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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO

TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PROCESSO nº 0010956-27.2013.5.01.0015 (ROT)

PROCESSO nº 0100618-53.2017.5.01.0082 (ROT) - (CONEXO)

RECORRENTES: ROBERTA LILIANE TRINDADE MARQUES,


BANCO BRADESCO S.A.

RECORRIDOS: ROBERTA LILIANE TRINDADE MARQUES,


BANCO BRADESCO S.A.

RELATORA: MÔNICA BATISTA VIEIRA PUGLIA

EMENTA

CARGO DE CONFIANÇA BANCÁRIO. HORAS EXTRAS. É certo


que a lei não pede que o empregado tenha poderes de mando para
que o seu cargo seja enquadrado na exceção da regra (art. 224, § 2º,
da CLT), mas para o exercício do cargo de confiança do empregado
se faz necessária a existência de fidúcia mínima, a destacá-lo dos
demais empregados de seu setor.

RELATÓRIO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do RECURSO


ORDINÁRIO, em que figuram como recorrentes e recorridos ROBERTA LILIANE TRINDADE
MARQUES e BANCO BRADESCO S.A..

Trata-se de recursos ordinários interpostos pelas partes em face da


respeitável sentença da MM. 15ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, de lavra do eminente Juiz
Carlos Eduardo Diniz Maudonet, que julgou procedente em parte o pedido (fls. 1222/1226).

Suscita a recorrente reclamante a preliminar de nulidade por


cerceamento de defesa e alega que faz jus aos benefícios da gratuidade de justiça, intervalo do
artigo 384 da CLT, horas extras decorrente de cursos treinet, devolução de descontos relativos ao
imposto de renda sobre a PLR, gratificação semestral, gratificação ajustada, verba de
representação, gratificação integração, desvio de função, multa normativa, acúmulo de funções e
diferença de vale-transporte (fls. 1232/1252).
Alega a recorrente reclamada ser indevido o pagamento de horas
extras (fls. 1253/1260).

Preparo às fls. 1261/1263.

Contrarrazões às fls. 1268/1278 (reclamada) e às fls. 1279/1283


(reclamante), sem preliminares.

Os autos não foram remetidos ao Ministério Público do Trabalho por


não se configurar hipótese de sua intervenção.

Éo relatório.

VOTO

ADMISSIBILIDADE

Conheço dos recursos, por preenchidos os pressupostos legais de


admissibilidade, exceto quanto ao recurso da reclamante em relação aos cursos de formação
de gerentes assistentes realizado em São Paulo, em setembro de 2010, e intervalo do
artigo 384 da CLT, por inovação recursal, já que não há pedidos a tais títulos nas iniciais.

Conheço do recurso da reclamada.

Conheço parcialmente do recurso da reclamante.

REGISTRO NECESSÁRIO

Registro que a autora ajuizou a ação 0010956-27.2013.5.01.0015,


em 24/09/2013, postulando o recebimento de diferenças salariais pelo desvio de função e
isonomia de tratamento, verba de representação, horas extras, acúmulo de função, gratificação
semestral, gratificação ajustada, gratificação integração, devolução de parcelas indevidas sobre
participações nos lucros (PLR), diferenças de vale-transporte, multa normativa, imposto de renda,
multas dos artigos 467 e 477 da CLT, gratuidade de justiça e honorários advocatícios.

Já na ação100618-53.2017.5.01.0082, ajuizada em 27/04/2017,


pretendeu o recebimento de verba de representação, horas extras, acúmulo de funções,
gratificação semestral, gratificação ajustada, gratificação integração, devolução de parcelas
indevidas sobre participações nos lucros (PLR), danos morais, diferenças de vale-transporte,
multa normativa, imposto de renda, multas dos artigos 467 e 477 da CLT, gratuidade de justiça e
honorários advocatícios.

A autora foi admitida em 01/08/2001 e dispensada em 18/03/2013,


sendo reintegrada em 11/09/2013, por força de decisão proferida na Reclamação
Trabalhista RT 0010515-46.2013.5.01.0015 e dispensada em 28/04/2015.

Na assentada de fls. 1140, a reclamante pretendeu limitar a ação


100618-53.2017.5.01.0082 ao período posterior a sua reintegração.

Diante da conexão entre os processos, o Juízo a quo determinou a


reunião das ações, proferindo sentença única.

FUNDAMENTAÇÃO

Inverte-se a ordem da análise das matérias apresentadas nos


recursos para uma conclusão lógica do julgado.

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE

PRELIMINAR DE NULIDADE POR CERCEAMENTO DE DEFESA

Suscita a recorrente reclamante a preliminar de nulidade por


cerceamento de defesa, alegando que Juízo a quo determinou a substituição da testemunha, Sra.
Rita de Cassia Carvalho, por entender que a mesma seria suspeita por litigar em face do Réu sob
o patrocínio do mesmo escritório de advocacia; que pretendia comprovar com o referido
depoimento, a inexistência de fidúcia bancária, cursos treinet, desvio e acúmulo de função;
que o fato de a testemunha litigar em face do mesmo Réu, ainda que patrocinada pelo mesmo
escritório de advocacia, não a classifica, automaticamente, como suspeita.

Sem razão.

Necessário que se faça uma retrospectiva processual para uma


conclusão lógica do julgado.

Na audiência realizada em 29/10/2014 da RT 0010956-


27.2013.5.01.0015, o Julgador indeferiu a oitiva das testemunhas da reclamante, SRA.
CAROLINA DO NASCIMENTO FERREIRA E SRA. RITA DE CÁSSIA CARVALHO por litigarem
em face do réu, sob o mesmo patrocínio da reclamante, deferindo a substituição das mesmas,
sob protesto da autora (fl. 1486).

Assim, a reclamante arrolou a testemunha, sra. CAROLINE RIBEIRO


DE OLIVEIRA DA SILVA (fl. 1487).

Destaco que as audiências que se seguiram foram adiadas sob


diversos motivos, a saber, em 31/08/2015 (testemunha não intimada - fl. 1489), 13/01/2016
(suspeição do Juízo - fl.1492), 16/05/2016 (ausência da testemunha - fl. 1503), 21/07/2016 (mal
súbito que acometeu o patrono da reclamante - fl. 1505), 03/07/2017 (impedimento do juízo - fl.
1507) e 17/10/2018 (ausência da testemunha - fl. 1534).

No entanto, na assentada realizada em 17/06/2019 (fl. 1536), o


patrono da autora requereu a oitiva da testemunha, sra. RITA DE CÁSSIA CARVALHO, alegando
que é a única testemunha "que sobrou para sua cliente, haja vista que as demais possíveis
testemunhas encontram-se em atividade no réu", o que foi indeferido pelo Juízo, conforme
entendimento já manifestado na audiência realizada em 29/10/2014.

Com efeito, a prova oral é de extrema importância para a solução da


lide, sobretudo no processo trabalhista, quando raramente outros meios de prova são suficientes
para esclarecimento da chamada "verdade real" dos fatos.

