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EMBARGOS DE TERCEIRO

Embargos de terceiro é um procedimento especial disposto no Código de Processo Civil (lei nº


13.105/2015) em seus artigos 674 a 681, que tem como objetivo possibilitar que um terceiro, não parte
do processo em questão, possa defender seus bens que sejam indevidamente alvo de constrição dentro
da demanda judicial.

O processo civil é cheio de situações onde constrições de bens são necessárias para efetivar o pagamento
de dívidas entre partes.

Assim, é possível que às vezes bens sejam indevidamente selecionados para o pagamento dessas dívidas.
Os embargos de terceiro, então, são o remédio jurídico para combater esse erro.

Esse mecanismo tem como objetivo proteger os bens de um terceiro (alguém não envolvido no processo)
de uma alienação indevida, uma vez que nem ele nem seus bens têm relação com a demanda judicial
específica.

Não é necessário, portanto, apontar que é imprescindível para todo o advogado que atua na área
conhecer essa possibilidade legal, uma vez que ela implica não só os direitos do terceiro, mas de todos os
envolvidos no processo.

O que são os embargos de terceiro?


Embargos de terceiro é um procedimento especial disposto no Código de Processo Civil (lei nº
13.105/2015), que tem como objetivo possibilitar que um terceiro, não parte do processo em questão,
possa defender seus bens que sejam indevidamente alvo de constrição dentro da demanda judicial.

O texto do Novo CPC, em seu artigo 674, determina que os embargos de terceiro são uma possibilidade
para que uma pessoa de fora do processo possa pedir para que os seus bens, alvos de arresto,
sequestro, penhora ou outras formas de ameaça ao bem do terceiro não envolvido na disputa.

“Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de
constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato
constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de
terceiro.”

Os embargos de terceiro, portanto, são uma forma legal de consertar um equívoco cometido por uma das
partes envolvidas no processo ao demandar a constrição de um bem que não tem ligação com as partes
da demanda específica.

Como funcionam os embargos de terceiro no Novo CPC?


Dentro do Código de Processo Civil de 2015, os embargos de terceiro e seus regramentos estão presentes
nos artigos 674 a 681, que determinam como deve ocorrer esse procedimento especial dentro de um
processo específico.

Os embargos de terceiro, por serem um procedimento especial que faz com que uma pessoa de fora do
processo entre, mesmo que brevemente, nele, possui seus regramentos a respeito do momento de
ingresso do pedido, quem tem direito a fazê-lo, entre outras situações.

Abaixo, segue, um a um, os requerimentos para o ingresso dos embargos de terceiro, além de apresentar
seus trâmites.
Requisitos para embargos de terceiro
Um dos aspectos mais importantes dos embargos de terceiro é que não é necessário que o terceiro espere
que o seu bem seja indevidamente capturado para ingressar com a ação. Basta a comprovação de que há
a ameaça de que isso ocorra.

Ou seja: o terceiro interessado em proteger os seus bens pode entrar com o pedido de embargos de
terceiro no momento em que uma das partes indicar incorretamente um de seus bens como elegíveis
para penhora da parte ré do processo, por exemplo.

Dessa forma, o requisito principal para a interposição de embargos de terceiro em um processo é que o
bem de um terceiro alheio ao processo esteja sob ameaça de ser indevidamente indicado no processo
para constrição.

O outro requisito, que também é óbvio (dado o nome do procedimento), é que a parte que ingressa com
o pedido seja uma terceira, ou seja, que não seja uma das partes do processo e que não esteja envolvido
nele de nenhuma outra forma.

Quem pode ajuizar?


Mesmo que o nome do procedimento especial indique que a pessoa que interpõe os embargos de terceiro
seja alguém alheio às partes do processo, é importante definir quem é elegível para entrar com o pedido.

O Código de Processo Civil indica, os parágrafos 1º e 2º do artigo 674, quais são as pessoas entendidas
como terceiros aptos a entrar com os embargos:

“Art. 674. § 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou


possuidor.”

“Art. 674. § 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:

I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua


meação, ressalvado o disposto no art. 843;

II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da


alienação realizada em fraude à execução;

III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da
personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;

IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito
real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos
expropriatórios respectivos.”

Dessa forma, o legislador definiu o “terceiro” como não só o proprietário do bem que está indevidamente
sendo alvo de algum tipo de constrição, mas também o possuidor do bem ou até o proprietário fiduciário
do mesmo.

Além disso, entende-se como terceiro não só as pessoas que são possuidoras do bem em questão (direta
ou indiretamente), mas também algum credor que já tenha garantia real de expropriação judicial do bem
em questão.
No caso do inciso IV do parágrafo 2º do artigo 674, entende-se como terceiro para os embargos algum
outro credor que ainda não tenha o bem como o seu, mas seja detentor do título judicial que garante que
o bem em questão é legalmente dele.

Tempo para ingressar com o pedido


Em relação ao tempo que o terceiro tem para entrar com os embargos, a legislação vigente deixa bem
claro qual é o tempo para interposição do pedido:

“Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de


conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de
sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da
alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura
da respectiva carta.”

