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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE- RS

COZZINE INDUSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS PARA


GASTRONOMIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado inscrita no
CNPJ sob o nº 06.371.179/0001-70, com sede na Rua Beco José Paris,
576, Sarandi, CEP 91140-310, Porto Alegre, local onde receberá as
intimações que se fizerem necessárias, vem, a presença de Vossa
Excelência, propor

AÇÃO MONITÓRIA em face de

em desfavor da empresa WMS SUPERMERCADOS DO BRASIL LTDA,


com cadastro no CNPJ N°. 93.209.765/0001-17, com endereço na
Avenida Sertório, 6600 sobreloja, Porto Alegre/RS, CEP 91060-590 pelas
razões de fato e de direito que adiante passa a expor, provar e ao final
requerer.

DOS FATOS

A Autora, doravante denominada COZZINE INDUSTRIA E COMÉRCIO DE


EQUIPAMENTOS PARA GASTRONOMIA LTDA, estabeleceu Contrato de Compra e venda, sob o
Nº.68834, cópia anexa, datado como início em 22/10/2013, com a Ré.

O objeto do contrato acima citado era a compra e venda de Fritadeiras para


área de Preparo das lojas, conforme proposta comercial 3666-13, no valor de até de R$
200.000,00 (duzentos mil reais) durante 12 meses. Entretanto a parte ré deixou de cumprir
com o acordo firmado, uma vez que a autora emitiu as notas, entregou os produtos, mas não
recebeu os valores contratados.
A forma de pagamento ajustada entre ambos os contratos ficou estipulado da
seguinte maneira:

“A COMPRADORA pagará à VENDEDORA pelo objeto do presente contrato a


quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), em periodicidade por toda vigência deste
contrato, totalizando R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) ao longo da vigência do contrato.
Caso seja aplicável outra forma de pagamento, constará abaixo descrita ...”

O contrato, ainda estipula, que o mesmo poderá ser reajustado apenas uma
vez a cada 12(meses) de vigência contratual, com base na variação do IPCA do período.

Sucede que a totalidade dos produtos foram entregues para a empresa ré,
entretanto não foram efetuados os pagamentos pela prestação de serviço, prejudicado
imensamente o financeiro da empresa autora.

Esclareça-se, por oportuno, que, somente a empresa ré lucrou com o contrato,


uma vez que a mesma não cumpriu com sua obrigação, apenas recebeu as mercadorias e não
realizou os pagamentos. Por sua vez a empresa Autora amargou graves prejuízos decorrentes
da obrigação de cumprir unilateralmente o contrato, uma vez que não obteve dinheiro para
realizar pagamentos da empresa.

Assim, as com as confirmações das entregas efetuadas nos anos 2012, 2013,
2014 e 2015 a empresa ré, até o presente momento não pagou, tampouco justificou o não
pagamento. Conforme canhotos das notas fiscais nº 1429 e 1608 de recebimentos de
mercadorias assinados no anexo.

Ora excelência, a empresa descumpriu o contrato e sequer, demonstrou


vontade de cumprir sua obrigação contratual, pois a autora enviou vários e-mails, os quais
foram respondidos de maneira negativa sem previsão de pagamento.

Sendo assim a autora vem a este Juízo buscar os valores nos quais têm direito
conforme contrato firmado.

DO DIREITO
Basicamente, o direito da Autora, nasce do próprio contrato firmado com a
empresa ré: lei entre partes.

O art. 700 do CPC apresenta a seguinte redação:


“Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz:

I – o pagamento de quantia em dinheiro;

II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

[...]

§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:

I – a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;

II – o valor atual da coisa reclamada;

III – o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico


perseguido".

A ação em exame se adequa perfeitamente à previsão legal na medida em que


a instituição demandante apresenta prova escrita da existência da obrigação (contrato
assinado pelo devedor, além de extratos bancários e memória de cálculo que detalha a
evolução da dívida), sendo suficiente para a formação do convencimento desse douto Juízo.

A autora cumpriu fielmente a sua parte no contrato, entretanto a ré até a


presente data não adimpliu nenhuma das entregas realizadas.

O contrato firmado pelas partes é tão hígido do ponto de vista jurídico que
autorizaria a peticionária a propor a ação de execução, o que só não é feito em face da
orientação da Súmula 233 do STJ, que estabelece:

STJ 233: “o contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de


extrato da conta corrente, não é título executivo”.

O mesmo Tribunal possui entendimento pacificado no cabimento da ação


monitória com base em contrato de abertura de crédito:

STJ 247: “O contrato de abertura de crédito em conta-corrente,


acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o
ajuizamento da ação monitória”.
Portanto resta claro que a pretensão da autora deve ser procedente, tendo em
vista o inadimplemento da ré, posteriormente a entrega dos objetos do contrato.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, a instituição demandante requer se digne Vossa Excelência a:

a) determinar a imediata expedição do mandado de pagamento, destinado ao


réu, conforme o art. 701 do CPC, convocando-o a efetuar o pagamento da
dívida no prazo legal, sendo-lhe facultada a apresentação da defesa no mesmo
prazo, em respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa.

b) ao final, e opostos os embargos monitórios, rejeitar a referida defesa,


constituindo de pleno direito o título executivo judicial, sem prejuízo da
condenação do vencido ao pagamento das custas, das despesas processuais e
dos honorários advocatícios, que devem ser arbitrados em 20% (vinte por
cento) do valor atribuído à causa.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


tais como a juntada de novos documentos e a tomada do depoimento pessoal do réu, sob
pena de confesso.

Dá à causa o valor de R$ 33.583,33 (trinta e três mil e quinhentos e oitenta e


três reais e trinta e três centavos).

Termos em que pede e espera deferimento.

Porto Alegre, 23 de outubro de 2023.

Gregory Knuth Ribeiro


OAB/RS N° 82.917

Marcos Rodrigues
OAB/RS N° 93.918

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