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Afinal, o delegado de polícia pode ou não deixar de lavrar auto


de prisão em flagrante delito?

Publicado por Joaquim Leitão Júnior há 6 anos  12,3K visualizações

Não é raro deparar alguns órgãos incumbidos também da persecução penal


(Ministério Público, Poder Judiciário), agentes públicos e até mesmo
advogados questionando deliberações da Autoridade Policial até com
adoções de procedimentos formais, mormente no que tange ao tema se o
Delegado de Polícia pode ou não deixar de lavrar Auto de Prisão em
Flagrante Delito.

Partindose dessa premissa, não se pode perder de vista que a juridicidade


da carreira do Delegado de Polícia é matéria de consenso em sede
jurisprudencial e doutrinária.

Entretanto, antes de enveredar pelo campo doutrinário e jurisprudencial,


cumpre trazer à tona, por exemplo, uma breve passagem em que a Lei
Complementar Estadual (Mato Grosso) n.º 405, de 30 de junho de 2010,
assegura expressamente a autonomia e a independência ao Delegado de
Polícia do Estado de Mato Grosso no exercício de suas atribuições, in
verbis:

“Dispõe sobre a Organização e o Estatuto da Polícia Judiciária


Civil do Estado de Mato Grosso e dá outras providências.

Art. 195. O Delegado de Polícia tem autonomia e independência no


exercício das funções de seu cargo. Art. 196. O Delegado de Polícia
goza do mesmo tratamento dispensado às demais carreiras
jurídicas”.

Com isso, os vocábulos e as expressões empregadas supra e ao longo do


texto referentes à autonomia e independência não são meras palavras que
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possuem apenas o condão de trazer conotação de grandeza de ferramentas


protetivas conferidas ao Delegado de Polícia, no exercício do cargo, mas
possuem uma relevância extraordinária, porquanto em termos práticos dão
independência e autonomia ao Delegado de Polícia para deliberar na
atividadefim, de forma isenta, imparcial e de acordo com sua convicção
técnico jurídica, sem interferências internas e externas.

Portanto, em sua atividade-fim, o Delegado tem independência funcional e


autonomia para deliberar e optar pelo melhor caminho que juridicamente
lhe aprouver – ainda que isso contrarie posições institucionais internas e de
outros órgãos incumbidos também em seus papéis pela persecução penal.
Aliás, a palavra e o poder de deliberação nesse instante são conferidos ao
Delegado e não podem ser usurpados, ainda que a pretexto de não se
concordar com a deliberação encampada, sob pena de retomarmos as
tentativas fracassadas no passado de criminalizar o “crime de
hermenêutica/interpretação/exegese” que assolou a classe da magistratura
e volta a assombrar, além dessa nobre classe na atualidade, outras classes
jurídicas.

Por isso, a importância da fundamentação na deliberação pelo Delegado de


Polícia no exercício da função.

Cumpre anotar que o Delegado de Polícia, desde o advento do art. 2.º da Lei
12.830/2013, necessariamente deve possuir formação superior no curso de
Direito, cujos membros são integrantes das “carreiras jurídicas”, essenciais
e exclusivas de Estado.

Nesse ponto, trazse à baila outra legislação no mesmo pórtico direcionada


ao cargo de Delegado da Polícia Federal e do Delegado de Polícia da Polícia
Judiciária Civil do Distrito Federal que apresentou a roupagem de atividade
jurídica exercida pelo Delegado de Polícia (de ambas as carreiras),
ilustrando a carga de juridicidade e científica no desempenho do indigitado
cargo. Aliás, calha destacar nesse viés que, a atividade jurídica de uma
carreira, proporciona uma gama de proteção no desempenho do cargo na
vertente da autonomia, independência, discricionariedade de analisar um
tema posto – além da segurança jurídica em si do núcleo decisório. Dessa
feita, confiramse as transcrições da Lei n.º 13.043/2014:

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“A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso


Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1.º A Lei n.º 9.266, de 15 de março de 1996, passa a vigorar


acrescida dos arts. 2.ºA, 2.ºB e 2.ºC:

“Art. 2.ºA. A Polícia Federal, órgão permanente de Estado,


organizado e mantido pela União, para o exercício de suas
competências previstas no § 1.º do art. 144 da Constituição
Federal, fundada na hierarquia e disciplina, é integrante da
estrutura básica do Ministério da Justiça.

