é a intimação eletrônica, em portal próprio;
ii- Se não for possível, publicação em órgão oficial (ex: Diário de Justiça Eletrônico).
iii- Se não for possível, tentar-se-á a intimação pelo correio (arts. 273, II, 274, caput e 275,
caput).
A intimação por correio já demonstra a necessidade de os patronos manterem um cadastro
atualizado do endereço profissional. Se mudarem e não informarem ao juízo, a comunicação do art.
273, II e art. 274, caput se presumirá válida.
Art. 274, Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço
constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a
modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo,
fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da
correspondência no primitivo endereço.
iv- Se, nesse ínterim, o advogado se fizer presente em cartório, será diretamente intimado
pelo escrivão ou chefe de secretaria (art. 274, caput).
v- Se nenhuma dessas intimações ocorrerem, a intimação se fará por meio de oficial de justiça
(art. 275, caput).
Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por
meio eletrônico ou pelo correio.
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c) A cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela provisória, a assinatura do escrivão ou do chefe
de secretaria e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
d) A indicação do lugar e a descrição da pessoa do citando, mencionando, necessariamente, o número de seu documento
de identidade e o órgão que o expediu.
A alternativa E está incorreta. Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por
meio eletrônico ou pelo correio.
§ 1o A certidão de intimação deve conter: I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando
possível, o número de seu documento de identidade e o órgão que o expediu; II - a declaração de entrega da contrafé;
III - a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no mandado. § 2o Caso necessário, a intimação poderá
ser efetuada com hora certa ou por edital.
Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá: I - os nomes do autor e do citando e seus
respectivos domicílios ou residências; II - a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial,
bem como a menção do prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução; III - a aplicação de
sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver; IV - se for o caso, a intimação do citando para comparecer,
acompanhado de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do dia,
da hora e do lugar do comparecimento; V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela
provisória; VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
2.4 - CARTAS
Segundo o princípio da aderência ao território, há um determinado território, determinado
foro dentro do qual a atuação jurisdicional se cumprirá de forma legítima.
Assim, qualquer ato processual que ultrapasse tais limites, necessitará de cooperação, como
carta precatória (dentro do território nacional – art. 237, III e 260ss, CPC), carta rogatória (fora do
território nacional – art. 237, II e 260ss, CPC), carta de ordem (se o ato tiver de se realizar fora dos
limites territoriais do local de sua sede – art. 236, §2º c/c art. 237, II, CPC).
Cartas, portanto, são a forma pela qual um juízo pede auxílio a outro juízo para a prática de
um ato processual para o qual o juízo em que tramita não tem competência para praticá-lo.
Art. 236, §1o Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais do
tribunal, da comarca, da seção ou da subseção judiciárias, ressalvadas as hipóteses
previstas em lei.
§ 2o O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar
fora dos limites territoriais do local de sua sede.
Há previsão no art. 237, CPC de quatro espécies de cartas.
Art. 237. Será expedida carta:
I - de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2o do art. 236;
II - rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica
internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro;
III - precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o
cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo a pedido de
cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de competência territorial diversa;
IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na
área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária
formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória.
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Além dos instrumentos mais comuns de carta rogatória, auxílio direto (previsto pela 1ª vez no CPC), homologação de
sentença estrangeira, em nosso ordenamento, temos previsões bem específicas, como cooperação jurídica internacional
para prestação de alimentos no exterior; sequestro internacional de crianças ou adolescentes, tratados do mercosul,
dentre outros.
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Quanto ao juízo de delibação, tem-se uma cognição limitada, não analisando o mérito, mas
sim questões formais. Pode, porém, não conceder o exequatur se a situação ofender a ordem pública,
dignidade da pessoa humana e soberania (art. 216-P, Regimento Interno, STJ).
Art. 216-P. Não será concedido exequatur à carta rogatória que ofender a soberania
nacional, a dignidade da pessoa humana e/ou a ordem pública.
FUNECE/UECE – Advogado/2017 - Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do seguinte dispositivo legal:
“O procedimento da carta _______________1 perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição _______________ 2
e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal”. a) rogatória¹; voluntária² b) rogatória¹; contenciosa² c)
precatória¹; contenciosa² d) precatória¹; voluntária²
A alternativa B está correta. Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de
jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal.
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2.4.5 - Requisitos
Na sequência, o art. 260 traz os requisitos das referidas cartas. Confira:
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido
ao advogado;
III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1o O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem como instruí-la com
mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documentos devam ser examinados, na
diligência, pelas partes, pelos peritos ou pelas testemunhas.
§ 2o Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em
original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
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§ 3o A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se refere o caput e será
instruída com a convenção de arbitragem e com as provas da nomeação do árbitro e de
sua aceitação da função.
Marinoni, Arenhart e Mitidiero entendem que o descumprimento dos requisitos dos incisos I
e IV levam à inexistência jurídica da carta, sendo casos de nulidade os demais incisos (II e III).
Assumpção, por outro lado, entende que o descumprimento de todos são requisitos de validade da
carta. Ademais, se não houver prejuízo com o descumprimento, não há que se decretar a nulidade
(pas de nullite sans grief).
Percebam que há uma flexibilidade em relação às cartas arbitrais, que devem cumprir com os
requisitos do art. 260, “no que couber”. De todo modo, deverá ser instruída com a convenção de
arbitragem E com as provas da nomeação do árbitro e de sua aceitação da função.
O enunciado 417, FPPC destrinça de modo completo os requisitos da carta arbitral.
Enunciado 417, FPPC: (arts. 260, caput e §3º, 267, I) São requisitos para o cumprimento da
carta arbitral: i) indicação do árbitro ou do tribunal arbitral de origem e do órgão do Poder
Judiciário de destino; ii) inteiro teor do requerimento da parte, do pronunciamento do
árbitro ou do Tribunal arbitral e da procuração conferida ao representante da parte, se
houver; iii) especificação do ato processual que deverá ser praticado pelo juízo de destino;
iv) encerramento com a assinatura do árbitro ou do presidente do tribunal arbitral
conforme o caso.
Enunciado 27, FPPC: (art. 267) Não compete ao juízo estatal revisar o mérito da medida ou
decisão arbitral cuja efetivação se requer por meio da carta arbitral.
2.4.6 - Prazo
Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o prazo para cumprimento, atendendo à
facilidade das comunicações E à natureza da diligência.
§ 1o As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ato de expedição da carta.
§ 2o Expedida a carta, as partes acompanharão o cumprimento da diligência perante o juízo
destinatário, ao qual compete a prática dos atos de comunicação.
§ 3o A parte a quem interessar o cumprimento da diligência cooperará para que o prazo a
que se refere o caput seja cumprido.
O juiz fixará um prazo razoável, a depender da complexidade do ato.
A doutrina salienta que o prazo fixado para cartas precatórias e rogatórias é destinado às
partes e não ao juízo deprecado, uma vez que juízes de mesma hierarquia não podem fixar prazo
cogente para outro.
Na carta de ordem, devido à hierarquia superior do Tribunal, a fixação de prazo para o juízo
seria compreensível.
Assumpção, por outro lado, questiona esse entendimento doutrinário. Ora, qual o sentido de
o prazo ser direcionado à parte se, muitas vezes, quem tem de praticar o ato é o juízo (ex: oitiva de
testemunha, realização de penhora etc.)?
Assumpção sugere que o prazo é direcionado ao juízo, quando ele tem de praticar o ato e
direcionado à parte, quando a ela incumbe praticá-lo. Contudo, o prazo seria impróprio, já que se
tanto o juiz quanto à parte descumprirem, não haverá nenhum tipo de sanção, preclusão temporal,
podendo o ato ainda ser praticado.
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Nada impede de, durante o cumprimento da carta, o juízo deprecado se comunique com o
juízo deprecante para esclarecer alguns pontos.