Ademais, não configura impedimento ou suspeição o fato de as


testemunhas da autora também litigarem em desfavor da mesma empresa demandada, ainda que
hajam pedidos coincidentes, ou que a reclamante tenha sido convidada para atuar como
testemunha naquele processo, uma vez que tais fatos não traduzem, por si só, interesse na
causa, inimizade com o empregador ou troca de favores.

Não se pode olvidar que a troca de favores, que torna suspeita a


testemunha, deve ser efetivamente provada, o que não ocorreu no caso concreto, não se
admitindo a presunção, sob pena de se configurar prejuízo processual à reclamante, e restrição
ao seu direito de defesa.

Não obstante, na hipótese em concreto, o Julgador garantiu à parte a


possibilidade de substituição da testemunha.

Outrossim, foi encerrada a instrução, sem protestos da autora.


Tampouco em razões finais, a reclamante manifestou seu inconformismo acerca do
indeferimento da oitiva da testemunha.

Com efeito, a nulidade deve ser arguida pela parte no momento


processual imediato ao indeferimento da prova, no caso, na própria audiência. Constando,
portanto, na ata de audiência a declaração da reclamante de que não possuía mais provas a
serem produzidas, com encerramento da instrução processual e sem qualquer protesto, não há
como reconhecer a existência de cerceamento de defesa em face da preclusão ocorrida, a teor
do disposto nos art. 795 da CLT e 473 do CPC.

Desta forma, por qualquer ângulo que se observe, não há que se


falar em nulidade da sentença, por cerceio de defesa.

Rejeito.

GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Requer a recorrente reclamante os benefícios da gratuidade de


justiça, alegando que, antes de adentrar no mérito do presente Recurso, se faz necessária a
realização de juízo de admissibilidade recursal, em especial, pela necessidade de deferimento do
pedido de gratuidade de justiça formulado e, consequentemente, recebimento do Recurso
Ordinário sem a necessidade de juntada de preparo; que anexou a declaração de hipossuficiência
efetivamente assinada e se sujeitando às penas da Lei, no caso de declaração falsa, consoante o
disposto na Lei nº 1.060/50, em seu art. 4º, e a CLT, em seu art. 790, § 3º

Com razão.

De início, vale ressaltar que a recorrente não foi condenada ao


pagamento de custas, já que o pedido foi julgado procedente em parte. Portanto, a análise da
matéria não interfere no conhecimento do recurso.

Considerando que as ações foram ajuizadas em 24/09/2013 e


27/04/2017, deixa esta Relatora de aplicar as disposições contidas na Lei nº 13.467/17 ao
presente caso a fim de resguardar a razoável previsibilidade das regras normativas em relação às
partes, o que se mostra consentâneo com os valores intrínsecos ao Estado Democrático de
Direito e ao que preconiza a Constituição da República de 1988.

Feitos os esclarecimentos, registro que é majoritário na jurisprudência


trabalhista, inclusive no Tribunal Superior do Trabalho, o entendimento de que a disposição
contida no artigo 99 do CPC é plenamente aplicável ao Processo do Trabalho, bastando para o
deferimento da Gratuidade de Justiça, tão-somente, a declaração da parte.

Com efeito, reafirma-se, basta a declaração da parte, até prova em


contrário, de que não pode demandar sem prejuízo do seu próprio sustento ou de sua família. O
parágrafo 3º, do artigo 790, da CLT também autoriza a concessão fundada na referida
declaração, não existindo o requisito cumulativo ou único de perceber o empregado salário igual
ou inferior ao dobro do mínimo legal.

Cumprido esse requisito, deve ser concedido o benefício, em


consonância com o parágrafo 3º, do artigo 790, da CLT, bem como com o entendimento contido
na Orientação Jurisprudencial nº 269 da SDI-I, do Colendo TST:

JUSTIÇA GRATUITA. REQUERIMENTO DE ISENÇÃO DE DESPESAS


PROCESSUAIS. MOMENTO OPORTUNO. O benefício da justiça gratuita pode ser
requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na fase recursal,
seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao recurso.

Registro que o fato de a autora estar assistida por advogado


particular não impede o deferimento da gratuidade de justiça, já que a assistência ao empregado
pelo sindicato de sua categoria profissional apenas se faz necessária ao deferimento de
honorários de advogado, como se depreende dos entendimentos cristalizados nas Súmulas nº
219 e 329 do C. TST.

Frise-se que a gratuidade ora deferida é afeta somente à isenção do


pagamento de custas, não importando em deferimento de honorários de advogado, por não
atendidos os requisitos do art. 14 da Lei 5584/70.

No caso, embora assistida por advogado particular, a reclamante


apresentou, em ambas as ações, declaração de hipossuficiência (fls. 03 e 21), tendo requerido a
gratuidade de justiça tanto na inicial, quanto na petição de interposição do recurso ordinário.
Desse modo, estabelecida uma presunção relativa em favor da
reclamante e não desconstituída por prova robusta em contrário, o indício de situação compatível
com a concessão da benesse impõe o deferimento do benefício da gratuidade de justiça.

Dou provimento para deferir a gratuidade de justiça à


reclamante.

HORAS EXTRAS DECORRENTES DE CURSOS TREINET

Insurge-se a recorrente reclamante contra a r. Sentença que


indeferiu o pedido, aduzindo que os cursos eram disponibilizados via Internet, exatamente para
permitir que os empregados também o realizassem em outros locais; que não havia desculpas
para não fazê-lo e, ainda, justificadora da não concessão de promoções; que a prova do local de
realização e a carga horária é ônus da reclamada, que sequer conseguiu corroborar sua tese de
não obrigatoriedade dos referidos cursos; que, diante da obrigatoriedade no cumprimento dos
referidos cursos, somados a excessiva jornada de trabalho, a reclamante não tinha outra escolha
senão realizar seus cursos em casa inclusive nos fins de semana, restando prejudicado seus
descansos entre uma jornada e outra, além da privação do convívio de sua família durante horas;
que o acesso a terminais de microcomputador não é irrestrito, podendo facilmente ser cedida à
senha de acesso e outro usuário utilizar tal ferramenta, bem como pode ser manipulado o dia e
horário do terminal de computador.

Sem razão.

A petição inicial indicou que, a autora era obrigada a realizar cursos


disponibilizados via Internet, denominados treinet; que, diante da jornada excessiva e da
obrigatoriedade de participar de tais cursos, realizava os mesmos nos finais de semana; que
realizava, em média, cinco cursos por mês, com duração cinco horas, cada um, perfazendo um
total de 25 horas mensais.

Diante da negativa da ré, o ônus de comprovar a obrigatoriedade na


participação dos cursos e sua realização fora da jornada permaneceu com a reclamante.

Destaco que a prova oral não tratou da matéria, motivo pelo qual
deixo de transcrever os referidos depoimentos.

Tem-se, portanto, que não restou comprovada a obrigatoriedade na


participação nos cursos treinet fora do expediente, especificamente, nos finais de semana.

Ademais, considerando que a tese da defesa é no sentido de que os


cursos eram realizados dentro da jornada e tendo o Banco anexados os cartões de ponto, não há
que falar em obrigatoriedade de apresentação de registro dos horários dos cursos.

