Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DA COMARCA DA CAPITAL/XX
I – PRELIMINARES
1
Conforme procuração anexa.
2
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de
custas, taxas ou despesas.
I.II - INTERESSE NA DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
II - DOS FATOS
4. A parte autora, no dia XX de MÊS de ANO, realizou negociação com à ré
(NOME DO BANCO), no valor estimado de R$ XXXXXX (VALOR POR EXTENSO),
com data de vencimento para o dia XX de MÊS de ANO. (conforme documento
em anexo)
5. Ocorre que por não haver realizado o pagamento da compra, foi
negativado, ainda em (ANO). Com isso, passado alguns meses, com interesse em
sanar sua dívida, foi contactado por telefone pela empresa de cobrança (NOME
DA EMPRESA DE COBRANÇA), e através desta formalizou um acordo onde foi
proposto que “através do acordo formalizado, haveria quitação total do débito
em aberto’’.
6. Muito satisfeito com os valores propostos, o autor realizou pagamento
inicial a título de entrada no valor de R$ XXXXXX, com vencimento XX/XX/XXXX e
outras XX parcelas a serem pagas no valor médio de R$ XXXXXX (VALOR POR
EXTENSO), assessoria de cobrança devidamente contratada pelo BANCO (NOME
DO BANCO).
7. Porém, mesmo insistindo em conseguir informações mínimas, inclusive
para comprovar o seu direto nesta ação, em um segundo momento já foi
informado que não existia negociações nos históricos do banco.
8. Ora, sabe-se que ao autor cabe o ônus da prova do fato constitutivo do
seu direito e ao réu a prova do fato extintivo, impeditivo ou modificativo deste
3
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
mesmo direito, no entanto, como se verifica, a própria empresa que realizou a
renegociação, não possui qualquer documento, histórico ou informações sobre a
renegociação formalizada.
9. A parte autora trouxe aos autos 02 (dois) boletos gerados pela empresa
(NOME DA CONSULTORIA DE COBRANÇAS), dos quais efetivamente confirmou
seus pagamentos através de solicitação da 2ª via dos comprovantes de
pagamento, disponibilizadas parcialmente pelo Banco XXXXXX (instituição
financeira), o qual confirmou o repasse à empresa (NOME DA EMPRESA
CONSUTORIA DE COBRANÇAS) dos pagamentos realizados pelo autor.
(documento completo em anexo)
10. Frise-se que o autor entregou cópias dos boletos ao Gerente
responsável pela Agência XXXX- do Banco XXX, localizado (ENDEREÇO DA
AGENCIA) para solicitar os comprovantes de pagamento, ainda no final de XXXX,
quando se deu início as cobranças de forma indevida. Porém, não obteve
nenhum retorno positivo.
11. Por este motivo, o autor foi obrigado a desperdiçar tempo,
deslocamento, longas conversas com o gerente do banco, configurando tais fatos
danos morais em razão do DESVIO PRODUTIVO DO TEMPO, visto que só lhe
foram fornecidos a segunda via de apenas 02 (dois), dos 04 (quatro) boletos
pagos.
12. Ora, a empresa (NOME DA CONSULTORIA DE COBRANÇA) e o Banco
XXXXX, não disponibilizam qualquer dado ou informações corretas e completas
sobre a situação ocorrida, e que como consequência tem gerado danos de difícil,
senão irreparáveis compensação ao autor. Motivo pelo qual permanece com seu
nome negativado além de seu CPF constar no quadro de maus pagadores dos
órgãos de proteção ao crédito.
13. A parte autora tem solicitado, exaustivamente, informações do que
realmente está devendo (se é que pode ser considerado devedor).
14. Isto posto, a parte autora desconhece o débito que lhe é imputado pelo
Banco XXXXXX, bem como a negativação indevida no banco de dados nos
cadastros de proteção ao crédito (SPC/SERASA). Isto posto, requer em caráter de
urgência a consideração do pedido de tutela de urgência para que seja retirado o
nome do autor do cadastro de proteção ao crédito (SPC/SERASA).
