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Tipo documento: CAPA PROCESSO

Evento: abertura

PROCESSO

Nº 50066012720228240064
Capa do Processo
Nº do Processo: 5006601-27.2022.8.24.0064 Data de autuação: 04/04/2022 19:00:27 Situação: MOVIMENTO-AGUARDA DESPACHO

Órgão Julgador: Juízo do Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José Juiz(a): Lilian Telles de Sá Vieira

Competência: Penal - Maria da Penha Classe da ação: Ação Penal - Procedimento Ordinário

Processos relacionados: 5006475-74.2022.8.24.0064/SC | Originário | INQUÉRITO POLICIAL | SOOJCr0

Assuntos

Código Descrição Principal


050306 Decorrente de Violência Doméstica, Lesão Corporal, DIREITO PENAL Sim
051031 Dano Qualificado, Crimes contra o Patrimônio, DIREITO PENAL Não
0530 Violência Doméstica Contra a Mulher, DIREITO PENAL Não

Partes e Representantes

AUTOR RÉU
ALLAN JONES MORAES FUNES (003.762.339-74) - Pessoa Física
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA Procurador(es):
CATARINA (76.276.849/0001-54) - Entidade GALILEU BROERING SC064553 DATIVO

INTERESSADO
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SANTA CATARINA (83.931.550/0001-51)
Procurador(es): LEONARDO DE CAMPOS
OFENDIDO
GEISA NUNES MORAES FUNES (074.004.099-56)
Procurador(es): EDUARDO DA ROCHA DANIEL DATIVO
UNIDADE EXTERNA
Unidades Prisionais FLORIANÓPOLIS - CASA ALBERGADO ()
Procurador(es): RAFAEL ESPINDOLA BITTENCOURT
FABIO GIOVANI DA SILVA
RUBENS RAMOS
HERICK NEIVA MESQUITA
JULIO CESAR PAGANI
KETTY DOS SANTOS
CARLO PEGORARO NICOLOSO
LIVIA SALLES DE ASSIS
PAULO ROGERIO MURBACK BORA
DYEGO DA SILVA CABRAL
GABRIEL NEVES PANTE DE AZEVEDO
WESCLEY DE CARVALHO GARRETT
GUSTAVO LUIZ TELLES
LIGIA INES MISSIO
CARMEN RITA VASQUES DE ALMEIDA
ROGER EDUARDO DA SILVA COSTA
HENRIQUE EVANDRO MAFRA
JULIANO PERES PIRES
MARLON ANTONIO WAGNER
SILVIA CAROLINE DOS SANTOS HEERDT
CRISTIANE APARECIDA DO NASCIMENTO
LEANDRO FERRARO
DIEGO COSTA LOPES
ANDREOMAR ROSSETO
RAFAEL MEIRA DE MOURA
RICARDO DE BRITO MARQUES
HELIOMAR WEIRICH
HUMBERTO MORAZZI VIEIRA
JUCELIO VIEIRA BERNARDO
RODRIGO SILVEIRA DUARTE
DENISE CAMILE BATTISTELLA
FABIO DA SILVA KINCZESKI
FABIO FRANCISCO ROSA
IOLANDA ISOPPO
JULIANA DE ANDRADE ABEL
LEANDRO RAMOS FERNANDES
JEANCARLO KUSIAK HINTZ
MAICON RONALD ALVES
MAYTON RICARDO FARIAS
NATHASHA DABERKOW VIEIRA
MAICON PEREIRA
CARLOS HILÁRIO DA SILVA
TIAGO GUAREZI DE SOUZA
RICARDO VALMICIO LUIZ
SANDERSON MENEZES DE ALMEIDA
TAISON ESPADA PLUCINSKI SILVA
EDSON NILTON DOS PASSOS JUNIOR
JONI VIDAL DA FONSECA
FABIANO PIAZZA TEIXEIRA
JOSE ROBERTO SOARES
CAROLINA LINHARES TEIXEIRA
EVERTON JERONIMO DA SILVA
PATRICIA TOMASI DA SILVA MARTINS
GILSON DE BORBA
LEONARDO JOSE LAMARQUE
DIORGENES DEGON MACHADO
RAFAEL SOUZA BEZERRA DE MELLO
DAISY CRISTINA ZAMPOLI

Unidades Prisionais FLORIANÓPOLIS - HCTP ()


Procurador(es): RAFAEL ESPINDOLA BITTENCOURT
FABIO GIOVANI DA SILVA
RUBENS RAMOS
JULIO CESAR PAGANI
KETTY DOS SANTOS
ALCIONI URZELI BION
LUIZA CAROLINE FERRAZZA DIAS ANTUNES
MARCIO MARTINS
NEDIO ATENOR BECKER
LIVIA SALLES DE ASSIS
DYEGO DA SILVA CABRAL
GABRIEL NEVES PANTE DE AZEVEDO
WESCLEY DE CARVALHO GARRETT
GUSTAVO LUIZ TELLES
LIGIA INES MISSIO
CARMEN RITA VASQUES DE ALMEIDA
ROGER EDUARDO DA SILVA COSTA
HENRIQUE EVANDRO MAFRA
JULIANO PERES PIRES
MARLON ANTONIO WAGNER
SILVIA CAROLINE DOS SANTOS HEERDT
CRISTIANE APARECIDA DO NASCIMENTO
LEANDRO FERRARO
DIEGO COSTA LOPES
ANDREOMAR ROSSETO
RAFAEL MEIRA DE MOURA
MARCIA REGINA NUNES WEIRICH
RICARDO DE BRITO MARQUES
HELIOMAR WEIRICH
HUMBERTO MORAZZI VIEIRA
JUCELIO VIEIRA BERNARDO
ISABELA DA CUNHA BRONAUT
DENISE CAMILE BATTISTELLA
FABIO DA SILVA KINCZESKI
FABIO FRANCISCO ROSA
IOLANDA ISOPPO
JULIANA DE ANDRADE ABEL
LEANDRO RAMOS FERNANDES
JEANCARLO KUSIAK HINTZ
MAICON RONALD ALVES
MAYTON RICARDO FARIAS
NATHASHA DABERKOW VIEIRA
MAICON PEREIRA
TIAGO GUAREZI DE SOUZA
RICARDO VALMICIO LUIZ
SANDERSON MENEZES DE ALMEIDA
TAISON ESPADA PLUCINSKI SILVA
ANDRE LUIZ COSTA FLORES
DAISY CRISTINA ZAMPOLI
GUILHERME SOARES DE AVILA
OTAVIO BITENCOURT DE FREITAS
LUIZ FERNANDO DE HARO ROSA
ANA CLAUDIA MACIEL
MILTON VAGNER BEVILAQUA

Unidades Prisionais GERÊNCIA DE MONITORAMENTO - GEMOP ()


Procurador(es): RUBENS RAMOS
JULIO CESAR PAGANI
KETTY DOS SANTOS
MARCIO DO NASCIMENTO
MARCELO DOS SANTOS RIBAS
MAURO PHILIPPI DE OLIVEIRA
THIAGO VIEIRA PIRES
FABIO GIOVANI DA SILVA
TATIANE DA SILVA
GABRIELLI MARQUES CARVALHO
CAROLINE DOS SANTOS SILVEIRA
DIONARA RIBEIRO DOS SANTOS
LEONARDO EDSON VIEIRA
GABRIEL SCHLICHTING DOS SANTOS
CARLO PEGORARO NICOLOSO
MONICA PERRUOLO DE ASSIS
FERNANDA DA SILVA KINCZESKI
LIVIA SALLES DE ASSIS
LUDMILLA FERREIRA BONOTO
ESTER MADRUGA INACIO
GABRIEL NEVES PANTE DE AZEVEDO
WESCLEY DE CARVALHO GARRETT
GUSTAVO LUIZ TELLES
LIGIA INES MISSIO
CARMEN RITA VASQUES DE ALMEIDA
ROGER EDUARDO DA SILVA COSTA
HENRIQUE EVANDRO MAFRA
JULIANO PERES PIRES
MARLON ANTONIO WAGNER
SILVIA CAROLINE DOS SANTOS HEERDT
CRISTIANE APARECIDA DO NASCIMENTO
LEANDRO FERRARO
DIEGO COSTA LOPES
ANDREOMAR ROSSETO
RAFAEL MEIRA DE MOURA
FELIPE JORGE AMARAL
HELIOMAR WEIRICH
RAYANNE CYBELLE DA SILVA MONTEIRO
VANESSA APARECIDA RABELO
HUMBERTO MORAZZI VIEIRA
JUCELIO VIEIRA BERNARDO
CAROLINA NASCIMENTO DA SILVA
CINTIA GOMES CORREA
CAMILA CRISTINA PEREIRA
SIMONE LUISA BOLGENHAGEN
MICHELLE ELIAS SIQUEIRA
VALDETE COELHO SANTANA
DAISY CRISTINA ZAMPOLI
LUANNI DUARTE DEMETRIO
LEONARDO BATTISTOTTI NUNES
RAPHAEL DA SILVA
TATIANE DE SOUZA LEANDRO
ALEXANDRE BRUM SILVA

Informações Adicionais

Chave Processo: 477364690222 Valor da Causa: R$ 0,00 Nível de Sigilo do Processo: Segredo de Justiça (Nível 1)

Anexos Eletrônicos: Não há anexos Ação Coletiva de subst. processual: Não Admitida execução: Sim

Antecipação de Tutela: Não Requerida Grande devedor: Não Justiça Gratuita: Não requerida

Penhora no rosto dos autos: Não Penhora/apreensão de bens: Não Petição Urgente: Não

Possui bem Apreendido: Sim Reconvenção: Não Réu Preso: Não

Réu sob Monitoramento: Sim Vista Ministério Público: Não


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(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
DENÚNCIA
Evento:
DISTRIBUÍDO POR DEPENDÊNCIA
Data:
04/04/2022 19:00:27
Usuário:
MPSC - MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
1
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 1, DENUNCIA1, Página 1

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL


CRIMINAL E DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ/SC

O MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, por sua


Promotora de Justiça, com fundamento no art. 129, inciso I, da
Constituição Federal e no art. 257, inciso I, do Código de Processo
Penal, e com base no Auto de Prisão em Flagrante nº
5006475-74.2022.8.24.0064 (SIG 08.2022.00118895-1) e
representação de fl. 16 (evento 1) e evento 54, vem, na presença de
Vossa Excelência, oferecer

DENÚNCIA

contra ALLAN JONES MORAES FUNES, brasileiro, casado,


servidor público municipal, nascido em 12-06-1988, com 33 anos de
idade na data do fato, natural de Florianópolis/SC, filho de Vera
Lúcia dos Santos Moraes Funes e Marcos Leandro Silva Funes,
portador da cédula de identidade nº 5.485.586/SC, CPF nº
003.762.339-74, residente e domiciliado na Rua Maria Manchen de
Souza, nº 387, apartamento nº 401, Bairro Kobrasol, nesta cidade,
mas atualmente recolhido na Casa do Albergado de
Florianópolis/SC, pela prática dos seguintes atos delituosos:

Consta no auto de prisão em flagrante nº 5006475-74.2022.8.24.0064 que


o denunciado Allan Jones Moraes Funes é casado com a vítima Geisa Nunes Moraes
Funes e com ela possui 02 (dois) filhos.
Ocorre que, no dia 02 de abril de 2022, por volta das 14h40min, na
residência conjugal, situada na Rua Maria Manchen de Souza, nº 387, apartamento nº 402,
Bairro Kobrasol, nesta cidade, o denunciado Allan Jones Moraes Funes, durante
______________________________________________________________________________________________________________________
Rua Manoel Loureiro, nº 1808 - Ed. Mercury - Bairro Barreiros - CEP: 88.117-331 - São José/SC - Telefone: 48 3288-4513 e 3288-4565
saojose13pj@mpsc.mp.br
1-3
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 1, DENUNCIA1, Página 2

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ

discussão a que deu causa, agrediu fisicamente a vítima Geisa Nunes Moraes Funes, ao
empurra-la, joga-la no chão, rasgar suas roupas e desferir socos em seu rosto, nuca e
partes íntimas, causando-lhe as lesões corporais demonstradas nos registros fotográficos
anexos.
Na mesma ocasião, ou seja, no dia 02 de abril de 2022, por volta das
14h40min, na residência conjugal, situada na Rua Maria Manchen de Souza, nº 387,
apartamento nº 402, Bairro Kobrasol, nesta cidade, o denunciado Allan Jones Moraes
Funes, munido com um canivete (auto de exibição e apreensão – fl. 13 – evento 1 – autos
nº 5006475-74.2022.8.24.0064), mediante ameaça de que faria mal à vítima Geisa Nunes
Moraes Funes, pois afirmou que ia "fincar-lhe" referido objeto, danificou as roupas que ela
vestia, conforme demonstrado nos registros fotográficos anexos.
De ser salientado que as condutas do denunciado foram baseadas no
gênero da vítima, com a qual ele é casado, restando evidenciado o nexo entre a violência
exercida sobre ela e a relação íntima de afeto existente entre ambos, situação que se
amolda aos anseios protetivos preconizados do art. 5º da Lei Maria da Penha.
Diante do exposto, incidiu o denunciado Allan Jones Moraes Funes nas
sanções dos artigos 129, § 13 e 163, parágrafo único, inciso I, ambos do Código Penal,
este último crime c/c art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do mesmo diploma legal, em
concurso material e nos moldes do art. 7º, incisos I e II, da Lei nº 11.340/06, motivo pelo
qual o Ministério Público promove a presente ação penal, requerendo o recebimento da
denúncia e a citação do réu para apresentação de defesa escrita.
Requer, ainda, o prosseguimento do processo, com a oitiva das pessoas
adiante arroladas, até final condenação do acusado, inclusive no que se refere à reparação
dos danos causados, nos termos do art. 387, inciso IV, do Código de Processo Penal.

São José, 04 de abril de 2022.

[assinado digitalmente]
LUCIANA ROSA
Promotora de Justiça

Rol de testemunhas/informantes:

a) Geisa Nunes Moraes Funes, vítima, CPF nº 074.004.099-56, qualificada no evento 1 (fl.
18 – doc. 2 – autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064), que poderá ser encontrada na Rua
______________________________________________________________________________________________________________________
Rua Manoel Loureiro, nº 1808 - Ed. Mercury - Bairro Barreiros - CEP: 88.117-331 - São José/SC - Telefone: 48 3288-4513 e 3288-4565
saojose13pj@mpsc.mp.br
2-3
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 1, DENUNCIA1, Página 3

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ

Maria Manchen de Souza, nº 387, apartamento nº 402, Bairro Kobrasol, nesta cidade,
telefone nº 48 9 8809-6578;
b) Jean Carlos Adriano, policial militar, CPF nº 064.015.819-64, qualificado no evento 1 (fl.
24 – doc. 2 - autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064), que poderá ser encontrado no 7º BPM
de São José/SC;
c) Leandro Nunes, policial militar, CPF nº 057.175.609-31, qualificado no evento 1 (fl. 25 –
doc. 2 – autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064), que poderá ser encontrado no 7º BPM de
São José/SC.

______________________________________________________________________________________________________________________
Rua Manoel Loureiro, nº 1808 - Ed. Mercury - Bairro Barreiros - CEP: 88.117-331 - São José/SC - Telefone: 48 3288-4513 e 3288-4565
saojose13pj@mpsc.mp.br
3-3
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Documento 2

Tipo documento:
FOTO
Evento:
DISTRIBUÍDO POR DEPENDÊNCIA
Data:
04/04/2022 19:00:27
Usuário:
MPSC - MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
1
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 1, FOTO2, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

IMPRESSÃO DE IMAGENS
Imagens dos Envolvidos

GEISA NUNES MORAES FUNES GEISA NUNES MORAES FUNES


CPF: 7400409956 RG: 5695435/SC CPF: 7400409956 RG: 5695435/SC
BO/RO 3492817.480.2022.983 BO/RO 3492817.480.2022.983

04/04/2022 17:08:58 Página: 1 de 2


Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 1, FOTO2, Página 2

ESTADO DE SANTA CATARINA


SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

Imagens dos Objetos

Objeto Objeto

Objeto

04/04/2022 17:09:00 Página: 2 de 2


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Documento 1

Tipo documento:
DESPACHO/DECISÃO
Evento:
RECEBIDA A DENÚNCIA
Data:
05/04/2022 13:24:12
Usuário:
LILIANTELLES - LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
3
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 3, DESPADEC1, Página 1

Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

DESPACHO/DECISÃO

Trata-se de ação penal proposta pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina
em desfavor de A. J. M. F., imputando-lhe a prática da infração penal descrita no art. 129, §13º,
e 163, parágrafo único, inciso I, ambos do Código Penal, este último crime c/c art. 61, inciso II,
alíneas "e" e "f", do mesmo diploma legal, em concurso material e nos moldes do art. 7º, incisos I
e II, da Lei nº 11.340/06.

Da análise da peça inaugural, verifico, de plano, a legitimidade ad causam do


acusador para a persecução penal referente a tal infração penal (STJ/542). Ademais, o fato tido
como criminoso foi descrito de forma clara, qualificando o suposto autor e indicando as pessoas
a serem ouvidas, conforme preceitua o art. 41 do Código de Processo Penal - CPP.

Vislumbrando, assim, fumus commissi delict (suporte probatório mínimo a indicar a


existência do delito e indícios de autoria), e não se fazendo presente qualquer causa de rejeição
(art. 395, CPP), recebo a peça acusatória.

Cite-se e intime-se o acusado para que, no prazo de 10 dias, resposta à acusação, nos
termos dos arts. 396 e 396-A do CPP.

São José/SC, 05 de abril de 2022.

Documento eletrônico assinado por LILIAN TELLES DE SA VIEIRA, Juíza de Direito, na forma do artigo 1º, inciso III, da
Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
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Signatário (a): LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Data e Hora: 5/4/2022, às 13:24:12


5006601-27.2022.8.24.0064 310026167696 .V2
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Documento 1

Tipo documento:
MANDADO
Evento:
EXPEDIÇÃO DE MANDADO
Data:
05/04/2022 13:50:49
Usuário:
GRACESM - GRACE DA SILVA MACHADO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
5
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 5, MAND1, Página 1

Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

MANDADO Nº 310026173189

JUIZ DO PROCESSO: Lilian Telles de Sá Vieira - Juiz(a) de Direito



OBJETO: CITAÇÃO DO ACUSADO para que este responda à acusação e acompanhe todos os termos do processo até a
sentença final, pelo que não poderá mudar de endereço sem comunicar ao juízo do processo, sob pena de incorrer nas sanções
impostas para a revelia, tudo conforme decisão prolatada diante da denúncia/queixa oferecida.
DESTINATÁRIO(S): ALLAN JONES MORAES FUNES,CPF: 003.762.339-74, 48 9 8813 5845, podendo ser encontrado
à rua Delminda da Silveira, 00, Casa do Albergado - Agronomica - 88000000 - Florianópolis (Residencial)
PRAZO: O prazo para responder à ação, o que deverá ser feito por escrito por meio de advogado (arts. 396 e 396-A do CPP), é
de 10 (dez) dias, contados do ato de citação.

ADVERTÊNCIA: Deverá o citado constituir advogado, no prazo acima referido, ou solicitar, ao cartório, a designação de
Defensor Dativo
CHAVE DO PROCESSO: 477364690222 - Utilize esta chave, de uso pessoal e intransferível, para a consulta do conteúdo
integral do processo na página do sistema eproc do site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina na internet. O acesso aos
autos digitais via sistema é considerada vista pessoal.

Documento eletrônico assinado por GRACE DA SILVA MACHADO, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de
dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
https://eproc1g.tjsc.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos, mediante o
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Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): GRACE DA SILVA MACHADO
Data e Hora: 5/4/2022, às 13:50:48
Combater a violência infantil é um dever de todos, sem
exceção. DENUNCIE! A sua atitude salvará vidas.
Canais de atendimento:
Disque 100 - Disque Direitos Humanos
Disque Denúncia 181 - Polícia Civil
Conselho Tutelar do município
Recomendação CNJ n. 111/2021
Disque 190 - Polícia Militar
WhatsApp Polícia Civil - (48) 98844-0011
Promotorias de Justiça


5006601-27.2022.8.24.0064 310026173189 .V2
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Documento 1

Tipo documento:
CERTIDÃO
Evento:
JUNTADA DE MANDADO CUMPRIDO
Data:
08/04/2022 15:10:17
Usuário:
MARINES - MARINES PIRES DA CUNHA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
9
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 9, CERT1, Página 1

Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Central de Mandados - Florianópolis
AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

CERTIDÃO

Na Casa do Albergado de Florianópolis, na data de ontem, 07/04/2022, próximo das


14h30min, efetuei a CITAÇÃO de ALLAN JONES MORAES FUNES que, da leitura do mandado e
das peças processuais que acompanhavam, de tudo ficou ciente e aceitou a contrafé, que ficou
na posse do setor penal daquela unidade, para a própria segurança do interno. Na oportunidade,
afirmou que fará uso do prazo legal para constituir advogado, e bem ciente ficou que, se
ultrapassado o prazo sem resposta do causídico, ser-lhe-á nomeado defensor público ou dativo
para atuar em sua defesa. Por fim, deixei de colher sua assinatura no mandado conforme o
Protocolo de Conduta para o Oficial de Justiça durante a pandemia. Dou fé.

Florianópolis, 08 de abril de 2022.