Parágrafo único. Os ocupantes do cargo de Delegado de Polícia


Federal, autoridades policiais no âmbito da polícia judiciária da
União, são responsáveis pela direção das atividades do órgão e
exercem função de natureza jurídica e policial, essencial e
exclusiva de Estado.

Art. 2.ºB. O ingresso no cargo de Delegado de Polícia Federal,


realizado mediante concurso público de provas e títulos, com a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil, é privativo de
bacharel em Direito e exige 3 (três) anos de atividade jurídica ou
policial, comprovados no ato de posse.

Art. 2.ºC. O cargo de DiretorGeral, nomeado pelo Presidente da


República, é privativo de delegado de Polícia Federal integrante
da classe especial”.

[…]

Art. 2.º O art. 2.º e o § 1.º do art. 5.º da Lei n.º 9.264, de 7 de
fevereiro de 1996, passam a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 2.º A Carreira de Delegado de Polícia do Distrito Federal, de


natureza jurídica e policial, é constituída do cargo de Delegado de
Polícia. (NR)

Art. 5.º ……………………………………………………………….

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§ 1.º O ingresso na Carreira de Delegado de Polícia do Distrito


Federal darseá mediante concurso público de provas e títulos, com
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, exigindose
diploma de Bacharel em Direito e, no mínimo, 3 (três) anos de
atividade jurídica ou policial, comprovados no ato da posse.

………………………………………………………………………..” (NR)

Verdadeiramente, avançando as abordagens, compete registrar que o


Delegado de Polícia possui certa margem de discricionariedade jurídica na
condução de seus trabalhos, assim como ocorre nas carreiras de
magistratura, defensores públicos, procuradores do Estado, procuradores
municipais, promotores de justiça, entre outras. Se assim não fosse, não
teriam razão de existir comandos normativos que entregam sob a batuta do
Delegado de Polícia a atribuição e a responsabilidade de deliberar sobre os
casos postos a seus cuidados conduzidos até a Delegacia de Polícia, em sua
independência funcional e convicção técnicojurídica.

Em reforço aos argumentos expendidos que dão margens à construção na


logicidade e na solidez quanto à possibilidade de o Delegado de Polícia
optar ou não pela ratificação da voz de prisão, há necessidade perene da
motivação (fundamentação) sempre nas análises técnicojurídicas do fato
nos atos inerentes ao cargo de Delegado de Polícia. Essa exigência não
poderia ser diferente. Tanto é assim que no ato de indiciamento, por
exemplo, o art. 2.º, § 6.º, da Lei n.º 12.830/2013 preconiza que:

“O indiciamento, privativo do delegado de polícia, darseá por ato


fundamentado, mediante análise técnicojurídica do fato, que deverá
indicar a autoria, materialidade e circunstâncias.”

Aqui não se podem perder de vista as discussões relativas ao momento


adequado para indiciamento – que possuem inúmeras correntes
encampando os vários momentos para tanto, [1] embora o que nos interessa
esteja limitado à temática proposta quanto ao fato de o Delegado de Polícia
poder ou não deixar de lavrar Auto de Prisão em Flagrante Delito.

Retomando a discussão central do debate, o Supremo Tribunal Federal, no


julgamento da ADIN n.º 3.460/DF, cuja relatoria coube ao Ministro Carlos
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Ayres de Britto, reconheceu em comentários obter dictum[2]que, se a


atividade policial diz respeito ao cargo de delegado, ela se define como de
caráterjurídico, embora o objeto da referida ADIN n.º 3.460/DF tenha sido
outro cargo. O citado aresto restou insculpido da seguinte forma:

“Constitucional. Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 7.º,


parágrafo único, da Resolução n.º 35/2002, com a redação dada
pelo art. 1.º da Resolução n.º 55/2004, do Conselho Superior do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. A norma
impugnada veio atender ao objetivo da Emenda Constitucional
45/2004 de recrutar, com mais rígidos critérios de seletividade
técnicoprofissional, os pretendentes à carreira ministerial pública.
Os três anos de atividade jurídica contamse da data da conclusão
do curso de Direito e o fraseado “atividade jurídica” é significante
de atividade para cujo desempenho se faz imprescindível a
conclusão de curso de bacharelado em Direito. O momento da
comprovação desses requisitos deve ocorrer na data da inscrição
no concurso, de molde a promover maior segurança jurídica tanto
da sociedade quanto dos candidatos. Ação improcedente” (STF,
Tribunal Pleno, ADIn n.º 3.460/DF, Rel. Min. Carlos Brito, j.
31.08.2006, DJe037, divulg. 14.06.2007, public. 15.06.2007, DJ
15.06.2007, p. 20, Ement. 228002/233, LEXSTF, v. 29, n. 344, p.
3369, 2007)

