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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DO

TRABALHO DA CIDADE DE ITÚ/SP

Autos n.
Recorrente: Metalúrgica Ferraz LTDA
Recorrido: Fernando Bous

METALÚRGICA FERRAZ LTDA, já qualificada nos autos desta ação, que


lhe move em face de FERNANDO BOUS, também já devidamente qualificado nos
autos, vem, por sua advogada infra-assinada, inconformada com a r. sentença, interpor:

RECURSO ORDINÁRIO
nos moldes do artigo art. 895, I, da CLT

Encontram-se presentes todos os pressupostos de admissibilidade do recurso,


dentre os quais se destacam:
a) O depósito recursal: recolhido, no valor de R$ ____, conforme guia anexa;
b) As custas processuais: recolhidas no valor de R$ ____, correspondentes a 2% do
valor da condenação, consoante guia anexa.
Desse modo, faz-se requerer a intimação da parte contrária para, querendo,
oferecer contrarrazões no prazo de 8 (oito) dias, nos termos do art. 900 da CLT e
posteriormente, a remessa dos autos, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio
Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.

Termos em que,
Pede e espera deferimento e a juntada.

Local, data.
Advogada
OAB/UF
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DO ESTADO DE SÃO
PAULO

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Autos n.
Recorrente: Metalúrgica Ferraz LTDA
Recorrido: Fernando Bous
Origem: Juízo da Vara Única do Trabalho da Cidade de Itú/SP

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA CÍVEL JULGADORA DO PRESENTE RECURSO.
EMÉRITOS DESEMBARGADORES DESTE SODALÍCIO,

À luz dos fundamentos jurídicos que respaldam a pretensão do recorrente, os


quais serão minuciosamente detalhados e apresentados nestas razões de apelo defensivo
e os quais, data maxima venia, não foram considerados pela r. decisão objurgada
constante de ff. XX que julgou improcedente a pretensão alegada pelo recorrente em
fase de inicial, somado ao não conhecimento das teses aventadas pela defesa, justifica-
se, como imperativo de Direito & Justiça, a ampla ‘reforma’ e ‘cassação’ da decisão
fustigada, por este egrégio Juízo ad quem, o qual nos recorremos.
I. BREVE SÍNTESE DOS FATOS

O recorrido ajuizou reclamatória trabalhista com finalidade de receber o


pagamento de 2 (duas) horas extraordinárias habituais quantificadas em R$ 5.000,00
(cinco mil reais) por desempenhar atividades em turnos ininterruptos de revezamento
que duravam, em média, 8 (oito) horas, e que antecedem autorização expressa em
convenção coletiva de trabalho.

II. DA SENTENÇA

O MM. Juiz a quo, houve, por bem, julgar integralmente procedente o pedido
ajuizado em fase de inicial pleiteado pelo reclamante e condenar a reclamada ao
pagamento de 2 (duas) horas extraordinárias habituais quantificadas em R$ 5.000,00
(cinco mil reais).

III. DOS DIREITOS

III.I DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS

É possível extrair da peça inicial que o autor alega exercer atividades laborativas
desempenhadas em turnos ininterruptos de revezamento que duravam, em média, 8
(oito) horas.

No entanto, diferentemente do alegado inicialmente e usado como pretexto pelo


juízo a quo para julgar a sentença ora recorrida, o art. 7º, inc. XIV da CF, permite que
para esse regime de trabalho (turno ininterrupto de revezamento) a jornada seja fixada,
por meio de negociação coletiva, em número superior a 6 horas. Nesse mesmo
entendimento, a Súmula nº 423 do TST limitou a 8 horas, sem admitir como extras as 7ª
e 8ª horas, in verbis:

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE


JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA.
VALIDADE.

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de
regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos
de revezamento não têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª hora como extras.

Por esse motivo, atualmente a jurisprudência pátria, incorporada também pela


Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), estabelece que sempre mediante negociação
coletiva, cujo reconhecimento é assegurado também pela Constituição em seu art. 7º,
inc. XXVI, é inválido requerer o pagamento por exercer atividades desempenhadas
nesse regime de trabalho em específico.
Resta evidenciado que o limite mensal não era ultrapassado. E como
anteriormente elencado, o instrumento coletivo reflete e simboliza a vontade autônoma
dos atores envolvidos no equacionamento de questões de interesse da categoria. Sem
transbordar para a prejudicialidade, deve ser reconhecido, respeitado e cumprido.

Portanto, são improcedentes as horas extras postuladas e a sentença não merece


ser mantida.

IV. DOS PEDIDOS


Destarte, data vênia, pede e espera a Recorrente que se digne este Egrégio
Tribunal, diante de todo o exposto, requer o conhecimento e provimento do presente
recurso para reformar a sentença recorrida.

Nestes termos,

Pede e espera provimento.

Local, data

Advogada

OAB/UF

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