Marinês Pires da Cunha


Oficial de Justiça do TJSC
em cooperação com a CECAP

Documento eletrônico assinado por MARINES PIRES DA CUNHA, Oficial de Justiça, na forma do artigo 1º, inciso III, da
Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
eletrônico https://eproc1g.tjsc.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos, mediante o
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Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): MARINES PIRES DA CUNHA
Data e Hora: 8/4/2022, às 15:10:14


5006601-27.2022.8.24.0064 310026363953 .V1 marines© marines
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Documento 1

Tipo documento:
NOMEAÇÃO DE DEFENSOR
Evento:
JUNTADA DE PEÇAS DIGITALIZADAS
Data:
20/04/2022 14:59:59
Usuário:
TIAGOSP - TIAGO SOARES PINTO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
12
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 12, NOMEAÇÃO1, Página 1

AJG - Sistema Assistência Judiciária Gratuita


Poder Judiciário de Santa Catarina
64.12 - Comarca São José - Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica - 100% digital
20/04/2022
Nomeação de Profissional Página 1 de 1

NOMEAÇÃO DE PROFISSIONAL
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
JUÍZO COMUM
Nomeação n.: 20220200035343
Exmo. Sr. Diretor do Foro da Seção Judiciária: Responsável Comarcas

Juiz requisitante: LILIAN TELES DE SA VIEIRA


E-mail juiz requisitante: saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br
Unidade: 64.12 - Comarca São José - Juizado Especial Criminal e de Violência
Doméstica - 100% digital
Endereço: Domingos André Zanini, 380

Data da nomeação: 20/04/2022

DADOS PROCESSUAIS:
N. do processo: 50066012720228240064
Tipo de atuação: 10.1 AÇÕES CRIMINAIS DE PROCEDIMENTO ORDINÁRIO OU
SUMÁRIO
Especialidade: DIREITO PENAL
Assistido(s): ALLAN JONES MORAES FUNES
Réu: ALLAN JONES MORAES FUNES
Autor principal: MINISTERIO PÚBLICO

BENEFICIÁRIO DOS HONORÁRIOS:


Nome: GALILEU BROERING
N. CPF: 079.103.609-08
Registro profisional: ADVOGADO - Registro 64.553/SC
Telefones: celular - 48996717634 / comercial - 48996717634
Email: advogadogalileu@gmail.com

Nesta data, o profissional aqui identificado foi nomeado a prestar serviço de Assistência Judiciária Gratuita
do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina nesta Vara.: 20/04/2022
PÁGINA DE SEPARAÇÃO
(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
DESPACHO/DECISÃO
Evento:
DETERMINADA A INTIMAÇÃO
Data:
20/04/2022 17:40:32
Usuário:
LILIANTELLES - LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
13
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 13, DESPADEC1, Página 1

Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

DESPACHO/DECISÃO

O acusado ao ser citado informou que constituiria advogado nos autos (ev.09), o que
não ocorreu até a presente data. A fim de conferir regular prosseguimento ao feito, nomeio para
atuar na qualidade de Defensor Dativ (em favor do acusado): Galileu Broering, CPF 079.103.609-
08.

Deverá o Defensor ora nomeado informar nos autos o eventual desinteresse no


múnus, no prazo improrrogável de 3 (três) dias. Havendo interesse deverá apresentar
resposta à acusação, no prazo de 10 (dez) dias (arts. 396 e 396-A do CPP) bem como,
acompanhar o acusado nos atos supervenientes deste processo.

Consigno que os honorários do Defensor nomeado serão fixados no momento da


sentença, levando-se em conta os trabalhos prestados e em observância aos parâmetros
estabelecidos pela Resolução C.M. nº 5/2019 (com as atualizações incidentes).

Intime-se. Cumpra-se.

São José, 20 de abril de 2022.

Documento eletrônico assinado por LILIAN TELLES DE SA VIEIRA, Juíza de Direito, na forma do artigo 1º, inciso III, da
Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
eletrônico https://eproc1g.tjsc.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos, mediante o
preenchimento do código verificador 310026740302v4 e do código CRC 560bf6cd.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Data e Hora: 20/4/2022, às 17:40:32


5006601-27.2022.8.24.0064 310026740302 .V4
PÁGINA DE SEPARAÇÃO
(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
DEFESA PRÉVIA/DEFESA PRELIMINAR/RESPOSTA DO RÉU
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 14
Data:
21/04/2022 23:37:47
Usuário:
SC064553 - GALILEU BROERING
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
16
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 16, DEFESA PRÉVIA1, Página 1

Ao Juízo do Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca


de São José

Autos nº 5006601-27.2022.8.24.0064

Allan Jones Moraes Funes, já qualificado nos autos, devidamente assistido por seu
defensor dativo, vem apresentar resposta à acusação, com fulcro nos artigos 396 e
396-A do Código de Processo Penal.

Relato fático e processual

No dia 2 de abril de 2022 o paciente Allan foi preso em flagrante pela suposta
prática do crime de lesão corporal no âmbito doméstico (art. 129, § 9º, do CP) e de
dano (art. 163, CP).

Em audiência de custódia foi homologada a prisão em flagrante e decretada a


prisão preventiva, com base no art. 5, LXI, da CF/88, c/c arts. 310, inciso II, 311, 312,
caput, 313, inciso I, todos do Código de Processo Penal.

No dia 6 de abril de 2022, foi deferida medida protetiva à suposta vítima dos
crimes, com a determinação de que o réu mantenha-se afastado do lar, não se
aproxima da ofendida (distância mínima de 200m), e ainda, não mantenha contato
com ela por nenhum meio.

A denúncia foi apresentada nos seguintes termos:


Ocorre que, no dia 02 de abril de 2022, por volta das 14h40min, na residência conjugal,
situada na Rua Maria Manchen de Souza, nº 387, apartamento nº 402, Bairro Kobrasol,
nesta cidade, o denunciado Allan Jones Moraes Funes, durante discussão a que deu causa,
agrediu fisicamente a vítima Geisa Nunes Moraes Funes, ao empurra-la, joga-la no chão,
rasgar suas roupas e desferir socos em seu rosto, nuca e partes íntimas, causando-lhe as
lesões corporais demonstradas nos registros fotográficos anexos. Na mesma ocasião, ou
seja, no dia 02 de abril de 2022, por volta das 14h40min, na residência conjugal, situada na
Rua Maria Manchen de Souza, nº 387, apartamento nº 402, Bairro Kobrasol, nesta cidade, o
denunciado Allan Jones Moraes Funes, munido com um canivete (auto de exibição e
apreensão – fl. 13 – evento 1 – autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064), mediante ameaça
de que faria mal à vítima Geisa Nunes Moraes Funes, pois afirmou que ia "fincar-lhe"
referido objeto, danificou as roupas que ela vestia, conforme demonstrado nos registros
fotográficos anexos.

A acusação arrolou três testemunhas.

É o relato necessário.

Do direito - mérito

Em que pese a possibilidade de defesa pela absolvição sumária do réu no


presente momento, cabe à defesa avaliar qual será o melhor momento para exposição
de suas teses defensivas.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 16, DEFESA PRÉVIA1, Página 2

Desta maneira, a defesa opta por apreciar e abordar o mérito da acusação ao


longo da instrução penal, sobretudo nas alegações finais.

Pedido de revogação da prisão preventiva

Conforme consta do relato do réu (ev. 12 – 5006475-74.2022.8.24.0064) ele é


paciente psiquiátrico precisando tomar diariamente os remédios: bromazepam (6mg)1,
carbonato de lítio (1300mg)2 e alprazolam (1mg)3.

Em rápida pesquisa no google percebe-se que os remédios são para tratamento


de longa duração e todos ligados a humor e distúrbios psiquiátricos, principalmente o
fármaco carbonato de lítio que é indicado para pacientes esquizofrênicos e de
bipolaridade.

Ainda na audiência de custódia o réu pediu que pudesse usar seus remédios
durante o cárcere o que restou negado, sob o fundamento de que seria necessária a
apresentação de receita médica. Ocorre que por encontrar-se segregado o réu não
pode encaminhar-se até o ambulatório para pedir nova receita. Desta forma, o Juízo no
momento da aplicação da prisão preventiva não levou em consideração a realidade
momentânea do acusado.

Ademais, no curso da investigação policial foi deferido pedido de medida


protetiva, de maneira que não poderá o réu (ev. 30 - 5006475-74.2022.8.24.0064): (I)
aproximar-se do lar, (II) deverá manter distância de até 200m da suposta ofendida, e
ainda, (III) manter contato por nenhum meio com a suposta vítima.

Neste ponto, importante ressaltar que à época da decretação da prisão as


medidas protetivas ainda não haviam sido impostas, de forma que, nos termos
da própria decisão (ev. 12 - 5006475-74.2022.8.24.0064), não havia o “cabimento de
nenhuma outra medida cautelar diversa da prisão”.

Nada obstante a isso, após a decretação das medidas protetivas, a segregação


da liberdade do acusado não é mais necessária, sendo inclusive possível a imposição
de medidas cautelares diversas da prisão.

Neste ínterim, aponta-se que o inc. V, do art. 319, CPP, aponta como uma das
medidas cautelares “o recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga
quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos”.
No caso dos autos, o acusado é funcionário administrativo da Prefeitura de São
José4, de maneira que se mantido em cárcere poderá perder seu emprego, bem como
seu sustento.

1
Link: < https://consultaremedios.com.br/bromazepam/bula/para-que-serve>. Acesso em: 21 de abril de
2022.
2
Link: < https://consultaremedios.com.br/carbonato-de-litio/bula/para-que-serve>. Acesso em: 21 de
abril de 2022.
3
Link: <https://consultaremedios.com.br/alprazolam/bula>. Acesso em: 21 de abril de 2022.
4
Link: <http://transparencia.pmsj.sc.gov.br:90/pronimtb/index.asp>. Acesso em: 21 de abril de 2022.
Comprovante vai junto da petição.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 16, DEFESA PRÉVIA1, Página 3

Assim, as medidas cautelares dos incisos I até o V, do art. 319. do CPP5, serão
capazes de garantir a aplicação da lei penal, a instrução criminal e evitarão a prática
de novas infrações penais.
Além disso, a decisão recente do TJSC de que no âmbito de acusação de
violência doméstica, após a fixação das medidas protetivas é cabível a substituição da
prisão preventiva por medidas cautelares.
HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
(ARTIGO 129, § 13, DO CÓDIGO PENAL). PRISÃO EM FLAGRANTE CONVERTIDA
EM PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. MEDIDAS
PROTETIVAS DE URGÊNCIA NÃO FIXADAS NA ORIGEM. INEXISTÊNCIA DO
FUNDAMENTO DA GARANTIA DE SUA EXECUÇÃO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 313,
INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CONFIGURADO. PRISÃO PREVENTIVA SUBSTITUÍDA POR OUTRAS
MEDIDAS CAUTELARES PREVISTAS NO ARTIGO 319 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. ORDEM CONCEDIDA. (TJSC, Habeas Corpus Criminal n.
5062880-65.2021.8.24.0000, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Cinthia
Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer, Quinta Câmara Criminal, j. 09-12-2021).

Assim, frente ao quadro clínico do acusado, bem como a realidade de ser


funcionário público e de que há entendimento no TJSC de que após a decretação de
medidas protetivas é possível a substituição da prisão preventiva por medidas
cautelares, pede-se que sejam aplicadas as medidas cautelares dos incisos I
até o V, do art. 319. do CPP.
Caso não seja aceito o pedido de substituição da prisão preventiva por uma
das medidas cautelares requeridas, como pedido subsidiário pede-se que seja
permitido ao acusado que possa usar as medicações durante o cárcere.
Justiça gratuita

A análise dos autos demonstra que a situação econômica do acusado não lhe
permite pagar quaisquer custas derivadas da presente ação penal sem prejuízo do
próprio sustento6 – conforme se depreende do salário líquido recebido por ele
(documento comprovante junto da petição) –, razão pela qual faz jus ao deferimento
da justiça gratuita (art. 5º, LXXXIV, CF).

Pedidos

a) O recebimento da presente resposta à acusação;


b) A concessão da justiça gratuita ao acusado (art. 5º, LXXXIV, CF);
c) A substituição da prisão preventiva pelas medidas cautelares dos inc. I até
V, do art. 319, do CPP;
d) Caso não seja aceito o primeiro pedido, requer-se que seja deferido ao
acusado que possa usar as medicações: bromazepam (6mg), carbonato de
lítio (1300mg) e alprazolam (1mg);

5
I - comparecimento periódico em juízo; II - proibição de acesso ou de frequentar determinados lugares;
III - proibição de manter contato com determinadas pessoas; IV - proibição de ausentar-se da Comarca,
necessária para a instrução; V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga.
6
Valor encontra-se no documento que vai junto da petição.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 16, DEFESA PRÉVIA1, Página 4

e) A intimação das testemunhas arroladas na denúncia, pugnando-se, desde


já, pela substituição por outras no momento da audiência;
f) A produção de todas as provas em direitos admitidas.

Nestes termos pede deferimento.

Florianópolis, 21 de abril de 2022.

Galileu Broering
OAB/SC 64.553
PÁGINA DE SEPARAÇÃO
(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 2

Tipo documento:
DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA/POBREZA
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 14
Data:
21/04/2022 23:37:47
Usuário:
SC064553 - GALILEU BROERING
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
16
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 16, DECLPOBRE2, Página 1

DADOS RETIRADOS DO PORTAL DA


TRANSPARÊNCIA DA PREFEITURA DE SÃO
JOSÉ
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 16, DECLPOBRE2, Página 2
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 16, DECLPOBRE2, Página 3
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 16, DECLPOBRE2, Página 4
PÁGINA DE SEPARAÇÃO
(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
DENÚNCIA
Evento:
PETIÇÃO - ADITAMENTO À DENÚNCIA - REFER. AO EVENTO: 17
Data:
22/04/2022 16:35:18
Usuário:
WS-MPSIG - WS-MPSIG - USUARIO DE INTEGRACAO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
19
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 19, DENUNCIA1, Página 1

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO


ESPECIAL CRIMINAL E DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA DE SÃO
JOSÉ/SC

Autos nº 5006601-27.2022.8.24.0064

RÉU PRESO

Trata-se de Ação Penal ajuizada contra Allan Jones Moraes Funes


pela prática dos crimes previstos nos artigos 129, § 13 e 163, parágrafo único, inciso
I, ambos do Código Penal, este último crime c/c art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do
mesmo diploma legal, em concurso material e nos moldes do art. 7º, incisos I e II, da
Lei nº 11.340/06, em face de Geisa Nunes Moraes Funes.
Ante o laudo pericial nº 2022.21.02273.22.002-00 acostado no
evento 50 (doc. 27) dos autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064 (apenso), o Ministério
Público vem à presença de Vossa Excelência oferecer Aditamento à Denúncia
aqui formulada, cuja redação deverá ser a seguinte:

O MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, por sua Promotora de


Justiça, com fundamento no art. 129, inciso I, da Constituição Federal e no
art. 257, inciso I, do Código de Processo Penal, e com base no Auto de
Prisão em Flagrante nº 5006475-74.2022.8.24.0064 (SIG
08.2022.00118895-1) e representação de fl. 16 (evento 1) e evento 54, vem,
na presença de Vossa Excelência, oferecer

DENÚNCIA

contra ALLAN JONES MORAES FUNES, brasileiro, casado, servidor


público municipal, nascido em 12-06-1988, com 33 anos de idade na data do
fato, natural de Florianópolis/SC, filho de Vera Lúcia dos Santos Moraes
Funes e Marcos Leandro Silva Funes, portador da cédula de identidade nº
5.485.586/SC, CPF nº 003.762.339-74, residente e domiciliado na Rua Maria
Manchen de Souza, nº 387, apartamento nº 401, Bairro Kobrasol, nesta
cidade, mas atualmente recolhido na Casa do Albergado de
Florianópolis/SC, pela prática dos seguintes atos delituosos:

Consta no auto de prisão em flagrante nº 5006475-74.2022.8.24.0064 que o


denunciado Allan Jones Moraes Funes é casado com a vítima Geisa
Nunes Moraes Funes e com ela possui 02 (dois) filhos.
Ocorre que, no dia 02 de abril de 2022, por volta das 14h40min, na
residência conjugal, situada na Rua Maria Manchen de Souza, nº 387,
apartamento nº 402, Bairro Kobrasol, nesta cidade, o denunciado Allan
Jones Moraes Funes, durante discussão a que deu causa, agrediu
fisicamente a vítima Geisa Nunes Moraes Funes, ao empurra-la, joga-la no
chão, rasgar suas roupas e desferir socos em seu rosto, nuca e partes
______________________________________________________________________________________________________________________
Rua Manoel Loureiro, nº 1808 - Ed. Mercury - Bairro Barreiros - CEP: 88.117-331 - São José/SC - Telefone: 48 3288-4513 e 3288-4565
saojose13pj@mpsc.mp.br
1-5
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 19, DENUNCIA1, Página 2

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ
íntimas.
Assim agindo o denunciado Allan Jones Moraes Funes ofendeu a
integridade corporal e saúde da vítima Geisa Nunes Moraes Funes,
causando-lhe as lesões corporais de natureza leve demonstradas nos
registros fotográficos acostados no evento 1 destes autos e descritos no
laudo pericial nº 2022.21.002273.22.002-00 (evento 50 – doc. 27 – autos nº
5006475-74.2022.8.24.0064), quais sejam, "equimoses violáceas
digitiformes em ambos os antebraços; escoriação no cotovelo direito;
equimose vermelha violácea na região mandibular esquerda (hemiface
esquerda)".
Na mesma ocasião, ou seja, no dia 02 de abril de 2022, por volta das
14h40min, na residência conjugal, situada na Rua Maria Manchen de Souza,
nº 387, apartamento nº 402, Bairro Kobrasol, nesta cidade, o denunciado
Allan Jones Moraes Funes, munido com um canivete (auto de exibição e
apreensão – fl. 13 – evento 1 – autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064),
mediante ameaça de que faria mal à vítima Geisa Nunes Moraes Funes,
pois afirmou que ia "fincar-lhe" referido objeto, danificou as roupas que ela
vestia, conforme demonstrado nos registros fotográficos anexos.
De ser salientado que as condutas do denunciado foram baseadas no
gênero da vítima, com a qual ele é casado, restando evidenciado o nexo
entre a violência exercida sobre ela e a relação íntima de afeto existente
entre ambos, situação que se amolda aos anseios protetivos preconizados
do art. 5º da Lei Maria da Penha.
Diante do exposto, incidiu o denunciado Allan Jones Moraes Funes nas
sanções dos artigos 129, § 13 e 163, parágrafo único, inciso I, ambos do
Código Penal, este último crime c/c art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do
mesmo diploma legal, em concurso material e nos moldes do art. 7º, incisos I
e II, da Lei nº 11.340/06, motivo pelo qual o Ministério Público promove a
presente ação penal, requerendo o recebimento da denúncia e a citação do
réu para apresentação de defesa escrita.
Requer, ainda, o prosseguimento do processo, com a oitiva das pessoas
adiante arroladas, até final condenação do acusado, inclusive no que se
refere à reparação dos danos causados, nos termos do art. 387, inciso IV,
do Código de Processo Penal.
Rol de testemunhas/informantes:
a) Geisa Nunes Moraes Funes, vítima, CPF nº 074.004.099-56, qualificada
no evento 1 (fl. 18 – doc. 2 – autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064), que
poderá ser encontrada na Rua Maria Manchen de Souza, nº 387,
apartamento nº 402, Bairro Kobrasol, nesta cidade, telefone nº 48 9
8809-6578;
b) Jean Carlos Adriano, policial militar, CPF nº 064.015.819-64, qualificado
no evento 1 (fl. 24 – doc. 2 - autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064), que
poderá ser encontrado no 7º BPM de São José/SC;
c) Leandro Nunes, policial militar, CPF nº 057.175.609-31, qualificado no
evento 1 (fl. 25 – doc. 2 – autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064), que poderá
ser encontrado no 7º BPM de São José/SC.

Dito isso, o Ministério Público requer o recebimento do presente


aditamento à denúncia e o prosseguimento do feito com a citação do acusado e
designação de audiência de instrução e julgamento para a oitiva das
testemunhas/informantes acima elencadas.
No mais, da análise dos autos e em que pesem os argumentos
trazidos no evento 16, entende o Ministério Público que não há como ser atendido o
pedido de substituição da prisão do réu pelas medidas cautelares previstas no art.
______________________________________________________________________________________________________________________
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saojose13pj@mpsc.mp.br
2-5
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 19, DENUNCIA1, Página 3

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ

319 do Código de Processo Penal.


É que ainda persistem os motivos que ensejaram a decretação da
prisão preventiva do réu, a qual foi corretamente determinada no evento 12 do auto
de prisão em flagrante nº 5006475-74.2022.8.24.0064 (apenso), tendo por base o
disposto nos artigos 312, caput, e 313, inciso I, ambos do Código de Processo
Penal.
Na hipótese vertente, há prova da materialidade e autoria dos
crimes atribuídos ao réu, tanto que ele foi denunciado. E a gravidade da conduta do
acusado deixa evidente que há necessidade da sua segregação cautelar para
garantir a ordem pública e resguardar a integridade da vítima até, pelo menos, a
audiência de instrução e julgamento.
Outrossim, a situação indica que, caso o réu seja solto, há
possibilidade de reiteração criminosa, dada a natureza dos crimes por ele
cometidos, não bastando, para impedi-lo, a concessão de medidas cautelares
diversas da prisão (art. 319 do CPP).
É da jurisprudência:

HABEAS CORPUS. CRIME DE LESÃO CORPORAL QUALIFICADA,


PRATICADA NO ÂMBITO DOMÉSTICO (ART. 129, § 13°, DO CÓDIGO
PENAL). DECISÃO QUE MANTEVE A PRISÃO PREVENTIVA. MENÇÃO
A ELEMENTOS DOS AUTOS QUE DENOTAM A GRAVIDADE CONCRETA
DA CONDUTA. PACIENTE QUE TERIA, EM TESE, PULADO O MURO DA
RESIDÊNCIA DE SUA EX-COMPANHEIRA, E, NA PRESENÇA DA FILHA
DE 11 (ONZE) ANOS, APÓS INICIAR UMA DISCUSSÃO, DESFERIU DOIS
TAPAS NO ROSTO DA VÍTIMA E TENTOU ENFORCÁ-LA, CAUSANDO-
LHES LESÕES CORPORAIS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
NECESSIDADE DA SEGREGAÇÃO PARA GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA E INTEGRIDADE DA OFENDIDA. ADEMAIS, PACIENTE
MULTIRREINCIDENTE NA PRÁTICA DE CRIMES DE VIOLÊNCIA
CONTRA PESSOA, DE FORMA QUE, INCLUSIVE, ENCONTRAVA-SE
CUMPRINDO PENA DEFINITIVA EM REGIME ABERTO NO MOMENTO
DOS FATOS. POSSIBILIDADE DE REITERAÇÃO CRIMINOSA.
PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO VERIFICADO.
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO QUE NÃO SE
MOSTRAM ADEQUADAS AO CASO. WRIT CONHECIDO E ORDEM
DENEGADA. (TJSC, Habeas Corpus Criminal n.
5067576-47.2021.8.24.0000, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel.
Ana Lia Moura Lisboa Carneiro, Primeira Câmara Criminal, j. 27-01-2022).