CARTA PRECATÓRIA. JUÍZO DEPRECADO. CUMPRIMENTO. SUSPENSÃO. Trata-se de REsp
em que a controvérsia cinge-se em definir se o juiz deprecado, diante do ofício expedido
pelo cartório de registro de imóveis para informar a impossibilidade de cumprir a
determinação contida na carta precatória, pode determinar a remessa dos autos ao juiz
deprecante, suspendendo o cumprimento da carta enquanto aguarda a manifestação
daquele juízo. Inicialmente, consignou a Min. Relatora ser pacífico o entendimento do STJ
de que o juízo deprecado pode recusar cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com
despacho motivado, desde que evidenciada uma das hipóteses enumeradas nos incisos do
art. 209 do CPC. Contudo, ressaltou que, na hipótese, o juiz deprecado não recusou o
cumprimento da carta precatória. Ele apenas encaminhou os autos ao juiz deprecante para
aguardar sua manifestação sobre as alegações feitas pelo oficial de justiça e pelo
exequente com vista à possibilidade de cumprir a determinação inserida na carta.
Registrou, ademais, que o juiz deprecado, no exercício da sua função de cooperador, não
pode ser privado da possibilidade de dialogar com o juiz deprecante sobre o ato
processual requerido, pois o diálogo é pressuposto da cooperação e contribui para que a
atividade jurisdicional seja pautada pelos princípios constitucionais que informam o
processo e seja exercida sem vícios, evitando-se a decretação de nulidades. Assim, para
que essa atividade realizada por meio da carta precatória seja otimizada, de modo mais
eficiente, é importante que o juiz deprecado possa dirigir-se ao juiz deprecante para dirimir
dúvidas sobre os termos da solicitação, informá-lo de algum fato que possa conduzir à
nulidade do ato processual requerido, requerer algum documento importante para a
realização da providência solicitada que não tenha sido encaminhado com a carta,
suspendendo-se o cumprimento da carta precatória até a manifestação do juiz da causa
para confirmá-la ou não. Observou, nessa situação, não se tratar de recusa, mas da
possibilidade de diálogo e colaboração mútua entre o juiz deprecante e o deprecado para
que o Estado preste adequadamente a tutela jurisdicional. Diante desses argumentos,
entre outros, a Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: CC 111.968-RJ,
DJe 4/3/2011; CC 62.249-SP, DJ 1º/8/2006; CC 63.940-SP, DJ 8/10/2007, e CC 98.420-RJ,
DJe 25/8/2009. REsp 1.203.840-RN, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/9/2011
(informativo 482).
O STJ já deu a entender que o rol das hipóteses de descumprimento da carta é taxativos.
A decisão de recusa é interlocutória. Como não está prevista no rol do art. 1.015, CPC, contra
ela não cabe agravo de instrumento, devendo ser impugnada no momento da apelação ou
contrarrazões (art. 1.009, §1º, NCPC).
2.4.7 - Meio Eletrônico como Preferencial
Art. 263. As cartas deverão, preferencialmente, ser expedidas por meio eletrônico, caso
em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.
CPC/73 CPC/15
Art. 205. Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta Art. 264. A carta de ordem e a carta precatória por
de ordem e a carta precatória por telegrama, meio eletrônico, por telefone ou por telegrama
radiograma ou telefone. conterão, em resumo substancial, os requisitos
mencionados no art. 250, especialmente no que se
refere à aferição da autenticidade.
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O CPC/15, ao contrário do CPC/73, não exige urgência para a transmissão de carta de ordem
e precatória por telefone ou telegrama.
No entanto, a doutrina tem entendido que ainda é necessária essa urgência para justificar a
expedição de carta nesses termos. Ora, o próprio art. 263 supracitado aduz que a via eletrônica é
preferencial.
Se a urgência estiver presente, qual o procedimento?
Art. 265. O secretário do tribunal, o escrivão ou o chefe de secretaria do juízo deprecante
transmitirá, por telefone, a carta de ordem ou a carta precatória ao juízo em que houver
de se cumprir o ato, por intermédio do escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se
houver na comarca mais de um ofício ou de uma vara, observando-se, quanto aos
requisitos, o disposto no art. 264.
§ 1o O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo dia ou no dia útil imediato, telefonará
ou enviará mensagem eletrônica ao secretário do tribunal, ao escrivão ou ao chefe de
secretaria do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que os
confirme.
§ 2o Sendo confirmada, o escrivão ou o chefe de secretaria submeterá a carta a despacho.
Art. 266. Serão praticados de ofício os atos requisitados por meio eletrônico e de
telegrama, devendo a parte depositar, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do
juízo deprecante, a importância correspondente às despesas que serão feitas no juízo em
que houver de praticar-se o ato.
2.4.8 - Devolução
Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem no prazo de 10 (dez) dias,
independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.
Se o juízo deprecante não devolver a carta, o STJ tem entendido que não se trata de conflito
de competência, mas sim hipótese de cabimento de reclamação perante a corregedoria competente
ou até mesmo eventual correição parcial.
Se o Juízo deprecado não examinou o mérito da diligência determinada pelo Juízo
deprecante, apenas estipulando a suspensão de quaisquer medidas de transferência de
titularidade dos bens pertencentes à suscitante, inexiste situação hábil à configuração de
conflito de competência, nos termos do art. 115 do CPC. Eventual recusa na devolução da
Carta Precatória pelo Juízo deprecado não dá ensejo a conflito de competência. Nessas
hipóteses, será cabível reclamação perante a Corregedoria competente ou até mesmo
correção parcial, se houver previsão nesse sentido no respectivo código judiciário. Agravo
regimental ao qual se nega provimento (STJ, AgRg no CC 111346/DF, Rel. Min. Nancy
Andrighi, d.j. 11/05/2011).
3 – INVALIDADES PROCESSUAIS
3.1 - INTRODUÇÃO
79
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A parte que interpõe apelação cumprindo as exigências sabe que evitará o trânsito em
julgado. O réu que contesta dentro dos contornos legais sabe que evitará a revelia e tornará os fatos
alegados pelo autor controvertidos.
Doutro lado, essa segurança jurídica também traz a previsibilidade de que, se houver
descumprimento das formas legais, poderá advir uma sanção (invalidação/nulidade).
Não se confunde, portanto, defeito com sanção. A invalidação é a sanção cominada para as
hipóteses em que se reconheça que o ato foi praticado sem o preenchimento de algum requisito
havido como relevante (ato defeituoso).
Por exemplo, coação é o defeito. Anulação é a sanção. Incapacidade é vicio. A nulificação é a
sanção.
Aprofundaremos o tema mais adiante.
De todo modo, sublinho que o tema das invalidades processuais é bastante complexo e
existem mil e um posicionamentos doutrinários.
Por conta dessa miríade de posições, esclareço que o presente tópico se embasou nos
Manuais que sempre cito ao longo do curso (Assumpção, Didier, Montans, Marcus Gonçalves,
Marinoni), mas, sobretudo, o de Fredie Didier Jr., que trata o assunto com profundidade.
Pois bem.
O autor baiano afirma que o fenômeno jurídico74 deve ser examinado em três planos:
existência, validade e eficácia, o que nos remete à já explicada escada ponteana.
O plano da existência, consoante Didier, refere-se aos fatos jurídicos. É o primeiro plano a ser
analisado. Se não houver existência de um fato jurídico, não se pode passar para a próxima fase, qual
seja, análise da validade (não pode ser válido algo que nem mesmo exista).
Nesse ponto, Daniel Assumpção destaca uma diferença fundamental entre o direito material
e Processual Civil. No Processo civil, não há nulidade de pleno direito. Aqui, a nulidade depende da
decretação pelo juízo.
Didier pontua:
Todo ato inválido (pouco importa o grau) precisa ser desfeito. Saber se a nulificação: a)
dá-se ex officio ou por provocação do interessado; b) se gera efeitos retroativos ou ex nunc;
c) se está ou não submetida a prazo de decretação; d) se pode ser feita por ação e/ou
exceção, embora importantes, são questões cuja resposta dependerá do exame do direito
positivo, variando conforme o regime jurídico estabelecido pelo legislador, a partir da
relevância que dê a este ou aquele defeito do ato jurídico. A circunstância de a nulificação
retirar retroativamente os efeitos do ato jurídico ou destruir ato jurídico que não produziu
qualquer efeito (nulo ipso iure) não é relevante para retirar-lhe a qualidade jurídica de
sanção – portanto decretável, e não declarável. Não se declaram nulidades, decretam-se
nulidades75.
