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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL

REGIONAL DO TRABALHO DA... REGIÃO

PIZZARIA CHAPA QUENTE LTDA, qualificação completa... Endereço completo... Vem a


presença de Vossa Excelência, por seu advogado (procuração anexa), com fundamento no art.
5, LXIX e art. 114, IV da CF, impetrar:

MANDADO DE SEGURANÇA

Contra o ato do JUIZ DE TRABALHO DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CRICIÚMA-


SC, qualificação completa... endereço completo... proferido nos autos do processo nº 0000728-
84.2022.5.12.0080, em que figura no polo passivo EVELYN CALABRESA, qualificação completa...
endereço completo... pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS

Evelyn Calabresa ajuizou reclamação trabalhista contra a sociedade empresária, ora


impetrante, em 30 de janeiro de 2022, requerendo o pagamento do adicional de insalubridade
em grau máximo, pois trabalhou como cozinheira de 12/07/2019 a 05/10/2021, sendo
submetida a calor excessivo porque preparava as pizzas em fornos que alcançavam altas
temperaturas, e que não teria recebido qualquer equipamento de proteção individual.

Citada, a impetrante apresentou contestação afirmando que a temperatura alcançada


na cozinha estava dentro do limite de tolerância e que, apesar de ser uma empresa pequena e
familiar, fornecia todos os equipamentos de proteção a empregada, requerendo assim a
improcedência do pedido.

Em audiência não houve acordo e então o juízo, com base no art. 195 § 2, da CLT,
determinou de ofício a realização de prova pericial, apresentando um único quesito do juízo
qual seja: “diga o perito se havia agente insalubre no local de trabalho de Evelyn e, em caso
positivo, em que grau”.

Além disso, o magistrado proibiu a apresentação de quesitos pelas partes, proibiu que
os litigantes indicassem assistentes técnicos, nomeou um perito da sua confiança e fixou os
honorários periciais dele em R$ 4.000,00, determinando que a empresa antecipasse a quantia
em 10 dias, sob pena de execução forçada, e que a prova técnica somente tivesse inicio após o
depósito.

A impetrante protestou contra a decisão, ponderando que ela violaria normas


jurídicas, mas o juiz consignou o protesto na ata, e manteve intacta a decisão. Ainda na
audiência, o titular da sociedade empresária pediu a palavra e, aflito explicou que o seu
negocio ainda sofria o efeito da pandemia, e que se precisasse dispor dos R$ 4.000,00
determinado pelo juiz, não teria como fechar a folha de pagamento dos funcionários naquele
mês.

Como a audiência em questão ocorreu há uma semana, o presente mandado de


segurança é tempestivo, pois impetrado dentro do prazo de 120 dias contados da ciência da
ilegalidade, nos termos do art. 23 da Lei 12.016/09.
DO DIREITO LIQUIDO E CERTO – PROIBIÇÃO DE ANTECIPAÇÃO DOS HONORÁRIOS
PERICIAIS

Como mencionado supra, o magistrado nomeou um perito da sua confiança e fixou os


honorários periciais dele em R$ 4.000,00 determinando que a empresa impetrante antecipasse
a quantia em 10 dias sob pena de execução forçada e que a prova técnica somente tivesse
inicio após o depósito.

Ocorre que, é vedada a cobrança antecipada de honorários periciais, conforme art.


790-B § 3 da CLT, já que eles serão pagos pela parte sucumbente na pretensão objeto da
perícia.

Assim, requer a revisão da decisão da antecipação de honorários, determinando-se a


realização da perícia independente de tal pagamento.

DA POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO DE QUESITOS E INDICAÇÃO DE ASSISTENTE


TÉCNICO

O magistrado proibiu a apresentação de quesitos pelas partes e proibiu que os


litigantes indicassem assistentes técnicos.

Contudo, é direito da parte indicar assistente técnico, conforme o art. 465 § 1, incisos
II do CPC, e art. 826 da CLT, de modo que a decisão viola o devido processo legal e os princípios
do contraditório e ampla defesa, garantidos constitucionalmente no art. 5 LV da CF.

Ademais, é direito da parte apresentar quesitos, consoante ao art. 465 § 1, III do CPC,
de modo que a decisão também neste aspecto viola o devido processo legal e os princípios do
contraditório e ampla defesa, garantidos no art. 5 LV da CF.

Assim, requer a revisão do ato permitindo a apresentação de quesitos e indicação de


assistente técnico.

DA LIMINAR

Considerando que o magistrado determinou que a empresa antecipasse a quantia em


10 dias, sob pena de execução forçada, e que a prova técnica somente tivesse inicio após o
depósito, há período de dano, pois o impetrante não poderá arcar com a folha de pagamento
caso a decisão não seja imediatamente revista.

Assim, requer seja deferida a tutela provisória/liminar para suspender o ato de


bloqueio, bem como para que seja aberto o prazo para indicação de assistentes e
apresentação de quesitos, conforme art. 7, III da Lei 12.01609.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:


A) Seja deferida a liminar pleiteada para suspender a exigência de antecipação de
honorários periciais e abrir prazo para indicação de quesitos e assistente técnicos.
B) A intimação da autoridade coatora, para que preste informações no prazo de 10
dias conforme art. 7, I da Lei 12.016/09.
C) A intimação do litisconsorte para, querendo, se manifestar.
D) A intimação do Ministério Público do Trabalho para que se manifeste no feito,
conforme art. 12 da Lei 12.016/09.
E) A intimação do advogado geral da união, dando ciência da impetração do presente
mandado de segurança, nos termos do art. 6 e art. 7 II da Lei 12.016/09
F) A concessão de segurança, para que seja revista à decisão com a determinação da
realização da perícia independentemente de pagamento de honorários periciais e
autorização para as partes indicarem assistentes e quesitos.

Informa-se que as provas pré-contituidas dos fatos que asseguram o direito liquido e certo,
encontram-se em anexo.

Valor da causa R$ ...

Local... Data... Advogado... OAB...

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