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Aula 21

Direito Processual Civil - 2022

Autor:
Equipe Rodrigo Vaslin, Rodrigo
Vaslin, Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas

17 de Fevereiro de 2022

Bons estudos -Bons Estudos


Equipe Rodrigo Vaslin, Rodrigo Vaslin, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 21

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Sumário
1 - Considerações Iniciais ....................................................................................................................... 4

2 – Introdução e Classificações da Execução.......................................................................................... 5

2.1 – Introdução ................................................................................................................................. 5

2.2 – Requisitos da Petição inicial do Processo de Execução .............................................................. 6

3 – Execução de Obrigação de Fazer e Não Fazer .................................................................................. 9

3.1 – Introdução ................................................................................................................................. 9

3.2 – Primazia da Tutela Específica .................................................................................................. 10

3.3 – Procedimento .......................................................................................................................... 11

4 – Execução de Obrigação de Entregar Coisa ..................................................................................... 19

4.1 – Introdução ............................................................................................................................... 19

4.2 – Primazia da Tutela Específica .................................................................................................. 19

3.3 – Procedimento .......................................................................................................................... 21

3.3.1 - Procedimento para Entrega de Coisa Certa ........................................................................................... 21

3.3.2 - Procedimento para Entrega de Coisa Incerta......................................................................................... 23

3.3.3 – Indenização de Benfeitorias .................................................................................................................. 26

5 – Execução de Obrigação de Pagar Quantia Certa ............................................................................ 28

5.1 – Introdução ............................................................................................................................... 28

5.2 - Fase de Cumprimento Voluntário ............................................................................................. 29

5.3 - Fase de Execução Forçada ........................................................................................................ 37

5.3.1 - Introdução ............................................................................................................................................. 37

5.3.2 - Penhora.................................................................................................................................................. 38

5.3.3 - Avaliação ................................................................................................................................................ 71

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5.3.4 - Expropriação .......................................................................................................................................... 74

5.3.5 - Entrega de Dinheiro ao Credor .............................................................................................................. 96

6 - Questões ....................................................................................................................................... 102

6.1 – Lista de Questões sem Comentários ...................................................................................... 102

6.2 – Gabarito................................................................................................................................. 116

6.3 – Lista de Questões com Comentários ...................................................................................... 117

7 - Destaques da Legislação ............................................................................................................... 155

8 – Resumo ......................................................................................................................................... 177

9 - Considerações Finais ..................................................................................................................... 177

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ESPÉCIES DE EXECUÇÕES
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá pessoal, como vão os estudos do Direito Processual Civil?
Lembrem-se de que estou sempre à disposição no fórum de dúvidas, pelo instagram e por e-
mail.

E-mail: rodrigovaslin@gmail.com
Instagram: rodrigovaslin
Vamos continuar?
Nossa matéria da aula de hoje é Processo de Execução, envolvendo as obrigações de fazer,
não fazer, entrega de coisa e pagar quantia certa (fase inicial, fase da penhora, fase da expropriação
e satisfação do crédito).
Toda ela perpassará, como de costume, pela legislação, doutrina, jurisprudência e questões
de concursos públicos.

FONTES

Legislação - Novo Jurisprudência Muitas questões


CPC e leis Doutrina relevante do STF de concursos
especiais. e do STJ. públicos

Como disse nas aulas anteriores, ao iniciar os estudos de certa matéria no Processo Civil, é
interessante, primeiro, localizar onde o referido assunto se enquadra dentro da divisão do próprio
código, comparado com o Código de 1973.
Vamos visualizar onde o tema desta aula se encontra?

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CPC 1973 CPC 2015 (entrou em vigor 18/03/2016 – Enunciado


Administrativo n. 1, STJ)
Livro I: Do Processo de Conhecimento (arts. 1º ao Parte geral:
565); Livro I – Das Normas Processuais (arts. 1º ao 15);
Livro II – Do Processo de Execução (arts. 566 ao 795); Livro II – Da Função Jurisdicional (arts. 16 ao 69);
Livro III – Do Processo Cautelar (arts. 796 ao 889); Livro III – Dos Sujeitos do Processo (arts. 70 ao 187);
Livro IV – Procedimentos Especiais (arts. 890 ao Livro IV – Dos Atos Processuais (arts. 188 ao 293)
1.210); Livro V – Da Tutela Provisória (arts. 294 ao 311)
Livro V – Das Disposições Finais e Transitórias (arts. Livro VI – Da Formação, Suspensão e Extinção do
1.211 ao 1.220). Processo (arts. 312 ao 317);
Parte Especial:
Livro I: Do Processo de Conhecimento e do
Cumprimento de Sentença (arts. 318 ao 770);
Livro II: Do Processo de Execução (arts. 771 ao 925);
Livro III: Do Processo nos Tribunais e dos Meios de
Impugnação das Decisões Judiciais (arts. 926 ao
1.044);
Livro Complementar: Disposições Finais e Transitórias
(arts. 1.045 a 1.072).

A aula abordará não só os artigos 771 a 909, mas também todos os outros dispositivos que
lhe forem correlatos, bem como a doutrina e jurisprudência por detrás das temáticas.
Em termos de estrutura, a aula será composta dos seguintes capítulos:

Execução de
Introdução e Obrigação de Fazer Execução de
Classificações da e Não Fazer Obrigação de
Execução Entregar Coisa

Execução de Resumo e
Obrigação de Pagar Questões Considerações
Quantia Certa Finais

Esses temas caem em prova? Sim. Veremos diversas questões ao longo da aula.

2 – INTRODUÇÃO E CLASSIFICAÇÕES DA EXECUÇÃO


2.1 – INTRODUÇÃO

Já foram expostas duas classificações sobre a execução: i- quanto ao título (títulos executivos
judiciais e extrajudiciais); ii- quanto à autonomia da execução (cumprimento de sentença e processo
autônomo de execução).
Partir-se-á, pois, para a elucidação do Processo Autônomo de Execução, pautado em título
executivo extrajudicial. Trataremos, inicialmente, dos requisitos comuns da petição inicial desse
processo executivo para, depois, dividirmos a exposição de acordo com as espécies de prestações
exigidas (fazer, não fazer; entregar coisa e pagar quantia certa).

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2.2 – REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

O processo autônomo de execução se inicia pela petição inicial do exequente, com todos os
requisitos do art. 798 e, quando for cabível, do art. 319, CPC. Portanto, caberá ao exequente indicar
o endereçamento da peça, bem como os nomes completos do exequente e do executado e seus
números do CPF ou CNPJ.
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: II - indicar: b) os nomes completos
do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
Segundo Assumpção1, no tocante à causa de pedir, exige-se a apresentação do título
executivo (podendo ser cópia reprográfica2) e a alegação do inadimplemento. Se a obrigação estiver
sujeita a termo, condição ou contraprestação, deve comprovar que eles ocorreram.
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: a)
o título executivo extrajudicial3; c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o
termo, se for o caso; d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe
corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a
satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente;

Ademais, deverá o exequente formular o pedido imediato (processual) e mediato (material), sendo
este, segundo Dinamarco, sempre um valor certo e líquido em dinheiro. Ainda, deverá indicar os
meios executórios que prefere ver aplicados no caso concreto, a exemplo da opção pela prisão civil
ou execução comum em face do devedor de prestação alimentícia.

Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: II - indicar: a) a espécie de


execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada;
Por fim, válido dizer que a doutrina se digladia a respeito da possibilidade de produção
probatória na execução.
1ª corrente (Alexandre Câmara, Marcelo Abelha – majoritária): Não há instrução probatória
na execução.
2ª corrente (Araken de Assis, Assumpção): Não há instrução probatória para demonstrar o
direito exequendo, mas é possível instrução para demonstrar a exequibilidade da execução. O
próprio art. 798, I, “c” e “d” é uma demonstração de que é possível produzir provas em execução.
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: c) a prova de que se verificou a
condição ou ocorreu o termo, se for o caso; d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a
contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado
não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do
exequente;

1
NEVES, Daniel Assumpção. Op. Cit., p. 1.130.
2
Salvo quando o título executivo é um título de crédito, em razão de sua circulabilidade. E, mesmo para título de crédito,
o STJ já flexibilizou essa necessidade de apresentação do original em algumas hipóteses (já vimos).
3
Na execução de cédula de produto rural em formato cartular é necessária a juntada do original do título de crédito,
salvo se comprovado que o título não circulou. REsp 1.915.736-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª T, d.j. 22/06/2021.

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Em relação à execução de obrigação de pagar quantia certa, importante tecer duas


considerações:
1ª consideração: O exequente deverá indicar os bens suscetíveis de penhora.
Art. 798, II, c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
A indicação pelo exequente dos bens suscetíveis de penhora, porém, não vincula o oficial de
justiça, mas apenas o auxilia na sua localização. Ainda, mesmo se o exequente não indicar os bens,
não tem problema. O juiz pode, a qualquer tempo e de ofício, intimar o executado para indicar alguns
de seus bens passíveis de penhora.
Caso descumpra essa determinação do juízo, o executado incorrerá em ato atentatório à
dignidade da justiça, sendo punido com multa de até 20% do valor do débito, montante esse
revertido ao exequente.
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva
do executado que: V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos
à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso,
certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não
superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida
em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras
sanções de natureza processual ou material.
2ª consideração: O exequente ainda instruirá a petição inicial com o demonstrativo de débito
atualizado, com todos os requisitos do art. 798, parágrafo único.
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: b)
o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar
de execução por quantia certa;
Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter: I - o índice de correção
monetária adotado; II - a taxa de juros aplicada; III - os termos inicial e final de incidência
do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados; IV - a periodicidade da
capitalização dos juros, se for o caso; V - a especificação de desconto obrigatório realizado.
Aqui, com base no art. 771, parágrafo único, é possível aplicar o regramento do cumprimento
de sentença (art. 524, §§1º a 5º, CPC), já tratado em aulas passadas.
Pois bem. Finalizada a digressão a respeito da execução de obrigação de pagar quantia,
voltemos regras gerais das três espécies de execução.
Além dos requisitos expostos no art. 798, preceitua o art. 799 que incumbe ao exequente:
Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário,
quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou
alienação fiduciária;
II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair
sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação;

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III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem
em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
IV - requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito
aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada;
V - requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito
de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de
direito real de uso, quando a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime do direito
de superfície, enfiteuse ou concessão;
VI - requerer a intimação do proprietário de terreno com regime de direito de superfície,
enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de
uso, quando a penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do
concessionário;
VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de ação de
sociedade anônima fechada, para o fim previsto no art. 876, § 7o;
X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for o caso, do titular
de lajes anteriores, quando a penhora recair sobre o direito real de laje; (Incluído pela Lei
nº 13.465, de 2017)
XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair sobre a construção-
base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Se não fizer tais requerimentos na petição inicial, não haverá preclusão, podendo fazê-los ao
longo do feito.
IBFC/EBSERH – Advogado (HUPEST-UFSC)/2016 - Ao tratar das diversas espécies de execução o Código de Processo Civil
determina o que incumbe ao exequente na propositura da ação. Avalie as alternativas abaixo e assinale a INCORRETA.
a) Requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens
gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária
b) Requerer a intimação do proprietário de terreno com regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso
especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre direitos do superfciário,
do enfteuta ou do concessionário
c) Proceder à averbação em registro público do ato de propositura da execução e dos atos de constrição realizados, para
conhecimento de terceiros
d) Requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por
usufruto, uso ou habitação
e) Requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa
de compra e venda ainda que não registrada.
Comentários: A alternativa A está correta. Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: I – requerer a intimação do credor
pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca,
anticrese ou alienação fiduciária;
A alternativa B está correta. Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: VI – requerer a intimação do proprietário de terreno
com regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito
real de uso, quando a penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do concessionário;
A alternativa C está correta. Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: IX – proceder à averbação em registro público do ato
de propositura da execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros.
A alternativa D está correta. Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: II – requerer a intimação do titular de usufruto, uso
ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação;

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A alternativa E está incorreta. Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: IV – requerer a intimação do promitente vendedor,
quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada;

Ainda, o exequente poderá:


Art. 799, VIII - pleitear, se for o caso, medidas urgentes;
Enunciado 448, FPPC: (arts. 799, VIII) As medidas urgentes previstas no art. 799, VIII,
englobam a tutela provisória urgente antecipada.
O texto originário do projeto trazia a previsão de o exequente requerer a indisponibilidade de
ativos financeiros existentes em nome do executado para posterior penhora, o que poderia ensejar
a penhora online antes mesmo da citação do executado (inaudita altera pars). Embora o CPC/15 não
tenha trazido tal previsão, Assumpção ainda entende que, com base no art. 799, VIII, é possível
realizar a aludida penhora antes da citação, desde que demonstrado o perigo de ineficácia da medida
diante da ciência do executado da existência de demanda judicial.
Art. 799, IX - proceder à averbação em registro público do ato de propositura da execução
e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros.
Para tanto, o exequente seguirá o disposto no art. 828, CPC. E qual a finalidade dessa
averbação?
É uma proteção do exequente, pois, caso haja alienação do patrimônio do executado, poderá
ser enquadrada em fraude à execução e considerada ineficaz perante o exequente (art. 792, II, CPC),
tema já tratado.
Feita a devida introdução, podemos, agora, entrar em cada uma das três espécies do Processo
de Execução.

3 – EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER


3.1 – INTRODUÇÃO

A execução de obrigação de fazer e não fazer amparada em título executivo extrajudicial está
prevista nos arts. 814 a 823, CPC.
Subsidiariamente, é possível que sejam aplicadas também as regras do cumprimento de
sentença, consoante art. 771, CPC.
Art. 771, Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do
Livro I da Parte Especial.
Segundo Didier, Leonardo, Paula e Rafael, as obrigações de fazer e não fazer podem ser
classificadas:
a) conforme a natureza da prestação que têm por objeto: obrigações com prestação positiva
(fazer) e obrigações com prestação negativa (não fazer);
b) conforme a possibilidade de a prestação ser realizada por terceiro, ou não: obrigações
fungíveis (que admitem a realização por terceiro) e obrigações infungíveis (são personalíssimas, não
admitindo realização por terceiro).
Tratando-se de obrigação fungível, há maiores possibilidades de chegar à satisfatividade.
Segundo Assumpção, o magistrado pode:
i- aplicar as astreintes ou outra medida coercitiva – pressão psicológica (art. 814, CPC);

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Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título


extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no
cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá
reduzi-lo.
ii- determinar a realização da obrigação por terceiro (arts. 816 e 817);
Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao
exequente, nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do
executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização.
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a
execução para cobrança de quantia certa.
Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito ao juiz autorizar, a
requerimento do exequente, que aquele a satisfaça à custa do executado.
Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as
partes, o juiz houver aprovado.
iii- determinar a realização pelo próprio exequente ou sob a sua supervisão (art. 816).
Doutro lado, se a obrigação for infungível (personalíssima), só seria possível se utilizar das
astreintes ou outra medida coercitiva - pressão psicológica.
Atenção: quando se fala em execução de “obrigação”, aplica-se também a previsão dos arts.
536, §5º e 537, §5º, CPC4. Isso significa que os dispositivos irão se se aplicar não só ao direito
obrigacional, mas sim ao gênero dever jurídico, que, na linha de Pontes de Miranda, tem como
espécies deveres vinculados ao: a) direito obrigacional; b) direito real; c) direito sucessório; d) direito
de família.
3.2 – PRIMAZIA DA TUTELA ESPECÍFICA

O Direito brasileiro não autorizava a tutela específica das prestações de fazer, não fazer e
entregar coisa. Assim, uma vez descumpridas as obrigações de prestá-las, o credor deveria se
contentar com a quantia a elas equivalente, com a conversão em perdas e danos.
Aos poucos, foram surgindo hipóteses de tutela específicas importantes: i- art. 84, CDC, em
1990; ii- em 1994, o legislador modificou o art. 461, CPC, dando-lhe o teor do art. 84 do CDC, quanto
às obrigações de fazer e de não-fazer; iii- apenas em 2002, o legislador cria o art. 461-A, que diz
respeito às obrigações de entrega de coisa coisa; iv- no CPC/2015, os artigos 497 a 501, 536, 537 e
538 do NCPC prevêem a tutela específica relativas a prestações de fazer, não fazer e entregar coisa.
Ainda, já comentamos acerca da classificação da tutela de acordo com a coincidência com a
satisfação voluntária, dividida em três espécies – tutela específica; pelo resultado prático equivalente
e pelo equivalente em dinheiro -, também aplicável para a execução de título extrajudicial
representativo de obrigação de fazer e não fazer.

4
Art. 356, § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres
de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.
Art. 357, § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de
fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.

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3.3 – PROCEDIMENTO

Por se tratar de um título executivo extrajudicial, a execução se faz por meio de um processo
autônomo de execução. Portanto, ele se inicia com a propositura da petição inicial pelo exequente,
respeitando os requisitos dos arts. 319 e 320 c/c arts. 798 e 799, todos do CPC.
Atenção: quando abordamos o tema cumprimento de sentença, vimos que o magistrado
pode dar início de ofício ao cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação
de fazer, não fazer e entregar coisa, deixando a iniciativa exclusiva para o exequente apenas para a
obrigação de pagar quantia certa.
No caso de execução de título extrajudicial, a situação é diferente, havendo necessidade de
provocação do exequente para todas as espécies de obrigação (fazer, não fazer, entregar coisa e
pagar quantia certa). Enquanto o cumprimento de sentença é apenas uma fase de um mesmo
processo, na execução de título extrajudicial, temos a formação de um processo autônomo de
execução, tornando imprescindível a provocação do exequente para que o processo se inicie
(princípio da inércia – art. 2º, CPC).
Voltando ao passo a passo...
Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a citação do executado, estabelecendo:
a) prazo para cumprimento voluntário da obrigação, se não houver prazo fixado no próprio
título (art. 815 e 822, CPC);
Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o executado será citado
para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe designar, se outro não estiver determinado no
título executivo.
Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por
contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo.
b) se for o caso, a medida executiva a incidir em caso de descumprimento (arts. 814 c/c 139,
IV e 536, §1º, CPC);
Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título
extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no
cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá
reduzi-lo.
Enunciado 444, FPPC: (arts. 771, parágrafo único, 822 e 823 e 139, IV) Para o processo de
execução de título extrajudicial de obrigação de não fazer, não é necessário propor a ação
de conhecimento para que o juiz possa aplicar as normas decorrentes dos arts. 536 e 537.
c) honorários sucumbenciais de advogado (art. 827, caput, CPC).
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez
por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários
advocatícios será reduzido pela metade.
§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os
embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao
final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado
do exequente.

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Enunciado 451, FPPC: (arts. 827, caput e § 1º; art. 85, §1º) A regra decorrente do caput e
do §1º do art. 827 aplica-se às execuções fundadas em título executivo extrajudicial de
obrigação de fazer, não fazer e entrega de coisa.
FCC/TST-Juiz do Trabalho Substituto/2017 - Quanto à execução no Processo Civil, a legislação sobre a matéria estabelece:
c) Na execução por quantia certa, os honorários advocatícios de 10% serão fixados de plano pelo juiz ao despachar a
petição inicial, cujo valor será reduzido pela metade se o executado pagar integralmente o valor, no prazo de três dias da
citação ou poderá ser elevado a 20% quando rejeitados os embargos à execução ou, quando não opostos, levando-se em
conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente, conforme se constatar ao final do procedimento executivo.
Comentários: A alternativa C está correta. Art. 827, caput e §§1º e 2º.

Veremos mais a fundo na aula sobre defesas do executado, mas, apresentados os embargos
à execução, há fixação de duas verbas de sucumbência?
1ª corrente: Embora haja autonomia das duas ações (execução e embargos), haverá
sucumbência recíproca5.
2ª corrente (majoritária, STJ): Como são duas demandas distintas, haverá fixação de duas
verbas de sucumbência, mas a soma não poderá ultrapassar os 20% do valor executado.
É possível a cumulação de honorários advocatícios arbitrados na execução com aqueles
fixados nos embargos do devedor, desde que a soma das condenações não ultrapasse o
limite máximo de 20% estabelecido pelo art. 20, § 3º, do CPC. Precedente citado: EREsp
659.228-RS, DJe 29/8/2011. AgRg no AREsp 170.817-PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,
julgado em 16/10/2012 (informativo 506).
Os embargos do devedor são ação de conhecimento incidental à execução, razão por que
os honorários advocatícios podem ser fixados em cada uma das duas ações, de forma
relativamente autônoma, respeitando-se os limites de repercussão recíproca entre elas,
desde que a cumulação da verba honorária não exceda o limite máximo previsto no
parágrafo 3º do artigo 20 do CPC/1973. Inexistência de reciprocidade das obrigações ou de
bilateralidade de créditos (pressupostos do instituto da compensação, artigo 368 do Código
Civil), o que implica a impossibilidade de se compensarem os honorários fixados em
embargos à execução com aqueles fixados na própria ação de execução (REsp 1.520.710-
SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Corte Especial, por unanimidade, julgado em
18/12/2018, DJe 27/02/2019 (Recurso repetitivo - Tema 587 – informativo 643).
Segundo Assumpção, com o CPC/15, o próprio art. 827, §2º consagra esse entendimento.
Art. 827, § 2o6 O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando
rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos,
ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo
advogado do exequente.
Seguindo o Curso de Didier, Leonardo, Rafael e Paula, pode-se dividir o procedimento, a partir
daqui, em duas fases (cumprimento voluntário e execução forçada).

5
STJ, REsp 539.574/RJ, Rel. Min. Teori Zavascki, d.j. 15/12/2005.
6
Sobre a aplicação desse dispositivo ao cumprimento de sentença, temos dois enunciados contraditórios.
Enunciado 450, FPPC: (arts. 827, §2º, 523, 525, 771, parágrafo único) Aplica-se a regra decorrente do art. 827, §2º, ao
cumprimento de sentença.
Enunciado 51, Enfam: A majoração de honorários advocatícios prevista no art. 827, § 2º, do CPC/2015 não é aplicável à
impugnação ao cumprimento de sentença.

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Citado o executado, ele poderá:


1ª opção: cumprir voluntariamente a prestação que lhe é exigida, ocasião em que o
magistrado diminuirá pela metade os honorários advocatícios (art. 827, §1º) e extinguirá a obrigação
(art. 924, II, CPC).
Art. 827, § 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.
Enunciado 451, FPPC: (arts. 827, caput e § 1º; art. 85, §1º) A regra decorrente do caput e
do §1º do art. 827 aplica-se às execuções fundadas em título executivo extrajudicial de
obrigação de fazer, não fazer e entrega de coisa.
Art. 924. Extingue-se a execução quando: II - a obrigação for satisfeita;
2ª opção: apresentar embargos do devedor7, no prazo de 15 dias (art. 915), sendo que a
caução só será necessária se se pretender o efeito suspensivo (art. 914 c/c 919, §1º).
Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se
opor à execução por meio de embargos.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme
o caso, na forma do art. 231.
3ª opção: permanecer inerte.
Na 1ª opção, há a fase de cumprimento voluntário. Já nas opções 2 e 3, impõe-se a fase de
execução forçada.
Fase de Cumprimento Voluntário
Na fase de cumprimento voluntário, é importante a classificação conforme a natureza da
prestação que têm por objeto: obrigações com prestação positiva (fazer) e obrigações com prestação
negativa (não fazer).
O magistrado citará o executado para:
a) se o TEE previr obrigação de não fazer, há duas possibilidades:
i- não havendo ainda inadimplemento, o exequente pode entrar com processo autônomo de
execução, pleiteando a tutela inibitória. Por exemplo, execução de um acordo coletivo em que se
previu o não desconto do salário de seus empregados referentes à diferença de estoque.
ii- havendo inadimplemento (execução da conduta que era indevida), os arts. 822 e 823
preveem a necessidade de desfazimento que, em última análise, será uma obrigação de fazer
(positiva).
Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por
contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo.
Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que
mande desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos.
Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas
e danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por
quantia certa.

7
Iremos ver as defesas do executado em aula própria.

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Por exemplo, se a obrigação era não construir o muro e, mesmo assim, o sujeito o fez, o
exequente demandará em juízo que o próprio exequente desfaça aquele muro. Se ele não cumprir
essa obrigação ou incorrer em mora, o exequente poderá pleitear ao magistrado que terceiro o
desfaça, à custa do executado.
Nesse tópico referente à obrigação de não fazer, não haverá fixação de prazo, assim como
inexiste prazo na prestação de fazer consistente em declaração de vontade, pois esta poderá ser
substituída pela própria decisão (art. 501, CPC).
b) satisfazer a prestação de fazer no prazo designado no título OU, não havendo, no prazo
estabelecido pelo juiz.
Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o executado será citado
para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe designar, se outro não estiver determinado no
título executivo.
Atenção: O CPC/73 proibia a citação postal na execução.
CPC/73, Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
(Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) d) nos processos de execução; (Incluído
pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993)
Já o CPC/15 retirou a referida proibição, sendo plenamente permitida essa forma de citação.
Aliás, ela já era prevista para a execução fiscal.
Lei n. 6.830/80, Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a
dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou
garantir a execução, observadas as seguintes normas: I - a citação será feita pelo correio,
com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a requerer por outra forma;
A regra é que o prazo seja estabelecido pelo juiz, porquanto é extremamente difícil que um
TEE preveja um prazo para cumprimento em caso de processo. Ora, o que o TEE prevê é o prazo para
cumprimento da obrigação. Ocorrido o inadimplemento, a parte prejudicada entra com o processo
autônomo de execução e o juiz, agora sim, fixa um prazo para o executado cumprir aquela prestação.
O prazo fixado pelo juiz deverá ser razoável, levando-se em conta a situação do credor (urgência,
relevância do bem tutelado etc.), bem como as condições do devedor de cumpri-la no prazo.

Ademais, o prazo fixado correrá em dias úteis (art. 219), tendo como termo inicial o
recebimento da citação pelo executado.
Art. 231, § 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de
qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o
dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à
data em que se der a comunicação.
Atenção: Em relação ao prazo de 3 dias para pagamento, é desimportante o dia da juntada
aos autos do AR, do mandado cumprido etc. (art. 231, I, II). Essa data da juntada aos autos é
importante para o prazo de 15 dias dos embargos à execução.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme
o caso, na forma do art. 231.
Se houver litisconsórcio, o prazo correrá em dobro (art. 229)?

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1ª corrente (Didier, Leonardo da Cunha): Não, pois se trata de prazo para cumprimento e não
prazo para manifestação, que exija prazo em dobro.
2ª corrente: Sim. Se houver litisconsórcio, o prazo será dobrado. O STJ entendeu8 pelo prazo
dobrado no prazo de 15 dias existente na fase de cumprimento de sentença. E, aqui, o raciocínio é o
mesmo. Onde há a mesma razão, há o mesmo direito.
FUNDEP/MPE-MG – Promotor de Justiça Substituto/2018 - a) O Código de Processo Civil não dispõe expressamente, nos
Títulos e Capítulos destinados à disciplina do cumprimento de sentença e do processo de execução, se o prazo para
pagamento espontâneo pelo devedor, seja no cumprimento da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de
pagar quantia certa, seja no processo de execução por quantia certa, deve ser contado em dias úteis ou corridos.
A alternativa A está correta. Não há previsão legal, mas a doutrina tem entendido que são contados em dias úteis.
Enunciado 89, I JDPC do CJF: Conta-se em dias úteis o prazo do caput do art. 523 do CPC. E o STJ, no informativo 619,
também entendeu dessa forma.

E se o juiz não tiver fixado prazo algum?


1ª corrente: Aplica-se o prazo subsidiário do art. 218, §3º, CPC, qual seja, 5 (cinco) dias.
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo
para a prática de ato processual a cargo da parte.
2ª corrente: Aplica-se o prazo de 15 dias do cumprimento de sentença (art. 523, CPC).
Como já dito, uma vez cumprida a obrigação, o magistrado diminuirá pela metade os
honorários advocatícios (art. 827, §1º) e extinguirá a obrigação (art. 924, II, CPC).
Fase de Execução Forçada
Essa fase tem lugar nas opções 2 e 3. Uma vez citado, o executado pode:
2ª opção: apresentar embargos do devedor, no prazo de 15 dias (art. 915), sendo que a
caução só será necessária se se pretender o efeito suspensivo (art. 914 c/c 919, §1º).
Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se
opor à execução por meio de embargos.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme
o caso, na forma do art. 231.
3ª opção: permanecer inerte. Se o executado permanece inerte OU apresenta embargos e
estes não são recebidos no efeito suspensivo, abrem-se ao exequente as seguintes possibilidades:
i- insistir no cumprimento coercitivo da prestação (fazer ou não fazer) pelo próprio devedor;
ii- requerer que um terceiro cumpra a prestação de fato ou desfaça o ato cuja abstenção se
impunha, à custa do executado;
iii- o próprio exequente cumprir a prestação de fato ou desfazer ato indevido, à custa do
devedor;
iv- requerer a conversão da prestação (fazer ou não fazer) em perdas e danos.

8
STJ, REsp 1.693.784-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 28/11/2017, DJe 05/02/2018, info
619; STJ, REsp 1.778.885-DF, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 15/06/2021, info
702.

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Pois bem.
Vamos tratar de cada uma dessas possibilidades.
1ª possibilidade
Caso o exequente ainda persista no cumprimento da prestação pelo devedor, o juiz pode se
valer da cláusula geral executiva – princípio da atipicidade das medidas executivas (art. 139, IV c/c
536, §1º) para determinar, de ofício OU a requerimento do exequente, qualquer medida indutiva,
sub-rogatória, coercitiva, mandamental etc.
2ª possibilidade
Ultrapassado o prazo fixado para obrigações de fazer (art. 815) e não fazer (art. 822), o
exequente pode requerer, nas palavras de Araken de Assis9, a execução por transformação. Tal
possibilidade consiste em atribuir a um terceiro o cumprimento da obrigação.
Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito ao juiz autorizar, a
requerimento do exequente, que aquele a satisfaça à custa do executado.
Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as
partes, o juiz houver aprovado.
Essa possibilidade também é albergada pelas normas de direito material.
CC, Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização
cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização
judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Enunciado 103, I JDPC, CJF: Pode o exequente – em execução de obrigação de fazer
fungível, decorrente do inadimplemento relativo, voluntário e inescusável do executado –
requerer a satisfação da obrigação por terceiro, cumuladamente ou não com perdas e
danos, considerando que o caput do art. 816 do CPC não derrogou o caput do art. 249 do
Código Civil.
CC, Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode
exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado
perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Com base nessa possibilidade, já se vislumbra que é importantíssima a classificação conforme
a possibilidade de a prestação ser realizada por terceiro, ou não. Nela, temos: a) obrigações
fungíveis (que admitem a realização por terceiro) e b) obrigações infungíveis (são personalíssimas,
não admitindo realização por terceiro).
A obrigação de não fazer é infungível. Um terceiro não pode ser chamado a deixar de fazer
algo em substituição ao executado. O que pode ocorrer é que, praticado pelo devedor o ato, um
terceiro ser chamado a cumprir a obrigação de desfazer aquele ato.

9
ASSIS, Araken de. Manual da Execução, 18ª ed. São Paulo: RT, 2016, p. 193-194.

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Uma vez intimado, o terceiro apresentará proposta de honorários e, se for o caso, o projeto
para a realização do ato ou seu desfazimento. Em seguida, as partes serão ouvidas, oportunidade na
qual poderão impugnar a pessoa, a proposta ou o preço.
Art. 817, Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas na proposta que,
ouvidas as partes, o juiz houver aprovado.
Aprovada a proposta pelo magistrado, o credor tem duas opções:
a) no prazo de 5 dias da aprovação da proposta, exercer o direito de preferência do art. 820,
executando pessoalmente ou mandando executar as condutas para o cumprimento da obrigação10.
Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar executar, sob sua direção e vigilância,
as obras e os trabalhos necessários à realização da prestação, terá preferência, em
igualdade de condições de oferta, em relação ao terceiro.
Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser exercido no prazo de 5 (cinco) dias,
após aprovada a proposta do terceiro.
b) o magistrado intimará o executado para pagar as despesas referentes ao trabalho do
terceiro. Contudo, se o executado não pagar, o credor poderá adiantar as despesas para custear a
proposta oferecida pelo terceiro.
Art. 817, Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas na proposta que,
ouvidas as partes, o juiz houver aprovado.
Realizada a prestação pelo terceiro, as partes serão intimadas para se manifestarem sobre o
cumprimento em 10 dias.
Não havendo impugnação, a execução será extinta (art. 924, II).
Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias e, não
havendo impugnação, considerará satisfeita a obrigação.
Nesse ponto, cumprida a prestação pelo terceiro, o adiantamento será cobrado do executado
(devedor), acrescido eventualmente de indenização por perdas e danos. A partir daqui, haverá
conversão em execução por quantia certa, seguindo os passos dos arts. 523ss, CPC, porque já se trata
de cumprimento de uma decisão judicial.
Por outro lado, se houver impugnação, o juiz a decidirá, devendo ouvir previamente o terceiro
(art. 9º).
Art. 818, Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a decidirá.
Nesse ponto, muito embora o art. 818 confira às partes 10 dias para se manifestarem, o art.
819 defere um prazo de 15 dias11 para, caso o terceiro não realize a prestação no prazo ou fizer de
modo incompleto/defeituoso, o exequente poderá requerer ao juiz que o autorize a concluí-la ou
repará-la à custa do terceiro, que deverá ser ouvido previamente.
Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo
incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze)
dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante (= terceiro).

10
Essa é a 3ª possibilidade.
11
O que tem se entendido é que o exequente terá 10 dias para impugnar o trabalho apresentado pelo terceiro e, nos 5
dias subsequentes, poderá fazer o requerimento do art. 819, CPC.

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Parágrafo único. Ouvido o contratante (=terceiro) no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz


mandará avaliar o custo das despesas necessárias e o condenará a pagá-lo.
4ª possibilidade
Ocorrerá a conversão da prestação (fazer ou não fazer) em perdas e danos, nos casos:
a) conversão voluntária, em que o exequente opta por tal forma;
b) conversão compulsória, quando a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
equivalente se tornar impossível por razão superveniente, absoluta e imputável ao devedor.
CPC, Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o
requerer OU se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente.
CC, Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.
Especificamente no tocante ao processo executivo de obrigação de fazer e não fazer, as
previsões estão nos arts. 816 e 821.
Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao
exequente, nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do
executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização.
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a
execução para cobrança de quantia certa.
Embora o art. 816 preveja a conversão apenas no caso de requerimento do exequente, é
preciso acrescentar a hipótese de impossibilidade superveniente, absoluta e imputável ao devedor
da tutela específica ou do resultado prático equivalente, ocasião em que o próprio juízo poderá
converter a obrigação.
Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça
pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.
Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua obrigação pessoal será
convertida em perdas e danos, caso em que se observará o procedimento de execução
por quantia certa.
O art. 821 dá a entender que a conversão somente se dará quando houver recusa ou mora do
executado. Mas está incorreto. Mesmo que haja recusa ou mora do executado, há as seguintes
possibilidades:
i- insistir no cumprimento coercitivo da prestação (fazer ou não fazer) pelo próprio devedor,
pedindo ao juiz que fixe qualquer tipo de medida indutiva, sub-rogatória, coercitiva, mandamental;
ii- requerer a conversão da prestação (fazer ou não fazer) em perdas e danos.
Atenção: pelo fato de o art. 821, parágrafo único tratar de obrigação personalíssima,
infungível, o exequente não poderá: a) requerer que um terceiro cumpra a prestação de fato ou
desfaça o ato cuja abstenção se impunha, à custa do executado; b) o próprio exequente cumprir a
prestação de fato ou desfazer ato indevido, à custa do devedor;
Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que
mande desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos.

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Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas
e danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por
quantia certa.
O art. 823 diz que haverá conversão em perdas e danos apenas se houver impossibilidade da
tutela. Entretanto, como vimos, é preciso acrescentar a hipótese de conversão em perdas e danos
nos casos de requerimento do exequente.

O valor devido a título de perdas e danos será apurado em incidente cognitivo de liquidação,
que pode ser pelo procedimento comum ou por arbitramento.
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à
sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando
determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do
objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar
e provar fato novo.

Por fim, é possível que o exequente pretenda converter a prestação antes mesmo de iniciar
o processo de execução de obrigação de fazer e não fazer.
Nesse caso, deverá propor, inicialmente, um processo de liquidação para, logo em seguida,
executar o montante no procedimento de cumprimento de sentença (art. 523ss, CPC), porquanto
haverá uma decisão judicial (na liquidação) que deverá ser cumprida.
Todavia, se o valor a título de perdas e danos já estiver pré-ajustado, o exequente poderá
iniciar um processo de execução de quantia certa (arts. 824ss, CPC).

4 – EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA


4.1 – INTRODUÇÃO

A execução de obrigação de entregar coisa amparada em título executivo extrajudicial está


prevista nos arts. 806 a 813, CPC. Subsidiariamente, é possível que sejam aplicadas também as regras
dispostas para o cumprimento de sentença, consoante art. 771, CPC.
Art. 771, Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do
Livro I da Parte Especial.

4.2 – PRIMAZIA DA TUTELA ESPECÍFICA

O Direito brasileiro não autorizava a tutela específica das prestações de fazer, não fazer e
entregar coisa. Assim, uma vez descumpridas as obrigações de prestá-las, o credor deveria se
contentar com a quantia a elas equivalente, com a conversão em perdas e danos.

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Aos poucos, foram surgindo hipóteses de tutela específicas importantes: i- art. 84, CDC, em
1990; ii- em 1994, o legislador modificou o art. 461, CPC, dando-lhe o teor do art. 84 do CDC, quanto
às obrigações de fazer e de não-fazer; iii- apenas em 2002, o legislador cria o art. 461-A, que diz
respeito às obrigações de entrega de coisa coisa; iv- no CPC/2015, os artigos 497 a 501, 536, 537 e
538 do NCPC prevêem a tutela específica relativas a prestações de fazer, não fazer e entregar coisa.
No curso, viu-se que a tutela jurisdicional da prestação de entrega de coisa é muito similar à
tutela das prestações de fazer e não fazer. Tanto é assim que o cumprimento de sentença que
reconheça obrigação de entrega de coisa é regido por apenas um dispositivo (art. 538) que, ao final,
remete às disposições do cumprimento de obrigação de fazer e não fazer.
Art. 538, § 3o Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as
disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer.
Já no processo executivo de obrigação de entregar coisa, essa similaridade ocorre também
em alguns tópicos.
Vejamos!
Da mesma forma que ocorre na execução das prestações de fazer e não fazer, a preferência
é pela tutela específica, quando a tutela judicial coincide exatamente com o que foi pedido.
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
Todavia, quando o credor quiser OU quando se tornar impossível a tutela específica ou
resultado prático equivalente, é possível a conversão em perdas e danos.
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer
ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente.
Essa vontade do credor é livre, assim como para as obrigações de fazer e não fazer?
Não. Primeiro, os arts. 233 a 242, CC dizem que a conversão em perdas e danos somente se
fará se a coisa for deteriorada ou perdida.
Ademais, segundo Marcelo Abelha, enquanto na obrigação de fazer e não fazer o objeto da
obrigação ainda não existe fisicamente, pois o comportamento esperado exige uma realização
concreta do devedor, na obrigação de entregar coisa o bem devido existe e está indevidamente na
posse do devedor ou terceiro.
Por conta disso, essa opção de escolha é mais limitada. A doutrina entende que poderá
realizar essa opção se o caso se enquadrar em uma das hipóteses do art. 809, CPC.
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa,
quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada
do poder de terceiro adquirente.
a) Quando a coisa se deteriorar;
b) Quando a coisa não lhe for entregue;
c) Quando a coisa não for encontrada;
d) Quando a coisa não for reclamada do poder de terceiro adquirente.

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3.3 – PROCEDIMENTO

Por se tratar de um título executivo extrajudicial, a execução se faz por meio de um processo
autônomo de execução. Portanto, ele se inicia com a propositura da petição inicial pelo exequente,
respeitando os requisitos dos arts. 319 e 320 c/c arts. 798 e 799, todos do CPC.
No tocante à espécie de execução tratada, há dois procedimentos possíveis:
a) procedimento para entrega de coisa certa (art. 806 a 810, CPC);
b) procedimento para entrega de coisa incerta (art. 811 a 813, CPC).
A coisa certa é aquela perfeitamente individualizada em relação ao gênero, quantidade e
qualidade. Por exemplo, pedido para que o réu entregue 200 cavalos manga-larga marchador, do
criador X.
Nesses casos, não há muito segredo. O executado será citado para entregá-la no prazo de 15
dias.
Já a coisa incerta está prevista no art. 243, CC.
CC, Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Por exemplo, pedido para que o réu entregue 200 cavalos, sem que diga a raça ou detalhes
sobre os animais.
Nas obrigações de entrega de coisa incerta, o procedimento executivo é um pouco diferente,
porquanto haverá necessidade de se proceder à chamada concentração, que é justamente a
individualização, a escolha da coisa que, em regra, é feita pelo devedor.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa
pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Vamos tratar uma a uma!
3.3.1 - Procedimento para Entrega de Coisa Certa
Ao receber a petição inicial, o juiz prolatará um despacho, contendo os seguintes itens:
1º item
Determinação da citação do executado para que, em 15 dias, satisfaça a obrigação.
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo
extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
Lembra-se que o CPC/15 não mais proíbe a citação postal na execução.
O prazo de 15 dias (art. 806) correrá em dias úteis (art. 219), tendo como termo inicial o
recebimento da citação pelo executado.
Art. 231, § 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de
qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o
dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à
data em que se der a comunicação.
Havendo litisconsórcio, o prazo é contado individualmente a partir da citação de cada
litisconsorte.

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Art. 231, § 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado


individualmente.
Mas no litisconsórcio, esse prazo correrá em dobro (art. 229)?
1ª corrente (Didier, Leonardo da Cunha, Paula e Rafael): Não, pois se trata de prazo para
cumprimento e não prazo para manifestação, que exija prazo em dobro.
2ª corrente: Sim. Se houver litisconsórcio, o prazo será dobrado. O STJ entendeu12 pelo prazo
dobrado no prazo de 15 dias existente na fase de cumprimento de sentença. E, aqui, o raciocínio é o
mesmo. Onde há a mesma razão, há o mesmo direito.
2º item
Fixação dos honorários advocatícios de 10% sobre o proveito econômico (art. 827).
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez
por cento, a serem pagos pelo executado.
Enunciado 451, FPPC: (arts. 827, caput e § 1º; art. 85, §1º) A regra decorrente do caput e
do §1º do art. 827 aplica-se às execuções fundadas em título executivo extrajudicial de
obrigação de fazer, não fazer e entrega de coisa.
Já vimos que, segundo doutrina majoritária e STJ13, apresentados os embargos à execução,
há fixação de duas verbas de sucumbência, mas a soma não poderá ultrapassar os 20% do valor
executado. O próprio art. 827, §2º consagra esse entendimento.
Art. 827, § 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando
rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos,
ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo
advogado do exequente.
3º item
Fixação de qualquer medida indutiva, sub-rogatória, coercitiva, mandamental etc. (cláusula
geral executiva – art. 139, IV c/c 536, §1º e 538, CPC). O art. 806, §1º prevê a multa (astreinte) e o
§2º prevê a imissão na posse ou busca e apreensão. De toda forma, essas medidas são
exemplificativas.
Art. 806, § 1o Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no
cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele
insuficiente ou excessivo.
§ 2o Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão,
conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o
executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado.
Uma vez citado, o executado pode:
1ª opção: cumprir a obrigação e entregar a coisa, momento no qual será lavrado termo ou
auto de entrega, e considerada satisfeita a obrigação (art. 807), devendo a executar ser extinta (art.
924, II).

12
STJ, REsp 1.693.784-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 28/11/2017, DJe 05/02/2018, info
619; STJ, REsp 1.778.885-DF, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 15/06/2021, info
702.
13
AgRg no AREsp 170.817-PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, d.j. 16/10/2012 (info 506); STJ, REsp 1520710, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, d.j. 20/12/2018, repetitivo, tese 587.

