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UBERABA MG
1. PRELIMINARMENTE
Muito embora o contrato firmado entre as partes tenha eleito o foro da cidade de Belo
Horizonte/MG para dirimir conflitos dele originados e que o futuro imóvel objeto do negócio
seja edificado em Uberaba/MG, nenhuma das localidades é competente para o julgamento do
presente feito.
Caracterizada a relação consumerista entre as partes, nos moldes dos arts. 2º e 3º,
especialmente no que concerne à hipossuficiência técnica, informacional e de recursos do
requerente, é facultado aos requerentes, enquanto consumidores, a eleição de foro diverso
daquele convencionado em cláusula contratual, quando este trouxer a eles dificuldade de acesso
à tutela jurisdicional, consoante disciplinam os arts. 6º, VIII, e 101, I, ambos do CDC.
2. DOS FATOS
De acordo com o art. 300 e ss. do CPC, são requisitos para a concessão da tutela
provisória de urgência a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
Já o perigo de dano encontra-se patente pela constatação de que o casal não possui mais
condições de pagar as parcelas do imóvel que sequer foi entregue na data acordada por
responsabilidade única da construtora. Portanto, ao deixar de pagar os valores que continuam
sendo cobrados mesmo sem receberem o imóvel, os autores correm o risco de terem seus nomes
negativados por inadimplência, mesmo tendo cumprido com suas obrigações, diferente da parte
ré.
Tem-se claramente que a requerida fere o princípio da boa-fé dos contratos, insculpido,
entre outros, no art. 422 do ordenamento civil:
Mais objetivamente, a situação em tela ressoa com o disposto no art. 475 do CC,
segundo o qual “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e
danos.”
O presente caso exige reparação pelo prejuízo moral, diante da violação de direito por
parte da requerida ao não cumprir sua obrigação disposta em contrato, o que causou dano aos
requerentes, conforme os arts. 186 e 187 do CC:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
“ Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.”
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.”
Uma vez comprovada a relação de consumo entre as partes, dado que a construtora
requerida agiu como fornecedor perante os requerentes - porquanto, consumidores - ao oferecer
o imóvel como seu produto (arts. 3º e 2º do CDC), pleiteiam os autores a inversão do ônus da
prova, embasados no art. 6º, VIII, da lei consumerista, pois hipossuficientes perante a
fornecedora em aspectos técnicos e informacionais.
4. DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Local data.
Advogado,
OAB.