Não custa lembrar que para o ingresso na carreira de Delegado de Polícia é


requisito essencial ser bacharel em Direito. É inescondível que o Delegado
de Polícia exerce “atividade jurídica”, [3] cuja terminologia perpassa
aspectos conceituais, trazendo desdobramentos impactantes na órbita
jurídica, inclusive permitindo que o Delegado, graduado no curso de
bacharelado em Direito, adote o posicionamento que lhe parecer mais
adequado segundo sua independência funcional, [4] autonomia e
discricionariedade motivada.

Na mesma direção, o eminente jurista Celso Bastos, em sua obra


Comentários à Constituição do Brasil, escrita em parceria com Ives Gandra
Martins, comenta a decisão do Supremo Tribunal Federal dada na ADIn n.º
171MG e cita o voto vencido do Ministro Celso de Mello, no sentido de que
os delegados de polícia exercem funções isonômicas também com os
membros do Ministério Público, especialmente “na fase investigatória
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criminal” (acréscimo nosso):

“Todas elas são de carreiras jurídicas – preleciona José Afonso da


Silva – primeiro porque exigem formação jurídica como requisito
essencial para que nelas alguém possa ingressar; segundo porque
todas têm o mesmo objeto, qual seja: a aplicação da norma
jurídica; terceiro porque, por isso mesmo, sua atividade é
essencialmente idêntica, qual seja, a do exame de situações fáticas
específicas, emergentes, que requeiram a solução concreta em face
da norma jurídica, na busca de seu enquadramento nesta, o que
significa a subsunção das situações de fato na descrição
normativa, operação que envolve interpretação e aplicação
jurídica, campo essencial comum que dá o conceito dessas
carreiras […]”.

Desse modo, cabe ao Delegado de Polícia, como operador do Direito,


analisar o caso concreto e verificar a legalidade da prisão e se esta deve
subsistir. Conforme lições do Professor Francisco Sannini Neto:

“O Delegado de Polícia é aquele que tem o primeiro contato com o


crime e que, portanto, apresenta as melhores condições para
efetivar a investigação. Temos de enxergar a figura da autoridade
policial como a de um juiz da fase préprocessual. O Delegado é um
sujeito imparcial e que deve atuar como um garantidor dos
direitos fundamentais dos sujeitos passivos da investigação.”[5]

Ademais, vale lembrar, como mencionado em linhas anteriores, que o


Delegado de Polícia possui discricionariedade na formação do seu
convencimento jurídico, o que reforça o entendimento de que é possível
encampar várias vertentes que a lei traçar, desde que de maneira
fundamentada. Com isso, pode-se afirmar sem receio e sem titubear que, o
Delegado de Polícia no âmbito de suas atribuições constitucionais e legais é
soberano em suas posições decisórias. Por isso, se comenta na doutrina,
guardada as proporções devidas nas atribuições de cada um nos respectivos
cargos que, o Delegado de Polícia é o juiz de fato na esfera policial.

Nesse diapasão, é a lição de Roger Spode Brutti:

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“As Autoridades Policiais, por suposto, constituemse agentes


públicos com labor direto frente à liberdade do indivíduo. É da
essência das suas decisões, por isso, conterem inseparável
discricionariedade, sob pena de cometeremse os maiores abusos
possíveis, quais sejam, aqueles baseados na letra fria da Lei,
ausentes de qualquer interpretação mais acurada, separadas da
lógica e do bom senso.”[6].

Oportuna doutrina defendida por Julio Fabbrini Mirabete profere:

“Ao receber o preso e as notícias a respeito do fato tido como criminoso, a


autoridade policial deverá analisar estes e os elementos que colheu com
muita cautela, a fim de verificar se é hipótese de lavrar o auto de prisão
em flagrante. A prisão não implica obrigatoriamente na lavratura do
auto, podendo a autoridade policial, por não estar convencida da
existência de infração penal ou por entender que não houve situação de
flagrância, conforme for a hipótese, dispensar a lavratura do auto,
determinar a instauração de inquérito policial para apurar o fato, apenas
registrálo em boletim de ocorrência etc., providenciando então a soltura
do preso”.