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A execução, porém, pode prosseguir, a requerimento do exequente (art. 513, §1º), para
pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos, ocasião na qual tramitará sob o rito de
cumprimento de sentença de obrigação de quantia certa.
Art. 807. Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada
satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o
ressarcimento de prejuízos, se houver.
2ª opção: apresentar embargos do devedor14, no prazo de 15 dias (art. 915), sendo que a
caução só será necessária se se pretender o efeito suspensivo (art. 914 c/c 919, §1º).
Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se
opor à execução por meio de embargos.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme
o caso, na forma do art. 231.
3ª opção: permanecer inerte.
Na 1ª opção, teremos a fase de cumprimento voluntário.
Já nas opções 2 e 3, teremos a fase de execução forçada.
3.3.2 - Procedimento para Entrega de Coisa Incerta
Como já tido, a coisa incerta está prevista no art. 243, CC.
CC, Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Por exemplo, pedido para que o réu entregue 200 cavalos, sem que diga a raça ou detalhes
sobre os animais.
Na prestação de entrega de coisa incerta, há necessidade de se proceder à chamada
concentração, que é justamente a individualização, a escolha da coisa que, em regra, é feita pelo
devedor.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa
pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Assim, temos duas hipóteses:
1ª hipótese: Se a escolha competir ao credor/exequente (se houver essa previsão no título),
ele a fará na petição inicial, ocasião em que a execução prosseguirá como sendo de coisa certa (arts.
806 a 810).
Art. 498, Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela
quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a
escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
Art. 811, Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na
petição inicial.
Citado para entregar a coisa (agora certa), o executado poderá:

14
Iremos ver as defesas do executado em aula própria.

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i- entregar a coisa, sendo lavrado o termo ou auto de entrega, ensejando a extinção da


obrigação (art. 924, II), salvo se tiver de prosseguir para pagamento de frutos ou ressarcimento de
prejuízos (art. 807);
ii- impugnar a escolha do credor, conforme art. 812.
Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, impugnar a escolha
feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua
nomeação.
A não escolha no requerimento inicial gera renúncia, outorgando ao devedor a faculdade.
2ª hipótese: Se a escolha couber ao devedor/executado (é a regra), ele será citado para
realizar essa escolha. E, no mesmo ato, deverá promover a escolha E a entrega do bem.
Embora o art. 811 não preveja um prazo, é possível aplicar o art. 806 (15 dias).
Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela
quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a
escolha.
O executado pode:
a) permanecer inerte, não escolhendo a coisa, tampouco a entregando. Assim agindo, o
exequente terá o direito de individualizá-la, aplicando-se por analogia o art. 800, §1º.
Art. 800, § 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo
determinado.
b) escolher a coisa, ocasião em que poderá:
b.1 - entregá-la no prazo, ocasião em que o credor/exequente poderá:
i- aceitar a escolha, sendo lavrado o termo ou auto de entrega, ensejando a extinção da
obrigação (art. 924, II), salvo se tiver de prosseguir para pagamento de frutos ou ressarcimento de
prejuízos (art. 807);
ii- rejeitá-la, impugnando a escolha em 15 dias, momento no qual o juiz irá decidir quem tem
razão.
Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, impugnar a escolha
feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua
nomeação.
b.2 - Embora individualizada a coisa, o devedor/executado poderá optar por não a entregar,
ofertando embargos à execução.
Nesse caso, o credor/exequente também poderá rejeitar a escolha, impugnando-a em 15
dias, momento no qual o juiz irá decidir quem tem razão.
Fase de Execução Forçada
Se o executado não entregou a coisa seja porque permaneceu inerte, seja porque optou por
oferecer embargos à execução, terá início a fase de execução forçada. A referida fase consistirá,
basicamente, em duas possibilidades:
1ª possibilidade
Aplicação pelo juiz das mais diversas medidas executivas para que o executado cumpra a
obrigação de entregar a coisa. Caso o exequente ainda persista no cumprimento da prestação pelo

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devedor, o juiz pode se valer da cláusula geral executiva – princípio da atipicidade das medidas
executivas (art. 139, IV c/c 536, §1º) para determinar, de ofício OU a requerimento do exequente,
qualquer medida indutiva, sub-rogatória, coercitiva, mandamental etc.
Art. 139, IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
2ª possibilidade
Ocorrerá a conversão da prestação (fazer ou não fazer) em perdas e danos, nos casos:
a) conversão voluntária, em que o exequente opta por tal forma;
b) conversão compulsória, quando a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
equivalente se tornar impossível por razão superveniente, absoluta e imputável ao devedor.
CPC, Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o
requerer OU se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente.
CC, Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.
Especificamente no tocante ao processo executivo de obrigação de fazer e não fazer, a
previsão está no art. 809, CPC.
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa,
quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada
do poder de terceiro adquirente.
Segundo Didier, Leonardo, Paula e Rafael, a conversão voluntária pode se dar nas seguintes
hipóteses: i- quando a coisa não lhe for entregue; ii- quando não for reclamada do poder de terceiro
adquirente; iii- quando o inadimplemento do devedor implicar a perda de interesse do credor quanto
à coisa.
Doutro lado, são hipóteses de conversão compulsória: i- quando a coisa se perdeu (“não for
encontrada”); ii- quando a coisa se deteriorou.

Na hipótese de a coisa ter se deteriorado, o exequente pode ainda querer obtê-la (tutela
específica), cobrando as perdas e danos apenas no que tange à deterioração.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa
no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização
das perdas e danos.
Na hipótese de perda da coisa, há de se ressaltar que só haverá perdas e danos se a perda for
imputável ao devedor. Isso porque o inadimplemento sem culpa (ex: caso fortuito, força maior) não
gera perdas e danos, apenas resolvendo-se a obrigação (volta ao status quo ante).
CC, Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor,
antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para
ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente
e mais perdas e danos.

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Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Todavia, se o devedor já estiver em mora, ele responderá sim pela impossibilidade
superveniente da obrigação (art. 399, CC).
CC, Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora
essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem
durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando
a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
Nesse ponto, importante lembrar que citação constitui o devedor em mora (art. 240, CPC),
ressalvados os casos do art. 397 e 398, CC.

Se o exequente pretender converter a prestação depois de ter iniciado o processo de


execução de obrigação de entrega de coisa, o valor devido a título de perdas e danos será apurado
em incidente cognitivo de liquidação, segundo o art. 809, §§, que pode ser pelo procedimento
comum ou por arbitramento.
Art. 809, § 1o Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o
exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial.
§ 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à
sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando
determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do
objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar
e provar fato novo.
Por outro lado, é possível que o exequente pretenda converter a prestação antes mesmo de
iniciar o processo de execução de obrigação de entrega de coisa.
Nesse caso, deverá propor, inicialmente, um processo de liquidação para, logo em seguida,
executar o montante no procedimento de cumprimento de sentença (art. 523ss, CPC), porquanto
haverá uma decisão judicial (na liquidação) que deverá ser cumprida.
Todavia, se o valor a título de perdas e danos já estiver pré-ajustado15, o exequente poderá
iniciar um processo de execução de quantia certa (arts. 824ss, CPC).
3.3.3 – Indenização de Benfeitorias
Segundo Didier, Leonardo, Paula e Rafael, devemos diferenciar se a obrigação é de entrega
de coisa ou restituição de coisa.

15
Ex: prestação consistente em transferência de título negociável na Bolsa, cujo valor corresponde à cotação oficial do
dia (art. 871, III, CPC).

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Se for de entrega de coisa, o art. 237, CC determina que, até que ocorra a tradição, a coisa
pertence ao devedor, com seus melhoramentos e acrescidos, de modo que poderá o executado exigir
aumento no preço.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o
devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Se a obrigação for de restituição, as benfeitorias e melhoramentos serão indenizáveis se (arts.
241 e 242, CC):
i- não houver, no título, cláusula que pré-exclua o direito à indenização por melhoramentos
ou benfeitorias.
ii- sobrevierem com despesa ou trabalho do devedor;
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
iii- devedor agiu com boa-fé;
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto
neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o
puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das
benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias;
não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as
voluptuárias.
Em suma,
a) possuidor de boa-fé tem direito a:
i- Ser ressarcido das benfeitorias necessárias;
ii- Ser ressarcido das benfeitorias úteis;
iii- Ser ressarcido das benfeitorias voluptuárias e, caso não sejam pagas, tem direito
de levantá-las;
iv- Poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e
úteis.
b) possuidor de má-fé tem direito a:
i- Ser ressarcidos das benfeitorias necessárias;
ii- Não tem direito de retenção.
E como esse valor será apurado?
1ª possibilidade: O exequente que já entende ter direito de crédito pecuniário pode, antes de
propor a execução, deflagrar um processo de liquidação desse crédito (art. 509).

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2ª possibilidade: Se já houver pré-fixação no título, pode instaurar de pronto o processo de


execução, apresentando seu demonstrativo de cálculo (art. 798, I, “b”).
3ª possibilidade: Se o exequente não fala nada, mas o executado opõe embargos de execução
suscitando seu direito à indenização (art. 917, VI), será instaurado uma liquidação incidental, que
também poderá se dar por arbitramento ou procedimento comum (art. 509).
Essas três possibilidades são extraídas do art. 810, que também dispõe como será a cobrança
e o pagamento.
Art. 810. Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executado ou por terceiros
de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória.
Parágrafo único. Havendo saldo: I - em favor do executado ou de terceiros, o exequente o
depositará ao requerer a entrega da coisa; II - em favor do exequente, esse poderá cobrá-
lo nos autos do mesmo processo.
O terceiro a que alude o art. 810, caput, se refere aos casos de alienação de objeto litigioso,
em que o terceiro adquirente tem total interesse que sejam pagas as benfeitorias feitas por ele na
coisa.
Ora, se o exequente ganhar no mérito, poderá optar por:
a) pleitear que se expeça mandado para que o terceiro entregue a coisa, sob pena de busca e
apreensão, imissão na posse ou qualquer outra medida do art. 139, IV c/c art. 536, §1º, CPC (art.
808).
Art. 808. Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o terceiro
adquirente, que somente será ouvido após depositá-la16.
b) pleitear a conversão da prestação em perdas e danos (art. 809).
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa,
quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada
do poder de terceiro adquirente.
§ 1o Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente
apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial.
§ 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.
O exequente pode requerer essa liquidação prévia já na petição inicial e o executado, nos
embargos (art. 917, VI), já poderá pleitear a apuração do valor a título de benfeitorias.

5 – EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA


CERTA
5.1 – INTRODUÇÃO

O procedimento comum de execução de obrigação de pagar quantia certa amparada em


título executivo extrajudicial está prevista nos arts. 824 a 909 e 921 a 925, CPC.

16
Embora o art. 808 exija o depósito para que o terceiro impugne a decisão (embargos de terceiro), parcela doutrinária
entende que esse depósito prévio somente será exigido para se obter o efeito suspensivo.

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Além do procedimento comum, temos procedimentos especiais, que cuidam da execução


contra a Fazenda Pública (art. 910) e execução de alimentos (arts. 911 a 913) e, em legislação
extravagante, a execução fiscal (Lei n. 8.630/80).
Subsidiariamente, é possível que sejam aplicadas também as regras dispostas para o
cumprimento de sentença, consoante art. 771, CPC.
Art. 771, Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do
Livro I da Parte Especial.
Assim como as outras espécies de execução (obrigação de fazer/não fazer e entregar coisa),
a execução de obrigação de pagar quantia certa se desenvolve em duas fase:
a) Fase de Cumprimento Voluntário, em que se estipula um prazo para que o executado
pague o que deve;
b) Fase de Execução Forçada, dividida em penhora, avaliação, adjudicação, alienação judicial
e entrega de dinheiro ao credor.
5.2 - FASE DE CUMPRIMENTO VOLUNTÁRIO

Proposta a petição inicial com todos esses requisitos e eventuais requerimentos (arts. 798 e
799), o juiz fará o seu juízo de admissibilidade.
Verificando que a PI está incompleta ou desacompanhada dos documentos indispensáveis, o
juiz deverá intimar a parte para corrigir o vício e não indeferir de pronto a demanda (art. 801, CPC17).
Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada
dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o
exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento.
Não corrigidos os vícios, o juiz indefere a PI e extingue a execução sem resolução do mérito
(art. 485, I, CPC).
O STJ já permitiu a juntada do título executivo mesmo após o prazo para emenda da petição
inicial, mas antes da extinção do processo.
TÍTULO EXECUTIVO ORIGINAL. INÉRCIA. Questiona-se, no REsp, a possibilidade de, em
execução de título extrajudicial promovida pela CEF, admitir-se a juntada tardia do título
executivo original, após ter decorrido o prazo estabelecido pelo juízo para o exequente
apresentá-lo. Para o Min. Relator, os arts. 614, I, e 283 do CPC devem ser interpretados de
forma sistemática, sem descuido das demais regras e princípios processuais. Assim, antes
de indeferir a inicial da execução e extinguir o feito sem resolução de mérito, o juízo deve,
em observância ao princípio da instrumentalidade do processo, facultar que a parte junte
o título executivo. Destaca que, para o tribunal de origem, não houve má-fé da exequente.
Dessa forma, não é suficiente para ensejar a reforma do acórdão recorrido a alegação da
recorrente de que não teve oportunidade de se manifestar por ter oferecido embargos à
execução sem a demonstração de prejuízo. Com esse entendimento, a Turma conheceu
parcialmente do recurso e, nessa extensão, negou-lhe provimento. Precedentes citados:
REsp 595.768-PB, DJ 10/10/2005; AgRg no REsp 747.949-PR, DJ 3/10/2005; REsp 329.069-
MG, DJ 4/3/2002; AgRg no REsp 330.878-AL, DJ 30/6/2003; REsp 329.069-MG, DJ 4/3/2002;

17
Dispositivo do processo de execução, mas que pode ser aplicado tranquilamente ao cumprimento de sentença (art.
771, caput) e, por conseguinte, ao cumprimento provisório (art. 527, CPC).

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REsp 49.910-MS, DJ 5/2/1996, e REsp 467.358-PR, DJ 20/10/2003. REsp 924.989-RJ, Rel.


Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/5/2011 (informativo 471).
Portanto, há uma maleabilidade nesse prazo para emenda, tudo com vistas à primazia da
decisão de mérito e do direito fundamental à tutela executiva.
Corrigidos os vícios, o magistrado admite a petição inicial e despacha:
i- determinando a citação do réu para efetuar o pagamento no prazo de 3 (três) dias;
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado
da citação.
FEPESE/PGE-SC Procurador do Estado/2018 - d) No caso de ação de execução por quantia certa, o devedor será citado
para pagar a dívida no prazo de três dias, contados da citação.
Comentários: A alternativa D está correta. Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias,
contado da citação.

ii- fixando honorários advocatícios de 10% sobre o valor do crédito exigido (art. 827, CPC);
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez
por cento, a serem pagos pelo executado.
Lembra-se que o CPC/15 não mais proíbe a citação postal na execução, assim como já
autorizava o art. 8º, I, da Lei de Execução Fiscal.
O prazo de 3 dias (art. 829 e 827, §1º) correrá em dias úteis (art. 219), tendo como termo
inicial o recebimento da citação pelo executado.
Art. 231, § 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de
qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o
dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à
data em que se der a comunicação.
Atenção: em relação ao prazo de 3 dias para pagamento, é desimportante o dia da juntada
aos autos do AR, do mandado cumprido etc. (art. 231, I, II). Essa data da juntada aos autos é
importante para o prazo de 15 dias dos embargos à execução.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme
o caso, na forma do art. 231.
Havendo litisconsórcio, o prazo é contado individualmente a partir da citação de cada
litisconsorte.
Art. 231, § 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado
individualmente.
No litisconsórcio, esse prazo correrá em dobro (art. 229)?
1ª corrente (Didier, Leonardo da Cunha, Paula e Rafael): Não, pois se trata de prazo para
cumprimento e não prazo para manifestação, que exija prazo em dobro.

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2ª corrente: Sim. Se houver litisconsórcio, o prazo será dobrado. O STJ entendeu18 pelo prazo
dobrado no prazo de 15 dias existente na fase de cumprimento de sentença. E, aqui, o raciocínio é o
mesmo. Onde há a mesma razão, há o mesmo direito.
Já vimos que, segundo doutrina majoritária e STJ19, apresentados os embargos à execução,
há fixação de duas verbas de sucumbência, mas a soma não poderá ultrapassar os 20% do valor
executado. O próprio art. 827, §2º consagra esse entendimento.
Voltando ao procedimento...
Uma vez citado, o executado poderá:
1ª opção: efetuar o pagamento integral da dívida no prazo de 3 dias, o que ocasionará a
redução da verba honorária estipulada pelo magistrado pela metade.
Art. 827, § 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.
Percebam que diferentemente do cumprimento de sentença que reconhece obrigação de
pagar quantia certa em que há fixação de multa de 10% caso não haja pagamento em 15 dias, na
execução de obrigação quantia certa há apenas uma sanção premial, isto é, incentivo de que, caso o
executado pague em 3 dias, haverá uma redução pela metade dos honorários advocatícios.
2ª opção: não pagar no prazo de 3 dias e apresentar embargos à execução, cujo prazo é de
15 dias contados da data da juntada aos autos do comprovante de citação.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme
o caso, na forma do art. 231.
§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-
se a partir da juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges
ou de companheiros, quando será contado a partir da juntada do último.
§ 2o Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado:
I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre
vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens;
II - da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4o deste artigo ou,
não havendo este, da juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre
questões diversas da prevista no inciso I deste parágrafo.
§ 3o Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução, não se aplica o
disposto no art. 229.
3ª opção: a partir da Lei n. 11.382/2006 (repetida pelo CPC), tornou-se possível que o
executado requeresse, no prazo de 15 dias disponíveis para embargos à execução, o benefício do
parcelamento (atualmente previsto no art. 916, CPC).
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando
o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários
de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em

18
STJ, REsp 1.693.784-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, d.j. 28/11/2017, DJe 05/02/2018, info 619; STJ, REsp 1.778.885-
DF, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, por unanimidade, d.j. 15/06/2021, info 702.
19
AgRg no AREsp 170.817-PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, d.j. 16/10/2012 (info 506); STJ, REsp 1520710, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, d.j. 20/12/2018, repetitivo, tese 587.

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até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por


cento ao mês.
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos
pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas
vincendas, facultado ao exequente seu levantamento.
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos
os atos executivos.
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será
convertido em penhora.
§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente:
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o
imediato reinício dos atos executivos;
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não
pagas.
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de
opor embargos.
O parcelamento é um direito potestativo do executado?
1ª corrente (Scarpinella Bueno e Mazzei): Sim. Se preencher os requisitos formais
(manifestação nos 15 dias, reconhecimento do débito e depositar 30%), o juiz é obrigado a deferir o
pleito de parcelamento.
2ª corrente (STJ): Não.
(...) Não obstante, o Min. Relator ressaltou que o parcelamento da dívida não é direito
potestativo do devedor, cabendo ao credor impugná-lo, desde que apresente motivo justo
e de forma fundamentada; o juiz pode deferir o parcelamento (se verificar atitude abusiva
do credor), o que, por sua vez, afasta a incidência da multa (art. 475-J, § 4º do CPC) por
inadimplemento da obrigação reconhecida na sentença, uma vez que o depósito dos 30%
do valor devido tem o condão de demonstrar o cumprimento espontâneo da obrigação,
como ocorreu na espécie. Com essas e outras fundamentações, a Turma negou provimento
ao recurso. REsp 1.264.272-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, d.j. 15/5/2012 (info 497).
Ainda, o depósito de 30% não faz com que os honorários advocatícios reduzam pela metade
(art. 827, §1º), porquanto não há pagamento integral.
Vale recordar também que tal benefício de parcelamento existe apenas para a execução de
título extrajudicial, não sendo aplicável para o cumprimento de sentença20 (título executivo judicial).
Art. 916, § 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.
TRF 4/TRF 4 – Juiz Federal Substituto/2016 - III. Ficou mantida a possibilidade de, no prazo para embargos, o devedor
parcelar o débito, com os acréscimos legais previstos na legislação processual, mediante o depósito de 30% do valor,
pagando o restante em seis parcelas, inclusive no cumprimento de sentença.
CESPE/MPAP – Promotor/2021 – d) No prazo para impugnação do cumprimento de sentença, reconhecendo o crédito
da sociedade empresária Beta Ltda. e comprovando o depósito de 30% do valor em execução, acrescido de custas e de

20
O que contraria a até então jurisprudência dominante do STJ (informativo 497).

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honorários de advogado, João poderá requerer o parcelamento do restante do débito nos autos do cumprimento de
sentença.
O item III e a letra B estão incorretos. Essa possibilidade de parcelamento não se aplica ao cumprimento de sentença.
Art. 916, § 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.

4ª opção: permanecer inerte, isto é, não pagar, tampouco apresentar embargos ou qualquer
defesa, momento em que terá início a segunda fase da execução (forçada), com penhora, avaliação,
adjudicação, alienação judicial e entrega de dinheiro ao credor.

E se o executado não for encontrado para o ato citatório?


Nesse caso, o próprio art. 830, CPC confere ao oficial de justiça autorização para arrestar
tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução.
Assim, não sendo encontrado o devedor e constatando o oficial de justiça bens penhoráveis,
ele efetuará a apreensão e depósito dos bens, devendo lavrar um auto do arresto para fins de
documentação. Mas a medida é efetivamente um arresto?
A medida do art. 830 não pode ser confundida com o arresto cautelar do art. 301, CPC 21.
Primeiro, porquanto os requisitos para a tutela provisória de urgência cautelar (arresto – art.
301) exige probabilidade do direito e periculum in mora. Já a medida do art. 830 exige apenas: a) não
localização do executado; b) localização do patrimônio do executado.
Em segundo lugar, o arresto do art. 830 é realizado de ofício pelo oficial de justiça, enquanto
o arresto do art. 301 exige decisão judicial.
Por fim, o arresto do art. 830 confere ao exequente o direito de preferência na participação
do produto da expropriação do bem (art. 79722), o que não ocorre no arresto do art. 301.
Por tudo isso, os processualistas tratam a medida como uma pré-penhora, pois antecipa os
efeitos de uma futura penhora. Ocorrido o arresto executivo do art. 830 e posterior penhora, a data
do arresto é considerada para fins de preferência, até porque o art. 830 é considerado “pré-
penhora”.
1. Independentemente da natureza assumida, seja o arresto cautelar ou incidental (Código
de Processo Civil, art. 813 e ss.), seja o arresto executivo, igualmente denominado "pré-
penhora" (CPC, art. 653), aplicam-se, sem distinção, as disposições relativas à penhora, a
teor do que prevê o art. 821 do CPC. 2. Tal qual a penhora, o arresto tem por efeito tornar
inalienável o bem constrito, não suscitando dúvida sobre o interesse do credor diligente

21
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de
bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
22
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução
no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o seu título de
preferência.

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que, pelo fruto da alienação judicial do imóvel, pretende ver seu crédito assegurado. 3.
Inexistindo título legal à preferência, a anterioridade do arresto há de conferir ao credor
previdente, que primeiramente levou a efeito o ato de constrição do bem, primazia sobre
a penhora posteriormente efetuada. Precedentes do STJ. 4. Agravo interno a que se nega
provimento. (STJ, 4ª Turma, AgRg no AgRg no AgRg no REsp 1190055/MG, Rel. Ministra
MARIA Isabel Gallotti, d.j. 11/10/2016, DJe 21/10/2016)
É possível que esse arresto executivo seja concretizado on line, pelo sistema Sisbajud?
Segundo o STJ, sim.
É possível a realização de arresto on-line na hipótese em que o executado não tenha sido
encontrado pelo oficial de justiça para a citação. O arresto executivo de que trata o art.
653 do CPC consubstancia a constrição de bens em nome do executado quando este não
for encontrado para a citação. Trata-se de medida que objetiva assegurar a efetivação de
futura penhora na execução em curso e independe da prévia citação do devedor. Com
efeito, se houver citação, não haverá o arresto, realizando-se desde logo a penhora.
Portanto, o arresto executivo visa a evitar que a tentativa frustrada de localização do
devedor impeça o andamento regular da execução, sendo a citação condição apenas para
sua conversão em penhora, e não para a constrição. Em relação à efetivação do arresto on-
line, a Lei 11.382/2006 possibilitou a realização da penhora on-line, consistente na
localização e apreensão, por meio eletrônico, de valores, pertencentes ao executado,
depositados ou aplicados em instituições bancárias. O STJ entendeu ser possível o arresto
prévio por meio do sistema Bacen Jud no âmbito de execução fiscal. A aplicação desse
entendimento às execuções de títulos extrajudiciais reguladas pelo CPC é inevitável, tendo
em vista os ideais de celeridade e efetividade da prestação jurisdicional. Nesse contexto,
por analogia, é possível aplicar ao arresto executivo o art. 655-A do CPC, que permite a
penhora on-line. REsp 1.370.687-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, d.j. 4/4/2013
(info 519).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ARRESTO EXECUTIVO POR MEIO ELETRÔNICO. Será
admissível o arresto de bens penhoráveis na modalidade online quando não localizado o
executado para citação em execução de título extrajudicial. De fato, a própria legislação
prevê medidas judiciais constritivas passíveis de deferimento sem a prévia oitiva da parte
contrária. Entre elas, encontra-se o arresto executivo de que trata o art. 653 do CPC
(também denominado de prévio ou pré-penhora): medida de caráter cautelar
consubstanciada na constrição de bens do executado com o intuito de assegurar a
efetivação de futura penhora tão somente na hipótese dele (o executado) não ter sido
encontrado para citação. Dessa forma, em interpretação conjunta dos arts. 653 e 654 do
CPC, no processo de execução de título extrajudicial, não sendo localizado o devedor, será
cabível o arresto de seus bens. Não ocorrendo o pagamento após a citação do executado,
que inclusive poderá ser ficta, a medida constritiva será convertida em penhora. Ante o
exposto, infere-se que a citação é condição apenas para a conversão do arresto em
penhora, e não para a constrição nos termos do art. 653 do CPC. Assim, mostra-se
plenamente viável o arresto na hipótese em que tenha sido frustrada, em execução de
título extrajudicial, a tentativa de citação do executado. Quanto à possibilidade de arresto
na modalidade on-line, mediante bloqueio eletrônico de valores, a Primeira Seção do STJ
(REsp 1.184.765-PA, julgado conforme o rito do art. 543-C do CPC) entendeu possível a
realização de arresto prévio por meio eletrônico (sistema Bacen-Jud) no âmbito da
execução fiscal. Em que pese o referido precedente ter sido firmado à luz da Lei 6.830/1980
(Lei de Execuções Fiscais), é inevitável a aplicação desse entendimento também às
execuções de títulos extrajudiciais reguladas pelo CPC, tendo em vista os ideais de
celeridade e efetividade da prestação jurisdicional. Por consequência, aplica-se, por
analogia, ao arresto executivo em análise o art. 655-A do CPC, permitindo, portanto, o

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arresto na modalidade on-line. Por fim, ressalta-se, evidentemente, que o arresto


executivo realizado por meio eletrônico não poderá recair sobre bens impenhoráveis (art.
649 do CPC e Lei 8.009/1990), por sua natureza de pré-penhora e considerando o disposto
no art. 821 do CPC (dispositivo legal que se refere ao arresto cautelar): "Aplicam-se ao
arresto as disposições referentes à penhora, não alteradas na presente Seção". REsp
1.338.032-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 5/11/2013 (info 533).
Pois bem.
Formalizado o auto de pré-penhora, no prazo de 10 dias, o oficial de justiça irá procurar o
executado duas vezes em dias distintos. Se não o encontrar E houver suspeita de ocultação, realizará
citação por hora certa (arts. 252 a 254).
Art. 830, § 1o Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça
procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação,
realizará a citação com hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
Se a citação pessoal ou com hora certa não lograr êxito, o exequente requererá a citação por
edital do devedor.
§ 2o Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a
com hora certa.
Na citação por hora certa ou por edital, se o executado for revel e não tiver constituído
advogado, ser-lhe-á nomeado um curador especial.
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: II - réu preso revel, bem como ao réu revel
citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo
único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.
Súmula 196, STJ: Ao executado que, citado por edital ou hora certa, permanecer revel, será
nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos.
Se a citação pessoal, com hora certa ou mesmo por edital lograr êxito, o executado terá o
prazo de 3 (três) dias para efetuar o pagamento da dívida cobrada.
Havendo o pagamento, a pré-penhora será desconstituída e a execução extinta (art. 924, II),
valendo lembrar que as prestações vincendas se incluem no montante devido pelo executado.
Enunciado 86, I JDPC do CJF: As prestações vincendas até o efetivo cumprimento da
obrigação incluem-se na execução de título executivo extrajudicial (arts. 323 e 318,
parágrafo único, do CPC).

O executado faz o depósito da quantia executada em conta judicial. Segundo o STJ (tema 677),
na execução23, a partir do depósito, já há a extinção (integral ou parcial) da obrigação do devedor,

23
Nessa redação, decidiu-se limitar a tese à fase de execução, pois, na fase de conhecimento, o devedor somente é
liberado dos encargos da mora se o credor aceitar o depósito parcial. É o que se depreende do disposto no art. 314 do
CC, segundo o qual "Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber,
nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou". REsp 1.348.640-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 7/5/2014 (info 540).

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nos limites da quantia depositado, devendo a instituição financeira (e não o executado) arcar com a
correção monetária e juros remuneratórios24.
Súmula 179, STJ: O estabelecimento de crédito que recebe dinheiro, em depósito judicial,
responde pelo pagamento da correção monetária relativa aos valores recolhidos.
Súmula 271, STJ: A correção monetária dos depósitos judiciais independe de ação
específica contra o banco depositário.
Ainda, a discussão referente aos encargos pode ser feita nos mesmos autos, não necessitando
de nova demanda contra o banco25.
Todavia, muita atenção, pois, em 2020, a Corte Especial do STJ26 decidiu instaurar
procedimento para rever esse tema n. 677. O objetivo desse procedimento é definir “se, na
execução, o depósito judicial do valor da obrigação, com a consequente incidência de juros e correção
monetária a cargo da instituição financeira depositária, isenta o devedor do pagamento dos encargos
decorrentes da mora, previstos no título executivo judicial ou extrajudicial, independentemente da
liberação da quantia ao credor”.
Caso não haja o pagamento, a pré-penhora será convertida automaticamente em penhora,
independentemente de termo.
Art. 830, § 3o Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto
converter-se-á em penhora, independentemente de termo.
Há necessidade de intimar o executado dessa conversão?
i- se a citação pessoal, com hora certa ou mesmo por edital lograr êxito e o executado não
efetuar o pagamento, ele deverá ser intimado da conversão.
Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será imediatamente
intimado o executado.
Como essa intimação será feita?
Art. 841, § 1o A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à sociedade
de advogados a que aquele pertença.
§ 2o Se não houver constituído advogado nos autos, o executado será intimado
pessoalmente, de preferência por via postal.

24
CC, Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que
costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.
25
A discussão quanto à aplicação de juros e correção monetária nos depósitos judiciais independe de ação específica
contra o banco depositário. Cabe ressalvar que isso não retira a possibilidade de a instituição bancária se contrapor, nos
próprios autos, à pretensão. REsp 1.360.212-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/6/2013 (info 543).
26
STJ, CE, QO no REsp 1.820.963/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 7.10.2020, info 682. Na questão de ordem, asseverou-
se que, da análise do voto condutor do Tema 677, verifica-se que o julgamento, à época, teve como enfoque a
responsabilidade da instituição financeira depositária pela remuneração do depósito judicial, tema este que já era
objeto de debate no STJ há muito tempo, tendo culminado na edição das Súmulas 179 e 271/STJ, Naquela ocasião, no
entanto, não se debruçou a Corte Especial, pontualmente, acerca do efeito do depósito judicial sobre a mora do devedor,
isto é, não houve ponderação a respeito do efeito liberatório do devedor no tocante aos consectários de sua mora. Afinal,
no ordenamento jurídico brasileiro, não há previsão específica que reconheça o depósito em garantia do juízo como
modalidade de pagamento, de modo a permitir que se lhe atribua efeito liberatório do devedor, tomando por
cumprida a obrigação. Por isso, surgiram várias decisões díspares, que precisam de uma unificação. Assim, a Corte
Especial do STJ vai decidir o assunto.

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§ 3o O disposto no § 1o não se aplica aos casos de penhora realizada na presença do


executado, que se reputa intimado.
§ 4o Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2o quando o executado houver
mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo
único do art. 274.
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será
intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação
absoluta de bens.
ii- Se a citação pessoal e com hora certa não lograr êxito, o exequente requererá a citação
por edital do devedor. Se mesmo assim o executado não comparecer, tampouco efetuar o
pagamento, não precisará de nova intimação, desde que no edital tenha constado a citação para
pagamento + a intimação acercada pré-penhora.

No CPC/73, antes da Lei n. 11.382/2006, a intimação da penhora era o marco inicial para a
fluência dos embargos à execução. Com o CPC/15, o prazo para embargos não é contado da
intimação da penhora, mas sim 15 dias contados na forma do art. 231 (v.g. juntada do AR, juntada
do mandado cumprido etc.).
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme
o caso, na forma do art. 231.

5.3 - FASE DE EXECUÇÃO FORÇADA

5.3.1 - Introdução
Se o executado foi encontrado, citado e não efetuou o pagamento em três dias, dar-se-á
início à execução forçada, dividida em penhora, avaliação, adjudicação, alienação judicial e entrega
de dinheiro ao credor.
Citado, não havendo o pagamento em 3 dias, o executado pode adotar três posturas:
1ª opção: não pagar no prazo de 3 dias e apresentar embargos à execução, cujo prazo é de
15 dias contados da data da juntada aos autos do comprovante de citação.
2ª opção: a partir da Lei n. 11.382/2006 (repetida pelo CPC/15), tornou-se possível que o
executado requeira, no prazo de 15 dias disponíveis para embargos à execução, o benefício do
parcelamento (atualmente previsto no art. 916).
3ª opção: não pagar no prazo de 3 dias contados da citação (art. 829). A partir do 4º dia27, o
oficial já poderá ao endereço do executado e, com a segunda via do mandado, irá penhorar e

27
Percebam, portanto, que a penhora pode se dar antes mesmo do prazo de 15 dias para o executado ofertar os
embargos à execução ou propor o parcelamento do art. 916, CPC.

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avaliar28 os bens indicados pelo exequente29, com a respectiva lavratura do auto de penhora e
intimação do executado.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da
citação.
§ 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem
cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado,
de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado.
§ 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem
indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição
proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
Se não conseguir intimar o executado da penhora, aplica-se o art. 841, §§, CPC.
§ 1o A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à sociedade de
advogados a que aquele pertença.
§ 2o Se não houver constituído advogado nos autos, o executado será intimado
pessoalmente, de preferência por via postal.
§ 3o O disposto no § 1o não se aplica aos casos de penhora realizada na presença do
executado, que se reputa intimado.
§ 4o Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2o quando o executado houver
mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no
parágrafo único do art. 274.
A intimação do cônjuge do devedor quando o bem penhorado é imóvel existia no CPC/73 (art.
655, §2º) e foi repetida no CPC/15. A novidade trazida pelo novo diploma é a exclusão da necessidade
de intimação se o devedor for casado no regime de separação absoluta de bens.
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será
intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação
absoluta de bens.
Não confunda o art. 829 com o art. 830 (arresto). Aquele se aplica quando
o devedor/executado for encontrado e citado. Já o art. 830 se subsome
às hipóteses em que o devedor/executado não foi encontrado e, por
conseguinte, não foi citado.
5.3.2 - Penhora
Segundo Barbosa Moreira30, a penhora é o ato de apreensão e depósito de bens para
empregá-los, direta ou indiretamente, na satisfação do crédito, sendo ato típico da execução por
quantia certa.
A penhora, enfim, individualiza a responsabilidade patrimonial, que antes era genérica.

28
Será necessário chamar o avaliador judicial apenas se for necessário conhecimento específico que falte ao oficial de
justiça.
29
Já vimos que o oficial de justiça não fica vinculado estritamente a essa indicação. Ademais, o próprio executado pode
fazer a indicação e, por fim, até o juiz, de ofício, pode intimar o executado para indicar bens passíveis de penhora, sob
pena de ato atentatório à dignidade da justiça e multa de até 20%.

30
MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro. 25ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 235.

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Haverá satisfação direta quando o bem é entregue diretamente ao credor (ex: adjudicação).
Ocorrerá satisfação indireta quando o bem é alienado por iniciativa particular ou por meio de
arrematação, convertendo o bem em dinheiro.
5.3.2.1 – Natureza Jurídica

1ª corrente: defende a natureza cautelar da penhora.


2ª corrente (majoritária): a penhora tem natureza jurídica de ato executivo, pois é realizada
em procedimento executivo de pagar quantia certa, não necessitando dos requisitos de uma cautelar
(probabilidade do direito e periculum in mora). Um dos efeitos processuais da penhora é garantir o
juízo (similar às tutelas cautelares), mas isso não é o bastante para tornar penhora e cautelar
institutos similares.
5.3.2.2 - Efeitos

A doutrina salienta que a penhora produz efeitos materiais e processuais.


Efeitos materiais: a) retirada do executado da posse direta do bem penhorado; b) ineficácia
dos atos de alienação ou oneração do bem penhorado; c) configuração de crime dos atos lesivos ao
bem penhorado, que dificultam ou frustram os resultados da execução (art. 179, CP).
Efeitos processuais: a) individualização dos bens que suportarão a atividade executiva; b)
guarda e conservação pelo depositário; c) garantia do juízo que, por conseguinte, abre a possibilidade
para concessão de efeito suspensivo à defesa do executado; d) geração do direito de preferência.
Vamos tratar um por um!
Efeitos materiais
a) retirada do executado da posse direta do bem penhorado. A penhora não retira o domínio
do bem do executado, que poderá dele dispor como bem entender até a expropriação. O que há é
uma perda da posse direta do bem, permanecendo na posse indireta.
Consoante Didier, Leonardo, Paula e Rafael, há duas formas de surgimento desse efeito
material.
1ª forma: o bem penhorado é entregue ao depositário judicial (auxiliar da justiça) para que
guarde e conserve. Perde-se a posse direta, mas mantém a posse indireta.
2ª forma: é possível que o bem seja mantido com o próprio executado na condição de
depositário.
Art. 840, § 2o Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil
remoção ou quando anuir o exequente.
Sobre o dispositivo, há duas correntes:
1ª corrente (Didier, Leonardo, Paula e Rafael): Altera-se o título da posse. Antes, o executado
tinha a posse direta em razão do domínio. Agora, tem a posse direta por ser depositário.
2ª corrente (Frederico Marques, Lopes da Costa): Até na 2ª forma há perda da posse direta
do executado. Isso porque penhorado o bem, a posse direta passa a ser do Estado-juiz, sendo o
depositário mero detentor.
b) ineficácia dos atos de alienação ou oneração do bem penhorado. A alienação do bem
penhorado para terceiro existe, é válida, mas só é eficaz inter partes (v.g. executado e terceiro
adquirente), sendo ineficaz para a execução.

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A alienação existe e é válida, pois, como dissemos, a penhora não retira o domínio do
executado. A ineficácia, portanto, não atinge o contrato de compra e venda, p. ex., mas apenas
significa que o bem continuará respondendo pela execução em que foi penhorado.
Nesse ponto, para o exequente se precaver, poderá pegar uma cópia do auto ou do termo de
penhora na secretaria da vara e efetuar o registro no respectivo órgão (cartório de registro de imóvel,
detran etc.), ensejando uma presunção absoluta de que todas as pessoas saibam que o bem foi
penhorado. Assim, não haverá terceiro que possa alegar boa-fé na aquisição do bem.
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente
providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante
apresentação de cópia do auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
c) configuração de crime dos atos lesivos ao bem penhorado, que dificultam ou frustram os
resultados da execução (art. 179, CP).
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou
simulando dívidas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Parágrafo único -
Somente se procede mediante queixa.
Efeitos processuais
a) individualização dos bens que suportarão a atividade executiva. Como já dito, o
exequente pode indicar bens a serem penhorados (art. 524, VII e art. 829, §2º), o que comumente
se dá com a petição inicial.
Não haverá a penhora desse bem indicado pelo credor apenas quando: i- houver negócio
jurídico processual que já preestabeleça qual bem deve ser penhorado (ex: art. 835, §3º); ii- se o
executado indicar outro bem e o juízo entender que a constrição neste será menos onerosa (art. 829,
§2º); iii- o bem indicado for impenhorável (art. 835).
Ademais, o próprio executado pode indicar os bens passíveis de penhora, demonstrando
haver ali menor onerosidade (art. 805, art. 829, §2º, parte final e art. 847).
Por fim, o próprio juiz poderá, de ofício, intimar o executado para que indique bens passíveis
de penhora, sob pena de cometimento de ato atentatório à dignidade da justiça (art. 774, V). Em
acréscimo, a qualquer momento, o juiz pode determinar o seguinte:
Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo: III - determinar que sujeitos
indicados pelo exequente forneçam informações em geral relacionadas ao objeto da
execução, tais como documentos e dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo
razoável.
Enunciado 536, FPPC: (art. 772, III; art. 773, parágrafo único) O juiz poderá, na execução
civil, determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal.
b) guarda e conservação pelo depositário. Individualizado e apreendido, o bem será cuidado
por um depositário, que assume o dever de guarda e conservação.
c) garantia do juízo que, por conseguinte, abre a possibilidade para concessão de efeito
suspensivo à defesa do executado. A penhora garante o juízo, reservando um bem para que a
satisfação seja efetivada, de forma direta (adjudicação) ou indireta (alienação judicial, usufruto etc.).
Garantido o juízo, abre-se a possibilidade de se obter efeito suspensivo à impugnação
(cumprimento de sentença) e, agora, nos embargos do executado.

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d) geração do direito de preferência. O direito de preferência é gerado pela penhora e não


pelo seu registro nos órgãos competentes. Ademais, frisa-se que, feita a penhora, outras poderão
surgir ao longo do tempo. Contudo, é dada preferência para o credor que a realizou em 1º lugar em
face dos demais credores de mesmo nível (v.g. mesmos credores quirografários), consoante a regra
prior tempore, potior jure.
Atenção: ocorrido o arresto executivo do art. 830 e posterior penhora, a data do arresto é
considerada para fins de preferência, até porque o art. 830 é considerado “pré-penhora”.
5.3.2.3 – Objeto da Penhora

Segundo o princípio da patrimonialidade:


Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Nos dias atuais, num momento de maior humanização, começamos a pensar e aplicar o
princípio do patrimônio mínimo, cuja ideia básica é manter um patrimônio mínimo suficiente para a
sobrevivência digna do devedor. Por isso que há hipóteses de impossibilidade de o patrimônio do
executado ser expropriado a fim de resguardar a dignidade da pessoa humana, a exemplo das
hipóteses de impenhorabilidade (arts. 832 a 834 e art. 836, CPC) e da impenhorabilidade do bem de
família (Lei n. 8.009/90);
Assim, pode-se dizer que, dentre os bens integrantes do patrimônio do devedor e terceiros
responsáveis, só devem ser penhorados aqueles: i- que tenham expressão econômica; ii- que não se
enquadrem em nenhuma das hipóteses de impenhorabilidade.
Ainda nesse tópico, interessante rememorar que, dentre as 3 interpretações para a
expressão “bens presentes e futuros” do art. 789, CPC, prevalece aquela que salientar ser a
instauração da execução o marco temporal dos “bens presentes” e, para bens futuros, aqueles que
forem adquiridos durante o seu trâmite, não se excluindo, entretanto, “bens passados” alienados em
fraude, quando então importará o momento em que foi contraída a obrigação. Em outras palavras,
respondem os “bens presentes” aqueles existentes à época do surgimento da dívida e “bens futuros”
todos os que forem adquiridos até a satisfação do credor, salvo os bens alienados nesse período sem
fraude.
Por fim, importante dizer que, mesmo encontrando bens penhoráveis, é preciso que a
penhora respeite outros princípios do processo executivo, tais como utilidade e menor onerosidade.
Ex1: A execução tem de ser útil ao exequente. Portanto, não se justifica o processo de
execução apenas para prejudicar o devedor, sem trazer algum bônus ao credor.
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da
execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da
execução.
Ex2: O princípio da menor onerosidade, advoga a ideia de que, havendo vários meios de
promover a execução, o juiz deverá determinar aquele meio menos oneroso, mesmo que o credor
tenha feito o pleito pela forma mais onerosa31.

31
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: II - indicar: a) a espécie de execução de sua preferência,
quando por mais de um modo puder ser realizada;

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Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora,
requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos
onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
5.3.2.4 – Ordem Preferencial de Bens

Havendo pluralidade de bens penhoráveis, o art. 835 elenca uma ordem preferencial.
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em
espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - títulos da dívida pública
da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III - títulos e valores
mobiliários com cotação em mercado; IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI -
bens móveis em geral; VII - semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de
sociedades simples e empresárias; X - percentual do faturamento de empresa devedora; XI
- pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e
venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos.
Do caput já é possível extrair a ideia de que a ordem é preferencial e não absoluta.
Súmula 417, STJ: Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens
não tem caráter absoluto.
Assim, é possível que o magistrado, valendo-se dos princípios da máxima efetividade e da
menor onerosidade, verifique a razoabilidade da relativização dessa ordem.
Como a ordem leva em consideração a maior facilidade de conversão do bem em dinheiro,
logicamente, o inciso I elenca como bem preferencial justamente o dinheiro32. Ora, havendo penhora
em dinheiro, basta entregá-lo ao exequente, não precisando passar pelas demais fases do feito
executivo (avaliação, adjudicação, alienação judicial e entrega de dinheiro ao credor).
Professor, mesmo havendo dinheiro a ser penhorável, o magistrado pode não deferir a
penhora desse bem, relativizando a ordem, já que esta é apenas “preferencial”?
A redação do art. 835, §1º dá a entender que a preferência pela penhora em dinheiro é
absoluta, enquanto as demais poderiam ser relativizadas.
Art. 835, § 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses,
alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
Entretanto, a doutrina vem salientando que até a penhora em dinheiro pode ser relativizada.
Segundo Didier, Leonardo, Paula e Rafael, isso ocorre em 4 casos:
a) credor escolhe outro bem a ser penhorado;
b) há negócio jurídico processual que defina previamente o bem a ser penhorado (NJ típico,
a exemplo do art. 835, §3º ou NJ atípico, com base no art. 190).

