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AIRTON LUZ

ADVOGADO

Juizo da 5ª Vara do Trabalho da Comarca de Gravataí/RS.

PROC. Nº 0000171-88.2020.5.04.0035

CONSTRUTORA FALCATRUA LTDA. com sede na cidade de


Gravataí, com endereço empresarial à rua dos Trambiqueiros, 171, inscrita no
CNPJ sob o n.º 17.171.171/0001-71, vem por seu advogado, infra-assinado e
devidamente constituído, conforme instrumento procuratório juntado, com
escritório profissional na Rua Bom de Causa, nº 171, sala 224, Centro, Rio Verde
- RS, CEP 66.444-222, onde recebem intimações e notificações, nos autos em
epígrafe, de reclamação trabalhista que lhe move EFEMÉRIDES DOS ANJOS,
oferecer sua

CONTESTAÇÃO

1. DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA / CTPS

A Reclamada, de fato, empregou os serviços da Reclamante, desde 10.10.2008.


Entretanto, cabe corrigir a exordial, pois o salário da Reclamante no momento de
sua rescisão era de R$ 2.000,00 (DOC 001).

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2. DA JUSTA CAUSA

Falta com a verdade, deliberadamente, a Reclamante, quando insinua ter


sido despedida injustamente, sem justa causa. Pois sua demissão ocorreu por
justa causa, tendo por motivação a adulteração, em proveito próprio de
atestados médicos, os quais apresentou à Reclamada grosseiramente falsificados.
Na verdade, a Reclamada dispensou a auxiliar administrativa por justa causa, em
razão de ato de improbidade administrativa, com base no artigo 482 (alínea a)
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), uma vez que ela teria adulterado o
atestado médico. Documentos comprobatórios anexos ao processo – DOC. 002.

Acrescente-se a motivação inicial, o fato de a Reclamante ter adulterado


notas fiscais falsificadas sobre as quais lhe foram indenizadas despesas com
cursos de aperfeiçoamento no ano de 2018 no montante de R$5.000,00, cursos
estes que somaram na verdade valores de apenas R$1.000,00, conforme
comprovantes obtidos pela empresa. Quantia que pretende ser reembolsada de
tais valores pagos a maior (Vide Reconvenção).

3. INTERVALOS INTRAJORNADA

Ao contrário do aduzido em Inicial, a jornada praticada pela Reclamante


fora tão somente aquela constante de seu contrato de trabalho, com uma hora de
intervalo para almoço, pelo que se anexa os comprovantes através de cópias dos
cartões pontos (DOC 003), pelo que não deve prosperar a pretensão da autora.

Em verdade, conforme ora provado através dos cartões ponto em apenso, a autora
sempre usufruiu intervalo intrajornada de uma hora para refeição e descanso,
intervalo este que consta em todos os controles de jornada que estão devidamente
assinados pela reclamante, motivo pelo qual, o requerimento respectivo deve ser
indeferido, bem como suas repercussões, ficando, desde já, expressamente

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impugnado o pleito vestibular referente a essa rubrica, bem como reflexos em


verbas rescisórias, em não sendo aceita pelo juízo a tese entabulada nessa peça.

4. INSALUBRIDADE

Novamente, a Reclamante falta com a verdade e, busca, novamente


locupletar-se indevidamente. A atividade da autora não está inscrita como
insalubre, pelo que não fez jus, durante o seu período laboral junto à Reclamada,
de tal provento. Existe, sim, uma solicitação do sindicato da categoria para que a
atividade e alguns dos funcionários da Reclamada, inclusive a Reclamante fossem
atingidos por essa verba. Entretanto, essa é uma mera reinvindicação do
sindicato, sendo que nunca chegou a ser formalizada ou foi tratada em dissídio
coletivo da categoria (DOC. 004).

5. VERBAS RESCISÓRIAS

Tendo por base a demissão por justa causa que ensejou o afastamento da
autora, refutamos, de plano, todos os pedidos a qualquer título formulados, uma
vez que o que era devido à Reclamante, foi integralmente pago quando de sua
rescisão.