74
Independentemente do ramo do Direito.
75
GONÇALVES, Aroldo Plínio – Nulidades no Processo. Rio de Janeiro: Aide Editora, 1993, p. 76-82.
80
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Por esse fator, um ato inexistente pode gerar76 efeitos como se existente e válido fosse.
Por exemplo, havendo uma sentença proferida por juiz aposentado (não há pressuposto
processual subjetivo – investidura), enquanto não existir decisão que decrete a nulidade do ato,
continua produzindo efeitos. A parte poderá até executar a sentença, caso ninguém se insurja.
Ultrapassado o plano da existência, chegamos ao plano da validade. Didier salienta que o
plano da validade é exclusivo de alguns fatos jurídicos, mais precisamente dos atos jurídicos em
sentido amplo (negócios jurídicos e atos jurídicos em sentido estrito77), fatos humanos cujo suporte
fático dá relevância à vontade.
Há fatos jurídicos que não “passam” pelo plano da validade, como são os casos dos fatos
ilícitos (não se fala de nulidade do crime), dos atos-fatos (não se cogita a invalidade de uma pintura)
e dos fatos jurídicos naturais (não se invalida a morte – força maior – art. 313, I e IV, CPC).
Para entronizar esses conceitos (fato, ato jurídico em sentido amplo etc.), lembrem-se do
esquema a respeito dos fatos e atos jurídicos.
Ordinário
Fato natural
(fato jurídico
em sentido
estrito)
Extraordinário
Ato-Fato
Fato jurídico Jurídico
(em sentido
amplo) Ato Jurídico em
sentido estrito
Lícito
Fato humano
Fato não ou Ato jurídico
Negócio jurídico
jurídico em sentido
amplo
Ilícito
Por fim, o plano da eficácia se liga às situações jurídicas, isto é, aos efeitos jurídicos, dentre
os quais o mais importante é a formação de uma relação jurídica.
Fredie Didier assevera que não há efeito jurídico nulo. Os efeitos existem ou não existem.
Nulo é o ato jurídico em sentido amplo que, até a decretação da nulidade, em regra, produz efeitos.
Pontes de Miranda78 dizia:
Não há relação jurídica nula nem direito nulo, nem pretensão nula, nem ação nula, como
não há relação jurídica anulável, nem direito anulável, nem pretensão anulável, nem ação
anulável. Nulo ou anulável ou rescindível é o ato jurídico, inclusive o ato jurídico
processual, como a sentença.
76
Disse “pode gerar”, pois, como salienta Assumpção, há atos inexistentes que não geram efeitos mesmo antes da
decretação da nulidade. A exemplo, pode-se imaginar uma sentença sem dispositivo. Ora, não há como executar uma
“decisão” que nada decide. Ela não tem efeitos.
77
Há quem restrinja o plano da validade ao negócio jurídico, a exemplo de Álvaro Vilaça de Azevedo.
78
Comentários ao Código de Processo Civil, Pontes de Miranda, 3 a. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 141 e Barbosa –
invalidade e ineficácia do negócio jurídico – revista de direito privado, São Paulo: RT, 2003, n. 15, p. 226
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Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a
acompanhar o feito em que deva intervir.
§ 1o Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o
juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado.
§ 2o A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se
manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
O STJ já estava entendendo dessa forma79. De toda forma, com a previsão expressa no
CPC/15, houve um reforço.
TJMG/Juiz de Direito Substituto/2018 - Foi indeferida prova pericial requerida pelo autor. Acolhida a pretensão inicial, o
autor apelou somente para alegar cerceamento de defesa porque entende ser absolutamente necessária a prova
indeferida. Ao julgar a apelação, o Tribunal negará provimento aplicando o princípio: A) da isonomia. B) da celeridade. C)
da cooperação. D) da instrumentalidade das formas.
A alternativa D está correta. É a aplicação do art. 282, CPC, mormente seu parágrafo 2º. Art. 282. Ao pronunciar a
nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou
retificados. § 1o O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte. § 2o Quando puder
decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará
repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
79
(...) 2. A não intervenção do Ministério Público em primeiro grau de jurisdição pode ser suprida pela intervenção da
Procuradoria de Justiça perante o colegiado de segundo grau, em parecer cuidando do mérito da causa, sem que haja
arguição de prejuízo ou alegação de nulidade. (...) Contudo, manifestando-se o órgão do Ministério Público pela
ocorrência de prejuízo diante da ausência de sua intervenção em primeiro grau, impõe-se a decretação da nulidade. 4.
Embargos de declaração recebidos com agravo regimental a que se nega provimento. (STJ, EDcl no REsp 1184752/PI, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, d.j. 16/10/2014).
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a) acarreta a ineficácia de todos os atos processuais, que deverão ser repetidos de acordo com a forma prescrita ou não
defesa em lei.
b) acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem
necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
c) não acarreta consequência processual alguma, devendo prevalecer os atos praticados em nome do exercício pleno e
efetivo da atividade jurisdicional.
d) acarreta a inexistência dos atos processuais cujo aproveitamento não seja possível, a serem novamente praticados em
tempo razoável.
e) é mera irregularidade, que só necessitará de ratificação ou convalidação se alguma das partes for menor ou incapaz.
A alternativa B está correta. Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não
possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte prejuízo à defesa de qualquer
parte.
Exemplos do CPC:
Art. 305. Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem
natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial
versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o
recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão
constitucional.
Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso
ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao
Superior Tribunal de Justiça.
Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição
afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal
ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso
especial.
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Primeiro, o juiz deve avaliar se o defeito é irrelevante. Se não houver prejuízo, o defeito é irrelevante (princípio da
instrumentalidade das formas).
Em segundo lugar, o juiz verifica se não é possível aproveitar o ato como se fosse outro (princípio da fungibilidade).
Em terceiro lugar, o juiz deve perquirir se não é possível corrigir o defeito (princípio da sanabilidade dos atos processuais).
Caso nada disso possa ser feito, então, e somente então, o ato deve ser invalidado.
Não havendo possibilidade de aplicação desses três princípios, aí sim o ato deve ser
invalidado.
Vejamos, agora, os princípios aplicáveis a essa invalidação.
3.2.4 – Princípio da Causalidade
Para boa compreensão do princípio, Didier diferencia a invalidade do procedimento (conjunto
de atos) e invalidade de cada um dos atos do procedimento.
A nulificação do procedimento atinge o processo como um todo, estando relacionada ao não
preenchimento dos pressupostos processuais.
Wambier e Talamini80 salientam que o nomen iuris da sanção de invalidade do procedimento
ou do ato postulatório é a inadmissibilidade81.
Doutro lado, cada um dos atos que compõem o procedimento também tem seus próprios
requisitos de validade.
E se um ato for invalidado, ocorre a invalidação dos demais que lhe seguirem (princípio da
causalidade), desde que os atos posteriores dependerem do ato invalidado, devendo ser
devidamente fundamentado pelo juiz.
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que
dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que
dela sejam independentes.
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as
providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.
Enunciado 277, FPPC: (arts. 281 e 282) Para fins de invalidação, o reconhecimento de que
um ato subsequente é dependente de um ato defeituoso deve ser objeto de
fundamentação específica à luz de circunstâncias concretas.
Os atos praticados anteriormente não são afetados por essa nulificação, porquanto já
executados.
Ora, não há nulidade por fato posterior à prática do ato. A invalidade é congênita, devendo
ser examinada no momento da sua formação. Didier esclarece que o defeito pode estar no próprio
80
Notas sobre a teoria das nulidades no processo civil. Revista Dialética de Direito Processual. São Paulo: Dialética, 2005,
n. 29, p. 44.
81
Essa concepção deve ser aplicada a qualquer procedimento (principal ou incidental, de 1º grau ou recursal, de
conhecimento ou executivo) e a qualquer ato postulatório, inicial ou incidental (petição inicial, contestação, recurso,
pedido de produção de prova, reconvenção, denunciação da lide, conflito de competência etc.).