32
EXECUÇÃO DE DÍVIDA CONDOMINIAL. PENHORA ON LINE. Na execução de dívida relativa a taxas condominiais, ainda
que se trate de obrigação propter rem, a penhora não deve necessariamente recair sobre o imóvel que deu ensejo à
cobrança, na hipótese em que se afigura viável a penhora on line. REsp 1.275.320-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, d.j.
2/8/2012 (info 501).

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Art. 835, § 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa
dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado
da penhora.
c) o executado oferece fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor 30% superior ao
crédito (art. 835, §2º).
Art. 835, § 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança
bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito
constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
Isso ocorre também na execução fiscal.
Lei n 6.830/80, Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz: I - ao
executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro
garantia; (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
De um lado, a medida satisfaz o executado, pois terá seu dinheiro livre para aplicar e investir
e, doutro lado, o exequente terá mantida a liquidez imediata por meio do seguro ou fiança bancária.
d) executado exerceu direito de retenção sobre um bem, que deve ser penhorado.
Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente
ao devedor não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de excutida
a coisa que se achar em seu poder.
Vejam julgados interessantes do STJ.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ORDEM PREFERENCIAL DE PENHORA ESTABELECIDA PELO
ART. 655 DO CPC. É lícito ao credor recusar a substituição de penhora incidente sobre
bem imóvel por debêntures, ainda que emitidas por companhia de sólida posição no
mercado mobiliário, desde que não exista circunstância excepcionalíssima cuja
inobservância acarrete ofensa à dignidade da pessoa humana ou ao paradigma da boa-
fé objetiva. De fato, o art. 655 do CPC utiliza a expressão "preferencialmente" ao
estabelecer o rol exemplificativo de bens sujeitos à penhora, o que denota não se tratar de
um sistema legal de escolhas rígidas. Ocorre que a flexibilização da referida ordem
preferencial de penhora de bens, destinada a acomodar a tutela do crédito com a menor
onerosidade da execução para o devedor, deve manter as vistas voltadas para o interesse
do credor, compatibilizando as regras dos arts. 612 e 620 do CPC. Dessa forma, ao deparar
situações concretas nas quais seja possível a penhora de bens diversos, deve-se optar pelo
bem de maior aptidão satisfativa, salvo concordância expressa do credor. Na hipótese em
análise, deve-se constatar que, enquanto os bens imóveis estão inseridos no inciso IV do
art. 655 do CPC, as debêntures, títulos de crédito que constituem valores mobiliários (art.
2º da Lei 6.385/1976) cuja comercialização é admitida em bolsa de valores, inserem-se no
inciso X do art. 655 do CPC. Nessa conjuntura, poder-se-ia cogitar flexibilização da ordem
preferencial de penhora de bens estabelecida pelo citado art. 655. Todavia, conquanto a
comercialização em bolsa de valores garanta razoável liquidez econômica às debêntures, o
valor financeiro que pode ser alcançado com a sua comercialização não é precisamente
conhecido, ainda que tenham sido emitidas por companhia de sólida posição no mercado
mobiliário, pois, assim como os demais títulos negociados em bolsa de valores, as
debêntures são notavelmente voláteis, ou seja, seus valores estão sujeitos a amplas
oscilações em curto espaço de tempo. Assim, é lícito ao credor recusar a substituição de
penhora incidente sobre bem imóvel por debêntures. Por fim, deve-se ressaltar que a
inversão da ordem preferencial de penhora somente poderá ser imposta ao credor em
circunstância excepcionalíssima cuja inobservância acarrete ofensa à dignidade da pessoa

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humana ou ao paradigma da boa-fé objetiva. REsp 1.186.327-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 10/9/2013 (informativo 531).
As cotas de fundo de investimento não podem ser consideradas como dinheiro aplicado
em instituição financeira. Segundo o art. 2º, V, da Lei nº 6.385/76 (Lei da CVM), possuem
natureza jurídica de valores mobiliários com cotação em mercado, constantes no inciso III
do art. 835 do CPC. STJ. 2ª Seção. REsp 1.388.642-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 3/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).
Ainda sobre o inciso I, a Lei n. 11.382/2006 alterou o CPC/73 para deixar claro que não apenas
dinheiro em espécie era possível de ser penhorado preferencialmente, mas também dinheiro em
depósito ou aplicação financeira, estimulando o uso do Sisbajud de forma preferencial.
Veremos mais adiante que, com a nova redação do art. 854, CPC/15, já se discute se seria
possível a utilização do Sisbajud antes mesmo da citação do executado.
5.3.2.5 – Lugar e Tempo da Penhora

A regra é que a penhora ocorra em qualquer lugar, onde quer que estejam os bens.
Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que sob a posse, a
detenção ou a guarda de terceiros.
De fato, é preferível que os bens estejam no foro da execução.
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se: III - havendo bens no
foro da execução, outros tiverem sido penhorados;
Caso os bens estejam fora desse foro, a penhora se realizará por carta.
Art. 845, § 2o Se o executado não tiver bens no foro do processo, não sendo possível a
realização da penhora nos termos do § 1o, a execução será feita por carta, penhorando-
se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação.
Didier, Leonardo, Paula e Rafael elencam, porém, situações nas quais é possível a penhora de
bem situado fora do foro da execução, independentemente da expedição de precatória:
i- art. 845, §1º.
Art. 845, § 1o A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando
apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores,
quando apresentada certidão que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos
autos.
Assumpção entende que essas duas hipóteses seriam exemplificativas. Por exemplo, seria
possível penhorar cotas sociais de uma sociedade por meio da juntada aos autos de cópia do contrato
social, independentemente do local de registro da sociedade.
Embora a precatória não seja necessária para a penhora, deverá ser expedida para avaliação
e expropriação do bem. Todavia, o benefício de se realizar a penhora sem expedição da carta é a
agilidade com que pode ser feita, possibilitando ao exequente o registro dessa penhora nos
respectivos registros (art. 844, CPC33), gerando presunção absoluta de conhecimento de terceiros,
para fins de fraude à execução.

33
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar a averbação do
arresto ou da penhora no registro competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo,
independentemente de mandado judicial.

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ii- penhora eletrônica de dinheiro ou aplicação financeira, por meio do Sisbajud;


iii- execução de crédito com garantia real (pignoratício, anticrético, hipotecário ou fiduciário)
em que a penhora incidirá sobre a coisa em garantia, podendo ser efetivada no próprio juízo da
execução, mesmo que a coisa esteja em foro diverso34.
iv- Segundo Humberto Theodoro Jr.35, se o bem situado em comarca diversa tiver sido
oferecido pelo devedor, que também se dispôs a assumir o encargo de depositário, admite-se a
lavratura do termo da penhora nos autos principais, independente de carta precatória, que só será
necessária para avaliação e venda.
A respeito do tempo da penhora, o CPC/15 confere mais amplos poderes à atuação do oficial
de justiça.
No CPC/73, para haver citação, intimação e penhora fora do horário e/ou em dias não úteis,
era necessária a autorização judicial. No CPC/15, isso pode se dar independentemente de
autorização judicial.

CPC/73 CPC/15

Art. 172, § 2o A citação e a penhora poderão, em Art. 212, § 2o Independentemente de autorização


casos excepcionais, e mediante autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão
expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, realizar-se no período de férias forenses, onde as
ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário
artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da estabelecido neste artigo, observado o disposto
Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal.
8.952, de 13.12.1994)

Essa regra é muito benéfica, pois as pessoas, normalmente, estão trabalhando nos dias úteis,
das 6h às 20h e, portanto, não se encontram em suas residências. A citação, intimação, penhora e
outros atos (rol exemplificativo) serão mais efetivos se realizados em horário diverso e, sobretudo,
nos finais de semana.
Além da diferença acima apontada, vale frisar o fato de que o oficial de justiça deverá observar
a garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar (art. 5º, XI, CRFB).
Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Assim, o oficial de justiça poderá praticar seu ato: a) se a parte consentir; b) se houver
determinação judicial.
Atenção: no Processo do Trabalho, exige-se ainda autorização judicial nesses casos.

CPC/15 CLT

34
STJ, 4ª Turma, REsp 101.121/MG, Rel. Min. Barros Monteiro, d.j. 11/06/2002, DJ 23/09/2002; REsp. 141.562, Rel. Min.
Barros Monteiro, d.j. 24/06/98.
35
THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, 41ª ed., v. 2, cit., p. 319.

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CPC, Art. 212, §2º Independentemente de CLT, Art.770 Parágrafo único. A penhora poderá
autorização judicial, as citações, intimações e realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante
penhoras poderão realizar-se no período de férias autorização expressa do juiz ou presidente.
forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias
úteis fora do horário estabelecido neste artigo.

5.3.2.6 – Apreensão, Auto e Termo de Penhora, Depósito e Intimação

Consoante art. 839, CPC, a penhora se aperfeiçoa com a apreensão e o depósito dos bens,
sendo, segundo o STJ, um ato complexo36.
Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens,
lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia.
O fato de ser um ato complexo implica dizer que, não havendo depositário no auto de
penhora, este ato é nulo? Não. O STJ diz que que o depositário poderá ser nomeado posteriormente.
A Turma reiterou que é sanável a falta de nomeação do depositário no auto de penhora,
assim não há por que conduzir à nulidade de tal ato, em desacordo com os princípios da
modernidade processualística, mormente por ser defeito juridicamente sem caráter
absoluto, podendo ser suprido (arts. 664 a 666 do CPC). Precedentes citados: REsp 90.865-
MG, DJ 26/10/1998; REsp 351.490-SP, DJ 1º/7/2002; REsp 294.952-MG, DJ 5/4/2004, e
REsp 399.263-RS, DJ 24/2/2003. REsp 990.502-MS, Rel. Min. Fernando Gonçalves, d.j.
6/5/2008 (info 354).
Pois bem.
A apreensão se formaliza por termo ou auto, que deverão conter os requisitos do art. 838.
Art. 838. A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá: I - a indicação
do dia, do mês, do ano e do lugar em que foi feita; II - os nomes do exequente e do
executado; III - a descrição dos bens penhorados, com as suas características; IV - a
nomeação do depositário dos bens.
Qual a diferença de termo e auto?
O termo é redigido pelo escrivão ou chefe de secretaria, no bojo dos autos, na sede do juízo,
sendo utilizado quando o bem penhorado é aquele indicado por uma das partes. Por exemplo, não
havendo necessidade de diligências externas para a penhora do bem, ela se realizará por termo.
Art. 845, § 1o A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando
apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores,
quando apresentada certidão que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos
autos.
Já o auto é lavrado por oficial de justiça, quando a apreensão é realizada fora da sede do
juízo. Se a diligência for concluída pelo oficial de justiça em apenas um dia, lavrar-se-á um só auto de
penhora.
Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens,
lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia.
Se não for possível concluir a diligência em um dia (v.g. grande número de bens penhoráveis),
o oficial deverá lavrar um auto por dia.

36
STJ, AgRg no REsp 1.189.997/RS, Rel. Min. Luiz Fux, d.j. 03/08/2010.

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Qual a importância disso?


O dia em que feita a penhora é relevante para, após, aferir qual credor do mesmo nível tem
a preferência.
Se o oficial realiza mais de uma penhora para garantir uma mesma execução, deverá lavrar
um auto para cada penhora. Por exemplo, penhora de bens dos dois devedores solidários
executados ou de bens situados em locais distintos).
Art. 839, Parágrafo único. Havendo mais de uma penhora, serão lavrados autos individuais.
Na diligência do oficial de justiça, havendo resistência do executado, o oficial cientificará o
juízo do ocorrido, requerendo ordem de arrombamento.
Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o
oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.
Deferido o pedido, 2 oficiais cumprirão o mandado, tudo conforme o procedimento dos
parágrafos do art. 846.
§ 1o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de justiça cumprirão o mandado, arrombando
cômodos e móveis em que se presuma estarem os bens, e lavrarão de tudo auto
circunstanciado, que será assinado por 2 (duas) testemunhas presentes à diligência.
§ 2o Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os oficiais de
justiça na penhora dos bens.
§ 3o Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrência, entregando uma via
ao escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser juntada aos autos, e a outra à autoridade
policial a quem couber a apuração criminal dos eventuais delitos de desobediência ou de
resistência.
§ 4o Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com a respectiva qualificação.
Depósito
Individualizado e apreendido, o bem será cuidado por um depositário, que assume o dever
de guarda e conservação. Não custa lembrar que a penhora só se aperfeiçoa com a apreensão E
depósito, sendo ato complexo.
Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens,
lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia.
Quem será o depositário?
Art. 840. Serão preferencialmente depositados:
I - as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no
Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou o Distrito
Federal possua mais da metade do capital social integralizado, ou, na falta desses
estabelecimentos, em qualquer instituição de crédito designada pelo juiz;
Súmula 179, STJ: O estabelecimento de crédito que recebe dinheiro, em depósito judicial,
responde pelo pagamento da correção monetária relativa aos valores depositados.
Súmula 185, STJ: Nos depósitos judiciais, não incide imposto sobre operações financeiras.
§ 3o As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados com registro do
valor estimado de resgate.

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II - os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis


urbanos, em poder do depositário judicial;
§ 1o No caso do inciso II do caput, se não houver depositário judicial, os bens ficarão em
poder do exequente.
III - os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios
e os instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, mediante caução idônea, em
poder do executado.
De todo o exposto, percebe-se a tendência em se recusar o máximo possível que o executado
seja o depositário. Ele será admitido no art. 840, III, bem como, nos demais casos, apenas nos casos
de difícil remoção OU quando anuir o exequente.
Art. 840, § 2o Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil
remoção ou quando anuir o exequente.
Além desses hipóteses, o STJ já permitiu que o executado fosse o depositário, pois a remoção
do bem lhe causaria evidentes prejuízos37.
Calha sublinhar que é extremamente difícil encontrar um cargo preenchido de depositário
judicial (inciso II). Assim, normalmente, o magistrado nomeia um depositário particular (v.g. leiloeiro
ou o próprio credor), devendo ser idôneo e capaz de guardar e conservar o bem.
De qualquer modo, esse depositário nomeado pode recusar o encargo.
Súmula 319, STJ: O encargo de depositário de bens penhorados pode ser expressamente
recusado.
Não pode o depositário usar o bem em proveito próprio, salvo autorização do juízo. Ademais,
cabe a ele guardar os frutos advindos dos bens (v.g. alugueres do imóvel penhorado). Ainda, se a
guarda e conservação forem onerosas, desvantajosas, e os bens estiverem sujeitos à
depreciação/deterioração, as partes, o juiz de ofício ou mesmo o depositário podem pleitear e
ensejar o procedimento de alienação antecipada do bem.
Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados quando: I - se
tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de outros bens móveis
sujeitos à depreciação ou à deterioração;
Para exercer sua função, o depositário receberá remuneração fixada pelo magistrado, salvo
se o depositário for o próprio executado.
Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que
o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades
de sua execução.
Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário
ou do administrador.
Além da remuneração, também será ressarcido das despesas que tiver com a guarda e
conservação.

37
STJ, AgRg no AREsp 167.209/MT, Rel. Min. Marco Buzzi, d.j. 07/04/2015.

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Ao final, o depositário tem o dever de devolver o bem, sob pena de ser considerado
depositário infiel. Como já sabem, antigamente, o Judiciário pátrio autorizava a prisão civil do
depositário infiel, com fulcro no art. 5º, LXVII, CRFB.
Art. 5º, LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
Súmula 619, STF: A prisão do depositário pode ser decretada no próprio processo em que
se constitui o encargo, independentemente da propositura da ação de depósito.
Contudo, após o RE 466343/SP, julgado em 2008, o STF entendeu que o Pacto de San José da
Costa Rica (Convenção Americana dos Direitos Humanos) proibia a prática, já que autorizava a prisão
civil apenas do devedor inescusável de prestação alimentícia. Dessa forma, pelo fato de o Pacto ter
status supralegal, paralisa a eficácia dos dispositivos do CPC/73 e CC que permitiam essa prisão.
Incontinenti, o STF revogou a súmula 619 e editou a súmula vinculante 25, STF, proibindo de
forma absoluta a prisão civil do depositário infiel. Na mesma linha, o STJ editou a súmula 419.
Súmula vinculante n. 25: É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade de depósito.
Súmula 419, STJ: Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.
O CPC/15, nessa toada, não mais previu o cabimento da prisão do depositário infiel. Agora, o
depositário infiel poderá ser responsabilizado na esfera cível (art. 161, CPC) e até criminal -
apropriação indébita (art. 168, §1º, II, CP) ou, sendo o próprio executado, praticar o crime do art.
179, CP. Ainda, decidiu o STF que pode responder também pelo crime de desobediência.
Comete crime de desobediência (art. 330 do CP) o indivíduo que não atende a ordem dada
pelo oficial de justiça na ocasião do cumprimento de mandado de entrega de veículo,
expedido no juízo cível. O indivíduo, depositário do bem, recusou-se a entregar o veículo
ou a indicar sua localização. Essa conduta configura ato atentatório à dignidade da justiça
(art. 77, IV, do CPC/2015), havendo a previsão de multa processual (art. 77, § 2º). Ocorre
que a Lei afirma expressamente que a aplicação da multa ocorre sem prejuízo de
responsabilização na esfera penal (art. 77, §2º, CPC). STF. 1ª Turma. HC 169417/SP, rel.
orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, d.j. 28/4/2020 (Info 975).
Intimação da Penhora
O art. 841, CPC disciplina como se dará a intimação do executado.
Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será imediatamente
intimado o executado.
Se não conseguir intimar o executado da penhora, aplica-se o art. 841, §§, CPC.
§ 1o A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à sociedade de
advogados a que aquele pertença.
§ 2o Se não houver constituído advogado nos autos, o executado será intimado
pessoalmente, de preferência por via postal.
§ 3o O disposto no § 1o não se aplica aos casos de penhora realizada na presença do
executado, que se reputa intimado.
§ 4o Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2o quando o executado houver
mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no
parágrafo único do art. 274.

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A intimação do cônjuge do devedor quando o bem penhorado é imóvel existia no CPC/73 (art.
655, §2º) e foi repetida no CPC/15. A novidade trazida pelo novo diploma é a exclusão da necessidade
de intimação se o devedor for casado no regime de separação absoluta de bens.
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será
intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação
absoluta de bens.
Já a intimação dos terceiros acerca da penhora é disciplinada pelo art. 799, CPC.
Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário,
quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou
alienação fiduciária;
II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair
sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação;
III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem
em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
IV - requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito
aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada;
V - requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito
de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de
direito real de uso, quando a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime do direito
de superfície, enfiteuse ou concessão;
VI - requerer a intimação do proprietário de terreno com regime de direito de superfície,
enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de
uso, quando a penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do
concessionário;
VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de ação de
sociedade anônima fechada, para o fim previsto no art. 876, § 7o;
X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for o caso, do titular
de lajes anteriores, quando a penhora recair sobre o direito real de laje; (Incluído pela Lei
nº 13.465, de 2017)
XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair sobre a construção-
base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Ora, o patrimônio do terceiro não é atingido diretamente pela execução. Tanto é assim que
esse terceiro recebe uma proteção do ordenamento jurídico (arts. 799, 804 e 889 CPC).
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em
relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado.
§ 1o A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de cessão registrada
será ineficaz em relação ao promitente comprador ou ao cessionário não intimado.
§ 2o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de superfície, seja do
solo, da plantação ou da construção, será ineficaz em relação ao concedente ou ao
concessionário não intimado.

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§ 3o A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de venda, de promessa


de cessão ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação ao promitente vendedor, ao
promitente cedente ou ao proprietário fiduciário não intimado.
§ 4o A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse, concessão de uso
especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso será ineficaz em relação
ao enfiteuta ou ao concessionário não intimado.
§ 5o A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real de uso ou do
concessionário de uso especial para fins de moradia será ineficaz em relação ao
proprietário do respectivo imóvel não intimado.
§ 6o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou habitação será
ineficaz em relação ao titular desses direitos reais não intimado.
Além da cientificação da penhora, alguns terceiros também serão notificados, com
antecedência pelo menos de 5 dias, acerca da alienação judicial.
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de
antecedência:
I - o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos
autos, por carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo;
É prescindível a intimação direta do devedor acerca da data da alienação judicial do bem,
quando representado pela Defensoria Pública. Ressalta-se que, antes de haver a alienação
judicial, o devedor já teve várias oportunidades de evitar que o seu bem respondesse pela
dívida cobrada, inclusive quando teve início a fase de cumprimento de sentença. Agora, em
etapa avançada do processo, exigir a comunicação pessoal do executado a respeito do
leilão, quando a norma específica prescreve apenas a intimação na pessoa do advogado -
ou do defensor público -, viola, em tese, os princípios da celeridade e da razoável duração
do processo. STJ, 3ª Turma, REsp 1.840.376-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, d.j.
25/05/2021, info 698.
II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal;
Enunciado 154, II JDPC do CJF: O exequente deve providenciar a intimação do
coproprietário no caso da penhora de bem indivisível ou de direito real sobre bem
indivisível.
Enunciado 641, FPPC: (arts. 799, 843, 867, §5º, e 889) O exequente deve providenciar a
intimação do coproprietário no caso da penhora de bem imóvel indivisível ou de direito
real sobre bem imóvel indivisível.
III - o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de uso
especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair
sobre bem gravado com tais direitos reais;
IV - o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse,
concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando
a penhora recair sobre tais direitos reais;
V - o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora anteriormente
averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor,
de qualquer modo, parte na execução;
VI - o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja
promessa de compra e venda registrada;

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VII - o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de
promessa de compra e venda registrada;
VIII - a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.
Enunciado 447, FPPC: (arts. 799, 804, 889, VIII e 1.072, I) O exequente deve providenciar a
intimação da União, Estados e Municípios no caso de penhora de bem tombado.
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado constituído, não
constando dos autos seu endereço atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no endereço
constante do processo, a intimação considerar-se-á feita por meio do próprio edital de
leilão.

INSTITUTO AOCP/TRT 1ª REGIÃO (RJ) – Analista judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2018 - Diante do não cumprimento
da obrigação, munido do mandado de penhora, poderá o oficial de justiça
a) como primeiro ato de constrição a ser praticado penhorar os frutos ou rendimentos dos bens inalienáveis, tendo-se
em vista respeitar a ordem de penhora prevista pela lei processual civil.
b) penhorar os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou
úteis ao exercício da profissão do executado, em caso de dívida trabalhista.
c) realizar a penhora de bens suficientes para pagamento das custas processuais, mesmo que não abranjam o valor da
dívida principal, tendo-se em vista a relevância do interesse público.
d) realizar a busca de bens penhoráveis e, encontrando-os, lavrar auto ou termo limitando-se a ali constar a descrição
dos bens penhorados, com as suas características, em razão do Princípio da Celeridade e Economia aplicado à execução.
e) penhorar os bens necessários para pagamento do débito e a averbação do arresto ou da penhora no registro
competente, sob pena de nulidade da penhora.
Comentários: A alternativa A está incorreta. Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os
rendimentos dos bens inalienáveis.
A alternativa B está correta. Apesar de os bens apontados na alternativa serem impenhoráveis (art. 833, V), essa
impenhorabilidade não é oponível a dívidas trabalhistas, que tem natureza alimentar (art. 833, §2º).
A alternativa C está incorreta. Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento
do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
A alternativa D está incorreta. Art. 838. A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá: I – a indicação
do dia, do mês, do ano e do lugar em que foi feita; II – os nomes do exequente e do executado; III – a descrição dos bens
penhorados, com as suas características; IV – a nomeação do depositário dos bens.
A alternativa E está incorreta. A penhora não deve objetivar fazer frente às despesas com a averbação do arresto no
registro competente.
5.3.2.7 – Da Modificação da Penhora

Há possibilidade de ampliação, redução, renovação e substituição da penhora.


Após a avaliação, se se constatar que os bens constritos são insuficientes, o credor pode
solicitar a ampliação da penhora, isto é, o reforço na penhora ou a substituição dos bens penhorados
por outros de maior valor.
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte
contrária, mandar: II - ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se
o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente.

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Em julgamento de recurso especial submetido ao regime do art. 543-C do CPC c/c a Res. n.
8/2008-STJ, a Seção entendeu que o reforço da penhora não pode ser determinado de
ofício pelo juízo, visto ser imprescindível o requerimento do interessado, nos termos dos
arts. 15, II, da Lei n. 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais) e 685 do CPC. REsp 1.127.815-
SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24/11/2010 (info 457).
Feito o requerimento, o juiz ouvirá a outra parte, que deverá se manifestar no prazo de 3 dias
e, depois, decidirá.
Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medidas previstas nesta Subseção,
o juiz ouvirá sempre a outra, no prazo de 3 (três) dias, antes de decidir.
A redução, por sua vez, ocorrerá quando se tornar perceptível que o valor dos bens é
consideravelmente superior ao crédito do exequente e seus acessórios.
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte
contrária, mandar: I - reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros,
se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente
e dos acessórios;
Feito o requerimento, o juiz ouvirá a outra parte, que deverá se manifestar no prazo de 3 dias
e, depois, decidirá.
Há possibilidade também de renovação da penhora, nas hipóteses do art. 851, CPC.
Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se: I - a primeira for anulada; II -
executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente;
III - o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem
submetidos a constrição judicial.
Por ser um rol exemplificativo, a doutrina admite a renovação da penhora, por exemplo: a)
perecimento, destruição, subtração de bem originalmente penhorado; b) quando o bem for de baixa
liquidez e o credor desiste de sua penhora.
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se: V - ela incidir sobre
bens de baixa liquidez;
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma
medida executiva.
Por fim, a substituição da penhora pode ocorrer ou por iniciativa de qualquer das partes (art.
848) ou por iniciativa do exclusiva do executado (art. 847).
Art. 848. As PARTES poderão requerer a substituição da penhora se: I - ela não obedecer
à ordem legal; II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial
para o pagamento; III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido
penhorados; IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto
de gravame; V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez; VI - fracassar a tentativa de
alienação judicial do bem; ou VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir
qualquer das indicações previstas em lei.
Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro
garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de
trinta por cento.
Os dois primeiros incisos (I e II) tratam de exemplos de invalidade da penhora. A doutrina,
porém, ressalta que havendo outras invalidades aqui não constantes, a penhora poderá também ser
substituída.

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Feito o requerimento, o juiz ouvirá a outra parte, que deverá se manifestar no prazo de 3 dias
e, depois, decidirá.
Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medidas previstas nesta Subseção,
o juiz ouvirá sempre a outra, no prazo de 3 (três) dias, antes de decidir.

Art. 847. O EXECUTADO pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora,
requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos
onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
§ 1o O juiz só autorizará a substituição se o executado:
I - comprovar as respectivas matrículas e os registros por certidão do correspondente
ofício, quanto aos bens imóveis;
II - descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e características, bem como
o estado deles e o lugar onde se encontram;
III - descrever os semoventes, com indicação de espécie, de número, de marca ou sinal e
do local onde se encontram;
IV - identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual a origem da dívida, o título
que a representa e a data do vencimento; e
V - atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penhora, além de especificar os
ônus e os encargos a que estejam sujeitos.
§ 2o Requerida a substituição do bem penhorado, o executado deve indicar onde se
encontram os bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua propriedade e a certidão
negativa ou positiva de ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou
embarace a realização da penhora.
§ 3o O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira
com a expressa anuência do cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de
bens.
§ 4o O juiz intimará o exequente para manifestar-se sobre o requerimento de substituição
do bem penhorado.
Comentando o art. 847, §3º, Didier, Leonardo, Paula e Rafael ressaltam que nada impede que
um cônjuge aceite a substituição do bem penhorado para um bem imóvel, sem anuência do outro
cônjuge. Nesse caso, aplica-se o art. 843, CPC e o cônjuge preterido poderá opor embargos de
terceiro para resguardar a sua meação.
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do
coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do
bem38.

38
É admitida a alienação integral do bem indivisível em qualquer hipótese de propriedade em comum, resguardando-
se, ao coproprietário ou cônjuge alheio à execução, o equivalente em dinheiro da sua quota-parte no bem. Nesse novo
regramento (art. 843, CPC/15), a oposição de embargos de terceiro pelo cônjuge ou coproprietário que não seja devedor
nem responsável pelo adimplemento da obrigação se tornou despicienda, na medida em que a lei os confere proteção
automática. Basta, de fato, que sejam oportunamente intimados da penhora e da alienação judicial, na forma dos arts.
799, 842 e 889 do CPC/2015, a fim de que lhes seja oportunizada a manifestação no processo, em respeito aos postulados
do devido processo legal e do contraditório. STJ, REsp 1.818.926/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 13/04/2021, info 692.

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.
§ 1o É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência na
arrematação do bem em igualdade de condições.
§ 2o Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação na qual o valor
auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o
correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.
Enunciado 154, II JDPC do CJF: O exequente deve providenciar a intimação do
coproprietário no caso da penhora de bem indivisível ou de direito real sobre bem
indivisível.
Enunciado 641, FPPC: (arts. 799, 843, 867, §5º, e 889) O exequente deve providenciar a
intimação do coproprietário no caso da penhora de bem imóvel indivisível ou de direito
real sobre bem imóvel indivisível.
Enunciado 329, FPPC: (arts. 843, caput e §1º, e 15). Na execução trabalhista deve ser
preservada a quota parte de bem indivisível do coproprietário ou do cônjuge alheio à
execução, sendo-lhe assegurado o direito de preferência na arrematação do bem em
igualdade de condições.
Veja questão interessante sobre o assunto!
CETRO/TJRJ – Titular de Serviços de Notas e de Registros/2017 - No que se refere à necessidade de intimação de cônjuge
e ex-cônjuge quando da penhora de bem imóvel, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) É dispensável a intimação de ex-cônjuge que foi casado pelo regime de separação convencional de bens da penhora
sobre bem imóvel de propriedade do outro, sobre o qual não detém direito de meação.
( ) É dispensável a intimação de ex-cônjuge que foi casado tanto pelo regime de separação convencional de bens quanto
pelo regime de comunhão parcial de bens da penhora sobre bem imóvel de propriedade do outro, sobre o qual não
detém direito de meação.
( ) É obrigatória a intimação de ex-cônjuge que foi casado tanto pelo regime de separação convencional de bens quanto
pelo regime de comunhão parcial de bens da penhora sobre bem imóvel de propriedade do outro, ainda que sobre o
qual detenha direito de meação.
( ) É dispensável a intimação de ex-cônjuge que foi casado pelos regimes de separação convencional de bens ou
comunhão universal da penhora sobre bem imóvel de propriedade do outro, sobre o qual não detém direito de meação.
a) V/ F/ F/ F; b) F/ F/ V/ F; c) F/ V/ F/ F; d) F/ F/ F/ V; e) F/ F/ F/ F
Comentários: A alternativa A está correta. Os cônjuges casados sob os regimes da comunhão parcial, comunhão universal
e separação legal (súmula 377, STF39) devem sim ser intimados. Os cônjuges casados sob o regime da separação
convencional de bens (total) não precisam ser intimados.
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. EXECUÇÃO. PENHORA SOBRE IMÓVEL. INTIMAÇÃO DO EX-
CÔNJUGE. DESNECESSIDADE. ART. 1.647 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. REGIME DE BENS. SEPARAÇÃO CONVENCIONAL. ART.
73 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. 1. A pessoa casada sob o regime da separação convencional de bens pode
alienar bem imóvel sem a outorga conjugal (art. 1.647, caput, e I, do CC/2002 e 73 do CPC/2015). 2. É dispensável a
intimação do ex-cônjuge casado sob o regime de separação convencional de bens da penhora sobre bem imóvel de
propriedade particular, sobre o qual não tem direito de meação. 3. Na hipótese, não subsiste interesse jurídico do ex-

39
Súmula n. 377, STF: No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.
O STJ, interpretando a súmula, diz que ela continua válida, mas os bens adquiridos na constância do casamento só se
comunicam se for comprovado o esforço comum para sua aquisição (REsp. 1.689.152/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
d.j. 24/10/2017.

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cônjuge em defender o patrimônio a que não faz jus, devendo ser afastado eventual litisconsórcio passivo. 4. Recurso
especial não provido. REsp. n. 1.367.343/DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, d.j. 13/12/2016. (2013/0034374-2)
5.3.2.8 – Penhoras Especiais

5.3.2.8.1 - Penhora on line de dinheiro em depósito ou aplicação financeira


A penhora em dinheiro é prioritária na execução por quantia. Ora, havendo penhora em
dinheiro, basta entregá-lo ao exequente, não precisando passar pelas demais fases do feito executivo
(avaliação, adjudicação, alienação judicial e entrega de dinheiro ao credor).
Ainda, já vimos que a redação do art. 835, §1º dá a entender que a preferência pela penhora
em dinheiro é absoluta, enquanto as demais poderiam ser relativizadas.
Art. 835, § 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses,
alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
De todo modo, a doutrina vem salientando que até a penhora em dinheiro pode ser
relativizada, podendo ocorrer em 4 casos: a) credor escolhe outro bem a ser penhorado; b) há
negócio jurídico processual que defina previamente o bem a ser penhorado (NJ típico, a exemplo do
art. 835, §3º ou NJ atípico, com base no art. 190); c) o executado oferece fiança bancária ou seguro
garantia judicial, em valor 30% superior ao crédito (art. 835, §2º); d) executado exerceu direito de
retenção sobre um bem, que deve ser penhorado.
É preciso esgotar os meios de localização do patrimônio do devedor para se admitir a penhora
pelo Sisbajud (atual Sisbajud)?
Não. Durante muito tempo, a doutrina e a jurisprudência diziam que o exequente teria sim
que esgotar as vias administrativas para localização dos bens do executado para, depois de
frustradas as tentativas, requerer que o juízo requisitasse informações às repartições competentes
(Banco Central, Receita Federal etc.).
REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES. DECLARAÇÃO DE BENS DO EXECUTADO. Quanto à
requisição de informações sobre a declaração de bens e endereço do executado à Receita
Federal, quando em vão os esforços do credor em obtê-los diretamente, esta Corte,
prosseguindo o julgamento, conheceu dosembargos de divergência e, por maioria, os
recebeu. Assim, pacificou-se o entendimento no sentido do paradigma da Quarta Turma,
ou seja, é admissível a requisição à repartição competente para fins de localização
dos bens do devedor, quando frustrados os esforços desenvolvidos nesse sentido. EREsp
163.408-RS, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, julgado em 6/9/2000 (informativo 69).
DILIGÊNCIAS. CUMPRIMENTO. PARTES LITIGANTES. A matéria é sobre a possibilidade de
solicitação de informações a entidades governamentais em sede de execução para
a localização de endereço do devedor, bem como de relação de bens sujeitos à constrição
judicial. Este Superior Tribunal, em situações assemelhadas à presente, já se manifestou no
sentido de que a solicitação de informações a entidades governamentais, com a
finalidade de fornecer elementos úteis à localização de bens dedevedor inadimplente
para a penhora, somente se justifica em hipóteses excepcionais, após o exaurimento de
todos os demais meios possíveis realizados pelo credor, sendo, ainda, necessária a
presença de motivos relevantes, bem como a existência de ordem judicial devidamente
fundamentada. Aqui se trata de execução de débito locatício proposta contra fiador. Após
duas diligências promovidas por oficial de justiça para a localização do executado, o
exeqüente pleiteou que fossem expedidos ofícios ao Banco Central do Brasil e à Receita
Federal para a localizaçãode bens do executado. Sem a existência de qualquer decisão
judicial acerca do pleito, o cartório expediu os referidos ofícios. Nesse contexto, exsurge
certo que não restou configurada a excepcionalidade da hipótese e tampouco qualquer

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motivo relevante de interesse público ou social, não se justificando a medida simplesmente


no interesse particular do credor em localizar endereço e bens do devedor, mormente
porque ainda não estavam exauridos todos os demais meios para a consecução da
diligência. Não compete ao Judiciário promover diligências que cabem às partes litigantes,
a não ser excepcionalmente. A Turma, prosseguindo o julgamento, por maioria,
conheceu do recurso e deu-lhe provimento. REsp 659.127-SP, Rel. originário Min. José
Arnaldo Fonseca, Rel. para acórdão Min. Gilson Dipp, julgado em 23/11/2004
(informativo 230).
Contudo, após um tempo, a jurisprudência foi flexibilizando a exigência de exaurimento das
vias administrativas de busca dos bens do devedor, pois era elemento de procrastinação do
andamento do processo. Ademais, os recursos do BACENJUD (atual Sisbajud), RENAJUD e INFOJUD
permitiram uma comunicação célere e ágil entre as instituições e o Poder Judiciário, dotadas de maior
efetividade.
Tanto é que o STJ tem dispensado essa necessidade de exaurimento das vias administrativas
para a busca de bens por esses sistemas.
A utilização do Sistema BACEN-JUD, no período posterior à vacatio legis da Lei 11.382/2006
(21.01.2007), prescinde do exaurimento de diligências extrajudiciais, por parte do
exequente, a fim de se autorizar o bloqueio eletrônico de depósitos ou aplicações
financeiras. (STJ, REsp 1184765/PA, Rel. Min. Luiz Fux, d.j. 24/11/2010, Recurso
Repetitivo, Tema 425).
REPETITIVO. PENHORA. SISTEMA BACEN-JUD. LEI N. 11.382/2006. A Corte Especial, ao
julgar recurso sob o regime do art. 543-C do CPC c/c a Res. n. 8/2008-STJ, entendeu que a
penhora online, antes da entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006, configura medida
excepcional cuja efetivação está condicionada à comprovação de que o credor tenha
realizado todas as diligências no sentido de localizar bens livres e desembaraçados de
titularidade do devedor. Contudo, após o advento da referida lei, o juiz, ao decidir sobre
a realização da penhora online, não pode mais exigir do credor prova de exaurimento das
vias extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados. Precedentes citados: AgRg no
Ag 1.010.872-RS, DJe 15/9/2008; AgRg no REsp 1.129.461-SP, DJe 2/2/2010; REsp
1.066.091-RS, DJe 25/9/2008; REsp 1.009.363-BA, DJe 16/4/2008, e EREsp 1.087.839-RS,
DJe 18/9/2009. REsp 1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2010
(informativo 447).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DESNECESSIDADE DE EXAURIMENTO DAS VIAS
EXTRAJUDICIAIS PARA A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA RENAJUD. A utilização do sistema
RENAJUD com o propósito de identificar a existência de veículos penhoráveis em nome do
executado não pressupõe a comprovação do insucesso do exequente na obtenção dessas
informações mediante consulta ao DETRAN. O RENAJUD é um sistema on line de restrição
judicial de veículos criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que interliga o Judiciário
ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e permite consultas e o envio, em tempo
real, à base de dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), de ordens
judiciais de restrições de veículos, inclusive registro de penhora. Para a utilização desse
sistema, assim como ocorre com a penhora on line pelo sistema BACENJUD, é
dispensável o exaurimento das vias administrativas tendentes à localização de bens do
devedor. Essa conclusão pode ser extraída das seguintes considerações: a) a execução é
movida no interesse do credor, a teor do disposto no artigo 612 do CPC; b) o sistema
RENAJUD é ferramenta idônea para simplificar e agilizar a busca de bens aptos a
satisfazer os créditos executados; e c) a utilização do sistema informatizado permite a
maior celeridade do processo (prática de atos com menor dispêndio de tempo e de
recursos) e contribui para a efetividade da tutela jurisdicional. Observe-se que, nos

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termos do art. 655, I e II, do CPC, a penhora observará, preferencialmente, dinheiro e, em


seguida, veículos de vias terrestres. Logo, em cumprimento à referida ordem de
preferência, no insucesso da utilização da ferramenta BACENJUD para a localização de
ativos financeiros, é lícito ao exequente requerer ao juízo que promova a consulta via
RENAJUD a respeito da possível existência de veículos automotores em nome do
executado, revelando-se injustificável a recusa com esteio no singelo fundamento da
ausência de comprovação do esgotamento de diligências na busca de bens penhoráveis.
Sob outra perspectiva, é notório que os órgãos públicos, em sua grande maioria, como
garantia de privacidade, não fornecem os dados cadastrais de particulares, o que torna
difícil a obtenção da informação pretendida. Além disso, a busca realizada no DETRAN local
não é capaz de verificar a existência de veículos em outros Estados da Federação, ao
contrário da pesquisa pelo sistema RENAJUD, que atinge todo o país. Dessa forma,
atualmente, com o aparato tecnológico posto a favor do Estado, a exigência de
exaurimento das vias administrativas de busca bens do devedor se afigura verdadeiro
mecanismo de procrastinação do andamento do feito, o que vai de encontro à efetiva
prestação jurisdicional. Ademais, o CNJ, atento às repercussões dos sistemas BACENJUD,
RENAJUD e INFOJUD como importantes ferramentas que asseguram a razoável duração do
processo judicial, editou a Recomendação 51/2015, cujo teor corrobora o entendimento
exposto acima. REsp 1.347.222-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
25/8/2015, DJe 2/9/2015.
Portanto, atualmente, é possível que o exequente já requeira em sua petição inicial que, caso
o executado não pague no prazo de 3 dias (art. 829), o juízo se utilize do Sisbajud, p. ex., para a
constrição do dinheiro do devedor contido nas instituições financeiras.
O magistrado deverá se cadastras no Bacenjud (atual Sisbajud) apenas se quiser?
Não. O CNJ, por meio do Pedido de Providência n. 2007.10.00.001581-8, determinou que
todos os juízes do Brasil com função executiva se cadastrassem obrigatoriamente no Bacenjud.
Questionado o ato perante o STF, o Supremo40 entendeu que a determinação se insere
perfeitamente na competência regulamentar do CNJ.
Atenção: Não há quebra de sigilo bancário, pois não se alcançam informações sobre
movimentações financeiras, mas sim o bloqueio do dinheiro ali existente.

Qual é o procedimento, como é feita essa penhora on line?


Tudo está previsto no art. 854, CPC. Inicialmente, sempre deverá haver requerimento do
exequente, não podendo o juiz agir de ofício.
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira,
o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado,
determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela
autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos
financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor
indicado na execução.

40
STF, RMS 27.621/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, d.j. 07/12/2011.

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Enunciado 540, FPPC: (art. 854; Lei n. 6.830/1980) A disciplina procedimental para penhora
de dinheiro prevista no art. 854 é aplicável ao procedimento de execução fiscal.
Interessante que, com a nova redação do art. 854, CPC/15 e o trecho “sem dar ciência prévia
do ato ao executado”, já se discute se seria possível a utilização do Bacenjud (atual Sisbajud) antes
mesmo da citação do executado.
1ª corrente: Sim. A própria redação do art. 854 deixa clara a possibilidade de penhora on line
sem dar ciência prévia do ato ao executado. Inclusive, a Fazenda tem pleiteado essa interpretação
perante o STJ e o Tribunal da Cidadania irá analisar o tema nos Recursos Especiais n. 1.645.999 e n.
1.664.465.
As questões estão cobrando a redação do art. 854, CPC.
TRF 3/TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto/2018 - Sobre a penhora é CORRETO afirmar: b) Quando se tratar de ativos
financeiros, a determinação de indisponibilidade que precede a conversão em penhora dar-se-á mediante prévia ciência
do ato ao executado.
Comentários: A alternativa B foi considerada incorreta pela banca, porquanto o art. 854 diz que ela se dará sem ciência
prévia do executado.

2ª corrente (STJ por enquanto): Não. A penhora somente ocorrerá caso o executado, depois
de citado, não pague no prazo de 3 dias.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS PELO SISTEMA BACEN
JUD. Para que seja efetuado o bloqueio de ativos financeiros do executado por meio do
sistema Bacen Jud, é necessário que o devedor tenha sido validamente citado, não tenha
pago nem nomeado bens à penhora e que tenha havido requerimento do exequente
nesse sentido. De acordo com o art. 185-A do CTN, apenas o executado validamente citado
que não pagar nem nomear bens à penhora poderá ter seus ativos financeiros bloqueados
por meio do sistema Bacen Jud, sob pena de violação do princípio do devido processo legal.
Ademais, a constrição de ativos financeiros do executado pelo referido sistema depende
de requerimento expresso do exequente, não podendo ser determinada de ofício pelo
magistrado, conforme o art. 655-A do CPC. Precedentes citados: REsp 1.044.823-PR, DJe
15/9/2008, e AgRg no REsp 1.218.988-RJ, DJe 30/5/2011. AgRg no REsp 1.296.737-BA, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 5/2/2013 (informativo 515).
Entretanto, o STJ permite que a penhora on line se dê a título de tutela de urgência cautelar,
quando o exequente demonstrar a probabilidade de direito (isso é tranquilo, pela própria existência
do TEE) e do perigo na demora (periculum in mora) isto é, demonstração do perigo de ineficácia da
penhora caso o executado tome ciência da execução anteriormente.

