Os embargos de terceiro são cabíveis uma vez que o embargante é cônjuge do executado e possuidor do imóvel alvo de constrição judicial. O imóvel não pode ser penhorado pois se trata do bem de família do embargante, protegido pela lei de impenhorabilidade.
Os embargos de terceiro são cabíveis uma vez que o embargante é cônjuge do executado e possuidor do imóvel alvo de constrição judicial. O imóvel não pode ser penhorado pois se trata do bem de família do embargante, protegido pela lei de impenhorabilidade.
Os embargos de terceiro são cabíveis uma vez que o embargante é cônjuge do executado e possuidor do imóvel alvo de constrição judicial. O imóvel não pode ser penhorado pois se trata do bem de família do embargante, protegido pela lei de impenhorabilidade.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _______ VARA
CÍVEL DA COMARCA DE MIGUEL ALVES – PI
Por dependência à Ação de Execução
número:________________________
CABIMENTO: Quem, não sendo parte no processo, sofrer
constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. (Art. 674 CPC) § 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. § 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I o Cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; II o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; III quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; IV o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
Susan, união estável, inscrito no CPF sob nº, residente e
domiciliado na Vila dos Comedores de Mirindiba, na Cidade de Altos, PI, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar
EMBARGOS DE TERCEIRO
em face de Laryssa, inscrita no CPF sob nº, residente e
domiciliado na Cidade de Miguel Alves – PI, pelos motivos e fatos que passa a expor.
1. DO CABIMENTO E LEGITIMIDADE DO EMBARGANTE
Conforme passará a demonstrar e provas que junta em anexo,
o Embargante é possuidor direto do bem alvo de pretensão de constrição judicial, sendo estranho à lide.
O art. 674, do Código de Processo Civil, prevê claramente
que pode opor embargos de terceiro o cônjuge, "quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843".
Pelo que depreende dos autos de execução, esta embargante,
cônjuge do executado, sequer foi citada para embargar os autos da execução ou ter preferência no arremate do bem penhorado, em clara inobservância ao disposto no CPC:
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o
equivalente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
§ 1º É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não
executado a preferência na arrematação do bem em igualdade de condições.
§ 2º - Não será levada a efeito expropriação por preço
inferior ao da avaliação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.
Demonstrado, portanto, a legitimidade do Autor para defender
a posse do bem em espécie, nos termos do Art. 674 do CPC, o que não sofre nenhuma resistência nos Tribunais.
Trata-se, ainda, nos termos do Art. 114 do CPC de
litisconsórcio necessário, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depende da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Assim, considerando que o objeto da ação atingirá
diretamente o patrimônio do embargante, pois constitui propriedade imóvel própria, sem qualquer embaraço com a ação movida, faz-se necessária a inclusão do mesmo no polo passivo, eis que a decisão judicial originária deste processo atingirá diretamente os seus bens.
Evidenciado, portanto, a legitimidade do Embargante nos
presentes Embargos de Terceiro devendo ser manejados, em face das partes que estão em litígio no processo principal, para processamento e total provimento.
2. DO DIREITO
2.1 DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA
Diferentemente do que foi sustentado pelo embargado, o
imóvel indicado não pode ser penhorado, uma vez que se trata da residência familiar do embargante, conforme as provas anexas.
Assim, tem a proteção da impenhorabilidade do bem de
família, conforme clara disposição da Lei 8.009/90, ao dispor:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da
entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel
sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
A proteção ao bem de família, embasado no direito social à
moradia (artigo 6º da CF), constitui materialização da teoria do patrimônio mínimo da pessoa humana, com o objetivo de assegurar um "mínimo existencial", como condição à dignidade da pessoa humana.
Assim, considerando que não existem, conforme certidões em
anexos, outros imóveis capazes de viabilizar a residência, tem-se o necessário e imediato reconhecimento da impenhorabilidade:
Apelações. Título de crédito. Embargos de
terceiro. Penhora. Imóvel. Impenhorabilidade do bem de família. Questão decidida nos autos dos Embargos à Execução. Matéria de ordem pública, que pode ser arguida em qualquer grau de jurisdição, desde que ainda não decidida nos autos. (...). Recursos improvidos. (TJSP; Apelação Cível 1064894- 66.2017.8.26.0100; Relator (a): Mauro Conti Machado; Órgão Julgador: 16ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 22ª Vara Cível; Data do Julgamento: 08/01/2020; Data de Registro: 08/01/2020).