86
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ato (cláusula abusiva de um contrato de consumo, por exemplo) ou ser anterior a ele (coação, dolo,
erro etc.), mas jamais pode ser posterior ao ato.
Enunciado 276, FPPC: (arts. 281 e 282) Os atos anteriores ao ato defeituoso não são
atingidos pela pronúncia de invalidade.
Vale salientar, mais uma vez, que o magistrado pode, mesmo verificando um defeito, ignorá-
lo e julgar o mérito, rejeitando a pretensão do demandante.
Art. 282, § 1o O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a
parte.
§ 2o Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da
nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
Ex1: em vez de extinguir o processo sem resolução do mérito por conta da falta de um dos
pressupostos do processo (ex: petição inicial inapta – art. 330, I c/c art. 485, I), podendo o juiz decidir
o mérito, o fará.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável
à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
CESPE/DPE-PE – Defensor Público/2018 - Em determinado processo, o réu não foi citado nem apresentou contestação.
O magistrado, além de não declarar o processo nulo, julgou-o, no mérito, favoravelmente ao réu.
Nessa situação hipotética, a conduta do magistrado foi correta porque
a) ele aproveitou atos que não dependem da citação.
b) ele julgou favoravelmente o mérito da causa para a parte que seria beneficiada caso a nulidade fosse decretada.
c) o autor não requereu a nulidade do processo.
d) o autor foi o causador da nulidade.
e) a declaração de nulidade processual depende de requerimento da parte.
A alternativa B está correta. Art. 282, § 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a
decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria
eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
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Ex1: na incompetência absoluta, mesmo o autor que demandou perante juízo incompetente
poderá alegar esse vício82.
Contudo, outra parcela doutrinária, capitaneada por Anderson Schreiber,83 passa a defender
que nem sempre é assim. Mesmo nulidades absolutas, que possam ser decretadas de ofício, podem
ceder diante da violação à boa-fé.
Ora, a proteção da boa-fé também é de interesse público. Segundo Schreiber, temos o
interesse público existente por trás de uma nulidade e o interesse, também público, na tutela da
confiança e da solidadariedade social.
A solução mais correta seria, portanto, a aplicação da regra da proporcionalidade na
contraposição do interesse público na decretação a nulidade e no interesse público na tutela da
confiança, da boa-fé objetiva.
Lembre-se que a regra da proporcionalidade84 formulada por Robert Alexy é o mais famoso
método para solucionar conflito aparente de princípios, sendo tal regra subdividida em:
i- Adequação: verificação se o ato questionado é adequado, idôneo para o atingimento
do fim, do objetivo.
ii- Necessidade: verificação se não há outra medida menos gravosa a se tomar.
iii- Proporcionalidade em sentido estrito: verificação do custo-benefício da medida.
Quanto maior a restrição ao direito fundamental, muito maior tem de ser a
consagração do princípio que lhe é contraposto.
Feita a ponderação, Anderson Schreiber diz que três conclusões são possíveis:
i- decretar a nulidade do ato, desconstituindo os seus efeitos;
ii- decretar nulidade do ato, mantendo seus efeitos pretéritos (decretação com eficácia ex
nunc), até para preservar o princípio da proteção da confiança.
iii- não decretar a invalidade do ato, conservando-o com sua plena eficácia.
3.3 - CLASSIFICAÇÕES
Classificação segundo Daniel Assumpção
82
Pode, porém, ser punido com litigância de má-fé.
83
SCHREIBER, Anderson. A proibição do comportamento contraditório – tutela da confiança e venire contra factum
proprium, Rio de Janeiro: renovar, 2005, p. 250.
84 84
Tecnicamente, certo é dizer que, na concepção de Alexy, a proporcionalidade é regra e não princípio. Vejamos
trecho extraído de artigo de Lênio Streck: Já de início, podemos referir que a própria utilização da nomenclatura “princípio
da proporcionalidade” é empregada de forma equivocada. Na famosa Teoria dos Direitos Fundamentais, a
proporcionalidade é uma máxima utilizada como método para aplicar a colisão entre princípios. Trata-se da máxima da
proporcionalidade (Verhältnismäßigkeitsgrundsatz). E isso não é apenas uma discussão semântica. Na medida em que a
máxima da proporcionalidade é o critério para determinar o peso da colisão entre princípios, como poderia ser, ela
mesma, um princípio? Aliás, Virgílio Afonso da Silva alerta para o fato de que, ainda que tivéssemos apenas as opções
“regra” ou “princípio”, seria mais adequado enquadrar a “máxima da proporcionalidade” como regra (ou melhor, uma
metarregra). Ademais, o próprio Alexy considera que “As três máximas parciais são consideradas como regras”. Evidente,
pois princípios para Alexy são mandamentos de otimização e, dessa forma, podem ser aplicados em maior ou menor
grau. Como o critério que julga a otimização dos princípios colidentes poderia ser, ela mesma, otimizada?
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Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando
acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada
por tradutor juramentado.
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Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar
de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.
Para parcela doutrinária (Galeno Lacerda, Costa Machado, Alexandre Câmara), nulidade
relativa não se confunde com anulabilidade. Nulidade relativa seria o desrespeito à norma cogente
(obrigatória), instituída para tutelar interesse particular, enquanto anulabilidade ocorreria com o
desrespeito de norma dispositiva (podem deixar de aplica-la por disposição da vontade).
Para outra parcela (HTJ, Wambier, Talamini), nulidade relativa e anulabilidade configuram o
mesmo fenômeno processual.
iii- nulidades absolutas
A nulidade absoluta é decretada em decorrência da incidência de um vício mais grave que
aqueles casos de nulidade relativa.
1ª característica: busca-se preservar o interesse público, em vez do interesse das partes
(nulidade relativa). Por isso, pode ser decretada pelo juiz, independentemente de manifestação das
partes.
2ª característica: A nulidade absoluta pode ser suscitada pelo juiz e pelas partes a qualquer
momento.
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à
parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar
de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.
Ex1: incompetência absoluta.
Art. 64, § 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição e deve ser declarada de ofício.
Assumpção e Dinamarco aduzem, porém, que o trânsito em julgado é sanatório geral das
nulidades86, inclusive das nulidades absolutas.
Assim, enquanto nulidade relativa se convalida depois da primeira oportunidade de
manifestação nos autos, a nulidade absoluta se convalida com o trânsito em julgado.
Todavia, há hipóteses de nulidades absolutas que se transformam em vícios de
rescindibilidade, que confere autorização para decretação de nulidade por meio de ação rescisória
(art. 966), demanda de competência sempre do Tribunal. Por exemplo, decisão de mérito proferida
por juiz impedido (art. 966, II). Passados os 2 anos para o manejo da rescisória, ocorre a “coisa julgada
soberana”.
Mesmo assim, em situações excepcionais, há nulidades absolutas tão graves que são
chamadas de vícios transrescisórios, podendo ser alegados inclusive depois do prazo da rescisória
por meio da querela nullitatis perante o juízo que proferiu a decisão impugnada (1º grau, 2º grau
etc.). Ex: falta ou nulidade na citação (art. 525, §1º, I, CPC).
86
Teresa Wambier e Renato Montans não concordam com essa afirmação. Para eles, a nulidade absoluta permanece
sendo nulidade absoluta depois do trânsito em julgado, sendo que algumas delas permite o ajuizamento de ação
rescisória. O vício não se altera com o trânsito em julgado, alterando apenas a forma de repressão.
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Cuidado: esse “a qualquer tempo” tem sido restringido pelo STJ e STF para as instâncias
ordinárias. Isso porque embora a nulidade absoluta possa ser alegada a qualquer tempo, a CRFB
exige o prequestionamento para as instâncias extraordinárias (recurso especial e extraordinário).
Assim, STF e STJ entendem que mesmo nulidade absolutas deveriam ter sido
prequestionadas nas instâncias inferiores para que possam ser discutidas nesses Tribunais.