O STJ tem julgados permitindo o arresto executivo on line pelo sistema Bacenjud (atual
Sisbajud). É possível, portanto, que o exequente requeira o arresto executivo on line caso o oficial de
justiça tente citar o executado, mas não o encontre.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ARRESTO EXECUTIVO ELETRÔNICO NA HIPÓTESE DE NÃO
LOCALIZAÇAO DO EXECUTADO. É possível a realização de arresto on-line na hipótese em

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que o executado não tenha sido encontrado pelo oficial de justiça para a citação. O
arresto executivo de que trata o art. 653 do CPC consubstancia a constrição de bens em
nome do executado quando este não for encontrado para a citação. Trata-se de medida
que objetiva assegurar a efetivação de futura penhora na execução em curso e independe
da prévia citação do devedor. Com efeito, se houver citação, não haverá o arresto,
realizando-se desde logo a penhora. Portanto, o arresto executivo visa a evitar que a
tentativa frustrada de localização do devedor impeça o andamento regular da execução,
sendo a citação condição apenas para sua conversão em penhora, e não para a constrição.
Em relação à efetivação do arresto on-line, a Lei 11.382/2006 possibilitou a realização da
penhora on-line, consistente na localização e apreensão, por meio eletrônico, de valores,
pertencentes ao executado, depositados ou aplicados em instituições bancárias. O STJ
entendeu ser possível o arresto prévio por meio do sistema Bacen Jud no âmbito de
execução fiscal. A aplicação desse entendimento às execuções de títulos extrajudiciais
reguladas pelo CPC é inevitável, tendo em vista os ideais de celeridade e efetividade da
prestação jurisdicional. Nesse contexto, por analogia, é possível aplicar ao arresto
executivo o art. 655-A do CPC, que permite a penhora on-line. REsp 1.370.687-MG, Rel.
Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 4/4/2013 (informativo 519).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ARRESTO EXECUTIVO POR MEIO ELETRÔNICO. Será
admissível o arresto de bens penhoráveis na modalidade online quando não localizado o
executado para citação em execução de título extrajudicial. De fato, a própria legislação
prevê medidas judiciais constritivas passíveis de deferimento sem a prévia oitiva da parte
contrária. Entre elas, encontra-se o arresto executivo de que trata o art. 653 do CPC
(também denominado de prévio ou pré-penhora): medida de caráter cautelar
consubstanciada na constrição de bens do executado com o intuito de assegurar a
efetivação de futura penhora tão somente na hipótese dele (o executado) não ter sido
encontrado para citação. Dessa forma, em interpretação conjunta dos arts. 653 e 654 do
CPC, no processo de execução de título extrajudicial, não sendo localizado o devedor, será
cabível o arresto de seus bens. Não ocorrendo o pagamento após a citação do executado,
que inclusive poderá ser ficta, a medida constritiva será convertida em penhora. Ante o
exposto, infere-se que a citação é condição apenas para a conversão do arresto em
penhora, e não para a constrição nos termos do art. 653 do CPC. Assim, mostra-se
plenamente viável o arresto na hipótese em que tenha sido frustrada, em execução de
título extrajudicial, a tentativa de citação do executado. Quanto à possibilidade de arresto
na modalidade on-line, mediante bloqueio eletrônico de valores, a Primeira Seção do STJ
(REsp 1.184.765-PA, julgado conforme o rito do art. 543-C do CPC) entendeu possível a
realização de arresto prévio por meio eletrônico (sistema Bacen-Jud) no âmbito da
execução fiscal. Em que pese o referido precedente ter sido firmado à luz da Lei 6.830/1980
(Lei de Execuções Fiscais), é inevitável a aplicação desse entendimento também às
execuções de títulos extrajudiciais reguladas pelo CPC, tendo em vista os ideais de
celeridade e efetividade da prestação jurisdicional. Por consequência, aplica-se, por
analogia, ao arresto executivo em análise o art. 655-A do CPC, permitindo, portanto, o
arresto na modalidade on-line. Por fim, ressalta-se, evidentemente, que o arresto
executivo realizado por meio eletrônico não poderá recair sobre bens impenhoráveis (art.
649 do CPC e Lei 8.009/1990), por sua natureza de pré-penhora e considerando o disposto
no art. 821 do CPC (dispositivo legal que se refere ao arresto cautelar): "Aplicam-se ao
arresto as disposições referentes à penhora, não alteradas na presente Seção". REsp
1.338.032-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 5/11/2013 (informativo 533).
Se a instituição financeira bloquear valor superior ao determinado pelo juiz, será responsável
objetivamente pelos prejuízos causados.

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Art. 854, § 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos causados ao


executado em decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em valor superior
ao indicado na execução ou pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento da
indisponibilidade no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, quando assim determinar o juiz.
Enunciado 541, FPPC: (art. 854, §§ 7º e 8º) - A responsabilidade que trata o art. 854, § 8º,
é objetiva e as perdas e danos serão liquidadas de forma incidental, devendo ser
imediatamente intimada a instituição financeira para preservação do contraditório.
Atenção para um julgado do STJ veiculado no informativo 662:
É ilegal a decisão judicial que determina a penhora de valores de instituição financeira,
no âmbito de processo do qual não era parte, mas funcionou como auxiliar da justiça. A
instituição financeira, ao atender ordem judicial de penhora online ou bloqueio de contas,
desempenha mera atividade auxiliar à administração da Justiça. Não exerce autoridade
alguma sobre as partes, tampouco se sujeita a elas, também não tem faculdades nem se
sujeita a ônus. Desse modo, não pode sofrer condenação ao fundamento de não ter
impugnado oportunamente a decisão que determinou a liberação dos valores em favor
da interessada. Por outra via, ainda que sujeitos processuais secundários, não estão os
auxiliares imunes à responsabilização civil, administrativa ou penal, por danos decorrentes
de omissões, retardamentos ou condutas culposas ou dolosas, devendo observância ao art.
14 do CPC/1973 (cuja essência é mantida no art. 77 do CPC/2015). A relação juiz-auxiliar
deve ser compreendida sob a perspectiva do regime administrativo, o qual não resulta em
sanção condenatória definitiva sem que sejam observadas as garantias fundamentais ao
contraditório e à ampla defesa. Assim, a eventual responsabilização, por conduta dolosa
ou culposa, que não se refira a afronta direta do art. 14 do CPC/1973, não pode resultar na
condenação do auxiliar em obrigação de pagar, por manifesta inobservância ao
contraditório. (STJ, RMS 49.265-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 10/12/2019, DJe 13/12/2019 – info 662).
Prosseguindo...
Art. 854, § 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz
determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser
cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
Por exemplo, o sisbajud bloqueia o montante requerido (ex: 20 mil reais) de todas as contas
do executado achadas pelo sistema do Banco Central. Diante dessas múltiplas penhoras, o juiz deve,
de ofício, determinar o cancelamento do excesso, o que o banco deverá cumprir prontamente (prazo
de 24h), sob pena de ser responsável.
Menciona-se o caso de indisponibilidade excessiva, mas a jurisprudência também se
consolidou na compreensão de que se houver indisponibilização de montante insignificante, o juiz
também deve determinar o cancelamento.
O sisbajud também bloqueia montante em diversas contas (v.g. conta-salário, conta-corrente,
poupança etc.), podendo abranger montantes impenhoráveis (art. 833, IV, X, CPC). Nesses casos, se
o magistrado perceber imediatamente a impenhorabilidade, no prazo de 24h, também determinará
o cancelamento da indisponibilidade, o que o banco deverá cumprir prontamente (prazo de 24h),
sob pena de ser responsabilizada objetivamente. Todavia, se não for patente esse
impenhorabilidade, ela será arguida pelo próprio executado no prazo de 5 dias contados da sua
intimação (art. 854, §3º).
Havendo indisponibilidade dos ativos financeiros do executado, ele será intimado na pessoa
do advogado ou, não tendo, pessoalmente.

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§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na


pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
No art. 854, §3º, permite-se que o executado alegue a impenhorabilidade ou
indisponibilidade excessiva no prazo de 5 dias contados da sua intimação.
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que: I - as quantias
tornadas indisponíveis são impenhoráveis; II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva
de ativos financeiros.
Todavia, esse prazo de 5 dias não é preclusivo, porquanto as matérias alegáveis pelo
executado são de ordem pública. Esse prazo será relevante para que o executado possa adiar e, se
for o caso, impedir a conversão da indisponibilidade em penhora.
Com base no art. 7º (paridade de armas) e art. 9º, CPC, o exequente terá um prazo também
de 5 dias para se manifestar sobre essa alegação do executado. Após, o juiz decidirá.
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3o, o juiz determinará o
cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela
instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas.
Se o juiz rejeitar a alegação ou se o executado não apresentar impugnação (no prazo de 5
dias), a indisponibilidade irá se converter em penhora, sem necessidade de lavratura do termo.
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a
indisponibilidade em penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da
execução determinar à instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.
E nos casos de conta conjunta e o executado é apenas um dos titulares da conta?
O STJ41 já decidiu que a penhora recairá sobre a integralidade do valor, porquanto há
solidariedade decorrente da vontade das partes a partir do momento em que optaram por essa
modalidade de compartilhamento de conta. A questão, porém, ainda é controvertida e será
pacificada pelo STJ no IAC n. 12 cuja discussão residirá na “possibilidade ou não de penhora integral
de valores depositados em conta bancária conjunta, na hipótese de apenas um dos titulares ser
sujeito passivo de processo executivo".
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará, imediatamente,
por sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional,
a notificação da instituição financeira para que, em até 24 (vinte e quatro) horas, cancele
a indisponibilidade.
Como se percebe, tudo é feito por sistema eletrônico.
§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamento e de
determinação de penhora previstas neste artigo far-se-ão por meio de sistema eletrônico
gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional.
Por fim, vejam previsão específica sobre partidos políticos, que vai ao encontro do art. 15-A,
Lei dos Partidos Políticos (n. 9.096/95).
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do
exequente, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido

41
REsp. 669.914/Df, Rel. Min. Raul Araújo, d.j. 25/03/2014.

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por autoridade supervisora do sistema bancário, que tornem indisponíveis ativos


financeiros somente em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida
executada ou que tenha dado causa à violação de direito ou ao dano, ao qual cabe
exclusivamente a responsabilidade pelos atos praticados, na forma da lei.
Por exemplo, diretório nacional não pode ser responsabilizado por dívida do diretório
estadual.

O sistema vem se aperfeiçoando ao longo do tempo. No site do CNJ (notícia do dia


02/08/2018), consta a seguinte informação acerca do Bacenjud 2.0:
O BacenJud é um sistema eletrônico de bloqueio de valores para o pagamento de dívidas
sentenciadas pela justiça, sendo a maioria de débitos trabalhistas. No ano passado, a
penhora on line recuperou R$ 18,3 bilhões para o pagamento de dívidas judiciais e neste
ano até março o resgate de recursos havia sido de R$ 3,997 bilhões.
Até o início deste ano, o BacenJud rastreava tradicionalmente valores de devedores
mantidos em contas correntes e contas poupanças em instituições financeiras tradicionais
como bancos ou cooperativas de crédito.
A partir de abril, o sistema passou a bloquear também recursos de devedores em contas
de investimento de renda fixa e de renda variável, em um importante avanço na
capacidade do sistema em identificar e recuperar dinheiro para o pagamento de dívidas
sentenciadas.
Um ponto, porém, que precisa ser aperfeiçoado é a necessidade de a ordem permanecer
aberta até que um dinheiro do executado entre em alguma instituição financeira do país. Por
enquanto, funciona apenas como uma fotografia daquele dia. Se no dia seguinte entrou um grande
montante em sua conta, o Bacenjud não irá pegar42.
Essa situação piora na medida em que o STJ entende que para requerer novamente a penhora
on line, o exequente precisa apresentar indícios de mudança na situação patrimonial do executado.
Na espécie, a controvérsia diz respeito à possibilidade de condicionar novos pedidos de
penhora online à existência de comprovação da modificação econômica do devedor. In
casu, cuidou-se, na origem, de ação de execução de título extrajudicial em que, diante da
ausência de oferecimento de bens à penhora e da inexistência de bens em nome da
recorrida, foi deferido pedido de penhora online de quantias depositadas em instituições
financeiras. Entretanto, como não foram identificados valores aptos à realização da
penhora, o juízo singular condicionou eventuais novos pedidos de bloqueio eletrônico à
comprovação, devidamente fundamentada, da existência de indícios de recebimento de
valor penhorável, sendo que tal decisão foi mantida pelo tribunal a quo. Nesse contexto, a

42
No site do CNJ, porém, consta a notícia de abril de 2019 que: Medida aprovada pelo Comitê Gestor do Bacenjud,
coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), vai aumentar a eficácia do sistema de penhora on-line para o
pagamento de dívidas reconhecidas pela Justiça. Na prática, em situações de bloqueio de contas bancárias e de
investimento para o pagamento de dívidas sentenciadas, as instituições financeiras terão de fazer, obrigatoriamente, o
monitoramento de ativos do devedor durante todo o dia em que a conta estiver imobilizada (bloqueio intraday).
Disponível em < http://www.cnj.jus.br/boletim-diario-cnj/listid-6/mailid-11615-boletim-cnj-em-dia >. Acesso em
06/04/2019:

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Turma negou provimento ao recurso ao reiterar que a exigência de condicionar novos


pedidos de penhora online à demonstração de indícios de alteração da situação
econômica do devedor não viola o princípio de que a execução prossegue no interesse
do credor (art. 612 do CPC). Consignou-se que, caso não se obtenha êxito com a penhora
eletrônica, é possível novo pedido de bloqueio online, demonstrando-se provas ou indícios
de modificação na situação econômica do devedor; pois, de um lado, protege-se o direito
do credor já reconhecido judicialmente e, de outro, preserva-se o aparato judicial, por não
transferir para o Judiciário os ônus e as diligências que são de responsabilidade do credor.
Precedentes citados: REsp 1.137.041-AC, DJe 28/6/2010, e REsp 1.145.112-AC, DJe
28/10/2010. REsp 1.284.587-SP, Rel. Min. Massami Uyeda, d.j. 16/2/2012 (info 491).
CESGRANRIO/Transpetro – Advogado Júnior/2018 - X contratou com Z, empresário, proprietário de uma casa de festas
infantis, o aluguel do estabelecimento para comemorar o aniversário de sua filha. O valor relativo ao uso do espaço foi
pago antecipadamente. Na data da festa, para surpresa de X, as portas do estabelecimento estavam trancadas, sem
ninguém no local. Com o objetivo de ser ressarcido do prejuízo, X moveu ação contra Z, em que, na fase de execução, o
juiz determinou on-line a penhora de aplicação financeira mantida pelo réu. Diante do exposto,
a) o juiz pode determinar à instituição financeira que torne indisponíveis os valores existentes em nome do executado,
se isto tiver sido comunicado ao executado antes.
b) o juiz pode determinar de ofício a indisponibilidade dos ativos financeiros existentes no nome de Z.
c) o juiz pode determinar à instituição financeira que torne indisponíveis os valores existentes em nome do executado,
se o exequente solicitar.
d) a lavratura de termo é necessária para que a indisponibilidade dos ativos financeiros se converta em penhora.
e) a penhora de aplicação financeira só é cabível se o réu não tiver bens móveis no valor do quantum exequendo.
Comentários: A alternativa C está correta. Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação
financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições
financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne
indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na
execução. § 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a indisponibilidade em
penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da execução determinar à instituição financeira
depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo
da execução.
Art. 835, § 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista
no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.

5.3.2.8.2 - Penhora de créditos e outros direitos patrimoniais (arts. 855 a 860)


É possível que seja penhorado direito do executado contra terceiro, desde que tenha caráter
patrimonial e possa ser transferido independentemente do consentimento do terceiro.
Na referida penhora, o oficial de justiça realizará a diligência e intimará: a) o executado
(credor do terceiro), para que não pratique ato de disposição do crédito; b) o terceiro devedor, para
que não pague ao executado.
Art. 855. Quando recair em crédito do executado, enquanto não ocorrer a hipótese
prevista no art. 856, considerar-se-á feita a penhora pela intimação: I - ao terceiro devedor
para que não pague ao executado, seu credor; II - ao executado, credor do terceiro, para
que não pratique ato de disposição do crédito.
Se o crédito for representado por letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque e
outros títulos, a penhora será feita da seguinte forma:
a) apreensão do documento para, depois, depositá-lo nos termos do art. 840, I, CPC;

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b) não sendo possível a apreensão e confessando o terceiro que é de fato devedor do


executado, o que pode se dar com o seu silêncio, sua inércia, considerar-se-á realizada a penhora e
o terceiro será considerado depositário, ficando liberado apenas quando depositar em juízo a quantia
devida.
Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota promissória,
duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do documento, esteja ou não
este em poder do executado.
§ 1o Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será este tido como
depositário da importância.
§ 2o O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em juízo a importância da dívida.
Se o executado e terceiro agirem em conluio negando o débito, ficará caracterizada a fraude
à execução.
§ 3o Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação que este lhe der
caracterizará fraude à execução.
Suspeitando que haja esse conluio, o exequente pode requerer uma audiência para coleta
dos depoimentos.
§ 4o A requerimento do exequente, o juiz determinará o comparecimento, em audiência
especialmente designada, do executado e do terceiro, a fim de lhes tomar os depoimentos.
CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros – remoção/2016 - Em resposta à proposição abaixo,
assinale a única alternativa correta: Em se tratando de penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota
promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do documento, esteja ou não este em poder do
executado.
a) Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação que este lhe der não conduzirá à fraude à
execução.
b) O terceiro não se exonerará da obrigação pelo simples depósito em juízo da importância da dívida.
c) Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será este tido como depositário da importância.
d) A requerimento do exequente, o juiz determinará o comparecimento, em audiência especialmente designada, do
executado e do terceiro, a fim de lhes tomar os depoimentos, visando constituir o objeto da obrigação a ser cumprida
pelo devedor ou pelo terceiro em favor do credor desprovido do título exequendo.
Comentários: A alternativa C está correta. Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota
promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do documento, esteja ou não este em poder do
executado. § 1º Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será este tido como depositário da
importância. (Letra C) § 2º O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em juízo a importância da dívida. (Letra
B) § 3º Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação que este lhe der caracterizará fraude à
execução. (Letra A) § 4º A requerimento do exequente, o juiz determinará o comparecimento, em audiência
especialmente designada, do executado e do terceiro, a fim de lhes tomar os depoimentos. (Letra D)

Os títulos de crédito, quando são negociados em bolsa, enquadram-se no art. 835, III, CPC.
Quando não o são, enquadram-se no art. 835, XIII, CPC.
Ainda, é possível a penhora de precatório que o executado tem a receber da Fazenda Pública.
Se a Fazenda Pública for exequente e o executado quiser substituir a penhora por precatório,
será possível?
Em tese, sim, mas apenas se a Fazenda anuir com a substituição. Isso porque o precatório
equivale a penhora de crédito e não de dinheiro. Portanto, se já tiver sido penhorado dinheiro
(preferencial – art. 835, I), a Fazenda pode recusar essa substituição.

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Súmula 406, STJ: A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por
precatório.
Ademais, é possível que haja penhora em direito e ação do executado, sendo regido pelo art.
857, CPC.
Art. 857. Feita a penhora em direito e ação do executado, e não tendo ele oferecido
embargos ou sendo estes rejeitados, o exequente ficará sub-rogado nos direitos do
executado até a concorrência de seu crédito.
§ 1o O exequente pode preferir, em vez da sub-rogação, a alienação judicial do direito
penhorado, caso em que declarará sua vontade no prazo de 10 (dez) dias contado da
realização da penhora.
Esse prazo não deve fluir da realização da penhora, mas sim do reconhecimento do crédito
perante terceiro e do fim do prazo para embargos.
§ 2o A sub-rogação não impede o sub-rogado, se não receber o crédito do executado, de
prosseguir na execução, nos mesmos autos, penhorando outros bens.
Ainda há três dispositivos interessantes (arts. 858, 859 e 860).
O art. 858 trata da penhora sobre dívidas nas quais recaem juros, direito a rendas ou
prestações periódicas.
Art. 858. Quando a penhora recair sobre dívidas de dinheiro a juros, de direito a rendas ou
de prestações periódicas, o exequente poderá levantar os juros, os rendimentos ou as
prestações à medida que forem sendo depositados, abatendo-se do crédito as
importâncias recebidas, conforme as regras de imputação do pagamento.
O art. 859, por sua vez, versa sobre a penhora do direito à restituição de coisa determinada.
Nesses casos, o terceiro devedor do executado será intimado para depositar a coisa em juízo,
transferindo-se para ela a penhora.
Art. 859. Recaindo a penhora sobre direito a prestação ou a restituição de coisa
determinada, o executado43 será intimado para, no vencimento, depositá-la, correndo
sobre ela a execução.
Por fim, se a penhora recair sobre direito litigioso, o oficial lavrará auto de penhora, intimando
escrivão/chefe de secretaria do juízo onde tramita o processo em que o direito é litigioso, para que
registre a penhora na capa dos autos.
Finalizado o processo (executado x terceiro), a penhora do exequente recairá sobre o bem
que tiver sido transmitido ao executado.
Art. 860. Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a penhora que recair sobre
ele será averbada, com destaque, nos autos pertinentes ao direito e na ação
correspondente à penhora, a fim de que esta seja efetivada nos bens que forem
adjudicados ou que vierem a caber ao executado.
Enunciado 155, II JDPC do CJF: A penhora a que alude o art. 860 do CPC poderá recair sobre
direito litigioso ainda não reconhecido por decisão transitada em julgado.

43
Aqui houve equívoco na redação. Não é o executado que deverá depositar a quantia, mas sim o devedor do executado.
Enunciado 643. (Art. 859). A intimação prevista no art. 859, para que seja efetuado o depósito de prestação ou restituição
(em favor do executado), deve ser direcionada ao devedor do executado.

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5.3.2.8.3 - Penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel


Ao permitir que o credor se aproprie de frutos e rendimentos da empresa, satisfaz-se
paulatinamente a obrigação sem despojar o executado do domínio sobre seus bens, mantendo-o na
atividade produtiva.
Art. 867. O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel
quando a considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao
executado.
Enquanto no CPC/73 essa penhora só poderia ser requerida pelo exequente, no CPC/15, a
penhora pode também ser determinada de ofício pelo juiz.
Art. 868. Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz nomeará administrador-
depositário, que será investido de todos os poderes que concernem à administração do
bem e à fruição de seus frutos e utilidades, perdendo o executado o direito de gozo do
bem, até que o exequente seja pago do principal, dos juros, das custas e dos honorários
advocatícios.
Embora o executado perca o direito de uso e fruição, ainda pode manejar possessórias para
proteção daquele bem.
Prosseguindo...
§ 1o A medida terá eficácia em relação a terceiros a partir da publicação da decisão que a
conceda OU de sua averbação no ofício imobiliário, em caso de imóveis.
§ 2o O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliário mediante a apresentação
de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial.
Art. 869. O juiz poderá nomear administrador-depositário o exequente ou o executado,
ouvida a parte contrária, e, não havendo acordo, nomeará profissional qualificado para o
desempenho da função.
§ 1o O administrador submeterá à aprovação judicial a forma de administração e a de
prestar contas periodicamente.
§ 2o Havendo discordância entre as partes ou entre essas e o administrador, o juiz decidirá
a melhor forma de administração do bem.
§ 3o Se o imóvel estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel diretamente ao exequente,
salvo se houver administrador.
§ 4o O exequente ou o administrador poderá celebrar locação do móvel ou do imóvel,
ouvido o executado.
§ 5o As quantias recebidas pelo administrador serão entregues ao exequente, a fim de
serem imputadas ao pagamento da dívida.
§ 6o O exequente dará ao executado, por termo nos autos, quitação das quantias recebidas.
5.3.2.8.4 - Penhora da empresa e outros estabelecimentos
O objetivo fundamental em penhora de empresa e estabelecimentos é não parar a atividade
produtiva, em razão da função social da empresa. Até por isso que essa modalidade de penhora é
pouco utilizada. O próprio art. 865, CPC ressalta o seu caráter subsidiário.
Art. 865. A penhora de que trata esta Subseção somente será determinada se não houver
outro meio eficaz para a efetivação do crédito.
Pois bem.

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Nessa espécie de penhora, o juiz deverá nomear um administrador-depositário,


determinando que ele apresente, em 10 dias, um plano de administração.
Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou agrícola,
bem como em semoventes, plantações ou edifícios em construção, o juiz nomeará
administrador-depositário, determinando-lhe que apresente em 10 (dez) dias o plano de
administração.
Após ouvir as partes sobre o plano, o juiz decidirá.
§ 1o Ouvidas as partes, o juiz decidirá.
§ 2o É lícito às partes ajustar a forma de administração e escolher o depositário, hipótese
em que o juiz homologará por despacho a indicação.
§ 3o Em relação aos edifícios em construção sob regime de incorporação imobiliária, a
penhora somente poderá recair sobre as unidades imobiliárias ainda não comercializadas
pelo incorporador.
O §4º, por sua vez, vai ao encontro do art. 50, Lei n. 4.591/6444 e determina:
§ 4o Sendo necessário afastar o incorporador da administração da incorporação, será ela
exercida pela comissão de representantes dos adquirentes ou, se se tratar de construção
financiada, por empresa ou profissional indicado pela instituição fornecedora dos recursos
para a obra, devendo ser ouvida, neste último caso, a comissão de representantes dos
adquirentes.
Na penhora de empresa que funcione mediante concessão ou autorização, segundo Araken
de Assis, há uma ordem de preferência. Primeiro se prioriza a penhora sobre a renda, já que em regra
os bens da empresa pertencem ao poder concedente. Não sendo possível ou suficiente, passa-se à
penhora de alguns bens determinados da empresa. Só em última instância, a penhora deve recair
sobre todo o patrimônio.
Art. 863. A penhora de empresa que funcione mediante concessão ou autorização far-se-
á, conforme o valor do crédito, sobre a renda, sobre determinados bens ou sobre todo o
patrimônio, e o juiz nomeará como depositário, de preferência, um de seus diretores.
§ 1o Quando a penhora recair sobre a renda ou sobre determinados bens, o administrador-
depositário apresentará a forma de administração e o esquema de pagamento,
observando-se, quanto ao mais, o disposto em relação ao regime de penhora de frutos e
rendimentos de coisa móvel e imóvel.

44
Art. 50. Será designada no contrato de construção ou eleita em assembléia geral uma Comissão de Representantes
composta de três membros, pelo menos, escolhidos entre os adquirentes, para representá-los perante o construtor ou,
no caso do art. 43, ao incorporador, em tudo o que interessar ao bom andamento da incorporação, e, em especial,
perante terceiros, para praticar os atos resultantes da aplicação dos arts. 31-A a 31-F. (Redação dada pela Lei 10.931, de
2004)
§ 1º Uma vez eleita a Comissão, cuja constituição se comprovará com a ata da assembléia, devidamente inscrita no
Registro de Títulos e Documentos, esta ficará de pleno direito investida dos podêres necessários para exercer tôdas as
atribuições e praticar todos os atos que esta Lei e o contrato de construção lhe deferirem, sem necessidade de
instrumento especial outorgado pelos contratantes ou se fôr caso, pelos que se sub-rogarem nos direitos e obrigações
dêstes.

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§ 2o Recaindo a penhora sobre todo o patrimônio, prosseguirá a execução em seus


ulteriores termos, ouvindo-se, antes da arrematação ou da adjudicação, o ente público
que houver outorgado a concessão.
Humberto Theodoro Jr.45 salienta que, em razão do poder de encampação e da reversão dos
bens empregados nesses serviços, a Administração Pública pode impedir a alienação judicial desse
acervo (arts. 35, 36 e 37, Lei n. 8.987/95).
Por fim, navio e aeronave também podem ser penhorados, mas se exigirá que o executado
faça seguro contra riscos.
Art. 864. A penhora de navio ou de aeronave não obsta que continuem navegando ou
operando até a alienação, mas o juiz, ao conceder a autorização para tanto, não permitirá
que saiam do porto ou do aeroporto antes que o executado faça o seguro usual contra
riscos.

A penhora da empresa não se confunde com a penhora de seu estoque, que poderá ser
realizada normalmente, dispensada a aplicação do art. 862, CPC46.
5.3.2.8.5 - Penhora de percentual do faturamento
O CPC/73 já admitia a penhora de percentual do faturamento da empresa devedora (art. 655,
VII), entendendo o STJ47 que, para tanto, era necessário o preenchimento de dois requisitos:
a) inexistência de outros bens penhoráveis ou, caso existam, serem eles de difícil alienação
ou insuficientes para saldar o crédito (art. 866, caput);
b) fixação de percentual que propicie a tutela do crédito e não torne inviável o exercício da
atividade empresarial.
O CPC/15 previu exatamente esses requisitos já exigidos pela jurisprudência.
Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem
de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar
a penhora de percentual de faturamento de empresa.
§ 1o O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo
razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial.
CESPE/MPE-RR – Promotor de Justiça Substituto/2017 - De acordo com a jurisprudência do STJ, ao atuar como exequente
em processo judicial, o MP poderá, legitimamente, requerer a penhora
d) de faturamento de sociedade empresária, se for comprovada a inexistência de outros bens passíveis de penhora, desde
que o percentual fixado não torne inviável o exercício da atividade empresarial.
Comentários: A alternativa D está correta. Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os,
esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de
percentual de faturamento de empresa. § 1º O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo em
tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial.

45
THEODORO JR., Humberto. Op. Cit., p. 333-334.
46
STJ, REsp. 736.358/SC, Rel. Min. Denise Arruda, d.j. 08/04/2008.
47
STJ, REsp. n. 803.435/RJ, Rel. Min. Teori Zavaski, d.j. 18/12/2006.

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É possível, em caráter excepcional, que a penhora recaia sobre o faturamento da empresa, desde que o percentual fixado
não torne inviável o exercício da atividade empresarial. Não há violação ao princípio da menor onerosidade para o
devedor, previsto no art. 620 do CPC. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.320.996-RS, DJ 11/9/2012, e AgRg no Ag
1.359.497-RS, DJ 24/3/2011. AgRg no AREsp 242.970-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/11/2012
(informativo 509).

Entendendo possível, o magistrado se valerá dos §§2º e 3º.


§ 2o O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá à aprovação judicial a
forma de sua atuação e prestará contas mensalmente, entregando em juízo as quantias
recebidas, com os respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no
pagamento da dívida.
§ 3o Na penhora de percentual de faturamento de empresa, observar-se-á, no que couber,
o disposto quanto ao regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e
imóvel.
5.3.2.8.6 - Penhora de quotas sociais ou ações
Aqui vigora a mesma ideia de algumas das penhoras anteriores, qual seja, obter a tutela do
crédito, mas não parar a atividade produtiva em razão da função social da empresa.
Nesse tópico, especificamente, busca-se preservar a affectio societatis. Por isso, uma vez
penhoradas as quotas ou ações de sócio, o juiz deverá respeitar o procedimento do art. 861, CPC48.
Art. 861. Penhoradas as quotas ou as ações de sócio em sociedade simples ou empresária,
o juiz assinará prazo razoável, não superior a 3 (três) meses, para que a sociedade:
I - apresente balanço especial, na forma da lei;
II - ofereça as quotas ou as ações aos demais sócios, observado o direito de preferência
legal ou contratual;
III - não havendo interesse dos sócios na aquisição das ações, proceda à liquidação das
quotas ou das ações, depositando em juízo o valor apurado, em dinheiro.
§ 1o Para evitar a liquidação das quotas ou das ações, a sociedade poderá adquiri-las sem
redução do capital social e com utilização de reservas, para manutenção em tesouraria.
§ 2o O disposto no caput e no § 1o não se aplica à sociedade anônima de capital aberto,
cujas ações serão adjudicadas ao exequente ou alienadas em bolsa de valores, conforme
o caso.
§ 3o Para os fins da liquidação de que trata o inciso III do caput, o juiz poderá, a
requerimento do exequente ou da sociedade, nomear administrador, que deverá
submeter à aprovação judicial a forma de liquidação.
§ 4o O prazo previsto no caput poderá ser ampliado pelo juiz, se o pagamento das quotas
ou das ações liquidadas:
I - superar o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital
social, ou por doação; ou
II - colocar em risco a estabilidade financeira da sociedade simples ou empresária.
§ 5o Caso não haja interesse dos demais sócios no exercício de direito de preferência, não
ocorra a aquisição das quotas ou das ações pela sociedade e a liquidação do inciso III

48
Percebam que o art. 861, CPC trata, na verdade, da forma de expropriação, etapa subsequente à penhora. Esta se
realiza pelas vias tradicionais, por auto ou termo de penhora, a depender do caso.

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do caput seja excessivamente onerosa para a sociedade, o juiz poderá determinar o leilão
judicial das quotas ou das ações.
Segundo Didier, Leonardo, Paula e Rafael, há uma ordem preferencial a seguir: a)
expropriação dos rendimentos/dividendos/lucros das quotas/ações; b) aquisição pelos sócios (art.
861, II); c) aquisição pela própria sociedade (art. 861, §1º); d) liquidação extrajudicial das quotas (art.
861, III); e) leilão judicial (art. 861, §5º).
Confiram caso interessante julgado pelo STJ:
É possível a penhora de quotas sociais de sócio por dívida particular por ele contraída,
ainda que de sociedade empresária em recuperação judicial. (...) Não há, a princípio,
vedação para a penhora de quotas sociais de sociedade empresária em recuperação
judicial, quando muito a proibição alcançaria a liquidação da quota, mas essa é apenas uma
entre outras situações possíveis a partir da efetivação da penhora. Conforme se verifica do
artigo 861 do CPC/2015, uma vez penhorada a quota, ela deve ser oferecida aos demais
sócios que, buscando evitar a liquidação ou o ingresso de terceiros no quadro social,
podem adquiri-las. Inexistindo interesse dos demais sócios, a possibilidade de aquisição
passa para a sociedade, o que, no caso da recuperação judicial, não se mostra viável, já
que, a princípio, não há saldo de lucros ou reservas disponíveis, nem é possível a alienação
de bens do ativo permanente para cumprir a obrigação sem autorização judicial. É de se
considerar, porém, que o artigo 861, § 4º, inciso II, do CPC/2015 possibilita o alongamento
do prazo para o pagamento do valor relativo à quota nas hipóteses em que houver risco à
estabilidade da sociedade. Dessa forma, a depender da fase em que a recuperação judicial
estiver, o juízo pode ampliar o prazo para o pagamento, aguardando o seu encerramento.
Assim, eventual interferência da penhora de quota social na recuperação judicial da
empresa deve ser analisada com o decorrer da execução, não podendo ser vedada desde
logo, podendo os juízes (da execução e da recuperação judicial) se valerem do instituto da
cooperação de que trata do artigo 69 do CPC/2015. REsp 1.803.250-SP, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por maioria,
julgado em 23/06/2020, DJe 01/07/2020 – info 675)

5.3.3 - Avaliação
Uma vez penhorado, o bem precisa ser avaliado, porquanto é com base no valor estipulado
na avaliação que se fará a alienação do bem, por adjudicação ou alienação judicial (iniciativa
particular ou hasta pública).
Vimos no art. 829 que, se o executado não pagar no prazo de 3 dias contados da citação, a
partir do 4º dia49, o oficial já poderá ao endereço do executado e, com a segunda via do mandado,
irá penhorar e avaliar os bens indicados pelo exequente50, com a respectiva lavratura do auto de
penhora e intimação do executado.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da
citação. § 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação

49
Percebam, portanto, que a penhora pode se dar antes mesmo do prazo de 15 dias para o executado ofertar os
embargos à execução ou propor o parcelamento do art. 916, CPC.
50
Já vimos que o oficial de justiça não fica vinculado estritamente a essa indicação. Ademais, o próprio executado pode
fazer a indicação e, por fim, até o juiz, de ofício, pode intimar o executado para indicar bens passíveis de penhora, sob
pena de ato atentatório à dignidade da justiça e multa de até 20%.

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a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo
assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado.
Portanto, a regra é que o próprio oficial de justiça proceda à avaliação, constando essa
atribuição não só no art. 829, mas também nos arts. 154, V e 870.
Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça: V - efetuar avaliações, quando for o caso;
Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça.
Será necessário chamar o avaliador apenas se for necessário conhecimento específico que
falte ao oficial de justiça. Aqui, o magistrado nomeará de preferência um perito judicial e, em sua
ausência, um perito de confiança do juízo51.
Art. 870, Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da
execução o comportar, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10 (dez)
dias para entrega do laudo.
Em algumas comarcas, pode ser extremamente difícil conseguir avaliador ou, mesmo
achando, ser muito cara a perícia. Nesses casos, defende a doutrina a aplicação analógica do art. 472.
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na
contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos
elucidativos que considerar suficientes.
Ademais, não se procederá à avaliação nos seguintes casos:
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando: I - uma das partes aceitar a estimativa feita
pela outra;
É um exemplo claro de negócio jurídico processual que dispensa a avaliação. Nesse caso,
porém, se o juiz tiver fundada dúvida quanto ao valor do bem, pode mesmo assim determinar a
avaliação.
Art. 871, Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, a avaliação poderá
ser realizada quando houver fundada dúvida do juiz quanto ao real valor do bem.
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:
II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por
certidão ou publicação no órgão oficial;
III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito
negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão
ou publicação no órgão oficial;
IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado
possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios
de venda divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a
nomeação o encargo de comprovar a cotação de mercado.
Por exemplo, tabela FIPE.
Também não haverá avaliação em outras hipóteses, a exemplo da penhora de dinheiro; na
hipoteca, os contratantes podem estipular o valor para fins de alienação judicial, o que dispensaria
avaliação (art. 1.484, CC).

51
STJ, RMS 10.994/PE, Rel. Min. Jorge Scartezzini, d.j. 21/10/2004.

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Caso seja necessária a avaliação, se o oficial de justiça não tiver feito, o juiz nomeará um
avaliador (de preferência um perito judicial), que ficará incumbido da tarefa.
De início, vale apontar a divergência a respeito do procedimento que deve ser adotado.
1ª corrente (HTJ, Greco, STJ52): Entendem que o procedimento deve ser célere, rápido, de
modo que é desnecessária a indicação de quesitos e/ou assistentes técnicos pelas partes. Preserva-
se o contraditório com a intimação das partes para se manifestarem sobre o laudo.
2ª corrente (Barbosa Moreira, Marcelo Abelha): Aplicam-se as regras tradicionais da perícia,
dando oportunidade à participação de assistentes técnicos, elaboração de quesitos etc.
Dito isso, vamos aos requisitos em si da avaliação.
Art. 872. A avaliação realizada pelo oficial de justiça constará de vistoria e de laudo
anexados ao auto de penhora ou, em caso de perícia realizada por avaliador, de laudo
apresentado no prazo fixado pelo juiz, devendo-se, em qualquer hipótese, especificar: I -
os bens, com as suas características, e o estado em que se encontram; II - o valor dos bens.
§ 1o Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, a avaliação, tendo em conta o
crédito reclamado, será realizada em partes, sugerindo-se, com a apresentação de
memorial descritivo, os possíveis desmembramentos para alienação.
§ 2o Realizada a avaliação e, sendo o caso, apresentada a proposta de desmembramento,
as partes serão ouvidas no prazo de 5 (cinco) dias.
Essa avaliação, porém, pode ser invalidade pelos motivos do art. 873.
Art. 873. É admitida nova avaliação quando: I - qualquer das partes arguir,
fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador; II - se
verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no valor do
bem; III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliação.
Parágrafo único. Aplica-se o art. 48053 à nova avaliação prevista no inciso III do caput deste
artigo.
FGV/TRT 12ª REGIÃO (SC) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2017 - De acordo com o Código de Processo
Civil, não deve ser admitida a reavaliação quando:
a) o exequente arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação;
b) o executado arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação;
c) se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no valor do bem;
d) o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliação;
e) houver alegação simples de qualquer das partes acerca de dolo do avaliador.
Comentários: A alternativa A está incorreta. Art. 873. É admitida nova avaliação quando: I - qualquer das partes arguir,
fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador;

52
STJ, RMS 10.994/PE, Rel. Min. Jorge Scartezzini, d.j. 21/10/2004 e RMS 13.038/RS, Rel. Min. Castro Meira, d.j.
25/05/2004.
53
Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a matéria não
estiver suficientemente esclarecida.
§ 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual
omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
§ 2o A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.
§ 3o A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.

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A alternativa B está incorreta. Art. 873. É admitida nova avaliação quando: I - qualquer das partes arguir,
fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador;
A alternativa C está incorreta. Art. 873. É admitida nova avaliação quando: II - se verificar, posteriormente à avaliação,
que houve majoração ou diminuição no valor do bem;
A alternativa D está incorreta. Art. 873. É admitida nova avaliação quando: III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor
atribuído ao bem na primeira avaliação.
Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a matéria não
estiver suficientemente esclarecida. § 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a
primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
§ 2o A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira. § 3o A segunda perícia não substitui a
primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.
A alternativa E está correta. Art. 873. É admitida nova avaliação quando: I - qualquer das partes
arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador;

E se transcorrer um prazo longo entre a avaliação e a posterior expropriação (adjudicação ou


alienação), deverá haver nova avaliação?
Enunciado 156, II JDPC do CJF: O decurso de tempo entre a avaliação do bem penhorado
e a sua alienação não importa, por si só, nova avaliação, a qual deve ser realizada se
houver, nos autos, indícios de que houve majoração ou diminuição no valor.
Realizada a avaliação, o juiz ouvirá as partes, podendo, após, determinar uma segunda perícia;
reduzir a penhora; ampliá-la ou transferi-la para outros bens.
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte
contrária, mandar: I - reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros,
se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente e
dos acessórios; II - ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o
valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente.
Realizada a penhora e terminada a avaliação, o magistrado dá início aos atos de expropriação
do bem.
Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos atos de expropriação do
bem.

5.3.4 - Expropriação
Como dito, realizada a penhora e terminada avaliação, o magistrado dá início aos atos de
expropriação do bem. Expropriar nada mais é que retirar a propriedade.
Assim, não havendo cumprimento voluntário da obrigação de pagar quantia certa, o Estado-
Juiz atua para que o direito seja coativamente satisfeito, o que se dará por meio da execução por
sub-rogação.
Como já sabem, na execução por sub-rogação, o Estado substitui a vontade do executado,
retirando a propriedade do bem do executado e entregando para o exequente.
Atualmente, consoante art. 825, há três espécies típicas de expropriação que, segundo
Assumpção, estão arroladas em ordem preferencial.
Art. 825. A expropriação consiste em: I - adjudicação; II - alienação; III - apropriação de
frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
Ademais, o mesmo autor destaca que há hipótese fora desse rol que também pode ser
enquadrado como forma de expropriação, qual seja, alienação antecipada dos bens (art. 852).

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Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados quando: I - se
tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de outros bens móveis
sujeitos à depreciação ou à deterioração; II - houver manifesta vantagem.
Havendo penhora de dinheiro, nem precisará da expropriação, pois bastará ao exequente
levantar a quantia penhorada.
As formas de expropriação mais “famosas” e que mais caem em prova são a adjudicação e
alienação judicial (iniciativa particular ou hasta pública).
5.3.4.1 - Adjudicação

A adjudicação é técnica de expropriação por meio da qual o bem penhorado é retirado do


patrimônio do executado e transferido ao patrimônio do legitimado a adjudicar - em regra, o
exequente -, mas também pode ser um terceiro. Se for um terceiro, adjudica o bem e o valor por ele
pago será entregue ao credor-exequente.
Art. 825. A expropriação consiste em: I - adjudicação;
5.3.4.1.1 - Momento
Qual momento em que pode ser feito esse pedido de adjudicação?
A adjudicação é técnica de expropriação preferencial54, sendo priorizada em relação à
alienação (iniciativa particular ou hasta pública).
Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua
própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o
órgão judiciário.
Sendo assim, se o bem já foi penhorado E avaliado (pelo oficial ou por avaliador) o exequente
ou outro legitimado já pode adjudicar o bem.
Outrossim, não há preclusão temporal para requerer a adjudicação. O próprio art. 878, CPC
prevê que, sendo frustrada a tentativa de alienação do bem, será reaberta a oportunidade para
requerimento da adjudicação.
Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta oportunidade para
requerimento de adjudicação, caso em que também se poderá pleitear a realização de
nova avaliação.
Assumpção suscita uma questão importante. Seria possível a adjudicação logo após os 3 dias
sem pagar? Ou o magistrado deve esperar até o vencimento do prazo de 15 dias para embargos,
hipótese na qual a atribuição do efeito suspensivo impediria a adjudicação?
1ª corrente: Como o prazo para cumprimento voluntário é apenas aquele de 3 dias, após o
decurso do prazo, já é possível passar à fase de execução forçada (penhora, avaliação, adjudicação,
alienação, entrega ao credor). Ademais, com o CPC/15, os embargos à execução não possuem, em
regra, efeito suspensivo.
2ª corrente: Seria prudente aguardar o prazo dos 15 dias dos embargos à execução, pois em
embargos o executado poderá demonstrar que aquela execução não possui nenhum fundamento.
Portanto, é temerário adjudicar e já entregar o bem ao exequente, p. ex., antes dos embargos.

54
Essa priorização da adjudicação existe também na execução fiscal (art. 24, I, Lei n. 6.830/80) e nos juizados especiais
(art. 53, §2º, Lei n. 9.099/95).