Assim, não tendo a autora comprovado que a participação nos cursos


por ela realizados se dava fora do horário de trabalho, nego provimento.

Nego provimento.
DEVOLUÇÃO DE DESCONTOS RELATIVOS AO IMPOSTO DE RENDA SOBRE
A PLR

Pretende a recorrente reclamante a devolução dos descontos


relativos ao imposto de renda sobre a PLR, aduzindo que os acordos coletivos de trabalho
preveem a natureza indenizatória da parcela; que, no entanto, o Réu vem descontando o imposto
de renda sobre a referida indenização.

Sem razão.

Eis o disposto na cláusula 3ª Convenção Coletiva de Trabalho sobre


a PLR (fl. 210, por exemplo):

"CLÁUSULA 3ª FUNDAMENTO LEGAL

A participação nos lucros ou resultados prevista nesta Convenção Coletiva de


Trabalho refere-se ao exercício de (...) não constitui base de incidência de nenhum
encargo trabalhista ou previdenciário por ser desvinculada da remuneração, não se
lhe aplicando o princípio da habitualidade, porém tributável para efeito de imposto
de renda, conforme legislação em vigor"

Portanto, não resta dúvida de que a PLR é tributável pelo imposto de


renda, estando em consonância com o disposto na lei n. 10.101/2000, art. 3º, § 5º, pelo que se
afigura indevido a devolução do desconto do imposto de renda incidente sobre a PLR, bem como
o recálculo da parcela.

Nego provimento.

GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL

Rebela-se a recorrente reclamante contra a r. sentença,


argumentando que cabia ao réu comprovar o fato impeditivo do direito postulado, ônus do qual
não se desincumbiu; que a norma coletiva previu que todos os empregados dos Bancos dos
Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo receberiam a gratificação semestral quando
concedida a qualquer empregado na mesma base territorial; que restou comprovado o
pagamento da parcela para os empregados do banco. Apresentando esclarecimentos sobre a
situação de cada modelo indicado, aduz que não há indicação na norma coletiva de que a rubrica
é aplicada somente a empregados egressos de outros bancos; que não há norma interna que
indique que a parcela possui caráter pessoal; que o instrumento coletivo prevê sua aplicação de
forma isonômica no estado em que paga a qualquer empregado, respeitadas as condições de
cada banco.

Sem razão.

Requereu a autora a condenação da ré ao pagamento da parcela


gratificação semestral e respectivos reflexos, nunca recebida e quitada pelo banco réu nos meses
de junho e dezembro, por isonomia, pois outros colegas, tais como, Sr. Sidney Moreira da Silva,
Sr. Nilson Paes Barreto, Sr. Herbert Klimger Afonso Alencar, Sra. Linda C. Oliveira Domingues,
Sra. Dalva de Mesquita Beserra e Sra. Natália Adriana Soares da Anunciação percebiam a
mencionada rubrica.

A pretensão envolvendo tal parcela tem por fundamento disposição


integrante das convenções coletivas da categoria profissional do bancário, que embora não
juntada aos autos, possui conteúdo conhecido em face das inúmeras ações envolvendo a mesma
matéria, com o seguinte teor:

"Os bancos localizados na base territorial dos sindicatos profissionais convenentes


que pagam gratificação semestral a parcela de seus empregados, obrigam-se a
estender esta vantagem a todos os seus empregados, consoante decidido pelo
Tribunal Superior do Trabalho no processo RO-DC-282/77, respeitados os critérios
convenentes em cada banco relativo à concessão."

O que impõe a citada cláusula coletiva é a extensão do pagamento


de gratificação semestral a todos os trabalhadores quando o banco, localizado na base territorial
dos sindicatos profissionais convenentes, efetue esse pagamento a algum de seus empregados.

Assim, para que a reclamante fizesse jus à referida gratificação, seria


necessário que comprovasse o pagamento desta a empregados contratados no Município do Rio
de Janeiro e que não tenham prestado serviços em outras localidades, o que não logrou alcançar.

Ressalto que o modelo Sidney Moreira da Silva, foi dispensado em


20/02/1991(fl. 933).

Da mesma forma, não obstante o Sr. Nilson Paes Barreto tenha


sempre estado lotado em Campos de Goytacazes, este é oriundo do Banco Bahia, sendo
dispensado em 2005 (fls. 939/945).

Verifico ainda que, embora o modelo Sr. Herbert Klimger Afonso


Alencar tenha laborado durante todo o período em agência localizada no Rio de Janeiro, a sua
dispensa ocorreu em 1996 (fl. 956).

Já a modelo Linda C. Oliveira Domingues é oriunda do Rio Grande


do Sul, sendo dispensada em 07/01/2004 (fls. 964 e 973).

Por sua, vez a modelo Dalva de Mesquita foi dispensada em


11/05/1995 (fl. 979).

Por fim, a Sra. Natalia Adriana Soares da Anunciação é oriunda de


Caxias do Sul- RS, sendo admitida em 05/11/1990 (fl. 981).

Assim, diversos empregados apontados foram dispensados em


momento anterior à contratação do reclamante ou foram contratados fora do Município do Rio de
Janeiro.

Dessa forma, não há como se aplicar o princípio da isonomia de


tratamento, como pleiteado na inicial.
Assim, afigura-se indevida a gratificação semestral.

Nego provimento.

GRATIFICAÇÃO AJUSTADA

Rebela-se a recorrente reclamante contra a r. sentença, alegando


que não postulou equiparação salarial, mas sim a aplicação do princípio isonômico; que os
argumentos trazidos pelo Banco são evasivos e divergentes, uma vez que diz não pagar a
referida verba e outro afirma pagar para funcionários oriundos de bancos adquiridos, cujas
incorporações sequer foram comprovadas; que os paradigmas indicados recebiam a dita verba;
que inexiste prova de que tal parcela tenha sido incorporada aos vencimentos dos modelos
apontados e, muito menos, de que o réu estivesse obrigado a pagar esta parcela em função de
direito adquirido. Apresentando esclarecimentos sobre a situação de cada modelo indicado, aduz
que o Banco não contestou os modelos indicados na petição inicial; que inexiste prova de que tal
parcela tenha sido incorporada aos vencimentos dos modelos apontados e, muito menos, de que
o réu estivesse obrigado a pagar esta parcela em função de direito adquirido; que as Atas de
Incorporações do Banco da Bahia, Credireal, Banco Econômico e BBV e Mercantil de São Paulo
bem como, parte dos documentos a este título encontram-se ilegíveis.

Sem razão.

Na inicial, a autora alegou que o reclamado vem pagando a alguns


empregados uma parcela mensal denominada gratificação ajustada, que compreende 1/6 da
soma das verbas fixas do complexo remuneratório, tais como Laura Mendonça de Resende
Rodrigues, Natalia Adriana Soares da Anunciação, Nilson Paes Barreto, Fatima Terezinha de
Souza Góes, Claudio de Oliveira Pedreira, Regina Gregoriades B. Rodrigues, Alvimar Miranda
Machado, Edesio Rodrigues da S. Junior, Cristiane Marques Cardoso, Claudia Marcia Santos
Paes, Lucia dos Anjos Costa Ferreira, Flavio Luis Rostirolla, Carlos Vinícius Araújo Brandão,
Selma de Mattos Ramos e Ramos, Iza Carolina Souto Piccinini.

