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Reencantar a educação:
o novo fazer pedagógico
Autoras
Cecília Queiroz
Filomena Moita
12
Data de envio para Revisão: 04/10/2007
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)
Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)
Editoração de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)
Diagramadores
Bruno de Souza Melo (UFRN)
Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)
Ivana Lima (UFRN)
Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)
Q3f Fundamentos sócio-filosóficos da educação/ Cecília Telma Alves Pontes de Queiroz, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro
Moita.– Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.
15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”.
Conteúdo: Fasc. 1- Educação? Educações?; Fasc. 2 - Na rota da filosofia ... em busca de respostas; Fasc. 3 - Uma nova
rota...sociologia; Fasc.4 - Nos mares da história da educação e da legislação educacional; Fasc. 5 - A companhia de Jesus e
a educação no Brasil; Fasc. 6 – Reforma Pombalina da educação reflexos na educação brasileira; Fasc. 7 - Novos ventos...
manifesto dos pioneiros da escola nova; Fasc. 8 – Ditadura militar, sociedade e educação no Brasil; Fasc. 9 - Tendências
pedagógicas e seus pressupostos; Fasc. 10 – Novos paradigmas, a educação e o educador; Fasc. 11 – Outras rotas...um
novo educador; Fasc. 12 – O reencantar: o novo fazer pedagógico; Fasc. 13 – Caminhos e (des)caminhos: o pensar e o fazer
geográfico; Fasc. 14 – A formação e a prática reflexiva; Fasc. 15 – Educação e as TIC’s: uma aprendizagem colaborativa
ISBN: 978-85-87108-57-9
1. Educação 2. Fundamentos sócio-filosóficos 3. Prática Reflexiva 4. EAD I. Título.
22 ed. CDD 370
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UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
A
pós a caminhada pela história da educação e abordagem sobre as tendências
pedagógicas, faremos agora, nesta rota de nossa viagem, uma reflexão teórica
sobre o cotidiano escolar para o estudo das questões epistemológicas que afetam Epistemológicas
a educação nos dias de hoje. Embora estejamos no séc. XXI, ainda vivenciamos prática Epistemologia ou teoria
pedagógicas tradicionais. Logo, é importante entender a necessidade de reencantar o fazer do conhecimento, ciência,
pedagógico, de que trataremos nesta aula. conhecimento; é um ramo
da filosofia que trata dos
problemas filosóficos
relacionados à crença e ao
conhecimento.
Objetivos Reencantar
O
HASSMANN, Hugo.
Ao final desta aula, você chegará a um porto seguro, com Reencantar a educação:
SÃ
competência para:
rumo à sociedade
aprendente. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 1998.
Em seu livro, A nova aliança (1991), Prigogine fala do reencantamento do mundo, que
já não é mais o mundo monótono, o mundo do relógio da física clássica, mas o mundo do
diálogo, da abertura, do respeito à natureza.
Encantar, segundo o Novo Aurélio século XXI (1999, p.745), significa cativar, seduzir,
maravilhar, arrebatar, lançar encantamento e magia sobre algo, causar extremo prazer. Assim,
reencantar a escola significa que ela deveria voltar a seduzir, a transformar, a cativar.
O
Esse exemplo apresentado acima, que é comum em nossos cotidiano, tem respaldo
teórico nas palavras de McLaren (1992), quando ele evidencia que a resistência dos alunos
SÃ
está enraizada na necessidade de dignificar e afirmar as experiências que constituem sua
vida fora da escola, demonstrando que tal resistência é tanto uma questão de auto-afirmação
quanto uma reação a práticas opressoras.
As palavras do autor são como um apelo aos professores para que questionem o próprio
VI
capital cultural e para que desenvolvam modos de currículo e de ensino que apropriem e
utilizem o capital cultural dos alunos a que atendem.
RE
TOMEM
SEUS
LUGARES
O
HARPER, Babette et. alii. CUIDADO, ESCOLA. Apresentação de Paulo Freire
SÃ
São Paulo: Livraria Brasiliense Editora S.A. p. 72.
VI
1.
sua resposta
RE
Logo, para reencantar nossa prática, visando ao sucesso de nossos alunos na escola,
esta tem que se preocupar com a aprendizagem e propor as atividades escolares planejadas
para ensinar habilidades cognitivas com características e articulada ao vivido fora dela.
Para entender melhor esse aspecto, vamos buscar apoio nos escritos de Maturana e
Varela (1995), que nos trazem o princípio da Autopoiése, que significa auto- fazer-se.
O
Vamos estudar esse conceito, que os autores nos apresentam
como novas formas de entender o ser humano. Está pronto?