Fernando Capez entende possível a liberdade imposta pelo Delegado de


Polícia após a lavratura do auto de prisão em flagrante delito, como hipótese
de juízo negativo de valor, ocorrendo o dito relaxamento se o Delegado de
Polícia, após o recolhimento ao cárcere e antes da comunicação imediata ao
juiz de um fato que tornaria a prisão abusiva, procedesse à soltura. [8]

Maurício Henrique Guimarães Pereira apregoa que:

“O Delegado de Polícia pode e deve relaxar a prisão em flagrante,


com fulcro no art. 304, § 1.º, interpretado a contrario sensu,
correspondente ao primeiro contraste de legalidade obrigatório,
quando não estiverem presentes algumas condições somente
passíveis de verificação ao final da formalização do auto, como,
por exemplo, o convencimento, pela prova testemunhal colhida, de
que o preso não é o autor do delito, ou, ainda, quando chega à
conclusão que o fato é atípico”.

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Sobre o mesmo tema em discussão, Fernando da Costa Tourinho Filho aduz


que:

“Por derradeiro: como se infere do próprio § 1.º do art. 304,


quando da ouvida do condutor e das testemunhas, “pode não
resultar suspeita contra o conduzido”, não podendo então a
autoridade mantêlo preso. É até caso de o Delegado relaxar o
flagrante”.[10]

E prossegue o dito autor, Fernando da Costa Tourinho Filho:

“Poderá a Autoridade Policial relaxar a prisão?

Pelo que se infere do § 1.º do art. 304 do CPP, tal será possível. Se, quando
da lavratura do auto, não resultar das respostas dadas pelo condutor,
pelas testemunhas e pelo próprio conduzido, fundada suspeita contra este,
a autoridade não poderá mandar recolhêlo à prisão. E, se não pode assim
proceder, concluise que a Autoridade Policial deve relaxar a prisão, sem,
contudo, descumprir o preceito constitucional inserto no art. 5.º, LXII, a
fim de que se apure possível responsabilidade da autoridade coatora, isto
é, da autoridade que efetuou a detenção”. [11]

Acerca do despacho ratificador da Autoridade Policial (Delegado de Polícia


de carreira) os Professores Cleyson Brene e Paulo Lépore ensinam que:

“Em seguida, a Autoridade Policial deve realizar um juízo de


tipicidade sobre os fatos e, se resultar das respostas fundada a
suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhêlo à
prisão (art. 304, § 1.º, CPP).

No denominado despacho ratificador, deverá o Delegado de


Polícia justificar a prisão do autor, descrevendo em qual hipótese
de flagrante do art. 302, CPP, se amolda, bem como elencar as
diligências necessárias para a conclusão do inquérito policial”.[12]

E continuam a bradar que:

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“Não estando convencido o Delegado de Polícia de que o fato


apresentado autorizaria o flagrante, deixará de autuar o
conduzido, relaxando a prisão. Portanto, caso entenda insuficiente
o conjunto probatório, justificará tal medida mediante despacho
não ratificador de voz de prisão. Em tal situação, determinará a
liberação do conduzido, passando o inquérito policial a gozar do
prazo de 30 dias para sua conclusão”.[13]

Na mesma senda, Guilherme de Souza Nucci afirma que:

“[…] conforme o auto de prisão em flagrante desenvolvese, com a


colheita formal dos depoimentos, observase a Autoridade Policial
que a pessoa presa não é aparentemente culpada. Afastada a
autoria, tendo sido constatado o erro, não recolhe o sujeito,
determinando sua soltura. É a excepcional hipótese de se admitir
que Autoridade Policial relaxe a prisão”. [14]

O Professor Renato Brasileiro Lima leciona sobre a ratificação ou não de voz


de prisão em flagrante:

“[…] Parte da doutrina não interpreta o art. 304, 1.º, CPP como
relaxamento da prisão em flagrante, mas sim situação em que a
autoridade competente deixa de ratificar a voz de prisão em
flagrante dada pelo condutor por entender que não fundada
suspeita contra o conduzido”. [15]

A jurisprudência encampa o mesmo posicionamento capitaneado pela


doutrina pátria nesse viés jurídico, entendendo pela discricionariedade do
Delegado de Polícia na lavratura ou não da prisão em flagrante delito, senão
vejamos:

“A determinação da lavratura do auto de prisão em flagrante pelo


delegado de polícia não se constitui em um ato automático, a ser por ele
praticado diante da simples notícia do ilícito penal pelo condutor. Em face
do sistema processual vigente, o Delegado de Polícia tem o poder de
decidir da oportunidade ou não de lavrar o flagrante” (RT 679/351).