Todavia, não basta a mera indicação de paradigmas que percebam


gratificação ajustada, para que se dispense idêntico tratamento à reclamante, já que, no âmbito
das relações de trabalho subordinado a isonomia salarial, pressupõe o atendimento dos requisitos
delineados no artigo 461 do Texto Consolidado.

Assim, não se desincumbindo a trabalhadora de seu ônus probatório,


a saber, a identidade de funções, não há amparo legal para a condenação vindicada.

Ademais, o réu acostou aos autos documentação em que comprova


que os empregados que receberam tais benefícios eram oriundos de bancos incorporados,
localidades diversas, exerciam funções diferentes daquela exercida pela reclamante, foram
admitidos muitos antes ou dispensados em momento anterior a sua admissão, como por
exemplo, ocorre com:

Laura Mendonça de Resende Rodrigues exerceu a função de Advogada desde


1999, admitida em 03/11/1981 e dispensada em 30/12/2011 (fls. 994 e 997)
Natália Adriana S. Anunciação, admitida em 1990, em Caxias do Sul- RS (fls. 981)

Nilson Paes Barreto, oriundo do Banco Bahia, admitido em 1962 e dispensado em


2005 (fls. 939/945)

Fatima Teresinha de Souza Góes, proveniente do Banco do Commercio e Indústria


do Estado de São Paulo, admitida em 10/11/1986 foi dispensada em 24/11/2005
(fls. 1008 e 1018)

Claudio de Oliveira Pedreira, admitido em 19/12/1986 e dispensado em 15/01/2006


(fl. 1019)

Regina Gregoriades B. Rodrigues, proveniente do Banco de Crédito Real de Minas


Gerais S.A. - Credireal, admitida em 14/04/1978 e dispensa em 2011 (fls. 1029 e
1043)

Alvimar Miranda Machado, proveniente do Banco de Crédito Real de Minas,


admitido em 02/01/1979 foi dispensado em 19/03/2002 (fls. 1047 e 1055)

Edésio Rodrigues da Silva Junior, proveniente do Credireal, admitido em


01/04/1986 e dispensado em 2006 (fls. 1063, 1067 e 1074)

Claudia Marcia Santos Paes - admitida em 22/03/1983 e dispensada em


12/06/2009, recebeu a gratificação ajustada nos período não prescrito (fl.
1078/1083)

Lucia dos Anjos Costa Ferreira, proveniente do Banco de Crédito Real de Minas
Gerais S.A. - Credireal, admitida em 01/02/1982 e dispensada em 02/07/2009 (fls.
642 e 647)

Flavio Luis Rostirolla, oriundo do Rio Grande do Sul, admitido em 01/03/1973 e


dispensado em 29/03/2011 (fls. 1090 e 1113)

Carlos Vinícius Araújo Brandão, exerceu a função de Advogado, admitido em


02/01/2008 e dispensado em 10/09/2010 (fls. 831/838 e 1117)

Selma de Mattos Ramos, proveniente do Banco de Crédito Real de Minas Gerais


S.A. - Credireal, recebeu a referida gratificação em 2004 e 2005 (fl. 1121/1122)
Iza Carolina Souto Piccinini, proveniente do Banco de Crédito Real de Minas Gerais
S.A.,admitida em 01/06/1984 e dispensada em 19/01/2016 (fl. 703 e 715)

Por fim, destaco que não foram anexados dados da modelo Cristine
Marques Cardoso.

Dessa forma, não há como invocar o princípio da isonomia, pois as


situações não são semelhantes.

Nego provimento.

VERBA DE REPRESENTAÇÃO

Rebela-se a recorrente reclamante contra a improcedência do


pedido, argumentando que nem todos os modelos mencionados à exordial exerciam cargos de
chefia; que não há norma que regule a concessão da verba; que, ao alegar que os modelos
indicados na inicial representam o banco, a ré deveria ter acostado as respectivas procurações.
Apresenta esclarecimentos sobre a situação de cada modelo indicado.

Com parcial razão.

Em sua peça de ingresso, a autora sustentou que a reclamada viola


suas próprias normas internas, porquanto vem pagando a parcela a determinados empregados
que não representam o reclamado perante terceiros e empresas. Ressalta que houve quebra de
isonomia, apontando os seguintes modelos: Luciane Vargas Lourenço, João Carlos Burgês,
Marcelo Bastos, Emerson Gonçalves Bruel, José Carlos de Santana, Luiz A. Quintanilha, de
Souza, Carlos Alberto Colonezi Costa, Josefa G. da Silva Pinhel, Orlandsmidt Riani, Katia Maria
Vaz Valentim, Armando Julião Batista, Antônia Alves Souza, Sônia R. Martins de O Hespanha,
Elge Jose Marcos, Lucia dos Anjos Costa Ferreira, Nanci Furtado de Andrade Mota Pascoal,
Katia Maria Wagner Nogueira Nery, Juliana Moreira Mesquita, Sandra Lucia Campos, Fabio Alex
Quimer Pinto, Iza Carolina Souto Piccinini.

O reclamado resistiu à pretensão sustentando que somente paga


Verba de Representação a empregados com poderes de representação, que possuem
procuração do banco, e aqueles que possuem cargo de maior responsabilidade.

Com efeito, ao admitir que alguns empregados recebiam tal parcela


em razão de representarem o banco perante terceiros, o reclamado atraiu o ônus de comprovar
suas alegações, obrigação da qual não se desincumbiu, porquanto não trouxe aos autos os
instrumentos de mandato que mencionou.

Embora o preposto tenha afirmado que "as verbas de representação


são pagas exclusivamente aos gerentes gerais, que possuem procuração em nome do réu", os
recibos salariais indicam que diversos modelos, que exerciam as funções de gerente, gerente de
relacionamento, gerente comercial e subgerente recebiam a parcela, como exemplo, cito a
modelo Iza Carolina Souto Piccinini, que, exercendo a função de gerente de relacionamento
prime II, recebeu a verba em 2014 (fl. 712).
Assim, não comprovado o fato impeditivo do direito postulado, tenho
que houve quebra de isonomia no período em que a autora também exerceu função de confiança
bancário (gerente de relacionamento - fls. 369/371).

No entanto, não há falar em pagamento da parcela em período


anterior a dezembro de 2012, vez que, no período a reclamante exerceu a função de
gerente prime assistente, não estando enquadrada no exercício de função de confiança
bancário, estando submetido à jornada de 6 horas, com se verá.

Neste sentido, a autora faz jus ao recebimento de verba de


representação, a partir de dezembro de 2012, quando passou a exercer a função de gerente de
relacionamento, e integração dos respectivos numerários sobre aviso prévio, férias e 1/3
constitucional, 13º salário, horas extras deferidas e já quitadas, FGTS e indenização
compensatória de 40%, observando-se a média dos valores recebidos pelos empregados
contemplados com o pagamento da dita parcela no período deferido, vez que não restaram
demonstrados os critérios de cálculo.