O embargante, portanto, poderá entrar com os embargos de terceiro a qualquer momento durante o
processo de conhecimento, desde que não transite em julgado a sentença que leva consigo a restrição do
bem indevidamente apontado no processo.

É importante apontar que é possível entrar com os embargos até no momento do cumprimento de
sentença, em até cinco dias após a adjudicação, alienação ou arrematação, mas sempre antes que a
respectiva carta seja assinada.

Após a assinatura da carta que compromete o bem indevido à sua respectiva constrição legal, o processo
para que o terceiro o reveja se torna significativamente mais complexo e demorado.

Quem julga os embargos de terceiro?


O texto do Código de Processo Civil também indica qual é o juiz responsável para analisar o pedido de
embargos de terceiro.

De acordo com o artigo 676 do Código, a responsabilidade de analisar o caso é do próprio juiz que
autorizou o arremate/sequestro/alienação do bem indevidamente:

“Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a
constrição e autuados em apartado.”

Já o parágrafo único do artigo em questão aponta que os embargos serão oferecidos no juízo deprecado
em situação onde a constrição do bem é realizada através de uma carta precatória, voltando ao juízo
responsável se a carta já houver sido devolvida ou se o bem for indicado pelo juízo deprecante.

Como funciona o procedimento dos embargos de terceiro?


Cabe ao terceiro embargante demonstrar, na petição inicial, que o bem constringido ou ameaçado de
constrição é seu, apresentando provas documentais ou testemunhais da posse ou propriedade sobre o
bem em discussão.

Ao apresentar o pedido, as partes envolvidas no processo terão o prazo de 15 dias úteis para apresentar
suas contrarrazões ao embargo apresentado pelo terceiro.

Quando o terceiro envolvido é um credor com garantia real sobre o bem constringido, o embargado
poderá alegar apenas três coisas sobre os embargos de terceiro, conforme aponta o artigo 680 do Novo
CPC:
“Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente
poderá alegar que:

I – o devedor comum é insolvente;

II – o título é nulo ou não obriga a terceiro;

III – outra é a coisa dada em garantia.”

O terceiro pode atribuir como “embargado” tanto a parte credora da ação como a parte devedora, uma
vez que ambas se beneficiam da constrição indevida do bem alheio.

O credor, que provavelmente apontou o bem como passível de apreensão, se beneficia por buscar o título
de compensação sobre um bem que não é do devedor; enquanto o devedor se beneficia por ter indicado
um bem que legalmente não é seu para utilizar como forma de quitação da dívida.

Caso o juiz responsável entenda como procedente os embargos de terceiro, o mesmo ordenará a
suspensão da constrição sobre o bem alheio, reconhecendo a incompatibilidade do mesmo com o
processo que segue.

“Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse


determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos
embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o
embargante a houver requerido.”

É importante destacar que a suspensão não é sobre a matéria do processo em si, mas especificamente
sobre a constrição colocada sobre o bem do terceiro não envolvido na demanda judicial que segue.

De qualquer forma, é possível que o juiz, ao acatar os embargos, determine a prestação de caução para
que o bem indevidamente incluído no processo seja liberado do mesmo, com o objetivo de garantir que
o processo principal não seja prejudicado.

Por fim, o acolhimento dos embargos de terceiro resulta na exclusão do bem que foi constringido
indevidamente no processo, reconhecendo a incompatibilidade do bem com a demanda em si.

“Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado,
com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração
definitiva do bem ou do direito ao embargante.”

O que é legitimidade passiva nos embargos de terceiro?


O terceiro, ao apresentar os embargos com o objetivo de retirar do processo um bem que é seu por direito
ou garantia real, atenta contra a constrição daquele bem, indicando um dos polos (ou ambos) do processo
como o responsável por responder ao ato realizado.

Essa responsabilidade, que coloca a parte como embargada, é chamada de legitimidade passiva. Isso quer
dizer que o terceiro aponta uma ou ambas as partes como responsáveis por indicar o bem indevidamente
para alienação.

Dessa forma, o terceiro deve indicar se o embargado é aquele que está usufruindo do erro em indicar o
bem para constrição ou aquele que indicou o bem para arresto, ou, em outros casos, poderá indicar
ambos como embargados, criando um litisconsorte de legitimidade passiva.
Cabe ao embargante, nessa situação, definir qual será a parte (ou partes) responsável por responder aos
embargos de terceiro, de acordo com a constituição do caso específico e das provas apontadas pelo
embargante no ato.

O que são os embargos de terceiro?


Embargos de terceiro é um procedimento especial disposto no Código de Processo Civil (lei nº
13.105/2015), que tem como objetivo possibilitar que um terceiro, não parte do processo em questão,
possa defender seus bens que sejam indevidamente alvo de constrição dentro da demanda judicial.

Quem pode ajuizar embargos de terceiro?


Podem ajuizar embargos de terceiro:

I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação,


ressalvado o disposto no art. 843;

II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação
realizada em fraude à execução;

III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, de cujo incidente não fez parte;

IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de
garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

Qual a finalidade dos embargos de terceiro?


Os embargos de terceiro têm como objetivo conceder a uma parte que não faz parte da relação jurídica
processual originária de defender seus bens, que sejam indevidamente penhorados, que houve algum
tipo de constrição.

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