(...) Acrescente-se, por fim, que, no entendimento da jurisprudência do STJ, mesmo as
matérias de ordem pública necessitam estar devidamente prequestionadas para ensejar
o conhecimento do recurso especial. Agravo regimental não conhecido. (STJ, AgRg no
AREsp 438304/SP, Rel. Min. Humberto Martins, d.j. 20/02/2014).
Contudo, segundo Assumpção e Montans, o art. 1.034, CPC pode incentivar uma mudança de
posicionamento.
Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal
Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.
==13272f==
87
REsp 1.372.802-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 11/3/2014.
91
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Enunciado 34, Enfam: A violação das regras dos arts. 12 e 153 do CPC/2015 não é causa de
nulidade dos atos praticados no processo decidido/cumprido fora da ordem cronológica,
tampouco caracteriza, por si só, parcialidade do julgador ou do serventuário.
Enunciado 84, FPPC: (art. 935) A ausência de publicação da pauta gera nulidade do acórdão
que decidiu o recurso, ainda que não haja previsão de sustentação oral, ressalvada, apenas,
a hipótese do §1º do art. 1.024, na qual a publicação da pauta é dispensável.
Enunciado 109, FPPC: (arts. 10 e 15) No processo do trabalho, quando juntadas novas
provas ou alegado fato novo, deve o juiz conceder prazo, para a parte interessada se
manifestar a respeito, sob pena de nulidade.
Enunciado 193, FPPC: (arts. 885, 886, II, 891, parágrafo único) Não justifica o adiamento do
leilão, nem é causa de nulidade da arrematação, a falta de fixação, pelo juiz, do preço
mínimo para a arrematação.
Enunciado 307, FPPC: (arts. 489, §1º, 1.013, §3º, IV) Reconhecida a insuficiência da sua
fundamentação, o tribunal decretará a nulidade da sentença e, preenchidos os
pressupostos do §3º do art. 1.013, decidirá desde logo o mérito da causa.
VUNESP/VALIPREV – Procurador/2020 - Sobre o regime de nulidades constante do Código de Processo Civil, é
verdadeiro afirmar que
a) é nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva
intervir, mas a nulidade só pode ser decretada após sua manifestação sobre a existência ou não de prejuízo.
b) a nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, quer se
trate de nulidade relativa ou absoluta.
c) o erro de forma do processo acarreta a anulação de todos os atos do processo, devendo ser praticados os que
forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
d) a parte arguirá a nulidade da intimação em petição simples, devendo o juiz conceder prazo para a realização do
ato impugnado se o vício for reconhecido.
e) pronunciada a nulidade, o ato será repetido mesmo quando não prejudicar a parte.
A alternativa A está correta. Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado
a acompanhar o feito em que deva intervir. (...) §2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do
Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
A alternativa B está incorreta. Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que
couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às
nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.
A alternativa C está incorreta. Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos
que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as
prescrições legais.
A alternativa D está incorreta. Art. 272, § 8º A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do
próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for reconhecido.
A alternativa E está incorreta. Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e
ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados. § 1º O ato não será repetido
nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte.
Como não poderia deixar de ser, vamos fazer algumas questões objetivas para fixar o
conhecimento?
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4 - QUESTÕES
4.1 – LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
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III. Adquirente de bem móvel ou imóvel penhorado em execução, em caso de arrematação judicial,
poderá efetuar o pagamento de forma parcelada, desde que ao menos vinte e cinco por cento do
valor do lance seja pago à vista.
IV. A arbitragem poderá ser utilizada em litígio que envolva entes integrantes da administração
pública e, nesses casos, eventual decisão que condene a fazenda pública não se submeterá ao
reexame necessário.
Estão certos apenas os itens
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
Q4. FCC/TJMS – Juiz de Direito Substituto/2020
No tocante à citação, é correto afirmar:
a) a interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, retroagirá à data da
prática do fato que originou a demanda.
b) quando frustrada a citação pessoal, por meio de oficial de justiça, esta far-se-á por via postal e,
mostrando-se infrutífera, por edital.
c) a citação válida, salvo se ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a
coisa e constitui em mora o devedor.
d) não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está
impossibilitado de recebê-la.
e) a citação será sempre pessoal, salvo exclusivamente a feita na pessoa do curador do incapaz.
Q5. FCC/TJAL – Juiz de Direito Substituto/2019
O erro de forma do processo
a) acarreta a ineficácia de todos os atos processuais, que deverão ser repetidos de acordo com a
forma prescrita ou não defesa em lei.
b) acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser
praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
c) não acarreta consequência processual alguma, devendo prevalecer os atos praticados em nome
do exercício pleno e efetivo da atividade jurisdicional.
d) acarreta a inexistência dos atos processuais cujo aproveitamento não seja possível, a serem
novamente praticados em tempo razoável.
e) é mera irregularidade, que só necessitará de ratificação ou convalidação se alguma das partes for
menor ou incapaz.
Q6. FCC/TJSC – Juiz de Direito Substituto/2017
No que se refere à comunicação dos atos processuais, é correto que
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Promotor
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c) A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna
litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, em qualquer circunstância. A interrupção da
prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo
incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
d) Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corregedor do
tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os
prazos previstos em lei, regulamento ou regimento interno.
Q9. MPE-MS/Promotor de Justiça Substituto/2018
A respeito dos atos processuais e da comunicação dos atos processuais no direito processual civil,
sob a perspectiva do advento do processo judicial eletrônico, analise as afirmações que seguem.
I. As empresas públicas e privadas, inclusive as microempresas e as empresas de pequeno porte,
estão obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo judicial eletrônico para o recebimento
de citações e intimações.
II. As intimações eletrônicas realizadas por meio de portal próprio, na forma do art. 5º da Lei nº
11.419/2006, serão consideradas pessoais para todos os efeitos legais
III. Nos casos urgentes em que a intimação feita eletronicamente na forma do art. 5º da Lei nº
11.419/2006 possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos em que for evidenciada
qualquer tentativa de burla ao sistema, a comunicação do ato processual deverá ser realizada,
obrigatoriamente, mediante diligência do oficial de justiça.
IV. Será admitida a prática de atos por meio não eletrônico nos locais onde o Poder Judiciário não
mantiver gratuitamente, à disposição dos interessados, equipamentos necessários à prática de atos
processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele constantes.
De acordo com as regras positivadas na legislação processual vigente, assinale a alternativa correta.
a) Todas as afirmações estão corretas.
b) Apenas as afirmações I e III estão corretas.
c) Apenas as afirmações II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmações II e IV estão corretas.
e) Todas as afirmações estão incorretas.
Q10. FUNDEP/MPE-MG – Promotor de Justiça Substituto/2018
Analise as seguintes assertivas:
I. Para a validade do processo, é indispensável a citação do réu ou do executado, mesmo se tratando
de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
II. O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação,
fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
III. O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não
corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo
autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
IV. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode
limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, sem a
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necessidade de exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao
resultado útil do processo.
Somente está CORRETO o que se afirma em:
a) I, II, III, IV.
b) I, II.
c) II, III.
d) IV, III.
Q11. MPE-RS/Promotor de Justiça Substituto/2017
Assinale a alternativa INCORRETA sobre o tema dos atos processuais, segundo disposto no Código
de Processo Civil.
a) O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da
sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
b) O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em padrões abertos, que atenderão aos
requisitos de autenticidade, integridade, temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que
tramitem em segredo de justiça, confidencialidade, observada a infraestrutura de chaves públicas
unificada nacionalmente, nos termos da lei.
c) O juiz proferirá os despachos no prazo de 5 (cinco) dias, as decisões interlocutórias no prazo de 15
(quinze) dias e as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias
d) Salvo para evitar o perecimento do direito, não se fará a citação de noivos nos 3 (três) primeiros
dias seguintes ao casamento.
e) Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou
interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta,
telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
Defensor
Procurador
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Considerando essas situação hipotética, julgue os próximos itens, relativos a comunicação dos prazos
processuais, contestação e reconvenção.
