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Escrita entre os artigos 311 e 316 do CPP, a prisão preventiva pode ser decretada pelo
juiz em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal de ofício ou a
requerimento da Autoridade Policial, do Ministério Público, do querelante ou do
assistente de acusação.
O decreto prisional, como qualquer outra decisão judicial, necessitar ser fundamentada.
Nesse caso, existem alguns requisitos essenciais para a decretação: fumus commissi
delicti e o periculum libertatis. O primeiro seria a prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria, enquanto o segundo seria o iminente perigo gerado por o agente
permanecer em sociedade. Com relação ao periculum libertatis, a decisão deve ser
motivada para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, para a conveniência
da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.
A garantia da ordem econômica seria uma espécie da garantia da ordem pública. Nessa
hipótese, o agente poderia causar um grave dano à situação econômico financeira de
uma instituição ou de órgão do Estado caso não seja segregado da sociedade.
Ademais, conforme bem apregoa o art. 312, parágrafo único, a prisão preventiva
também poderá ser decretada em casos onde o agente descumpre alguma medida
cautelar diversa da prisão (tirar a tornozeleira eletrônica, por exemplo).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva:
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos;
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência;
Obs: Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou
extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo
superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação;
Por fim, caso o juiz verifique não subsistem mais os requisitos para a manutenção da
prisão preventiva, esta poderá ser revogada. Nessa hipótese, também é possível uma
nova decretação, caso sobrevierem razões que a justifiquem.
4) A prisão preventiva poderá ser substituída pela domiciliar quando o agente for
comprovadamente imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 (seis)
anos de idade ou com deficiência.
6) A citação por edital do acusado não constitui fundamento idôneo para a decretação
da prisão preventiva, uma vez que a sua não localização não gera presunção de fuga.
7) A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a sanção abstratamente prevista
ou imposta na sentença condenatória recorrível não resulte em constrição pessoal, por
força do princípio da homogeneidade.
8) Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão que
a decreta.
11) A prisão cautelar deve ser fundamentada em elementos concretos que justifiquem,
efetivamente, sua necessidade.
12) A prisão cautelar pode ser decretada para garantia da ordem pública potencialmente
ofendida, especialmente nos casos de: reiteração delitiva, participação em organizações
criminosas, gravidade em concreto da conduta, periculosidade social do agente, ou
pelas circunstâncias em que praticado o delito (modus operandi).
13) Não pode o tribunal de segundo grau, em sede de habeas corpus, inovar ou suprir a
falta de fundamentação da decisão de prisão preventiva do juízo singular.