Ademais, a manutenção da prisão preventiva do réu está amparada,


também, no que determina o art. 313, inciso III, do Código de Processo Penal, uma
vez que os delitos envolvem violência doméstica e familiar contra a mulher e visa

______________________________________________________________________________________________________________________
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3-5
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 19, DENUNCIA1, Página 4

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13ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ

garantir o cumprimento das medidas protetivas de urgência deferidas no evento 30


dos autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064.
Colhe-se da jurisprudência do nosso Tribunal de Justiça:

HABEAS CORPUS. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (147, 129, § 9º, E 150, § 1º,


NA FORMA DO ART. 69, TODOS DO CÓDIGO PENAL, COM
APLICAÇÃO DA LEI N. 11.340/06). PRISÃO EM FLAGRANTE
CONVERTIDA EM PREVENTIVA. SUSTENTADA AUSÊNCIA DE
REQUISITOS PARA A SEGREGAÇÃO. DECISÃO DEVIDAMENTE
MOTIVADA E PRESSUPOSTOS PARA A PRISÃO ESPECIFICADOS.
PACIENTE QUE, EM TESE, APÓS INVADIR A RESIDÊNCIA, AGREDIU A
VÍTIMA E, MESMO NA PRESENÇA DOS POLICIAIS, A AMEAÇOU DE
MORTE. RECEIO DA OFENDIDA DE QUE OCORRAM AGRESSÕES OU
MAL MAIOR A ELA. AUSÊNCIA DE IMPOSIÇÃO DE MEDIDA
PROTETIVA ANTERIOR QUE NÃO IMPEDE A CUSTÓDIA CAUTELAR.
DEMONSTRADA A NECESSIDADE DA SEGREGAÇÃO PARA A
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, EVITANDO-SE A REITERAÇÃO
DELITUOSA E MANTENDO-SE A INTEGRIDADE FÍSICA E
PSICOLÓGICA DA VÍTIMA. ADEMAIS, OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA
CONFIANÇA DO JUIZ. EVENTUAIS PREDICADOS SUBJETIVOS
POSITIVOS DO PACIENTE QUE NÃO OBSTAM A MANUTENÇÃO DA
CUSTÓDIA. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA NÃO VIOLADO.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL INOCORRENTE. ORDEM DENEGADA.
(TJSC, Habeas Corpus (Criminal) n. 4030072-92.2019.8.24.0000, de
Armazém, rel. Alexandre d'Ivanenko, Quarta Câmara Criminal, j.
31-10-2019). (grifo).

Ainda, o fato do réu possuir trabalho fixo, não basta para sua
soltura.
Neste sentido:

HABEAS CORPUS - PRISÃO EM FLAGRANTE CONVERTIDA EM


PREVENTIVA - PRÁTICA, EM TESE, DOS CRIMES PREVISTOS NOS
ARTS. 129, §§ 9º e 11, E 129, §1º, II, E § 10º, AMBOS DO CÓDIGO PENAL
(CP). PROVA DA MATERIALIDADE E INDÍCIOS SUFICIENTES DA
AUTORIA - DECISÃO FUNDAMENTADA NA NECESSIDADE DE
GARANTIR-SE A ORDEM PÚBLICA - CRIME DE LESÃO CORPORAL NO
ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMESTICA - AUSÊNCIA DE OFENSA AO
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE -
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. "Este Supremo
Tribunal assentou que a periculosidade do agente, evidenciada pelo
modus operandi, a gravidade concreta do crime e o risco de reiteração
delitiva são motivos idôneos para a manutenção da custódia cautelar.
Precedentes" (STF, Min. Cármen Lúcia). PRIMARIEDADE, RESIDÊNCIA
FIXA E OCUPAÇÃO LÍCITA - CIRCUNSTÂNCIAS QUE NÃO OBSTAM O
INDEFERIMENTO DO PLEITO DE LIBERDADE PROVISÓRIA.
"Predicados do acusado, tais como primariedade, bons antecedentes e
residência fixa não justificam, por si sós, a revogação da custódia
processual, caso estejam presentes outros requisitos de ordem
objetiva e subjetiva que autorizem a decretação da medida extrema"
(STJ, Min. Laurita Vaz). FIXAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES DO
ART. 319 DO CPP - INSUFICIÊNCIA, NO CASO. "Incabível a aplicação
de cautelares diversas previstas no art. 319 do Código de Processo
Penal quando a segregação encontra-se justificada para acautelar o
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4-5
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 19, DENUNCIA1, Página 5

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13ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ
meio social, diante da gravidade efetiva dos delitos" (STJ, Min. Jorge
Mussi). WRIT CONHECIDO E ORDEM DENEGADA. (TJSC, Habeas Corpus
(Criminal) n. 4002530-02.2019.8.24.0000, de Itapiranga, rel. Getúlio Corrêa,
Terceira Câmara Criminal, j. 12-02-2019). (grifo).

Portanto, entende este Órgão Ministerial que o pleito de revogação


da prisão preventiva formulado pela defesa merece ser indeferido, mantendo-se a
segregação cautelar do acusado Allan Jones Moraes Funes, ao menos até o final
da instrução processual.
De outro norte, considerando a informação de que o réu necessita
de tratamento medicamentoso e diante da notícia de possível instabilidade psíquica,
entende o Ministério Público viável o encaminhamento do acusado ao HCTP ou
médico psiquiatra, para avaliação e, se for o caso, fornecimento da medicação
pertinente à sua condição clínica.

São José, 22 de abril de 2022.

[assinado digitalmente]
LUCIANA ROSA
Promotora de Justiça

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Tipo documento:
DESPACHO/DECISÃO
Evento:
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Data:
26/04/2022 12:53:48
Usuário:
LILIANTELLES - LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
23
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 23, DESPADEC1, Página 1

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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

DESPACHO/DECISÃO

1. Recebo o aditamento da denúncia (ev.19), uma vez que apresentado em tempo


hábil para tanto (antes da instrução do feito - art. 384 do CPP).

2. Recebo a defesa preliminar (ev. 16), na qual o acusado postula pela revogação da
prisão preventiva. Para tanto, refere que é paciente psiquiátrico e que necessita fazer uso de
medicação diariamente. Apontou também que na ocasião de sua prisão ainda não haviam sido
estabelecidas medidas protetivas em seu desfavor.

2.1 - O Ministério Público manifestou-se contrariamente, destacando que a decisão


que decretou a prisão preventiva do acusado reportou-se a gravidade da violência cometida por
esse em desfavor da ofendida. Apontou ainda, que a manutenção da prisão preventiva é medida
necessária a assegurar o regular desenvolvimento do feito “ao menos até o final da instrução
processual”.

Decido.

3 - Compulsando detidamente os autos, constata-se que, após a prisão preventiva do


acusado em 02/04/2022, não sobreveio nenhum elemento capaz de relativizar os fundamentos do
irrecorrido decisum de evento 12 dos autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064. Consigno que na
referida decisão o juízo fez expressa menção ao fato do acusado ser reincidente e já ter
respondido anteriormente por violência doméstica bem como a dinâmica em que se deram os
fatos para fins de motivação do comando de segregação.

3.1 – O alegado uso da elencada medicação não possui, por si só, o condão de alterar
o entendimento emanado pela decisão que decretou a prisão preventiva do acusado. Registro
que o pleito aportou desacompanhado de qualquer declaração subscrita por eventual médico
que faz acompanhamento do acusado ou mesmo, de receituário médico.

3.2 - Assim, verifica-se que neste momento descabida a substituição da segregação


por medidas cautelares. A prisão preventiva do acusado deve ser mantida, para fins de
preservação da integridade física e psíquica da vítima bem como, para garantir-se a devida
instrução do feito.

4 - Diante do exposto, indefiro o pedido de revogação da prisão preventiva do


acusado.

5 - Intime-se o acusado, por seu defensor para em 5 dias se manifestar sobre


o aditamento da denúncia apresentado no ev.19. (rt. 384, §2º, do CPP), podedo
complementar a defesa preliminar no mesmo prazo.

Após voltem-me para admissibilidade da peça.

6. Oficie-se com urgência a unidade prisional para providenciar atendimento


médico ao acusado junto ao HCTP ou ambulatorial, oportunidade em que deverá ser
avaliado se adequado (ou não) o uso da medicação indicada pelo acusado no ev. 16, qual
seja: bromazepam (6mg) 1 , carbonato de lítio (1300mg) 2 e alprazolam (1mg) 3 e/ou qual
eventual tratamento adequado, dando imediato inicio.

7 Intimem-se. Cumpra-se.

São José, 26 de abril de 2022.


Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 23, DESPADEC1, Página 2

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Tipo documento:
DESPACHO/DECISÃO
Evento:
DETERMINADA A INTIMAÇÃO
Data:
16/05/2022 16:07:58
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LILIANTELLES - LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
35
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 35, DESPADEC1, Página 1

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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

DESPACHO/DECISÃO

Ante a ciência e não manifestação da defesa acerca do teor do decisum de ev. 23 (ev.
24 e 32), evoluindo na marcha processual, evidenciados suficientes os indícios de autoria,
materialidade (prova indireta) e potencial tipicidade, à vista das declarações prestadas na etapa
investigatória, a conferir momentâneo amparo à denúncia. Ao revés, inexistem elementos de
prova a autorizar a absolvição sumária prevista no art. 397, do Código de Processo Penal,
soando imprescindível a produção de prova judicial.

Assim, DESIGNO o dia 03 de junho de 2022, às 16 horas, para realização de


audiência de instrução e julgamento.

Intime-se/requisitem-se o acusado e eventuais testemunhas arroladas, observado o


teor da portaria nº 04/2020-GJ, vez que o ato será preferencialmente realizado por
videoconferência.

Saliento que, constatada impossibilidade de participação no ato por meio virtual, será
disponibilizada a sala de audiências do Juizado Especial Criminal, no Fórum de São José/SC, na
mesma data e horário.

De igual modo, intime-se a vítima, solicitando seja informado o contato telefônico e


email para fins de viabilizar a realização do ato pelo meio virtual. Ressalte-se que a ofendida
deverá vir acompanhada de advogado. Caso não possa contratar profissional, dê-se ciência de
que será nomeado defensor pelo Juiz no referido ato, possibilitado contato na ocasião. (art. 27,
Lei 11.340/2006).

Notifique-se o Ministério Público.

São José/SC, 16 de maio de 2022.

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OFÍCIO
Evento:
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO
Data:
16/05/2022 16:26:00
Usuário:
DAIANEROSA - DAIANE DE OLIVEIRA DA ROSA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
38
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 38, OFIC1, Página 1

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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC

OFÍCIO Nº 310027807362

OBJETO: REQUISITO a Vossa Senhoria a apresentação de ALLAN JONES MORAES


FUNES, com o fim de comparecer(em) à audiência designada, visando à instrução do processo
acima identificado.

DATA DA AUDIÊNCIA: 03 de junho de 2022, às 16 horas, para realização de


audiência de instrução e julgamento.

LOCAL: Sala de audiências da unidade judicial, no endereço acima descrito.

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Tipo documento:
MANDADO
Evento:
EXPEDIÇÃO DE MANDADO
Data:
16/05/2022 16:30:53
Usuário:
DAIANEROSA - DAIANE DE OLIVEIRA DA ROSA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
41
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 41, MAND1, Página 1

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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

MANDADO Nº 310027808062

JUIZ DO PROCESSO: Lilian Telles de Sá Vieira - Juiz(a) de Direito



OBJETO: INTIMAÇÃO da(s) pessoa(s) a seguir relacionada(s) para que compareça(m) na audiência designada, na Sala de
Audiências virtual deste Juízo de Direito.
LOCAL: Sala de Audiências virtual da unidade judicial. O link da sala virtual será encaminhado por Whatszapp no dia do ato.
OBS: Em cumprimento a Portaria 04/2020, deverá o Sr(a) Oficial de Justiça solicitar o contato telefônico com whatszapp, para
envio do link da sala virtual, bem como que se possível, questionar se o intimado possui aparelho eletrônico e conexão com a
internet que permita a sua oitiva por videoconferência.
OBS: Caso não reúnam condições de participar do ato pelo meio virtual, será disponibilizada a sala de audiências do Juizado
Especial Criminal, sala 109-C, no Fórum de São José.
Ressalte-se que a ofendida deverá vir acompanhada de advogado. Caso não possa contratar profissional, dê-se ciência de que
será nomeado defensor pelo Juiz no referido ato, possibilitado contato na ocasião. (art. 27, Lei 11.340/2006).
DESTINATÁRIO(S): GEISA NUNES MORAES FUNES,CPF: 074.004.099-56, (48) 988096578, podendo ser encontrado RUA
RUA MARIA MANCHEIN DE SOUZA, 387, AP402 - CAMPINAS - 88102500 - São José (Residencial)
DATA DA AUDIÊNCIA: 03/06/2022 16:00:00

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Combater a violência infantil é um dever de todos, sem
exceção. DENUNCIE! A sua atitude salvará vidas.
Canais de atendimento:
Disque 100 - Disque Direitos Humanos
Disque Denúncia 181 - Polícia Civil
Conselho Tutelar do município
Recomendação CNJ n. 111/2021
Disque 190 - Polícia Militar
WhatsApp Polícia Civil - (48) 98844-0011
Promotorias de Justiça


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Tipo documento:
OFÍCIO
Evento:
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO
Data:
16/05/2022 16:31:51
Usuário:
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Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
42
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 42, OFIC1, Página 1

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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC

OFÍCIO Nº 310027808223

REQUISITA-SE a Vossa Senhoria a apresentação de Jean Carlos Adriano e Leandro


Nunes, com o fim de comparecer(em) à audiência designada para o próximo dia 03/06/2022
16:00:00, na sala de audiência virtual, onde será(ão) ouvido(a)(s) como testemunha(s).

Informo que o link de acesso a sala virtual será encaminhado por contato telefônico
com WhatsApp no dia do ato, para tanto, solicitamos o envio do contato das referidas
testemunhas.

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Tipo documento:
FOTO
Evento:
JUNTADA DE MANDADO CUMPRIDO
Data:
17/05/2022 15:20:04
Usuário:
RODRIGO.RACHADEL - RODRIGO TARGINO RACHADEL
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
50
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 50, FOTO1, Página 1
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Documento 2

Tipo documento:
FOTO
Evento:
JUNTADA DE MANDADO CUMPRIDO
Data:
17/05/2022 15:20:04
Usuário:
RODRIGO.RACHADEL - RODRIGO TARGINO RACHADEL
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
50
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 50, FOTO2, Página 1
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Documento 3

Tipo documento:
FOTO
Evento:
JUNTADA DE MANDADO CUMPRIDO
Data:
17/05/2022 15:20:04
Usuário:
RODRIGO.RACHADEL - RODRIGO TARGINO RACHADEL
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
50
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 50, FOTO3, Página 1
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Documento 4

Tipo documento:
CERTIDÃO
Evento:
JUNTADA DE MANDADO CUMPRIDO
Data:
17/05/2022 15:20:04
Usuário:
RODRIGO.RACHADEL - RODRIGO TARGINO RACHADEL
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
50
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 50, CERT4, Página 1

Poder Judiciário
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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

CERTIDÃO

Certifico que, em cumprimento ao mandado extraídos dos autos mencionados, entrei


em contato com o destinatário através do n. (48) 98809-6578 e, respeitando as orientações de
segurança para cumprimento de mandados durante a pandemia de Covid 19, com respaldo nas
Circulares CGJ ns. 76/2020¹ e 222/2020² que autorizam o cumprimento de citações e intimações
via aplicativo WhatsApp, procedi, por esse meio, a intimação de GEISA NUNES MORAES
FUNES, ocasião em que declarou-se ciente do inteiro teor do mandado, bem como, confirmou o
recebimento da contrafé (printscreen anexo). Dou fé.

¹ Com fulcro nos cuidados que estão sendo observados em todo o território nacional nesse período de pandemia da doença
provocada pelo COVID-19 (coronavírus), orienta-se o primeiro grau de jurisdição a atuar em consonância com as seguintes
ponderações: [...]
(III) procedimento para as exceções: o ato deverá ser feito, regra geral, por videoconferência / forma virtual / meio não
presencial;
Outrossim, igualmente de acordo com o conteúdo exarado no parecer e na decisão pertinentes, importa destacar, na medida
do possível:
(I) a viabilidade, acaso assim entenda o(a) magistrado(a) e sempre em atenção à preservação da essência do ato, da utilização
de meios alternativos (à distância) de comunicação dos atos processuais, com destaque ao aplicativo WhatsApp, ao e-mail e à
ligação telefônica, respeitadas as orientações incidentes; [...]
² Considerando a regra geral de cumprimento remoto dos atos processuais no período de pandemia vivenciado - a ser
igualmente observada, inclusive, quando houver o retorno gradual das atividades presenciais -, bem como os argumentos
jurídicos devidamente expostos no parecer do Juiz Corregedor do Núcleo II - Estudos, Planejamentos e Projetos desta
Corregedoria-Geral da Justiça, são apresentadas, ao Primeiro Grau de Jurisdição, as seguintes orientações: [...]
(a) esfera de aplicação da Circular n. 76/2020-CGJ: a partir da emissão da presente Circular n. 222/2020-CGJ, aquela que lhe
precede (n. 76/2020) será observada, somente, para fins de intimações e demais notificações processuais; [...]

São José, 17 de maio de 2022.

RODRIGO TARGINO RACHADEL

Oficial de Justiça


5006601-27.2022.8.24.0064 310027859297 .V1 rodrigo_rachadel© rodrigo_rachadel
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Documento 1

Tipo documento:
CERTIDÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS
Evento:
JUNTADA DE CERTIDÃO
Data:
25/05/2022 12:19:49
Usuário:
BRUNALIMA - BRUNA RENATA LIMA ALVES
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
52
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 52, CERTANTCRIM1, Página 1

ROL DE INFORMAÇÕES PROCESSUAIS CRIMINAIS E DE MEDIDAS PROTETIVAS DE


URGÊNCIA (LEI MARIA DA PENHA) EM ANDAMENTO

Certifico que, até a presente data, nos registros da base de dados de Processos em Andamento, com relação a:

ALLAN JONES MORAES FUNES


, mãe Marcos Leandro Silva Funes
foram encontrados os seguintes dados:
Nome da Pessoa: ALLAN JONES MORAES FUNES
Data de nascimento: 12/06/1988
Nome da mãe: Marcos Leandro Silva Funes
Nome do pai: Vera Lucia dos Santos Moraes Funes
CPF:
RG:
Alcunha:
Comarca São José
Vara Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Processo 50066012720228240064
Classe Ação Penal - Procedimento Ordinário
Assunto
Capitulação do evento

Local: COMARCA DE SAO JOSE

Emitido por: GRACE DA SILVA MACHADO em 25/05/2022 12:10:33

Ressalto, por oportuno, que o presente relatório


exprime os dados existentes relativos a processos criminais e
processos da classe 1268 - Medidas Protetivas de Urgência (Lei Maria da Penha) Criminais em
andamento na Justiça Estadual do Primeiro Grau de Santa Catarina (Base de dados do Sistema de Automação de
Justiça/SAJ e eproc), exceto os processos que tramitam sob sigilo absoluto ( SAJ ) ou sigilo 5 ( eproc ). Ressalto,
também, que a presente certidão possui caráter meramente informativo, não implicando na existência de condenação
ou concessão de benefícios penais.

_____________________________________________

CHEFE DE CARTORIO / ESCRIVAO

(carimbo e Assinatura)
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(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
TERMO DE AUDIÊNCIA
Evento:
DETERMINADA A INTIMAÇÃO
Data:
03/06/2022 17:27:58
Usuário:
BIANCA.FIGUEIREDO - BIANCA FERNANDES FIGUEIREDO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
58
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 58, TERMOAUD1, Página 1

Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

TERMO DE AUDIÊNCIA

Data: 03 de junho de 2022, às 16 horas


Local: Sala de Audiências do Juizado Especial Criminal e Violência Doméstica de São José.
PRESENÇAS:
Juíza Substituta: Bianca Fernandes Figueiredo
Ministério Público: Luciana Rosa
Réu: Allan Jones Moares Funes
Advogado: Galileu Broering
Vítima e testemunhas: Geisa Nunes Moraes Funes, Jean Carlos Adriano e Leandro Nunes
Assistente de acusação: Eduardo da Rocha Daniel

Aberta a audiência, realizada por videoconferência, constatou-se a presença dos acima


nominados.

Na forma do art. 400 do CPP, foram tomadas as declarações da vítima, acompanhada pelo
assistente judiciário acima designado, nos moldes do art. 27 da LMP, e ouvidas as testemunhas
arroladas.

Ao final, ciente das acusações, o acusado foi interrogado e exerceu o direito constitucional ao
silêncio.

Instadas a manifestarem-se sobre o disposto no art. 402 do CPP, as partes informaram que não
possuem diligências a requerer, estando satisfeitas com a prova produzida.

Na sequência, o Ministério Público apresentou alegações finais orais. Por outro lado, o
Assistente de acusação e a Defesa pediram prazo para ofertá-las por memoriais.

A audiência foi registrada em meio audiovisual, nos termos do art. 241-A do Código de Normas
da Corregedoria Geral da Justiça, incluído pelo Provimento 20, de 07 de agosto de 2009,
destinando-se a gravação única e exclusivamente para instrução processual, sendo
expressamente vedada a sua utilização ou divulgação por qualquer meio, punida na forma da Lei
(art. 20 da Lei n. 10.406/2002), ex vi do art. 241-C da mesma normativa.

Ao final da audiência pela MMa. Juíza foi dito: "Vistos etc. I. Fica o Assistente de acusação e
a Defesa intimados para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentar suas alegações
finais por meio de memoriais, iniciando pelo primeiro. II. Após, venham os autos
conclusos para sentença. III. Presentes intimados." E, para constar, foi determinada a
lavratura do presente termo. Eu, Vitória Fagundes, o digitei, e eu, Grace da Silva Machado,
Chefe do Cartório, o conferi e subscrevi.

