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Direito Processual Civil p/ TRF 4ª Região (Oficial de Justiça Avaliador


Federal) - Pós-Edital
Ricardo Torques

04772634703 - Luciana libano felix de souza


Ricardo Torques
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SUMÁRIO
1 - Considerações Iniciais ...................................................................................................................................... 2
2 - Institutos Específicos ....................................................................................................................................... 2
2.1 - Protesto, notificação e interpelação ..................................................................................................................... 3
2.2 - Arresto .................................................................................................................................................................. 5
2.3 - Sequestro .............................................................................................................................................................. 5
2.4 - Busca e apreensão ................................................................................................................................................ 5
2.5 - Exibição ................................................................................................................................................................. 6
2.6 - Justificação............................................................................................................................................................ 6
2.7 - Caução ..................................................................................................................................................................
505494 6
3 – Considerações Finais ....................................................................................................................................... 7

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TUTELA PROVISÓRIA
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Já tratamos do tema de Tutela Provisória na aula 07, agora trataremos dos Institutos Específicos de
Tutela.
Essa aula é um complemento à aula 07, assim, não teremos questões.
Bons estudos!

2 - INSTITUTOS ESPECÍFICOS
Na parte final da aula vamos tratar brevemente dos seguintes institutos:

Protesto, notificação e
Arresto Sequestro Caução
interpelação

Busca e Apreensão Exibição Justificação

Desde já, pergunta-se:

Qual a relação desses institutos com o estudo das tutelas provisórias?

Esses institutos eram estudados no regime do CPC73 como espécies de processos cautelares
específicos, que não mais existem no NCPC. Contudo, em determinadas partes do NCPC, temos
referência a esses institutos. Veja o que nos ensina a doutrina 1:
O Novo Código de Processo Civil não prevê mais cautelares típicas, mas em seu art. 301 prevê que a tutela
cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. Com a retirada das cautelares
típicas do Novo Código de Processo Civil, algumas foram realocadas, como a produção antecipada de prova, a
notificação e a interpelação, enquanto a maioria foi simplesmente extinta.
Em face disso, vamos analisá-los com brevidade e objetividade sempre que possível.

1
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual do Direito Processual Civil, volume único, 8ª edição, Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, versão eletrônica.

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2.1 - PROTESTO, NOTIFICAÇÃO E INTERPELAÇÃO

A parte relativa ao protesto, notificação e interpelação passaram a ser regulados pelos arts. 726 a
729 do NCPC, como espécie de procedimentos de jurisdição voluntária.
Nota-se, em relação ao CPC73 que tivemos uma simplificação dos institutos cotidianamente
utilizados na prática forense. Eles são utilizados como forma de manifestar uma vontade e são
utilizados de forma antecedente à ação judicial, razão pela qual se coloca adequado estudá-lo dentro
das tutelas provisórias.
Vamos começar com os conceitos2, após, um breve esclarecimento.
O protesto tem por finalidade afirmar a titularidade de um direito ou manifestar a intenção de
PROTESTO
exercê-lo.
NOTIFICAÇÃO A notificação visa à comunicação de determinado fato.
A interpelação objetiva à produção de efeito jurídico a partir de uma ação ou omissão do
INTERPELAÇÃO
interpelado.
Vamos compreender melhor esses conceitos?!
Antes disso, é importante notar que, conforme a doutrina aponta não há mais a figura do protesto
“pura e simples”. Na realidade tanto a notificação como a interpelação constituem forma de
protesto. Não há, entretanto, protesto no NCPC.
No CPC73 o protesto era conceituado com3:
Todo aquele que desejar prevenir responsabilidade, prover a conservação e ressalva de seus direitos ou
manifestar qualquer intenção de modo formal, poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao
juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem de direito.
Importante consignar que ainda existe a figura do protesto judicial, a ser estudado em cumprimento
de sentença. Trata-se da possibilidade de protestar decisão judicial não cumprida perante os
tabelionatos de protesto.
Portanto, vamos tratar aqui da notificação e da interpelação.
A notificação está descrita no art. 726, do NCPC:
Art. 726. Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade a outrem sobre assunto juridicamente
relevante poderá notificar pessoas participantes da mesma relação jurídica para dar-lhes ciência de seu
propósito.
§ 1o Se a pretensão for a de dar conhecimento geral ao público, mediante edital, o juiz só a deferirá se a tiver por
fundada e necessária ao resguardo de direito.
§ 2o Aplica-se o disposto nesta Seção, no que couber, ao protesto judicial.