Assim, tratando-se de bem de família, a proteção em face de
qualquer constrição é medida que se impõe. Nesse sentido:
BEM DE FAMÍLIA. Execução por título
extrajudicial. Impenhorabilidade. Prova que demonstra a utilização do bem objeto da constrição como moradia da entidade familiar. Inadmissibilidade da penhora. Proteção da Lei nº 8.009/90. Preenchimento dos requisitos necessários para o enquadramento da impenhorabilidade do bem. Decisão reformada. RECURSO PROVIDO. (TJSP; Agravo de Instrumento 2233034- 84.2019.8.26.0000; Relator (a): Fernando Sastre Redondo; Órgão Julgador: 38ª Câmara de Direito Privado; Foro de São Manuel - 2ª Vara; Data do Julgamento: 10/01/2020; Data de Registro: 10/01/2020)
FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Ação de
reintegração de posse. Penhora. Bem de família. Existência de prova de que o imóvel penhorado serve de moradia aos devedores. Consideração de que a exceção prevista no artigo 3º, IV, da Lei n. 8.009/90 refere-se a dívida [cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições] que recaia sobre o próprio imóvel, sendo, portanto, tal regra inaplicável à espécie. Impenhorabilidade configurada, nos termos da Lei n. 8.009/90. Levantamento da penhora determinado. Decisão mantida. Recurso improvido. Dispositivo: negaram provimento ao recurso. (TJSP; Agravo de Instrumento 2198937-58.2019.8.26.0000; Relator (a): João Camillo de Almeida Prado Costa; Órgão Julgador: 19ª Câmara de Direito Privado; Foro de Campinas - 1ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 17/01/2020; Data de Registro: 17/01/2020)
Ademais, insta consignar que a dívida em comento teve como
finalidade o pagamento de eventuais danos morais e patrimoniais decorrentes do uso de produtos de beleza, ou seja, não se trata de dívida do próprio imóvel não podendo excepcionar a regra da impenhorabilidade do bem de família.
Portanto, a penhora de bem de família configura uma
ILEGALIDADE, passível de condenação pelo Judiciário. Assim, requer de imediato que a restrição que incidiu sobre a propriedade seja retirada.
2.2 DO EFEITO SUSPENSIVO CABÍVEL AO EMBARGO
Dispõe o Código de Processo Civil, em seu art. 678 que "a
decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse." No mesmo sentido, o art. 919, prevê §1º que cabe efeito suspensivo "quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes."
PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou perfeitamente
demonstrado, o direto do Embargante é caracterizado pela i) prova inequívoca que a posse em estudo é de boa-fé e anterior à promoção da ; ii) que o Embargante é legítimo possuidor do bem; iii) e verificado ainda que a Embargante é terceiro em relação à ação de busca e apreensão.
RISCO DA DEMORA: Por tratar-se de execução que afeta os bens
do Embargante, a continuidade da execução coloca em risco, Ou seja, existe a ameaça de indevida constrição de bem (turbação da posse).
DA GARANTIA DO PAGAMENTO: O pagamento dos valores pleiteado
está garantido por meio de outras formas disponíveis
Cabível, portanto, a concessão do efeito suspensivo ao
presente Embargo, conforme precedentes sobre o tema:
EMBARGOS DE TERCEIRO. SUSPENSÃO DA
EXECUÇÃO. Havendo plausibilidade jurídica nos embargos de terceiro opostos com a finalidade de demonstrar que o imóvel penhorado e arrematado pertence a pessoa estranha à lide, devem ser processados com a devida cautela, inclusive com a suspensão da execução, quando versarem sobre todos os bens ou direitos, sob pena de agressão ao que dispõe o CPC, art. 678. Mandamus admitido e segurança concedida .(TRT-11 00002674820175110000, Relator: JORGE ALVARO MARQUES GUEDES, Gabinete da Vice Presidência) 3. DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
1. O recebimento do presente embargo em seu efeito
suspensivo, para fins de suspender a ação executiva e manter em favor da Embargante; 2. A citação dos Embargados para responder, querendo, nos termos do art. 677, §3º do CPC; 3. A total procedência da ação para julgar procedentes os pedidos formulados nesta ação, extinguindo-se a em debate e, por conseguinte, desfazendo-se a ordem de constrição (NCPC, art. 674, caput), confirmando a liminar requerida e concedida, 4. Protesta o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, depoimento pessoal, prova documental, prova pericial e oitiva de testemunhas; 5. A condenação do embargado ao pagamento de honorários advocatícios e sucumbência nos parâmetros previstos no art. 82, § 2º c/c art. 85, §2º do CPC;