“A autoridade policial goza de poder discricionário de avaliar se

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efetivamente está diante de notícia procedente, ainda que em tese e que


avaliados perfunctoriamente os dados de que dispõe, não operando como
mero agente de protocolo, que ordena, sem avaliação alguma, flagrantes e
boletins indiscriminadamente” (RJTACRIM 39/341).

“Compete privativamente ao delegado de polícia discernir, dentre todas as


versões que lhe sejam oferecidas por testemunhas ou envolvidos em
ocorrência de conflito, qual a mais verossímil e, então, decidir contra
quem adotar as providências de instauração de inquérito ou atuação em
flagrante. Somente pode ser acusado de se deixar levar por sentimentos
pessoais quando a verdade transparecer cristalina em favor do autuado
ou indiciado e, ao mesmo tempo, em desfavor daquele que possa ter razões
para ser beneficiado pelos sentimentos pessoais da autoridade” (RT
622/2967; JTACRIM 91/192).

Portanto, a visão acurada da discussão sinaliza na vertente de que a


Autoridade Policial deve atuar como um garantidor dos direitos
fundamentais dos cidadãos, impedindo que inocentes tenham os seus
direitos à liberdade e locomoção tolhidos, assegurando, por outro lado, o
dever de atuar com foco para que não haja hipertrofia do aparato policial na
repressão criminosa no momento da formalização da prisão em flagrante.

O Delegado de Polícia – assim como nas carreiras do Ministério Público,


Magistratura, Advocacia Pública e correlatas – não pode agir como
verdadeiro protótipo da robótica, conferindo automaticidade a toda situação
aparentemente flagrancial que lhe é apresentada, que pode permear ou não
efetivamente a prisão em flagrante delito.

Nesse ponto, o Delegado de Polícia, de forma motivada como exigem a Lei


n.º 12.830/2013 e outros diplomas legais, deve deliberar, consignando seu
entendimento, quer seja pela ratificação ou não da prisão em flagrante
delito.

Em suma, como se pode observar, a isso também se convenciona denominar


de discricionariedade motivada ou fundamentada em sua deliberação.

Logo, diante do quadro fático e dos elementos cotejados e pelas demais


fundamentações, em cognição sumária em sede de flagrante, verificase que

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o Delegado não só pode, mas deve, sob seu feixe técnico-jurídico, avaliar se
as supostas condutas do conduzido foram ou não surpreendidas à luz do art.
302, incisos I usque IV, todos do CPP.

Por isso, a Autoridade Policial, após a fase do art. 304, caput e § 1.º,
ambos do CPP, numa leitura a contrario sensu, além de não ratificar, deve
determinar a soltura (ou relaxamento da prisão efetuada), semprejuízo de
instaurar procedimento por meio de portaria ou investigação preliminar.

Certamente, não faz sentido estar a Autoridade Policial, perante situação


em que não restou subsumida em nenhuma das situações do art. 302,
incisos I usque IV, todos do CPP, obrigada a lavrar a prisão em flagrante
delito, incorrendo inclusive em eventual abuso de autoridade, caso seja
constatado dolo nessa direção, sem prejuízo das apurações, devendo as
investigações prosseguir para apurar os fatos em análise mediante
portaria ou investigação preliminar, se for a hipótese.

Essa análise é de suma importância e traz consequências e efeitos práticos


relevantes na atuação de uma Autoridade Policial, principalmente para
deixar de lavrar Auto de Prisão em Flagrante Delito, sem que incorra em
crime de prevaricação, improbidade administrativa e infrações
administrativas.

Pensar o contrário, além de afrontar a razoabilidade, a proporcionalidade


e a isonomia da carreira de Delegado de Polícia com outros cargos no
âmbito da atividade jurídica, é adotar o fomento de eventuais chancelas de
prisões eivadas de vícios, ilegais e inconstitucionais, com imposição a
qualquer preço da ratificação e lavratura da prisão em flagrante – o que
não ocorreria em nenhuma outra das carreiras jurídicas.

