AO DOUTO JUIZO DA 11ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DO RIO DE

JANEIRO/RJ

Processo nº:

FORNOS A LENHA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no

CNPJ nº (...), com sede na Rua (...), nº (...), Bairro (...), da Cidade de (...)/Estado,
conforme já qualificada nos autos em epígrafe, representada por JOÃO LEMES,
nacionalidade, estado civil, inscrito sob o CPF n° (...), portador do RG n° (...), vem, por
sua advogada infra-assinada, respeitosamente, oferecer:

CONTESTAÇÃO TRABALHISTA

Com fundamento no art. 847 da CLT c/c art. 5º, LV da Constituição Federal que
garante ao réu o contraditório e a ampla defesa, em face da reclamação trabalhista
proposta por CELSO JÚNIOR, pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos:

I. DA AUTUAÇÃO E DAS PUBLICAÇÕES

O reclamado requer que a autuação e todas as publicações de interesse sejam

feitas em nome de sua procuradora (...), inscrita na OAB nº (...), sob pena de nulidade,
nos termos do art. 236, § 1º, do CPC e da Súmula nº 427 do TST.

II. PRELIMINARMENTE
II.I DA PRESCRIÇÃO BIENAL E QUINQUENAL
O reclamante ajuizou a inicial trabalhista na data de 01/10/2022 requerendo que
as verbas supostamente devidas, retroagissem ao período em que exerceu suas
atividades laborativas em 07/01/2013 a 12/12/2015. No entanto, o prazo para
ajuizamento da ação deveria ter sido feita 2 anos após a cessão do contrato de trabalho,
Nesta senda, conforme também preceitua os artigos 11 da CLT e 7º, XXIX da
Constituição Federal, além da súmula 308 do TST, as verbas trabalhistas prescrevem em
5 anos contados do ajuizamento da ação e já se passaram 6 anos e 10 meses do vinculo
trabalhista entre as partes.

Desta maneira, requer a extinção do processo com resolução de mérito, à luz do

art. 487, II do CPC quanto as verbas pleiteadas anteriores aos últimos 5 anos, contados
do ajuizamento da presente demanda, quais sejam, as verbas devidas anteriores a
01/10/2017.

III. SÍNTESE FÁTICA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

III.I DO CONTRATO DE TRABALHO

O autor foi contratado pelo reclamado na data de 07/01/2013 para exercer a

função de gerente de recursos humanos e o término da atividade se deu em 12/12/2015.

Postula o reclamante pela devolução dos valores deduzidos de seu salário,

alegando que as penalidades imputadas ao mesmo não são devidas ao passo de que o
responsável seria o próprio reclamado, alegações essas que não merecem prosperar
conforme será demonstrado posteriormente.

No entanto, conforme contrato de trabalho acordado entre as partes e que consta

cópia em anexo, há previsão de responsabilização do empregado quanto aos danos que
viessem a ser praticados durante o período laboral em que o veículo da empresa
estivesse em uso sob a guarda do reclamante.

É necessário ressaltar a previsão legal do art. 462, §1º da Consolidação das Leis
do Trabalho quanto a possibilidade de desconto por danos causados pelo empregado
desde que seja firmado entre as partes e haja a comprovação do dolo ou culpa, vejamos:

Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do

empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de
lei ou de contrato coletivo.

§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde

de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do
empregado.

Nesse entendimento, a indisciplina do empregado e o ato ilícito praticado, qual

seja, dirigir embriagado, constitui justa causa pela determinação legal do art. 482 da
CLT.

Dessa forma, é possível facilmente comprovar tais alegações mediante a

apresentação das multas de trânsito auferidas pelo empregado em decorrência de dirigir
o automóvel da empresa em alta velocidade e embriagado, o que resultou no acidente
que colaborou com as deduções do salário do reclamante, como demonstra o boletim de
ocorrência registrando os fatos.

Posto isto, requer que o pedido contido na inicial seja julgado improcedente e
que este juízo desconsidere a devolução dos descontos pleiteados, haja vista a cláusula
presente no contrato elaborado entre as partes que previa o desconto no salário por
danos causados ao veículo da empresa e que seja reconhecida a prática ilícita com dolo
do reclamante que resultou em acidente de transito devido a embriaguez do mesmo.

IV. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer:

a. O recebimento da presente contestação, acolhendo as preliminares suscitadas, com a

extinção do processo com resolução do mérito;

b. A improcedência dos pedidos contidos na inicial, condenando o reclamante ao

pagamento das custas processuais bem como honorários advocatícios;

c. A produção de provas por todos os meios admitidos em direito.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

25 de Outubro de 2022

CIDADE, ESTADO

ADVOGADO

OAB/UF