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5.3.4.1.2 - Procedimento
Já dissemos que a adjudicação sempre se inicia com o requerimento de um dos legitimados
(exequente ou terceiro), não podendo se dar de ofício. Nesse requerimento, deve estar previsto:
a) o valor que se pretende abater ou pagar por aquele bem, nunca podendo ser inferior ao
da avaliação.
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer
que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
b) intimação não só do executado, mas também dos sujeitos indicados nos arts. 799, 804 e
889, CPC.
O executado será intimado na forma do art. 876, §§1º, 2º e 3º, CPC.
Art. 876, § 1o Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido: I - pelo Diário
da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de
recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver
procurador constituído nos autos; III - por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1o do
art. 246, não tiver procurador constituído nos autos.
§ 2o Considera-se realizada a intimação quando o executado houver mudado de endereço
sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no art. 274, parágrafo único.
§ 3o Se o executado, citado por edital, não tiver procurador constituído nos autos, é
dispensável a intimação prevista no § 1o.
Com sua intimação, o executado pode:
a) discutir a validade da adjudicação requerida;
b) informar os terceiros membros da sua família, pois possuem legitimidade para adjudicar
(art. 876, §5º).
§ 5o Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII,
pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo
companheiro, pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado.
Para se manifestar, o executado terá um prazo de 5 dias (art. 877).
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas
eventuais questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
Sobre o valor, há três situações possíveis:
1ª situação (adjudicação satisfativa): o valor da avaliação é igual ao da adjudicação, devendo
apenas ser entregue o bem àquele que o adjudicou.
2ª situação (adjudicação satisfativa): o valor da adjudicação é inferior ao valor da dívida
cobrada na execução, de modo que esta continuará para que o exequente receba o valor
remanescente.
Art. 876, § 4o Se o valor do crédito for: II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá
pelo saldo remanescente.
3ª situação (adjudicação venda): o valor da adjudicação supera o valor da dívida cobrada em
execução, comprometendo-se o exequente para, no prazo legal, depositar em juízo a diferença do
valor.

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Art. 876, § 4o Se o valor do crédito for: I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação
depositará de imediato a diferença, que ficará à disposição do executado;
É possível que o montante da adjudicação seja inferior ao da avaliação?
A doutrina tem se posicionado que sim, é possível, desde que: i- não seja preço vil; ii- quando
frustradas as tentativas de alienação do bem – iniciativa particular ou hasta pública, pois estará
comprovado que não existem interessados.
Ora, se a alienação em hasta pública pode se dar por qualquer preço, desde que não seja vil,
e a adjudicação pode se dar inclusive depois desse momento (art. 878), a conclusão lógica seria que
a adjudicação também poderia aceitar preço abaixo da avaliação, desde que não seja vil.
O que é um preço vil?
Se a alienação se der por montante abaixo do mínimo fixado pelo magistrado, será um preço
vil. E, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a 50% da avaliação.
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil. Parágrafo único. Considera-se vil o
preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido
fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da
avaliação.
E, se o preço for vil, há invalidação da alienação.
Art. 903, § 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá,
no entanto, ser: I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
Prosseguindo...
Decididas todas as eventuais questões, o magistrado mandará lavrar o auto de adjudicação.
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas
eventuais questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
§ 1o Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto
pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente,
pelo executado, expedindo-se: I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse,
quando se tratar de bem imóvel; II - a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar
de bem móvel.
§ 2o A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e
aos seus registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de
transmissão.
Com a carta de adjudicação, o adjudicatário poderá transferir o imóvel no registro imobiliário.
Já no caso de bem móvel, a expedição da carta é desnecessária, pois a transmissão de
propriedade se dá com a tradição (art. 1.226, CC55). Há casos, porém, em que o bem móvel necessita
de registro, a exemplo dos veículos, tornando-se imperiosa, nesse caso, a expedição da carta de
adjudicação.
Para impedir a adjudicação, o executado tem 3 possibilidades.

55
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se
adquirem com a tradição.

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1ª possibilidade: Até a lavratura do auto de adjudicação, o executado poderá remir a


execução, pagando a totalidade da dívida, acrescida de juros, custas e honorários56. Aqui, a execução
é extinta, pois terá havido pagamento (art. 924, II).
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo,
remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida
de juros, custas e honorários advocatícios.
Enunciado 151, II JDPC do CJF: O legitimado pode remir a execução até a lavratura do auto
de adjudicação ou de alienação (CPC, art. 826)57.
2ª possibilidade: O executado pode, nos termos do art. 847, substituir o bem penhorado por
dinheiro.
3ª possibilidade: É possível a remição do bem penhorado como forma de impedir a
adjudicação.
Art. 877, § 3o No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo até a
assinatura do auto de adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver
havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido.
§ 4o Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hipotecário, o direito de remição
previsto no § 3o será deferido à massa ou aos credores em concurso, não podendo o
exequente recusar o preço da avaliação do imóvel.
Se o bem remido não for suficiente para pagar a dívida, a execução ainda prosseguirá no que
sobrar.
5.3.4.1.3 – Legitimidade para Adjudicar
Conforme o art. 876, caput e §5º, têm legitimidade para requerer a adjudicação:
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer
que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
§ 5o Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII,
pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo
companheiro, pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado.
a) credor-exequente (art. 876, caput, CPC);

56
STJ, 3ª Turma, REsp 1.862.676-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, d.j. 23/02/2021, info 686. Atenção: o depósito do devedor
não precisa abranger, necessariamente, o crédito de todos os participantes do concurso de preferências (art. 908). É
lícito ao executado escolher a dívida que pretende pagar, talvez com o propósito de extinguir a execução mais adiantada,
em que se realizarão os atos expropriatórios. A penhora dos demais credores subsistirá com plena eficácia. O devedor
assume o risco de remir logo adiante outra execução, se credor diverso retomar a expropriação do bem penhorado. (...)
Em resumo, para a remição da execução, o executado deve depositar o montante correspondente à totalidade da dívida
executada, acrescida de juros, custas e honorários de advogado, não sendo possível exigir-lhe o pagamento de débitos
executados em outras demandas.
57
No mesmo sentido, o STJ diz que o termo final para a remição da execução é a assinatura do auto de arrematação. (...)
a arrematação se trata de um ato complexo que, nos termos do art. 903 do CPC/2015, só se considera perfeita e acabada
no momento da assinatura do auto de arrematação pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro. Nessa linha de
pensamento, a doutrina pondera que "mesmo depois de encerrado o pregão, mas enquanto não se firma o auto de
arrematação, ou não se publica a sentença de adjudicação, ainda é possível ao devedor remir a execução". Logo, a
arrematação do imóvel não impede o devedor de remir a execução, caso o auto de arrematação ainda esteja pendente
de assinatura. STJ, 3ª Turma, REsp 1.862.676-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, d.j. 23/02/2021, info 686.

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b) credor-exequente concorrente que haja penhorado o mesmo bem (art. 876, §5º);
c) cônjuge, companheiro, descendente ou ascendente do executado 876, §5º);
d) sujeitos indicados no art. 889, II e VIII, CPC. Sobre esses legitimados, importante frisar que
a doutrina elastece o rol dos legitimados.
Inserem-se no rol dos legitimados não só aqueles previstos no art. 889, mas também nos arts.
799, 804 e 889. Por isso mesmo que todos os sujeitos elencados nesses dispositivos devem ser
cientificados da penhora.
5.3.4.1.4 – Concorrência entre Adjudicatários
Sobre a solução, o CPC/15 é bastante raso.
Art. 876, § 6o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles,
tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o
descendente ou o ascendente, nessa ordem.
Diante dessa lacuna normativa, Assumpção propõe três soluções possíveis.
1ª solução: O juiz não espera que se forme uma disputa a respeito do bem, adjudicando-o
para o primeiro interessado que fizer uma proposta pelo valor mínimo da avaliação.
De um lado, facilitaria o procedimento, mas, doutro, não proporcionaria uma disputa razoável
que pudesse elevar o valor da adjudicação.
2ª solução: intimam-se todos os legitimados, fixando prazo fatal para o encaminhamento de
propostas ao juízo. Após, o juiz escolherá a melhor proposta.
3ª solução: Designação de uma audiência em que os legitimados fazem seus lances, sendo
possível que um legitimado cubra o lance do outro. De certa forma, o juiz faria o papel de leiloeiro.
5.3.4.2 - Alienação

Realizada a penhora (apreensão e depósito) e a devida avaliação do bem, inicia-se a fase


expropriatória.
Não havendo adjudicação, torna-se possível a alienação do bem que, em última análise, é
uma tentativa de se obter o dinheiro a que tem direito o exequente.
Essa alienação judicial pode se dar por iniciativa particular ou por hasta pública.
Art. 879. A alienação far-se-á: I - por iniciativa particular; II - em leilão judicial eletrônico
ou presencial.
Obs1: Já dissemos que o art. 825 elenca um rol preferencial58 de hipóteses de expropriação.
Art. 825. A expropriação consiste em: I - adjudicação; II - alienação; III - apropriação de
frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
Assim, a adjudicação é preferencial à alienação. E, dentro da alienação, é prioritária a
alienação por iniciativa particular em detrimento da realizada em hasta pública.

58
Entretanto, o enunciado 106, I JDPC do CJF dispõe que, se não houver prejuízo ao exequente e for mais favorável ao
executado, a apropriação de frutos e rendimentos (inciso III) poderá ser priorizada em relação aos demais incisos (I e II).
ENUNCIADO 106, I JDPC do CJF: Na expropriação, a apropriação de frutos e rendimentos poderá ser priorizada em relação
à adjudicação, se não prejudicar o exequente e for mais favorável ao executado.

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Nesse ponto, vale dizer que, até a Lei n. 11.382/06, havia apenas a possibilidade de alienação
por hasta pública. Entretanto, o legislador percebeu a ineficácia de inúmeros leilões judiciais e criou
uma outra forma de alienação de bens.
Embora a inovação no CPC/73 tenha vindo em 2006, é preciso sublinhar que o art. 52, VII da
Lei n. 9.099/95 já previa essa alienação por iniciativa particular.
Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-se, no que
couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações:
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o credor ou terceira
pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até
a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes serão
ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de
alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;
5.3.4.2.1 - Alienação por Iniciativa Particular
A alienação por iniciativa particular é realizada pelo próprio exequente, por um corretor ou
por leiloeiro público.
Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua
própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o
órgão judiciário.
Embora o art. 880, caput, seja claro quanto à legitimidade do exequente para requerer, a
doutrina tem salientado que, em respeito ao princípio da menor onerosidade, o executado também
poderia formular o pleito.
Acerca do credenciamento dos corretores e leiloeiros perante o Poder Judiciário, o art. 880,
§3º dispõe que:
§ 3o Os tribunais poderão editar disposições complementares sobre o procedimento da
alienação prevista neste artigo, admitindo, quando for o caso, o concurso de meios
eletrônicos, e dispor sobre o credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os quais
deverão estar em exercício profissional por não menos que 3 (três) anos.
§ 4o Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado nos
termos do § 3o, a indicação será de livre escolha do exequente.
Haverá nulidade se a alienação se der por meio de um corretor ou leiloeiro não credenciado?
Não. Lembrem-se de que, primeiro, o juiz deve avaliar se o defeito é irrelevante. Se não
houver prejuízo, o defeito é irrelevante (princípio da instrumentalidade das formas). Em segundo
lugar, o juiz verifica se não é possível aproveitar o ato como se fosse outro (princípio da
fungibilidade). Em terceiro lugar, o juiz deve perquirir se não é possível corrigir o defeito (princípio
da sanabilidade dos atos processuais). Caso nada disso possa ser feito, então, e somente então, o
ato deve ser invalidado.
No caso de não credenciamento, se não tiver havido prejuízo, o defeito é irrelevante.
Enunciado 192, FPPC: (art. 880) Alienação por iniciativa particular realizada por corretor
ou leiloeiro não credenciado perante o órgão judiciário não invalida o negócio jurídico,
salvo se o executado comprovar prejuízo.
Querem outro exemplo de aplicação da instrumentalidade das formas?

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Enunciado 193, FPPC: (arts. 885, 886, II, 891, parágrafo único) Não justifica o adiamento
do leilão, nem é causa de nulidade da arrematação, a falta de fixação, pelo juiz, do preço
mínimo para a arrematação.
Definindo quem irá coordenar a alienação, o juiz irá definir as diretrizes gerais.
Art. 880, § 1o O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de
publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a
comissão de corretagem.
Nesse ponto, tendo em vista a ausência de minudências legais, seria possível que o Poder
Judiciário se aproveitasse de leilões extrajudiciais (ex: imóveis e automóveis) realizados por
instituições financeiras, nas quais já há uma boa publicidade; a exposição de arte em galerias etc.
Sobre o preço, se a alienação se der por montante abaixo do mínimo fixado pelo magistrado,
será um preço vil. E, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a 50% da
avaliação.
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil. Parágrafo único. Considera-se vil o
preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido
fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da
avaliação.
E, se o preço for vil, há invalidação da alienação.
Art. 903, § 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá,
no entanto, ser: I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
Quem tem legitimidade para adquirir o bem em alienação?
Todo aquele que estiver na livre administração de seu patrimônio (art. 890, CPC). Entretanto,
o art. 890, 897, CPC e art. 497, CC elencam um rol de pessoas que, embora capazes, não podem
adquirir o bem em alienação judicial (seja por iniciativa particular, seja em hasta pública).
Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com
exceção:
I - dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos liquidantes,
quanto aos bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade;
II - dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam
encarregados;
III - do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe
de secretaria e dos demais servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos
objeto de alienação na localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade;
IV - dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica a
que servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
V - dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados;
VI - dos advogados de qualquer das partes.
Ademais, o STJ admite interpretação extensiva do rol a fim de proteger a probidade da
alienação. Por exemplo, extensão da proibição aos cônjuges dos não legitimados, casados em
comunhão de bens; advogados que compõem o mesmo escritório de advocacia.
Confiram julgado interessante do STJ.

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BEM ARREMATADO POR JUIZ DO TRABALHO QUE EXERCE SUAS FUNÇÕES NA COMARCA
ONDE FOI REALIZADA A HASTA PÚBLICA – ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 690, § 1º, III DO
CPC E 497, III DO CC – INEXISTÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL. 1. (...)3. Não há
impedimento para que Juiz do Trabalho participe de leilão e arremate bem em processo
de expropriação conduzido pela Justiça Federal, ainda que exerça suas funções na mesma
Comarca, em vista da total impossibilidade de exercer influência funcional no processo de
execução. Recurso especial improvido. (STJ, Segunda Turma, REsp 1103235/ PR, Rel.
Ministro Humberto Martins, j. 19.03.2009)

Esse assunto caiu na prova discursiva da Magistratura Estadual do TJ-PB/2015. Depois


confiram o espelho da prova discursiva – questão n. 1, no próprio site do CESPE59.
Prosseguindo...
Realizada a alienação, ela será formalizada por termo nos autos, conforme art. 880, §2º.
§ 2o A alienação será formalizada por termo nos autos, com a assinatura do juiz, do
exequente, do adquirente e, se estiver presente, do executado, expedindo-se:
I - a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel;
II - a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel.
A carta de alienação é o título formal da aquisição do bem, com o qual o adquirente poderá
transferir o imóvel no registro imobiliário. A carta conterá os mesmos requisitos da carta de
arrematação.
Art. 901, § 1o A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem imóvel,
com o respectivo mandado de imissão na posse, será expedida depois de efetuado o
depósito ou prestadas as garantias pelo arrematante, bem como realizado o pagamento
da comissão do leiloeiro e das demais despesas da execução.
§ 2o A carta de arrematação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula
ou individuação e aos seus registros, a cópia do auto de arrematação e a prova de
pagamento do imposto de transmissão, além da indicação da existência de eventual ônus
real ou gravame.
Já no caso de bem móvel, a expedição da carta é desnecessária, pois a transmissão de
propriedade se dá com a tradição (art. 1.226, CC60). Há casos, porém, em que o bem móvel necessita
de registro, a exemplo dos veículos, tornando-se imperiosa, nesse caso, a expedição da carta de
alienação.
5.3.4.2.2 - Alienação por Leilão Judicial
Penhorado o bem (apreensão e depósito) e tendo havido a avaliação, seguem-se as formas
de expropriação.

59
Disponível em: < http://www.cespe.unb.br/concursos/TJ_PB_15_JUIZ/arquivos/PadraoResposta_163TJPB001-
Q01.PDF >. Acesso em 20 set. 2019.
60
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se
adquirem com a tradição.

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Não havendo adjudicação, procede-se à alienação. Dentre as formas de alienação, aquela por
iniciativa particular é preferencial. Não logrando êxito a alienação por iniciativa particular, aí sim
passamos à alienação em hasta pública ou alienação por leilão judicial.
Essa subsidiariedade está prevista no art. 881, caput, CPC.
Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a
alienação por iniciativa particular.

No CPC/73, a nomenclatura “leilão” era utilizada para alienação de bens móveis, enquanto
que os bens imóveis eram alienados em praça. Assim, hasta pública era o gênero, do qual eram
espécies o leilão e a praça.
No CPC/15, não há mais essa diferenciação. O leilão serve para alienação de qualquer bem.
Voltando...
A alienação será realizada por leiloeiro público, salvo se se tratar de bens negociados em bolsa
de valores, em que a alienação ficará a cargo dos corretores da bolsa.
Art. 881, § 1o O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro público.
§ 2o Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de bolsa de valores, todos os
demais bens serão alienados em leilão público.
Art. 883. Caberá ao juiz61 a designação do leiloeiro público, que poderá ser indicado pelo
exequente.
Designado o leiloeiro, o leilão ocorrerá, preferencialmente, na forma eletrônica, respeitando
a regulamentação do CNJ, aos requisitos da ampla publicidade, autenticidade e segurança,
observando sempre a legislação pertinente.
Não sendo possível, será realizado em lugar designado pelo juiz.
Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial.
§ 1o A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, observando-se as garantias
processuais das partes, de acordo com regulamentação específica do Conselho Nacional
de Justiça.
§ 2o A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos requisitos de ampla
publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na
legislação sobre certificação digital.
§ 3o O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz.
CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros – Remoção/2017 - Com relação à alienação em leilão
judicial, assinale a única afirmativa correta:
a) A alienação será realizada através de leilão judicial, ainda que o exequente requeira a adjudicação do bem penhorado.

61
Devendo aplicar por analogia a regra do art. 157, §2º e a distribuição alternada e equitativa entre os leiloeiros
cadastrados.

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b) Havendo necessidade de leilão presencial, o local será indicado pelo exequente.


c) Há preferência pela alienação por meio eletrônico.
d) Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que não poderá ser indicado pelo exequente.
Comentários: A alternativa A está incorreta. Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a
adjudicação ou a alienação por iniciativa particular.
A alternativa B está incorreta. Art. 882, § 3o O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz.
A alternativa C está correta. Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial.
A alternativa D está incorreta. Art. 880, § 4o Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado
nos termos do § 3o, a indicação será de livre escolha do exequente.

Ainda, atenção para o seguinte julgado do STJ:


Compete ao juízo da execução realizar a alienação judicial eletrônica, ainda que o bem
esteja situado em comarca diversa. Os procedimentos relativos à alienação judicial por
meio eletrônico, na forma preconizada pelo art. 882, § 1º, do Código Fux (CPC/2015), têm
por finalidade facilitar a participação dos licitantes, reduzir custos e agilizar processos de
execução, primando pelo atendimento dos princípios da publicidade, da celeridade e da
segurança. (...) Aliás, destaca-se que o Conselho Nacional de Justiça editou a Resolução n.
236/2016, regulamentando os procedimentos relativos à alienação judicial por meio
eletrônico, dispondo, em seu art. 16, que os bens penhorados serão oferecidos em site
designado pelo juízo da execução (art. 887, § 2º), com descrição detalhada e
preferencialmente por meio de recursos multimídia, para melhor aferição de suas
características e de seu estado de conservação. Logo, cabe ao magistrado atentar para essa
relevante alteração trazida pelo novel estatuto processual, utilizando-se desse poderoso
instrumento de alienação judicial do bem penhorado em processo executivo, que tornou
inútil e obsoleto deprecar os atos de alienação dos bens para satisfação do crédito, já que
a alienação pela rede mundial dispensa o comparecimento dos interessados no local da
hasta pública. Portanto, considerando que a alienação eletrônica permite ao interessado
participar do procedimento mediante um acesso simples à internet, sem necessidade de
sua presença no local da hasta, tem-se por justificada a recusa do cumprimento da carta
precatória pelo Juízo deprecado, visto que não há motivos para que a realização do ato de
alienação judicial eletrônica seja praticada em comarca diversa daquela do Juízo da
Execução. CC 147.746-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Seção, por
unanimidade, julgado em 27/05/2020, DJe 04/06/2020 (info 673).
Incumbirá ao leiloeiro as tarefas do art. 884, CPC.
Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público: I - publicar o edital, anunciando a alienação; II -
realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado pelo juiz; III - expor aos
pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias; IV - receber e depositar, dentro de
1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação; V - prestar contas nos 2 (dois) dias
subsequentes ao depósito.
Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a comissão
estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz.
Quais são os itens que devem constar no edital?
Art. 886. O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá: I - a descrição do
bem penhorado, com suas características, e, tratando-se de imóvel, sua situação e suas
divisas, com remissão à matrícula e aos registros; II - o valor pelo qual o bem foi avaliado,
o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o
caso, a comissão do leiloeiro designado;

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Enunciado 193, FPPC: (arts. 885, 886, II, 891, parágrafo único) Não justifica o adiamento
do leilão, nem é causa de nulidade da arrematação, a falta de fixação, pelo juiz, do preço
mínimo para a arrematação.
Sobre o preço, se a alienação se der por montante abaixo do mínimo fixado pelo magistrado,
será um preço vil. E, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a 50% da
avaliação (art. 891, parágrafo único).
E, se o preço for vil, há invalidação da alienação.
Art. 903, § 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá,
no entanto, ser: I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;

Art. 886, III - o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e, tratando-se
de créditos ou direitos, a identificação dos autos do processo em que foram penhorados;
IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão,
salvo se este se der de modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a
hora de sua realização;
V - a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não
haver interessado no primeiro;
Nesse ponto, interessante destacar uma novidade. No CPC/73, o art. 687 dispunha que só
haveria a segunda hasta pública se o bem não alcançasse o lanço superior à avaliação.
No NCPC, não se faz essa exigência. Para que ocorra um segundo leilão, basta que não haja
interessados no primeiro. Essa previsão nos conduz à conclusão de que já no primeiro leilão já é
possível lances abaixo do valor da avaliação, mas desde que não representem preço vil (art. 891,
parágrafo único).
Por exemplo, o juiz diz que admitirá o leilão por preço até 80% do valor da avaliação. No
primeiro leilão já seria possível arrematar o bem por esse preço estipulado pelo magistrado.
Ainda nesse tópico, lembrem-se que o leilão deve se realizar no horário de expediente
forense. Passando do horário, ele prosseguirá no dia útil imediato.
Art. 900. O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora em que teve início,
independentemente de novo edital, se for ultrapassado o horário de expediente forense.
Por fim, a arrematação também poderá ser suspensa na hipótese do art. 899, CPC.
Art. 899. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens for
suficiente para o pagamento do credor e para a satisfação das despesas da execução.

Art. 886, VI - menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os bens
a serem leiloados.
Parágrafo único. No caso de títulos da dívida pública e de títulos negociados em bolsa,
constará do edital o valor da última cotação.
Mesmo na ausência de dia e hora no edital, o STJ já aplicou a instrumentalidade das formas
para não decretar a nulidade do leilão, considerando que o valor da arrematação foi razoável, num
montante que potencialmente seria obtido mesmo com o edital formalmente completo.
Querem outro exemplo de aplicação da instrumentalidade das formas?

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Enunciado 193, FPPC: (arts. 885, 886, II, 891, parágrafo único) Não justifica o adiamento
do leilão, nem é causa de nulidade da arrematação, a falta de fixação, pelo juiz, do preço
mínimo para a arrematação.
A fim de promover a ampla publicidade da alienação, o art. 887 tem disposições específicas.
Art. 887. O leiloeiro público designado adotará providências para a ampla divulgação da
alienação.
§ 1o A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) dias antes da data marcada
para o leilão.
§ 2o O edital será publicado na rede mundial de computadores, em sítio designado pelo
juízo da execução, e conterá descrição detalhada e, sempre que possível, ilustrada dos
bens, informando expressamente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou presencial.
§ 3o Não sendo possível a publicação na rede mundial de computadores OU considerando
o juiz, em atenção às condições da sede do juízo, que esse modo de divulgação é
insuficiente ou inadequado, o edital será afixado em local de costume e publicado, em
resumo, pelo menos uma vez em jornal de ampla circulação local.
§ 4o Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede do juízo, o juiz poderá alterar a
forma e a frequência da publicidade na imprensa, mandar publicar o edital em local de
ampla circulação de pessoas e divulgar avisos em emissora de rádio ou televisão local, bem
como em sítios distintos do indicado no § 2o.
§ 5o Os editais de leilão de imóveis e de veículos automotores serão publicados pela
imprensa ou por outros meios de divulgação, preferencialmente na seção ou no local
reservados à publicidade dos respectivos negócios.
§ 6o O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas referentes a mais de uma
execução.
Ademais, há algumas situações específicas que exigem uma publicidade mais direcionada, a
exemplo do art. 889, CPC.
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de
antecedência: I - o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador
constituído nos autos, por carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo;
Positiva a possibilidade de intimação do executado por meio do seu advogado, pois a
intimação pessoal pode ser um empecilho enorme ao leilão.
Se não tiver advogado, mas já tiver endereço nos autos, aplicar-se-á o art. 274, parágrafo
único62.
Se não tiver advogado, tampouco endereço, é possível que no próprio edital do leilão já haja
a intimação do executado.
II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal;

62
Art. 274, Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que
não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente
comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no
primitivo endereço.

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Enunciado 154, II JDPC do CJF: O exequente deve providenciar a intimação do


coproprietário no caso da penhora de bem indivisível ou de direito real sobre bem
indivisível.
Enunciado 641, FPPC: (arts. 799, 843, 867, §5º, e 889) O exequente deve providenciar a
intimação do coproprietário no caso da penhora de bem imóvel indivisível ou de direito
real sobre bem imóvel indivisível.
Enunciado 329, FPPC: (arts. 843, caput e §1º, e 15). Na execução trabalhista deve ser
preservada a quota parte de bem indivisível do coproprietário ou do cônjuge alheio à
execução, sendo-lhe assegurado o direito de preferência na arrematação do bem em
igualdade de condições.

III - o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de uso
especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair
sobre bem gravado com tais direitos reais;
IV - o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse,
concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando
a penhora recair sobre tais direitos reais;
V - o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora anteriormente
averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor,
de qualquer modo, parte na execução;
VI - o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja
promessa de compra e venda registrada;
VII - o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de
promessa de compra e venda registrada;
VIII - a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.
Enunciado 447, FPPC: (arts. 799, 804, 889, VIII e 1.072, I) O exequente deve providenciar a
intimação da União, Estados e Municípios no caso de penhora de bem tombado.
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado constituído, não
constando dos autos seu endereço atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no endereço
constante do processo, a intimação considerar-se-á feita por meio do próprio edital de
leilão.
A ausência de intimação do devedor ou do responsável patrimonial gera nulidade de eventual
arrematação. Todavia, a ausência de intimação desses terceiros (art. 889) gera apenas ineficácia da
alienação perante a sua pessoa.
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em
relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado.
§ 1o A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de cessão registrada
será ineficaz em relação ao promitente comprador ou ao cessionário não intimado.
§ 2o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de superfície, seja do
solo, da plantação ou da construção, será ineficaz em relação ao concedente ou ao
concessionário não intimado.
§ 3o A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de venda, de promessa
de cessão ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação ao promitente vendedor, ao
promitente cedente ou ao proprietário fiduciário não intimado.

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§ 4o A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse, concessão de uso
especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso será ineficaz em relação
ao enfiteuta ou ao concessionário não intimado.
§ 5o A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real de uso ou do
concessionário de uso especial para fins de moradia será ineficaz em relação ao
proprietário do respectivo imóvel não intimado.
§ 6o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou habitação será
ineficaz em relação ao titular desses direitos reais não intimado.
Publicado o edital, dada a publicidade devida e feitas as intimações necessárias, o leilão
judicial se realizará, dentro do horário de expediente forense.
Art. 900. O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora em que teve início,
independentemente de novo edital, se for ultrapassado o horário de expediente forense.
Se não puder ser realizado, poderá ser transferido, nos termos do art. 888, CPC.
Art. 888. Não se realizando o leilão por qualquer motivo, o juiz mandará publicar a
transferência, observando-se o disposto no art. 887.
Parágrafo único. O escrivão, o chefe de secretaria ou o leiloeiro que culposamente der
causa à transferência responde pelas despesas da nova publicação, podendo o juiz aplicar-
lhe a pena de suspensão por 5 (cinco) dias a 3 (três) meses, em procedimento
administrativo regular.
Quem tem legitimidade para adquirir o bem em alienação?
Todo aquele que estiver na livre administração de seu patrimônio (art. 890, CPC). Entretanto,
o art. 890, 897, CPC e art. 497, CC elencam um rol de pessoas que, embora capazes, não podem
adquirir o bem em alienação judicial (seja por iniciativa particular, seja em hasta pública).
Procedimento do Leilão Judicial
Havendo penhora de bem (móvel, imóvel, semovente), as propostas de aquisição do bem em
prestações poderão ser formuladas conforme o art. 895, CPC.
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá apresentar,
por escrito63: I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não
inferior ao da avaliação;
Enunciado 157, II JDPC do CJF: No leilão eletrônico, a proposta de pagamento parcelado
(art. 895 do CPC), observado o valor mínimo fixado pelo juiz, deverá ser apresentada até o
início do leilão, nos termos do art. 886, IV, do CPC.
II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja
considerado vil.
Nesse inciso II, a proposta de pagamento parcelada já pode vir num montante inferior ao da
avaliação, mas desde que não seja considerado vil.
§ 1o A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos vinte
e cinco por cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30 (trinta) meses,

63
Enunciado 330, FPPC: (arts. 895 e 15). Na Justiça do trabalho, o juiz pode deferir a aquisição parcelada do bem
penhorado em sede de execução, na forma do art. 895 e seus parágrafos.

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garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem,
quando se tratar de imóveis.
FGV/TRT 12 (SC) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2017 - Em hasta pública designada pela 50ª Vara Cível
da Comarca de Itajaí (SC), foi feita a tentativa de venda de um automóvel penhorado e avaliado em R$6.000,00.
Compareceu uma pessoa interessada que apresentou, antes de ser iniciado o leilão, uma proposta por escrito de
pagamento em 3 parcelas de R$2.000,00 para arrematar o bem.
Diante do que dispõe o CPC, é correto afirmar que:
a) a proposta não pode ser aceita porque apresentada antes do início do leilão;
b) é viável a proposta parcelada sugerida pelo candidato à arrematação;
c) não há dispositivo próprio prevendo o lance parcelado, portanto, competirá ao juiz decidir;
d) a venda judicial somente pode ser feita à vista, pelo que a proposta é inaceitável;
e) somente pode ser aceita a proposta se as partes envolvidas no processo concordarem.
Comentários: A alternativa B está correta. Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá
apresentar, por escrito: I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior ao da
avaliação; II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja considerado vil. § 1o A
proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos vinte e cinco por centodo valor do lance à
vista e o restante parcelado em até 30 (trinta) meses, garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por
hipoteca do próprio bem, quando se tratar de imóveis.
No caso da questão, a entrada é de, aproximadamente, 33% (R$ 2.000,00/R$ 6.000,00) e se parcelou em apenas três
vezes, sendo viável a proposta.

§ 2o As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo, a modalidade, o


indexador de correção monetária e as condições de pagamento do saldo.
§ 3o (VETADO).
§ 4o No caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de dez
por cento sobre a soma da parcela inadimplida com as parcelas vincendas.
§ 5o O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução da arrematação OU
promover, em face do arrematante, a execução do valor devido, devendo ambos os
pedidos ser formulados nos autos da execução em que se deu a arrematação.
Esse §5º deve ser lido em conjunto com o art. 897, CPC.
Art. 897. Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo estabelecido, o juiz
impor-lhe-á, em favor do exequente, a perda da caução, voltando os bens a novo leilão,
do qual não serão admitidos a participar o arrematante e o fiador remissos.
Art. 898. O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a multa poderá requerer
que a arrematação lhe seja transferida.
Enunciado 589, FPPC: (arts. 898; 897) O termo “multa” constante no art. 898 refere-se à
perda da caução prevista no art. 897.

Art. 895, § 6o A apresentação da proposta prevista neste artigo não suspende o leilão.
§ 7o A proposta de pagamento do lance à vista sempre prevalecerá sobre as propostas de
pagamento parcelado.
Esse dispositivo é criticado pela doutrina, pois não leva em conta o valor. Ex: Uma proposta
de R$50.000,00 à vista pode ser bem pior que R$100.000,00 a prazo.

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§ 8o Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado: I - em diferentes condições,


o juiz decidirá pela mais vantajosa, assim compreendida, sempre, a de maior valor;
A previsão do inciso I também é controversa. É possível que uma proposta de menor valor,
mas com pagamento imediato ou em menos parcelas seja mais vantajosa.
Ex: R$50.000,00 pagos imediatamente ou em duas vezes é melhor que R$55.000,00 pagos em
30 parcelas.
II - em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em primeiro lugar.
§ 9o No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante pertencerão
ao exequente até o limite de seu crédito, e os subsequentes, ao executado.
Essas propostas serão apresentadas antes do início do leilão.
Durante o leilão, porém, é possível que alguém faça um lance superior e com possibilidade de
pagamento à vista que, por óbvio, será preferencial em relação ao pagamento a menor e parcelado.
Aliás, o art. 895, §7º diz que o lance à vista sempre prevalece sobre o pagamento parcelado64.
Aberto o leilão judicial, os legitimados a arrematar poderão fazer seus lances, não admitindo
preço vil.
Se a alienação se der por montante abaixo do mínimo fixado pelo magistrado, será um preço
vil. E, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a 50% da avaliação (art.
891, parágrafo único).
E, se o preço for vil, há invalidação da alienação (art. 903, §1º, I).
Segundo o art. 892, salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento deve ser
realizado de imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou por meio eletrônico.
Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento deverá ser
realizado de imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou por meio eletrônico.
§ 1o Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará obrigado a exibir o
preço, mas, se o valor dos bens exceder ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias,
a diferença, sob pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á
novo leilão, à custa do exequente.
§ 2o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação, e, no caso de
igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o
ascendente do executado, nessa ordem.
§ 3o No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa
ordem, o direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta.
Se o bem imóvel penhorado pertencer a incapaz, aplica-se o art. 896.
Art. 896. Quando o imóvel de incapaz não alcançar em leilão pelo menos oitenta por cento
do valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda e à administração de depositário idôneo,
adiando a alienação por prazo não superior a 1 (um) ano.

64
Esse dispositivo é criticado pela doutrina, pois não leva em conta o valor. Ex: Uma proposta de R$50.000,00 à vista
pode ser bem pior que R$100.000,00 a prazo.

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§ 1o Se, durante o adiamento, algum pretendente assegurar, mediante caução idônea, o


preço da avaliação, o juiz ordenará a alienação em leilão.
§ 2o Se o pretendente à arrematação se arrepender, o juiz impor-lhe-á multa de vinte por
cento sobre o valor da avaliação, em benefício do incapaz, valendo a decisão como título
executivo.
§ 3o Sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o, o juiz poderá autorizar a locação do imóvel no
prazo do adiamento.
§ 4o Findo o prazo do adiamento, o imóvel será submetido a novo leilão.
Se o imóvel admitir divisão, o juiz pode ordenar alienação judicial de parte dele, a
requerimento do executado.
Art. 894. Quando o imóvel admitir cômoda divisão, o juiz, a requerimento do executado,
ordenará a alienação judicial de parte dele, desde que suficiente para o pagamento do
exequente e para a satisfação das despesas da execução.
§ 1o Não havendo lançador, far-se-á a alienação do imóvel em sua integridade.
§ 2o A alienação por partes deverá ser requerida a tempo de permitir a avaliação das glebas
destacadas e sua inclusão no edital, e, nesse caso, caberá ao executado instruir o
requerimento com planta e memorial descritivo subscritos por profissional habilitado.
Terminado o leilão, haverá a lavratura de um auto. Quando não houver arrematação, lavrar-
se-á o auto negativo.
Oferecidos os lances e havendo um ganhador, a arrematação se encerra com a elaboração de
um auto, lavrado imediatamente, que irá documentar os atos praticados oralmente no leilão,
mencionando as condições pelas quais o bem foi alienado.
Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo
arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e
irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado OU
a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação
pelos prejuízos sofridos.
§ 4o Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da
arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo processo o arrematante
figurará como litisconsorte necessário.
Enunciado 644, FPPC: (art. 903, §§3º e 4º) A ação autônoma referida no §4º do art. 903
com base na alegação de preço vil não pode invalidar a arrematação.

Auto de arrematação x Carta de arrematação


O auto de arrematação está previsto no art. 901, caput e art. 903, CPC, sendo lavrado assim
que encerrado o leilão.
Art. 901. A arrematação constará de auto que será lavrado de imediato e poderá abranger
bens penhorados em mais de uma execução, nele mencionadas as condições nas quais foi
alienado o bem.

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Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo
arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e
irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado OU
a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação
pelos prejuízos sofridos.
Já a carta de arrematação está prevista no art. 901, §§1º e 2º, CPC, sendo expedida
posteriormente, depois de efetuado o depósito ou prestadas as garantias pelo arrematante, bem
como realizado o pagamento da comissão do leiloeiro e das demais despesas da execução.
Art. 901, § 1o A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem imóvel,
com o respectivo mandado de imissão na posse, será expedida depois de efetuado o
depósito ou prestadas as garantias pelo arrematante, bem como realizado o pagamento
da comissão do leiloeiro e das demais despesas da execução.
§ 2o A carta de arrematação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula
ou individuação e aos seus registros, a cópia do auto de arrematação e a prova de
pagamento do imposto de transmissão, além da indicação da existência de eventual ônus
real ou gravame.
Esse art. 901, §2º comprova a tese de que para haver o registro no cartório, exige-se tão
somente a comprovação da quitação dos impostos de transmissão.
Os demais encargos tributários serão abatidos do produto da arrematação.
Prosseguindo...
O art. 903, §1º prevê as hipóteses de arrematação viciada.
§ 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no
entanto, ser: I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
Enunciado 644, FPPC: (art. 903, §§3º e 4º) A ação autônoma referida no §4º do art. 903
com base na alegação de preço vil não pode invalidar a arrematação.
Esse “outro vício” permite uma miríade de casos. A exemplo, se houver vício na publicidade,
falta de intimação do executado, impedimento do arrematante (art. 890) etc.
Enunciado 542, FPPC: (art. 903, caput, §§1º e 4º) Na hipótese de expropriação de bem por
arrematante arrolado no art. 890, é possível o desfazimento da arrematação.

II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 80465;


III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
Esses vícios devem ser suscitados no prazo de 10 dias contados da arrematação.
§ 2o O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1o, se for provocado em até 10 (dez)
dias após o aperfeiçoamento da arrematação.
Embora o §2º diga que o juiz será provocado, a doutrina tem dito que os vícios da arrematação
são matérias de ordem pública, razão pela qual também o juiz pode conhecê-las de ofício.
Passados os 10 dias, será expedida carta de arrematação.

65
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação ao credor
pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado.

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§ 3o Passado o prazo previsto no § 2o sem que tenha havido alegação de qualquer das
situações previstas no § 1o, será expedida a carta de arrematação e, conforme o caso, a
ordem de entrega ou mandado de imissão na posse.
§ 5o O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe imediatamente devolvido
o depósito que tiver feito:
I - se provar, nos 10 (dez) dias seguintes, a existência de ônus real ou gravame não
mencionado no edital;
II - se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem de entrega, o executado alegar
alguma das situações previstas no § 1o;
III - uma vez citado para responder a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo, desde
que apresente a desistência no prazo de que dispõe para responder a essa ação.
§ 6o Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça a suscitação infundada de vício
com o objetivo de ensejar a desistência do arrematante, devendo o suscitante ser
condenado, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos, ao pagamento de multa,
a ser fixada pelo juiz e devida ao exequente, em montante não superior a vinte por cento
do valor atualizado do bem.

IBFC/EBSERH – Advogado (HUGG-UNIRIO)/2017 - Assinale a alternativa INCORRETA sobre a adjudicação de bens


penhorados em execução monetária após analisar os itens a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de
16/03/2015 (Novo Código de Processo Civil).
a) É lícito ao exequente, desde que oferecendo preço superior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os
bens penhorados
b) Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado
constituído nos autos, por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não
tiver procurador constituído nos autos ou por meio eletrônico, quando, sendo empresa constituída sob a forma de
sociedade anônima, não tiver procurador constituído nos autos
c) É dispensável a intimação do executado, citado por edital, diante do requerimento de adjudicação quando ele não tiver
procurador constituído nos autos
d) Transcorrido o prazo de 10 (dez) dias, contado da última intimação, e decididas eventuais questões, o juiz ordenará a
lavratura do auto de adjudicação
e) Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo
escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se a carta de adjudicação e o mandado
de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel ou a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem
móvel.
Comentários: A alternativa A está correta. Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação,
requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
Confesso que a letra A, na minha visão, também estaria incorreta, porquanto o art. 876 fala em preço não inferior e não
preço superior. Ex: o preço oferecido pode ser igual ao da avaliação.
A alternativa B está correta. Art.876 § 1o Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido: I - pelo Diário
da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando
representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos; III - por meio eletrônico,
quando, sendo o caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos. § 2o Considera-se realizada a
intimação quando o executado houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto
no art. 274, parágrafo único.

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A alternativa C está correta. Art. 876, §3o Se o executado, citado por edital, não tiver procurador constituído nos autos,
é dispensável a intimação prevista no § 1o.
A alternativa D está incorreta. Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas
eventuais questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
A alternativa E está correta. Art. 877 § 1o Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura
do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado,
expedindo-se: I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel; II - a ordem
de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel.

Cuidado! Confiram o seguinte caso julgado pelo STJ:


Ainda que perfectibilizada a arrematação do bem objeto de penhora na execução civil,
os valores levantados devem ser restituídos ao juízo, quando, coexistindo execução
fiscal, ausente a prévia intimação da Fazenda Pública. Caso concreto: banco ajuizou
execução contra devedor e conseguiu a penhora de um imóvel; algum tempo depois, a
União ajuizou execução fiscal contra esse mesmo devedor e conseguiu a penhora desse
mesmo imóvel; no primeiro processo (o do banco), o juiz autorizou a alienação judicial do
bem (hasta pública); o dinheiro obtido foi depositado e o juiz, sem ouvir a Fazenda Nacional
(União) autorizou que o banco fizesse o levantamento da quantia; em uma situação como
essa, o banco terá que devolver o dinheiro; isso porque coexistindo execução fiscal e
execução civil, contra o mesmo devedor, com pluralidade de penhoras recaindo sobre o
mesmo bem, o produto da venda judicial, por força de lei, deve satisfazer o crédito fiscal
em primeiro lugar. STJ. 3ª Turma. REsp 1661481-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
10/03/2020 (Info 667).
5.3.4.3 – Apropriação de frutos e rendimento de empresa, estabelecimentos ou outros bens

Consoante art. 825, CPC, a expropriação de bens do devedor pode se realizar pela:
Art. 825. A expropriação consiste em: I - adjudicação; II - alienação; III - apropriação de
frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
A ideia do art. 825, III é compatibilizar a máxima efetividade com o princípio da menor
onerosidade ao devedor (art. 805). Isso porque ao permitir que o credor se aproprie de frutos e
rendimentos da empresa, satisfaz-se paulatinamente a obrigação sem despojar o executado do
domínio sobre seus bens, mantendo-o na atividade produtiva.
A ideia do art. 825 é que o rol ali previsto é em ordem preferencial. Entretanto, o enunciado
106, I JDPC do CJF dispõe que, se não houver prejuízo ao exequente e for mais favorável ao
executado, a apropriação de frutos e rendimentos (inciso III) poderá ser priorizada em relação aos
demais incisos (I e II).
Isso porque com a adjudicação e alienação, a propriedade é transferida para o exequente ou
terceiro, despojando o executado de seus bens para que possa continuar na atividade produtiva.
O inciso III, por sua vez, compatibiliza a satisfação do exequente, porquanto irá receber os
frutos e rendimentos daquele bem, mas também protege o devedor, já que irá manter o bem dentro
de sua esfera de domínio.
Enunciado 106, I JDPC do CJF: Na expropriação, a apropriação de frutos e rendimentos
poderá ser priorizada em relação à adjudicação, se não prejudicar o exequente e for mais
favorável ao executado.