Não há, no entanto, que falar em reflexos em gratificação semestral,


ajustada e integração, diferenças salariais pelo desvio de função e acúmulo de função, já que tais
parcelas foram indeferidas. E, ainda que assim não fosse acarretaria bis in idem.

Indefiro o pleito para reflexos das diferenças salariais no RSR, tendo


em vista que como mensalista, tal parcela já está embutida na remuneração da autora, conforme
preceitua o artigo 7º, § 2º, Lei 605/49, nem em PLR, em razão da observância da norma coletiva
aplicável.

Dou parcial provimento.

GRATIFICAÇÃO INTEGRAÇÃO

Insurge-se a recorrente reclamante contra o Julgado, alegando de


que o Banco afirmou que os funcionários do Banco Mercantil recebiam gratificação
correspondente a um salário nos meses de janeiro e julho e que, quando da aquisição da referida
instituição em 03/2002, os empregados lotados no Estado do Rio de Janeiro tiveram as
gratificações incorporadas em seus salários sob a rubrica "Gratificação Integração"; que a autora
comprovou o pagamento da dita gratificação, sendo certo, que tal verba fora paga enquanto
laboravam na mesma base territorial da reclamante; que o banco réu alegou fato extintivo e
impeditivo da reclamante, entretanto não faz prova a seu favor, tampouco desconstitui o direito da
obreira; que a defesa sequer contestou os modelos indicados na petição inicial; que não existe
recibo salarial dos paradigmas demonstrando que recebiam a dita verba em outra instituição.

Sem razão.

Na inicial, a autora alegou que o reclamado paga a alguns de seus


empregados a verba denominada Gratificação Integração; que houve quebra de isonomia,
apontando os seguintes modelos: Sr. Afonso Michel e Sr. Cláudio Vinícius Garcia Torres.

Todavia, não basta a mera indicação de paradigmas que percebam


gratificação integração, para que se dispense idêntico tratamento à reclamante, já que, no âmbito
das relações de trabalho subordinado a isonomia salarial, pressupõe o atendimento dos requisitos
delineados no artigo 461 do Texto Consolidado.

Pelo que se vê, o réu acostou aos autos documentação em que


comprova que os empregados Afonso Michel (gerente administrativo), cujo vínculo perdurou de
20/03/1975 a 2003 (fls. 1127/1135), e Cláudio Vinícius Garcia Torres (chefe de expediente) cujo
vínculo teve início em 18.06.1979 (fl. 1134/1139), que receberam tal benefício, eram oriundos do
Banco Mercantil de São Paulo.

Assim, não se desincumbindo o trabalhador de seu ônus probatório, a


saber, a identidade de funções, não há amparo legal para a condenação vindicada.

Dessa forma, não há como invocar o princípio da isonomia, pois as


situações não são semelhantes, não se prestando a qualquer equiparação.

Nego provimento.

DESVIO DE FUNÇÃO

Requer a recorrente reclamante a reforma do julgado, aduzindo que,


embora registrada como Gerente de Relacionamento Prime I, exercia as funções de Gerente de
Relacionamento Prime II; que a reclamada não apresentou uma única contraprova de modo a
demonstrar que a autora somente começou a realizar as funções após a promoção efetiva de
cargo; que a autora se desincumbiu do ônus que lhe competia.

Sem razão.

Na RT 0010956-27.2013.5.01.0015, a reclamante afirmou que, no


período imprescrito (09/2008) até 11/2012, embora registrada como gerente prime assistente,
exerceu a função de gerente relacionamento Prime I.

Consoante recibos salariais, a reclamante atuou como gerente


assistente até novembro de 2012, passando então para a função de gerente de
relacionamento, em dezembro de 2012 (fls. 617/629).

Vejamos a prova oral produzida (fls. 1202/1203).

Em depoimento pessoal, a reclamante disse que:

"as atribuições da depoente, enquanto gerente assistente, eram basicamente as


mesmas que um gerente de relacionamento: gerenciava uma carteira de clientes,
tinha planilha de produção a cumprir, atendimento a clientes, que possuía alçada
do sistema para concessão de empréstimos; que a depoente, como gerente
Prime, fazia exatamente as mesmas coisas que quando funcionou como
gerente assistente, que houve apenas uma modificação no rótulo da função;
que a depoente não possuía subordinados sob seu comando; que a depoente
possuía assinatura autorizada para autorização de pagamento de cheques, tudo
dentro da alçada imposta pelo sistema; que havia ponto eletrônico, registrando
corretamente o início e o término de sua jornada, que não era registrado no ponto
apenas as reuniões, que ocorriam, em média, 1 vez por semana; que a depoente
registrava corretamente o intervalo intrajornada no ponto.
Registre-se que foram indeferidas, sob protestos, as seguintes perguntas: "Quem
determinava a não marcação de ponto quando das reuniões? Se autora realizava
curso treinet na agência, quantos cursos e qual a duração de cada um dos cursos?"

Por seu turno, a reclamada respondeu que:

"trabalhou nas agências Prime Rio Branco e Prime Pio X; que a autora era gerente
assistente no período em que trabalhou na Prime Rio Branco, até novembro
de 2012, que no mês seguinte foi transferida para a Prime Pio X, onde a autora
passou a gerente Prime I; que no réu existe a figura do gerente Prime II, que
as atribuições entre os gerentes Prime I e II são basicamente as mesmas,
alterando, apenas, a natureza da carteira de cada um deles e a experiência de
cada um considerando o tempo na função; que, ao que sabe, a autora não
funcionou como gerente Prime II; que o gerente assistente auxilia o gerente nas
suas atividades, basicamente fazendo o backoffice (parte operacional); que os
caixas estão vinculados, a princípio, ao gerente administrativo da unidade, mas
nada impede que o gerente assistente lhe passe ordens, sem, todavia, necessitar
da anuência do gerente administrativo, mas se este não concordar com as ordens
repassadas pelo gerente assistente, o caixa tem que obedecer ao gerente
administrativo; que o gerente administrativo não podia punir nem dispensar os
caixas sob seu comando; que os gerentes assistentes possuem alçada para
liberação de cheques, pagamentos, cartões de crédito, até sua alçada que era de
R$30 mil; que, como gerente Prime, a autora concedia empréstimos dentro de sua
alçada (até R$50 mil), dava cartões de crédito, gerenciava carteiras; que a autora
marcava ponto; que a alçada a que se refere era vinculada ao sistema, sendo que
além deste valor necessariamente tinha que ter autorização superior; que as verbas
de representação são pagas exclusivamente aos gerentes gerais, que possuem
procuração em nome do réu.

Da análise da prova oral, tenho que a reclamante não se desincumbiu


do ônus de provar que, como gerente assistente 2012, executava as funções de gerente de
relacionamento, ônus que lhe competia.

Nego provimento.

