Você está na página 1de 5

EXMO SR.

DOUTOR JUIZ DA 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACEIÓ


DO ESTADO DE ALAGOAS

Processo nº .....

ALEXANDRE, já qualificada nos autos em epígrafe, por seu


advogado in fine assinado, na ação que move em face da CONCESSIONÁRIA ALFA,
também já qualificada, vêm a presença de Vossa Excelência, não se conformando com a r.
sentença proferida, interpor

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL

nos termos do art. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil,


pelas razões que seguem acostadas.

Requer-se o recebimento do presente recurso e que em seguida


sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, com as
inclusas razões recursais anexa.

Outrossim, informa que efetuou o pagamento do preparo nos


moldes do art. 1007 do Código de Processo Civil.

Nesses termos, pede deferimento.

Maceió, 22 de julho de 2022.

ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS

RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

Apelante: ALEXANDRE
Apelados: CONCESSIONÁRIA ALFA
Processo de origem nº ......
5ª Vara Cível Comarca de Maceió- AL

EGRÉGIO TRIBUNAL,
ILUSTRE DESEMBARGADORES

Não se conformando com a r. sentença proferida pelo juízo a quo,


data maxima venia, requer a Apelante que se dignem os Nobres Desembargadores em
acolher o presente recurso, para, no mérito, juntamente com seus pares, provê-lo em todos
os seus termos pelos motivos que serão expostos, tendo a certeza de que, desta forma,
estarão evitando que decisões como aquela, perdurem no tempo, de forma contrária ao
real/verdadeiro espírito da Lei.

1. DO CABIMENTO E DO PREPARO

Há adequação do presente recurso com a espécie de decisão proferida,


visto que tem seu cabimento delineado pelo artigo 994 do CPC. Como a decisão recorrida
consiste em sentença com fundamento no art. 487, I CPC, comporta o presente.

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I - apelação;

O apelante, desde logo, informa que junta o comprovante de pagamento


do preparo do respectivo recurso nos termos do art. 1.007 do Código de Processo Civil.
2. DA TEMPESTIVIDADE

O presente recurso de apelação é tempestivo, visto que a decisão


recorrida foi publicada em data de 01/07/2021, (quinta-feira), logo a súplica recursal se
mostra tempestiva na presente data de 22/07/2021, quando este recurso for protocolizado,
conforme comprovante anexo. Como previsto no art. 1.003, § 5º, 219 e 231, inciso V do
CPC, o prazo de 15 dias úteis para interposição do recurso.

Diante disso, pleiteia-se o processamento do presente recurso de apelação


cível, sendo o mesmo distribuído a uma das Câmaras Cíveis deste Egrégio Tribunal de
Justiça, para que seja analisado o pedido de revisão da decisão objurgada

3. BREVE RELATO DOS FATOS

O apelante adquiriu um carro de luxo da marca Tenz, aceitando o


contrato de compra e venda imposto pela concessionária Alfa, no qual havia cláusula
estipulando que eventual conflito entre as partes seria solucionado por arbitragem.

Duas semanas após a aquisição, Alexandre sofreu um acidente decorrente


de uma falha no sistema de airbag do veículo, que, por sorte, não lhe custou a vida. Fato é
que, três meses após o acidente, a Concessionária Alfa realizou o recall de alguns veículos
da marca Tenz, dentre os quais estava o veículo adquirido por Alexandre.

Assim que soube desse recall, Alexandre ajuizou uma ação pelo
procedimento comum contra a Concessionária Alfa, visando reaver o valor pago na
compra do veículo e uma indenização pelos prejuízos decorrentes do acidente de carro.

A Concessionária Alfa apresentou uma contestação genérica, na qual não


impugnou os argumentos apresentados por Alexandre, gerando presunção de veracidade
sobre esses, e tampouco mencionou a existência de cláusula compromissória no contrato
de compra e venda.

Após a apresentação de réplica, o MM. Juízo da 5ª Vara Cível de Maceió


intimou as partes, de ofício e com fundamento no Art. 10 do CPC, para se manifestarem
sobre a eventual ausência de jurisdição do Poder Judiciário em virtude da existência de
cláusula compromissória existente no contrato de compra e venda.

Alexandre não apresentou manifestação, enquanto a Concessionária Alfa


defendeu que somente um tribunal arbitral escolhido pelas partes possuiria competência
para solucionar a controvérsia sub judice.

Em seguida, o MM. Juízo da 5ª Vara Cível de Maceió acolheu a


preliminar de convenção de arbitragem e extinguiu o processo, sem resolução de mérito, na
forma do Art. 485, inciso VII, do CPC.

Inconformado com a sentença proferida, o recorrente vem a este r.


Tribunal buscando a reforma do quanto decidido pelo juízo a quo pelas razões de direito
que passa a expor.

4. DA PRELIMINAR

Antes de adentrar ao mérito, conforme se observa, a respeitável sentença


não merece prosperar tendo em vista que a Concessionária Alfa em fase de contestação,
não apresentou alegação sobre a existência da convenção de arbitragem, o que implica na
aceitação da jurisdição estatal e renúncia do juízo arbitral, nos termos do art. 337, § 6º do
CPC.

Fica demonstrado, portanto, que, por ter optado pela justiça comum, fica
evidente seu desinteresse na resolução do conflito via arbitragem, bem como também
desinteresse da concessionária já que nada mencionou na contestação.

Além disso, não poderia ser extinta a ação em virtude da ineficácia da


convenção de arbitragem uma vez que, por força do Art. 4º, § 2º, da Lei de Arbitragem
(Lei nº 9.307/96), esse negócio jurídico celebrado em contrato de adesão somente seria
eficaz se Alexandre iniciasse o procedimento arbitral ou concordasse com sua instituição.

Portanto, nos termos do art. 1.013, § 3º, inciso I, postula o imediato


julgamento do mérito pelo tribunal.

5. DO MÉRITO E DAS RAZÕES RECURSAIS


Diante da preliminar de mérito requer a reforma da decisão com base no
art. 1.013, § 3º, inciso I, com imediato julgamento do mérito pelo tribunal, tendo em vista
que o problema no airbag faz com o que o veículo de Alexandre não tenha segurança, de
forma que o produto fornecido pela Concessionária Alfa é defeituoso de acordo com o Art.
12, § 1º, do CDC. Esse fato, por sua vez, torna a responsabilidade da Concessionária
Alfa objetiva por força do Art. 12 do CDC.

Nesse contexto, estabelece o artigo 14 do código consumerista que o


fornecedor deve reparar os danos causados ao consumidor independentemente da
existência de culpa, por defeitos relativos à prestação de serviços, sendo-lhe atribuída
responsabilidade objetiva.

No caso de pleitos indenizatórios na relação de consumo, a prova


atribuída ao consumidor deve incidir exclusivamente sobre o nexo de causalidade entre o
fato do produto ou do serviço e o dano experimentado em razão da responsabilidade
objetiva.

Portanto, merece a procedência do pedido com a condenação da Ré à


restituição do valor pago e à fixação de indenização pelos prejuízos decorrentes do
acidente. 

6. PEDIDOS:

Diante de todo exposto, requer a Vossa Excelência que seja acolhida a


preliminar de apelação aventada, a fim de anular a decisão a quo devendo ser julgada a
ação com resolução de mérito.

Por fim, requerer a condenação da Ré à restituição do valor pago à


fixação de indenização pelos prejuízos decorrentes do acidente.

Nesses termos, pede deferimento.

Maceió, 22 de julho de 2022

ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº

Você também pode gostar