O Delegado de Polícia, Fabrício de Santis, antevendo essa problemática de


não se imiscuir na livre convicção em deliberações – interferência esta que
não ocorreria em nenhuma outra das carreiras jurídicas – na tomada de
decisões[16] pelo Delegado de Polícia, assevera:

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“[…] Finalizando, se não cabe a ninguém discutir sobre a livre


convicção sustentada por um juiz de direito na aplicação da
sentença, bem como da independência funcional do promotor de
justiça quando do oferecimento ou não da denúncia, de igual sorte
a ninguém cabe se imiscuir na decisão tomada pelo delegado de
polícia quando da lavratura ou não de auto de prisão em
flagrante, bem como do indiciamento ou não de suspeitos em sede
de inquérito policial devidamente instaurado. Ainda mais agora,
com o advento da Lei 12.830/2013, que sacramentou
entendimento nesse sentido, conferindo ao delegado de polícia a
incumbência da condução da investigação criminal por meio de
inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, conforme
art. 2.º, § 1.º, do mesmo diploma”.[17]

Não se está pregando que as deliberações policiais sejam inquestionáveis.


De fato, nenhuma deliberação (independentemente de qualquer cargo)
está imune ao manejo de procedimentos e ferramentas que se insurjam no
Estado Democrático de Direito, em face de eventuais ilegalidades e
inconstitucionalidades.

Em verdade, o que deve ficar claro é que a Autoridade Policial, em sua


independência funcional, autonomia e discricionariedade, deve deliberar
com liberdade sob sua reserva discricionária de convicção técnicojurídica
– ainda que contrariando interesses de indivíduos, classes e instituições –,
sem que isso lhe atraia responsabilidades.

Portanto, não se pode fazer letra morta nem interpretação rasa desses
importantes dispositivos de envergadura legal, mesmo porque são de
grande relevância essas garantias legais conferidas ao Delegado de
Polícia para deliberar de forma independente e autônoma no combate e
repressão ao crime e na esfera administrativa, livre de ingerências e
interferências de qualquer ordem.

Por fim, conclui-se pela possibilidade de o Delegado de Polícia, sob o


prisma legal, doutrinário e jurisprudencial, deixar de lavrar Auto de
Prisão em Flagrante Delito de forma motivada, a lastrear-se sua
convicção técnico-jurídica, sob sua independência funcional, autonomia e
discricionariedade, sem que incorra em crime de prevaricação,

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improbidade administrativa e infrações administrativas.

[1] Sustentando a 1.ª corrente pelo indiciamento quando da ratificação da


voz de prisão; 2.ª corrente acenando pelo indiciamento no momento do
interrogatório formal na fase inquisitorial; 3.ª corrente bradando pelo
indiciamento no relatório final/conclusivo da Autoridade Policial no
desfecho das investigações; 4.º corrente pela confecção da guia de
identificação criminal do investigado com seus desdobramentos derivados.

[2] Comentários de passagens desenvolvidos na argumentação.

[3] À guisa de exemplo, algumas constituições estatuais que tratam sobre


atividade jurídica (ou carreira jurídica), atribuição essencial à função
jurisdicional, independência funcional:

Santa Catarina

Constituição Estadual

Artigo 106. O cargo de Delegado de Polícia Civil, privativo de bacharel em


direito, exerce atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à
defesa da ordem jurídica, sem vinculação a quaisquer espécies
remuneratórias às demais carreira jurídicas do Estado.

§ 5.º Aos Delegados de Polícia Civil é assegurada independência funcional pela livre convicção nos
atos de polícia judiciária.

São Paulo

Constituição Estadual

§ 2.º No desempenho da atividade de polícia judiciária, instrumental à


propositura de ações penais, a Polícia Civil exerce atribuição essencial à
função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica.

§ 3.º Aos Delegados de Polícia é assegurada independência funcional pela livre convicção nos atos de
polícia judiciária.

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§ 4.º O ingresso na carreira de Delegado de Polícia dependerá de concurso


público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exigindose do bacharel em
direito, no mínimo, dois anos de atividades jurídica e observandose, nas
nomeações, a ordem de classificação.

