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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ, DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA

COMARCA DE ARIPUANÃ – MT.

Distribuição por dependência ao processo n.________________

BELA COMODORO, Pessoa Jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ


sob nº. XX.XXX.XXX/XXXX-XX, Endereço eletrônico: XXXXXX@XXXXX.XXX.XX,
Telefone (XX) XXXX-XXXX, estabelecida na Rua XXXXXX, nº. XXXX, bairro
XXXXXX, CEP: XXXXX.XXX, cidade de Nova Monte Verde – MT, representada
pelo seu Sócio Administrador, Nome e Sobrenome, Nacionalidade, Estado Civil,
Portador do RG, nº. XXXXXXXX, inscrito sob o CPF, nº XXXXX, Profissão,
Endereço eletrônico XXXXXXX@XXXX.XXX.XX, Telefone (XX) XXXX-XXXX,
Residente e domiciliado na Rua XXXXXX, nº. XXXX, bairro XXXXXX, CEP:
XXXXX.XXX, cidade de XXXXX – XX. vem, com o devido respeito à presença de
Vossa Excelência, com suporte no art. 674, § 2º, inc. I, da Legislação Adjetiva
Civil, ajuizar presente

AÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO

Em face de COOPERATIVA DE CRÉDITO VILA RICA, Pessoa Jurídica


de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob nº. XX.XXX.XXX/XXXX-XX, Endereço
eletrônico: XXXXXX@XXXXX.XXX.XX, Telefone (xx) xxxx-xxxx, estabelecida na
Rua XXXXXX, nº. XXXX, bairro XXXXXX, CEP: XXXXX.XXX, cidade de XXXXX –
XX, representada pelo seu Sócio Administrador, Nome e Sobrenome,
Nacionalidade, Estado Civil, Portador do RG, nº. XXXXXXXX, inscrito sob o CPF, nº
XXXXX, Profissão, Endereço eletrônico XXXXXXX@XXXX.XXX.XX, Telefone (XX)
XXXX-XXXX, Residente e domiciliado na Rua XXXXXX, nº. XXXX, bairro XXXXXX,
CEP: XXXXX.XXX, cidade de XXXXX – XX.
I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

I.I TEMPESTIVIDADE:

Art. 675 – Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no


processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a
sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por
iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da
assinatura da respectiva carta.

Contata-se que a presente ação tem por fundamento


desconstituir ato constritivo judicial (penhora), decorrente de ação de execução de
título extrajudicial.

Na ação supracitada, a fase processual que ora se


apresenta é a publicação de edital para praceamento do imóvel.

Portanto, à luz do que preceitua o art. 675, caput, do CPC


2015, não existiu, ainda, “arrematação”, “adjudicação” ou “remição” do imóvel em
apreço.
Dispõe o art. 675 sobre a oportunidade de que dispõe o terceiro para
fazer uso dos embargos, tratando separadamente as hipóteses de
atos derivados do processo de conhecimento e de atos próprios do
processo de execução:
(a) se a constrição ocorre no curso de processo de conhecimento, o
terceiro pode opor embargos enquanto não ocorrer o trânsito em
julgado da sentença;
(b) se a moléstia aos bens do estranho se dá na fase de
cumprimento de sentença ou em processo de execução, a
oportunidade dos embargos vai até cinco dias depois da
arrematação, adjudicação ou alienação por iniciativa particular, mas
nunca após a assinatura da respectiva carta.

Também por este prisma é o entendimento de Humberto


Theodoro Júnior, que perfilha o mesmo pensar, ao asseverar que:

O trânsito em julgado é apontado pelo art. 675 apenas como marco


temporal, já que para o estranho à relação processual não se forma
a res iudicata. Assim, mesmo depois de ultrapassado o dies ad
quem assinalado na lei, ao terceiro sempre estará facultado o uso
das vias ordinárias para reivindicar o bem constrito judicialmente.
Apenas não poderá se valer da via especial dos embargos
disciplinados pelo art. 674. Por isso, está assente na doutrina o
entendimento de que nenhum terceiro está jungido à obrigação ou
ônus de usar dos embargos. Trata-se de simples faculdade que a lei
lhe confere, cuja não utilização em nada afeta o direito material do
interessado [ ... ]

Por isso, tempestiva a demanda. A orientação da jurisprudência já está


firmada nesse diapasão:

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO.


INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL AO FUNDAMENTO DE
INTEMPESTIVIDADE DA MEDIDA. RECURSO DOS
EMBARGANTES. PRELIMINAR AVENTADA EM
CONTRARRAZÕES. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. TESE
INSUBSISTENTE. EMBARGANTES QUE AO TEMPO DA
PROPOSITURA DOS EMBARGOS FIGURAVAM COMO
LEGÍTIMOS POSSUIDORES DO BEM. EXEGESE DO ARTIGO
674, § 3°, CPC. MÉRITO. PLEITO DE REFORMA DA SENTENÇA
TERMINATIVA. ACOLHIMENTO. PRAZO DE 5 DIAS PREVISTO
NO ARTIGO 675 DO CPC QUE NÃO É PRECLUSIVO.
INOBSERVÂNCIA, PELOS EMBARGANTES, QUE NÃO IMPLICA
NA PERDA DO DIREITO DE DISCUTIR A CONSTRIÇÃO
JUDICIAL. ADEMAIS, AUSÊNCIA DE PROVAS DE QUE OS
APELANTES TIVESSEM CIÊNCIA PRÉVIA DA EXISTÊNCIA DA
DEMANDA EXECUTIVA. ELEMENTOS A APONTAR QUE OS
EMBARGOS DE TERCEIRO FORAM OPOSTOS TÃO LOGO
TOMARAM CONHECIMENTO DA EXECUÇÃO. TEMPESTIVIDADE
RECONHECIDA. CONTAGEM DO PRAZO QUE SOMENTE SE
INICIA COM A TURBAÇÃO OU ESBULHO. RETORNO DOS
AUTOS À ORIGEM PARA REGULAR PROSSEGUIMENTO DO
FEITO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJSC, Apelação n.
0301155-40.2017.8.24.0061, do Tribunal de Justiça de Santa
Catarina, rel. Selso de Oliveira, Quarta Câmara de Direito Civil, j. 25-
03-2021).

II. DOS FATOS:

Tramita perante este Juízo a Ação de Execução de Título Extrajudicial


autuada sob o nº. xxxxxxxxxxxxxxxx, que promove o Banco Embargado em face
de Paranatinga Avícola Ltda, sendo que a causa de pedir da referida ação é o
descumprimento de cláusula contratual da Embargante.

Chegou ao conhecimento da Embargante, que um dos seus imóveis


arrendados para empresa Paranatinga Avícula Ltda, sofreu constrição. Mas a,
embargante não pode ser prejudicada por tal medida, sendo que a mesma, não
fazia parte no processo.
No mais, que a Embargante NÃO tinha o conhecimento da situação
financeira dos executados, razão pela qual não se preocupou em realizar o
desfazimento do ato.

Deste modo, a Embargante ajuizou a presente Ação de Embargos de


Terceiro, objetivando anular a indevida constrição judicial no imóvel em destaque.

III. DO DIREITO:

O artigo 674 do Código de Processo Civil, em seu caput e § 1°, dispõe o


seguinte sobre os embargos de terceiro:

"Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou


ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais
tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. § 1o
Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário,
ou possuidor." Nosso Destaque.

Aclarando o dispositivo legal referido, ARAKEN DE ASSIS preleciona que


terceiro é:

"(...) no que tange ao processo executivo, quem, cumulativamente:


a) não estiver indicado no título executivo; b) não se sujeitar aos
efeitos do título; e c) não integrar a relação processual executiva.
(...).

Por outro lado, é realmente terceiro quem, estranho a quaisquer


dessas situações, sofre constrição patrimonial no processo
executivo." (Manual do Processo de Execução. 68 ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais. 20 pp. 1143 e 1144).

E no caso dos autos, os requisitos dos Embargos de Terceiro estão


perfeitamente preenchidos, pois:
a) A qualidade de terceiro: A Embargante jamais manteve qualquer
débito com o Embargado, tampouco figurando como parte no
processo onde foi procedida a PENHORA;
b) A propriedade do bem e da posse: A Embargante já acostou aos
autos o contrato de arrendamento e a documentação de propriedade
do imóvel. Logo, verifica-se que o bem imóvel em questão NÃO
integrava a esfera patrimonial do executado Paranatinga Avícula
Ltdam na medida em que a Embargante detém a POSSE sobre o
referido imóvel.

Portanto, considerando-se que a Embargante não é parte na Ação de


Execução em comento, sendo, portanto, terceiro. Levando-se em conta que muito
embora a empresa Paranatinga Avícula Ltdam figura como “proprietária” do
IMÓVEL, na prática, verifica-se que parte do imóvel em questão NÃO integrava a
esfera patrimonial do executado. Conclui-se, portanto, que restaram devidamente
comprovados pelos fatos narrados e documentos acostados que a Embargante tem
legitimidade para propor os presentes Embargos, visando afastar os atos
expropriatórios que recai sobre seu patrimônio.

IV. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS:

Por todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) A procedência do pedido para excluir da penhora o imóvel (Art. 681 do CPC);


b) A suspensão imediata, no processo de execução, dos atos executórios em
relação ao imóvel objeto dos embargos (Art. 678, caput, do CPC);
c) A citação do réu (embargado) para oferecer contestação no prazo de 15 dias
(Art. 679 do CPC);
d) A condenação do embargado em custas processuais e honorários
advocatícios.
e) O protesto pela apresentação de outros documentos e rol de testemunhas
(art. 677, caput, do CPC)

V. DAS PROVAS:
a) Documento de propriedade do imóvel ou certidão do Registro de Imóveis;
b) Contrato de arrendamento;
c) Certidão de arquivamento do contrato e publicação
d) Auto de penhora.

Valor da Causa: R$...

Nestes termos, pede deferimento

Local..., Data...Advogado..., OAB... .

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