6. RECONVENÇÃO

Conforme arguido parcialmente no item 02, deste instrumento, a Reclamada , em


tese de Reconvenção, vem de plano buscar ressarcimento do valor de R$
4.000,00 (2018), que lhe foi subtraído indevidamente pela autora, quando esta
falsificou notas fiscais, buscando benefício pecuniário próprio em detrimento do
caixa da Reclamada. Postula-se, ainda, os juros e a correção monetária, a que se

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faz jus, consoante com o tempo decorrido a partir do evento.


Por essa reconvenção, provará o Reconvinte que o Reconvindo lhe deve a soma,
como atesta o documento incluso (DOC. 005), em razão de prejuízos causados a
EMPRESA, por ato culposo, devidamente previsto no contrato de trabalho (DOC.
006), impondo-se, por via de conseqüência, o ressarcimento do Reconvinte,
como de direito.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS:

JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Nada sendo devido ao reclamante, eis que inexistentes os débitos, não há que se
falar em juros e correção monetária. Improcede o pedido.

COMPENSAÇÃO

Por cautela, advindo condenação ao pagamento de quaisquer das verbas


pleiteadas, o que se admite apenas por argumentar, requer-se a compensação de
todos os valores comprovadamente pagos a qualquer título, durante o período
laborativo (artigo 767 da CLT).

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Incabíveis, uma vez que os honorários advocatícios em razão do princípio da


sucumbência só são cabíveis na Justiça do Trabalho quando decorrentes de lides
da relação de trabalho, consoante art. 5º, Instrução Normativa nº 27/2005 do
TST, o que não é a hipótese dos autos.

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Também incabíveis, uma vez que a presente reclamatória trabalhista não se


enquadra à Lei nº 5.584/70.

Aplicável a Súmula nº 219, do Tribunal Superior do Trabalho, mormente ante a


edição da Súmula de nº 329.

Neste sentido, assim tem se pronunciado o judiciário:

"Honorários Advocatícios. Cabimento. Os honorários advocatícios


somente são devidos no processo do trabalho quando o trabalhador
seja beneficiário de assistência judiciária sindical nos termos da Lei
nº 5.584/70 (art. 14), e no percentual fixado no Enunciado nº 219/TST,
porquanto o próprio Supremo Tribunal Federal deixou certo na ADIN
resultante da Lei nº 8.906/94, que resta preservado o 'jus postulandi' na justiça
do Trabalho." (TRT, 9ª Reg., RO-10922/94 - 1ª JCJ de Maringá - Ac. 3ª T.
14349/95 - maioria - Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha - DJPR - suplemento -,
09.03.95, pág. 40).

CONSIDERAÇÃO DOS DIAS LABORADOS

Também por cautela, advindo condenação ao pagamento de quaisquer das verbas


pleiteadas, o que se admite apenas por argumentar, requer-se a consideração dos
dias não laborados, seja por faltas ou gozo de auxílio doença e/ou outro benefício
previdenciário.

DOS DESCONTOS FISCAIS E PREVIDENCIÁRIOS

Ainda que se trate de feito manifestamente improcedente, a reclamada, por


precaução, requer lhe seja facultado, na hipotética fase de liquidação de sentença,
proceder à dedução – no crédito do autor – das quantias devidas à Receita
Federal e Previdência Social.

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DIANTE DO SUPRA EXPOSTO, face ao que restará fartamente demonstrado


e provado, se requer e espera seja a presente ação julgada TOTALMENTE
IMPROCEDENTE. Requer, ainda:

a) Protesta pela produção de provas em direito permitidas, tais como juntada de


documentos, oitiva de testemunhas, perícias técnicas e depoimento pessoal do
reclamante sob pena de confissão;

b) O signatário da presente declara que os documentos em cópia apresentados


para fins de prova são autênticos aos originais, na forma do art. 830 da CLT;

c) Requer-se, ainda, a compensação de todos os valores pagos, a qualquer título;

d) Sejam as intimações encaminhadas em nome de AIRTON LUZ, OAB/RS


XXX.XXX, com endereço na Rua Bom de Causa, nº 171 - Sala 224 - Bairro
Centro, Rio Verde - RS, CEP 66.444-222.

São os termos em que,


Pede Justiça e Espera Deferimento.

Porto Alegre, 13 de setembro de 2020.

p.p. Airton Luz

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