MULTA NORMATIVA

Insurge-se a recorrente reclamante contra a r. Sentença que julgou


improcedente o pedido, alegando que o Banco descumpriu diversas normas coletivas (dentre elas
Cláusula Quinta e Oitava da CCT dos bancários; Cláusula Primeira, § 7º da Convenção Coletiva
Aditiva PLR 2008 - 2014), deixando de honrar com o pagamento de direitos assegurados nos
instrumentos coletivos; que faz jus ao recebimento de uma multa normativa para cada convenção
coletiva desrespeitada dentro do período imprescrito, não sendo necessário que o empregado
ajuíze várias ações para obter a aplicação da multa prevista em cada instrumento, consoante a
Súmula 384 do TST.

Com parcial razão.

As cláusulas normativas interpretam-se no âmbito do acordo


específico, inclusive quanto ao prazo de vigência. Se a cláusula protraiu-se pelos acordos
sucessivos e se a reclamada a violou repetidamente, a cada período de vigência (a cada ano)
corresponde uma multa normativa para cada "ação".

Por certo, uma vez reconhecido que o reclamado violou as


disposições das normas coletivas (horas extras) faz jus à autora a percepção das multas
normativas, observando o período de validade das normas coletivas 2008/2009 a 2011/2012,
tendo em vista o período da condenação de horas extras (24/09/2008 a novembro de 2012).

Dou parcial provimento.

ACÚMULO DE FUNÇÕES

Requer a recorrente reclamante a reforma do julgado, aduzindo que


a defesa negou que o pagamento de comissões sobre vendas e que possui corretores e
concessionários para efetuar as referidas vendas; que, no entanto, restou comprovado que os
empregados do banco não são contratados para vender produtos da empresa Seguradora
coligada, mas que lhes era exigido e de forma individualizada, o cumprimento de metas de venda
de produtos; que havia olimpíada de produção para cumprimento de metas, denominado POBJ
(Programa de Objetivos da Agência), onde os produtos das seguradoras fazem parte do ranking
das agências; que a cobrança deveria ser exercida exclusivamente sobre os corretores; que,
embora impedida de vender produtos de seguros por ausência de habilitação (SUSEP), todos os
bancários realizam vendas.

Sem razão.

A autora pretendeu o recebimento de diferenças salariais pelo


acúmulo de funções, alegando que sua atividade cotidiana consistia em dois tipos de atividades,
uma típica bancária, a outra de corretor/vendedor de produtos.

Destaco que a prova oral não tratou da matéria, motivo pelo qual
deixo de transcrever os referidos depoimentos.

De toda sorte, não se vislumbra acúmulo de funções pelo fato do


empregado oferecer produtos, entendendo que tais atividades desenvolvidas pelo bancário são
inerentes ao desempenho do cargo exercido.

Assim, embora a reclamante não possuísse registro na SUSEP, tem-


se que a execução destes serviços, conquanto proibido não era ilícito e nem incompatível com a
sua capacidade técnica.

Estão, em consequência, contraprestadas pelo salário mensal todas


as tarefas desenvolvidas pela parte autora, não ocorrendo modificação das condições de trabalho
lesiva aos interesses do empregado.

A teor do art. 456, parágrafo único, da CLT, "à falta de prova ou


inexistindo cláusula expressa a tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e
qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal."

Além disso, não há na lei exigência de contratação de um salário


específico para remunerar cada uma das tarefas desenvolvidas pelo trabalhador, do mesmo
modo que não obsta que um único salário seja fixado para remunerar todas as atividades
executadas durante a jornada.

Assim, o exercício de atividades diversas não enseja o pagamento de


adicional ou diferenças salariais, valendo ainda ressaltar que o empregador, no exercício do jus
variandi (artigo 2º, caput, da CLT), pode alterar as funções de seus empregados, desde que não
seja vulnerado o art. 468 da CLT.

Em suma, por não haver norma contratual, legal ou convencional


para amparar as diferenças postuladas, resta indevido o pagamento das diferenças salariais
decorrentes do acúmulo de funções.

Nego provimento.

DIFERENÇA DE VALE-TRANSPORTE

Rebela-se a recorrente reclamante contra a improcedência do pedido,


alegando que o ponto nodal da questão está na interpretação do art. 9º da Lei 7.418/85 que
instituiu o benefício do vale-transporte, regulamentada pelo Decreto Lei 95247/87; que,
entretanto, a Convenção Coletiva prevê que o empregador arque com as despesas de transporte
de seus empregados, no que exceder a 4% do seu salário base, e por se tratar de uma norma
mais benéfica, restam excluídos os mesmos títulos contidos no Decreto-Lei; que o empregador
não observou o contido na norma coletiva, pois utiliza como base de cálculo um percentual
superior ao permitido e ainda computa este percentual sobre o total da remuneração (ordenado,
gratificação de função, ATS), considerando todas as verbas adicionais e vantagens, o que é
vedado por ambas às normas.

Com razão.

O Decreto nº 95.247/87 prescreve:

"Art. 9° O Vale-Transporte será custeado:

I - pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário


básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens;

II - pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior." (grifei)

Como se vê, a expressão "vencimento" não foi utilizada como


sinônimo de remuneração pelo decreto n. 95.247/87, tendo sido determinada expressamente a
exclusão de quaisquer adicionais ou vantagens para fins de delimitação do vencimento.

Outrossim, o parágrafo único da cláusula vigésima primeira da


convenção coletiva dos bancários estabelece que o desconto de 4% deve ocorrer sobre o salário-
base, como exemplo, destaco a fl. 158):
"CLÁUSULA 21ª - Os bancos concederão o vale-transporte, ou o seu valor
correspondente por meio de pagamento antecipado em dinheiro, até o quinto dia
útil de cada mês, em conformidade com o inciso XXVI do artigo 7º da Constituição
Federal, e, também, em cumprimento às disposições da Lei nº 7418 de 16 de
dezembro de 1985, com redação dada pela Lei nº 7619 de 30 de setembro de
1987, regulamentada pelo Decreto nº 95247 de 16 de novembro de 1987 e, ainda,
em conformidade com a decisão do C. TST no Processo TST-AA-366.360/97.4
(AC.SDC), publicada no DJU 07.08.98, seção 1, p. 314. Cabe ao empregado
comunicar, por escrito, o banco, as alterações nas condições declaradas
inicialmente.

Parágrafo único - Tendo em vista o que dispõe o parágrafo único do art. 4º da Lei
7418 de 16 dezembro de 1985, o valor da participação dos bancos nos gastos de
descolamento do empregados será equivalente à parcela que exceder a 4% (quatro
por cento) do seu salário básico".

Desse modo, tem-se que o vencimento do empregado não abrange


outras parcelas a exemplo da gratificação de função e da gratificação por tempo de serviço.

Os recibos salariais demonstram que o desconto a título de vale-


transporte extrapolava o percentual de 4% do salário básico, que, obviamente, se refere somente
ao ordenado, sem acréscimo de outras parcelas remuneratórias, desrespeitando, assim, o limite
imposto pelas normas coletivas da categoria, de modo que faz jus a recorrente à devolução da
diferença.

Defere-se o pedido de pagamento de diferenças valores


correspondentes ao percentual de 4%, relativo ao vale-transporte, que incidiu sobre parcelas
distintas do salário base, observado o marco prescricional (24/09/2008), excluídos os períodos
não laborados.

Dou provimento.

