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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE JAPERI – RJ

IAGO CASTRO MORAIS DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, ajudante, portador do


RG nº 25.814.160-5, inscrita no CPF/MF sob o nº 177.612.947-47, residente e domiciliado
na Alcebíades Alves de Aguiar, 44, Engenheiro Pedreira, CEP: 26.453-350, RJ vem, através
dos patronos ao final subscritores, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAS E MORAIS

Em face de VIA SUL ENGENHARIA, pessoa jurídica de direito privado inscrita no


CNPJ n°: 08.107.711/0001-71, com endereço localizado na Avenida Alvares Cabral,1777,
Lourdes – Belo Horizonte – MG – CEP – 30.170-001- SP, pelos seguintes fatos e
fundamentos:

1 – Da Gratuidade

O autor não pode arcar com as custas do processo, por ser pobre na forma da lei,
conforme declaração anexa. Requer assim, desde já, o benefício gratuidade judiciária, nos
termos da Lei n º. 1.060/50 c/c o art. 98 do NCPC.

2 – Dos Fatos

O autor celebrou contrato de promessa de compra e venda de unidade


habitacional no dia 01/08/2022, conforme documento anexo, referente à um
apartamento que ainda iria ser construído, no empreendimento ÁGUAS DO PORTO, de
propriedade da ré.
De maneira unilateral e sem justificativa razoável, recebeu uma mensagem da ré
pelo aplicativo WhatsApp que as obras do empreendimento foram canceladas,
alegando que 50% das unidades não foram vendidas, o que configura descumprimento
contratual e violação ao princípio da boa-fé objetiva.

O contrato prévio o pagamento de um valor de entrada no montante de um sinal


de 1.000,07 (mil reais e sete centavos), em que o autor pagou com cartão de crédito que
atualmente não tem mais acesso à extrato bancário pois teve seu cartão bloqueado, e
parcelou o restante em 60 vezes na forma de pagamento por boleto, totalizando um
valor de entrada de 5.004,69 (cinco mil e quatro reais e sessenta e nove centavos),
conforme consta no termo de rescisão de contrato anexado.

A ré em seu termo de rescisão de contrato anexada aos autos onde especifica


detalhadamente no capitulo as condições do distrato, como iria ser feito o estorno de
100% do valor que já foi pago como entrada pelo autor, no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, prazo esse que não foi cumprido, conforme documento em anexo.

Além disso, o autor tentou diversas vezes contato com a ré pelo aplicativo
WhatsApp, para se informar do dia exato em que o valor seria retornado ao mesmo,
porém a parte ré era bem ausente em responder o autor, e em umas das conversas como
consta em anexo a parte ré diz que o valor seria devolvido ao autor no dia 28/08/2023, o
autor aguardou, e o valor não foi devolvido, tentou contato mais vezes com a ré e não
teve êxito.

O autor, em virtude do cancelamento das obras, exige a devolução do valor de


entrada na data prevista no contrato, o que não ocorra, causando prejuízos morais e
materiais.

3 - Do Direito

Em razão do atraso da parte ré em não ressarcir o valor que foi dado de entrada
pela parte autora, o que passou 3 (três) meses depois da data estipulada pela mesma, a
ré se torna inadimplente com a parte autora, que sofreu perdas e danos, por necessitar
do ressarcimento e por ter suas esperanças de um novo lar destruídas.

3.1 – Descumprimento Contratual e Responsabilidade Legal

A parte autora, ao realizar o pagamento inicial como sinal de compromisso na


aquisição do imóvel, distribuiu uma relação contratual com a empresa demandada. O
descumprimento das obrigações por parte da empresa, seja pela não entrega do imóvel
ou pela ausência de restituição da entrada, caracterizando inadimplemento contratual.

Com base no artigo 389 do Código Civil, a parte ré não cumpriu sua obrigação
com o autor, sendo assim requer seus direitos formulados conforme o artigo:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas


e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

3.2 – Ausência de Devolução e Violação da Boa-fé Contratual

O não cumprimento das obrigações de devolução do valor de entrada configura


não apenas uma infração contratual, mas também uma violação ao princípio da boa-fé
objetiva, que impõe às partes o dever de agir com transparência, lealdade e colaboração.
A ausência de restituição exige a confiança estabelecida na relação contratual.

A legislação brasileira estabelece preceitos fundamentais que regem os contratos e


suas execuções. Destacam-se os seguintes dispositivos.

Conforme os artigos 421 e 422 do Código Civil, artigos 421 e 422 do Código Civil,
o artigo 421 determina que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites
da função social do contrato, enquanto que o artigo 422 dispõe que os contratantes são
obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé.

Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função


social do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)

Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão


o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão
contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé.

Diante do quadro apresentado, o autor, respaldada pelos artigos supracitados e


demais normas aplicáveis, busca a peças de reposição pelos danos sofridos. O pleito
inclui não apenas a devolução do valor de entrada, corrigido monetariamente, mas
também a compensação por eventuais danos morais decorrentes do descumprimento
contratual.
A violação contratual em um empreendimento imobiliário, aliada à não restituição
do valor de entrada, requer uma abordagem jurídica fundamentada nos princípios legais
que regem as relações contratuais. A busca pela justiça e reposição dos direitos
lesionados é um direito legítimo da parte autora, respaldado pela legislação vigente.

4- Dos Pedidos

Diante do exposto, requer-se:

a) A gratuidade de justiça conforme art. 98 do NCPC;

b) A citação da ré para, querendo, contestar a presente demanda, sob pena de revelia e


confissão;

c) A condenação da parte Ré, para devolução em dobro do valor de R$ 5.004,69 (Cinco


mil e quatro reais e sessenta e nove centavos), totalizando o valor de R$ 10.009,38 (dez
mil e nove reais e trinta e oito centavos);

d) A condenação da Ré ao pagamento de 15 salários-mínimos a título de Danos Morais,


no valor de R$ 19.800,00 (Dezenove mil e oitocentos reais);
d) A produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente documentais e
testemunhais;

f) A notificação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

Dá-se à causa o valor de R$ 29.809,68 (vinte nove mil oitocentos e nove reais e sessenta e
oito centavos).

Termos em que pede e espera deferimento

Japeri, 14 de dezembro de 2023

Jaqueline Martins

Advogada

OAB/RJ 188.856

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