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EMBARGOS DE TERCEIRO.

quando o possuidor é esbulhado, turbado ou ameaçado


em sua posse, poderá valer-se do interdito apropriado,
para reaver a posse da coisa, ou fazer cessar a agressão
ou ameaça.(AÇÃO POSSESSÓRIA)

PORÉM, Há casos em que A AGRESSÃO INDEVIDA


provém de um ato de APREENSÃO JUDICIAL que
indevidamente recai sobre bem de quem não é parte no
processo.

A medida adequada para que o proprietário ou possuidor


do bem faça cessar a constrição indevida não será a ação
possessória, MAS OS EMBARGOS DE TERCEIRO.

Distinguem-se das ações possessórias POIS têm por


finalidade afastar não esbulho, turbação ou ameaça,
(AGRESSÃO DE UM PARTICULAR) mas sim uma
APREENSÃO JUDICIAL, INDEVIDA porque recai sobre
bem de quem não é parte.

Os embargos de terceiro estão sempre associados a uma


outra ação, na qual foi determinada a apreensão indevida.
O terceiro, por sua vez, terá de valer-se dos embargos, que
têm natureza de ação autônoma, se quiser afastar a
constrição.

REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

REQUISITOS GERAIS:

OS EMBARGOS DE TERCEIROS, POSSUEM


NATUREZA DE AÇÃO AUTÔNOMA, LOGO DEVEM
PREENCHER OS REQUISITOS DE UMA AÇÃO COMUM.

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e


legitimidade. (GERAIS).

REQUISITOS Específicos:

1. Que haja um ato de apreensão judicial.

Só cabem embargos de terceiro com a finalidade de


desconstituir um ato de apreensão judicial ou afastar
ameaça de que ele ocorra (CPC, art. 674)

Não é necessário que a apreensão já esteja consumada,


pois admitem-se embargos de terceiro preventivos,
quando haja ameaça de que o ato de apreensão judicial
se consume

Se a perda da posse, ocorrer devido a um ato


PARTICULAR: A AÇÃO CABÍVEL SERÁ
POSSESSÓRIA.

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição


ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os
quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá
requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de
embargos de terceiro.

§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive


fiduciário, ou possuidor.

§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:

I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens


próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ;

II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão


que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à
execução;

III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de


desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente
não fez parte;

IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial


do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido
intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
2. Que sejam interpostos (embargos) por quem invoque a
condição de proprietário ou possuidor

Só tem legitimidade para opor embargos de terceiro


AQUELE QUE NÃO FIGURA COMO PARTE NO
PROCESSO EM QUE A APREENSÃO
OCORREU(AÇÃO DE COBRANÇA OU EXECUÇÃO)
OU FOI DETERMINADA. E que alegue ser proprietário
ou possuidor do bem.

Jurisprudência do STJ:

O compromissário comprador também poderá opor os


embargos de terceiro.

o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula


84: “É admissível a oposição de embargos de
terceiro fundada em alegação de posse
advinda do compromisso de compra e venda
de imóvel, ainda que desprovido de registro.

3. Que o embargante seja terceiro.

Só quem é terceiro pode fazê-lo.


Mas o art. 674, § 2º, contém hipóteses que ampliam o
conceito de terceiro. (vamos analisar cada hipótese
depois).

4. Que a apreensão seja indevida

Para tanto, é preciso não apenas a condição de terceiro,


mas que não seja responsável pelo pagamento da
dívida. (o terceiro não seja responsável pela dívida em
que corre a outra ação de cobrança).

Nas execuções, a penhora pode licitamente recair sobre


bens de quem não é parte, mas tem responsabilidade
patrimonial pelo pagamento das dívidas.

Os principais casos de EXTENSÃO DE


RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL A TERCEIROS
são os dos incisos I, II e III, do art. 674, analisados em
seguida.

4.1 Embargos de terceiro do cônjuge ou companheiro.

O cônjuge ou companheiro, seja qual for o regime de


casamento ou o instituído para a união estável,
RESPONDE PELO PAGAMENTO DAS DÍVIDAS
CONTRAÍDAS PELO OUTRO, DESDE QUE TENHAM
REVERTIDO EM PROVEITO DO CASAL.

a jurisprudência tem autorizado que o cônjuge ou


companheiro que não é parte utilize embargos de
terceiro.

Quando pretender livrar da constrição a sua


meação, ou seus bens próprios, que tenham sido
atingidos. Para que tenha êxito, é preciso que
demonstre não ter responsabilidade patrimonial pela
dívida, que não reverteu em proveito do casal ou dos
filhos, mas tão somente do cônjuge ou companheiro que
a contraiu

É condição de acolhimento dos embargos que o cônjuge


ou companheiro, mesmo sendo terceiro, prove que a
apreensão não poderia ter recaído sobre os seus bens,
sendo indevida.

4.2 Embargos de terceiro em caso de penhora de bens dos


sócios.

o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica da


empresa e estender a responsabilidade patrimonial aos bens
pessoais dos sócios, que poderão ser atingidos.
Se o juiz estender a responsabilidade patrimonial ao sócio e
determinar a constrição de bens dele, SEM QUE TENHA
HAVIDO O PRÉVIO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA, O SÓCIO PODERÁ VALER-SE
DE EMBARGOS DE TERCEIRO.

4.3 Embargos de terceiro do adquirente em fraude à


execução

FRAUDE A EXECUÇÃO – ARTIGO

Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada


fraude à execução:

I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito


real ou com pretensão reipersecutória, desde que a
pendência do processo tenha sido averbada no respectivo
registro público, se houver;

II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a


pendência do processo de execução, na forma do art. 828 ;

III - quando tiver sido averbado, no registro do bem,


hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial
originário do processo onde foi arguida a fraude;

IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração,


tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à
insolvência;
Se o adquirente quiser negar a fraude e, com isso, afastar a
constrição, deverá valer-se de embargos de terceiro, já que ele
não é parte na execução.

4.4 Os embargos de terceiro do credor com garantia real não


intimado

Nas execuções, os credores com garantia real são intimados


tanto da penhora quanto da expropriação dos bens gravados
(CPC, arts. 799, I, e 889), para que possam exercer direito de
preferência, pois o crédito com garantia real é preferencial. Eles
terão prioridade para levantar o valor da arrematação de bens.

Quando não tiver sido intimado da alienação judicial, com


pelo menos cinco dias de antecedência (art. 889).

Prazo:
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo
no processo de conhecimento enquanto não transitada em
julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no
processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação,
da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas
sempre antes da assinatura da respectiva carta.
PROCEDIMENTO:

. Competência:

os embargos de terceiro são distribuídos por dependência ao


juízo em que corre o processo no qual foi determinada a
apreensão do bem.

Legitimidade:

ATIVA:

O polo ativo dos embargos será ocupado pelo terceiro que se


arrogue na condição de proprietário ou possuidor do bem
constrito.

PASSIVA:

Já o polo passivo será, em regra, ocupado apenas pelo sujeito


a quem a constrição aproveita, geralmente o autor do
processo em que ocorreu a apreensão do bem.

A liminar

O autor, na inicial, pode pedir ao juiz a sua manutenção ou


reintegração provisória na posse do bem. Com a apreensão
judicial, o embargante terá perdido a posse do bem, ou sofrido
turbação. Para que o juiz conceda a liminar, basta que, em
cognição sumária,
fique demonstrada a posse ou propriedade do embargante
e a sua qualidade de terceiro.

Resposta do réu

O prazo de contestação é de quinze dias

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