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA

HORAS EXTRAS

O Juízo de primeiro grau concluiu que:

"Cabia à Ré, por força do que dispõe o inciso II do artigo 818, da CLT, provar de
forma robusta e insofismável, que a Reclamante se enquadrava na excludente legal
prevista no parágrafo 2o do artigo 224, da CLT, ônus do qual não se desvencilhou.
Com efeito, a Ré não produziu qualquer prova em abono de sua tese. Não há prova
robusta e insofismável de que a Reclamante exercia cargo de confiança conforme
alegado na resposta. Registre-se que o preposto da Ré, em seu depoimento,
admitiu que a Autora não possuía subordinados, bem como não exercia funções de
mando, gestão ou de fidúcia necessários para o enquadramento do mesmo na
condição da excludente legal acima referida, fazendo cair por terra a tese patronal.
O trabalho da Autora era de natureza técnica, peculiar aos bancários.

Defiro, portanto, os pedidos de horas extras e seus reflexos, de acordo com os


parâmetro que seguem. As horas extras deverão ser apuradas considerando o
período imprescrito e de acordo com os controles de ponto anexados pela Ré.

Registre-se que a Autora não comprovou que participava de reuniões após o


registro do término da jornada, ônus que lhe pertencia.(...)

Neste sentido, deverão ser consideradas como extras as horas excedentes a 6ª


hora diária; a remuneração a ser considerada como base de cálculo para as horas
extras deverá observar o disposto nas Súmulas 253 e 264 e artigo 457, § 1º, da
CLT; o adicional deverá ser o constante nas normativas aplicáveis ao Reclamante;
deverão ser considerados para apuração das horas apenas os dias efetivamente
trabalhados e a integração das horas extras no repouso semanal remunerado
deverá atender o disposto na OJ 394 da SDI1 do C. TST.

No que se refere ao intervalo intrajornada, indefiro o pedido correspondente, tendo


em vista o depoimento das testemunhas e que os controles de ponto foram
considerados idôneos e comprovam que o Reclamante de fato usufruía de 1h de
intervalo para refeição e descanso (...) No que se refere ao divisor utilizado, adoto a
tese vinculada fixada pelo C.TST, decorrente de decisão proferida pela Subseção 1
Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), nos autos do Recurso Repetitivo
IRR-0000849-83.2013.5.03.0138, no sentido de que o divisor aplicável para o
cálculo das horas extras dos bancários, inclusive para os submetidos à jornada de
oito horas, é definido com base na regra geral prevista no artigo 64 da CLT, sendo
180 e 220, para a jornada normal de seis e oito horas, respectivamente"

Alega a recorrente reclamada que a sentença não se baseou nas


provas acostadas, ao entender que a autora não exerceu cargo de confiança quando
desempenhou a função de Gerente Assistente e Gerente de Relacionamento Prime; que as
testemunhas ouvidas confirmaram a tese de defesa; que, no exercício de suas funções, a
Reclamante possuía acesso direto a dados sigilosos do banco, sendo inferida a confiança
depositada pelo Banco ao cargo; que a reclamante estava submetida à jornada de 8 horas; que o
fato de não possuir subordinados, o que se admite apenas por amor ao debate, não se mostra
suficiente para colocá-la no mesmo nível de hierarquia dos demais bancários, pois inserido na
estrutura empresarial com mais complexas atribuições e maior fidúcia, em relação àqueles
trabalhadores; que a reclamante recebia gratificação por função de confiança em valor bem
superior a 1/3 de seu salário; que os adicionais, reflexos e integrações nas horas extras além da
6º, são igualmente indevidos, haja vista do princípio de que o acessório segue a sorte do
principal.

Com parcial razão.

Destaque-se que o julgado reconheceu idôneos os controles de


ponto, não havendo recurso da reclamante quanto ao tema.

A caracterização do exercício de cargo de confiança bancária


prescinde do exame das reais atividades executadas pelo empregado, pouco importando a
nomenclatura que se dê ao cargo.

A doutrina estabelece três níveis de empregados em cargos de


confiança: a) os gerentes, com poderes mais restritos e limitações ou alçadas; b) os "gerentões",
com poderes mais amplos ou irrestritos para alguns atos, que atuam de forma autônoma; c) os
diretores, empregados eleitos ao cargo de Diretor de uma sociedade anônima.
Na jurisprudência do TST a questão é examinada nas Súmulas nº102
e 287, in verbis:

"Súmula nº 102. BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA (mantida) - Res. 174/2011,


DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o


art. 224, § 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é
insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos. (ex-Súmula nº
204 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II - O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e


recebe gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as
duas horas extraordinárias excedentes de seis. (ex-Súmula nº 166 - RA 102/1982,
DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982)

III - Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no artigo 224, § 2º, da


CLT são devidas as 7ª e 8ª horas, como extras, no período em que se verificar o
pagamento a menor da gratificação de 1/3. (ex-OJ nº 288 da SBDI-1 - DJ
11.08.2003)

IV - O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho
de 8 (oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava. (ex-Súmula
nº 232- RA 14/1985, DJ 19.09.1985)

V - O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não


exerce cargo de confiança, não se enquadrando, portanto, na hipótese do § 2º do
art. 224 da CLT. (ex-OJ nº 222 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança.
Se perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo,
essa remunera apenas a maior responsabilidade do cargo e não as duas horas
extraordinárias além da sexta. (ex-Súmula nº 102 - RA 66/1980, DJ 18.06.1980 e
republicada DJ 14.07.1980)

VII - O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não


inferior ao terço legal, ainda que norma coletiva contemple percentual superior, não
tem direito às sétima e oitava horas como extras, mas tão somente às diferenças
de gratificação de função, se postuladas. (ex-OJ nº 15 da SBDI-1 - inserida em
14.03.1994)

"Súmula nº 287. JORNADA DE TRABALHO. GERENTE BANCÁRIO (nova


redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agência é regida pelo art.


224, § 2º, da C.L.T. Quanto ao gerente-geral de agência bancária, presume-se o
exercício de encargo de gestão, aplicando-se-lhe o art. 62 da C.L.T."

Consoante recibos salariais, a reclamante atuou como gerente


assistente até novembro de 2012, passando então para a função de gerente de
relacionamento (fls. 617/629). Aponto a seguinte evolução salarial da reclamante (ordenado e
gratificação de função), por amostragem:
04/2011 - R$ 1.328,66 + R$ 1.262,22 (fl. 363)

11/2012 - R$ 1.556,86 + R$ 1.479,01 (fl. 367)

10/2013 - R$ 1.681,41 + R$ 2.083,33 (fl. 368)

04/2015 - R$ 1.824,33 + R$ 2.260,41 (fl. 373)

Assim, mesmo recebendo a reclamante gratificação de função


superior a 1/3 do salário, para a caracterização da função de confiança bancário, tornava-se
imprescindível que o obreiro executasse, de fato, atividades de confiança.

Vejamos a prova oral produzida (fls. 1202/1203).