IV - DO DANO MORAL
20. O dano moral é evidente. Verifica-se que O BANCO XXXXXX agiu
dolosamente. O lançamento indevido nome do autor aos órgãos de proteção ao
crédito, relativo a qualquer serviço ou produto, não contratado ou inexistente,
ou até mesmo já quitado, configura falha e gera a obrigação de indenizar, pois
tem acarretado incontáveis danos à parte autora.
21. A indenização por dano moral, deve atender a uma relação de
proporcionalidade, não podendo ser insignificante a nem ser excessiva a ponto
de desbordar da razão compensatória para a qual foi predisposta. Ponto de não
cumprir com sua função penalizante. (Min. Nancy Andrighi STJ; REsp
318.379/MG).
22. Não pode ser a ‘’pecunia doloris’’ uma satisfação simbólica, porque,
dessa forma, não repercutirá jamais na Empresa Ré, e que poderá repetir a
prática do mesmíssimo dano. A sua obrigação reparadora há de ser sentida,
financeiramente, pois é onde mais lhe pode pesar como admoestação. Estão
assim preconizados os arts. 186 e 927 do Código Civil Brasileiro.
23. A negativação é indevida configura conduta ilícita, apta a causar danos
de ordem extrapatrimonial e da personalidade, os quais merecem a devida
compensação. Sendo assim O BANCO XXXX deve ressarcir o prejuízo moral
experimentado pela parte autora, visto que no referido caso o dano é presumido
POIS O CONTRATO EM QUESTÃO FOI RENEGOCIADO E QUITADO POR
COMPLETO.
5
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
24. Trata-se de dano moral in re ipsa, que dispensa a comprovação da
extensão dos prejuízos, sendo estes evidenciados pelas circunstâncias do fato,
conforme entendimento firmado pelo STJ.
25. Não obstante, a inscrição indevida do nome da pessoa física em
cadastro de inadimplentes gera, de fato, direito à indenização por danos morais,
sendo desnecessária a comprovação dos prejuízos suportados, que foram
muitos, conforme narrados no início dessa exordial6.
26. A negativação indevida, causa, evidentemente, inúmeros efeitos nocivos
perante o meio social e financeiro. É claro! Posto que, o autor ficou
impossibilitado de realizar compras parceladas, obter liberação de crédito para
manter o negócio, além da queda nos seus rendimentos mensais. Enfim,
inúmeros prejuízos causados pela má fé e falha na prestação de serviços do
BANCO XXXX.
27. Cumpre destacar, que a parte autora, por exemplo, teve a obrigação de
realizar todas as suas compras de forma à vista, sem qualquer possibilidade de
parcelamentos ou linha de crédito, para que assim conseguisse manter seu
negócio (sua única fonte de renda para mantimento do seu mínimo existencial e
de sua família).
28. Portanto, requer seja O BANCO XXXXX condenado a indenizar a parte
autora no valor de R$ XXXXXX (VALOR POR EXTENSO), pelos danos morais
advindos da conduta ilícita praticada, e da falha na prestação de serviços por
realizar de forma indevida a negativação do nome do autor.