SÃ
Então vamos entrar nessa onda e mergulhar fundo ...
VI
... em suas pesquisas, esses estudiosos, concluíram que todo ser vivo é um sistema
autopoiético, ou seja, que se auto-organiza e autoconstrói. A idéia de autopoiése remete,
imediatamente, à proposição de Paulo Freire (1997) de que o conhecimento não se
transmite, se constrói. Na prática, isso significa que se deve aplicar uma metodologia que
RE
Além disso, deve ter presente que o conhecimento é resultante do enredamento dos
aspectos do físico, do biológico e do social, considerados inseparáveis e simultâneos. Tudo
aquilo que existe no ambiente influencia o ser que o capta, integrando-o no processo de
interação e construção por meio dos órgãos sensoriais.
O
Na apropriação do conhecimento, o sujeito, ao mobilizar suas características pessoais,
SÃ
não mantém a fidedignidade da informação. Por isso se diz que todo o conhecimento é uma
reconstrução do conhecimento. Trata-se de uma atividade auto-organizativa, que produz
diferenças devido à diversidade do meio, das relações humanas, da carga genética de cada
indivíduo e de sua história de vida. O ser humano aprende, não apenas usando a razão e o
intelecto, mas também, e principalmente, mobilizando sensações, emoções e intuições. A
VI
aprendizagem emerge de dentro do sujeito cognoscente.
viva, contextualizada, um sistema aberto que possui uma estrutura própria de auto-regulação
e dispõe de um modo particular de construção, sempre inserido no meio ecológico dentro do
qual vive e com o qual interage e assume compromissos e responsabilidades. Reconhecer
tal particularidade, no processo de aprendizagem, torna-se pois essencial à intervenção
educativa (MATURANA e VARELA,1995).
Esta é a nova rota que apontamos aqui como uma necessidade de todos nós, educadores.
Embora esses mares sejam pouco navegados, devemos nos aventurar a eles, pois essa será
a rota do reencantar a educação, mudar nosso ser, nosso sentir, nosso pensar, nosso fazer.
Leia o texto: A águia e a galinha e disserte sua opinião estabelecendo qual é a relação
que o mesmo tem com o que vimos estudamos nesta nossa aula.
A águia e a galinha
Não se trata de um tratado veterinário sobre
as duas aves, mas sim uma parábola que pode
ser transposta a condição humana. Fala sobre a
O
influência do meio em que vivemos e da nossa
necessidade em buscar forças para dar a volta
por cima e superar dificuldades em nós mesmos.
SÃ
Leia (ou releia) a historinha abaixo e lembre-se
que existe uma águia dentro de nós. Daquelas
que não desistem facilmente das coisas por conta das agruras da vida.
Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo
VI
em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as
galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei / rainha de
todos os pássaros.
RE
- Este pássaro aí não é uma galinha. É uma águia. - De fato, - disse o camponês. É águia.
Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as
outras, apesar das asas de quase três metros de extensão. - Não - retrucou o naturalista. Ela
é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar
às alturas. - Não, não - insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e
desafiando-a disse:
- Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra
suas asas e voe!
O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! - Não - tornou a
insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe: - Águia,
já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto
delas. O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha! - Não - respondeu firmemente o naturalista. Ela é
águia, possuirá sempre um coração de águia.
O
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: - Águia, já que você é uma águia,
já que você pertence ao céu e não à terra, abra as suas asas e voe!
SÃ
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então
o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem
encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
VI
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias
e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez
para mais alto. Voou… Voou… Até confundir-se com o azul do firmamento.
RE
Nessa rota, navegamos por águas azuis e lindas, vimos o que significa
reencantar, e que é fundamental que nós educadores busquemos reencantar
a escola, seduzindo e cativando os alunos. Tentando fugir do conhecimento
linear que observamos ser aplicado em sala de aula. Aprendemos que cada
aluno sistematiza o conhecimento em seu tempo, em seu contexto, de acordo
com sua história de vida, seu ver, seu sentir, seu pensar. Conhecemos o termo
autopoiése (autoconstrução), que define o ser humano como uma organização
viva, contextualizada que dispõe de um modo particular de construção. Nesse
trecho convidamos você a ser um educador que oriente os alunos a dialogarem
com os conhecimentos.
O
SÃ
Auto-avaliação
VI
Essa é a hora da reflexão, da construção do seu DIÁRIO DE BORDO. Você fez
a viagem, leu os textos, respondeu às atividades, visitou os sites, mas, com
certeza, foi mais além. Para saber se você atingiu os objetivos realize a questão
RE
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SÃ
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O
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