É correto afirmar que, após a citação válida da autarquia, o objeto da demanda se tornou
oficialmente litigioso, mas não é acertado dizer que o demandado foi constituído em mora, uma vez
que ainda inexiste certeza acerca da veracidade dos fatos narrados pelo autor na inicial.
Q14. CESPE/PGM-Campo Grande-MS/2019
Em 29 de março de 2019, uma sexta-feira, iniciou-se prazo para que uma autarquia apresentasse
contestação a uma petição inicial de natureza cível, em procedimento ordinário distribuída em uma
das varas federais de uma comarca do Estado do Mato Grosso do Sul, não tendo ocorrido nenhum
feriado até a data final para protocolo da contestação.
Considerando essas situação hipotética, julgue os próximos itens, relativos a comunicação dos prazos
processuais, contestação e reconvenção.
O último dia para o protocolo tempestivo da contestação era 10 de maio de 2019, uma sexta-feira.
Q15. CESPE/PGM-Campo Grande-MS/2019
Em 29 de março de 2019, uma sexta-feira, iniciou-se prazo para que uma autarquia apresentasse
contestação a uma petição inicial de natureza cível, em procedimento ordinário distribuída em uma
das varas federais de uma comarca do Estado do Mato Grosso do Sul, não tendo ocorrido nenhum
feriado até a data final para protocolo da contestação.
Considerando essas situação hipotética, julgue os próximos itens, relativos a comunicação dos prazos
processuais, contestação e reconvenção.
A citação da autarquia foi realizada no órgão da advocacia pública responsável pela representação
judicial dessa autarquia.
Q16. VUNESP/PGM Ribeirão Preto - Procurador/2019
Citação é o ato pelo qual é convocado o réu para integrar a relação processual, cabendo ressaltar
que
a) seja lá em que situação concreta for, para a validade do processo é indispensável a citação do réu.
b) o comparecimento espontâneo do réu nos autos não supre a nulidade da citação.
c) deve ser realizada no procedimento comum, como regra, por oficial de justiça.
d) a citação por hora certa terá cabimento quando o réu estiver em local incerto e não sabido.
e) a parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das circunstâncias
autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo.
Q17. VUNESP/Prefeitura de São José do Rio Preto - Procurador/2019
Mara mora em um imóvel há 16 (dezesseis) anos e, preenchidos os requisitos legais, decide propor
ação de usucapião para aquisição originária da propriedade. O imóvel em que Mara reside está
registrado perante o Cartório de Registro de Imóveis em nome de Samuel. O vizinho da direita se
chama Pedro, o da esquerda, Paulo, e o vizinho do fundo, João. Sara alega ser proprietária do mesmo
imóvel em razão de um contrato de compra e venda que nunca foi levado a registro.
Diante da situação hipotética apresentada, assinale a alternativa correta.
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a) Mara deve citar a União, o Estado e o Município, sendo dispensada de citar Pedro, Paulo e João,
considerando que eles têm conhecimento sobre a disputa do imóvel.
b) Sara, tendo conhecimento da ação e não tendo sido citada, deverá oferecer oposição, apenas
contra Mara.
c) Por se tratar de um procedimento especial, os prazos previstos para Mara serão reduzidos em
relação ao procedimento comum adotado na parte geral do Código de Processo Civil.
d) Para a propositura da ação, Mara deverá citar por edital Samuel, Pedro, Paulo e João e citar
pessoalmente a União, o Estado e o Município.
e) Sara é considerada eventual interessada e, por isso, pode aproveitar a citação por edital para
apresentar contestação.
Q18. VUNESP/Câmara Municipal de Orlândia/2019
A citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação
processual.
No que diz respeito ao tema, assinale a alternativa correta.
a) A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna
litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor.
b) Incumbe ao autor adotar, no prazo de 5 (cinco) dias, as providências necessárias para viabilizar a
citação, sob pena de não interromper a prescrição.
c) A citação pelo correio pode ser feita para qualquer pessoa, incluindo as pessoas jurídicas de direito
privado e de direito público.
d) A citação será obrigatoriamente por oficial de justiça para os casos em que ignorado, incerto ou
inacessível, o lugar em que se encontrar o citando.
e) Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes, inclusive as unidades autônomas de prédio em
condomínio, serão citados pelo correio.
Q19. CESPE/Procurador Municipal – BH/2017
Acerca de atos processuais e distribuição, assinale a opção correta.
a) O recurso interposto antes da publicação da sentença ou do acórdão será considerado
intempestivo e não produzirá efeito jurídico, salvo se a parte ratificar as razões recursais dentro do
prazo para a sua interposição após a publicação do ato.
b) A citação de município e suas respectivas autarquias pode ser firmada pelo correio, com aviso de
recebimento, caso em que a correspondência deverá ser enviada para o órgão da advocacia pública
responsável pela representação judicial do referido ente público.
c) Havendo, na localidade, mais de um juízo competente e estando demonstrada a continência entre
uma ação em curso e nova ação a ser proposta, pode o demandante distribuir sua nova ação por
dependência ao juízo processante da ação em curso.
d) A legislação processual vigente não permite que as partes e o juiz estabeleçam calendário para a
realização de determinados atos processuais, tais como prazo para manifestações das partes e data
de realização de audiências, assim como a dispensa de intimação das partes para a prática de atos
processuais estabelecidos.IBEG/Iprev – Procurador/2017
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Outros
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d) Havendo suspeita de ocultação e ante o não atendimento pela parte em 3 (três) oportunidades
distintas, poderá o oficial de justiça proceder a citação por hora certa
e) A citação por edital será realizada apenas na hipótese do citando ser desconhecido
Q32. IESES/ALGAS – Analista Jurídico/2017
Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação
processual. Assim:
a) Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de conhecimento, o réu não poderá ser
considerado revel e na execução o feito não terá prosseguimento.
b) O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação,
fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
C) Incumbe ao autor adotar, no prazo de 15 (quinze) dias, as providências necessárias para viabilizar
a citação, sob pena desta não ser suprida, consoante o artigo 240, §2º do Novo Código de Processo
Civil.
d) Para a validade do processo é dispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as
hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
Q33. IESES/ALGÁS - Analista Jurídico/2017
Assinale a alternativa verdadeira, segundo o Novo Código de Processo Civil, regulamentado pela Lei
13.105/2015:
a) Quando, por 03 (três) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da
família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, após 02(dois) dias úteis, voltará a fim de efetuar a
citação, na hora que designar.
b) Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé somente com pessoa da família de
primeiro grau de ascendência ou descendência, ou pessoa conhecida de intimidade, conforme o
caso, declarando-lhe o nome.
c) Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da citação, incumbe
ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento.
d) No dia e na hora designados, o oficial de justiça obrigatoriamente acompanhado do procurador da
parte, das testemunhas e da polícia, de posse compulsória de novo despacho, comparecerá ao
domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
Q34. CESPE/TRE-PE – Analista Judiciário/2017
João e José, residentes em Recife – PE, foram vítimas de acidente automobilístico provocado por
Pedro, maior e capaz, domiciliado em Olinda – PE. As vítimas impetraram ações indenizatórias
individuais em 10/3/2016, ambas no juízo de Recife – PE.
Nessa situação hipotética,
a) caso Pedro oponha incidente de exceção de incompetência relativa após a entrada em vigor do
novo CPC, o juiz deverá declinar da competência.
b) João e José poderiam optar por ingressar em litisconsórcio ativo e, nesse caso, seriam considerados
como litigantes distintos em suas relações com Pedro.
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c) se as ações forem distribuídas para juízos distintos, os processos deverão ser reunidos em razão
da existência de continência.
d) ambos os processos devem seguir o rito ordinário, porquanto o procedimento sumário foi extinto
no novo CPC.
e) a citação de Pedro deve ocorrer por mandado, por meio de oficial de justiça.
4.2 – GABARITO
Q23. A
Magistratura Defensor Q24. E
Magistratura
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Art. 246. A citação será feita:§ 1o Com exceção das microempresas e das
empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas
a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para
efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas
preferencialmente por esse meio.
A alternativa B está incorreta.