Documento eletrônico assinado por BIANCA FERNANDES FIGUEIREDO, Juíza Substituta, na forma do artigo 1º, inciso
III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
eletrônico https://eproc1g.tjsc.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos, mediante o
preenchimento do código verificador 310028653865v7 e do código CRC 07838c75.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): BIANCA FERNANDES FIGUEIREDO
Data e Hora: 3/6/2022, às 17:27:58


5006601-27.2022.8.24.0064 310028653865 .V7
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 58, TERMOAUD1, Página 2
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Documento 1

Tipo documento:
VÍDEO
Evento:
JUNTADA DE ÁUDIO/VÍDEO DA AUDIÊNCIA
Data:
03/06/2022 17:42:38
Usuário:
VITORIAF - VITORIA FAGUNDES
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
59
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Documento 1

Tipo documento:
CERTIDÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS
Evento:
JUNTADA DE PEÇAS DIGITALIZADAS
Data:
07/06/2022 12:32:17
Usuário:
GRACESM - GRACE DA SILVA MACHADO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
61
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 61, CERTANTCRIM1, Página 1
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Documento 1

Tipo documento:
ALEGAÇÕES FINAIS
Evento:
ALEGAÇÕES FINAIS - REFER. AO EVENTO: 60
Data:
15/06/2022 16:16:29
Usuário:
SC055154 - EDUARDO DA ROCHA DANIEL
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
63
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 63, ALEGAÇÕES1, Página 1

AO DOUTO JUÍZO DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E DE VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ/SC

Autos n.º 50066012720228240064

GEISA NUNES MORAES FUNES, já devidamente qualificada, vem, respeito-


samente, à presença de Vossa Excelência, na condição de vítima, por meio de seu Defen-
sor nomeado, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fulcro no art.
403, § 3º, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I – FATOS
Allan Jones Moraes Funes foi denunciado por ter cometido os crimes previstos
nos artigos 129, § 13 e 163, parágrafo único, inciso I, ambos do Código Penal, nos mol -
des do art. 7º, incisos I e II, da Lei nº 11.340/06, sendo preso em flagrante no dia
02/04/2022, convertendo-se a prisão em flagrante em preventiva.
Narra a denúncia que no dia 02 de abril de 2022 o denunciado Allan Jones Mo-
raes Funes, durante discussão a que deu causa, agrediu fisicamente a vítima Geisa Nu -
nes Moraes Funes, ao empurra-la, joga-la no chão, rasgar suas roupas e desferir socos
em seu rosto, nuca e partes íntimas, causando-lhe as lesões corporais. Na mesma ocasi-
ão, o denunciado Allan Jones Moraes Funes, munido com um canivete, mediante ameaça
de que faria mal à vítima Geisa Nunes Moraes Funes, pois afirmou que ia "fincar-lhe" refe -
rido objeto, danificou as roupas da vítima.
A denúncia foi recebida pelo juízo no dia 05/04/2022.
Após, foi apresentada a resposta à acusação (Evento 16).
Realizada a Audiência de Instrução e Julgamento, foram ouvidas a vítima e
duas testemunhas de acusação. Ao final, realizou-se o interrogatório do acusado.
O Ministério Público apresentou alegações finais orais em audiência, requeren-
do a total procedência da denúncia.

____________________________________________________________________________________
E-mail: eduardo_rocha_daniel@hotmail.com – Telefone: (48) 9 9904-1456
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 63, ALEGAÇÕES1, Página 2

Após, o Defensor da vítima, na condição de assistente de acusação, foi intima-


do para apresentar alegações finais por memoriais.
Este é o breve relato dos autos.

II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS
1. DO CRIME DE LESÃO CORPORAL
A materialidade e autoria do delito estão devidamente comprovados nos autos
do Inquérito Policial e ratificados em Audiência de Instrução e Julgamento.
Conforme se observa a vítima até a data de hoje está extremamente abalada.
Ao relatar os fatos ocorridos demonstra temor que o réu venha a cometer novamente ou -
tro crime contra ela.
Além disso, a vítima narra de forma coerente os fatos e as agressões sofridas.
Conforme o seu relato, em Audiência de Instrução e Julgamento, o acusado agrediu ela
jogando-a ao chão, desferindo socos em seu rosto, nuca e partes íntimas.
Destaca-se que os socos desferidos pelo réu foram devidamente comprovados
por meio de laudo pericial, bem como com as fotos juntadas aos autos (evento 1).
Além do mais, os relatos da vítima demonstram a agressividade que o réu pra-
ticou as condutas contra a vítima que estava indefesa.
Soma-se a isso o fato dos relatos dos Policiais Militares que confirmaram as in-
formações de que teriam ocorrido as agressões.
Ainda, o relato em juízo do Policial Militar Jean também traz a informação de
que a mãe do réu confirmou que as agressões já ocorreram outras vezes, não sendo a
primeira vez que o réu agrediu a vítima.
Assim, considerando que a violência se deu no contexto de violência doméstica
e familiar, bem como ficou demonstrado pelos relatos da vítima o menosprezo à condição
de mulher diante das falas e atitudes do réu, requer a condenação do réu pelo art. 129, §
13º, do Código Penal.

2. DO CRIME DE DANO AO PATRIMÔNIO DA VÍTIMA


Inicialmente, a vítima relatou que teve todas as suas roupas destruídas, ficando
apenas com uma calça que estava no corpo (Audiência de Instrução e Julgamento –

____________________________________________________________________________________
E-mail: eduardo_rocha_daniel@hotmail.com – Telefone: (48) 9 9904-1456
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 63, ALEGAÇÕES1, Página 3

Eventos 58-59), tendo, assim, evidente prejuízo financeiro com a destruição do seu patri -
mônio.
Ademais, as fotos juntadas (evento 1) comprovam o dano causado as roupas
da vítima, que em um ato de humilhação e desrespeito foram destruídas pelo réu.
Assim, os relatos e as fotos juntadas aos autos comprovam que existiu o dano
ao patrimônio da vítima. Ainda, o dano é qualificado pela ameaça, pos conforme relato da
vítima, munido com um canivete o réu ameaçou fincar-lhe o objeto e, ato seguinte, e des-
truiu as suas roupas, inclusive as roupas que estavam em seu corpo.
Diante do exposto, requer a condenação do réu pelo art. 163, parágrafo único,
inciso I, do Código Penal, tendo em vista o dano ao patrimônio da vítima que teve todas
as suas roupas destruídas pelo réu.

3. DA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER


Por fim, entende-se, também, ter configurado o delito previsto no art. 147-B do
Código Penal que consiste em violência psicológica contra a mulher.
O art. 147-B do Código Penal prevê em sua redação:

“Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvol-
vimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, cren -
ças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer
outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação”.

Narra a denúncia que o réu agrediu fisicamente a vítima Geisa Nunes Moraes
Funes, ao empurra-la, joga-la ao chão, rasgar suas roupas e desferir socos em seu rosto,
nuca e partes íntimas.
A vítima narrou em seu depoimento em juízo que o réu visando humilhá-la
agrediu batendo em suas partes íntimas. Além disso, rasgou sua roupa e realizou
diversas ameaças. Narrou, ainda, as ridicularizações feitas pelo réu que afirmou que
ninguém iria querer ela, entre outras humilhações. Os relatos também trazem aos autos
os atos de controle e obsessividade do réu para com a vítima.
Assim, se o soco que o réu proferiu no rosto da vítima visava ofender a
integridade física dela, o tapa que o acusado deu em suas partes íntimas visava humilhá-
la.

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E-mail: eduardo_rocha_daniel@hotmail.com – Telefone: (48) 9 9904-1456
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 63, ALEGAÇÕES1, Página 4

Além do mais, ao rasgar as roupas que estavam em seu corpo, bem como a
ridicularização feita pelo réu, comprovam a intenção dele de, além de lesionar a vítima,
causar dano ao patrimônio, humilhá-la e causar ridicularização, configurando o tipo penal
previsto no art. 147-B do Código Penal.
Outrossim, os relatos da vítima em audiência de Instrução e Julgamento
demonstram o dano emocional que ela sofreu, pois, mesmo após meses, ainda
demonstra estar extremamente abalada emocionalmente.
Diante do exposto, requer a condenação do réu pelo delito previsto no art. 147-
B do Código Penal, tendo em vista a violência psicológica que a vítima sofreu com os atos
de humilhação e sofrimento causados pelo réu.

III – DA APLICAÇÃO DA PENA


1. Da pena-base
Inicialmente, requer a exasperação da pena-base diante da circunstância do
crime desfavorável ao réu, tendo em vista que o crime foi cometido na presença dos filhos
da vítima, conforme extrai-se do depoimento dela em audiência de instrução e julgamento
(TJSC, Apelação Criminal n. 0000815-04.2017.8.24.0019, de Concórdia, rel. Antônio Zoldan da Veiga,
Quinta Câmara Criminal, j. 05-12-2019).
Além disso, requer o aumento da pena-base, diante do motivo desfavorável do
delito, pois, conforme o relato da vítima o crime teria sido cometido por motivos de o réu
ter ciúmes dela. Nesse sentido, entende o STJ que “o ciúme é de especial reprovabilidade em
situações de violência de gênero, por reforçar as estruturas de dominação masculina - uma vez que é uma
exteriorização da noção de posse do homem em relação à mulher - e é fundamento apto a exasperar a

pena-base” (AgRg no AREsp 1441372 / GO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL 2019/0035292-1).
Ainda, requer a valoração negativa das consequências do delito fundada nos
abalos psicológicos e nas dores intensas da ofendida, conforme ficou comprovado nos
depoimentos dado pela vítima em juízo (AgRg no AREsp 1441372 / GO AGRAVO REGIMENTAL
NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2019/0035292-1) .

2. Das agravantes
Inicialmente, requer a aplicação da agravante da reincidência, conforme ficou
comprovado na certidão de antecedentes criminais do réu.

____________________________________________________________________________________
E-mail: eduardo_rocha_daniel@hotmail.com – Telefone: (48) 9 9904-1456
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 63, ALEGAÇÕES1, Página 5

No mais, requer a aplicação das agravantes previstas no art. 61, inciso II,
alíneas “e” e “f”, pois o crime foi cometido contra o cônjuge, bem como prevalecendo-se
de relações domésticas e com violência contra a mulher na forma da lei específica.

3. Do regime inicial para o cumprimento da pena


No regime inicial de cumprimento de pena, considerando que o réu é
reincidente e tendo em vista que a determinação do regime inicial de cumprimento da
pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 do Código Penal e este é
desfavorável, requer seja aplicado o regime inicial para o cumprimento da pena o
fechado.

4. Do valor mínimo fixado a título de indenização


Considerando o extremo abalo emocional que a vítima sofreu em razão do
crime cometido pelo réu, é cabível neste caso a fixação de valor mínimo como
indenização.
Destaca-se que além do dano moral a vítima sofreu considerável dano
material, consistente na perda de todas as suas roupas que foram destruídas pelo réu.
Assim, requer seja fixado valor justo para a reparação dos danos causados
pela infração, considerando os prejuízos sofridos pela vítima, nos termos do art. 387, inc.
IV, do Código de Processo Penal, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça
(Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de
valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou da parte
ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória. STJ. 3ª
Seção. REsp 1.643.051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/02/2018).

IV – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - DEFENSOR NOMEADO PARA A


VÍTIMA
Considerando a atuação deste Defensor dativo no papel de assistente de
acusação, em favor da vítima e levando em consideração a situação excepcional e as
especificidades, bem como o trabalho exercido com zelo e atenção, seja na audiência de
instrução e julgamento, seja nas alegações finais, requer a fixação de valores arbitrados a
título de honorários advocatícios nos termos do art. 8º, § 4º da Resolução do Conselho da
Magistratura.

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E-mail: eduardo_rocha_daniel@hotmail.com – Telefone: (48) 9 9904-1456
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 63, ALEGAÇÕES1, Página 6

V – REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer o recebimento da presente peça, bem como:
a) a condenação do réu Allan Jones Moraes Funes pelos crimes previstos nos
artigos 129, § 13º, 147-B, 163, parágrafo único, inciso I, todos do Código Penal, nos
moldes do art. 7º, incisos I e II, da Lei Maria da Penha.
b) a exasperação da pena base diante da circunstância, motivos e
consequências do crime serem desfavoráveis ao réu, pois, o crime foi cometido na
presença dos filhos da vítima, por motivos de o réu ter ciúmes da vítima, bem como diante
das consequências do delito fundada nos abalos psicológicos e nas dores intensas da
vítima, conforme ficou demonstrado nos autos, em especial em seu depoimento em juízo.
c) a aplicação da agravante da reincidência e das agravantes previstas no art.
61, inciso II, alíneas “e” e “f”, pois o crime foi cometido contra o cônjuge, bem como
prevalecendo-se de relações domésticas e com violência contra a mulher na forma da lei
específica.
d) a aplicação do regime inicial fechado, diante da reincidência do réu e as
circunstâncias judiciais desfavoráveis.
e) a fixação de valor mínimo para a compensação do dano moral e material
sofrido pela vítima.
f) a fixação dos honorários advocatícios para este Defensor dativo que atuou
neste processo em favor da vítima.

Nesses termos,
Requer deferimento.

São José/SC, 15 de junho de 2022.

EDUARDO DA ROCHA DANIEL


OAB/SC n.º 55154

____________________________________________________________________________________
E-mail: eduardo_rocha_daniel@hotmail.com – Telefone: (48) 9 9904-1456
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Documento 1

Tipo documento:
ALEGAÇÕES FINAIS
Evento:
ALEGAÇÕES FINAIS - REFER. AO EVENTO: 64
Data:
27/06/2022 09:48:28
Usuário:
SC064553 - GALILEU BROERING
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
66
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 66, ALEGAÇÕES1, Página 1

Ao Juízo do Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca


de São José

Autos nº 5006601-27.2022.8.24.0064

Allan Jones Moraes Funes, já qualificado nos autos, devidamente assistido por seu
defensor dativo, vem apresentar alegações finais por memoriais, conforme artigo 403, §
3º, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

Relato processual

O réu foi denunciado pelos crimes previstos nos artigos 129, § 13 e 163,
parágrafo único, inciso I, ambos do Código Penal.

Feito aditamento à denúncia, foi apresentada resposta à acusação, e, por fim, a


denúncia foi recebida.

Realizada a Audiência de Instrução e Julgamento, foram ouvidas a vítima, duas


testemunhas de acusação e o réu.

Na audiência de instrução o Ministério Público apresentou alegações finais orais


em audiência, requerendo a total procedência da denúncia.

O defensor da vítima apresentou alegações finais por memoriais.

É o breve relato dos autos.

Direito

Lesão corporal e Dano ao patrimônio

Dos autos do inquérito policial (ev. 50 - 50064757420228240064) percebe-se que


existem dois laudos periciais - um feito na suposta vítima e outro feito no Réu.

Nos laudos consta que há ofensa à integridade corporal das duas partes, tanto
Geisa, quanto Allan. E dos relatos de ambos, não é possível saber como começou a
briga, pois os dois vão em sentidos opostos.

Soma-se a isso que as únicas testemunhas policiais não souberam dizer como de
fato ocorreram os fatos, uma vez que quando chegaram a porta estava trancada.

A mãe de Allan estava na casa e era a única testemunha que poderia dizer o que
realmente aconteceu. Segundo o policial ela disse apenas que as brigas entre o casal
eram frequentes, sendo que ela sequer foi levada para a Delegacia para prestar
depoimento.

Desta forma, há uma incerteza sobre como realmente deram-se os fatos, já que
ambos detinham lesões corporais de ordem mecânica, maneira pela qual não se sabe
quem estava de fato se defendendo e quem estava sendo atacado.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 66, ALEGAÇÕES1, Página 2

Não se olvida que a palavra da vítima merece ser ouvida, porém não houve
nenhum outro testemunho que corrobore o que por ela foi dito. Os policiais não viram
os fatos, o réu disse que ela o prendeu dentro de casa e que ele estaria se defendendo,
ao passo que a terceira pessoa que estava em casa disse que as brigas eram recorrentes.

Isto é, ninguém corroborou com o testemunho da suposta vítima, de modo que


não se sabe o que realmente aconteceu.

Não destoa o entendimento deste Egrégio Tribunal Catarinense, que quando em


caso semelhante, havendo lesões corporais recíprocas, sem prova de quem iniciou de
fato as lesões, deve-se decidir a questão em favor do réu, a partir da aplicação do in
dubio pro reo.
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA MAJORADA, LESÃO CORPORAL,
AMEAÇA E E FURTO MAJORADO PELO REPOUSO NOTURNO E QUALIFICADO PELO
ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO E CONCURSO DE AGENTES (ARTS. 288, PARÁGRAFO ÚNICO,
129, CAPUT, 147, CAPUT, E 155, § 1º E § 4º, I E IV, TODOS DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA
DE IMPROCEDÊNCIA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. PEDIDO DE CONDENAÇÃO DO
RÉU QUANTO AOS CRIMES DESCRITOS NA EXORDIAL. INVIABILIDADE. 1. CRIME DE
LESÃO CORPORAL. CONJUNTO PROBATÓRIO INSUFICIENTE. EXISTÊNCIA DE
LESÕES CORPORAIS RECÍPROCAS. TODAVIA, NÃO EVIDENCIADO QUEM TERIA
DADO INÍCIO ÀS AGRESSÕES. VERSÕES DISTINTAS ACERCA DA MOTIVAÇÃO DO
CONFRONTO. DÚVIDA QUE DEVE BENEFICIAR O RÉU. (...) MANUTENÇÃO DO
PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO. SENTENÇA INALTERADA. ABSOLVIÇÃO PRESERVADA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Criminal n. 5056995-
98.2021.8.24.0023, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Ana Lia Moura Lisboa
Carneiro, Primeira Câmara Criminal, j. 16-12-2021).

Assim, haveria incerteza em uma eventual condenação do réu pelo crime de lesão
corporal.

Ao passo que neste mesmo viés não se sabe como ocorreram os eventuais danos
às roupas que teriam sido rasgadas, já que os policiais não viram o acusado com a faca
à qual teria sido usada para rasgar as vestimentas. O policial Gean sequer lembrava
como a faca havia sido levada para a delegacia.

Logo, pede-se a absolvição do acusado pelos crimes feitos na denúncia e aqui


debatidos.

Acusação de violência psicológica

O assistente de acusação em suas alegações finais por meio de argumentos pediu


a condenação também pelo crime de violência psicológica contra a mulher (art. 147-B,
do CP). No entanto, este pedido vem após a fase de instrução e julgamento, de forma a
inovar a denúncia, e sem que houvesse a possibilidade que o réu se defendesse desta
acusação.

Caso haja o entendimento de que os fatos descritos na denúncia, ou mesmo nos


testemunhos prestados em juízo, ensejam nova definição jurídica do fato, o
procedimento correto a ser feito seria que o Ministério Público pedisse o aditamento,
com o consequente pedido de que seja procedida nova audiência de instrução com
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 66, ALEGAÇÕES1, Página 3

possibilidade inclusive de que as partes possam arrolar novas testemunhas, conforme


manda o art. 384 e seus parágrafos do CPP1.

Assim, pede-se que o pedido para condenação do acusado pelo crime do art.
147-B, do CP, não seja sequer recebido, haja vista total incongruência com o momento
processual, como também com a atribuição do assistente de acusação.

Pedidos

Pede a absolvição do acusado pelo in dubio pro reo, conforme art. 386, inc. VI e
VII, uma vez que não há provas que sustentem a versão apresentada pelo Ministério
Público. Ademais, requer que o pedido para condenação pelo art. 147-B, do CP, não seja
recebido, e se recebido, seja aberto prazo para manifestação e data para nova audiência
de instrução e julgamento.

Caso a absolvição pelo in dubio pro reo não seja o entendimento deste Juízo, de
maneira subsidiária, requer a absolvição imprópria (art. 386, inc. III, do CPP), uma vez
que o acusado é portador de esquizofrenia paranoide e não havia tomado nenhum de
seus remédios no dia dos acontecimentos, de maneira que, conforme o relato do policial
Gean, o acusado estava alterado, nervoso e ofegante. Com a absolvição imprópria pede-
se que sejam aplicadas medidas de segurança ao réu, que visem tanto à proteção da
suposta vítima, quanto a sua proteção em virtude de seu quadro psiquiátrico.

Por fim, se este não for o entendimento do Juízo, pede-se que as penas sejam
aplicadas no mínimo legal, bem como seja aplicada a atenuante inominada (art. 66, CP),
uma vez que o acusado é portador de esquizofrenia paranoide que o faz sofrer de
diversos abalos psíquicos dificultando demasiadamente sua convivência em sociedade.
Uma condenação dificultaria ainda mais sua convivência no seio da sociedade.

Pede-se também a justiça gratuita do acusado, com base nos documentos já


juntados no evento 16, quando do primeiro pedido de justiça gratuita.

Florianópolis, 27 de junho de 2022.

Galileu Broering
OAB/SC 64.553

1
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de
prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo
em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. § 1o Não procedendo o órgão do
Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. § 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5
(cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação
da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. §
3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste artigo. § 4o Havendo aditamento, cada parte
poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do
aditamento. § 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
PÁGINA DE SEPARAÇÃO
(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
DESPACHO/DECISÃO
Evento:
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Data:
29/06/2022 14:58:07
Usuário:
LILIANTELLES - LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
69
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 69, DESPADEC1, Página 1

Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

DESPACHO/DECISÃO

Trata-se de ação penal pública em que o Ministério Público de Santa Catarina


Catarina atribui ao réu Allan Jones Moraes Funes a prática, em tese, dos crimes descritos
no art. 129, § 13 e no art. 163, parágrafo único, inciso I, ambos do Código Penal, este último com
a incidência do art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do mesmo Diploma Legal, em concurso
material (art. 69, Código Penal), os quais teriam sido perpetrados no contexto do art. 7º, incisos
I e II, da Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha (eventos 1 e 19).

Depois de todo o processado e encerrada a instrução criminal, a representante do


Ministério Público propugnou pela condenação do réu pela prática dos crimes descritos na
denúncia (evento 58), o que foi secundado pela assistente da acusação (evento 63).

Por sua vez, a defesa do acusado também apresentou as suas alegações finais. Em
resumo, além de sustentar acerca da insuficiência probatória, argumentou que o acusado é
portador de esquizofrenia paranóide e que não havia feito uso dos seus medicamentos no dia do
episódio, razão pela qual rogou pela absolvição imprópria do réu, com a adoção de medidas de
segurança (evento 66).

É o breve relato.

DECIDO.

1) Da necessidade de apuração do comprometimento psíquico do acusado


(art. 149, Código de Processo Penal).

É necessária a reabertura da instrução criminal.

Sem rodeios, vislumbra-se dos autos indicativos de possível afetação mental do


acusado ao tempo do crime, capaz de subtrair seu entendimento sobre os fatos apurados e,
nessa conformidade, impactar no deslinde do processo penal.

Não obstante articulado e compreensivo acerca das acusações, o réu, desde a sua
prisão em flagrante, seja perante a autoridade policial (auto de prisão em flagrante) e judiciária
(audiência de custódia), reverberou que fazia tratamento psiquiátrico, era portador de
esquizofrenia paranóide e bipolaridade afetiva e que havia sido submetido a várias internações
no Instituto Psiquiátrico São José. Inclusive, na audiência de custódia, pontuou que não havia
feito uso da medicação controlada no dia dos fatos, o que teria acarretado na sua alteração de
humor (evento 1 - VÍDEO7; evento 12 - VÍDEO2, autos apensos n. 5006475-74.2022.8.24.0064).