6
Recurso de Apelação Cível nº 1001035-13.2020.8.11.0028 – Poconé Apelante: Angelina Marques
Pinto Duarte Apelada: Telefônica Brasil S.A. E M E N T A AÇÃO DECLARATÓRIA – DANO MORAL –
TELEFONIA – INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA – COBRANÇA INDEVIDA – INSCRIÇÃO INDEVIDA DO
NOME NO CADASTRO DOS INADIMPLENTES – ATO ILÍCITO CONFIGURADO – NEXO DE CAUSALIDADE –
ÔNUS DA PROVA – INDENIZAÇÃO CABÍVEL – SENTENÇA REFORMADA – RECURSO PROVIDO. Na forma
do art. 373, incisos I e II, do CPC, compete ao autor a prova constitutiva do seu direito e ao réu dos fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor, ônus do qual não se desincumbiu a empresa
apelada. A inscrição indevida do nome no cadastro de proteção ao crédito é suficiente para gerar o
dano que deve ser reparado. O arbitramento do valor da indenização decorrente de dano moral deve
ser feito de acordo com os aspectos do caso, sempre com bom senso, moderação e razoabilidade,
atentando-se à proporcionalidade com relação ao grau de culpa, extensão e repercussão dos danos e à
capacidade econômica das partes, o que se observou no recurso. (TJ-MT 10010351320208110028 MT,
Relator: CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA, Data de Julgamento: 13/04/2022, Terceira Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 14/04/2022) (GRIFO NOSSO)
fácil ou menos difícil para a estas comprovar, por completo, toda tramitação
realizada, desde a primeira compra feita pelo autor, até o ultimo pagamento
realizado por este, já que o Banco XXXXXX possuem monopólio de informações e
documentações pertinentes, ou mais completas para resolução desta demanda 7.
30. Assim sendo, impõe-se a inversão do ônus da prova, devendo O BNACO
XXXX E A CONSULTORIA DE COBRANÇAS, apresentar em juízo toda a
documentação referente ao suposto contrato firmado entre as
partes, especificando, de forma detalhada, as cobranças efetivadas e todas as
informações necessárias para comprovação dessa contratação e seus
pagamentos, baseando no Art. 373, II, do Código de Processo Civil.8
31. Por fim, pleiteia-se a Vossa Excelência que seja dado total procedência
à ação de conhecimento, visto que o autor foi excessivamente lesado, ao sofrer
com a negativação indevida, e seu cadastro no quadro de maus pagadores . Tal
fato lhe gerou incontáveis prejuízos de ordem financeira, tendo em vista que a
ausência de tais valores fizeram bastante falta no orçamento e geraram seu
superendividamento, além dos danos extrapatrimoniais e o comprometimento
do seu mínimo existencial.
VI - DOS PEDIDOS
Ante todo exposto, requer:
7
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS (INSCRIÇÃO
INDEVIDA). CONTA BANCÁRIA PARA RECEBIMENTO DE PROVENTOS. NÃO MOVIMENTAÇÃO. COBRANÇA
DE TARIFAS. IMPOSSIBILIDADE. NEGATIVAÇÃO DO NOME DO CONSUMIDOR. DANOS MORAIS DEVIDOS.
QUANTUM INDENIZATÓRIO. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. SENTENÇA MANTIDA. [...] II - A
instituição bancária que promove, indevidamente, a negativação de nome do correntista nos órgãos
de proteção ao crédito responde pelos danos causados, independentemente de culpa, dada à
responsabilidade objetiva prevista no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. III - A inclusão
indevida do nome do correntista e suposto devedor nos cadastros de proteção ao crédito causa
injusta lesão à sua honra, garantindo-lhe direito à indenização por dano moral. IV - No arbitramento
do dano moral, o julgador deve levar em conta o caráter reparatório e pedagógico da condenação,
cuidando para não permitir o lucro fácil do ofendido, mas também não reduzindo a indenização a valor
irrisório, sempre atento aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como às nuanças do
caso concreto. V - Recurso conhecido e não provido. (TJ-MG - AC: 10000191091735001 MG, Relator:
Vicente de Oliveira Silva, Data de Julgamento: 28/01/2020, Data de Publicação: 04/02/2020) – Grifo
Nosso.
8
Código de Processo Civil, Art. 373, [...] II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo
ou extintivo do direito do autor;
b) Seja designada audiência de conciliação, porquanto a parte autora tem pleno
interesse em finalizar o litígio por meio da autocomposição, com a consequente
citação das empresas por meio do eletrônico (art. 246, CPC), ou, caso não conste
no banco de dados, por Correios, para comparecer à audiência de conciliação,
sob pena de aplicação da multa do §8º do art. 334, CPC;