2
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 803.
3
Art. 876, do CPC73, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869impressao.htm, acesso em
14/1/2017.

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De acordo com o dispositivo acima, a notificação será utilizada quando uma pessoa desejar
comunicar outras pessoas a respeito do seu propósito a respeito de assunto que contenha relevância
jurídica.
Por exemplo, notificação do locador para devolução do imóvel pelo locatário.
A notificação poderá judicial ou extrajudicial. Além disso, essa notificação, se dirigida
indistintamente a todas as pessoas, deve ser efetuada por intermédio de edital a ser determinada
pelo juiz.
O art. 727, na sequência, trata da interpelação, veja:
Art. 727. Também poderá o interessado interpelar o requerido, no caso do art. 726, para que faça ou deixe de
fazer o que o requerente entenda ser de seu direito.
A interpelação tem por finalidade exigir que alguém faça ou deixe de fazer algo.
Por exemplo, interpelação do locatário para que pague os valores atrasados de aluguel.
A regra é que tanto a notificação como a interpelação não admitam qualquer manifestação muito
defesa pela parte a quem são dirigidos. Desse modo, com a comunicação, na forma pretendida,
exaure-se os efeito da notificação ou da interpelação, seja extrajudicial ou judicial.
Quando realizada em juízo, admite-se que o juiz, antes de deferir a notificação ou a expedição do
edital intime o requerido para se manifestar, quando:
 houver suspeita de que o requerente pretende alcançar fim ilícito por intermédio da comunicação; ou
 for requerida a averbação da notificação em registro público.
Confira:
Art. 728. O requerido será previamente ouvido antes do deferimento da notificação ou do respectivo edital:
I - se houver suspeita de que o requerente, por meio da notificação ou do edital, pretende alcançar fim ilícito;
II - se tiver sido requerida a averbação da notificação em registro público.
Por fim, o art. 729, do NCPC, prevê que finalizada a comunicação, os autos de notificação ou
interpelação serão entregues à parte requerente:
Art. 729. Deferida e realizada a notificação ou interpelação, os autos serão entregues ao requerente.
De tudo o que vimos, para a prova...

PROTESTO, NOTIFICAÇÃO E INTERPELAÇÃO

•procedimentos de jurisdição voluntária


•PROTESTO: deixou de existir no NCPC
•NOTIFICAÇÃO: comunicação de pessoa(s) a respeito do seu propósito a respeito de assunto que
contenha relevância jurídica.
•Será realizada por edital quando destinada ao público em geral.
•INTERPELAÇÃO: comunicação para que terceiro faça algo ou deixe de fazer.
•NÃO HÁ DEFESA OU MANIFESTAÇÃO, exceto a manifestação quando:
•A) houver suspeita de que o requerente pretende alcançar fim ilícito por intermédio da
comunicação; ou
•B) for requerida a averbação da notificação em registro público.

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2.2 - ARRESTO

O arresto, não mais previsto expressamente, constitui, segundo a doutrina4:


A providência destinada a preservar bens do devedor, como garantia de uma futura penhora e expropriação de
bens, quando ele ameaça dilapidar o seu patrimônio e tornar-se insolvente.
Assim, diante da suspeita de que o devedor está dilapidando o seu patrimônio com possibilidade de
se tornar insolvente, faz-se possível requerer o arresto dos seus bens a fim de assegurar o resultado
útil de futura execução.
Nesse não, não há determinação de bens específicos, podendo ser arrestados tantos bens quanto
necessários (e que tenham valor econômica) sobre os quais futuramente possa recair a penhora.