Em juízo, o acusado reservou-se a dizer que, no dia do episódio, não havia feito uso de
seus medicamentos e, por isso, enfrentou surto psicótico (eventos 58 e 59), o que culminou com
o pleito de absolvição imprópria formulado pela defesa (evento 66).

Desse modo, resta necessária a aferição do quadro psíquico do acusado ao tempo do


crime, isso para fins de análise quanto a sua imputabilidade penal.

Ex officio, por haver fundada dúvida a respeito da integridade mental do réu, reabro
a instrução criminal e, por consequência, determino a instauração de incidente
de insanidade mental do acusado, nos termos do art. 149 do Código de Processo Penal.

Outrossim, determino a suspensão do curso do processo penal, a teor do


disposto no art. 149, § 2º, do Código de Processo Penal.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 69, DESPADEC1, Página 2
A propósito, lembra a doutrina:

"Importante ressaltar que, a despeito de o art. 149, § 2º, do CPP, prever


a suspensão do processo, nada diz a Lei acerca da prescrição, que não tem seu curso
suspenso ou interrompido em virtude da instauração do incidente de
insanidade mental. Ademais, só haverá suspensão do processo penal" (LIMA, Renato
Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 7. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p.
1.223).

Por oportuno, deixa-se de determinar a formação de novo fólio, em que pese


disciplina normativa contrária (art. 153, Código de Processo Penal), em atenção aos princípios
da economia e celeridade processual.

Em prol dos interesses do acusado, designo como seu curador o advogado Galileu
Broering - OAB/SC n. 64.553, que deverá declarar acerca da aceitação do múnus e,
querendo, indicar quesitos e apresentar documentação clínica correlata ao acusado, se assim
entender necessário.

Com urgência, até por se tratar de réu preso, oficie-se ao Hospital de Custódia e
Tratamento Psiquiátrico (HCTP) para que designe dia e data para realização do exame.

Para subsidiar a feitura do exame, compartilhe-se acesso dos autos deste


processo penal e dos autos apensos de n. 5006475-74.2022.8.24.0064.

Notifique-se o representante ministerial.

O processo deverá alocado no localizador próprio.

Cumpra-se, com urgência (réu preso).

2) Da revisão acerca de necessidade de manutenção da prisão preventiva (art.


316, parágrafo único, Código de Processo Penal).

A propósito, dispõe o Código de Processo Penal, com redação dada pela Lei n.
13.964/2019:

"Art. 316.

[....]

Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da


decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias,
mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar
a prisão ilegal".

Registre-se que o acusado está segregado preventivamente há 88 (oitenta e oito) dias.


Por isso, em razão da vindoura superveniência do lapso temporal previsto no art. 316, parágrafo
único, CPP, cabe revisar a necessidade de manutenção da custódia cautelar, até mesmo
porquanto reaberta a instrução criminal para a apuração da integridade psíquica do acusado ao
tempo do crime.

Insta rememorar que o acusado foi preso em flagrante delito no dia 02/04/2022,
sendo que a respectiva prisão restou convertida em preventiva em sede de audiência de custódia
(evento 12 - TERMOAUD1, autos n. 5006475-74.2022.8.24.0064).

No entanto, apesar do tempo transcorrido, as razões que ensejaram a segregação


preventiva ainda subsistem.

O réu é reincidente específico (evento 61) e há de ser levado em consideração o seu


descontrole emocional no momento dos fatos, máxime diante do quadro de instabilidade
psíquica. Existem indicativos de que o acusado é esquizofrênico e portador de bipolaridade, o
que torna incerta a confiança deste Juízo com o seu comportamento e compromisso com o
cumprimento das ordes judiciais.

Nessa senda, não soa suficiente ao acautelamento da vítima a adoção de medidas


protetivas de urgência e cautelares diversas da segregação.

Outro fator importante a não ser olvidado é o amedrontamento da vítima durante a


sua oitiva judicial. Salientou que tem medo de que o acusado possa fazer algum mal a ela,
retrato, quiçá, do grave quadro de violência doméstica enfrentado pela ofendida.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 69, DESPADEC1, Página 3
Com efeito, não há outra medida jurídica a ser adotada senão manter o
encarceramento cautelar do acusado, mormente até a prolação da sentença, quando novamente
será feita a reanálise acerca da necessidade da manutenção da medida extrema.

Ante o exposto, mantenho a prisão preventiva do acusado Allan Jones Moraes


Funes, porque ainda presentes os motivos da decisão judicial que converteu a prisão em
flagrante em preventiva (evento 12 - TERMOAUD1, autos n. 5006475-74.2022.8.24.0064),
forte no arts. 312, caput, e 313, inciso I, ambos do Código de Processo Penal, e em atenção ao
disposto no art. 316, parágrafo único, do mesmo Diploma Legal.

Intimem-se.

Cumpra-se a deliberação supra, com urgência (réu preso).

São José/SC, 29 de junho de 2022.

Documento eletrônico assinado por LILIAN TELLES DE SA VIEIRA, Juíza de Direito, na forma do artigo 1º, inciso III, da
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Signatário (a): LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Data e Hora: 29/6/2022, às 14:58:7


5006601-27.2022.8.24.0064 310029774923 .V26
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Documento 1

Tipo documento:
PETIÇÃO
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 70
Data:
04/07/2022 22:12:45
Usuário:
SC064553 - GALILEU BROERING
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
80
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 80, PET1, Página 1

Ao Juízo do Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São


José – SC

Autos nº 5006601-27.2022.8.24.0064

Allan Jones Moraes Funes, já qualificado nos autos, vem por meio de seu
advogado dativo, apresentar resposta à decisão interlocutória de evento 69.

Primeiro apresentam-se os quesitos a serem feitos ao Perito Judicial que venha


a ser designado por este Juízo.

• Queira o Sr. Perito identificar o número do processo e a especialidade médica da


perícia, assim como os exames médicos eventualmente apresentados?
• O acusado possui algum sintoma de delírio, alucinações ou fala desorganizada?
• O réu possui comportamento desorganizado ou sintomas negativos como
apatia/depressão?
• O réu é ou foi portador de doença física ou mental? Qual? Se possível, indicar o
CID e os sintomas do DSM5;
• Sendo portador de alguma doença, é possível estimar se essas estão perdurando
por mais 6 meses?
• Caso ele não manifeste algum dos sintomas, ele está dentro do espaço de tempo
pródromo?
• Caso o réu seja portador de alguma doença, por favor, descrever as suas
limitações mentais ou físicas que são impostas pela doença;
• Sendo o réu portador de doença, essa gera algum impedimento ou dificuldade
para o seu convívio social? Ela pode gerar alterações de humor?
• Caso seja o acusa portador de doença, há alguma medicação indicada para o
quadro clínico apresentado que eventualmente ajudá-lo-ia a ter uma qualidade
de vida melhor?
• A capacidade da parte acusada a impede de praticar atos da vida diária
(incapacidade para a vida independente)?
• Em razão de sua enfermidade o réu necessita de permanente cuidados médicos,
sejam eles psiquiátricos, psicológicos ou qualquer outro? Poderia, por gentileza,
especificar os cuidados.

Esses são os quesitos.

Por fim, o advogado dativo aceita o papel de curador do Acuado no presente


processo.

Pede deferimento e apresentação dos quesitos ao Perito.

Florianópolis/SC, 04 de julho de 2022.

Galileu Broering
OAB/SC 64.553
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Documento 1

Tipo documento:
OFÍCIO
Evento:
JUNTADA DE CERTIDÃO - TRASLADO DE PEÇAS DO PROCESSO
Data:
05/07/2022 19:43:29
Usuário:
GRACESM - GRACE DA SILVA MACHADO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
81
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 81, OFIC1, Página 1

(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
OFÍCIO
Evento:
PETIÇÃO
Data:
04/07/2022 17:50:40
Usuário.:
UEX05999239974 - LUIZA CAROLINE FERRAZZA DIAS ANTUNES - UNIDADE EXTERNA.
Processo:
5006475-74.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
57
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064,
5006475-74.2022.8.24.0064/SC,
Evento
Evento
81, 57,
OFIC1,
OFIC1,
Página
Página
2 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÂO PRISIONAL E SOCIOEDUCATIVA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA PENAL
HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTOPSIQUIÁTRICO
GERÊNCIA TÉCNICO JURÍDICO

Ofício nº: 1805/2022/SAP/DPP Florianópolis, 04 de julho de 2022


Autos nº: 5006475-74.2022.8.24.0064

Senhor (a) Juíz(a),

Em atenção à solicitação referente aos autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064, vimos


informar que a Perícia de Sanidade Mental do acusado Allan Jones Moraes Funes, foi agendada
para o dia 04/08/2022 (quinta-feira) às 09:00h, em regime ambulatorial, nesta unidade.
Solicitamos que a unidade prisional seja oficiada com urgência.

Respeitosamente,

(assinatura digital)
Guilherme Soares
Mat 957.061-6-03
Setor Jurídico HCTP

A (o) Senhor (a)


Juiz (a) de Direito
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica
Comarca de São José – SC

DEPARTAMENTO DE POLÍCIA PENAL DE SANTA CATARINA


Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico- HCTP
Rua Delminda Silveira, n.º 960 – Bairro Agronômica – CEP 88025-500 – Florianópolis/SC
Fone: (48) 3665 -9189 / e-mail: sanidade@deap.sc.gov.br
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Documento 1

Tipo documento:
INFORMAÇÃO
Evento:
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO
Data:
06/07/2022 13:23:01
Usuário:
LILIANTELLES - LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
85
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 85, INF1, Página 1

Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

EXAME PERICIAL DE SANIDADE MENTAL


a) Identificação do periciado:

Nome: ALLAN JONES MORAES FUNES


Endereço residencial: Atualmente recolhido na Casa do Albergado de Florianópolis/SC
Data de nascimento: 12/06/1988
Número do CPF: 00376233974

b) Quesitos do Juízo:

1 - O periciado sofre de algum distúrbio psiquiátrico?


2 - Caso afirmativo, de que espécie?
3 - Desde que época?
4 - Causa a incapacidade para todos os atos?
5 - O periciado, por doença mental, era ao tempo da infração inteiramente incapaz de entender o
caráter criminoso do fato?
6 - O periciado, por doença mental, era ao tempo da infração inteiramente incapaz de se
determinar de acordo com esse entendimento?
7 - O periciado, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era ao tempo da infração
inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato?
8 - O periciado, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era ao tempo da infração
inteiramente incapaz de se determinar de acordo com esse entendimento?
9 - O periciado, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não possuía ao tempo da
infração a plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato?
10 - O periciado, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não possuía ao tempo da
infração a plena capacidade de se determinar de acordo com esse entendimento?
11 - O periciado, por perturbação da saúde mental, não possuía ao tempo da infração a plena
capacidade de entender o caráter criminoso do fato?
12 - O periciado, por perturbação da saúde mental, não possuía ao tempo da infração a plena
capacidade de se determinar de acordo com esse entendimento?
13 - Há necessidade de tratamento?
14 - Qual a espécie de tratamento?
15 - Qual o prognóstico?
16 - Pode ser considerado perigoso o periciado porque a sua personalidade e antecedentes bem
como os motivos e circunstâncias do crime autorizam a suposição de que venha ou torne a
delinquir?
17 - Quais as recomendações e conclusões finais?

Documento eletrônico assinado por LILIAN TELLES DE SA VIEIRA, Juíza de Direito, na forma do artigo 1º, inciso III, da
Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
eletrônico https://eproc1g.tjsc.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos, mediante o
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Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): LILIAN TELLES DE SA VIEIRA
Data e Hora: 6/7/2022, às 13:23:1


5006601-27.2022.8.24.0064 310030106954 .V2
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Documento 1

Tipo documento:
PARECER/PROMOÇÃO/MANIFESTAÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 83
Data:
06/07/2022 15:43:15
Usuário:
WS-MPSIG - WS-MPSIG - USUARIO DE INTEGRACAO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
87
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 87, PROMOÇÃO1, Página 1

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª Promotoria de Justiça da Comarca de São José

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO


ESPECIAL CRIMINAL E DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA DE SÃO
JOSÉ/SC
PRESO

Autos nº 5006601-27.2022.8.24.0064
SIG nº 08.2022.00120805-3

Trata-se de Ação Penal ajuizada contra Allan Jones Moraes Funes


pela prática dos crimes previstos nos artigos 129, § 13 e 163, parágrafo único, inciso
I, ambos do Código Penal, este último crime c/c art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do
mesmo diploma legal, em concurso material e nos moldes do art. 7º, incisos I e II, da
Lei nº 11.340/06, em face de Geisa Nunes Moraes Funes.
Ciente da decisão do evento 80.
No mais, este Órgão Ministerial exara o seu ciente acerca da
certidão do evento 85 e informa que não há quesitos suplementares a indicar.

São José, 06 de julho de 2022.

[assinado digitalmente]
LUCIANA ROSA
Promotora de Justiça

______________________________________________________________________________________________________________________
Rua Manoel Loureiro, nº 1808 - Ed. Mercury - Bairro Barreiros - CEP: 88.117-331 - São José/SC - Telefone: 48 3288-4513 e 3288-4565
saojose13pj@mpsc.mp.br
1-1
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Documento 1

Tipo documento:
OFÍCIO
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 73
Data:
11/07/2022 15:17:30
Usuário:
UEX07106004960 - ISABELA DA CUNHA BRONAUT
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
92
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 92, OFIC1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÂO PRISIONAL E SOCIOEDUCATIVA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA PENAL
HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTOPSIQUIÁTRICO
GERÊNCIA TÉCNICO JURÍDICO

Ofício nº: 1805/2022/SAP/DPP Florianópolis, 04 de julho de 2022


Autos nº: 5006475-74.2022.8.24.0064

Senhor (a) Juíz(a),

Em atenção à solicitação referente aos autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064, vimos


informar que a Perícia de Sanidade Mental do acusado Allan Jones Moraes Funes, foi agendada
para o dia 04/08/2022 (quinta-feira) às 09:00h, em regime ambulatorial, nesta unidade.
Solicitamos que a unidade prisional seja oficiada com urgência.

Respeitosamente,

(assinatura digital)
Guilherme Soares
Mat 957.061-6-03
Setor Jurídico HCTP

A (o) Senhor (a)


Juiz (a) de Direito
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica
Comarca de São José – SC

DEPARTAMENTO DE POLÍCIA PENAL DE SANTA CATARINA


Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico- HCTP
Rua Delminda Silveira, n.º 960 – Bairro Agronômica – CEP 88025-500 – Florianópolis/SC
Fone: (48) 3665 -9189 / e-mail: sanidade@deap.sc.gov.br
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Documento 1

Tipo documento:
LAUDO
Evento:
PETIÇÃO
Data:
11/08/2022 13:50:02
Usuário:
UEX07106004960 - ISABELA DA CUNHA BRONAUT
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
105
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 1
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 2
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 3
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 4
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 5
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 6
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 7
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 8
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 9
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 105, LAUDO1, Página 10
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(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
PARECER/PROMOÇÃO/MANIFESTAÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 106
Data:
11/08/2022 18:45:21
Usuário:
WS-MPSIG - WS-MPSIG - USUARIO DE INTEGRACAO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
108
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 108, PROMOÇÃO1, Página 1

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª Promotoria de Justiça da Comarca de São José

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO


ESPECIAL CRIMINAL E DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA DE SÃO
JOSÉ/SC
PRESO

Autos nº 5006601-27.2022.8.24.0064
SIG nº 08.2022.00120805-3

Trata-se de Ação Penal ajuizada contra Allan Jones Moraes Funes


pela prática dos crimes previstos nos artigos 129, § 13 e 163, parágrafo único, inciso
I, ambos do Código Penal, este último crime c/c art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do
mesmo diploma legal, em concurso material e nos moldes do art. 7º, incisos I e II, da
Lei nº 11.340/06, em face de Geisa Nunes Moraes Funes.
Verifica-se que o laudo de sanidade mental do réu juntado no
evento 105 atesta que ele não apresenta qualquer alteração de comportamento ou
cognição que se encaixe nos critérios diagnósticos da CID 10, bem como que ele
apresentava, à época dos fatos, capacidade de entendimento dos seus atos e
capacidade de se determinar de acordo com esse entendimento, sendo, portanto,
imputável.
Desta forma, o Ministério Público ratifica as alegações finais
apresentadas na audiência do evento 58, a fim de que seja julgada procedente a
denúncia para que o acusado seja condenado às sanções cabíveis pela prática dos
delitos descritos no art. 129, § 13, c/c art. 61,inciso I, ambos do Código Penal e do
art. 163, parágrafo único, inciso I, c/c art. 61, incisos I e II, alíneas "e" e "f", do
Código Penal, em concurso material e nos moldes do art. 7º, incisos I e II, da Lei nº
11.340/06.
São José, 11 de agosto de 2022.

[assinado digitalmente]
LUCIANA ROSA
Promotora de Justiça

______________________________________________________________________________________________________________________
Rua Manoel Loureiro, nº 1808 - Ed. Mercury - Bairro Barreiros - CEP: 88.117-331 - São José/SC - Telefone: 48 3288-4513 e 3288-4565
saojose13pj@mpsc.mp.br
1-1
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Documento 1

Tipo documento:
PETIÇÃO
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 110
Data:
22/08/2022 01:09:21
Usuário:
SC055154 - EDUARDO DA ROCHA DANIEL
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
112
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 112, PET1, Página 1

AO DOUTO JUÍZO DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E DE VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ/SC

Autos n.º 50066012720228240064

GEISA NUNES MORAES FUNES, já devidamente qualificada, vem, respeito-


samente, à presença de Vossa Excelência, na condição de vítima, por meio de seu Defen-
sor dativo nomeado pelo juízo, informar o que segue:

Ciente do laudo de sanidade mental juntado aos autos no evento 105, requer a
continuidade do feito com a procedência da denúncia e a ratificação das alegações finais
já apresentadas, com a devida condenação do acusado, tendo em vista que ele era intei -
ramente capaz de entender o caráter ilícito dos seus atos à época dos fatos.

Nesses termos,
Requer deferimento.

São José/SC, 22 de agosto de 2022.

EDUARDO DA ROCHA DANIEL


OAB/SC n.º 55154

____________________________________________________________________________________
E-mail: eduardo_rocha_daniel@hotmail.com – Telefone: (48) 9 9904-1456
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Documento 1

Tipo documento:
ALEGAÇÕES FINAIS
Evento:
ALEGAÇÕES FINAIS - REFER. AO EVENTO: 109
Data:
29/08/2022 18:02:53
Usuário:
SC064553 - GALILEU BROERING
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
114
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 114, ALEGAÇÕES1, Página 1

Ao Juízo do Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São


José

Autos nº 5006601-27.2022.8.24.0064

Allan Jones Moraes Funes, já qualificado nos autos, devidamente assistido por seu
defensor dativo, vem apresentar alegações finais.

Relato fático e processual

O réu foi denunciado pelos crimes previstos nos artigos 129, § 13 e 163,
parágrafo único, inciso I, ambos do Código Penal.

Feito aditamento à denúncia, foi apresentada resposta à acusação, e, por fim, a


denúncia foi recebida.

Realizada a Audiência de Instrução e Julgamento, foram ouvidas a vítima, duas


testemunhas de acusação e o réu.

Na audiência de instrução o Ministério Público apresentou alegações finais orais


em audiência, requerendo a total procedência da denúncia.

O defensor da vítima apresentou alegações finais por memoriais.

Reaberta a instrução para que fosse feito laudo no Acusado, voltam os autos para
alegações finais.

É o breve relato dos autos.

Lesão corporal e dano ao patrimônio

Conforme depreende-se do evento 50 do inquérito policial


(50064757420228240064), foram feitos dois laudos periciais – um na suposta vítima e
outro no Acusado.

O perito chega à conclusão em seu laudo que há ofensa à integridade física das
duas partes, tanto Geisa, quanto Allan. Ao passo que tanto na oitiva da fase policial,
quanto na audiência de instrução não fica claro como começou a briga, pois ambos os
relatos vão em sentidos opostos.

Ademais, os policiais que atenderam à ocorrência e foram as únicas testemunhas


de como ocorreram os fatos, não souberam dizer – nem em juízo, nem na delegacia –
como decorreram os episódios daquela tarde.

A mãe de Allan, única testemunha que estava na casa e que poderia dizer como
realmente ocorreram os fatos naquela noite, não foi levada à delegacia, nem prestou
depoimento em Juízo. Desta forma, não se sabe quem de fato iniciou a briga ou quem
estava de fato se defendendo ou atacando.

Noutro limiar, não se foge ao ponto de que a palavra da vítima merece ser ouvida,
nada obstante a isso nenhum outro testemunho corroborou junto ao dela. Os policiais
não viram os fatos, o réu disse que foi preso dentro de casa e agredido por ela, enquanto
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 114, ALEGAÇÕES1, Página 2

a terceira pessoa que estava na casa não testemunhou nada. Acerca da mãe do acusado
que estava dentro da casa no momento dos fatos, os policiais apenas testemunharam
que ela disse que as brigas eram recorrentes.

Ou seja, ninguém corroborou com o roteiro narrado pela suposta vítima, de modo
que há grande insegurança acerca dos fatos descritos na denúncia.

Em situações semelhantes a essa, o Tribunal Catarinense já julgou que havendo


lesões corporais recíprocas, sem prova de quem iniciou de fato as lesões, deve-se julgar
a questão em favor do Acusado, a partir da aplicação do in dubio pro reo.
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA MAJORADA, LESÃO CORPORAL,
AMEAÇA E E FURTO MAJORADO PELO REPOUSO NOTURNO E QUALIFICADO PELO
ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO E CONCURSO DE AGENTES (ARTS. 288, PARÁGRAFO ÚNICO,
129, CAPUT, 147, CAPUT, E 155, § 1º E § 4º, I E IV, TODOS DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA
DE IMPROCEDÊNCIA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. PEDIDO DE CONDENAÇÃO DO
RÉU QUANTO AOS CRIMES DESCRITOS NA EXORDIAL. INVIABILIDADE. 1. CRIME DE
LESÃO CORPORAL. CONJUNTO PROBATÓRIO INSUFICIENTE. EXISTÊNCIA DE
LESÕES CORPORAIS RECÍPROCAS. TODAVIA, NÃO EVIDENCIADO QUEM TERIA
DADO INÍCIO ÀS AGRESSÕES. VERSÕES DISTINTAS ACERCA DA MOTIVAÇÃO DO
CONFRONTO. DÚVIDA QUE DEVE BENEFICIAR O RÉU. (...) MANUTENÇÃO DO
PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO. SENTENÇA INALTERADA. ABSOLVIÇÃO PRESERVADA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Criminal n. 5056995-
98.2021.8.24.0023, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Ana Lia Moura Lisboa
Carneiro, Primeira Câmara Criminal, j. 16-12-2021).

