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AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXXXX

PEDRO XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador do CPF nº XXX,
endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado XXX, por seu advogado
(mandato anexo), com endereço profissional XXX, respeitosamente perante
Vossa Excelência ajuizar

AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE COM PEDIDO DE TUTELA DE


URGÊNCIA EM CARÁTER LIMINAR

em face de JOÃO XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador do CPF
nº XXX, endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado XXX, que faz
consoante os fatos e fundamentos a seguir articulados:

1. DA JUSTIÇA GRATUITA À AUTORIA

De plano, a parte autora esclarece não possuir condições financeiras de


suportar os valores a serem despendidos com custas e demais despesas
processuais, sem prejuízo do seu próprio sustento, razão pela qual requer seja
concedido o benefício da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos do art. 2º, da Lei nº
1.060, de 05.02.1950 [1].

2. DOS FATOS

O Autor celebrou contrato de compra e venda de imóvel com o Réu,


referente ao imóvel localizado na XXX, pelo valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil
reais), conforme comprovante de pagamento anexo.
O pagamento do referido imóvel foi realizado à vista, mediante recibo
anexo.
Apesar do pagamento integral do valor acordado e da emissão do recibo
correspondente, o Réu não cumpriu com sua obrigação de entregar o imóvel ao
Autor até a presente data, configurando-se, assim, o inadimplemento contratual
por parte do Réu.
3. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito


de reavê-la de quem quer que injustamente a possua ou a detenha.
No caso em tela, temos que, o atual proprietário do referido imóvel,
realizou todos os procedimentos legais e administrativos, com o intuito de
adquirir a propriedade. Pois bem, ainda que houve a licitude e cumprimento de
todo o procedimento pela parte autora, este, ficou impedido de usar e gozar do
imóvel adquirido.
Também preconiza o art. 1.200 do Código Civil, quanto a posse injusta.
Vejamos:

Art. 1200 - é justa a posse que não for violenta,


clandestina ou precária. (grifo nosso)

Pois bem, ao correlacionar os dispositivos legais e quanto a narrativa


doutrinária da renomada jurista, vislumbra-se que a parte ré se encontra
totalmente de forma inconsistente sob a posse do imóvel.

Os tribunais têm entendido sobre a matéria da seguinte forma:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE IMISSÃO NA


POSSE- TITULARIDADE DO DOMÍNIO COMPROVADO –
INDIVIDUALIZAÇÃO DO IMÓVEL – POSSE INJUSTA
DEMONSTRADA – REQUISITOS PREENCHIDOS. Restando
cabalmente comprovada a aquisição da propriedade do imóvel
em discussão pela parte autora, bem como a posse injusta
exercida pela parte ré, que se recusa em deixar o local,
preenchidos estão os requisitos essenciais à Ação de Imissão na
Posse. (TJMG – Apelação Cível 1.0290.13.002836-5/001, Relator
(a): Des.(a) Arnaldo Maciel , 18ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
02/02/2016, publicação da sumula em 16/02/2016). (grifos
nossos).
Logo, demonstrado o caráter injusto da posse exercida pelo réu no imóvel,
de propriedade do referido autor, a presente ação é meio processual hábil a
satisfazer a pretensão do autor em dar início ao exercício da posse e adentrar
em seu imóvel, usando e gozando do bem, uma vez que, cumpriu com todos os
procedimentos elencados na forma legal e ou administrativa.

I. DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

De acordo com o art. 300, do CPC, a tutela de urgência será concedida


quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou risco ao resultado útil do processo.

Assim sendo, não pode o autor, continuar sofrendo os prejuízos já


elencados acima, quanto a sua entrada no imóvel, este, encontra-se
impossibilitado de adentrar no mesmo, uma vez que, o antigo proprietário
não fez a entrega da propriedade.
O deferimento da liminar não é capaz de colocar em risco o resultado
útil do processo, pois o conjunto probatório presente aos autos é capaz de
demonstrar o direito do autor em adentrar de forma legal em seu imóvel,
não sendo justo suportar prejuízos até que a sentença definitiva seja prolatada
no presente feito.
Por sua vez, o artigo 300, traz os requisitos para a concessão da tutela
provisória de urgência, verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida


quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo. (grifos nossos).

Preenchidos os requisitos legais, o deferimento da tutela provisória de


urgência em caráter liminar é demanda cabível.

II. DOS DANOS MORAIS


A garantia do reparo do dano moral, é absolutamente pacífica tanto na
doutrina como na jurisprudência. Assim, ante o inadimplemento da demandada,
busca a parte autora o Poder Judiciário para ser ressarcida dos prejuízos
moralmente sofridos, inclusive a restituição dos valores pagos ao longo dos
meses. A Constituição Federal, no inciso X do artigo 5º, determina que são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra, a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação.

Por sua vez, o artigo 389 do Código Civil Brasileiro, que trata da
responsabilidade civil contratual, estipula que quando a obrigação deixa de
ser cumprida por culpa do devedor (contratante que não adimpliu com a
obrigação que era devida), este responderá por perdas e danos acrescidas de
juros e atualização monetária.

Ao adquirente assiste o direito de pleitear indenizações dos prejuízos


decorrentes do atraso na entrega do imóvel, inclusive os danos morais sofridos!
Isso porque, Excelência, além de eventuais prejuízos patrimoniais, houve o
sofrimento psíquico e moral, como as dores, a tristeza, a frustração, dentre outros
sentimentos negativos, que o atraso na entrega do imóvel ocasionou ao autor.

4. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante de todo o exposto, requer se digne Vossa Excelência:

a) Conceder o benefício da assistência judiciária gratuita nestes autos,


visto que o Autor não possui condição financeira suficiente para suportar os
custos e as despesas processuais, consoante exposto, demonstrado e
comprovado pela Declaração de Hipossuficiência;
b) Conceder, em caráter liminar, a tutela de urgência, para determinar ao
réu que promova, imediatamente, a entrega definitiva do imóvel;
c) Requer a confirmação da tutela de urgência em sentença;
d) Determinar a citação e a intimação do réu no endereço declinado nos
autos do presente, para, querendo, oferecer sua resposta, sob pena dos efeitos
da confissão e revelia;
e) Condenar a ré ao pagamento de indenização pelos danos morais
suportados pelo autor;
f) Ao final, julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente demanda; e
g) Condenar o réu ao pagamento das custas, despesas processuais e
verba honorária de sucumbência.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito


admitido.

Por fim, requer que todas as intimações inerentes ao feito sejam


remetidas e publicadas em nome dos signatários desta, sob pena de nulidade.

Dá-se à causa o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

Termos em que,
Pede Deferimento.

Local XXX, data XXX

Advogado XXX
OAB/XX

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