Em depoimento pessoal, a reclamante disse que:

"as atribuições da depoente, enquanto gerente assistente, eram basicamente as


mesmas que um gerente de relacionamento: gerenciava uma carteira de clientes,
tinha planilha de produção a cumprir, atendimento a clientes, que possuía alçada
do sistema para concessão de empréstimos; que a depoente, como gerente Prime,
fazia exatamente as mesmas coisas que quando funcionou como gerente
assistente, que houve apenas uma modificação no rótulo da função; que a
depoente não possuía subordinados sob seu comando; que a depoente possuía
assinatura autorizada para autorização de pagamento de cheques, tudo dentro da
alçada imposta pelo sistema; que havia ponto eletrônico, registrando corretamente
o início e o término de sua jornada, que não era registrado no ponto apenas as
reuniões, que ocorriam, em média, 1 vez por semana; que a depoente registrava
corretamente o intervalo intrajornada no ponto.

Registre-se que foram indeferidas, sob protestos, as seguintes perguntas: "Quem


determinava a não marcação de ponto quando das reuniões? Se autora realizava
curso treinet na agência, quantos cursos e qual a duração de cada um dos cursos?"

Por seu turno, a reclamada disse que:

"trabalhou nas agências Prime Rio Branco e Prime Pio X; que a autora era gerente
assistente no período em que trabalhou na Prime Rio Branco, até novembro de
2012, que no mês seguinte foi transferida para a Prime Pio X, onde a autora passou
a gerente Prime I; que no réu existe a figura do gerente Prime II, que as atribuições
entre os gerentes Prime I e II são basicamente as mesmas, alterando, apenas, a
natureza da carteira de cada um deles e a experiência de cada um considerando o
tempo na função; que, ao que sabe, a autora não funcionou como gerente Prime II;
que o gerente assistente auxilia o gerente nas suas atividades, basicamente
fazendo o backoffice (parte operacional); que os caixas estão vinculados, a
princípio, ao gerente administrativo da unidade, mas nada impede que o gerente
assistente lhe passe ordens, sem, todavia, necessitar da anuência do gerente
administrativo, mas se este não concordar com as ordens repassadas pelo gerente
assistente, o caixa tem que obedecer ao gerente administrativo; que o gerente
administrativo não podia punir nem dispensar os caixas sob seu comando; que os
gerentes assistentes possuem alçada para liberação de cheques, pagamentos,
cartões de crédito, até sua alçada que era de R$30 mil; que, como gerente Prime, a
autora concedia empréstimos dentro de sua alçada (até R$50 mil), dava cartões de
crédito, gerenciava carteiras; que a autora marcava ponto; que a alçada a que se
refere era vinculada ao sistema, sendo que além deste valor necessariamente tinha
que ter autorização superior; que as verbas de representação são pagas
exclusivamente aos gerentes gerais, que possuem procuração em nome do réu.

Destaco, que ao contrário do alegado pela recorrente, não houve


produção de prova testemunhal.

De toda sorte, pelo que se vê, a reclamada reconheceu que o gerente


assistente auxilia o gerente nas suas atividades, basicamente fazendo o backoffice (parte
operacional).

Já a reclamante disse que gerenciava uma carteira de clientes, tinha


planilha de produção a cumprir, atendimento a clientes, com assinatura autorizada para
autorização de pagamento de cheques.

Portanto, no período em que a reclamante atuou como Gerente


Assistente, ainda que se admita a presença de alçada, o fato é que as atividades inerentes à
mencionada função evidenciam a sua não inserção no parágrafo 2º do artigo 224 da CLT, já que,
no exercício de tal função, a reclamante tinha atuação limitada, auxiliando o gerente de contas.

Registre-se que o art. 224, § 2º da CLT não exige autonomia


administrativa irrestrita, bastando a existência de direção ou fiscalização de setor.

Vale ressaltar que não é necessário que existam poderes de gestão a


que se refere o inciso II do artigo 62 da CLT, já que a reclamante não era a gerente-geral da
agência.

E mais, o parágrafo 2º do artigo 224 da Consolidação das Leis do


Trabalho, ao enumerar as hipóteses de cargo de confiança bancária, não o fez de forma
exaustiva, referindo-se expressamente a "outros cargos de confiança".

Ademais, como já mencionado, a autora recebia gratificação de


função muito além do limite legal, conforme se observa dos contracheques colacionados.

No entanto, consoante depoimento da própria reclamante, como


Gerente de Relacionamento, se encontrava enquadrado na hipótese do § 2º do artigo 224 da
Consolidação das Leis do Trabalho e, assim, consoante o entendimento consagrado pela Súmula
nº 102 do C. TST, não faz jus ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

Assim, no período em que exerceu a função de Gerente


Assistente, a autora estava subordinada à jornada de 6 horas e no período em que exerceu
a função de Gerente de Relacionamento, estava subordinada à jornada de 8 horas e divisor
220.

Portanto, indevido o pagamento de horas extras, a partir de


dezembro de 2012, já que a parte autora não apresentou demonstrativo de cálculos que
fundamentasse a eventual existência de valores pendentes de quitação, tampouco qualquer
irregularidade no sistema de compensação de jornada adotado, valendo ressaltar que a referida
diligência não depende de comando judicial, sendo inerente ao encargo probatório do fato
constitutivo de seu direito (art. 818, da CLT, c/c art. 373, I, do CPC).
Dou parcial provimento para excluir o pagamento de horas
extras e reflexos a partir de dezembro de 2012.

Conclusão do recurso

PELO EXPOSTO, conheço parcialmente do recurso da reclamante,


conheço do recurso da reclamada, rejeito a preliminar e, no mérito, dou-lhes parcial provimento,
sendo, ao recurso da reclamante para deferir a gratuidade, condenar a ré ao pagamento de
verba de representação e reflexos, multas normativas e diferença de vale-transporte, conforme
parâmetros fixados e, ao da ré para excluir o pagamento de horas extras e reflexos a partir de
dezembro de 2012, conforme fundamentação supra. Fica mantido o valor arbitrado à
condenação.

ACÓRDÃO

ACORDAM os Desembargadores que compõem a Terceira Turma do


Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, na sessão de julgamento virtual do dia 29 de
julho de 2020, sob a Presidência do Exmo. Desembargador do Trabalho Jorge Fernando
Gonçalves da Fonte, com a participação do Ministério Público do Trabalho, na pessoa do
Procurador Fabio Luiz Vianna Mendes, e dos Exmos. Desembargadores do Trabalho Mônica
Batista Vieira Puglia, Relatora, e Antonio Cesar Coutinho Daiha, em proferir a seguinte decisão:
por unanimidade, conhecer parcialmente do recurso da reclamante, conhecer do recurso da
reclamada, rejeitar a preliminar e, no mérito, dar-lhes parcial provimento, sendo, ao recurso da
reclamante para deferir a gratuidade, condenar a ré ao pagamento de verba de representação e
reflexos, multas normativas e diferença de vale-transporte, conforme parâmetros fixados e, ao da
ré para excluir o pagamento de horas extras e reflexos a partir de dezembro de 2012, nos termos
do voto da Desembargadora Relatora. Fica mantido o valor arbitrado à condenação.

DESEMBARGADORA MÔNICA BATISTA VIEIRA PUGLIA


Relatora

MSC/MP

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