Logo, em casos nos quais há incerteza em como decorreram-se os fatos – quem


iniciou a briga e como deu-se a continuação –, o Tribunal tem aplicado o in dubio pro
reo, com a consequente absolvição do Acusado, porquanto não há certeza em como
iniciou a briga.

Quanto a exposição da acusação de dano ao patrimônio da suposta vítima,


também não há certeza em relação ao que ocorreu, uma vez que os policiais não
testemunharam o acusado com a mencionada faca que teria sido usada para rasgar as
roupas da suposta vítima.

O policial Gean testemunhou em Juízo que sequer lembrava ou sabia como a faca
havia sido levada para a delegacia, porquanto ele não viu o objeto quando adentrou na
casa.

Assim, a palavra que deve reger uma eventual condenação é “certeza”. E No


presente caso não há certeza de como ocorreram os fatos.

O que há são versões distintas e isoladas de que fogem ao encontro uma da


outra – não se sabe quem efetivamente começou a briga.

A única prova de materialidade não responde ao questionamento da autoria, uma


vez que as lesões foram recíprocas, assim não se sabe quem foi o Autor que deu razão
a elas. Não se sabe se Allan defendeu-se, ou se Geisa revidou a uma agressão.

Portanto, pede-se a absolvição do acusado pelos crimes feitos na denúncia e aqui


debatidos, uma vez que não há prova de autoria em relação à acusação de lesão corporal
e não há materialidade, nem autoria do crime de danos ao patrimônio.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 114, ALEGAÇÕES1, Página 3

Acusação de violência psicológica

Em suas alegações finais o assistente de acusação apenas reitera os argumentos


e pedidos feitos em suas primeiras razões finais. Nessa ocasião é pedida a condenação
do acusado pelo crime de violência psicológica contra a mulher [art. 147-B, do CP].

Nada obstante a isso, este pedido veio após a fase de instrução e julgamento,
com a consequente inovação da denúncia, com a impossibilidade de defesa do Acusado.

A defesa não foge ao ponto de que a instrução foi reaberta pelo Juízo, entretanto
foi reaberta para avaliar a condição psíquica do Acusado. E quando aberto prazo ao
assistente para manifestar-se nada foi dito.

Naquela ocasião, poderia o assistente ter feito pedido para nova oitiva de
testemunhas ou exame psiquiátrico na vítima para aferir eventual dano psicológico
sofrido. Porém, nada foi dito ou levantado pelo assistente de acusação.

Logo, não há como o presente pedido pela condenação por violência psicológica
ser recebido, uma vez que foi feito fora do momento processual adequado, assim como
com a atribuição do assistente de acusação, ao qual não cabe inovar, nem aditar a
denúncia.

Pedidos

Pede a defesa pela absolvição do acusado com base no in dubio pro reo, de
acordo com o art. 386, inc. VI e VII, do CPP, haja vista que não há provas que sustentem
a versão apresentada pelo Ministério Público.

Além disso, requer que o pedido para condenação pelo art. 147-B, do CP, não
seja recebido, e caso recebido, seja aberto prazo para manifestação e data para nova
audiência de instrução e julgamento1.

Caso recebido e levado ao julgamento, pede pela absolvição do réu, por falta de
materialidade que indique que tenha havido dano psicológico à suposta vítima.

Por fim, caso o Juízo entenda pela condenação, pede-se que sejam aplicadas as
penas no mínimo legal, bem como seja aplicada a atenuante inominada (art. 66, CP),
uma vez que o acusado levanta o ponto de que é portador de esquizofrenia paranoide
que o faz sofrer de diversos abalos psíquicos dificultando demasiadamente sua

1
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida
na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em
virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o
aditamento, quando feito oralmente. § 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento,
aplica-se o art. 28 deste Código. § 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido
o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da
audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e
julgamento. § 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste artigo. § 4o Havendo
aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz,
na sentença, adstrito aos termos do aditamento. § 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 114, ALEGAÇÕES1, Página 4

convivência em sociedade. Uma condenação dificultaria ainda mais sua convivência no


seio da sociedade.

Pede-se também a justiça gratuita do acusado, com base nos documentos já


juntados no evento 16, quando do primeiro pedido de justiça gratuita.

Florianópolis/SC, 29 de agosto de 2022.

Galileu Broering

OAB/SC 64.553
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Documento 1

Tipo documento:
SENTENÇA
Evento:
JULGADO PROCEDENTE O PEDIDO - CONDENATÓRIA
Data:
06/09/2022 12:01:35
Usuário:
TIANE - TIANE LOHN MARIOT
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
116
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

SENTENÇA

I. RELATÓRIO

O representante do Ministério Público de Santa Catarina, oficiante neste juízo e


comarca, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, deflagrou ação penal contra Allan
Jones Moraes Funes, já qualificado nos autos em epígrafe, imputando-lhe, em tese, a prática
dos crimes descritos no art. 129, § 13 e no art. 163, parágrafo único, inciso I, ambos do Código
Penal, este último com a incidência do art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do mesmo Diploma
Legal, em concurso material (art. 69, Código Penal), os quais teriam sido perpetrados no
contexto do art. 7º, incisos I e II, da Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha (evento 1).

Em 05 de abril de 2022, a denúncia foi admitida pela autoridade judiciária


competente (evento 3).

Citado (evento 9), o réu, por intermédio de defensor dativo (evento 13), ofertou
resposta à acusação (evento 16).

Sobreveio aditamento à denúncia, sem alteração da capitulação jurídica dada pela


exordial acusatória, in verbis (evento 19):

"Consta no auto de prisão em flagrante nº 5006475-74.2022.8.24.0064 que o


denunciado Allan Jones Moraes Funes é casado com a vítima Geisa Nunes Moraes
Funes e com ela possui 02 (dois) filhos.

Ocorre que, no dia 02 de abril de 2022, por volta das 14h40min, na residência
conjugal, situada na Rua Maria Manchen de Souza, nº 387, apartamento nº 402,
Bairro Kobrasol, nesta cidade, o denunciado Allan Jones Moraes Funes, durante
discussão a que deu causa, agrediu fisicamente a vítima Geisa Nunes Moraes Funes,
ao empurra-la, joga-la no chão, rasgar suas roupas e desferir socos em seu rosto,
nuca e partes íntimas.

Assim agindo o denunciado Allan Jones Moraes Funes ofendeu a integridade corporal
e saúde da vítima Geisa Nunes Moraes Funes, causando-lhe as lesões corporais de
natureza leve demonstradas nos registros fotográficos acostados no evento 1 destes
autos e descritos no laudo pericial nº 2022.21.002273.22.002-00 (evento 50 – doc. 27
– autos nº 5006475-74.2022.8.24.0064), quais sejam, "equimoses violáceas
digitiformes em ambos os antebraços; escoriação no cotovelo direito; equimose
vermelha violácea na região mandibular esquerda (hemiface esquerda)".

Na mesma ocasião, ou seja, no dia 02 de abril de 2022, por volta das 14h40min, na
residência conjugal, situada na Rua Maria Manchen de Souza, nº 387, apartamento nº
402, Bairro Kobrasol, nesta cidade, o denunciado Allan Jones Moraes Funes, munido
com um canivete (auto de exibição e apreensão – fl. 13 – evento 1 – autos nº 5006475-
74.2022.8.24.0064), mediante ameaça de que faria mal à vítima Geisa Nunes Moraes
Funes, pois afirmou que ia "fincar-lhe" referido objeto, danificou as roupas que ela
vestia, conforme demonstrado nos registros fotográficos anexos.

De ser salientado que as condutas do denunciado foram baseadas no gênero da


vítima, com a qual ele é casado, restando evidenciado o nexo entre a violência
exercida sobre ela e a relação íntima de afeto existente entre ambos, situação que se
amolda aos anseios protetivos preconizados do art. 5º da Lei Maria da Penha".

O aditamento à denúncia foi admitido, oportunidade em que, recebida a defesa


preliminar, restou indeferido o pleito de revogação da prisão preventiva do acusado (evento 23).
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 2
A Defesa permaneceu silente acerca do aditamento à incoativa (evento 32).

Evoluindo à marcha processual, por não restar vislumbrada nenhuma das hipóteses
de absolvição sumária (art. 397, CPP), designou-se data para realização de audiência de
instrução e julgamento (evento 35).

Após, foram tomadas as declarações da vítima, bem como inquiridas as testemunhas


arroladas pela acusação. Ao tempo de seu interrogatório, o réu reservou-se ao silêncio. Sem
diligências. Encerrada a instrução criminal, a representante do Ministério Público ofertou
alegações finais orais, oportunidade em que propugnou pela condenação do acusado aos termos
da denúncia. Fora deferido o pedido da assistência da acusação e da defesa do acusado de
apresentação de alegações finais por memoriais (evento 58).

A vítima, por seu advogado nomeado - na condição de assistente da acusação -,


apresentou as suas razões finais, quando encampou o pleito condenatório formulado pela
acusação oficial (evento 63).

Por sua vez, a defesa do acusado também apresentou as suas alegações finais. Em
síntese, argumentou que não existem provas suficientes para a prolação de um édito
condenatório, razão pela qual pleiteou a absolvição do réu a teor do disposto no art. 386, inciso
VII, do Código de Processo Penal, com supedâneo no princípio do in dubio pro reo. Outrossim,
suscitou que o réu não era capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, tendo em vista
que é portador de esquizofrenia paranoide e que não havia feito uso de seus medicamentos no
dia dos acontecimentos. Nessa perspectiva, requereu a absolvição imprópria do acusado, com a
imposição de medidas de segurança, nos termos do art. 386, inciso VI, do Código de Processo
Penal. Em pleito sucessivo, postulou a defesa o reconhecimento da circunstância atenuante
inominada (art. 66, Código Penal), uma vez que o acusado é portador de doença psiquiátrica e
eventual condenação penal dificultaria ainda mais sua convivência no meio social (evento 66).

Ex officio, por haver fundada dúvida a respeito da integridade mental do réu,


sucedeu-se a reabertura da instrução criminal e, de conseguinte, fora determinada a instauração
de incidente de insanidade mental do acusado, nos termos do art. 149 do Código de Processo
Penal (evento 69).

Laudo de sanidade mental (evento 105), do qual sobreveio manifestação do


representante do Ministério Público, que renovou o pedido de acolhimento da denúncia (evento
108), secundado pela assistente da acusação (evento 112). A seu turno, a defesa reiterou os
pedidos de improcedência da pretensão estatal punitiva (evento 114).

Os autos vieram conclusos para julgamento.

É o breve relato.

Decido.

II. FUNDAMENTAÇÃO

Trata-se de ação penal pública incondicionada à representação da ofendida proposta


pelo Ministério Público de Santa Catarina contra Allan Jones Moraes Funes, imputando-lhe a
prática dos crimes descritos no art. 129, § 13 e no art. 163, parágrafo único, inciso I, ambos do
Código Penal, este último com a incidência do art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do mesmo
Diploma Legal, em concurso material (art. 69, Código Penal), perpetrados no contexto do art. 7º,
incisos I e II, da Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha.

II.I Do crime de lesão corporal leve qualificada pela violência de gênero


contra a mulher - art. 129, § 13, Código Penal.

De início, cabe explicitar que a Lei n. 14.188/21, vigente desde 28/07/2021, incluiu o
§ 13 no art. 129 do Código Penal, criando nova circunstância qualificadora, que objetiva, de
forma específica, coibir a violência de gênero contra a mulher.

Dispõe o Código Penal:

"Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

[...].

§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do


sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos".


Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 3
A materialidade do delito, aqui entendida como a existência de fato penalmente
relevante, restou cabalmente comprovada pela prova oral e, mormente, pelo exame de corpo de
delito, cujas descrições técnicas são as seguintes: "Foi procedido o exame solicitado na pessoa
acima mencionada e observamos: "Equimoses digitaformes em ambos os antebraços; escoriação
no cotovelo direito; equimose vermelha violácea na região mandibular esquerda (hemiface
esquerda)" (evento 50 - LAUDO2, autos n. 5006475-74.2022.8.24.0064).

De igual sorte, a autoria do crime também é inconteste e deve ser atribuída ao


acusado.

Sob o crivo do contraditório, a vítima Geisa Nunes Moraes Funes aduziu que é casada
com o acusado, desde 2010, e tem 02 (dois) filhos com o réu. Relatou que, ao tempo do ocorrido,
o acusado passou a semana inteira telefonando para seu trabalho e dizia que rasgaria suas
roupas caso a vítima não fosse para casa dormir com ele. Em casa, colocou o colchão no quarto
dos seus filhos e dormiu ao chão. Pontuou que, no sábado, o acusado a procurou novamente,
puxou a vítima pelos pés, quando disse a ela que deveria ir para o quarto com ele, tendo
asseverado ao réu que "não queria mais". Passou a procurar um imóvel para alugar, mas teve
dificuldade por conta de seu salário e inaceitação de crianças. Afirmou que foi para a sala de sua
casa, momento em que o acusado desferiu um tapa em suas partes íntimas e falou que ninguém
iria querer a vítima. No corredor da casa, o réu rasgou a blusa que estava usando e a empurrou,
quando caiu ao chão. Pontuou que o acusado estava "arregalado" olhando-a. Correu em direção
ao quarto da mãe do acusado, momento em que ele, na porta do banheiro, efetuou 03 (três)
socos na vítima, 02 (dois) na "parte detrás" e outro no lado do seu queixo. Acionou a força
policial, até porque seus filhos estavam "apavorados". Disse que o acusado rasgou todas as suas
roupas e ficou apenas com uma calça. Esclareceu que a roupa que estava usando o réu rasgou
com a mão ("de fora a fora") ("ficou nua"), e as demais roupas o acusado rasgou com um
canivete. Destacou que o acusado, no momento em que estava com o canivete em mãos,
insinuou que "fincaria" a arma na vítima. Fez exame de corpo de delito e pontuou que a lesão na
região mandibular foi proveniente do soco que sofreu no rosto e a lesão no cotovelo aconteceu
quando caiu ao chão. Comentou que suportou agressão física pretérita. Explicitou que o acusado
rasgou praticamente todas as suas roupas e que apenas ficou com uma calça. Articulou que está
muito abalada psicologicamente. Também destacou que o acusado tem ciúmes da vítima.
Explicou que foi a vítima que chamou a força policial. Aduziu que o acusado "quebrou a chave na
porta" e estava com uma "faquinha" na mão, de modo que passou a gritar, quando o acusado
pediu para que ficasse quieta com a arma branca na mão. Disse que os policiais esperaram o
chaveiro abrir a porta para que pudessem entrar na casa. Aludiu que tem medo de que o
acusado "possa fazer alguma coisa". Apenas tomou conhecimento de que o acusado é portador
de patologia psiquiátrica no ano de 2014, quando o acusado enfrentou um surto psicótico
(Sistema Audiovisual de Gravação - eventos 58 e 59).

O policial militar Jean Carlos Adriano afirmou que foram acionados para atender uma
ocorrência e, no local (um apartamento), tomaram ciência de que o acusado teria agredido a
vítima, que apresentava ter lesões e estava com as suas roupas rasgadas. Pontuou que o acusado
cortou as roupas das vítimas. Não lembrou em que região do corpo a vítima estava lesionada.
Explicitou que o acusado havia quebrado a chave da porta que dá acesso à casa, ao passo que foi
chamado um chaveiro para abrir a porta. Disse que a vítima estava nervosa. Confirmou que a
vítima estava lesionada. Comentou que a mãe do acusado chegou a ventilar que o episódio já
teria acontecido em outras oportunidades. Anotou que o acusado estava com o estado de ânimo
"um pouco alterado", nervoso, ofegante e falando rápido (Sistema Audiovisual de Gravação -
eventos 58 e 59).

No mesmo diapasão, o policial militar Leandro Nunes asseverou que foram acionado
para atender uma ocorrência de violência doméstica. No local, mediante acesso pelo porteiro ao
apartamento, identificaram a porta trancada e mantiveram contato verbal com a vítima e
acusado. Disse que a chave havia sido quebrada no tambor da fechadura e que já havia sido feito
contato com o chaveiro, que abriu a porta. Afirmou que a vítima estava machucada no rosto,
tendo ela asseverado que o réu havia lhe agredido. Conversaram com o réu e efetuaram a sua
prisão em flagrante. Abordou a vítima aos policiais que as suas roupas teriam sido rasgadas pelo
acusado. Segundo a vítima, o réu teria utilizado uma faca para rasgar as roupas e que o acusado
teria ameaçado a ofendida. Abordou que, num primeiro momento, não conseguiram apreender a
faca, porque teria o acusado escondido o instrumento. Salientou que a vítima estava bastante
nervosa e chorosa. Lembrou que precisou pedir à vítima para trocar a roupa rasgada, tendo em
vista que ela também teria de ir à delegacia. Anotou que o réu atendeu às ordens dos policiais e
comentou que precisava fazer uso de remédios (Sistema Audiovisual de Gravação - eventos 58 e
59).

De sua vez, o réu, em seu interrogatório judicial, exerceu o seu direito constitucional
ao silêncio. Apenas reverberou que é paciente psiquiátrico e que, no dia do episódio, não fez uso
de seus medicamentos (Sistema Audiovisual de Gravação - eventos 58 e 59).
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 4
Como se vê, as palavras da vítima são firmes a apontar que foi agredida fisicamente
pelo acusado. Aliás, é relevante gizar, no caso em espécie, que as palavras da vítima detém
especial relevância para fundamentar um édito condenatório, notadamente porque a conduta
delituosa foi perpetrada em contexto de violência doméstica, cometida em situação de
clandestinidade - no interior de unidade habitacional.

Veja-se a jurisprudência: "Em casos de violência contra a mulher – seja ela física ou
psíquica –, a palavra da vítima é de fundamental importância para a devida elucidação dos fatos,
constituindo elemento hábil a fundamentar um veredito condenatório, quando firme e coerente,
máxime quando corroborada pelos demais elementos de prova encontrados nos autos" (Tribunal
de Justiça de Santa Catarina. Apelação Criminal n. 0002194-97.2014.8.24.0014. Rel. Des.
Paulo Roberto Sartorato. Data da Decisão: 26/04/2018).

Ademais, as assertivas da ofendida não se encontram solteiras nos autos, uma vez que
corroboradas pelo depoimento judicial dos policiais militares que efetuaram a prisão do acusado.
Ressalte-se que o réu restou preso diante das agressões sofridas pela vítima, as quais ensejaram
marcas aparentes em seu rosto.

E não é só. Vislumbra-se que as lesões corporais indigitadas pelo exame de corpo de
delito são compatíveis com a dinâmica factual desvelada pela vítima. Urge rememorar que a
lesão no cotovelo direito é proveniente da queda da vítima ao chão ocasionada pelo acusado
(empurrão), e que a equimose na região mandibular foi provocada pelos socos que sofreu no
rosto.

A propósito: "As palavras da vítima, no sentido de que foi agredida fisicamente pelo
acusado, confirmadas por laudo pericial certificador da lesão, caracterizam suficientemente
a autoria do crime de lesão corporal" (Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Apelação
Criminal n. 0006460-70.2016.8.24.0075. Rel. Des. Sérgio Rizelo, Segunda Câmara Criminal.
Data da Decisão: 22/01/2019).

Por sua vez, o réu, em seu interrogatório, argumentou que é paciente psiquiátrico e
que não fez uso de sua medicação no dia dos acontecimentos, de forma que sua defesa, nessa
perspectiva, alegou que o acusado não era capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta.
Nesses termos, pleiteou pela absolvição imprópria do réu, com a imposição de medida de
segurança.

Todavia, a prova técnica (exame de sanidade mental) apontou que o acusado "não
apresenta qualquer alteração de comportamento ou cognição que se encaixe nos critérios
diagnósticos da CID 10. Ele apresentava plenas condições de responder pelas suas capacidades
cognitivas e volitivas". E, em arremate, concluiu, nos termos do laudo pericial: "Allan Jones
Moraes Funes apresentava à época dos fatos capacidade de entendimento dos seus atos e
capacidade de se determinar de acordo com esse entendimento" (evento 105).

É notável, portanto, que o acusado era imputável ao tempo do crime e que bem
entendia o caráter ilícito de sua conduta, o que afasta a alegação da defesa.

Urge registrar que o réu perpetrou a infração penal prevalecendo-se das relações
domésticas que mantinha com a ofendida, sua companheira à época dos fatos. Aliás, o delito
aconteceu no âmbito de unidade doméstica, onde réu e vítima mantinham relação íntima de
afeto. Em verdade, o comportamento do acusado derivou do sentimento de submissão e
dominação, subjugando a ofendida por conta do gênero feminino, tanto que se
considerou autorizado a mostrar autoridade e superioridade frente à vítima, diante de
sua vulnerabilidade física e emocional. Tal delineação factual permite, assim, a aplicabilidade da
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha (art. 5º, incisos I, e art. 7º, incisos I).

Enfim, considerando-se que estão comprovadas a materialidade e a autoria do crime


de lesão corporal leve qualificada pela violência de gênero, dá-se o réu como incurso às sanções
do art. 129, § 13, do Código Penal, crime perpetrado no contexto do art. 5º, inciso I, e art. 7º,
inciso I, ambos da Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha.

Passa-se, assim, à dosimetria penal, a teor do disposto no art. 68, caput, do Código
Penal.

Na primeira etapa da dosimetria da pena (art. 59 do Código Penal), observa-se que a


culpabilidade do réu, aqui entendida como o grau de reprovabilidade da sua conduta, é normal
à espécie. O réu não apresenta antecedentes criminais (a condenação penal que pesa contra o
acusado será sopesada na segunda fase da dosimetria). Não há elementos factuais relevantes
acerca da personalidade e da conduta social do réu que possam tornar negativas as
respectivas circunstâncias judiciais. Os motivos do crime são normais à espécie. As
circunstâncias do crime extrapolaram a normalidade típica, uma vez que o acusado agrediu a
vítima, sua companheira, na presença dos seus filhos, de tenra idade, sem qualquer
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 5
preocupação com os consectários psicológicos deletérios aos infantes. Eleva-se a reprimenda em
1/6 (um sexto). As consequências do crime são próprias do tipo penal infringido. Por fim, o
comportamento da vítima não contribuiu para o cometimento do delito. Assim, estabeleço a
pena básica em 01 (um) ano e 02 (dois) meses de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, salienta-se que não há circunstância atenuante a ser


reconhecida. Aliás, o pedido da defesa de reconhecimento da circunstância atenuante inominada
(art. 66, Código Penal) não merece acolhida, isso porque a prova técnica concluiu que o réu não
é acometido de doença mental ou psicológica. De outro vértice, está presente a circunstância
agravante da reincidência, dada a condenação penal transitada em julgado pela prática do crime
descrito no art. 129, § 9º, do Código Penal (evento 61). Sendo assim, dada a recidiva específica e
contra a mesma vítima, eleva-se a reprimenda em 1/3 (um terço). Nesta etapa intermediária da
dosimetria, fixo a reprimenda em 01 (um) ano, 06 (seis) meses e 20 (vinte) dias de reclusão.