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Elencamos as três espécies de expropriação previstas no art. 825, CPC. Entretanto, recorda-
se que Daniel Assumpção defende a existência de hipótese fora desse rol que também pode ser
enquadrado como expropriação, qual seja, alienação antecipada dos bens (art. 852). Segundo o
autor, seria uma modalidade específica e excepcional de alienação por iniciativa particular.
Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados quando: I - se
tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de outros bens móveis
sujeitos à depreciação ou à deterioração; II - houver manifesta vantagem.
No inciso I, o legislador entende que veículos automotores, pedras e metais preciosos já são,
por si só, sujeitos à depreciação e deterioração, razão pela qual eles devem ser alienados
antecipadamente. Já quanto a outros bens móveis, o juiz avaliará caso a caso.
No inciso II, confere-se grande poder ao juiz de verificar a vantagem na alienação antecipada,
também devendo ser analisado caso a caso.
A medida pode ser requerida pelas partes ou mesmo determinada de ofício pelo juiz. De
qualquer modo, as partes serão ouvidas a respeito anteriormente.
Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medidas previstas nesta Subseção,
o juiz ouvirá sempre a outra, no prazo de 3 (três) dias, antes de decidir.
Parágrafo único. O juiz decidirá de plano qualquer questão suscitada.
FCC/TRT 20 (SE) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2016 - Na execução por quantia certa,
a) a expropriação consistirá em adjudicação e alienação, bem como apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou
de estabelecimentos e de outros bens.
b) antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode remir a execução, pagando ou consignando a
importância histórica da dívida, sem acréscimo de juros ou honorários advocatícios.
c) o executado será citado para pagar a dívida no prazo de quinze dias, contado da citação ou da juntada do último
mandado aos autos, em caso de mais de um executado, sob pena de multa de 10% sobre o valor da execução.
d) ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, independentemente da oposição de embargos, honorários advocatícios
de vinte por cento sobre o valor da causa, a serem pagos pelo executado, os quais são reduzidos à metade em caso de
pagamento espontâneo da dívida.
e) se o oficial não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução, os quais
serão convertidos em penhora, dispensando-se a citação do devedor.
Comentários: A alternativa A está correta. Art. 825. A expropriação consiste em: I - adjudicação; II - alienação; III -
apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
A alternativa B está incorreta. Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo,
remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários
advocatícios.
A alternativa C está incorreta. Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da
citação.
A alternativa D está incorreta. Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez
por cento, a serem pagos pelo executado. § 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.

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A alternativa E está incorreta. Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução. § 1o Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça
procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora
certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.

5.3.5 - Entrega de Dinheiro ao Credor


A última etapa da execução por quantia certa é a satisfação do crédito. E tal satisfação se dá
conforme o art. 904, CPC.
Art. 904. A satisfação do crédito exequendo far-se-á: I - pela entrega do dinheiro; II - pela
adjudicação dos bens penhorados.
Como a adjudicação já foi estudada, iremos focar no art. 904, I, CPC. Segundo Didier,
Leonardo, Paula e Rafael, esse dinheiro destinado ao exequente pode derivar:
a) do simples levantamento do valor depositado, quando a penhora houver sido feita em
dinheiro;
b) da alienação judicial do bem penhorado – por adjudicação a terceiro, por alienação
particular ou por alienação em hasta pública;
c) da expropriação de frutos ou rendimentos de coisas penhoradas.
Art. 905. O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral de seu crédito,
o dinheiro depositado para segurar o juízo OU o produto dos bens alienados, bem como
do faturamento de empresa OU de outros frutos e rendimentos de coisas ou empresas
penhoradas, quando:
Vamos tratar dos dois incisos previstos no art. 905.
Inciso I
Art. 905. O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral de seu crédito,
o dinheiro depositado para segurar o juízo OU o produto dos bens alienados, bem como
do faturamento de empresa OU de outros frutos e rendimentos de coisas ou empresas
penhoradas, quando: I - a execução for movida só a benefício do exequente singular, a
quem, por força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados e
alienados;
Se só existe um credor, o juiz expede um alvará de levantamento, permitindo o recebimento
do dinheiro. Ainda, a expedição do mandado de levantamento pode ser substituída pela
transferência eletrônica do valor depositado em conta indicada pelo exequente. Nada impede que o
credor indique, aliás, duas contas bancárias para o depósito, v.g., a dele mesmo e a de seu advogado,
de modo que os honorários contratuais ad exitum e/ou os sucumbenciais já poderiam ser
depositados diretamente na conta bancária do causídico66.
Art. 906, Parágrafo único. A expedição de mandado de levantamento poderá ser
substituída pela transferência eletrônica do valor depositado em conta vinculada ao juízo
para outra indicada pelo exequente.
Entregue o dinheiro, o credor dará quitação.

66
BERALDO, Leonardo de Faria. Comentários às Inovações do Código de Processo Civil Novo CPC: Lei 13.105/2015. Belo
Horizonte: Del Rey, 2015, p. 337.

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Art. 906. Ao receber o mandado de levantamento, o exequente dará ao executado, por


termo nos autos, quitação da quantia paga.
O advogado, para receber o dinheiro em nome de seu cliente, precisa ter poder especial para
receber e dar quitação (art. 105, CPC).
Importante frisar que, durante o plantão judiciário, é vedada a concessão desses pleitos de
levantamento e liberação de bens.
Art. 905, Parágrafo único. Durante o plantão judiciário, veda-se a concessão de pedidos de
levantamento de importância em dinheiro ou valores ou de liberação de bens apreendidos.
Se o montante pago ultrapassar o devido, o que sobejar será restituído ao devedor.
Art. 907. Pago ao exequente o principal, os juros, as custas e os honorários, a importância
que sobrar será restituída ao executado.
Sendo integralmente satisfeita a obrigação (principal, juros, custas e honorários), e não
havendo sobra, o processo executivo é extinto.
Art. 924. Extingue-se a execução quando: II - a obrigação for satisfeita;
Se a obrigação não for integralmente satisfeita, a execução prosseguirá no que faltar,
podendo o exequente pleitear uma segunda penhora.
Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se: II - executados os bens, o produto
da alienação não bastar para o pagamento do exequente;
Inciso II
Os problemas maiores se dão quando há concurso de credores, cada qual com seu título legal
de preferência sobre o dinheiro depositado.
Art. 905. O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral de seu crédito,
o dinheiro depositado para segurar o juízo OU o produto dos bens alienados, bem como
do faturamento de empresa OU de outros frutos e rendimentos de coisas ou empresas
penhoradas, quando:
II - não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências instituídos
anteriormente à penhora.
5.3.5.1 - Direito de Preferência

Se houver várias execuções com penhoras sobre o mesmo bem (concurso de penhoras), cada
credor conserva seu título preferencial do direito material (v.g. direito real de garantia). A
distribuição do dinheiro se dá de acordo com as preferências e não conforme a anterioridade da
penhora.
Art. 908. Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o dinheiro lhes será distribuído
e entregue consoante a ordem das respectivas preferências.
§ 2o Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os
concorrentes, observando-se a anterioridade de cada penhora.
Devem ser estudados dois tipos de concursos: a) concurso de credores com preferências
diversas; b) concurso de credores com a mesma preferência ou concurso de credores sem qualquer
preferência (quirografários).

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Para o concurso de credores com preferências diversas, segundo Didier, Leonardo, Paula e
Rafael, devemos nos abeberar do Código Civil. Segundo o art. 958, CC, os títulos legais de preferência
são os privilégios (ex: crédito fiscal, trabalhista etc.) e os direitos reais de garantia.
Art. 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais.
Assim, na execução civil, inicia-se pelos créditos de acidente de trabalho e da legislação
trabalhista.
Após, passa-se ao crédito tributário, valendo lembrar que o STF67 declarou a não recepção
pela Constituição da República de 1988 das normas previstas no parágrafo único do art. 187 do CTN
e do parágrafo único do art. 29 da Lei de Execuções Fiscais, bem como cancelamento da Súmula n.
563 do STF, que criavam preferência da União em relação a Estados, municípios e ao DF na cobrança
judicial de créditos da dívida ativa.
Por fim, vamos aos créditos com garantia real e as preferências legais. Nesse ponto, o art.
961, CC determina que o crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie e o crédito pessoal
privilegiado, ao simples; e o privilégio especial, ao geral.
Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito pessoal
privilegiado, ao simples; e o privilégio especial, ao geral.
Por último, não havendo título legal de preferência, terão os credores igual direito sobre os
bens do devedor. Aqui, aplica-se a regra da prioridade na penhora.
Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os
bens do devedor comum.

Havendo concurso de credores com preferências diversas:


Art. 909. Os exequentes formularão as suas pretensões, que versarão unicamente sobre
o direito de preferência e a anterioridade da penhora, e, apresentadas as razões, o juiz
decidirá.
Nesse caso, a ordem é:
a) créditos oriundos da legislação trabalhista, limitados a 150 SM por credor e os decorrentes
de acidente de trabalho;
b) créditos tributários;
c) créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado, registrando-se decisões
do STJ que entendem que o crédito condominial prefere o crédito com garantia real;
EXECUÇÃO. ARREMATAÇÃO. DESPESA CONDOMINIAL. PREFERÊNCIA. A recorrente foi
condenada na ação de cobrança de contribuições condominiais em atraso referente a
imóvel residencial. Daí advieram à execução, o leilão e a arrematação do imóvel
(apartamento e vaga na garagem). Esses bens foram dados em garantia hipotecária em
favor de instituição bancária, a qual depositou o valor pertinente à arrematação e postulou

67
ADPF 357/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 24/06/2021, info 1023.

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a preferência de seu crédito em detrimento do crédito condominial e os honorários


correspondentes a essa cobrança judicial. A decisão recorrida acatou a pretensão do banco,
por entender ser do credor hipotecário a preferência ao crédito. O acórdão recorrido
consignou, ainda, não haver discordância, nos autos, sobre a existência do direito real de
garantia, só havendo insurgência do exequente contra a habilitação e a concessão de
preferência ao credor hipotecário. Ressalta o Min. Relator, entretanto, que, segundo a
jurisprudência deste Superior Tribunal, o crédito condominial tem preferência sobre o
crédito hipotecário, por constituir obrigação propter rem, pois constituído o crédito em
razão do próprio bem. Por outro lado, quanto à preferência dos honorários advocatícios
devidos pela procedência da ação de cobrança da contribuição condominial, eles
constituem também crédito privilegiado dada sua natureza alimentar. Diante do exposto,
a Turma deu provimento ao recurso, declarando preferenciais os créditos condominiais e
os honorários advocatícios sucumbenciais em relação ao crédito hipotecário.
Precedentes citados: REsp 654.651-SP, DJ 28/5/2007; AgRg no REsp 773.285-RJ, DJ
14/12/2007, e REsp 598.243-RJ, DJ 28/8/2006. REsp 511.003-SP, Rel. Min. Aldir Passarinho
Junior, julgado em 18/5/2010 (info 435).
Ainda que perfectibilizada a arrematação do bem objeto de penhora na execução civil,
os valores levantados devem ser restituídos ao juízo, quando, coexistindo execução
fiscal, ausente a prévia intimação da Fazenda Pública. Caso concreto: banco ajuizou
execução contra devedor e conseguiu a penhora de um imóvel; algum tempo depois, a
União ajuizou execução fiscal contra esse mesmo devedor e conseguiu a penhora desse
mesmo imóvel; no primeiro processo (o do banco), o juiz autorizou a alienação judicial do
bem (hasta pública); o dinheiro obtido foi depositado e o juiz, sem ouvir a Fazenda Nacional
(União) autorizou que o banco fizesse o levantamento da quantia; em uma situação como
essa, o banco terá que devolver o dinheiro; isso porque coexistindo execução fiscal e
execução civil, contra o mesmo devedor, com pluralidade de penhoras recaindo sobre o
mesmo bem, o produto da venda judicial, por força de lei, deve satisfazer o crédito fiscal
em primeiro lugar. STJ. 3ª Turma. REsp 1661481-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
10/03/2020 (Info 667).
d) crédito com privilégio especial;
e) crédito com privilégio geral.

A ordem do art. 83, Lei n. 11.101/05 é bem interessante, mas ela se aplica para os processos
de falência, no chamado concurso universal de credores.
No caso de execução civil, não se trata de concurso universal, mas sim de concurso singular
de credores.
Assim, há algumas regras diferentes. Por exemplo, na falência, o crédito com garantia real
tem maior preferência que o crédito tributário.
Na execução civil, ao revés, aplica-se o art. 186, CTN, em que o crédito tributário prefere a
qualquer outro, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou de acidente de
trabalho.
CTN, Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou
o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho
ou do acidente de trabalho.

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Para o concurso de credores com a mesma preferência ou concurso de credores sem


qualquer preferência (quirografários), segundo Didier, Leonardo, Paula e Rafael, aplicam-se três
regras:
1ª regra: O credor da primeira penhora tem preferência no recebimento do dinheiro que
resultar da expropriação do bem.
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso
universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o
direito de preferência sobre os bens penhorados.
Art. 908, § 2o Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os
concorrentes, observando-se a anterioridade de cada penhora.
2ª regra: O credor com a segunda penhora só exercitará seu direito sobre o saldo que restar
após a satisfação da primeira penhora.
3ª regra: Sucessivas penhoras sobre o mesmo objeto não afetam o direito de preferência dos
que anteriormente já obtiveram a constrição judicial.
Art. 797, Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada
exequente conservará o seu título de preferência.
A fim de prestigiar o credor diligente, havendo arresto (pré-penhora do art. 830), a
preferência oriunda da penhora retroage à data da efetivação do arresto. Portanto, quando o art.
797, caput, diz “pela penhora”, entende-se que ali também está incluída a hipótese de arresto.
Em acréscimo, por conta do art. 495, §4º, a doutrina tem dito que a averbação da hipoteca
judiciária em matrícula do imóvel também gera a preferência.
Art. 495, § 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor
hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros
credores, observada a prioridade no registro.
MPE-GO/MPE-GO – Promotor de Justiça Substituto - Anulada/2019 - De acordo com o Código de Processo Civil, a respeito
do processo de execução, é correto afirmar:
a)Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, a ordem de preferência se estabelecerá pelo critério da
anterioridade das penhoras.
b) O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15
(quinze) dias, satisfazer a obrigação.
c) Após a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes, somente terá a inscrição cancelada após
efetuado o pagamento.
d) O título estrangeiro somente terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela
legislação brasileira e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.
Comentários: A alternativa B está correta. Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título
executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
A alternativa A está incorreta. Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso
universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os
bens penhorados. Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o
seu título de preferência.
Para o concurso de credores com a mesma preferência ou concurso de credores sem qualquer preferência
(quirografários), segundo Didier, Leonardo, Paula e Rafael, aplicam-se três regras:
1ª regra: O credor da primeira penhora tem preferência no recebimento do dinheiro que resultar da expropriação do
bem.

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Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no
interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Art. 908, § 2o Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os concorrentes, observando-se a
anterioridade de cada penhora.
2ª regra: O credor com a segunda penhora só exercitará seu direito sobre o saldo que restar após a satisfação da primeira
penhora.
3ª regra: Sucessivas penhoras sobre o mesmo objeto não afetam o direito de preferência dos que anteriormente já
obtiveram a constrição judicial.
Art. 797, Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o seu título
de preferência.
A alternativa C está incorreta Art. 782,§3º. A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do
executado em cadastros de inadimplentes. §4º. A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o
pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo.
A alternativa D está incorreta. Art. 784, § 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os
requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de
cumprimento da obrigação.

Diante do concurso, as execuções individuais devem ser reunidas no juízo:


1ª corrente: em que ocorreu a primeira penhora (ou pré-penhora), previsão essa existente
no CPC/39 (art. 1.018), cuja ideia também era aplicada no CPC/73.
PENHORAS MÚLTIPLAS. CONCURSO ESPECIAL. A incidência de múltiplas penhoras sobre
um mesmo bem não leva ao concurso universal de credores (que pressupõe a insolvência
do devedor). Essa circunstância implica sim concurso especial ou particular (art. 613 do
CPC), que não reúne todos os credores do executado, tampouco todos os seus bens,
consequências que são próprias do concurso universal. No concurso particular, concorrem
unicamente os exequentes cujos créditos opostos ao executado são garantidos por um
mesmo bem sucessivamente penhorado. Em princípio, havendo mais de uma penhora em
juízos diferentes contra o mesmo devedor, o concurso efetuar-se-á naquele em que
houver a primeira constrição. Contudo, essa regra comporta exceções, sua aplicabilidade
restringe-se às hipóteses de competência relativa, sujeitas à alteração pela conexão. A
tramitação de diferentes execuções em Justiças diversas importa em manifesta
incompatibilidade funcional entre os respectivos juízos, inerente à competência absoluta,
o que inviabiliza a reunião dos processos. No trato de penhora no rosto dos autos (art. 674
do CPC), a competência será do próprio juízo no qual ela foi efetuada, pois é nele que se
concentram todos os pedidos de constrição. Ademais, a relação jurídica processual
estabelecida na ação em que há as referidas penhoras somente estará definitivamente
encerrada após satisfeito seu autor. Outro ponto que favorece estabelecer a competência
do juízo onde foi realizada a penhora no rosto dos autos é sua imparcialidade, visto que
nele não tramita nenhuma das execuções, de modo que ficará assegurada sua total isenção
no processamento do concurso especial. Esse concurso deverá ser processado em
incidente apartado e apenso aos autos principais, mediante a intimação de todos aqueles
que efetivaram penhora no rosto dos autos, a fim de que seja instalado o contraditório e
respeitado o devido processo legal (arts. 711 a 713 do CPC). Esse incidente instaura
verdadeiro processo de conhecimento em que se definirá a ordem de pagamento dos
credores habilitados, no qual é possível, até, a produção de provas tendentes à

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demonstração do direito de preferência e da anterioridade da penhora. Precedente citado:


CC 41.133-SP, DJ 21/6/2004. REsp 976.522-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
2/2/2010 (informativo 421).
2ª corrente: Devem ser reunidas perante o juízo em que está para ocorrer a 1ª alienação.
Se os feitos correm perante juízos com competência absoluta distinta, não será possível a
reunião de causas, devendo o magistrado promover a expropriação e colocar o dinheiro à disposição
do juízo da 1ª penhora.
Aliás, a súmula 270, STJ corrobora esse pensamento.
Súmula 270, STJ: O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na justiça estadual, não desloca a competência para a justiça
federal.
Terminamos...
Como não poderia deixar de ser, vamos fazer algumas questões objetivas para fixar o
conhecimento?

6 - QUESTÕES
6.1 – LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Procurador

Q1. CESPE/MPC-PA – Procurador de Contas/2019


Uma vez que, em determinado momento processual do cumprimento de sentença, as partes não
chegaram a um acordo sobre o modo de realização da alienação de bens que haviam sido
anteriormente penhorados, o autor requereu que prevalecesse o seu pleito.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a)Visto que o processo começa por iniciativa da parte e desenvolve-se por impulso oficial, não caberá
ao juiz determinar a alienação de bens em leilão.
b) Caso o autor tenha se posicionado no sentido de alienação por intermédio de corretor, o juiz não
poderá determinar a alienação na forma de leilão.
c) Deverá ser atendido o pleito autoral, dada a necessária correspondência entre a tutela jurisdicional
e o pedido vindicado em juízo.
d) Será a decisão do juiz passível de impugnação, mediante o recurso de agravo de instrumento, se
ele determinar a forma de alienação.
e) É inadmissível a possibilidade de o juiz consultar as partes a respeito da solução da forma de
realização da alienação dos bens.
Q2. FEPESE/PGE-SC Procurador do Estado/2018

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No que diz respeito ao processo de execução, é correto afirmar:


a) Na ação de execução, a citação do devedor interrompe a prescrição.
b) Em se tratando de ação de execução de obrigação de entrega de coisa certa, o devedor será citado
para, em quinze dias a contar da citação, satisfazer a obrigação.
c) No caso de execução por quantia certa, com a penhora dá-se a transmissão da propriedade ao
credor, o qual deverá depositar a diferença a mais, caso a avaliação seja inferior ao débito.
d) No caso de ação de execução por quantia certa, o devedor será citado para pagar a dívida no prazo
de três dias, contados da citação.
e) Em todas as hipóteses previstas em lei, a fraude à execução importa em anulação do ato de
alienação.
Q3. FMP/PGE-AC – Procurador do Estado/2017
Considere as seguintes afirmativas sobre o tema do processo de execução no âmbito do Código de
Processo Civil. Assinale a alternativa INCORRETA.
a) O exequente tem o direito de desistir de toda a execução, não podendo, porém, desistir de apenas
alguma medida executiva.
b) Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
c) O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional, pode promover a execução forçada
ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário.
d) O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o
executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o
procedimento.
e) O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em
julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução.
Q4. CESPE/PGE-AM – Procurador do Estado/2016
No que concerne ao direito empresarial em sentido amplo, julgue o item a seguir.
Se um título com prazo de vencimento definido não for tempestivamente pago, o credor poderá
mover ação de execução; todavia, verificada alguma nulidade, o juiz pronunciará nula, de ofício ou a
requerimento da parte, a execução.
Q5. FCC/Prefeitura de Teresina-PI – Técnico de Nível Superior – Advogado/2016
A respeito da execução em geral, considere:
I. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a
liquidez da obrigação constante do título executivo.
II. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o seu título de
preferência.
III. Feita a partilha, cada herdeiro responde solidariamente pela totalidade das dívidas do falecido,
dentro das forças da herança.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.

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b) I e II.
c) II e III.
d) II.
e) III.
Q6. FAFIPA/Câmara de Cambará-PR – Procurador Jurídico/2016
Acerca das diversas espécies de execução previstas no Código de Processo Civil vigente, assinale a
alternativa CORRETA.
a) Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado para exercer a
opção e realizar a prestação dentro de 30 (trinta) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei
ou em contrato.
b) Na execução, o despacho que ordena a citação interrompe a prescrição, ainda que proferido por
juízo incompetente.
c) É anulável a execução se o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida
e exigível.
d) Quando, por vários meios, o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça
pelo modo menos oneroso para o exequente.
Q7. VUNESP/IPSMI – Procurador/2016
Ademar é devedor de um cheque, cujo credor é Manoel. Imaginando que Manoel ingresse com ação
de execução, é correto afirmar que
a) sendo citado Ademar, terá três dias para realizar o pagamento. Caso o faça nesse prazo, terá como
benefício deixar de pagar 10% de multa sobre os valores devidos.
b) Manoel poderá em sua petição inicial declinar quais os bens de Ademar quer ver penhorados para
garantir a dívida.
c) a averbação da distribuição da ação nos cartórios, se realizada por Manoel, gerará presunção
absoluta de fraude contra credores, caso ocorra a venda do bem averbado.
d) Ademar, ao ser citado, poderá em 15 dias proceder ao pagamento, sob pena de ser-lhe aplicada
multa de 10% sobre o valor do débito executado por Manoel.
e) caso Ademar pague no prazo definido em lei, mas o faça de forma parcial, sobre o saldo restante
recairá multa de 10%, que será revertida ao final em favor de Manoel.
Q8. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros – Provimento/2016
Referentemente à arrematação, assinale a afirmação INCORRETA:
a) Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo estabelecido, o juiz impor-lhe-á, em
favor do exequente, a perda da caução, voltando os bens a novo leilão, do qual não serão admitidos
a participar o arrematante e o fiador remissos.
b) O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a multa poderá exercitar a jurisdição para
efeito de ver-se restituído do valor que desembolsou em favor do afiançado.
c) Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens for suficiente para o
pagamento do credor e para a satisfação das despesas da execução.

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d) O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora em que teve início, independentemente
de novo edital, se for ultrapassado o horário de expediente forense.
Q9. INSTITUTO AOCP/TRT 1ª Região (RJ) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2018
Em relação à tutela executiva, assinale a alternativa correta.
a) A execução deve propiciar ao exequente exatamente e apenas aquilo que ele obteria com o
adimplemento voluntário, não podendo ser substituída a coisa em caso de deterioração.
b) A responsabilidade em sede de direito de superfície recai, em relação ao superficiário, tanto sobre
o eventual bem imóvel que se encontra em sua posse quanto sobre os frutos de eventual atividade
ali realizada.
c) Tendo-se em vista que os procedimentos de execução não preveem contestação, não se aplica
sobre estes o princípio do contraditório e ampla defesa, principalmente em razão de a existência de
título executivo esgotar qualquer matéria de defesa.
d) Independentemente da participação do fiador do título executivo extrajudicial na fase cognitiva
do procedimento judicial, este poderá ser executado na fase de cumprimento de sentença.
e) O processo de execução de títulos extrajudiciais pode ser promovido contra o responsável titular
do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito.
Q10. FCC/TRT 6ª REGIÃO (PE) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2018
Na execução por quantia certa, em relação à penhora de bens:
a) A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota promissória ou cheque far-se-á pela
apreensão do documento, desde que este se encontre em poder do executado.
b) São impenhoráveis quaisquer móveis, pertences ou utilidades domésticas que guarnecem a
residência do executado, bem como os pertences de seu uso pessoal.
c) O rol de bens a serem penhorados na execução segue ordem compulsória e é taxativo.
d) Não se procederá à segunda penhora, salvo, exclusivamente, se a primeira for anulada ou o
produto da alienação dos bens for insuficiente.
e) Será admitida a redução ou a ampliação da penhora, bem como sua transferência para outros
bens, se, no curso do processo, o valor de mercado dos bens penhorados sofrer alteração
significativa.
Q11. CESPE/STJ – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2018
A respeito de recursos nos tribunais, meios de impugnação das decisões judiciais, processo de
execução e mandado de segurança, julgue o item a seguir.
Para fins de substituição da penhora, a legislação processual equipara ao dinheiro a fiança bancária
e o seguro garantia judicial, desde que o valor não seja inferior ao do débito constante da inicial da
execução acrescido de 30%.

Magistratura

Q12. VUNESP/TJAC – Juiz de Direito Substituto/2019

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A execução por quantia certa fundada em título executivo extrajudicial tem como instrumento típico
de coerção a realização da expropriação de bens do executado, que se inicia através da penhora,
sobre a qual é correto asseverar que
a)para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar a
averbação da penhora no registro competente, necessariamente por mandado judicial.
b) em se tratando de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou
do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
c) o executado pode, no prazo de 15 (quinze) dias contados da intimação da penhora, requerer a
substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará
prejuízo ao exequente.
d) para que o executado ofereça bem imóvel em substituição à penhora realizada pelo credor, deverá
juntar, ao seu requerimento, expressa anuência do cônjuge, seja lá qual for o regime de bens do
casamento.
Q13. VUNESP/TJRS- Juiz de Direito Substituto/2018
O executado por título executivo extrajudicial, independentemente de penhora, depósito ou caução,
poderá se opor à execução por meio de embargos, cujo prazo será contado, no caso de execuções
por carta, da juntada
a) na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da
penhora, da avaliação ou da alienação dos bens.
b) do último comprovante de citação, quando houver mais de um executado.
c) do último comprovante de citação, que será contado em dobro no caso de litisconsortes com
advogados diversos.
d) das respectivas citações, no caso de companheiros, sem contrato de união estável.
e) nos autos de origem, quando versarem sobre a nulidade da citação na ação de obrigação de pagar.
Q14. CESPE/TJPR – Juiz Substituto/2017
Assinale a opção correta de acordo com as normas referentes ao cumprimento de sentença, ao
procedimento monitório e ao processo de execução.
a) As defesas processuais relativas ao controle da regularidade dos atos executórios no procedimento
do cumprimento de sentença somente podem ser arguidas por meio de impugnação ao
cumprimento de sentença.
b) A existência de título executivo extrajudicial não é óbice ao ajuizamento de ação condenatória,
podendo ainda o credor optar pelo ajuizamento de ação monitória, a despeito da possibilidade de
utilização da via executória.
c) É incompatível com o regime de cumprimento provisório da sentença a multa de 10% prevista
como sanção ao executado que, devidamente intimado, deixa de adimplir voluntariamente a
condenação em quantia certa.
d) O protesto da decisão que determine a prestação de alimentos somente poderá ser feito após o
trânsito em julgado da decisão, devendo o autor se valer de outros meios coercitivos para a
efetivação de decisão interlocutória que fixe alimentos.
Q15. TRF 3/TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto/2018

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Sobre a penhora é CORRETO afirmar:


a) Poderá haver requerimento de substituição quando a penhora incidir sobre bens de baixa liquidez,
exceto se observada a ordem legal de nomeação.
b) Quando se tratar de ativos financeiros, a determinação de indisponibilidade que precede a
conversão em penhora dar-se-á mediante prévia ciência do ato ao executado.
c) No caso de penhora de crédito, se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a
quitação dada pelo terceiro será considerada inválida perante o processo.
d) A penhora de percentual de faturamento de empresa, segundo a lei, é medida subsidiária e será
determinada se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se eles forem insuficientes ou de
difícil alienação.
Q16. IBFC/TRF 2ª Região – Juiz Federal Substituto/2018
Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
a) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente às
ordens judiciais; V - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
b) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - provocar incidente
manifestamente infundado; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos
à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão
negativa de ônus.
c) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos; III - alterar a verdade dos fatos; IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais; V -
intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos
valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
d) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente às
ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e
os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de
ônus.
e) I - frauda a execução; II - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente às
ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e
os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de
ônus.
Q17. CESPE/TRF5ª Região – Juiz Federal Substituto/2017
Julgue os itens a seguir, referentes aos atos processuais, à intervenção de terceiros e ao processo de
execução e arbitragem.
I. A União goza da prerrogativa de intimação pessoal nos processos que tramitam nos juizados
especiais federais.
II. Na hipótese de condenação do réu e do terceiro denunciado à lide, será vedado ao autor, em
qualquer caso, requerer o cumprimento da sentença contra o terceiro denunciado.

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III. Adquirente de bem móvel ou imóvel penhorado em execução, em caso de arrematação judicial,
poderá efetuar o pagamento de forma parcelada, desde que ao menos vinte e cinco por cento do
valor do lance seja pago à vista.
IV. A arbitragem poderá ser utilizada em litígio que envolva entes integrantes da administração
pública e, nesses casos, eventual decisão que condene a fazenda pública não se submeterá ao
reexame necessário.
Estão certos apenas os itens
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
Q18. TRF 4/TRF 4 – Juiz Federal Substituto/2016
Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
Acerca do novo Código de Processo Civil de 2015:
I. Entre os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa extintos pelo novo Código de Processo
Civil, estão a ação de depósito; a ação de usucapião de terras particulares; a ação de nunciação de
obra nova; o interdito proibitório; e a ação de anulação e substituição de título ao portador.
II. A sentença condenatória para pagamento de quantia certa contra a Fazenda Pública será
executada no mesmo processo, em fase de cumprimento de sentença, a exemplo do que ocorre
contra os devedores privados, sendo o meio de defesa a impugnação; já a execução de título
extrajudicial dar-se-á por meio de processo específico de execução, cuja defesa deverá ser promovida
via embargos do devedor.
III. Ficou mantida a possibilidade de, no prazo para embargos, o devedor parcelar o débito, com os
acréscimos legais previstos na legislação processual, mediante o depósito de 30% do valor, pagando
o restante em seis parcelas, inclusive no cumprimento de sentença.
a) Está correta apenas a assertiva I.
b) Está correta apenas a assertiva II.
c) Está correta apenas a assertiva III.
d) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
e) Estão corretas todas as assertivas.
Q19. FCC/TST-Juiz do Trabalho Substituto/2017
Quanto à execução no Processo Civil, a legislação sobre a matéria estabelece:
a) penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque ou
outros títulos far-se-á exclusivamente pela apreensão do documento, podendo o juiz determinar,
como medida preparatória do ato, a intimação do terceiro devedor para que não pague ao
executado, seu credor e do executado, credor do terceiro, para que não pratique ato de disposição
do crédito.

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b) Não constitui violação dos deveres da parte a conduta do executado que, intimado, não indica ao
juiz bens sujeitos à penhora.
c) Na execução por quantia certa, os honorários advocatícios de 10% serão fixados de plano pelo juiz
ao despachar a petição inicial, cujo valor será reduzido pela metade se o executado pagar
integralmente o valor, no prazo de três dias da citação ou poderá ser elevado a 20% quando
rejeitados os embargos à execução ou, quando não opostos, levando-se em conta o trabalho
realizado pelo advogado do exequente, conforme se constatar ao final do procedimento executivo.
d) Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a execução,
pagando ou consignando a importância atualizada da respectiva avaliação, acrescida das despesas
decorrentes do leilão, inclusive honorários do leiloeiro.
e) São absolutamente impenhoráveis os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações,
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de
trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, exceto para pagamento de prestação
alimentícia, independentemente de sua origem.

Promotor

Q20. MPE-GO/MPE-GO – Promotor de Justiça Substituto/2019


Quanto ao processo de execução, considerando as disposições do Código de Processo Civil, assinale
a alternativa correta:
a)Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, tornados
indisponíveis os ativos financeiros existentes em nome do executado, este será intimado na pessoa
de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
b) Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, de ofício ou
a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinar· ás
instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do
sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do
executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
c) Para a presunção absoluta de conhecimento por terceiro, cabe ao exequente providenciar a
averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante apresentação de cópia do
auto ou do termo, após a expedição de mandado judicial para tal fim.
d) Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça,
imediatamente, requisitará força policial.
Q21. FUNDEP/MPE-MG – Promotor de Justiça Substituto/2018
Assinale a alternativa INCORRETA sobre Cumprimento de Sentença e/ou Processo de Execução:
a) O Código de Processo Civil não dispõe expressamente, nos Títulos e Capítulos destinados à
disciplina do cumprimento de sentença e do processo de execução, se o prazo para pagamento
espontâneo pelo devedor, seja no cumprimento da sentença que reconhece a exigibilidade de
obrigação de pagar quantia certa, seja no processo de execução por quantia certa, deve ser contado
em dias úteis ou corridos.

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b) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos,


verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao
Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material.
c) A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução quando, ao tempo da alienação
ou da oneração, tramitava contra o devedor ação de conhecimento capaz de reduzi-lo à insolvência.
d) O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução
por meio de embargos à execução. O prazo é de 15 (quinze) dias, e, quando houver mais de um
executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo
comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será contado a
partir da juntada do último. Por fim, se no polo passivo da execução existirem litisconsortes com
diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, o prazo acima será contado em dobro.
Q22. CESPE/MPE-RR – Promotor de Justiça Substituto/2017
De acordo com a jurisprudência do STJ, ao atuar como exequente em processo judicial, o MP poderá,
legitimamente, requerer a penhora
a) de único imóvel pertencente a pessoa solteira, divorciada ou viúva, pois, nessas hipóteses, não
existe a proteção familiar dada pela legislação.
b) de quantia existente em caderneta de poupança, ou outra aplicação financeira, seja qual for o
valor depositado em instituição bancária.
c) de único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, mesmo que a renda obtida
com a locação seja revertida para a moradia da família do executado.
d) de faturamento de sociedade empresária, se for comprovada a inexistência de outros bens
passíveis de penhora, desde que o percentual fixado não torne inviável o exercício da atividade
empresarial.
Q23. FUNDEP/MPE-MG – Promotor de Justiça Substituto/2017
Acerca do sistema executivo, é CORRETO afirmar:
a) Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da arrematação
poderá ser pleiteada pelos embargos do devedor de segunda fase.
b) Os embargos de terceiro podem ser opostos no cumprimento de sentença ou no processo de
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular, da
arrematação ou de declaração de fraude à execução.
c) A decisão judicial ainda não transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário de 15 (quinze) dias.
d) Na execução e cumprimento da sentença de alimentos, verificada a conduta procrastinatória do
devedor, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime
de abandono material.

Defensor

Q24. FCC/DPE-MA-Defensor Público/2018


Paulo e Roberto são demandados em uma ação de execução de título extrajudicial. Paulo, foi citado
em 5 de novembro, e Roberto foi citado no dia 09 do mesmo mês. Paulo, sem que tenha assegurado

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o juízo, apresentou embargos à execução, alegando somente excesso de execução. Nesse caso, o
início do prazo para os embargos é contado
a) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo serão liminarmente
rejeitados caso ele não tenha apresentado na petição o valor que entende correto e o demonstrativo
discriminado e atualizado do seu cálculo.
b) separadamente para os executados, a partir da juntada do respectivo comprovante de citação; os
embargos de Paulo serão liminarmente rejeitados em razão de não ter assegurado o juízo.
c) separadamente para os executados, a partir da juntada do respectivo comprovante de citação; os
embargos de Paulo serão liminarmente rejeitados caso ele não tenha apresentado na petição o valor
que entende correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo.
d) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo serão liminarmente
rejeitados em razão de não ter assegurado o juízo.
e) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo devem ser conhecidos
apesar de não ter assegurado o juízo ou apresentado na petição o valor que entende correto e o
demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo, pois tais requisitos não são exigidos por lei.
Q25. UFMT/DPE-MT – Defensor Público/2016
Considerando a execução no Código de Processo Civil (CPC/2015), analise as assertivas abaixo.
I - Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha obrigação alimentar, se o
executado não pagar o débito em 3 dias ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz
decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
II - No caso de condenação em quantia certa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a
requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15
(quinze) dias, acrescido de custas, se houver. Transcorrido o prazo mencionado, sem o pagamento
voluntário, será novamente o executado intimado para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar, nos
próprios autos, sua impugnação, contado do termo de penhora.
III - A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois
de transcorrido o prazo para pagamento voluntário. A requerimento do executado, o protesto será
cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três)
dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da
obrigação.
IV - Na execução de título extrajudicial, o executado, independentemente de penhora, depósito ou
caução, poderá se opor à execução por meio de embargos, cujo prazo para oferecimento é 15 dias
úteis.
V - No cumprimento de sentença e na execução de título extrajudicial, no prazo para impugnação ou
embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do
valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer
que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção
monetária e de juros de um por cento ao mês.
Estão corretas as assertivas
a) I, II e III.
b) II, IV e V.

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c) I, III e IV.
d) I, II e V.
e) III, IV e V.

Cartórios

Q26. NC-UFPR/TJPR – Titular de Serviços de Notas e Registros/2019


Na execução por quantia certa, se a penhora houver recaído sobre dinheiro, chega-se mais
rapidamente ao final da execução. Recaindo a penhora sobre outros bens, há necessidade de se
efetivarem as modalidades de expropriação. Sobre a penhora de bens e as modalidades de
expropriação, assinale a alternativa INCORRETA.
a)A alienação antecipada dos bens penhorados, quando houver manifesta vantagem ou se tratar de
bens sujeitos à depreciação ou à deterioração, não se confunde com a alienação por iniciativa
particular, que é modalidade de expropriação.
b) Para que possa adjudicar os bens penhorados, o exequente não poderá oferecer preço inferior ao
da avaliação.
c) A averbação da penhora no registro competente é providência indispensável para a verificação do
direito de preferência sobre os bens penhorados.
d) Havendo, entre os legitimados, mais de um interessado em adjudicar o bem penhorado, haverá
licitação entre eles, e a respectiva decisão poderá ser impugnada por meio de agravo de instrumento.
e) Os bens penhorados não poderão ser arrematados por preço vil. Considera-se vil o preço inferior
ao mínimo estipulado pelo juiz, ou, não havendo estipulação, inferior a cinquenta por cento do valor
da avaliação.
Q27. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros – Provimento/2017
A adjudicação é uma forma indireta de satisfação do crédito do exequente, que se realiza pela
transferência do bem penhorado para o credor. A esse respeito, analise as afirmações que seguem:
I. Requerida a adjudicação, o executado será intimado para manifestar-se. II. É licito a terceiros,
oferecendo preço não inferior ao valor da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens
penhorados. III. Se houver mais de um pretendente à adjudicação, proceder-se-á a licitação entre
eles. IV. Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz,
pelo adjudicatário, pelo escrivão e, se estiver presente, pelo executado.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III, apenas.
b) I, III e IV, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV.
Q28. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento/2017
Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, os tribunais dispõem de
um sistema eletrônico que possibilita a realização da chamada “penhora on line”. Analise as
proposições abaixo:

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I. A penhora em dinheiro é prioritária.


II. O juiz deverá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar da resposta quanto à ordem de
bloqueio de valores, determinar o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva.
III. Constitui ônus do executado comprovar que as quantias tornadas indisponíveis são
impenhoráveis.
IV. A conversão da indisponibilidade em penhora somente se completa com a lavratura do
correspondente termo de penhora, sem o qual a mesma não se considera realizada. Está correto
apenas o que se afirma em:
a) I, II e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
Q29. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros – Remoção/2017
Sobre a penhora de frutos e rendimentos de coisa imóvel, assinale a afirmação correta:
a) Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz nomeará administrador-depositário,
permanecendo o executado com o direito de gozo do bem.
b) O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliário mediante a apresentação de certidão
de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial.
c) A penhora terá eficácia perante terceiros com a simples publicação da decisão que a conceda,
sendo desnecessária a averbação no ofício imobiliário.
d) O juiz jamais poderá nomear como administrador- - depositário o próprio exequente, sob pena de
ferir o princípio da isonomia e do tratamento igualitário das partes.
Q30. FCC/TRT 15ª Região(SP) – Analista Judiciário – área judiciária/2018
Em relação à execução por quantia certa,
a) o exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das
partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros
bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
b) ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de 15%, a serem pagos
pelo executado, reduzindo-se esse valor a 5% em caso de pagamento integral no prazo de três dias.
c) o executado será intimado para pagar a dívida em três dias, ou nomear bens suficientes à satisfação
do crédito.
d) se o oficial de justiça não encontrar o executado, devolverá o mandado em cartório, que intimará
o exequente para indicar bens à penhora.
e) no prazo para oferecimento de embargos à execução, impreterivelmente, poderá o executado
remir a execução pagando o débito com os encargos e acréscimos legais.
Q31. CESPE/EMAP – Analista Portuário – área jurídica
Julgue o item seguinte, relativo a atos processuais, mandado de segurança e processo de execução.

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Situação hipotética: Maria é ré em uma execução de título extrajudicial. Nesses autos, um


apartamento foi penhorado. Para manter o bem, Maria, por meio de seu advogado, requereu a
substituição da penhora por fiança bancária no valor equivalente ao débito executado acrescido de
30%. Assertiva: Nessa situação, o pleito de Maria pode ser indeferido pelo juiz, mesmo sem a
intimação do exequente, por não terem sido cumpridos todos os requisitos legais para a substituição
perseguida.
Q32. CONSULPLAN/TJMG- Titular de Serviços de Notas e de registros – remoção/2018
Sobre a arrematação, de acordo com as regras do novo Código de Processo Civil, é correto afirmar
que:
a) O devedor responderá pela evicção ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
b) Expedida a carta de arrematação, com a transferência de domínio mediante o registro, torna-se
impossibilitado o desfazimento da arrematação pela parte interessada.
c) Será declarada ineficaz na hipótese de não ter sido o credor hipotecário intimado do leilão do
imóvel dado em garantia, ocasião em que sub-rogará sua preferência no preço pago pelo
arrematante.
d) O credor exequente não pode concorrer na arrematação já que, em sendo legitimado para,
previamente adjudicar o bem penhorado, tem pelo instituto da supressio a preclusão do uso daquela
outra forma expropriatória.
Q33. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros – provimento/2018
Analise as seguintes afirmativas a partir do novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015).
I. A busca e apreensão passou a ser prevista como medida executiva no cumprimento de sentença
das obrigações de fazer, não fazer e entrega de coisa, no inventário e nas execuções de entrega de
coisa fundada em título extrajudicial.
II. A posse em nome do nascituro foi absorvida pelo procedimento do inventário.
III. O arresto foi mantido na execução e, para fins acautelatórios, no processo de conhecimento,
demanda observância do procedimento próprio para as tutelas provisórias.
IV. A exibição de documento ou coisa passou a ser disciplinada entre os meios de prova.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II, III e IV.
b) I e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.

Outros

Q34. CS-UFG/Câmara de Goiânia-GO – Procurador Jurídico Legislativo/2018


Na penhora de faturamento de empresa,
a) os rendimentos são preferíveis a qualquer outro tipo de bem penhorável.
b) o juiz está dispensado de fixar percentual que propicie a satisfação do crédito.

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c) o juiz nomeará administrador-depositário que prestará contas semestralmente ao juízo.


d) o regime de penhora de frutos e rendimentos é aplicável.
Q35. IBFC/EBSERH – Advogado (HUAP-UFF)/2016
Assinale a alternativa correta sobre a adjudicação de bens penhorados, após analisá-las a seguir e
considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de 16/03/2015 (Novo Código de Processo Civil).
a) É lícito ao exequente, desde que ofereça preço superior ao da avaliação, requerer que lhe sejam
adjudicados os bens penhorados, antes ou depois da citação.
b) Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido por carta com aviso de
recebimento, apenas quando não tiver procurador constituído nos autos.
c) Se o executado, citado por edital, não tiver procurador constituído nos autos, é dispensável sua
intimação diante do requerimento de adjudicação formulado pelo exequente.
d) A adjudicação pelo exequente só será oportunizada, antes de qualquer tentativa de alienação.
e) Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto pelo juiz e
pelo escrivão ou chefe de secretaria.
Q36. FAUEL/Prev São José/PR-Advogado/2017
Acerca da penhora, do depósito e da avaliação, de acordo com o Novo Código de Processo Civil (Lei
nº 13.105/2015), é INCORRETO afirmar que:
a) tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou do
cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
b) para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar a
averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante apresentação de cópia do
auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
c) não se procederá à avaliação quando se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo
preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais
ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a
nomeação o encargo de comprovar a cotação de mercado.
d) quando não encontrar bens penhoráveis, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens que
guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica, desde
que exista ordem judicial nesse sentido.
e) são impenhoráveis os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
Q37. CETRO/TJRJ – Titular de Serviços de Notas e de Registros/2017
De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa incorreta em
relação à penhora.
a) Quando incidente sobre bens imóveis, deve-se proceder à averbação da penhora no Registro de
Imóveis, a fim de dar publicidade à constrição realizada e gerar presunção absoluta de seu
conhecimento em relação a terceiros. Mas tal providência não constitui requisito integrativo do ato
de penhora e, portanto, não interfere na questão relativa à preferência temporal das penhoras
realizadas que, para esse efeito, contam-se a partir da data da expedição do respectivo termo de
penhora.