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país,
exceto: I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o; II -
quando o citando for incapaz; III - quando o citando for pessoa de direito
público; IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega
domiciliar de correspondência; V - quando o autor, justificadamente, a
requerer de outra forma.
A alternativa C está incorreta.
O caso trata de responsabilidade extracontratual da ECT, portanto, o termo
inicial dos juros de mora será a partir do evento danoso (art. 398, CC, e Súmula 54, STJ).
A alternativa D está incorreta.
Com o NCPC. o juízo ficará prevento por meio do registro ou da distribuição da
petição inicial, vide art. 59 do CPC:
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Se o sujeito não estiver nem sob curatela, tampouco sob o regime da tomada de
decisão apoiada e o oficial perceber que o citando não possui discernimento suficiente
para receber essa citação, aplicar-se-á o procedimento do art. 245, §§ 1º a 5º.
A alternativa A está incorreta.
Art. 240, § 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que
ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à
data de propositura da ação.
A alternativa B está incorreta. Vimos que o modo de citação preferencial adotado
pelo NCPC é aquela efetivada por meio eletrônico. Não obstante, se não couber a citação
por meio eletrônico, a regra passa a ser citação por correio, já que se trata de forma
mais econômica que a citação por oficial e mais efetiva que a citação por edital.
Art. 246. A citação será feita:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em
cartório;
IV - por edital;
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte,
as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos
sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de
citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse
meio.
§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
aos Municípios e às entidades da administração indireta.
Art. 256. A citação por edital será feita:
I - quando desconhecido ou incerto o citando;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o
citando;
III - nos casos expressos em lei.
Assim, quando frustrada a citação pessoal, por meio de oficial de justiça, esta far-
se-á por edital, nas hipóteses do art. 256 do CPC
A alternativa C está incorreta.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente,
induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,
ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil).
A alternativa E está incorreta.
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Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa
do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do
interessado.
Q5. FCC/TJAL – Juiz de Direito Substituto/2019
O erro de forma do processo
a) acarreta a ineficácia de todos os atos processuais, que deverão ser repetidos de
acordo com a forma prescrita ou não defesa em lei.
b) acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo
ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
c) não acarreta consequência processual alguma, devendo prevalecer os atos praticados
em nome do exercício pleno e efetivo da atividade jurisdicional.
d) acarreta a inexistência dos atos processuais cujo aproveitamento não seja possível, a
serem novamente praticados em tempo razoável.
e) é mera irregularidade, que só necessitará de ratificação ou convalidação se alguma
das partes for menor ou incapaz.
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segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; IlI - de noivos, nos 3
(três) primeiros dias seguintes ao casamento, e IV - de doente, enquanto grave o seu
estado.
c) A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência,
torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, em qualquer circunstância. A
interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que
proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
d) Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao
corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que
injustificadamente exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou regimento
interno.
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A alternativa C está incorreta. De fato, como regra geral, a citação válida, ainda
quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e
constitui em mora o devedor (CPC, art. 240). Essa regra, contudo, comporta exceções
previstas no próprio dispositivo. Vejam:
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente,
induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,
ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro
de 2002.
O art. 398 do CC aborda a responsabilidade extracontratual, enquanto o art. 397,
caput, trata da responsabilidade contratual cuja obrigação é líquida (mora ex re). Nesses
casos, temos o seguinte:
i) responsabilidade extracontratual (art. 398 CC): os juros fluem a partir do evento
danoso:
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor
em mora, desde que o praticou. (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
Súmula 54, STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em
caso de responsabilidade extracontratual.
ii) responsabilidade contratual (art. 397, CC):
ii.1. obrigação líquida: contados a partir do vencimento:
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo,
constitui de pleno direito em mora o devedor. (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
ii.2. Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados a partir da citação. A citação aqui
seria uma forma de interpelação judicial.
CC, Art 397, Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui
mediante interpelação judicial ou extrajudicial.
A alternativa A está incorreta.
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
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IV. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, sem a necessidade de exposição da lide, do direito que se busca realizar e
do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
Somente está CORRETO o que se afirma em:
a) I, II, III, IV.
b) I, II.
c) II, III.
d) IV, III.
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Defensor
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O NCPC tenta resolver o impasse gerado entre o art. 219, CPC/73 com o art. 202,
CC, por meio do §1º do artigo 240.
Pela previsão legal, verifica-se que o que interrompe a prescrição é o despacho
citatório (assumindo a regra do CC), e, uma vez interrompida a prescrição, retroage à
data da propositura da ação.
Vejamos novamente o dispositivo legal:
Art. 240, § 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que
ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente,
retroagirá à data de propositura da ação.
Portanto, a alternativa está correta.
Procurador
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Obs.: recentemente, o STJ decidiu que a ausência de citação dos confinantes gera
apenas nulidade relativa.
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Súmula 163, STF: O possuidor deve ser citado pessoalmente para a ação de
usucapião.
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CPC, Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo
incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em
mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
A alternativa B está incorreta.
Art. 240, § 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que
ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à
data de propositura da ação.
§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências
necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto
no § 1º.
A alternativa C está incorreta. Vimos que, com relação às pessoas jurídicas de
direito público, a citação ocorrerá, preferencialmente, por meio eletrônico:
Art. 246,§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno
porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos
sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de
citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse
meio.
§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
aos Municípios e às entidades da administração indireta.
Não sendo possível a citação por meio eletrônico, proceder-se-à a citação
pessoal, efetivada por oficial de justiça, perante o órgão responsável por sua
representação judicial:
Art. 242, § 3º A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público
será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua
representação judicial.
A citação por edital, contudo, não será possível quando o citando for pessoa
jurídica de direito público:
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país,
exceto:
III - quando o citando for pessoa de direito público;
A alternativa D está incorreta.
Art. 256. A citação por edital será feita:
I - quando desconhecido ou incerto o citando;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o
citando;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que
recusar o cumprimento de carta rogatória.
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c) será possível, desde que seja realizada pelo correio, devendo o advogado do autor
juntar aos autos cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.
d) poderá ser feita por meio eletrônico, desde que seja comprovado que o advogado do
réu recebeu cópia do pronunciamento que é objeto da intimação.
e) somente poderá ser feita se houver convenção processual realizada entre as partes
que autorize a utilização dessa forma de intimação.
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GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito processual civil esquematizado. 9. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2018. p. 455
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5 - DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO
Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos de
lei que podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-se de revisá-los!
--
arts. 1º, 5º, XXI, XXXV e LXXVIII; 8º, 183 e 191, todos da CF:
Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Livro IV – Dos Atos Processuais (Título II – Da Comunicação dos Atos Processuais e Título III – Das Nulidades
– arts. 236 a 283)
TÍTULOII
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
CAPÍTULOI
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.
§ 1o Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais do tribunal, da comarca,
da seção ou da subseção judiciárias, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.
§ 2o O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar fora
dos limites territoriais do local de sua sede.
§ 3o Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
Art. 237. Será expedida carta:
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II - a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a
menção do prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução;
III - a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver;
IV - se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advogado ou de
defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do
lugar do comparecimento;
V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela provisória;
VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o subscreve por ordem
do juiz.
Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o encontrar, citá-lo:
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III - obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a apôs no mandado.
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu
domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer
pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de
efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida
a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento
de correspondência.
Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho,
comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da
ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca,
seção ou subseção judiciárias.
§ 2o A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver
sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar
a receber o mandado.
§ 3o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família
ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
§ 4o O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador
especial se houver revelia.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu,
executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos
autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região
metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações,
notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.
Art. 256. A citação por edital será feita:
I - quando desconhecido ou incerto o citando;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento
de carta rogatória.
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§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será
divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
§ 3o O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua
localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos
cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos.
Art. 257. São requisitos da citação por edital:
I - a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias
autorizadoras;
II - a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na
plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos;
III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da
data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;
IV - a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também em jornal
local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da comarca, da
seção ou da subseção judiciárias.
Art. 258. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das
circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário-
mínimo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
Art. 259. Serão publicados editais:
I - na ação de usucapião de imóvel;
II - na ação de recuperação ou substituição de título ao portador;
III - em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a provocação, para
participação no processo, de interessados incertos ou desconhecidos.
