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FADILESTE
SUJEITOS PROCESSUAIS
Reduto/MG
2023
Medidas Assecuratórias
Uma das principais funções do processo penal é a de assegurar uma proteção
a todos os direitos da vítima, dentre os quais o de ver realizada a justiça penal e o de
ter reparados todos os seus prejuízos decorrentes da infração penal. À vista disso,
cresce muito em importância o estudo das chamadas medidas assecuratórias.
Medidas assecuratórias são providências cautelares de natureza processual,
urgentes e provisórias, determinadas com o fim de assegurar a eficácia de uma
futura decisão judicial, seja quanto à reparação do dano decorrente do crime, seja
para a efetiva execução da pena a ser imposta.
Portanto, são medidas de caráter instrumental, uma vez que têm como
finalidade impedir o prejuízo que teria em virtude da demora na conclusão da ação
penal.
Existem três espécies de medidas assecuratórias: o sequestro, a hipoteca
legal e o arresto:
I. Sequestro
Trata-se de medida destinada a efetuar a constrição dos bens imóveis ou móveis
adquiridos com os proventos da infração penal, ou seja, o proveito do crime.
Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo
indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido
transferidos a terceiro.
Nos termos do art. 131 do CPP, o sequestro poderá ser levado, ou seja, o
sequestro como se trata de uma medida acautelatória poderá ser revogada ou
substituída, quando apresentar qualquer das hipóteses expressas no art. 131 do
CPP.
O sequestro, por ser uma medida cautelar, pode ser revogado ou substituído
a qualquer tempo.
Hipoteca legal é o direito real em virtude do qual um bem imóvel, que continua
em poder do devedor, asseguro ao credor, precipuamente, o pagamento da
dívida. Essa medida assecuratória tem finalidade diversa do sequestro. Aqui não
se busca a constrição cautelar de bens de origem ilícita, ao contrário, a medida
recai sobre o patrimônio lícito do réu ou indiciado, visando à futura reparação do
dano ex delicto.
De acordo com o art. 134 do CPP, a hipoteca legal é uma medida processual,
ou seja, é cabível apenas na fase processual, uma vez que sua redação dispõe:
“a hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo
ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e
indícios suficientes da autoria”. Nesse ponto, é importante destacar uma crítica à
confusão contida no texto legal do referido dispositivo, pois se utiliza o termo
indiciado, quando o correto seria réu, já que trata-se de uma medida tipicamente
processual.
III. Arresto
Arresto previsto no art. 136 do CPP, uma vez que, embora este último
também vise a garantir a futura indenização pelo dano ex delicto, seu objeto são
bens imóveis, a serem, dentro do prazo subsequente de 15 dias, inscritos em
hipoteca legal.
Bibliografia