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b) A averbação da penhora na matrícula do imóvel determina o direito de preferência entre os


credores quirografários, independentemente da ordem das penhoras efetuadas por juízos diversos.
c) A impenhorabilidade dos bens entregues em garantia hipotecária tanto em Cédula de Crédito Rural
como em Cédula de Crédito Industrial tem sido relativizada pelo Superior Tribunal de Justiça, com
admissão da penhora em execuções de créditos tributários e trabalhistas.
d) A Lei nº 8.009/1990, que tutela o bem de família, prevê a impenhorabilidade do imóvel destinado
à família, contudo o Superior Tribunal de Justiça já decidiu sobre a possibilidade de penhora sobre
parte do imóvel que exceder o necessário à moradia do devedor e de sua família, quando o imóvel
for desmembrável e desde que este desmembramento não prejudique ou inviabilize a residência da
família.
e) A cláusula testamentária de inalienabilidade não impede a penhora em execução contra o espólio,
porém, não admite a penhora para garantir o pagamento das dívidas contraídas pelos herdeiros.
Q38. FGV/TJRS – Oficial de Justiça/2020
No que concerne à execução por quantia certa, é correto afirmar que:
a)concluída a avaliação do bem penhorado, não mais é lícito ao executado pagar a dívida, ainda que
atualizada e acrescida de juros, custas e honorários advocatícios;
b) ao despachar a inicial, o juiz deve determinar a intimação do executado para que, no prazo de 3
(três) dias, apresente contestação;
c) caso o executado aliene bem imóvel cuja penhora foi previamente averbada na serventia
imobiliária, incide presunção legal de ocorrência de fraude contra credores;
d) a avaliação do bem penhorado é requisito de validade do processo de execução, devendo ser
realizada ainda que uma das partes aceite a estimativa de valor feita pela outra;
e) caso o oficial de justiça, por ocasião da diligência citatória, não encontre o executado, deverá
proceder ao arresto de bens de sua propriedade, suficientes para garantir a execução.

6.2 – GABARITO
Q22. D
Procurador Magistratura Q23. D

Q1. D Q12. B
Defensor
Q2. D Q13. A
Q3. A Q14. B Q24. C
Q4. Correta Q15. D Q25. C
Q5. B Q16. D
Q6. B Q17. E
Cartórios
Q7. B Q18. B
Q8. B Q19. C
Q26. C
Q9. E
Q27. D
Q10. E Promotor Q28. C
Q11. Correta
Q29. B
Q20. A Q30. A
Q21. D Q31. Incorreta

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Q32. A Outros Q36. D


Q33. A Q37. B
Q34. D Q38. E
Q35. C

6.3 – LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

Procurador

Q1. CESPE/MPC-PA – Procurador de Contas/2019


Uma vez que, em determinado momento processual do cumprimento de sentença, as
partes não chegaram a um acordo sobre o modo de realização da alienação de bens que
haviam sido anteriormente penhorados, o autor requereu que prevalecesse o seu pleito.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a)Visto que o processo começa por iniciativa da parte e desenvolve-se por impulso
oficial, não caberá ao juiz determinar a alienação de bens em leilão.
b) Caso o autor tenha se posicionado no sentido de alienação por intermédio de
corretor, o juiz não poderá determinar a alienação na forma de leilão.
c) Deverá ser atendido o pleito autoral, dada a necessária correspondência entre a tutela
jurisdicional e o pedido vindicado em juízo.
d) Será a decisão do juiz passível de impugnação, mediante o recurso de agravo de
instrumento, se ele determinar a forma de alienação.
e) É inadmissível a possibilidade de o juiz consultar as partes a respeito da solução da
forma de realização da alienação dos bens.
Comentários
A alternativa D está correta.
CPC, Art. 1.015, Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento
contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.
A alternativa A está incorreta.
Art. 730 Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre os
interessados sobre o modo como se deve realizar a alienação do bem, o juiz,
de ofício ou a requerimento dos interessados ou do depositário, mandará
aliená-lo em leilão, observando-se o disposto na Seção I deste Capítulo e, no
que couber, o disposto nos arts. 879 e 903.
A alternativa B está incorreta.
Art. 730 Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre os
interessados sobre o modo como se deve realizar a alienação do bem, o juiz,
de ofício ou a requerimento dos interessados ou do depositário, mandará

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aliená-lo em leilão, observando-se o disposto na Seção I deste Capítulo e, no


que couber, o disposto nos arts. 879 e 903.
A alternativa C está incorreta. Não há essa necessidade de se atender ao pleito
autoral, tendo em vista que, na ausência de acordo, o juiz pode decidir de ofício pela
realização do leilão.
A alternativa E está incorreta. A oitiva das partes não é vedada. Ao contrário, ela
é recomendável, tendo em vista os princípios do contraditório e cooperação, que
orientam a sistemática do NCPC.
Q2. FEPESE/PGE-SC Procurador do Estado/2018
No que diz respeito ao processo de execução, é correto afirmar:
a) Na ação de execução, a citação do devedor interrompe a prescrição.
b) Em se tratando de ação de execução de obrigação de entrega de coisa certa, o
devedor será citado para, em quinze dias a contar da citação, satisfazer a obrigação.
c) No caso de execução por quantia certa, com a penhora dá-se a transmissão da
propriedade ao credor, o qual deverá depositar a diferença a mais, caso a avaliação seja
inferior ao débito.
d) No caso de ação de execução por quantia certa, o devedor será citado para pagar a
dívida no prazo de três dias, contados da citação.
e) Em todas as hipóteses previstas em lei, a fraude à execução importa em anulação do
ato de alienação.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que realizada
em observância ao disposto no § 2o do art. 240, interrompe a
prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente.
A alternativa B está incorreta.
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de
título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer
a obrigação.
A alternativa C está incorreta. A transmissão da propriedade se dá apenas com a
expropriação.
A alternativa D está correta.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três)
dias, contado da citação.
A alternativa E está incorreta.
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
Q3. FMP/PGE-AC – Procurador do Estado/2017
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Considere as seguintes afirmativas sobre o tema do processo de execução no âmbito do


Código de Processo Civil. Assinale a alternativa INCORRETA.
a) O exequente tem o direito de desistir de toda a execução, não podendo, porém,
desistir de apenas alguma medida executiva.
b) Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
c) O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional, pode promover a
execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário.
d) O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos
diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja
competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
e) O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença,
transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que
ensejou a execução.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de
apenas alguma medida executiva.
A alternativa B está correta.
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere
título executivo.
A alternativa C está correta.
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere
título executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão
ao exequente originário:
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional."
A alternativa D está correta.
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas
em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para
todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
A alternativa E está correta.
Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu,
quando a sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou
em parte, a obrigação que ensejou a execução.
Q4. CESPE/PGE-AM – Procurador do Estado/2016
No que concerne ao direito empresarial em sentido amplo, julgue o item a seguir.

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Se um título com prazo de vencimento definido não for tempestivamente pago, o credor
poderá mover ação de execução; todavia, verificada alguma nulidade, o juiz pronunciará
nula, de ofício ou a requerimento da parte, a execução.

Comentários

A alternativa está correta.


Art. 803. É nula a execução se:
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida
e exigível;
II - o executado não for regularmente citado;
III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo
juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de
embargos à execução.
Q5. FCC/Prefeitura de Teresina-PI – Técnico de Nível Superior – Advogado/2016
A respeito da execução em geral, considere:
I. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não
retira a liquidez da obrigação constante do título executivo.
II. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o
seu título de preferência.
III. Feita a partilha, cada herdeiro responde solidariamente pela totalidade das dívidas
do falecido, dentro das forças da herança.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) I e II.
c) II e III.
d) II.
e) III.

Comentários

A alternativa B está correta.


A assertiva I está correta.
Art. 786. Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas
para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante
do título.
A assertiva II está correta.

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Art. 797. Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo
bem, cada exequente conservará o seu título de preferência.
A assertiva I está incorreta.
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha,
cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na
proporção da parte que lhe coube.
Q6. FAFIPA/Câmara de Cambará-PR – Procurador Jurídico/2016
Acerca das diversas espécies de execução previstas no Código de Processo Civil vigente,
assinale a alternativa CORRETA.
a) Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado
para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 30 (trinta) dias, se outro prazo não
lhe foi determinado em lei ou em contrato.
b) Na execução, o despacho que ordena a citação interrompe a prescrição, ainda que
proferido por juízo incompetente.
c) É anulável a execução se o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação
certa, líquida e exigível.
d) Quando, por vários meios, o exequente puder promover a execução, o juiz mandará
que se faça pelo modo menos oneroso para o exequente.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor,
esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10
(dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato.
A alternativa B está correta.
Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que
realizada em observância ao disposto no § 2o do art. 240, interrompe a
prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente.
A alternativa C está incorreta.
Art. 803. É nula a execução se:
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida
e exigível;
A alternativa D está incorreta.
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução,
o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Q7. VUNESP/IPSMI – Procurador/2016
Ademar é devedor de um cheque, cujo credor é Manoel. Imaginando que Manoel
ingresse com ação de execução, é correto afirmar que

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a) sendo citado Ademar, terá três dias para realizar o pagamento. Caso o faça nesse
prazo, terá como benefício deixar de pagar 10% de multa sobre os valores devidos.
b) Manoel poderá em sua petição inicial declinar quais os bens de Ademar quer ver
penhorados para garantir a dívida.
c) a averbação da distribuição da ação nos cartórios, se realizada por Manoel, gerará
presunção absoluta de fraude contra credores, caso ocorra a venda do bem averbado.
d) Ademar, ao ser citado, poderá em 15 dias proceder ao pagamento, sob pena de ser-
lhe aplicada multa de 10% sobre o valor do débito executado por Manoel.
e) caso Ademar pague no prazo definido em lei, mas o faça de forma parcial, sobre o
saldo restante recairá multa de 10%, que será revertida ao final em favor de Manoel.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Não há previsão de multa, mas sim redução dos
honorários.
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários
advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.
A alternativa B está correta.
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
II - indicar:
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
A alternativa C está incorreta. Gerará a presunção absoluta de fraude ciência dos
terceiros em relação àquela disputa, que poderá ocasionar fraude à execução.
A alternativa D está incorreta.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três)
dias, contado da citação.
A alternativa E está incorreta. Não há aplicação de multa de 10% como no
cumprimento de sentença. A sanção pelo não pagamento é a efetivação de penhora.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três)
dias, contado da citação.
§ 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a
avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não
pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do
executado.
Q8. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros –
Provimento/2016
Referentemente à arrematação, assinale a afirmação INCORRETA:

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a) Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo estabelecido, o juiz impor-
lhe-á, em favor do exequente, a perda da caução, voltando os bens a novo leilão, do
qual não serão admitidos a participar o arrematante e o fiador remissos.
b) O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a multa poderá exercitar a
jurisdição para efeito de ver-se restituído do valor que desembolsou em favor do
afiançado.
c) Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens for suficiente
para o pagamento do credor e para a satisfação das despesas da execução.
d) O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora em que teve início,
independentemente de novo edital, se for ultrapassado o horário de expediente
forense.

Comentários

A alternativa A está correta.


Art. 897. Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo
estabelecido, o juiz impor-lhe-á, em favor do exequente, a perda da caução,
voltando os bens a novo leilão, do qual não serão admitidos a participar o
arrematante e o fiador remissos.
A alternativa B está incorreta.
Art. 898. O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a multa
poderá requerer que a arrematação lhe seja transferida.
A alternativa C está correta.
Art. 899. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos
bens for suficiente
Art. 898. O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a multa
poderá requerer que a arrematação lhe seja transferida para o pagamento
do credor e para a satisfação das despesas da execução.
A alternativa D está correta.
Art. 900. O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora em que
teve início, independentemente de novo edital, se for ultrapassado o horário
de expediente forense.

Q9. INSTITUTO AOCP/TRT 1ª Região (RJ) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça


Avaliador/2018
Em relação à tutela executiva, assinale a alternativa correta.
a) A execução deve propiciar ao exequente exatamente e apenas aquilo que ele obteria
com o adimplemento voluntário, não podendo ser substituída a coisa em caso de
deterioração.

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b) A responsabilidade em sede de direito de superfície recai, em relação ao superficiário,


tanto sobre o eventual bem imóvel que se encontra em sua posse quanto sobre os frutos
de eventual atividade ali realizada.
c) Tendo-se em vista que os procedimentos de execução não preveem contestação, não
se aplica sobre estes o princípio do contraditório e ampla defesa, principalmente em
razão de a existência de título executivo esgotar qualquer matéria de defesa.
d) Independentemente da participação do fiador do título executivo extrajudicial na fase
cognitiva do procedimento judicial, este poderá ser executado na fase de cumprimento
de sentença.
e) O processo de execução de títulos extrajudiciais pode ser promovido contra o
responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Há primazia da tutela específica, mas, se não for


possível, tenta-se a obtenção do resultado prático equivalente ou mesmo perdas e
danos.
A alternativa B está incorreta.
Art. 791. Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja sujeito passivo
o proprietário de terreno submetido ao regime do direito de superfície, ou o
superficiário, responderá pela dívida, exclusivamente, o direito real do qual
é titular o executado, recaindo a penhora ou outros atos de constrição
exclusivamente sobre o terreno, no primeiro caso, ou sobre a construção ou
a plantação, no segundo caso.
A alternativa C está incorreta. O contraditório e a ampla defesa se aplicam aos
procedimentos de execução.
O executado é citado e poderá ofertar, por exemplo, embargos à execução (art.
914, CPC), bem como apresentar exceção de pré-executividade (art. 803, parágrafo
único, do CPC).
A alternativa D está incorreta.
Art 513, §5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face
do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da
fase de conhecimento.
A alternativa E está correta.
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
V – o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento
do débito;
Q10. FCC/TRT 6ª REGIÃO (PE) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça
Avaliador/2018
Na execução por quantia certa, em relação à penhora de bens:

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a) A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota promissória ou cheque


far-se-á pela apreensão do documento, desde que este se encontre em poder do
executado.
b) São impenhoráveis quaisquer móveis, pertences ou utilidades domésticas que
guarnecem a residência do executado, bem como os pertences de seu uso pessoal.
c) O rol de bens a serem penhorados na execução segue ordem compulsória e é taxativo.
d) Não se procederá à segunda penhora, salvo, exclusivamente, se a primeira for
anulada ou o produto da alienação dos bens for insuficiente.
e) Será admitida a redução ou a ampliação da penhora, bem como sua transferência
para outros bens, se, no curso do processo, o valor de mercado dos bens penhorados
sofrer alteração significativa.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota
promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do
documento, esteja ou não este em poder do executado.
A alternativa B está incorreta.
Art. 833. São impenhoráveis:
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a
residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem
as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do
executado, salvo se de elevado valor;
A alternativa C está incorreta.
O art. 835, caput, prevê expressamente que a penhora observará
uma ordem preferencial. Portanto, não taxativa e compulsória como
indicou a alternativa.
A alternativa D está incorreta.
Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se:
I – a primeira for anulada;
II – executados os bens, o produto da alienação não bastar para o
pagamento do exequente;
III – o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens
ou por estarem submetidos a constrição judicial.
A alternativa E está correta.
Art. 850. Será admitida a redução ou a ampliação da penhora, bem como
sua transferência para outros bens, se, no curso do processo, o valor de
mercado dos bens penhorados sofrer alteração significativa.

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Q11. CESPE/STJ – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2018


A respeito de recursos nos tribunais, meios de impugnação das decisões judiciais,
processo de execução e mandado de segurança, julgue o item a seguir.
Para fins de substituição da penhora, a legislação processual equipara ao dinheiro a
fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que o valor não seja inferior ao do
débito constante da inicial da execução acrescido de 30%.

Comentários

A assertiva está correta.


Art. 835, § 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro
a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não
inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.

Promotor

Q12. MPE-GO/MPE-GO – Promotor de Justiça Substituto/2019


Quanto ao processo de execução, considerando as disposições do Código de Processo
Civil, assinale a alternativa correta:
a) Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira,
tornados indisponíveis os ativos financeiros existentes em nome do executado, este será
intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
b) Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz,
de ofício ou a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado,
determinar· ás instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela
autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos
financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor
indicado na execução.
c) Para a presunção absoluta de conhecimento por terceiro, cabe ao exequente
providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante
apresentação de cópia do auto ou do termo, após a expedição de mandado judicial para
tal fim.
d) Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial
de justiça, imediatamente, requisitará força policial.
Comentários
A alternativa A está correta.
CPC, Art. 854, § 2º Tornados indisponíveis os ativos financeiros do
executado, este será intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo,
pessoalmente.
A alternativa B está incorreta.

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Art. 854 Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação


financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do
ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de
sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro
nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do
executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
A alternativa C está incorreta.
Art. 844 Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao
exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro
competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo,
independentemente de mandado judicial.
A alternativa D está incorreta.
Art. 846 Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora
dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem
de arrombamento.
Q13. FUNDEP/MPE-MG – Promotor de Justiça Substituto/2018
Assinale a alternativa INCORRETA sobre Cumprimento de Sentença e/ou Processo de
Execução:
a) O Código de Processo Civil não dispõe expressamente, nos Títulos e Capítulos
destinados à disciplina do cumprimento de sentença e do processo de execução, se o
prazo para pagamento espontâneo pelo devedor, seja no cumprimento da sentença que
reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa, seja no processo de
execução por quantia certa, deve ser contado em dias úteis ou corridos.
b) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar
alimentos, verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o
caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono
material.
c) A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução quando, ao tempo
da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação de conhecimento capaz
de reduzi-lo à insolvência.
d) O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à
execução por meio de embargos à execução. O prazo é de 15 (quinze) dias, e, quando
houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir
da juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de
companheiros, quando será contado a partir da juntada do último. Por fim, se no polo
passivo da execução existirem litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios
de advocacia distintos, o prazo acima será contado em dobro.

Comentários

A alternativa A está correta. Não há previsão legal, mas a doutrina tem entendido
que são contados em dias úteis.

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Enunciado 89, I JDPC do CJF: Conta-se em dias úteis o prazo do caput do art.
523 do CPC.
E o STJ, no informativo 619, também entendeu dessa forma.
A alternativa B está correta.
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá,
se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do
crime de abandono material.
A alternativa C está correta.
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à
execução: IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava
contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
A alternativa D está incorreta.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias,
contado, conforme o caso, na forma do art. 231.
§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles
embargar conta-se a partir da juntada do respectivo comprovante da citação,
salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será contado a partir
da juntada do último.
§ 3o Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à
execução, não se aplica o disposto no art. 229. (prazo em dobro para
diferentes procuradores)
Q14. CESPE/MPE-RR – Promotor de Justiça Substituto/2017
De acordo com a jurisprudência do STJ, ao atuar como exequente em processo judicial,
o MP poderá, legitimamente, requerer a penhora
a) de único imóvel pertencente a pessoa solteira, divorciada ou viúva, pois, nessas
hipóteses, não existe a proteção familiar dada pela legislação.
b) de quantia existente em caderneta de poupança, ou outra aplicação financeira, seja
qual for o valor depositado em instituição bancária.
c) de único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, mesmo que a
renda obtida com a locação seja revertida para a moradia da família do executado.
d) de faturamento de sociedade empresária, se for comprovada a inexistência de outros
bens passíveis de penhora, desde que o percentual fixado não torne inviável o exercício
da atividade empresarial.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Súmula 364, STJ. O conceito de impenhorabilidade de bem de família
abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e
viúvas.
A alternativa B está incorreta.
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Art. 833. São impenhoráveis: X - a quantia depositada em caderneta de


poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
A alternativa C está incorreta.
Súmula 486, STJ. É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que
esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja
revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
A alternativa D está correta.
Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os,
esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito
executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento
de empresa.
§ 1º O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo
em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade
empresarial.
Q15. FUNDEP/MPE-MG – Promotor de Justiça Substituto/2017
Acerca do sistema executivo, é CORRETO afirmar:
a) Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da
arrematação poderá ser pleiteada pelos embargos do devedor de segunda fase.
b) Os embargos de terceiro podem ser opostos no cumprimento de sentença ou no
processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por
iniciativa particular, da arrematação ou de declaração de fraude à execução.
c) A decisão judicial ainda não transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos
termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário de 15 (quinze)
dias.
d) Na execução e cumprimento da sentença de alimentos, verificada a conduta
procrastinatória do devedor, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério
Público dos indícios da prática do crime de abandono material.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 903, § 4º Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de
entrega, a invalidação da arrematação poderá ser pleiteada por ação
autônoma, em cujo processo o arrematante figurará como litisconsorte
necessário.
A alternativa B está incorreta.
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de
conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no
cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias
depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

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Art. 792, § 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o


terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no
prazo de 15 (quinze) dias.
A alternativa C está incorreta.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a
protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento
voluntário previsto no art. 523 (15 dias).
A alternativa D está correta.
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá,
se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do
crime de abandono material.

Magistratura

Q16. VUNESP/TJAC – Juiz de Direito Substituto/2019


A execução por quantia certa fundada em título executivo extrajudicial tem como
instrumento típico de coerção a realização da expropriação de bens do executado, que
se inicia através da penhora, sobre a qual é correto asseverar que
a)para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente
providenciar a averbação da penhora no registro competente, necessariamente por
mandado judicial.
b) em se tratando de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do
coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do
bem.
c) o executado pode, no prazo de 15 (quinze) dias contados da intimação da penhora,
requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos
onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
d) para que o executado ofereça bem imóvel em substituição à penhora realizada pelo
credor, deverá juntar, ao seu requerimento, expressa anuência do cônjuge, seja lá qual
for o regime de bens do casamento.
Comentários
A alternativa B está correta.
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-
parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o
produto da alienação do bem.
A alternativa A está incorreta.
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao
exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro
competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo,
independentemente de mandado judicial.
A alternativa C está incorreta.

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Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação


da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que
comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente
A alternativa D está incorreta.
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel,
será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em
regime de separação absoluta de bens.
Q17. VUNESP/TJRS- Juiz de Direito Substituto/2018
O executado por título executivo extrajudicial, independentemente de penhora,
depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos, cujo prazo será
contado, no caso de execuções por carta, da juntada
a) na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou
defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens.
b) do último comprovante de citação, quando houver mais de um executado.
c) do último comprovante de citação, que será contado em dobro no caso de
litisconsortes com advogados diversos.
d) das respectivas citações, no caso de companheiros, sem contrato de união estável.
e) nos autos de origem, quando versarem sobre a nulidade da citação na ação de
obrigação de pagar.

Comentários

A alternativa A está correta.


Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias,
contado, conforme o caso, na forma do art. 231.
§ 2o Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado:
I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem
unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da
alienação dos bens;
Q18. CESPE/TJPR – Juiz Substituto/2017
Assinale a opção correta de acordo com as normas referentes ao cumprimento de
sentença, ao procedimento monitório e ao processo de execução.
a) As defesas processuais relativas ao controle da regularidade dos atos executórios no
procedimento do cumprimento de sentença somente podem ser arguidas por meio de
impugnação ao cumprimento de sentença.
b) A existência de título executivo extrajudicial não é óbice ao ajuizamento de ação
condenatória, podendo ainda o credor optar pelo ajuizamento de ação monitória, a
despeito da possibilidade de utilização da via executória.

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c) É incompatível com o regime de cumprimento provisório da sentença a multa de 10%


prevista como sanção ao executado que, devidamente intimado, deixa de adimplir
voluntariamente a condenação em quantia certa.
d) O protesto da decisão que determine a prestação de alimentos somente poderá ser
feito após o trânsito em julgado da decisão, devendo o autor se valer de outros meios
coercitivos para a efetivação de decisão interlocutória que fixe alimentos.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de
cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser
arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo
juiz.
A alternativa B está correta.
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de
optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo
judicial.
A alternativa C está incorreta.
Art. 520. § 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são
devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao
pagamento de quantia certa.
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em
liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento
definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado
de dez por cento.
A alternativa D está incorreta.
Art. 528. § 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o
pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da
impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento
judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517.
Q19. TRF 3/TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto/2018
Sobre a penhora é CORRETO afirmar:
a) Poderá haver requerimento de substituição quando a penhora incidir sobre bens de
baixa liquidez, exceto se observada a ordem legal de nomeação.
b) Quando se tratar de ativos financeiros, a determinação de indisponibilidade que
precede a conversão em penhora dar-se-á mediante prévia ciência do ato ao executado.

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c) No caso de penhora de crédito, se o terceiro negar o débito em conluio com o


executado, a quitação dada pelo terceiro será considerada inválida perante o processo.
d) A penhora de percentual de faturamento de empresa, segundo a lei, é medida
subsidiária e será determinada se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se
eles forem insuficientes ou de difícil alienação.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


O artigo 848, V, do CPC, não faz qualquer ressalva quanto à obediência da ordem
legal de nomeação. Se o bem tiver baixa liquidez, poderá ser substituído, obedecida ou
não a ordem legal.
A alternativa B está incorreta.
De acordo com o artigo 854, caput, do CPC, “a indisponibilidade de ativos
financeiros dar-se-á sem prévia ciência ao executado”.
A alternativa C está incorreta.
Art. 856, §3º. Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a
quitação que este lhe der caracterizará fraude à execução.
E a fraude à execução não gera invalidade, mas sim ineficácia.
A alternativa D está correta.
Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os,
esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito
executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento
de empresa.
Q20. IBFC/TRF 2ª Região – Juiz Federal Substituto/2018
Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do
executado que:
a) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e
meios artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste
injustificadamente às ordens judiciais; V - interpuser recurso com intuito
manifestamente protelatório.
b) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e
meios artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - provocar
incidente manifestamente infundado; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde
estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua
propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
c) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e
meios artificiosos; III - alterar a verdade dos fatos; IV - resiste injustificadamente às
ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos
à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso,
certidão negativa de ônus.
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d) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e


meios artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste
injustificadamente às ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde
estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua
propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
e) I - frauda a execução; II - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou
fato incontroverso; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste
injustificadamente às ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde
estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua
propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.

Comentários

A alternativa D está correta.


Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva
ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos;
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à
penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se
for o caso, certidão negativa de ônus.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;(erro da letra E)
II - alterar a verdade dos fatos;(erro da letra C)
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;(erro da letra B)
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. (erro da
letra A)
Q21. CESPE/TRF5ª Região – Juiz Federal Substituto/2017
Julgue os itens a seguir, referentes aos atos processuais, à intervenção de terceiros e ao
processo de execução e arbitragem.
I. A União goza da prerrogativa de intimação pessoal nos processos que tramitam nos
juizados especiais federais.
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II. Na hipótese de condenação do réu e do terceiro denunciado à lide, será vedado ao


autor, em qualquer caso, requerer o cumprimento da sentença contra o terceiro
denunciado.
III. Adquirente de bem móvel ou imóvel penhorado em execução, em caso de
arrematação judicial, poderá efetuar o pagamento de forma parcelada, desde que ao
menos vinte e cinco por cento do valor do lance seja pago à vista.
IV. A arbitragem poderá ser utilizada em litígio que envolva entes integrantes da
administração pública e, nesses casos, eventual decisão que condene a fazenda pública
não se submeterá ao reexame necessário.
Estão certos apenas os itens
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

Comentários

A alternativa E está correta.


O item I está correto. Art. 183, CPC.
A alternativa II está incorreta.
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for
o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado,
nos limites da condenação deste na ação regressiva.
A alternativa III está correta.
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá
apresentar, por escrito:
I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não
inferior ao da avaliação;
II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que
não seja considerado vil.
§ 1o A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento
de pelo menos vinte e cinco por cento do valor do lance à vista e o
restante parcelado em até 30 (trinta) meses, garantido por caução idônea,
quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem, quando se
tratar de imóveis.
A alternativa IV está correta.

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Lei 9.307/1996, art. 1º, § 1o A administração pública direta e


indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos
a direitos patrimoniais disponíveis.
Enunciado 164, FPPC: A sentença arbitral contra a Fazenda Pública não está
sujeita à remessa necessária.
Q22. TRF 4/TRF 4 – Juiz Federal Substituto/2016
Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
Acerca do novo Código de Processo Civil de 2015:
I. Entre os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa extintos pelo novo Código
de Processo Civil, estão a ação de depósito; a ação de usucapião de terras particulares;
a ação de nunciação de obra nova; o interdito proibitório; e a ação de anulação e
substituição de título ao portador.
II. A sentença condenatória para pagamento de quantia certa contra a Fazenda Pública
será executada no mesmo processo, em fase de cumprimento de sentença, a exemplo
do que ocorre contra os devedores privados, sendo o meio de defesa a impugnação; já
a execução de título extrajudicial dar-se-á por meio de processo específico de execução,
cuja defesa deverá ser promovida via embargos do devedor.
III. Ficou mantida a possibilidade de, no prazo para embargos, o devedor parcelar o
débito, com os acréscimos legais previstos na legislação processual, mediante o
depósito de 30% do valor, pagando o restante em seis parcelas, inclusive no
cumprimento de sentença.
a) Está correta apenas a assertiva I.
b) Está correta apenas a assertiva II.
c) Está correta apenas a assertiva III.
d) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
e) Estão corretas todas as assertivas.

Comentários

A alternativa B está correta.


O item I está incorreto.
As seguintes ações foram excluídas do NCPC:
i- Ação de depósito (art. 901, CPC/73)
ii- Ação de Anulação e Substituição de Títulos ao Portador (art. 907, CPC/73);
iii- Ação de Nunciação de Obra Nova (art. 934, CPC/73);
iv- Ação de usucapião de Terras Particulares (art. 941, CPC/73);
v- Vendas a Crédito com Reserva de Domínio (art. 1070, CPC/73).
O item II está correto.

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Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante


judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de
30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução.
Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será
citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.
O item III está incorreto.
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido
de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que
lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais,
acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.
§ 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.
Q23. FCC/TST-Juiz do Trabalho Substituto/2017
Quanto à execução no Processo Civil, a legislação sobre a matéria estabelece:
a) penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota promissória, duplicata,
cheque ou outros títulos far-se-á exclusivamente pela apreensão do documento,
podendo o juiz determinar, como medida preparatória do ato, a intimação do terceiro
devedor para que não pague ao executado, seu credor e do executado, credor do
terceiro, para que não pratique ato de disposição do crédito.
b) Não constitui violação dos deveres da parte a conduta do executado que, intimado,
não indica ao juiz bens sujeitos à penhora.
c) Na execução por quantia certa, os honorários advocatícios de 10% serão fixados de
plano pelo juiz ao despachar a petição inicial, cujo valor será reduzido pela metade se o
executado pagar integralmente o valor, no prazo de três dias da citação ou poderá ser
elevado a 20% quando rejeitados os embargos à execução ou, quando não opostos,
levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente, conforme se
constatar ao final do procedimento executivo.
d) Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a
execução, pagando ou consignando a importância atualizada da respectiva avaliação,
acrescida das despesas decorrentes do leilão, inclusive honorários do leiloeiro.
e) São absolutamente impenhoráveis os vencimentos, subsídios, soldos, salários,
remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios, bem como
as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor
e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional
liberal, exceto para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua
origem.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota
promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do
documento, esteja ou não este em poder do executado.
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§ 1o Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será


este tido como depositário da importância.
§ 2o O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em juízo a
importância da dívida.
§ 3o Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação
que este lhe der caracterizará fraude à execução.
§ 4o A requerimento do exequente, o juiz determinará o comparecimento,
em audiência especialmente designada, do executado e do terceiro, a fim de
lhes tomar os depoimentos
A alternativa B está incorreta.
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva
ou omissiva do executado que:

V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à
penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se
for o caso, certidão negativa de ônus.
A alternativa C está correta.
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários
advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.
§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando
rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos
os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em
conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.
A alternativa D está incorreta.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a
todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a
importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários
advocatícios.
A alternativa E está incorreta.
Art. 833. São impenhoráveis:
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem
como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao
sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e
os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;

§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de


penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de
sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta)
salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto
no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.

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Defensor

Q24. FCC/DPE-MA-Defensor Público/2018


Paulo e Roberto são demandados em uma ação de execução de título extrajudicial.
Paulo, foi citado em 5 de novembro, e Roberto foi citado no dia 09 do mesmo mês.
Paulo, sem que tenha assegurado o juízo, apresentou embargos à execução, alegando
somente excesso de execução. Nesse caso, o início do prazo para os embargos é contado
a) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo serão
liminarmente rejeitados caso ele não tenha apresentado na petição o valor que entende
correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo.
b) separadamente para os executados, a partir da juntada do respectivo comprovante
de citação; os embargos de Paulo serão liminarmente rejeitados em razão de não ter
assegurado o juízo.
c) separadamente para os executados, a partir da juntada do respectivo comprovante
de citação; os embargos de Paulo serão liminarmente rejeitados caso ele não tenha
apresentado na petição o valor que entende correto e o demonstrativo discriminado e
atualizado do seu cálculo.
d) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo serão
liminarmente rejeitados em razão de não ter assegurado o juízo.
e) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo devem
ser conhecidos apesar de não ter assegurado o juízo ou apresentado na petição o valor
que entende correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo, pois
tais requisitos não são exigidos por lei.

Comentários

A alternativa C está correta.


Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias,
contado, conforme o caso, na forma do art. 231.
§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles
embargar conta-se a partir da juntada do respectivo comprovante da
citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será
contado a partir da juntada do último.
Art. 917. § 4o Não apontado o valor correto ou não apresentado o
demonstrativo, os embargos à execução:
I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso de
execução for o seu único fundamento;
Q25. UFMT/DPE-MT – Defensor Público/2016
Considerando a execução no Código de Processo Civil (CPC/2015), analise as assertivas
abaixo.

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I - Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha obrigação


alimentar, se o executado não pagar o débito em 3 dias ou se a justificativa apresentada
não for aceita, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
II - No caso de condenação em quantia certa, o cumprimento definitivo da sentença far-
se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no
prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. Transcorrido o prazo
mencionado, sem o pagamento voluntário, será novamente o executado intimado para,
no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar, nos próprios autos, sua impugnação, contado
do termo de penhora.
III - A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da
lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário. A requerimento do
executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser
expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do
requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
IV - Na execução de título extrajudicial, o executado, independentemente de penhora,
depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos, cujo prazo para
oferecimento é 15 dias úteis.
V - No cumprimento de sentença e na execução de título extrajudicial, no prazo para
impugnação ou embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o
depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários
de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em
até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por
cento ao mês.
Estão corretas as assertivas
a) I, II e III.
b) II, IV e V.
c) I, III e IV.
d) I, II e V.
e) III, IV e V.

Comentários

A alternativa C está correta.


O item I está correto, pois é contrária ao art. 911, CPC.
Art. 911. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que
contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3
(três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da
execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar
a impossibilidade de fazê-lo.
Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2o a 7o do art. 528.

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Art. 528, § 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não


for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na
forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
O item II está incorreto. O erro está na 2ª parte da assertiva. Ele não é intimado
novamente para apresentar impugnação.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.
O item III está correto.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a
protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento
voluntário previsto no art. 523.
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por
determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo
de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que
comprovada a satisfação integral da obrigação.
O item IV está correto.
Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou
caução, poderá se opor à execução por meio de embargos.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias,
contado, conforme o caso, na forma do art. 231.
O item V está incorreto. O parcelamento é apenas para execução de extrajudicial,
não se aplicando ao cumprimento de sentença, art. 916, §7º.

Cartórios

Q26. NC-UFPR/TJPR – Titular de Serviços de Notas e Registros/2019


Na execução por quantia certa, se a penhora houver recaído sobre dinheiro, chega-se
mais rapidamente ao final da execução. Recaindo a penhora sobre outros bens, há
necessidade de se efetivarem as modalidades de expropriação. Sobre a penhora de bens
e as modalidades de expropriação, assinale a alternativa INCORRETA.
a)A alienação antecipada dos bens penhorados, quando houver manifesta vantagem ou
se tratar de bens sujeitos à depreciação ou à deterioração, não se confunde com a
alienação por iniciativa particular, que é modalidade de expropriação.
b) Para que possa adjudicar os bens penhorados, o exequente não poderá oferecer
preço inferior ao da avaliação.
c) A averbação da penhora no registro competente é providência indispensável para a
verificação do direito de preferência sobre os bens penhorados.
d) Havendo, entre os legitimados, mais de um interessado em adjudicar o bem
penhorado, haverá licitação entre eles, e a respectiva decisão poderá ser impugnada por
meio de agravo de instrumento.
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e) Os bens penhorados não poderão ser arrematados por preço vil. Considera-se vil o
preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz, ou, não havendo estipulação, inferior a
cinquenta por cento do valor da avaliação.
Comentários
A alternativa C está incorreta. A averbação não é requisito para a verificação do
direito de preferência.
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o
concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que
adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Doutro lado, vimos que um dos efeitos da penhora é a ineficácia dos atos de
alienação ou oneração do bem penhorado. Assim, a alienação do bem penhorado para
terceiro existe, é válida, mas só é eficaz inter partes (ex: executado e terceiro
adquirente), sendo ineficaz para a execução.
A alienação existe e é válida, pois, como dissemos, a penhora não retira o
domínio do executado. A ineficácia, portanto, não atinge o contrato de compra e venda,
p. ex., mas apenas significa que o bem continuará respondendo pela execução em que
foi penhorado.
Nesse ponto, para o exequente se precaver, ele poderá pegar uma cópia do auto
ou do termo de penhora na secretaria da vara e efetuar o registro no respectivo órgão
(cartório de registro de imóvel, detran etc.), ensejando uma presunção absoluta de que
todas as pessoas saibam que o bem está penhorado.
Assim, não haverá terceiro que possa alegar boa-fé na aquisição do bem.
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao
exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro
competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo,
independentemente de mandado judicial.
A alternativa A está correta. A alienação antecipada dos bens penhorados
encontra-se prevista no art. 852, CPC:
Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados
quando:
I - se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de
outros bens móveis sujeitos à depreciação ou à deterioração;
II - houver manifesta vantagem.
Doutro lado, a alienação particular está prevista no art. 879, I:
Art. 879. A alienação far-se-á:
I - por iniciativa particular;
A alternativa B está correta.
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-
parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o
produto da alienação do bem.

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§ 2o Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da


avaliação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário
ou ao cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua quota-parte
calculado sobre o valor da avaliação.
A alternativa D está correta.
Art. 876. § 2o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles
à licitação, e, no caso de igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, o
companheiro, o descendente ou o ascendente do executado, nessa ordem.
A alternativa E está correta.
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo
juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-
se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação.
Q27. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros –
Provimento/2017
A adjudicação é uma forma indireta de satisfação do crédito do exequente, que se
realiza pela transferência do bem penhorado para o credor. A esse respeito, analise as
afirmações que seguem: I. Requerida a adjudicação, o executado será intimado para
manifestar-se. II. É licito a terceiros, oferecendo preço não inferior ao valor da avaliação,
requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. III. Se houver mais de um
pretendente à adjudicação, proceder-se-á a licitação entre eles. IV. Considera-se
perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz, pelo
adjudicatário, pelo escrivão e, se estiver presente, pelo executado.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III, apenas.
b) I, III e IV, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV.

Comentários

A assertiva I está correta.


Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da
avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
§ 1o Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido: (...)
A assertiva II está correta.
Art. 876, § 5o Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art.
889, incisos II a VIII, pelos credores concorrentes que hajam penhorado o
mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos descendentes ou pelos
ascendentes do executado.
A assertiva III está correta.
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Art. 876, § 6o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação


entre eles, tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o
companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa ordem.
A assertiva IV está correta.
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação,
e decididas eventuais questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de
adjudicação.
§ 1o Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a
assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de
secretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se:
Q28. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e de Registros –
Provimento/2017
Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, os tribunais
dispõem de um sistema eletrônico que possibilita a realização da chamada “penhora on
line”. Analise as proposições abaixo:
I. A penhora em dinheiro é prioritária.
II. O juiz deverá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar da resposta quanto à
ordem de bloqueio de valores, determinar o cancelamento de eventual
indisponibilidade excessiva.
III. Constitui ônus do executado comprovar que as quantias tornadas indisponíveis são
impenhoráveis.
IV. A conversão da indisponibilidade em penhora somente se completa com a lavratura
do correspondente termo de penhora, sem o qual a mesma não se considera realizada.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I, II e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.

Comentários

A assertiva I está correta.


Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição
financeira;
A assertiva II está correta.
Art. 854, § 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de
ofício, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade
excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual
prazo.

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A assertiva III está correta.


Art. 854, § 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar
que:
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
A assertiva IV está incorreta.
Art. 854, § 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do
executado, converter-se-á a indisponibilidade em penhora, sem
necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da execução determinar
à instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.
Q29. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros – Remoção/2017
Sobre a penhora de frutos e rendimentos de coisa imóvel, assinale a afirmação correta:
a) Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz nomeará administrador-
depositário, permanecendo o executado com o direito de gozo do bem.
b) O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliário mediante a
apresentação de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado
judicial.
c) A penhora terá eficácia perante terceiros com a simples publicação da decisão que a
conceda, sendo desnecessária a averbação no ofício imobiliário.
d) O juiz jamais poderá nomear como administrador- - depositário o próprio exequente,
sob pena de ferir o princípio da isonomia e do tratamento igualitário das partes.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 868. Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz nomeará
administrador-depositário, que será investido de todos os poderes que
concernem à administração do bem e à fruição de seus frutos e
utilidades, perdendo o executado o direito de gozo do bem, até que o
exequente seja pago do principal, dos juros, das custas e dos honorários
advocatícios.
A alternativa B está correta.
Art. 868, § 2o O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliário
mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato,
independentemente de mandado judicial.
A alternativa C está incorreta.
Art. 868, § 1o A medida terá eficácia em relação a terceiros a partir da
publicação da decisão que a conceda ou de sua averbação no ofício
imobiliário, em caso de imóveis.
A alternativa D está incorreta.

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Art. 869. O juiz poderá nomear administrador-depositário o exequente ou


o executado, ouvida a parte contrária, e, não havendo acordo, nomeará
profissional qualificado para o desempenho da função.
Q30. FCC/TRT 15ª Região(SP) – Analista Judiciário – área judiciária/2018
Em relação à execução por quantia certa,
a) o exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com
identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de
imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
b) ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de 15%, a
serem pagos pelo executado, reduzindo-se esse valor a 5% em caso de pagamento
integral no prazo de três dias.
c) o executado será intimado para pagar a dívida em três dias, ou nomear bens
suficientes à satisfação do crédito.
d) se o oficial de justiça não encontrar o executado, devolverá o mandado em cartório,
que intimará o exequente para indicar bens à penhora.
e) no prazo para oferecimento de embargos à execução, impreterivelmente, poderá o
executado remir a execução pagando o débito com os encargos e acréscimos legais.

Comentários

A alternativa A está correta.


Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida
pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de
averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a
penhora, arresto ou indisponibilidade.
A alternativa B está incorreta.
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários
advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.
A alternativa C está incorreta.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três)
dias, contado da citação.
A alternativa D está incorreta.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á
tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
A alternativa E está incorreta.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a
todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância
atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.

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Q31. CESPE/EMAP – Analista Portuário – área jurídica


Julgue o item seguinte, relativo a atos processuais, mandado de segurança e processo
de execução.
Situação hipotética: Maria é ré em uma execução de título extrajudicial. Nesses autos,
um apartamento foi penhorado. Para manter o bem, Maria, por meio de seu advogado,
requereu a substituição da penhora por fiança bancária no valor equivalente ao débito
executado acrescido de 30%. Assertiva: Nessa situação, o pleito de Maria pode ser
indeferido pelo juiz, mesmo sem a intimação do exequente, por não terem sido
cumpridos todos os requisitos legais para a substituição perseguida.

Comentários

A assertiva está incorreta.


Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição
financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com
cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
[...]
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais
hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias
do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança
bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do
débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se:
I - ela não obedecer à ordem legal;
II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial
para o pagamento;
III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados;
IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto
de gravame;
V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez;
VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou
VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das
indicações previstas em lei.

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Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por
seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da
inicial, acrescido de trinta por cento.
Q32. CONSULPLAN/TJMG- Titular de Serviços de Notas e de registros –
remoção/2018
Sobre a arrematação, de acordo com as regras do novo Código de Processo Civil, é
correto afirmar que:
a) O devedor responderá pela evicção ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta
pública.
b) Expedida a carta de arrematação, com a transferência de domínio mediante o
registro, torna-se impossibilitado o desfazimento da arrematação pela parte
interessada.
c) Será declarada ineficaz na hipótese de não ter sido o credor hipotecário intimado do
leilão do imóvel dado em garantia, ocasião em que sub-rogará sua preferência no preço
pago pelo arrematante.
d) O credor exequente não pode concorrer na arrematação já que, em sendo legitimado
para, previamente adjudicar o bem penhorado, tem pelo instituto da supressio a
preclusão do uso daquela outra forma expropriatória.

Comentários

A alternativa A está correta.


Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção.
Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta
pública.
A alternativa B está incorreta.
Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz,
pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita,
acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os
embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo,
assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos.
§ 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação
poderá, no entanto, ser:
I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804;
III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
A alternativa C está incorreta.
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será
ineficaz em relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não
intimado.
A alternativa D está incorreta.