Na terceira e última fase de aplicação da pena, sem causas de aumento ou de


diminuição da pena. Em definitivo, estabeleço a pena em 01 (um) ano, 06 (seis) meses e 20
(vinte) dias de reclusão.

II.II Do dano qualificado pela grave ameaça - art. 163, parágrafo único, inciso
I, do Código Penal.

Dispõe o Código Penal:

"Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o crime é cometido:

I - com violência à pessoa ou grave ameaça

(...)

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena


correspondente à violência."

A materialidade do crime, aqui entendida como a existência de fato penalmente


relevante (dano à coisa alheia), restou suficientemente demonstrada pela prova oral, pelo auto
de exibição e apreensão (evento 1 - P_FLAGRANTE1, p. 13, autos n. 5006475-
74.2022.8.24.0064) e pelo laudo pericial que examinou as roupas apreendidas, a evidenciar a
existência de danos às roupas da vítima, mormente por corte de lâmina (evento 51 -
LAUDO1, autos n. 5006475-74.2022.8.24.0064).

De igual maneira, a autoria é certa e, uma vez mais, deve ser imputada ao acusado.

Ao tempo da etapa de investigação preliminar, a vítima Geisa Nunes, perante a


autoridade policial, asseverou que o acusado lhe agrediu fisicamente, ameaçou-a e rasgou suas
roupas. Disse que o réu propalava que a vítima o ignorava e, caso não mantivesse relações
sexuais, ele colocaria suas roupas na rua. Destacou que o acusado, além de lhe agredir, rasgou a
blusa que vestia. Esclareceu que o réu portava um canivete, fez ameaças de morte ("fincaria" a
arma na ofendida) e rasgou suas roupas (evento 1, Vídeo4, autos n. 5006475-
74.2022.8.24.0064).

Em juízo, confirmou a ofendida que, no corredor da residência comum, o réu rasgou a


blusa que estava usando e a empurrou, quando caiu ao chão, e que o acusado estava
"arregalado" olhando para a vítima. Correu em direção ao quarto da mãe do acusado, momento
em que foi por ele agredida fisicamente. Disse que acionou a força policial, até porque seus
filhos estavam "apavorados". Enfatizou que o acusado rasgou todas as suas roupas e que ficou
apenas com uma calça, e elucidou que a roupa que estava usando o réu rasgou com a mão ("de
fora a fora") ("ficou nua"), sendo que as demais roupas o acusado rasgou com um canivete.
Destacou que o acusado, no momento em que estava com o canivete em mãos, insinuou que
"fincaria" a arma na vítima (Sistema Audiovisual de Gravação - eventos 58 e 59).

Dessume-se pelas assertivas da vítima que as ameaças de morte, propaladas pelo


acusado quando portava um canivete, restaram perpetradas no mesmo contexto fático do dano
(destruição de praticamente todas as roupas da ofendida), eis que, inclusive, as roupas foram
cortadas com o respectivo canivete.

Vale dizer, em concomitância, ao fazer ameaças à vítima e de porte de um canivete


(disse o acusado que introduziria, "fincaria", a arma branca na vítima), cortou suas roupas com o
aludido armamento.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 6
É possível avistar, nessa conformidade, que a ameaça de morte e o dano à coisa
(roupas) estão jungidos, ligados ao propósito do acusado de danificar as roupas da vítima, como
demonstração de superioridade e dominação.

A respeito da subsunção do fato à norma penal, a jurisprudência do e. Tribunal de


Justiça de Santa Catarina é pacífica em admitir a presença do dano qualificado (art. 163,
parágrafo único, inciso I, Código Penal) nos casos em que a ameaça e a destruição da coisa
restaram perpetradas em um mesmo contexto fático de violência, o que se coaduna com o caso
em apreço, porquanto houve simultaneidade em relação à ofensa da liberdade individual da
vítima e o prejuízo ao seu patrimônio.

Veja-se, mutatis mutandis:

"APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE DANO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE


VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA (ART. 163, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO I,
DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DEFENSIVO.
PLEITO DE DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO DE DANO QUALIFICADO PARA A SUA
MODALIDADE SIMPLES. INVIABILIDADE. AGENTE QUE DANIFICOU DOIS
PORTÕES, TELHADO DA GUARITA, CÂMERA DE MONITORAMENTO E
SISTEMA ELETRÔNICO DE ACESSO DOS PORTÕES DO CONDOMÍNIO,
ENQUANTO PROFERIA AMEAÇAS DE MORTE À VÍTIMA. CRIMES DE DANO E
AMEAÇA PRATICADOS NO MESMO CONTEXTO FÁTICO. QUALIFICADORA
DO INCISO I DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 163 DO CÓDIGO PENAL
MANTIDA. PEDIDO SUBSIDIÁRIO DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO
RECONHECIMENTO DA DECADÊNCIA PREJUDICADO. MANUTENÇÃO DA
CONDENAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO (Tribunal de Justiça de
Santa Catarina. Apelação Criminal n. 0012764-58.2017.8.24.0008, de Blumenau.
Rel. Ernani Guetten de Almeida, Terceira Câmara Criminal. Data da Decisão:
03/03/2020). (grifei)

E, ainda:

"APELAÇÃO CRIMINAL. RÉU SOLTO. CRIME DE DANO QUALIFICADO PELO


EMPREGO DE VIOLÊNCIA E GRAVE AMEAÇA (ART. 163, PARÁGRAFO
ÚNICO, INCISO I, DO CP). SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO EXCLUSIVO
DA DEFESA. PLEITO DE DESCLASSIFICAÇÃO DO DANO QUALIFICADO PARA A
MODALIDADE SIMPLES E CONSEQUENTE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM
RAZÃO DA DECADÊNCIA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Há nos autos
substrato probatório suficiente para amparar a condenação do apelante pela
prática do crime de dano qualificado pelo emprego de violência à pessoa ou
grave ameaça, notadamente quando os depoimentos das vítimas evidenciam
que o acusado agiu concomitantemente ao destruir os objetos que
guarneciam a residência da família e ao agredir sua irmã e sua mãe quando
estas tentavam segurá-lo. Ademais, não há falar em ofensa ao principio da
correlação quando a condenação é lastreada em fatos devidamente narrados na
denúncia e confirmados pela prova judicial" (Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Apelação Criminal n. 0005368-64.2016.8.24.0008, de Blumenau. Rel. Des. Júlio César
M. Ferreira de Melo, Terceira Câmara Criminal. Data da Decisão:12/03/2019). (grifei)

Por oportuno, urge ressaltar que o acusado cometeu o crime de dano qualificado
também prevalecendo-se das relações domésticas e de afeto que mantinha com a ofendida, sua
cônjuge. Malcontente com o fato de a vítima ter ignorado o acusado e, assim, não mantido com
ele relações sexuais, ao ameaçá-la de morte (violência psicológica) e danificar praticamente
todas as suas roupas (violência patrimonial), demonstrou o acusado sua superioridade física e
psíquica em detrimento da vítima, de modo a desprezar a ofendida (mulher) como pessoa,
colocando-a na condição de objeto (objetificação do gênero feminino), sujeita à submissão e
autoridade do homem, tudo defronte a nítida vulnerabilidade da ofendida. Logo, iniludível que é
aplicável ao caso em espécie a Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha (art. 5º, inciso I, e art.
7º, incisos II e IV).

Enfim, não apenas pelas palavras da vítima, de especial relevância para o


esclarecimento do episódio, mas também com supedâneo nos testemunhos dos policiais militares
que efetuaram a prisão do acusado, os quais no momento da abordagem policial identificaram
que muitas das roupas da vítima estavam danificadas, ainda como com fulcro na prova técnica
(evento 51 - LAUDO1, autos apensos), dá-se o réu como incurso às sanções do art. 163,
parágrafo único, inciso I, do Código Penal, crime perpetrado no contexto dos arts. 5º, inciso I, e
7º, incisos II e IV, ambos da Lei n. 11.340/2006 - Lei Maria da Penha.

Passa-se, assim, à dosimetria penal, a teor do disposto no art. 68, caput, do Código
Penal.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 7
Na primeira etapa da dosimetria da pena (art. 59 do Código Penal), observa-se que a
culpabilidade do réu, aqui entendida como o grau de reprovabilidade da sua conduta, é normal
à espécie. O réu não apresenta antecedentes criminais (a condenação penal que pesa contra o
acusado será sopesada na segunda fase da dosimetria). Não há elementos factuais relevantes
acerca da personalidade e da conduta social do réu que possam tornar negativas as
respectivas circunstâncias judiciais. Os motivos do crime são normais à espécie. As
circunstâncias do crime extrapolaram a normalidade típica, uma vez que o acusado cometeu o
delito na presença dos seus filhos, de tenra idade, sem qualquer preocupação com os
consectários psicológicos deletérios aos infantes. Eleva-se a reprimenda em 1/6 (um sexto). As
consequências do crime são próprias do tipo penal infringido. Por fim, o comportamento da
vítima não contribuiu para o cometimento do delito. Assim, estabeleço a pena básica em 07
(sete) meses de detenção, e 11 (onze) dias-multa.

Na segunda fase da dosimetria, salienta-se que não há circunstância atenuante a ser


reconhecida. Aliás, o pedido da defesa de reconhecimento da circunstância atenuante inominada
(art. 66, Código Penal) não merece acolhida, isso porque a prova técnica concluiu que o réu não
é acometido de nenhuma doença mental/psiquiátrica. De outro vértice, está presente a
circunstância agravante da reincidência, dada a condenação penal transitada em julgado pela
prática do crime descrito no art. 129, § 9º, do Código Penal (evento 61). Sendo assim, dada a
recidiva do réu no tocante à violência doméstica e familiar e contra a mesma vítima, eleva-se a
reprimenda em 1/3 (um terço). Estão presentes também as circunstâncias agravantes descritas
no art. 61, inciso II, alíneas "e" (a vítima é cônjuge do réu) e "f" (crime perpetrado pelo réu
prevalecendo-se das relações domésticas que mantinha com a vítima, a fazer incidir a Lei n.
11.340/2006) do Código Penal. Majora-se a reprimenda em mais 1/3 (um terço) pela
incidência das respectivas agravantes. Nesta etapa intermediária da dosimetria, fixo a
reprimenda em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias de detenção, e 18 (dezoito) dias-multa.

Na terceira e última fase de aplicação da pena, sem causas de aumento ou de


diminuição da pena. Em definitivo, estabeleço a pena em 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias de
detenção, e 18 (dezoito) dias-multa.

II.III Do regime prisional - art. 33 do Código Penal.

Por corolário, tomando em consideração as circunstâncias dos crimes e, sobretudo, a


reincidência criminal do réu, estabeleço o regime prisional semiaberto para o resgate inicial da
pena, nos termos do art. 33, caput, § 2º, alínea "b", e § 3º, do Código Penal.

II.IV Da substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos


- art. 44 do Código Penal.

A seu turno, deixa-se de substituir a pena privativa de liberdade por restritivas de


direitos, uma vez que os crimes foram perpetrados mediante violência física e grave ameaça à
mulher no âmbito doméstico e familiar (art. 44, inciso I, do Código Penal).

Ademais, de acordo com o enunciado sumular n. 588 do Superior Tribunal de Justiça:


"A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no
âmbito doméstico impossibilita a substituição de pena privativa de liberdade por restritivas de
direitos".

Outrossim, o réu é reincidente em crime doloso (art. 44, inciso II, do Código Penal).

II.V Da suspensão condicional da pena - art. 77 do Código Penal.

Por sua vez, é inviável a concessão da suspensão condicional da pena, a teor do que
dispõe o art. 77, inciso I, do Código Penal, em razão da reincidência do acusado.

II.VI Da reparação mínima dos danos causados à vítima - art. 387, inciso IV,
do Código de Processo Penal.

Derradeiramente, depreende-se da parte final da denúncia que o representante


ministerial requer a condenação do acusado "à reparação dos danos causados", nos termos do
art. 387, inciso IV, do Código de Processo Penal" (evento 1).

Não obstante o pleito ser genérico e não indigitar a espécie do dano vindicado, é
cediço que, nos casos envoltos à violência doméstica e familiar contra a mulher, o dano moral é
presumido (dano in re ipsa) e dispensa prova específica, conforme decidido pelo Superior
Tribunal de Justiça no REsp n. 1.675.874/MS, submetido ao rito dos repetitivos (CPC, art. 1.036).

Segue a tese extraída do aludido Recurso Especial: "Nos casos de violência contra
a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor
mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 8
acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e
independentemente de instrução probatória".

É indubitável que a dor, humilhação e o sofrimento suportado pela vítima, que


derivam do cometimento da infração penal em ambiente doméstico e familiar, ensejam abalo
anímico indenizável. Na linha do Superior Tribunal de Justiça, amparado em evolução
jurisprudencial que deu maior proteção da mulher vítima de violência doméstica, tem-se que, em
se tratando de violência no meio doméstico, o dano extrapatrimonial é in re ipsa facto,
dispensando dilação probatória para sua configuração. Na verdade, o dano moral decorre da
própria prática da infração penal, que certamente transgride a liberdade, a honra, a liberdade, a
integridade física e psíquica, a imagem da mulher, a sua dignidade.

Extrai-se dos autos que a vítima foi agredida fisicamente pelo acusado, na presença
dos filhos. Ademais, tem-se que o réu, mediante ameaças de morte e de porte de um canivete,
danificou praticamente todas as suas roupas. Neste ponto, aliás, desnecessária nova análise
sobre a ação do réu e sua culpa, eis que devidamente demonstradas com a certeza necessária
para a condenação criminal.

O abalo anímico, destarte, é evidente. Além do mais, a prova técnica apurou


também os danos materiais causados pelo acusado por ter ele danificado as roupas da vítima: R$
380,00 (trezentos e oitenta reais) (evento 51 - LAUDO1, autos apensos).

Com efeito, a fixação de valor mínimo a título de compensação pelos prejuízos


sofridos pela ofendida é plenamente cabível, nos moldes do art. 387, inciso IV, do Código de
Processo Penal, e, a considerar o contexto factual em que os delitos foram
perpetrados, estabeleço o valor de R$ 3.380,00 (três mil trezentos e oitenta reais), a título
de compensação mínima pelo danos morais e materiais causados pelas
infrações penais perpetradas pelo réu.

II.VII Da detração penal (art. 387, § 2º, Código de Processo Penal).

Insta analisar a detração penal (art. 42, CP), isso com vistas a determinação do
regime inicial para o cumprimento da pena privativa de liberdade. Prevê o Código de Processo
Penal, em seu art. 382, § 2º, do Código de Processo Penal: "O tempo de prisão provisória, de
prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado
para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade".

Registre-se que o acusado está segregado preventivamente desde o dia 02/04/2022


(eventos 1 e 12, autos apensos).

A despeito disso, não há de se falar no caso em apreço em detração penal para fins de
determinação do regime prisional inicial da pena privativa de liberdade - na forma do art. 387, §
2º, do Código de Processo Penal.

É que a fixação do regime prisional mais gravoso (semiaberto) não ocorreu com
supedâneo no quantum sancionatório estabelecido, mas em razão da reincidência criminal do
acusado. Nesse sentido: "Mostra-se irrelevante a detração do período de prisão cautelar, nos
termos do art. 387, § 2º, do CPP, considerando que o regime prisional mais gravoso foi
estabelecido em virtude da reincidência do réu" (Superior Tribunal de Justiça. AgRg no AREsp
n. 1.834.978/SP. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 10/5/2021).

É importante esclarecer que as questões relativas à eventual progressão do regime


(LEP, art. 112) e à detração penal (art. 42, CP) são afetas ao Juízo da Execução (LEP, art. 66,
inc. III, alíneas "b" e "c"), e não ao juízo da condenação, devendo lá ser perquiridas, a tempo e
modo.

II.VIII Da análise acerca da manutenção da prisão preventiva - art. 387, § 1º,


do Código de Processo Penal.

Disciplina o art. 387, § 1º, do Código de Processo Penal: "O juiz decidirá,
fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de
prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de
apelação que vier a ser interposta".

Consoante acima abordado, o acusado está segregado cautelarmente desde o dia


02/04/2022.

Ademais disso, exsurge que os elementos que ensejaram a prisão cautelar não mais
subsistem, isso porque a imposição das medidas protetivas de urgência (art. 22 da Lei n.
11.340/2006) a serem por esta sentença estabelecidas (proibição de aproximação e de contato),
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 9
bem como a determinação de medidas cautelares diversas da prisão, notadamente
o monitoramento eletrônico (art. 319, inciso IX, CPP), o que ensejará maior segurança à vítima,
são suficientes para a tutela de liberdade da ofendida.

Insta destacar, por sua vez, que o regime prisional adotado por sentença é
o semiaberto. Sendo assim, é mister compatibilizar a prisão com o resgate da reprimenda, sob
pena de o réu estar cumprindo sanção penal em regime mais gravoso do que o estabelecido na
própria sentença penal condenatória. Além do mais, o acusado já resgatou boa parte da
reprimenda privativa de liberdade estabelecida por esta sentença.

Veja-se:

"PRISÃO PREVENTIVA – FUNDAMENTO – TÍTULO CONDENATÓRIO –


REGIME SEMIABERTO –INCOMPATIBILIDADE. "Estabelecido o regime
inicial semiaberto para o início do cumprimento da pena, mostra-se
incompatível com a negativa do direito de recorrer em liberdade, no que a
manutenção da custódia preventiva cujo cumprimento dá-se no regime
fechado implica a imposição, de forma cautelar, de sanção mais gravosa do
que a estabelecida no próprio título condenatório" (Supremo Tribunal
Federal. Habeas Corpus n. 171.411. Rel. Marco Aurélio. Data da Decisão:
04/02/2020). (grifei)

De igual sentido:

"A prisão preventiva é a medida cautelar mais grave no processo penal, que
desafia o direito fundamental da presunção de inocência. Não pode, jamais,
revelar antecipação de pena. Precedentes. O aspecto cautelar próprio da
segregação provisória, do que decorre o enclausuramento pleno do agente,
não admite qualquer modulação para adequar-se a regime inicial mais
brando (semiaberto) definido em sentença condenatória superveniente"
(Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus n. 132.923. Data da Decisão:
26/04/2016).

Reputa-se, outrossim, que o período em que o acusado permaneceu segregado


cautelarmente tenha permitido reflexão sobre os fatos por ele perpetrados e suas
consequências.

Desse modo, por não subsistirem mais os motivos da segregação preventiva, é de ser
revogada a prisão do réu, nos termos do art. 316 do Código de Processo Penal.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a pretensão punitiva estatal deduzida na


denúncia, para CONDENAR o réu ALLAN JONES MORAES FUNES, já qualificado nos autos
em epígrafe:

1) ao cumprimento da pena privativa de liberdade estabelecida em 01 (um) ano, 06


(seis) meses e 20 (vinte) dias de reclusão, em regime inicial prisional semiaberto, pela prática do
crime descrito no art. 129, § 13, do Código Penal, perpetrado no contexto do art. 5º, inciso I, e
art. 7º, inciso I, ambos da Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha;

2) ao cumprimento da pena privativa de liberdade estabelecida em 11 (onze) meses e


20 (vinte) dias de detenção, e 18 (dezoito) dias-multa, em regime inicial prisional semiaberto,
pela prática do crime descrito no art. 163, parágrafo único, inciso I, do Código Penal, perpetrado
no contexto do art. 5º, inciso I, e art. 7º, incisos II e IV, ambos da Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria
da Penha.

Devido à ausência de maiores elementos probatórios sobre a condição financeira do


réu, fixo o valor do dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à época dos
fatos, devidamente atualizado (art. 49, § 1º, CP).

Ademais, CONDENO o réu ao pagamento de R$ 3.380,00 (três mil trezentos e


oitenta reais) a título de indenização mínima por danos morais e materiais, com o
acréscimo de juros de mora (1% ao mês), desde a data do evento danoso (02/04/2022), e
correção monetária (INPC), a contar da data desta sentença, a teor do disposto no art. 387,
inciso IV, do Código de Processo Penal.

Condeno o réu ao pagamento das custas do processo, a teor do disposto no art. 804
do Código de Processo Penal.
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 10
Por inexistirem motivos factuais a justificar a manutenção da segregação cautelar,
nos termos da fundamentação da sentença, REVOGO A PRISÃO PREVENTIVA e outorgo ao
réu o direito de recorrer em liberdade, forte nos arts. 316 e 387, § 1º, do Código de Processo
Penal.

EXPEÇA-SE o competente alvará de soltura.

Ademais, com o fito de assegurar a incolumidade física e psíquica da vítima,


determino, em substituição à prisão cautelar, o MONITORAMENTO ELETRÔNICO do
sentenciado, a teor do disposto no art. 319, inciso IX, do Código de Processo Penal, mediante o
emprego de equipamento de rastreamento (tornozeleira eletrônica), a ser fornecido pelo
Departamento de Administração Prisional da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, no
âmbito da Central de Monitoramento Eletrônico, observadas as diretrizes do art. 5º da Res.
Conj. GP/CGJ n. 04/2016.

Desse modo, no concernente a utilização da tornozeleira eletrônica, é necessário


estabelecer as seguintes condições:

1. Prazo de 90 (noventa) dias de vigência da medida, sujeito à reavaliação a partir do


implemento do período de 60 dias;

2. Fixo área de exclusão o perímetro que dista 500 (quinhentos) metros do local de
trabalho e da residência da vítima, dados a serem extraídos do processo/diligências do Meirinho,
sujeitos a confirmação pela Chefe de Cartório em contato telefônico com a vítima, caso
necessário, com especificação no mandado. A vítima deverá ser orientada acerca do telefone de
contato da Central de Monitoramento para informar eventual alteração dos seus endereços
diretamente e assim tornar eficaz tal providência e o acompanhamento;

3. Fixo área de inclusão domiciliar do autor do fato o perímetro de 500 (quinhentos)


metros da residência por ele informada;

4. Determino seu recolhimento domiciliar no horário entre as 20:00 horas até as


06:00 horas, a ser observado nos dias úteis, finais de semana e feriados.