CAPÍTULOIII
DAS CARTAS
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao
advogado;
III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1o O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa,
desenho ou gráfico, sempre que esses documentos devam ser examinados, na diligência, pelas
partes, pelos peritos ou pelas testemunhas.
§ 2o Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em original,
ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3o A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se refere o caput e será instruída
com a convenção de arbitragem e com as provas da nomeação do árbitro e de sua aceitação da
função.
Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o prazo para cumprimento, atendendo à facilidade das
comunicações e à natureza da diligência.
§ 1o As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ato de expedição da carta.
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6 – RESUMO
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um
resumo dos principais aspectos estudados ao longo
da aula. Sugerimos que esse resumo seja estudado
sempre previamente ao início da aula seguinte,
como forma de “refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização de estudos
de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental retomar esses resumos. Caso
encontrem dificuldade em compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
--
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Comparecer à
audiência de
conciliação e
mediação (art. 334)
Apresentar
contestação (art. 335)
e/ou reconvenção
(art. 343)
Alegar impedimento
ou suspeição do juiz
(art. 146)
Atitudes Possíveis
Reconhecer o pedido
total ou parcialmente
(art. 487, III, "a")
Provocar a
intervenção de
terceiro (arts. 126 e
131)
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as
hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
§ 1o O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação,
fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
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CPC/73 CPC/15
Alterações
A citação ordenada por juízo incompetente A citação ordenada por juízo incompetente
induzia litispendência e interrompia a prescrição. produz todos os efeitos..
Espécies/Modalidades de Citação
Elas podem ser classificadas:
i- quanto ao destinatário: a) pessoal (direta); b) não pessoal (indireta).
Já tratamos desse tópico.
ii- quanto à forma: a) real; b) ficta.
Art. 246. A citação será feita:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
IV - por edital;
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
Intimação
Extrai-se que a ordem é a seguinte:
i- A preferência é a intimação eletrônica, em portal próprio;
ii- Se não for possível, publicação em órgão oficial (ex: Diário de Justiça Eletrônico).
iii- Se não for possível, tentar-se-á a intimação pelo correio (arts. 273, II, 274, caput e 275, caput).
iv- Se nesse ínterim, o advogado se fizer presente em cartório, será diretamente intimado pelo escrivão
ou chefe de secretaria (art. 274, caput).
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v- Se nenhuma dessas intimações ocorrerem, a intimação se fará por meio de oficial de justiça (art. 275,
caput).
Cartas
Segundo o princípio da aderência ao território, há um determinado território, determinado foro dentro
do qual a atuação jurisdicional se cumprirá de forma legítima.
Assim, qualquer ato processual que ultrapasse tais limites, necessitará de cooperação, como carta
precatória (dentro do território nacional – art. 237, III e 260ss, CPC), carta rogatória (fora do território
nacional – art. 237, II e 260ss, CPC), carta de ordem (se o ato tiver de se realizar fora dos limites territoriais
do local de sua sede – art. 236, §2º c/c art. 237, II, CPC).
Em qualquer delas, praticam-se atos de comunicação (citação, intimação, notificação); instrução
(produção de prova – oitiva de testemunha, colheita de depoimento pessoal, realização de perícia) e de
constrição (como, por exemplo, penhora e depósito).
Art. 262. A carta tem caráter itinerante, podendo, antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento,
ser encaminhada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
Parágrafo único. O encaminhamento da carta a outro juízo será imediatamente comunicado ao órgão
expedidor, que intimará as partes
INVALIDADES PROCESSUAIS
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Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos
quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela
autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado.
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Assumpção e Dinamarco aduzem, porém, que o trânsito em julgado é sanatória geral das nulidades90,
inclusive das nulidades absolutas.
Assim, enquanto nulidade relativa se convalida depois da primeira oportunidade de manifestação nos
autos, a nulidade absoluta se convalida com o trânsito em julgado.
Obs3: Todavia, há hipóteses de nulidades absolutas que se transformam em vícios de rescindibilidade,
que confere autorização para decretação de nulidade por meio de ação rescisória (art. 966), demanda de
competência sempre do Tribunal. Ex: decisão de mérito proferida por juiz impedido (art. 966, II).
Passados os 2 anos para o manejo da rescisória, ocorre a “coisa julgada soberana”.
Mesmo assim, em situações excepcionais, há nulidades absolutas tão graves que são chamadas de vícios
transrescisórios, podendo ser alegados inclusive depois do prazo da rescisória por meio da querela
nullitatis perante o juízo que proferiu a decisão impugnada (1º grau, 2º grau etc.). Ex: falta ou nulidade na
citação (art. 525, §1º, I, CPC).
Obs4: Esse “a qualquer tempo” tem sido restringido pelo STJ e STF para as instâncias ordinárias. Isso
porque embora a nulidade absoluta possa ser alegada a qualquer tempo, a CRFB exige o
prequestionamento para as instâncias extraordinárias (recurso especial e extraordinário).
Assim, STF e STJ entendem que mesmo nulidade absolutas deveriam ter sido prequestionadas nas
instâncias inferiores para que possam ser discutidas nesses Tribunais. Contudo, segundo Assumpção e
Montans, o art. 1.034, CPC pode incentivar uma mudança de posicionamento.
Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal Federal ou o
Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.
Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, devolve-
se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.
Obs5: Esse “a qualquer tempo” também tem de ser restringido em outra hipótese, qual seja, a nulidade
de algibeira.
A expressão “nulidade de algibeira” foi cunhada pelo falecido ministro Humberto Gomes de Barros, sendo
esse o nome dado para a manobra utilizada pela parte quando ela deixa estrategicamente de se
manifestar em momento oportuno (guarda a nulidade no bolso), para suscitar a nulidade em momento
posterior.
O STJ tem salientado91 que tal postura, mesmo envolvendo nulidades absoluta, viola claramente a boa-fé
processual e a lealdade, que são deveres das partes e de todos aqueles que participam do processo (antigo
art. 14, II, do CPC/73; atual art. 5º, CPC/2015).
Desse modo, além do fato de a nulidade não ser decretada, plenamente cabível a imposição de sanção
por litigância de má-fé (art. 81, CPC/2015) à parte que se valeu de tal estratégia.
Ponto comum entre nulidade relativa e absoluta: aplicação do princípio da instrumentalidade das
formas, segundo o qual só haverá decretação da nulidade se houver prejuízo (pas de nullité sans grief).
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de
outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Ex: a não intimação do MP é causa de nulidade absoluta. Contudo, a novidade do art. 279, §2º estipula
que ela só será decretada se o membro do MP aduzir que houve prejuízo na sua não intimação.
90
Teresa Wambier e Renato Montans não concordam com essa afirmação. Para eles, a nulidade absoluta
permanece sendo nulidade absoluta depois do trânsito em julgado, sendo que algumas delas permite o
ajuizamento de ação rescisória. O vício não se altera com o trânsito em julgado, alterando apenas a forma
de repressão.
91
REsp 1.372.802-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 11/3/2014.
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Aula 10
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o
feito em que deva intervir.
§ 1o Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará
os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado.
§ 2o A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre
a existência ou a inexistência de prejuízo.
iv- inexistência
A declaração da inexistência decorre da existência de vício mais grave ainda, por faltar ao ato processual
elemento constitutivo mínimo.
Obs6: Falamos aqui de inexistência jurídica e não inexistência fática.
Ex1: sentença prolatada por oficial de justiça pode ser existente no plano fático, mas é inexistente no
plano jurídico.
Ex2: naquele esquema que fizemos, a ocorrência de um fato não jurídico (ex: raio no meio do oceano)
possui existência fática, mas não existência jurídica.
A principal distinção entre inexistência jurídica e nulidade absoluta é que no primeiro caso não há
possibilidade de convalidação, podendo ser alegada a qualquer tempo por meio de ação declaratória de
inexistência de ato jurídico.
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum do Curso, pelo instagram e por e-mail.
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!
Rodrigo Vaslin
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