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Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento


deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou
por meio eletrônico. § 1o Se o exequente arrematar os bens e for o único
credor, não estará obrigado a exibir o preço, mas, se o valor dos bens exceder
ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena de
tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo leilão,
à custa do exequente.
Q33. CONSULPLAN/TJMG – Titular de Serviços de Notas e Registros –
provimento/2018
Analise as seguintes afirmativas a partir do novo Código de Processo Civil (Lei nº
13.105/2015).
I. A busca e apreensão passou a ser prevista como medida executiva no cumprimento
de sentença das obrigações de fazer, não fazer e entrega de coisa, no inventário e nas
execuções de entrega de coisa fundada em título extrajudicial.
II. A posse em nome do nascituro foi absorvida pelo procedimento do inventário.
III. O arresto foi mantido na execução e, para fins acautelatórios, no processo de
conhecimento, demanda observância do procedimento próprio para as tutelas
provisórias.
IV. A exibição de documento ou coisa passou a ser disciplinada entre os meios de prova.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II, III e IV.
b) I e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.

Comentários

A afirmativa I está correta.


Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de
obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela
pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à
satisfação do exequente.
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre
outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de
pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade
nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
A afirmativa II está correta.
Art. 650. Se um dos interessados for nascituro, o quinhão que lhe caberá será
reservado em poder do inventariante até o seu nascimento.
A afirmativa III está correta.

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Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-


á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto
contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração
do direito.
A afirmativa IV está correta.
Da Exibição de Documento ou Coisa - art. 396 e seguintes, dentro do capítulo
XII, Das Provas.

Outros

Q34. CS-UFG/Câmara de Goiânia-GO – Procurador Jurídico Legislativo/2018


Na penhora de faturamento de empresa,
a) os rendimentos são preferíveis a qualquer outro tipo de bem penhorável.
b) o juiz está dispensado de fixar percentual que propicie a satisfação do crédito.
c) o juiz nomeará administrador-depositário que prestará contas semestralmente ao
juízo.
d) o regime de penhora de frutos e rendimentos é aplicável.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 866, caput: Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se,
tendo-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o
crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de
faturamento de empresa.
A alternativa B está incorreta.
Art. 866, § 1º: O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito
exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da
atividade empresarial.
A alternativa C está incorreta.
Art. 866, § 2º: O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá
à aprovação judicial a forma de sua atuação e prestará contas
mensalmente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os
respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pagamento
da dívida.
A alternativa D está correta.
Art. 866, § 3º: Na penhora de percentual de faturamento de empresa,
observar-se-á, no que couber, o disposto quanto ao regime de penhora de
frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.
Q35. IBFC/EBSERH – Advogado (HUAP-UFF)/2016
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Assinale a alternativa correta sobre a adjudicação de bens penhorados, após analisá-las


a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de 16/03/2015 (Novo Código
de Processo Civil).
a) É lícito ao exequente, desde que ofereça preço superior ao da avaliação, requerer que
lhe sejam adjudicados os bens penhorados, antes ou depois da citação.
b) Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido por carta com aviso
de recebimento, apenas quando não tiver procurador constituído nos autos.
c) Se o executado, citado por edital, não tiver procurador constituído nos autos, é
dispensável sua intimação diante do requerimento de adjudicação formulado pelo
exequente.
d) A adjudicação pelo exequente só será oportunizada, antes de qualquer tentativa de
alienação.
e) Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto
pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria.

Comentários

A alternativa A está incorreta.


Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da
avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
A alternativa B está incorreta.
Art. 876, §1º Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido:
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela
Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos;
A alternativa C está correta.
Art. 876, § 3º Se o executado, citado por edital, não tiver procurador
constituído nos autos, é dispensável a intimação prevista no § 1º.
A alternativa D está incorreta.
Art. 881, A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação
ou a alienação por iniciativa particular.
A alternativa E está incorreta.
Art. 877, § 1º Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura
e a assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de
secretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se:
I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar
de bem imóvel;
II - a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel.
Q36. FAUEL/Prev São José/PR-Advogado/2017
Acerca da penhora, do depósito e da avaliação, de acordo com o Novo Código de
Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), é INCORRETO afirmar que:
151

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a) tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do


coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do
bem.
b) para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente
providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante
apresentação de cópia do auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
c) não se procederá à avaliação quando se tratar de veículos automotores ou de outros
bens cujo preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas
realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de
comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a
cotação de mercado.
d) quando não encontrar bens penhoráveis, o oficial de justiça descreverá na certidão
os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quando este
for pessoa jurídica, desde que exista ordem judicial nesse sentido.
e) são impenhoráveis os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob
regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.

Comentários

A alternativa D está incorreta.


Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-
parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o
produto da alienação do bem.
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao
exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro
competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo,
independentemente de mandado judicial.
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:
I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa,
comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos
de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia,
comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio
de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por
órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de
comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de
comprovar a cotação de mercado.
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o
produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo
pagamento das custas da execução.

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§ 1º. Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de


determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os
bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado,
quando este for pessoa jurídica.
Art. 833. São impenhoráveis: XII - os créditos oriundos de alienação de
unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à
execução da obra.
Q37. CETRO/TJRJ – Titular de Serviços de Notas e de Registros/2017
De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa
incorreta em relação à penhora.
a) Quando incidente sobre bens imóveis, deve-se proceder à averbação da penhora no
Registro de Imóveis, a fim de dar publicidade à constrição realizada e gerar presunção
absoluta de seu conhecimento em relação a terceiros. Mas tal providência não constitui
requisito integrativo do ato de penhora e, portanto, não interfere na questão relativa à
preferência temporal das penhoras realizadas que, para esse efeito, contam-se a partir
da data da expedição do respectivo termo de penhora.
b) A averbação da penhora na matrícula do imóvel determina o direito de preferência
entre os credores quirografários, independentemente da ordem das penhoras
efetuadas por juízos diversos.
c) A impenhorabilidade dos bens entregues em garantia hipotecária tanto em Cédula de
Crédito Rural como em Cédula de Crédito Industrial tem sido relativizada pelo Superior
Tribunal de Justiça, com admissão da penhora em execuções de créditos tributários e
trabalhistas.
d) A Lei nº 8.009/1990, que tutela o bem de família, prevê a impenhorabilidade do
imóvel destinado à família, contudo o Superior Tribunal de Justiça já decidiu sobre a
possibilidade de penhora sobre parte do imóvel que exceder o necessário à moradia do
devedor e de sua família, quando o imóvel for desmembrável e desde que este
desmembramento não prejudique ou inviabilize a residência da família.
e) A cláusula testamentária de inalienabilidade não impede a penhora em execução
contra o espólio, porém, não admite a penhora para garantir o pagamento das dívidas
contraídas pelos herdeiros.

Comentários

A alternativa B está incorreta.

PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. PENHORA. DIREITO DE PREFERÊNCIA.


ANTERIORIDADE DA PENHORA. AVERBAÇÃO. NATUREZA DESSE ATO.
I - No processo de execução, recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo
bem, terá preferência no recebimento do numerário apurado com a sua
arrematação, o credor que em primeiro lugar houver realizado a penhora,
salvo se incidente outro título legal de preferência. Aplicação do brocardo
prior tempore, potior iure.

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II - Quando incidente sobre bens imóveis, deve-se proceder a averbação da


penhora no Registro de Imóveis a fim de dar publicidade à constrição
realizada e gerar presunção absoluta de seu conhecimento em relação a
terceiros.
III - Tal providência não constitui requisito integrativo do ato de penhora e,
portanto, não interfere na questão relativa à preferência temporal das
penhoras realizadas que, para esse efeito, contam-se a partir da data da
expedição do respectivo termo de penhora.
IV - Recurso Especial improvido.
(REsp 829.980/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 01/06/2010, DJe 18/06/2010)
Q38. FGV/TJRS – Oficial de Justiça/2020
No que concerne à execução por quantia certa, é correto afirmar que:
a)concluída a avaliação do bem penhorado, não mais é lícito ao executado pagar a
dívida, ainda que atualizada e acrescida de juros, custas e honorários advocatícios;
b) ao despachar a inicial, o juiz deve determinar a intimação do executado para que, no
prazo de 3 (três) dias, apresente contestação;
c) caso o executado aliene bem imóvel cuja penhora foi previamente averbada na
serventia imobiliária, incide presunção legal de ocorrência de fraude contra credores;
d) a avaliação do bem penhorado é requisito de validade do processo de execução,
devendo ser realizada ainda que uma das partes aceite a estimativa de valor feita pela
outra;
e) caso o oficial de justiça, por ocasião da diligência citatória, não encontre o executado,
deverá proceder ao arresto de bens de sua propriedade, suficientes para garantir a
execução.
Comentários
A alternativa E está correta.
CPC. Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-
á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
A alternativa A está incorreta.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a
todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância
atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.
A alternativa B está incorreta.
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários
advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três)
dias, contado da citação.
A alternativa C está incorreta.

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CPC. Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à


execução:
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou
outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a
fraude;
Pelo dispositivo, para que a alienação/oneração seja tida como fraudulenta, é
obrigatório que a pendência do processo esteja averbada no respectivo registro público
(registro de imóveis, Detran, capitania dos portos etc.).
Se o exequente não tiver feito esse registro, será seu ônus demonstrar que o terceiro
adquirente tinha ciência da demanda (atuou de má-fé), até porque, no Direito, “a boa-
fé se presume, a má-fé se prova”.
Enunciado 149, II JDPC, CJF: A falta de averbação da pendência de processo
ou da existência de hipoteca judiciária ou de constrição judicial sobre bem
no registro de imóveis não impede que o exequente comprove a má-fé do
terceiro que tenha adquirido a propriedade ou qualquer outro direito real
sobre o bem.
Ou seja, para que haja fraude à execução, será necessário:
i- averbação no respectivo registro da pendência da demanda OU;
ii- prova da má-fé do terceiro adquirente.
Súmula 375, STJ: O reconhecimento da fraude à execução depende do
registro da penhora do bem alienado OU da prova de má-fé do terceiro
adquirente.
A alternativa D está incorreta.
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando: I - uma das partes aceitar a
estimativa feita pela outra;

7 - DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO
Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos de
lei que podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-se de revisá-los!
--
 arts. 1º, 5º, XXI, XXXV, da CF:
Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Parte Especial – Livro II – Do Processo de Execução (Título II – Das diversas espécies de execução).

Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos de


lei que podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-se de revisá-los!
TÍTULO II
DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO

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CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal,
realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência
sobre os bens penhorados.
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará
o seu título de preferência.
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I - instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de
execução por quantia certa;
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe
assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão
mediante a contraprestação do exequente;
II - indicar:
a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada;
b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter:
I - o índice de correção monetária adotado;
II - a taxa de juros aplicada;
III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros
utilizados;
IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
V - a especificação de desconto obrigatório realizado.
Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a
penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária;
II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre
bem gravado por usufruto, uso ou habitação;
III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação
ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
IV - requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo
derivado de promessa de compra e venda registrada;
V - requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito de
superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real
de uso, quando a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime do direito de superfície,
enfiteuse ou concessão;

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VI - requerer a intimação do proprietário de terreno com regime de direito de superfície, enfiteuse,


concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a
penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do concessionário;
VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de ação de
sociedade anônima fechada, para o fim previsto no art. 876, § 7o;
VIII - pleitear, se for o caso, medidas urgentes;
IX - proceder à averbação em registro público do ato de propositura da execução e dos atos de
constrição realizados, para conhecimento de terceiros.
X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for o caso, do titular de lajes
anteriores, quando a penhora recair sobre o direito real de laje; (Incluído pela Lei
nº 13.465, de 2017)
XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair sobre a construção-
base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado para
exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi
determinado em lei ou em contrato.
§ 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado.
§ 2o A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la.
Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos
documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a
corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento.
Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que realizada em observância ao
disposto no § 2o do art. 240, interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo
incompetente.
Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura da ação.
Art. 803. É nula a execução se:
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível;
II - o executado não for regularmente citado;
III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, independentemente de embargos à execução.
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação
ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado.
§ 1o A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de cessão registrada será
ineficaz em relação ao promitente comprador ou ao cessionário não intimado.
§ 2o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de superfície, seja do solo, da
plantação ou da construção, será ineficaz em relação ao concedente ou ao concessionário não
intimado.
§ 3o A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de venda, de promessa de cessão
ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação ao promitente vendedor, ao promitente cedente
ou ao proprietário fiduciário não intimado.
§ 4o A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse, concessão de uso especial
para fins de moradia ou concessão de direito real de uso será ineficaz em relação ao enfiteuta ou
ao concessionário não intimado.

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§ 5o A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real de uso ou do


concessionário de uso especial para fins de moradia será ineficaz em relação ao proprietário do
respectivo imóvel não intimado.
§ 6o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou habitação será ineficaz
em relação ao titular desses direitos reais não intimado.
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que
se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar
outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já
determinados.
CAPÍTULO II
DA EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA
Seção I
Da Entrega de Coisa Certa
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo
extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
§ 1o Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da
obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.
§ 2o Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão,
conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado
não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado.
Art. 807. Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita
a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de
prejuízos, se houver.
Art. 808. Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o terceiro adquirente,
que somente será ouvido após depositá-la.
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa
se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro
adquirente.
§ 1o Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente
apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial.
§ 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.
Art. 810. Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executado ou por terceiros de cujo
poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória.
Parágrafo único. Havendo saldo:
I - em favor do executado ou de terceiros, o exequente o depositará ao requerer a entrega da coisa;
II - em favor do exequente, esse poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo.
Seção II
Da Entrega de Coisa Incerta
Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o
executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha.
Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na petição inicial.
Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, impugnar a escolha feita pela
outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação.

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Art. 813. Aplicar-se-ão à execução para entrega de coisa incerta, no que couber, as disposições da
Seção I deste Capítulo.
CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER OU DE NÃO FAZER
Seção I
Disposições Comuns
Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título extrajudicial, ao
despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data
a partir da qual será devida.
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá reduzi-
lo.
Seção II
Da Obrigação de Fazer
Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o executado será citado para
satisfazê-la no prazo que o juiz lhe designar, se outro não estiver determinado no título executivo.
Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, nos
próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e
danos, hipótese em que se converterá em indenização.
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução
para cobrança de quantia certa.
Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito ao juiz autorizar, a requerimento
do exequente, que aquele a satisfaça à custa do executado.
Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as partes,
o juiz houver aprovado.
Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias e, não havendo
impugnação, considerará satisfeita a obrigação.
Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a decidirá.
Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo
incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o
autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante.
Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz mandará avaliar o custo
das despesas necessárias e o condenará a pagá-lo.
Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar executar, sob sua direção e vigilância, as obras
e os trabalhos necessários à realização da prestação, terá preferência, em igualdade de condições
de oferta, em relação ao terceiro.
Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser exercido no prazo de 5 (cinco) dias, após
aprovada a proposta do terceiro.
Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça
pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.
Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua obrigação pessoal será convertida
em perdas e danos, caso em que se observará o procedimento de execução por quantia certa.
Seção III
Da Obrigação de Não Fazer
Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o
exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo.

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Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande
desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos.
Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos,
caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por quantia certa.
CAPÍTULO IV
DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do executado,
ressalvadas as execuções especiais.
Art. 825. A expropriação consiste em:
I - adjudicação;
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a
execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas
e honorários advocatícios.
Seção II
Da Citação do Devedor e do Arresto
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento,
a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios
será reduzido pela metade.
§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos
à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do
procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com
identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de
veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1o No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as
averbações efetivadas.
§ 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente
providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não
penhorados.
§ 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a requerimento, caso o
exequente não o faça no prazo.
§ 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a
averbação.
§ 5o O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não cancelar as
averbações nos termos do § 2 o indenizará a parte contrária, processando-se o incidente em autos
apartados.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação.
§ 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem
cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo
lavrando-se auto, com intimação do executado.

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§ 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados
pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será
menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos
bastem para garantir a execução.
§ 1o Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado
2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora
certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
§ 2o Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com
hora certa.
§ 3o Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto converter-se-á em
penhora, independentemente de termo.
Seção III
Da Penhora, do Depósito e da Avaliação
Subseção I
Do Objeto da Penhora
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do
principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado,
salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um
médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de
aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de
trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2 o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis
necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-
mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação
imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive
àquela contraída para sua aquisição.

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§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de
prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes
a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528,
§ 8o, e no art. 529, § 3o.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual
produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam
vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar,
trabalhista ou previdenciária.
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens
inalienáveis.
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em
garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem
prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro
garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de
trinta por cento.
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia,
e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos
bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
§ 1o Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de determinação judicial
expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o
estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica.
§ 2o Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado depositário provisório
de tais bens até ulterior determinação do juiz.
Subseção II
Da Documentação da Penhora, de seu Registro e do Depósito

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Art. 837. Obedecidas as normas de segurança instituídas sob critérios uniformes pelo Conselho
Nacional de Justiça, a penhora de dinheiro e as averbações de penhoras de bens imóveis e móveis
podem ser realizadas por meio eletrônico.
Art. 838. A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá:
I - a indicação do dia, do mês, do ano e do lugar em que foi feita;
II - os nomes do exequente e do executado;
III - a descrição dos bens penhorados, com as suas características;
IV - a nomeação do depositário dos bens.
Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-
se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia.
Parágrafo único. Havendo mais de uma penhora, serão lavrados autos individuais.
Art. 840. Serão preferencialmente depositados:
I - as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no Banco do
Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua mais
da metade do capital social integralizado, ou, na falta desses estabelecimentos, em qualquer
instituição de crédito designada pelo juiz;
II - os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos,
em poder do depositário judicial;
III - os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios e os
instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, mediante caução idônea, em poder do
executado.
§ 1o No caso do inciso II do caput, se não houver depositário judicial, os bens ficarão em poder do
exequente.
§ 2o Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil remoção ou
quando anuir o exequente.
§ 3o As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados com registro do valor
estimado de resgate.
Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será imediatamente intimado
o executado.
§ 1o A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à sociedade de advogados a
que aquele pertença.
§ 2o Se não houver constituído advogado nos autos, o executado será intimado pessoalmente, de
preferência por via postal.
§ 3o O disposto no § 1o não se aplica aos casos de penhora realizada na presença do executado, que
se reputa intimado.
§ 4o Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2 o quando o executado houver mudado
de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art.
274.
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será intimado também
o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação absoluta de bens.
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário
ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
§ 1o É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência na arrematação do
bem em igualdade de condições.

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§ 2o Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação na qual o valor
auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o
correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar
a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante apresentação de cópia
do auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
Subseção III
Do Lugar de Realização da Penhora
Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que sob a posse, a detenção ou
a guarda de terceiros.
§ 1o A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando apresentada certidão
da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores, quando apresentada certidão que
ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos autos.
§ 2o Se o executado não tiver bens no foro do processo, não sendo possível a realização da penhora
nos termos do § 1o, a execução será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os
bens no foro da situação.
Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de
justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.
§ 1o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de justiça cumprirão o mandado, arrombando cômodos e
móveis em que se presuma estarem os bens, e lavrarão de tudo auto circunstanciado, que será
assinado por 2 (duas) testemunhas presentes à diligência.
§ 2o Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os oficiais de justiça
na penhora dos bens.
§ 3o Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrência, entregando uma via ao
escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser juntada aos autos, e a outra à autoridade policial a
quem couber a apuração criminal dos eventuais delitos de desobediência ou de resistência.
§ 4o Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com a respectiva qualificação.
Subseção IV
Das Modificações da Penhora
Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora, requerer
a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará
prejuízo ao exequente.
§ 1o O juiz só autorizará a substituição se o executado:
I - comprovar as respectivas matrículas e os registros por certidão do correspondente ofício, quanto
aos bens imóveis;
II - descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e características, bem como o estado
deles e o lugar onde se encontram;
III - descrever os semoventes, com indicação de espécie, de número, de marca ou sinal e do local
onde se encontram;
IV - identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual a origem da dívida, o título que a
representa e a data do vencimento; e
V - atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penhora, além de especificar os ônus e os
encargos a que estejam sujeitos.
§ 2o Requerida a substituição do bem penhorado, o executado deve indicar onde se encontram os
bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua propriedade e a certidão negativa ou positiva de
ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora.

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§ 3o O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira com a
expressa anuência do cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de bens.
§ 4o O juiz intimará o exequente para manifestar-se sobre o requerimento de substituição do bem
penhorado.
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se:
I - ela não obedecer à ordem legal;
II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento;
III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados;
IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame;
V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez;
VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou
VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei.
Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia
judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
Art. 849. Sempre que ocorrer a substituição dos bens inicialmente penhorados, será lavrado novo
termo.
Art. 850. Será admitida a redução ou a ampliação da penhora, bem como sua transferência para
outros bens, se, no curso do processo, o valor de mercado dos bens penhorados sofrer alteração
significativa.
Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se:
I - a primeira for anulada;
II - executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente;
III - o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem
submetidos a constrição judicial.
Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados quando:
I - se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de outros bens móveis sujeitos
à depreciação ou à deterioração;
II - houver manifesta vantagem.
Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medidas previstas nesta Subseção, o juiz
ouvirá sempre a outra, no prazo de 3 (três) dias, antes de decidir.
Parágrafo único. O juiz decidirá de plano qualquer questão suscitada.
Subseção V
Da Penhora de Dinheiro em Depósito ou em Aplicação Financeira
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a
requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às
instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do
sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do
executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
§ 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz determinará o
cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição
financeira em igual prazo.
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na pessoa de seu
advogado ou, não o tendo, pessoalmente.

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§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que:


I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3 o, o juiz determinará o cancelamento
de eventual indisponibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em
24 (vinte e quatro) horas.
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a
indisponibilidade em penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da execução
determinar à instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, transfira
o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará, imediatamente, por
sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, a notificação
da instituição financeira para que, em até 24 (vinte e quatro) horas, cancele a indisponibilidade.
§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamento e de determinação de
penhora previstas neste artigo far-se-ão por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade
supervisora do sistema financeiro nacional.
§ 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos causados ao executado em
decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em valor superior ao indicado na execução
ou pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento da indisponibilidade no prazo de 24 (vinte
e quatro) horas, quando assim determinar o juiz.
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do exequente,
determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido por autoridade
supervisora do sistema bancário, que tornem indisponíveis ativos financeiros somente em nome do
órgão partidário que tenha contraído a dívida executada ou que tenha dado causa à violação de
direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade pelos atos praticados, na forma
da lei.
Subseção VI
Da Penhora de Créditos

Art. 855. Quando recair em crédito do executado, enquanto não ocorrer a hipótese prevista no art.
856, considerar-se-á feita a penhora pela intimação:
I - ao terceiro devedor para que não pague ao executado, seu credor;
II - ao executado, credor do terceiro, para que não pratique ato de disposição do crédito.
Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota promissória, duplicata,
cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do documento, esteja ou não este em poder do
executado.
§ 1o Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será este tido como
depositário da importância.
§ 2o O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em juízo a importância da dívida.
§ 3o Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação que este lhe der
caracterizará fraude à execução.
§ 4o A requerimento do exequente, o juiz determinará o comparecimento, em audiência
especialmente designada, do executado e do terceiro, a fim de lhes tomar os depoimentos.
Art. 857. Feita a penhora em direito e ação do executado, e não tendo ele oferecido embargos ou
sendo estes rejeitados, o exequente ficará sub-rogado nos direitos do executado até a concorrência
de seu crédito.

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§ 1o O exequente pode preferir, em vez da sub-rogação, a alienação judicial do direito penhorado,


caso em que declarará sua vontade no prazo de 10 (dez) dias contado da realização da penhora.
§ 2o A sub-rogação não impede o sub-rogado, se não receber o crédito do executado, de prosseguir
na execução, nos mesmos autos, penhorando outros bens.
Art. 858. Quando a penhora recair sobre dívidas de dinheiro a juros, de direito a rendas ou de
prestações periódicas, o exequente poderá levantar os juros, os rendimentos ou as prestações à
medida que forem sendo depositados, abatendo-se do crédito as importâncias recebidas, conforme
as regras de imputação do pagamento.
Art. 859. Recaindo a penhora sobre direito a prestação ou a restituição de coisa determinada, o
executado será intimado para, no vencimento, depositá-la, correndo sobre ela a execução.
Art. 860. Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a penhora que recair sobre ele será
averbada, com destaque, nos autos pertinentes ao direito e na ação correspondente à penhora, a
fim de que esta seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou que vierem a caber ao executado.
Subseção VII
Da Penhora das Quotas ou das Ações de Sociedades Personificadas
Art. 861. Penhoradas as quotas ou as ações de sócio em sociedade simples ou empresária, o juiz
assinará prazo razoável, não superior a 3 (três) meses, para que a sociedade:
I - apresente balanço especial, na forma da lei;
II - ofereça as quotas ou as ações aos demais sócios, observado o direito de preferência legal ou
contratual;
III - não havendo interesse dos sócios na aquisição das ações, proceda à liquidação das quotas ou
das ações, depositando em juízo o valor apurado, em dinheiro.
§ 1o Para evitar a liquidação das quotas ou das ações, a sociedade poderá adquiri-las sem redução
do capital social e com utilização de reservas, para manutenção em tesouraria.
§ 2o O disposto no caput e no § 1o não se aplica à sociedade anônima de capital aberto, cujas ações
serão adjudicadas ao exequente ou alienadas em bolsa de valores, conforme o caso.
§ 3o Para os fins da liquidação de que trata o inciso III do caput, o juiz poderá, a requerimento do
exequente ou da sociedade, nomear administrador, que deverá submeter à aprovação judicial a
forma de liquidação.
§ 4o O prazo previsto no caput poderá ser ampliado pelo juiz, se o pagamento das quotas ou das
ações liquidadas:
I - superar o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social,
ou por doação; ou
II - colocar em risco a estabilidade financeira da sociedade simples ou empresária.
§ 5o Caso não haja interesse dos demais sócios no exercício de direito de preferência, não ocorra a
aquisição das quotas ou das ações pela sociedade e a liquidação do inciso III do caput seja
excessivamente onerosa para a sociedade, o juiz poderá determinar o leilão judicial das quotas ou
das ações.
Subseção VIII
Da Penhora de Empresa, de Outros Estabelecimentos e de Semoventes
Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem
como em semoventes, plantações ou edifícios em construção, o juiz nomeará administrador-
depositário, determinando-lhe que apresente em 10 (dez) dias o plano de administração.
§ 1o Ouvidas as partes, o juiz decidirá.
§ 2o É lícito às partes ajustar a forma de administração e escolher o depositário, hipótese em que o
juiz homologará por despacho a indicação.
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§ 3o Em relação aos edifícios em construção sob regime de incorporação imobiliária, a penhora


somente poderá recair sobre as unidades imobiliárias ainda não comercializadas pelo incorporador.
§ 4o Sendo necessário afastar o incorporador da administração da incorporação, será ela exercida
pela comissão de representantes dos adquirentes ou, se se tratar de construção financiada, por
empresa ou profissional indicado pela instituição fornecedora dos recursos para a obra, devendo
ser ouvida, neste último caso, a comissão de representantes dos adquirentes.
Art. 863. A penhora de empresa que funcione mediante concessão ou autorização far-se-á,
conforme o valor do crédito, sobre a renda, sobre determinados bens ou sobre todo o patrimônio,
e o juiz nomeará como depositário, de preferência, um de seus diretores.
§ 1o Quando a penhora recair sobre a renda ou sobre determinados bens, o administrador-
depositário apresentará a forma de administração e o esquema de pagamento, observando-se,
quanto ao mais, o disposto em relação ao regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa
móvel e imóvel.
§ 2o Recaindo a penhora sobre todo o patrimônio, prosseguirá a execução em seus ulteriores
termos, ouvindo-se, antes da arrematação ou da adjudicação, o ente público que houver outorgado
a concessão.
Art. 864. A penhora de navio ou de aeronave não obsta que continuem navegando ou operando
até a alienação, mas o juiz, ao conceder a autorização para tanto, não permitirá que saiam do
porto ou do aeroporto antes que o executado faça o seguro usual contra riscos.
Art. 865. A penhora de que trata esta Subseção somente será determinada se não houver outro
meio eficaz para a efetivação do crédito.
Subseção IX
Da Penhora de Percentual de Faturamento de Empresa
Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil
alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de
percentual de faturamento de empresa.
§ 1o O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável,
mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial.
§ 2o O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá à aprovação judicial a forma de
sua atuação e prestará contas mensalmente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os
respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida.
§ 3o Na penhora de percentual de faturamento de empresa, observar-se-á, no que couber, o
disposto quanto ao regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.
Subseção X
Da Penhora de Frutos e Rendimentos de Coisa Móvel ou Imóvel
Art. 867. O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel quando
a considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao executado.
Art. 868. Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz nomeará administrador-depositário,
que será investido de todos os poderes que concernem à administração do bem e à fruição de seus
frutos e utilidades, perdendo o executado o direito de gozo do bem, até que o exequente seja pago
do principal, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
§ 1o A medida terá eficácia em relação a terceiros a partir da publicação da decisão que a conceda
ou de sua averbação no ofício imobiliário, em caso de imóveis.
§ 2o O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliário mediante a apresentação de
certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial.

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Art. 869. O juiz poderá nomear administrador-depositário o exequente ou o executado, ouvida a


parte contrária, e, não havendo acordo, nomeará profissional qualificado para o desempenho da
função.
§ 1o O administrador submeterá à aprovação judicial a forma de administração e a de prestar
contas periodicamente.
§ 2o Havendo discordância entre as partes ou entre essas e o administrador, o juiz decidirá a melhor
forma de administração do bem.
§ 3o Se o imóvel estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel diretamente ao exequente, salvo
se houver administrador.
§ 4o O exequente ou o administrador poderá celebrar locação do móvel ou do imóvel, ouvido o
executado.
§ 5o As quantias recebidas pelo administrador serão entregues ao exequente, a fim de serem
imputadas ao pagamento da dívida.
§ 6o O exequente dará ao executado, por termo nos autos, quitação das quantias recebidas.
==13272f==

Subseção XI
Da Avaliação
Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça.
Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da execução o
comportar, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10 (dez) dias para entrega
do laudo.
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:
I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão
ou publicação no órgão oficial;
III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito negociáveis
em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no
órgão oficial;
IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser
conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados
em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar
a cotação de mercado.
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, a avaliação poderá ser realizada
quando houver fundada dúvida do juiz quanto ao real valor do bem.
Art. 872. A avaliação realizada pelo oficial de justiça constará de vistoria e de laudo anexados ao
auto de penhora ou, em caso de perícia realizada por avaliador, de laudo apresentado no prazo
fixado pelo juiz, devendo-se, em qualquer hipótese, especificar:
I - os bens, com as suas características, e o estado em que se encontram;
II - o valor dos bens.
§ 1o Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, a avaliação, tendo em conta o crédito
reclamado, será realizada em partes, sugerindo-se, com a apresentação de memorial descritivo, os
possíveis desmembramentos para alienação.
§ 2o Realizada a avaliação e, sendo o caso, apresentada a proposta de desmembramento, as partes
serão ouvidas no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 873. É admitida nova avaliação quando:

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I - qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do


avaliador;
II - se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no valor do bem;
III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliação.

Parágrafo único. Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista no inciso III do caput deste artigo.
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária,
mandar:
I - reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se o valor dos bens penhorados
for consideravelmente superior ao crédito do exequente e dos acessórios;
II - ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens penhorados
for inferior ao crédito do exequente.
Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos atos de expropriação do bem.
Seção IV
Da Expropriação de Bens
Subseção I
Da Adjudicação
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe
sejam adjudicados os bens penhorados.
§ 1o Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando
não tiver procurador constituído nos autos;

III - por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador
constituído nos autos.
§ 2o Considera-se realizada a intimação quando o executado houver mudado de endereço sem
prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no art. 274, parágrafo único.
§ 3o Se o executado, citado por edital, não tiver procurador constituído nos autos, é dispensável a
intimação prevista no § 1o.
§ 4o Se o valor do crédito for:
I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de imediato a diferença, que ficará
à disposição do executado;
II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.

§ 5o Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII, pelos
credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos
descendentes ou pelos ascendentes do executado.
§ 6o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles, tendo preferência, em
caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa
ordem.
§ 7o No caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada realizada em
favor de exequente alheio à sociedade, esta será intimada, ficando responsável por informar aos
sócios a ocorrência da penhora, assegurando-se a estes a preferência.
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas eventuais
questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.

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§ 1o Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto pelo


juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado,
expedindo-se:
I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel;
II - a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel.
§ 2o A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e aos seus
registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.
§ 3o No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo até a assinatura do auto
de adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do
maior lance oferecido.
§ 4o Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hipotecário, o direito de remição previsto
no § 3o será deferido à massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente recusar o
preço da avaliação do imóvel.
Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta oportunidade para
requerimento de adjudicação, caso em que também se poderá pleitear a realização de nova
avaliação.
Subseção II
Da Alienação
Art. 879. A alienação far-se-á:
I - por iniciativa particular;
II - em leilão judicial eletrônico ou presencial.
Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria
iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário.
§ 1o O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço
mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem.
§ 2o A alienação será formalizada por termo nos autos, com a assinatura do juiz, do exequente, do
adquirente e, se estiver presente, do executado, expedindo-se:
I - a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel;
II - a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel.
§ 3o Os tribunais poderão editar disposições complementares sobre o procedimento da alienação
prevista neste artigo, admitindo, quando for o caso, o concurso de meios eletrônicos, e dispor sobre
o credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os quais deverão estar em exercício
profissional por não menos que 3 (três) anos.
§ 4o Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado nos termos do §
3o, a indicação será de livre escolha do exequente.
Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação por
iniciativa particular.
§ 1o O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro público.
§ 2o Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de bolsa de valores, todos os demais
bens serão alienados em leilão público.
Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial.
§ 1o A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, observando-se as garantias processuais
das partes, de acordo com regulamentação específica do Conselho Nacional de Justiça.

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§ 2o A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos requisitos de ampla publicidade,
autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na legislação sobre
certificação digital.
§ 3o O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz.
Art. 883. Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que poderá ser indicado pelo exequente.
Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público:
I - publicar o edital, anunciando a alienação;
II - realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado pelo juiz;
III - expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;
IV - receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação;
V - prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito.
Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a comissão estabelecida em
lei ou arbitrada pelo juiz.
Art. 885. O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as condições de pagamento e as
garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante.
Art. 886. O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá:
I - a descrição do bem penhorado, com suas características, e, tratando-se de imóvel, sua situação
e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros;
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as condições
de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado;
III - o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e, tratando-se de créditos ou
direitos, a identificação dos autos do processo em que foram penhorados;
IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão, salvo se este
se der de modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V - a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não haver
interessado no primeiro;
VI - menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os bens a serem leiloados.
Parágrafo único. No caso de títulos da dívida pública e de títulos negociados em bolsa, constará
do edital o valor da última cotação.
Art. 887. O leiloeiro público designado adotará providências para a ampla divulgação da alienação.
§ 1o A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) dias antes da data marcada para o
leilão.
§ 2o O edital será publicado na rede mundial de computadores, em sítio designado pelo juízo da
execução, e conterá descrição detalhada e, sempre que possível, ilustrada dos bens, informando
expressamente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou presencial.
§ 3o Não sendo possível a publicação na rede mundial de computadores ou considerando o juiz, em
atenção às condições da sede do juízo, que esse modo de divulgação é insuficiente ou inadequado,
o edital será afixado em local de costume e publicado, em resumo, pelo menos uma vez em jornal
de ampla circulação local.
§ 4o Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede do juízo, o juiz poderá alterar a forma e a
frequência da publicidade na imprensa, mandar publicar o edital em local de ampla circulação de
pessoas e divulgar avisos em emissora de rádio ou televisão local, bem como em sítios distintos do
indicado no § 2o.

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§ 5o Os editais de leilão de imóveis e de veículos automotores serão publicados pela imprensa ou


por outros meios de divulgação, preferencialmente na seção ou no local reservados à publicidade
dos respectivos negócios.
§ 6o O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas referentes a mais de uma
execução.
Art. 888. Não se realizando o leilão por qualquer motivo, o juiz mandará publicar a transferência,
observando-se o disposto no art. 887.
Parágrafo único. O escrivão, o chefe de secretaria ou o leiloeiro que culposamente der causa à
transferência responde pelas despesas da nova publicação, podendo o juiz aplicar-lhe a pena de
suspensão por 5 (cinco) dias a 3 (três) meses, em procedimento administrativo regular.
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência:
I - o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos autos, por
carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo;
II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal;
III - o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de uso especial
para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre bem
gravado com tais direitos reais;
IV - o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de
uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair
sobre tais direitos reais;
V - o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora anteriormente
averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor, de
qualquer modo, parte na execução;
VI - o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja
promessa de compra e venda registrada;
VII - o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa
de compra e venda registrada;
VIII - a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado constituído, não constando dos
autos seu endereço atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no endereço constante do processo,
a intimação considerar-se-á feita por meio do próprio edital de leilão.
Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com exceção:
I - dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos liquidantes, quanto
aos bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade;
II - dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam encarregados;
III - do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe de
secretaria e dos demais servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos objeto de
alienação na localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade;
IV - dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica a que
servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
V - dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados;
VI - dos advogados de qualquer das partes.
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.

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Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do
edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento
do valor da avaliação.
Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento deverá ser realizado de
imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou por meio eletrônico.
§ 1o Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará obrigado a exibir o preço,
mas, se o valor dos bens exceder ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob
pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo leilão, à custa do
exequente.
§ 2o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação, e, no caso de igualdade
de oferta, terá preferência o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente do
executado, nessa ordem.
§ 3o No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o
direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta.
Art. 893. Se o leilão for de diversos bens e houver mais de um lançador, terá preferência aquele
que se propuser a arrematá-los todos, em conjunto, oferecendo, para os bens que não tiverem
lance, preço igual ao da avaliação e, para os demais, preço igual ao do maior lance que, na
tentativa de arrematação individualizada, tenha sido oferecido para eles.
Art. 894. Quando o imóvel admitir cômoda divisão, o juiz, a requerimento do executado, ordenará
a alienação judicial de parte dele, desde que suficiente para o pagamento do exequente e para a
satisfação das despesas da execução.
§ 1o Não havendo lançador, far-se-á a alienação do imóvel em sua integridade.
§ 2o A alienação por partes deverá ser requerida a tempo de permitir a avaliação das glebas
destacadas e sua inclusão no edital, e, nesse caso, caberá ao executado instruir o requerimento
com planta e memorial descritivo subscritos por profissional habilitado.
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá apresentar, por
escrito:
I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior ao da
avaliação;
II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja considerado
vil.
§ 1o A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos vinte e cinco
por cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30 (trinta) meses, garantido por
caução idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem, quando se tratar de
imóveis.
§ 2o As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo, a modalidade, o indexador de
correção monetária e as condições de pagamento do saldo.
§ 3o (VETADO).
§ 4o No caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de dez por cento
sobre a soma da parcela inadimplida com as parcelas vincendas.
§ 5o O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução da arrematação ou promover, em
face do arrematante, a execução do valor devido, devendo ambos os pedidos ser formulados nos
autos da execução em que se deu a arrematação.
§ 6o A apresentação da proposta prevista neste artigo não suspende o leilão.
§ 7o A proposta de pagamento do lance à vista sempre prevalecerá sobre as propostas de
pagamento parcelado.

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§ 8o Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:


I - em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajosa, assim compreendida, sempre, a de
maior valor;
II - em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em primeiro lugar.
§ 9o No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante pertencerão ao
exequente até o limite de seu crédito, e os subsequentes, ao executado.
Art. 896. Quando o imóvel de incapaz não alcançar em leilão pelo menos oitenta por cento do valor
da avaliação, o juiz o confiará à guarda e à administração de depositário idôneo, adiando a
alienação por prazo não superior a 1 (um) ano.
§ 1o Se, durante o adiamento, algum pretendente assegurar, mediante caução idônea, o preço da
avaliação, o juiz ordenará a alienação em leilão.
§ 2o Se o pretendente à arrematação se arrepender, o juiz impor-lhe-á multa de vinte por cento
sobre o valor da avaliação, em benefício do incapaz, valendo a decisão como título executivo.
§ 3o Sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o, o juiz poderá autorizar a locação do imóvel no prazo
do adiamento.
§ 4o Findo o prazo do adiamento, o imóvel será submetido a novo leilão.
Art. 897. Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo estabelecido, o juiz impor-
lhe-á, em favor do exequente, a perda da caução, voltando os bens a novo leilão, do qual não serão
admitidos a participar o arrematante e o fiador remissos.
Art. 898. O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a multa poderá requerer que a
arrematação lhe seja transferida.
Art. 899. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens for suficiente
para o pagamento do credor e para a satisfação das despesas da execução.
Art. 900. O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora em que teve início,
independentemente de novo edital, se for ultrapassado o horário de expediente forense.
Art. 901. A arrematação constará de auto que será lavrado de imediato e poderá abranger bens
penhorados em mais de uma execução, nele mencionadas as condições nas quais foi alienado o
bem.
§ 1o A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem imóvel, com o respectivo
mandado de imissão na posse, será expedida depois de efetuado o depósito ou prestadas as
garantias pelo arrematante, bem como realizado o pagamento da comissão do leiloeiro e das
demais despesas da execução.
§ 2o A carta de arrematação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula ou
individuação e aos seus registros, a cópia do auto de arrematação e a prova de pagamento do
imposto de transmissão, além da indicação da existência de eventual ônus real ou gravame.
Art. 902. No caso de leilão de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo até a assinatura do
auto de arrematação, oferecendo preço igual ao do maior lance oferecido.
Parágrafo único. No caso de falência ou insolvência do devedor hipotecário, o direito de remição
previsto no caput defere-se à massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente
recusar o preço da avaliação do imóvel.
Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e
pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham
a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o §
4o deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos.
§ 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no entanto, ser:
I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
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II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804;


III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
§ 2o O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1 o, se for provocado em até 10 (dez) dias
após o aperfeiçoamento da arrematação.
§ 3o Passado o prazo previsto no § 2o sem que tenha havido alegação de qualquer das situações
previstas no § 1o, será expedida a carta de arrematação e, conforme o caso, a ordem de entrega
ou mandado de imissão na posse.
§ 4o Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da
arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo processo o arrematante figurará
como litisconsorte necessário.
§ 5o O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe imediatamente devolvido o depósito
que tiver feito:
I - se provar, nos 10 (dez) dias seguintes, a existência de ônus real ou gravame não mencionado no
edital;
II - se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem de entrega, o executado alegar
alguma das situações previstas no § 1o;
III - uma vez citado para responder a ação autônoma de que trata o § 4 o deste artigo, desde que
apresente a desistência no prazo de que dispõe para responder a essa ação.
§ 6o Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça a suscitação infundada de vício com o
objetivo de ensejar a desistência do arrematante, devendo o suscitante ser condenado, sem
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos, ao pagamento de multa, a ser fixada pelo juiz e
devida ao exequente, em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do bem.
Seção V
Da Satisfação do Crédito
Art. 904. A satisfação do crédito exequendo far-se-á:
I - pela entrega do dinheiro;
II - pela adjudicação dos bens penhorados.
Art. 905. O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral de seu crédito, o
dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens alienados, bem como do
faturamento de empresa ou de outros frutos e rendimentos de coisas ou empresas penhoradas,
quando:
I - a execução for movida só a benefício do exequente singular, a quem, por força da penhora, cabe
o direito de preferência sobre os bens penhorados e alienados;
II - não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências instituídos anteriormente
à penhora.
Parágrafo único. Durante o plantão judiciário, veda-se a concessão de pedidos de levantamento
de importância em dinheiro ou valores ou de liberação de bens apreendidos.
Art. 906. Ao receber o mandado de levantamento, o exequente dará ao executado, por termo nos
autos, quitação da quantia paga.
Parágrafo único. A expedição de mandado de levantamento poderá ser substituída pela
transferência eletrônica do valor depositado em conta vinculada ao juízo para outra indicada pelo
exequente.
Art. 907. Pago ao exequente o principal, os juros, as custas e os honorários, a importância que
sobrar será restituída ao executado.

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Art. 908. Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o dinheiro lhes será distribuído e
entregue consoante a ordem das respectivas preferências.
§ 1o No caso de adjudicação ou alienação, os créditos que recaem sobre o bem, inclusive os de
natureza propter rem, sub-rogam-se sobre o respectivo preço, observada a ordem de preferência.
§ 2o Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os concorrentes,
observando-se a anterioridade de cada penhora.
Art. 909. Os exequentes formularão as suas pretensões, que versarão unicamente sobre o direito
de preferência e a anterioridade da penhora, e, apresentadas as razões, o juiz decidirá.

8 – RESUMO
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um
resumo bem básico, com o esquema do
procedimento comum que traçamos.
--
Pessoal, as questões de prova têm copiado e colado os dispositivos legais, razão pela qual
acredito ser desnecessário o presente resumo, já que destaquei toda a legislação pertinente
acima. Ato contínuo, indico fortemente a leitura assídua do NCPC, especificamente nessa parte
de Processo de Execução.

9 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum do Curso, pelo instagram e por e-mail.
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!
Rodrigo Vaslin

rodrigovaslin@gmail.com

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