2.3 - SEQUESTRO

O sequestro, também não mais disciplinado no NCPC, é conceituado pela doutrina 5 como:
O sequestro é medida cautelar de constrição de bens determinados e específicos, discutidos em processo judicial,
que correm o risco de perecer ou de danificar-se.
Ao contrário do que vimos em relação ao arresto (voltado para execução de quantias), o sequestro
volta-se para garantir a entrega de determinado bem. Logo, a constrição recai sobre bem específico,
que se pretende ver entregue em futura execução de coisa certa.
Logo, temos no sequestro um objetivo específico e delimitado, ainda que não possua expressão
econômica.

2.4 - BUSCA E APREENSÃO

Vimos que o arresto recai sobre bens de valores patrimoniais, que se pretender ver utilizados para
garantir a execução, quando há suspeita de dilapidação patrimonial.
Vimos também que o sequestro volta-se a um bem específico que se pretende ver entregue em
execução de dar.
Note, portanto, que em ambos os casos, sabe-se da existência dos bens, especificamente
considerados.
Na busca e apreensão não se sabe ao certo onde está o bem ou a pessoa a ser apreendida. Essa é a
primeira nota distintiva da busca e apreensão em relação aos demais institutos. Além disso, tanto o

4
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 2ª edição, rev. e atual., São Paulo: Editora
Saraiva S/A, 2012, versão eletrônica.
5
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 2ª edição, rev. e atual., São Paulo: Editora
Saraiva S/A, 2012, versão eletrônica.

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sequestro como o arresto somente podem recair sobre bens, ao passo que o mandado de busca e
apreensão pode recair – além de bens móveis – sobre pessoas.
Segundo a doutrina6:
O que permite distingui-la das cautelares anteriores é que o seu principal aspecto recai sobre a
busca, o que pressupõe um bem ou pessoa cujo paradeiro não seja previamente conhecido, sendo
necessárias diligências para a sua localização. É diferente do arresto ou sequestro, em que não há
uma busca, mas tão somente a constrição, já que o paradeiro do bem há de ser indicado pelo autor.
Será sempre assecuratória e protetiva, de outro provimento, no processo principal.

2.5 - EXIBIÇÃO

Também sem regrativa no NCPC, a exibição tem por finalidade forçar outrem a apresentar em juízo
==7b696==

determinado documento, coisa móvel ou escrituração comercial.


Temos, por exemplo, a utilização de expediente no Direito de Família para exibição de documentos
referentes a interesse do casal ou filhos, como estado civil, filiação, disposição de última vontade
entre outras.

2.6 - JUSTIFICAÇÃO

Não consta do NCPC o procedimento de justificação, pelo que devemos analisar o seu conceito.
A justificação é instituto, por intermédio do qual, a pessoa busca justificar a existência de um fato
ou relação jurídica, para fins de documentação ou para que possa utilizá-lo como prova em processo
futuro.
É o que ocorre, por exemplo, quanto à justificação de falecimento de familiar ou de tempo de serviço
para fins de aposentadoria.

2.7 - CAUÇÃO

Quando a lei exigir a prestação de caução, pode-se requerer, em juízo, a efetivação da medida,
indicando os fatos e requerendo a citação do requerido para que o faça ou conteste o pedido no
prazo fixado pelo juiz.
Trata-se, também, de procedimento não mais explicitado no NCPC, razão pela qual análise mais
aprofundada resta prejudicada.
Enfim, desses vários conceitos, para a prova...
ARRESTO Constrição de bens suficientes a fim de garantir futura execução de quantia certa.

6
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 2ª edição, rev. e atual., São Paulo: Editora
Saraiva S/A, 2012, versão eletrônica.

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SEQUESTRO Constrição de bem específico a fim de garantir futura execução de entregar coisa.
BUSCA E
Constrição de bem móvel ou apreensão de bem móvel cujo paradeiro há dúvidas.
APREENSÃO
Medida que tem por finalidade forçar apresentação de determinado bem ou documento em
EXIBIÇÃO
juízo.
Justificação sobre a existência de algum fato ou relação jurídica para fins de documentação
JUSTIFICAÇÃO
ou prova para ação judicial.
CAUÇÃO Forma judicial para exigir prestação de caução a que está obrigada a pessoa.
Com isso, finalizamos o conteúdo teórico.

3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula extra.
Aguardo vocês no próximo encontro!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum no Curso e por e-mail.
Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com

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