5. Determino, outrossim, ao monitorado que: A. confirme o endereço de residência


e, eventualmente, de local de trabalho; B. respeite a área de inclusão e exclusão; C. recolha-
se à residência nos horários e condições estipuladas (item 3.1); D. cientifique previamente este
juízo qualquer mudança de endereço ou local de trabalho.

EXPEÇA-SE mandado de monitoramento.

Solicite-se à Central que envie mapa ao monitorado que permita visualizar as áreas
de exclusão, com as vias cujo acesso ensejarão violação e poderão acarretar revogação da
medida e seu recolhimento à prisão.

De oportuno, a fim de tutelar a integridade física e psíquica da vítima (art. 19 da Lei


n. 11.340/2006), determino a imposição das seguintes medidas protetivas de urgência:

1) a proibição de o sentenciado se aproximar da ofendida, da sua residência e do seu


local de trabalho, fixando a distância mínima de 500 (quinhentos) metros como limite, nos
termos do art. 22, III, "a", da Lei n. 11.340/2006;

2) a proibição de o sentenciado manter contato com a ofendida, por qualquer meio de


comunicação, ex vi do art. 22, III, "b", da Lei n. 11.340/2006.

Caso necessite buscar e entregar o filho em comum para exercer o direito de


visita, deverá o réu, por intermédio de terceira pessoa de confiança dos genitores,
combinar data e hora para buscar os infantes em frente à residência materna ou outro
lugar, mediante ajuste prévio com pelo menos 1 dia de antecedência, de modo a
permitir preparo dos pertences da criança. Em tais ocasiões, é necessária
a intermediação por alguém da confiança dos pais.

Eventual outra decisão judicial tomada na vara da família que já exista ou,
porventura, sobrevenha, isso no tocante à guarda e direito de visitação, prevalecerá
sobre a deliberação tomada por este juízo criminal.

A vítima e o acusado deverão ser intimadas e cientificados de que essa


medida de proteção permanecerá em vigor pelo prazo de 06 (seis) meses, da data do
deferimento e, durante esse período, a vítima poderá requerer a prorrogação das
medidas (contatos telefônicos: 48 3287-5290, 48 3287-5291, 48 98809-0602 e e-mail:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br), devendo justificar a necessidade trazendo fatos recentes e
documentação comprobatória. Decorrido prazo, ausente manifestação,
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 116, SENT1, Página 11
as medidas protetivas perderão sua vigência, independente de intimação. Em caso de
nova situação de violência, as medidas (caso expiradas) poderão ser renovadas através de
requerimento justificado da parte e ou órgãos da rede de proteção, reabrindo-se este mesmo
procedimento para análise judicial.

O réu deverá ser advertido que o descumprimento das medidas protetivas de


urgência acarretará a prática do crime descrito no art. 24-A da Lei n. 11.340/2006, bem
como ensejará o restabelecimento de sua prisão cautelar.

Deixa-se de realizar a detração penal (art. 387, § 2º, do Código de Processo Penal),
nos termos da fundamentação da sentença.

Segundo posição firmada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a remuneração


do defensor dativo, nomeado após a declaração de inconstitucionalidade da Lei Complementar
estadual n. 155/1997 pelo Supremo Tribunal Federal, deve ser fixada nos termos da Resolução
nº 05, de 08 de abril de 2019, levando em conta a qualidade do trabalho desenvolvido no feito e
a quantidade de atos praticados pelo profissional. Nesta linha, no que diz respeito ao labor
desempenhado pelo advogado Galileu Broering, OAB/SC n. 64.553, nomeado para funcionar
como patrono do acusado, verifico o oferecimento de resposta à acusação, participação nos atos
instrutórios e derradeiras alegações, o que demanda a aplicação da normativa acima referida,
por força do art. 9º, I, da RCM nº 05/2019. Por estas razões, arbitro remuneração ao profissional
compatível aos atos praticados, observando as novas balizas estabelecidas pelo Tribunal de
Justiça de Santa Catarina, perfazendo o total de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), cujo valor,
em que pese supere o teto previsto na resolução sobredita, para os feitos em trâmite nos Juízos
Criminais – é compatível com a complexidade da instrução e das teses defensivas suscitadas em
favor do acusado, fatores estes que justificam a exasperação da verba. Em relação ao labor
desempenhado pelo advogado Eduardo da Rocha Daniel - OAB/SC n. 55.154, nomeado para
assistir à vítima, estabeleço sua remuneração em R$ 800,00 (oitocentos reais). Assim, deverá a
Sra. Chefe de Cartório promover a inserção de tais informações no sistema AJG.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se, inclusive a vítima (art. 201, § 2º, do Código de


Processo Penal, e art. 21 da Lei n. 11.340/2006).

Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória:

(i) procedam-se as devidas comunicações administrativas recomendadas pela e.


Corregedoria-Geral da Justiça, para fins de estatística e antecedentes;

(ii) atualize-se o histórico de partes, providência suficiente à comunicação automática


ao Tribunal Regional Eleitoral – TRE, para fins de suspensão dos direitos políticos enquanto
perdurarem os efeitos da condenação (art. 15, inciso III, da CRFB/1988), conforme Ofício-
Circular n. 552/2013 da Corregedoria-Geral da Justiça;

(iii) retornem os autos para deliberação atinente ao cumprimento das sanções penais
irrogadas por esta sentença.

São José/SC, 06 de setembro de 2022.

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Tipo documento:
MANDADO
Evento:
EXPEDIÇÃO DE MANDADO
Data:
06/09/2022 16:05:03
Usuário:
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Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
121
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 121, MAND1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

MANDADO Nº 310032919161

JUIZ DO PROCESSO: Tiane Lohn Mariot

OBJETO: COLOCAÇÃO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA E O MONITORAMENTO


da pessoa abaixo qualificada, observando-se as disposições legais, em especial o previsto no art.
11 da Resolução Conjunta GP/CGJ n. 4/2016, nos termos da decisão proferida nos autos (anexa).

DESTINATÁRIO(S): ALLAN JONES MORAES FUNES, CPF: 003.762.339-74,


telefone 48 9 8813 5845, podendo ser encontrado à Rua Lauro Linhares, 208, Trindade,
Florianópolis/SC - 88036000 (Residencial)

NÚMERO DE TELEFONE (deverá ser informado):

MOTIVO DO MONITORAMENTO: Revogação da preventiva mediante


monitoramento

PRAZO DO MONITORAMENTO: 90 (noventa) dias

DELITO COMETIDO: art. 129, § 13 e no art. 163, parágrafo único, inciso I, ambos
do Código Penal, este último com a incidência do art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do mesmo
Diploma Legal, em concurso material (art. 69, Código Penal), os quais teriam sido perpetrados
no contexto do art. 7º, incisos I e II, da Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha

ÁREA DE INCLUSÃO DOMICILIAR: perímetro de 500 (quinhentos) metros da


residência por ele informada.

ÁREA DE EXCLUSÃO: perímetro que dista 500 (quinhentos) metros do local de


trabalho e da residência da vítima.

ENDEREÇOS E HORÁRIOS DE DESLOCAMENTO AUTORIZADO: recolhimento


domiciliar no horário entre as 20:00 horas até as 06:00 horas, a ser observado nos dias úteis,
finais de semana e feriados.

ATENÇÃO: Decorrido o prazo do monitoramento eletrônico, o Departamento de


Administração Prisional deverá RETIRAR A TORNOZELEIRA ELETRÔNICA, salvo decisão
judicial contrária (art. 9º, VIII, da Resolução Conjunta GP/CGJ n. 4/2016).

ADVERTÊNCIAS: a) é obrigação da pessoa monitorada fornecer endereço da


residência e, se for o caso, dos locais de trabalho e de estudo ou daquele onde poderá ser
encontrada durante o período de monitoramento, cabendo-lhe cientificar previamente o juízo no
caso de alteração de endereço;
b) a pessoa monitorada deverá respeitar a área de inclusão e/ou de exclusão e recolher-se à
residência no período noturno, nos fins de semana e nos feriados, se for o caso, observados os
horários estabelecidos; e
c) a data de início do monitoramento é a da colocação da tornozeleira.

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ALVARÁ DE SOLTURA
Evento:
EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA
Data:
06/09/2022 16:05:43
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TIANE - TIANE LOHN MARIOT
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
122
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 122, ALVSOLTURA1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

ALVARÁ DE SOLTURA Nº 310032917168

OBJETO: COLOCAR imediatamente em liberdade, se por outro motivo não estiver presa, a
pessoa a seguir qualificada:

NOME: ALLAN JONES MORAES FUNES, CPF: 003.762.339-74, 12/06/1988

FILIAÇÃO: MARCOS LEANDRO SILVA FUNES e VERA LUCIA DOS SANTOS MORAES FUNES

MOTIVO DA PRISÃO: Preventiva decorrente de conversão de prisão em flagrante.

DATA DA PRISÃO: 03/04/2022

LOCAL DA PRISÃO: atualmente recolhido na Casa do Albergado/SC

ALVARÁ DE SOLTURA CONCEDIDO NA ANÁLISE DA PRISÃO EM FLAGRANTE: não

MOTIVO DA SOLTURA: Concedida liberdade provisória,


com MONITORAMENTO ELETRÔNICO do sentenciado, a teor do disposto no art. 319,
inciso IX, do Código de Processo Penal, mediante o emprego de equipamento de rastreamento
(tornozeleira eletrônica) e com medidas protetivas de urgência deferidas.

ATENÇÃO: No mesmo ato, ficou o réu/apenado intimado da sentença e decisão (medidas


protetivas de urgência deferidas) do evento 116, cuja cópia segue em anexo.

São José (Santa Catarina), 06/09/2022

Certifico que, na data de ___/___/___, às _____ horas, em cumprimento ao presente, coloquei a


pessoa acima em liberdade.

Responsável Liberado

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Tipo documento:
MANDADO
Evento:
EXPEDIÇÃO DE MANDADO
Data:
06/09/2022 16:15:45
Usuário:
DAIANEROSA - DAIANE DE OLIVEIRA DA ROSA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
128
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 128, MAND1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
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AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

MANDADO Nº 310032923051

OBJETO: INTIMAÇÃO da pessoa adiante relacionada quanto ao teor da sentença prolatada com medida protetiva de urgência
deferida (conforme abaixo transcrito), com obediência às formalidades legais. Dispensada a remessa de peça processual,
conforme orientação da Corregedoria.

DECISÃO: "De oportuno, a fim de tutelar a integridade física e psíquica da vítima (art. 19 da Lei n. 11.340/2006), determino
a imposição das seguintes medidas protetivas de urgência: 1) a proibição de o sentenciado se aproximar da ofendida, da
sua residência e do seu local de trabalho, fixando a distância mínima de 500 (quinhentos) metros como limite, nos termos do
art. 22, III, "a", da Lei n. 11.340/2006; 2) a proibição de o sentenciado manter contato com a ofendida, por qualquer meio de
comunicação, ex vi do art. 22, III, "b", da Lei n. 11.340/2006. Caso necessite buscar e entregar o filho em comum para
exercer o direito de visita, deverá o réu, por intermédio de terceira pessoa de confiança dos genitores, combinar
data e hora para buscar os infantes em frente à residência materna ou outro lugar, mediante ajuste prévio com
pelo menos 1 dia de antecedência, de modo a permitir preparo dos pertences da criança. Em tais ocasiões, é
necessária a intermediação por alguém da confiança dos pais. Eventual outra decisão judicial tomada na vara da
família que já exista ou, porventura, sobrevenha, isso no tocante à guarda e direito de visitação, prevalecerá sobre
a deliberação tomada por este juízo criminal. A vítima e o acusado deverão ser intimadas e cientificados de que
essa medida de proteção permanecerá em vigor pelo prazo de 06 (seis) meses, da data do deferimento e, durante
esse período, a vítima poderá requerer a prorrogação das medidas (contatos telefônicos: 48 3287-5290, 48 3287-5291,
48 98809-0602 e e-mail: saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br), devendo justificar a necessidade trazendo fatos recentes e
documentação comprobatória. Decorrido prazo, ausente manifestação, as medidas protetivas perderão sua vigência,
independente de intimação. Em caso de nova situação de violência, as medidas (caso expiradas) poderão ser renovadas
através de requerimento justificado da parte e ou órgãos da rede de proteção, reabrindo-se este mesmo procedimento para
análise judicial. O réu deverá ser advertido que o descumprimento das medidas protetivas de urgência acarretará a
prática do crime descrito no art. 24-A da Lei n. 11.340/2006, bem como ensejará o restabelecimento de sua prisão
cautelar. (...)

DESTINATÁRIO: GEISA NUNES MORAES FUNES, CPF: 074.004.099-56Rua Nossa Senhora dos Navegantes, 1064, Serraria,
São José/SC - 88115400 (Residencial) - (48) 98809-6578

Chave dos autos: 477364690222

Documento eletrônico assinado por DAIANE DE OLIVEIRA DA ROSA, Técnica Judiciária, na forma do artigo 1º, inciso III,
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Combater a violência infantil é um dever de todos, sem
exceção. DENUNCIE! A sua atitude salvará vidas.
Canais de atendimento:
Disque 100 - Disque Direitos Humanos
Disque Denúncia 181 - Polícia Civil
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WhatsApp Polícia Civil - (48) 98844-0011
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Tipo documento:
ALVARÁ DE SOLTURA
Evento:
COMUNICAÇÕES - REFER. AO EVENTO: 124
Data:
06/09/2022 17:59:35
Usuário:
UEX88780180906 - RODRIGO SILVEIRA DUARTE
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
131
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 1
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 2
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 3
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 4
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 5
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 6
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Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 11
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 12
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 13
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 131, ALVSOLTURA1, Página 14
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Documento 1

Tipo documento:
CERTIDÃO
Evento:
JUNTADA DE MANDADO CUMPRIDO
Data:
07/09/2022 10:50:51
Usuário:
JGR19346 - JEAN GILBERTO RIBEIRO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
132
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 132, CERT1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
Central de Mandados - São José
AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

CERTIDÃO

Certifico que, em cumprimento ao mandado extraído dos autos mencionados, fiz contato
telefônico através do número (48)98809-6578 e pelo aplicativo WhatsApp, após as formalidades
legais, procedi à intimação de GEISA NUNES MORAES FUNES, que bem ciente ficou do inteiro
teor do mandado e recebeu uma cópia em PDF enviado eletronicamente. Dou fé.

Conduções: 01

Resumo dos atos/diligências:06/09/2022 às 18:04.


5006601-27.2022.8.24.0064 310032948346 .V1 jgr19346© jgr19346
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Documento 1

Tipo documento:
OFÍCIO/COMUNICAÇÃO
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 120
Data:
08/09/2022 12:32:18
Usuário:
UEX10562646914 - CAROLINA NASCIMENTO DA SILVA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
134
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 134, OFÍCIO/C1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PRISIONAL E SOCIOEDUCATIVA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA PENAL - DPP
UNIDADE DE MONITORAMENTO ELETRÔNICO - UME

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL E DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ

Autos n°: 5006601-27.2022.8.24.0064

Senhor(a) Juiz(a),

Informo que esta Central procedeu com a ativação da tornozeleira eletrônica em


ALLAN JONES MORAES FUNES – 796704 em 06/09/2022 e, na ocasião, o(a)
monitorado(a) foi orientado(a) acerca da observância das condições impostas na
referida determinação judicial.

Respeitosamente,

Unidade de Monitoramento Eletrônico – UME


Departamento de Polícia Penal - DPP
E-mail: monitoramento@deap.sc.gov.br
Fone Plantão: (48) 3665-7322 | 7323 | 7325 | 7326 | 7327

SAP-DPP Sistema Humanizado, Cidadania Respeitada!


UNIDADE DE MONITORAMENTO ELETRÔNICO
Fúlvio Aducci, 1214, sala 09, Estreito, Florianópolis/SC - CEP 88075-001
Fone: (48) 3665-7358 3665-7327 / monitoramento@deap.sc.gov.br
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(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
CERTIDÃO
Evento:
JUNTADA DE CERTIDÃO
Data:
08/09/2022 15:15:42
Usuário:
VICTORIAB - VICTORIA BOMFIM DOS SANTOS
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
135
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 135, CERT1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

CERTIDÃO

Certifico que, na presenta data compareceu a esta unidade, ALLAN JONES MORAES
FUNES, para informar seu endereço atualizado, sendo: Rua Maria Manchen de Souza, n°387,
apto 402 - Kobrasol - São José, CEP: 88102-500.

Documento eletrônico assinado por VICTORIA BOMFIM DOS SANTOS, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de
19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
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Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): VICTORIA BOMFIM DOS SANTOS
Data e Hora: 8/9/2022, às 15:15:42


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Documento 1

Tipo documento:
CERTIDÃO
Evento:
JUNTADA DE CERTIDÃO
Data:
08/09/2022 16:38:04
Usuário:
ANAJ - ANA JULIA OLIVEIRA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
136
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 136, CERT1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

CERTIDÃO

CERTIFICO que, na presente data, compareceu a este juízo ALLAN JONES MORAES FUNES,
informando que já retonou para seu endereço tendo em vista que a vítima se mudou no dia
06/09/2022 para Rua dos operários S/N, jardim zanellato, São José/SC, pede que seja altera a
área de exclusão no monitoramento.

Documento eletrônico assinado por ANA JULIA OLIVEIRA, Técnica Judiciária, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei
11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
https://eproc1g.tjsc.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos, mediante o
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Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): ANA JULIA OLIVEIRA
Data e Hora: 8/9/2022, às 16:38:4


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Documento 1

Tipo documento:
DESPACHO/DECISÃO
Evento:
DETERMINADA A INTIMAÇÃO
Data:
08/09/2022 17:36:42
Usuário:
TIANE - TIANE LOHN MARIOT
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
140
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 140, DESPADEC1, Página 1

ESTADO DE SANTA CATARINA


PODER JUDICIÁRIO
Juizado Especial Criminal e de Violência Doméstica da Comarca de São José
Domingos André Zanini, 380 - Bairro: Barreiros - CEP: 88117200 - Fone: (48) 3287-5291 - Email:
saojose.juizadocriminal@tjsc.jus.br

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Nº 5006601-27.2022.8.24.0064/SC


AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ALLAN JONES MORAES FUNES

DESPACHO/DECISÃO

Abra-se vista ao Ministério Público para que se manifeste acerca do teor dos eventos
135 e 136.

Após, imediatamente conclusos os autos.

São José, 08 de setembro de 2022.

Documento eletrônico assinado por TIANE LOHN MARIOT, Juíza Substituta, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei
11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
https://eproc1g.tjsc.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos, mediante o
preenchimento do código verificador 310033004181v2 e do código CRC 37d1812c.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): TIANE LOHN MARIOT
Data e Hora: 8/9/2022, às 17:36:42


5006601-27.2022.8.24.0064 310033004181 .V2
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Documento 1

Tipo documento:
PARECER/PROMOÇÃO/MANIFESTAÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO
Evento:
PETIÇÃO - REFER. AO EVENTO: 141
Data:
08/09/2022 20:12:39
Usuário:
WS-MPSIG - WS-MPSIG - USUARIO DE INTEGRACAO
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
145
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 145, PROMOÇÃO1, Página 1

______________________________________________________________________________________________________________________
13ª Promotoria de Justiça da Comarca de São José

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO


ESPECIAL CRIMINAL E DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA DE SÃO
JOSÉ/SC

Autos nº 5006601-27.2022.8.24.0064
SIG nº 08.2022.00120805-3

Trata-se de Ação Penal ajuizada contra Allan Jones Moraes Funes


pela prática dos crimes previstos nos artigos 129, § 13 e 163, parágrafo único, inciso
I, ambos do Código Penal, este último crime c/c art. 61, inciso II, alíneas "e" e "f", do
mesmo diploma legal, em concurso material e nos moldes do art. 7º, incisos I e II, da
Lei nº 11.340/06, em face de Geisa Nunes Moraes Funes.
Requer o Ministério Público que seja realizado contato telefônico
com a vítima (eventos 41 e 50), para que ela informe se houve a mudança de
endereço relatada na certidão do evento 136.

São José, 08 de setembro de 2022.

[assinado digitalmente]
LUCIANA ROSA
Promotora de Justiça

______________________________________________________________________________________________________________________
Rua Manoel Loureiro, nº 1808 - Ed. Mercury - Bairro Barreiros - CEP: 88.117-331 - São José/SC - Telefone: 48 3288-4513 e 3288-4565
saojose13pj@mpsc.mp.br
1-1
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(Gerada automaticamente pelo sistema.)

Documento 1

Tipo documento:
INFORMAÇÃO
Evento:
COMUNICAÇÕES
Data:
09/09/2022 11:23:19
Usuário:
UEX10562646914 - CAROLINA NASCIMENTO DA SILVA
Processo:
5006601-27.2022.8.24.0064
Sequência Evento:
146
Processo 5006601-27.2022.8.24.0064, Evento 146, INF1, Página 1

Nome: ALLAN JONES MORAES FUNES

Id. matrícula: 796704

Equipamento: 4202064522 Análise de violação


Estabelecimento: Regional 1 - Unidade de Violência Doméstica/Crimes Sexuais

Perfil: Provisório: PV

Período exibido: Data inicial*: 08/09/2022 17:24 Data final*: 08/09/2022 18:34 Distância percorrida: 4.756,51m Dados da Violação
Id. violação: V123709088 - Alarme: exc Área de exclusão individual MP fixa

Data de início Data de violação Data de finalização Duração (com alarme)


08/09/2022 08/09/2022 08/09/2022 00:10:00
17:54:08 17:54:08 18:04:08 (00:10:00)
Detalhes da área:
Lei Maria da Penha - Fixa
Tipo da área: individual
Endereço: R. Maria Manchen de Souza, 387 - Kobrasol, São José - SC, 88102-500, Brasil
 Descrição: Residência
Horário: 00:00: às 23:59: - DST QQSS
Período: 08/09/2022 14:53:42 (sem data final)
Raio: 500 m
Informações do Monitorado
Artigos:
Endereço: Rua Albino Silva 39

Observações

VIOLAÇÃO PROCEDENTE - TENTATIVA DE CONTATO ATRAVÉS DO TELEFONE 48988135845, SEM ÊXITO - NÃO
ATENDEU

SAC24 - Sistema de Acompanhamento de Custódia 24 horas Gerado pelo usuário em 09/09/2022 11:22:50 - Cód. Análise: 295V1237090881662733370822

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