§ 5.º A exigência de tempo de atividade jurídica será dispensada para os que contarem com, no
mínimo, dois anos de efetivo exercício em cargo de natureza policialcivil, anteriormente à publicação
do edital de concurso.

Amapá

Constituição Estadual

Art. 79. À polícia civil, instituição permanente, com autonomia


administrativa e financeira, orientada com base na hierarquia, disciplina
e respeito aos direitos humanos, dirigida por delegado de polícia de
carreira da classe especial, de livre nomeação e exoneração pelo
Governador do Estado, incumbe, ressalvada a competência da União,
exercer com exclusividade, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.

(Caput com redação dada pela Emenda Constitucional n.º 35, de


21.03.2006.)

§ 1.º O titular da polícia civil será nomeado pelo Governador do Estado


dentre os delegados integrantes da classe especial da carreira.

(§ 1.º acrescentado pela Emenda Constitucional n.º 35, de 21.03.2006.)

§ 2.º Os delegados de polícia de carreira, bacharéis em direito, aprovados em concurso público de


provas ou de provas e títulos, serão remunerados na forma do § 9.º do art. 144 da Constituição
Federal, aplicandoselhes as vedações referidas no inciso II do art. 148 desta Constituição.

(§ 2.º acrescentado pela Emenda Constitucional n.º 35, de 21.03.2006.)

§ 3.º Os Delegados de Polícia do Estado integrarão a Carreira Jurídica do


Poder Executivo do Amapá.

(§ 3.º acrescentado pela Emenda Constitucional n.º 35, de 21.03.2006.)

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Mato Grosso do Sul

Constituição Estadual

Da Polícia Civil

Art. 43. A Polícia Civil, instituição permanente, incumbida das funções de


polícia judiciária e de apuração de infrações penais, exceto as militares e
ressalvada a competência da União, é dirigida por um diretorgeral, cargo
privativo de Delegado de Polícia da última classe da carreira, de livre
escolha, nomeação e exoneração do Governador do Estado.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a competência, a


estrutura, a organização, a investidura, os direitos, os deveres, as
prerrogativas, as atribuições e o regime disciplinar de seus membros.

Art. 44. As atribuições de Delegado de Polícia serão exercidas por


integrantes da carreira, aos quais se aplica o disposto no art. 241 da
Constituição Federal (dispositivo da CF reformado na Emenda
Constitucional 19/98.).

Art. 45. O Conselho Superior da Polícia Civil, órgão consultivo e


deliberativo, terá sua composição, competência e funcionamento definidos
por lei complementar.

Rio de Janeiro

Constituição Estadual

Art. 188. À Polícia Civil, dirigida por Delegados de Polícia de carreira,


incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de Polícia
Judiciária e a apuração das infrações penais, exceto as militares.

§ 1.º A carreira de Delegado de Polícia faz parte da carreira única da polícia civil, dependendo o
respectivo ingresso de classificação em concurso público de provas e títulos e, por ascensão, sendo
que metade das vagas será reservada para cada uma dessas formas de provimento, podendo ser
aproveitadas para concurso público as vagas que não forem preenchidas pelo instituto de ascensão.

§ 2.º Aos delegados de polícia de carreira aplicase o princípio de isonomia de vencimentos previsto no
artigo 82, § 1.º, correspondente às carreiras disciplinadas no artigo 182, ambos desta Constituição, na
forma do artigo 241 da Constituição da República.
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Art. 82. O Estado e os Municípios instituirão regime jurídico único e


planos de carreira para os servidores da administração pública direta,
das autarquias e das fundações públicas.

§ 1.º A lei assegurará, aos servidores da administração direta, isonomia de vencimentos para cargos
de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder ou entre os de servidores dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à
natureza ou ao local de trabalho.

Minas Gerais

Constituição Estadual

Art. 140

§ 4.º O cargo de delegado de polícia integra, para todos os fins, as


carreiras jurídicas do Estado.

Ceará

Constituição Estadual

Art. 184. Compete à Polícia Civil exercer com exclusividade as funções de


polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto militares,
realizando as investigações por sua própria iniciativa, ou mediante
requisições emanadas das autoridades judiciárias ou do Ministério
Público.

*§ 1.º Os delegados de polícia de classe inicial percebem idêntica


remuneração aos promotores de primeira entrância, prosseguindo na
equivalência entre as demais classes pelo escalonamento das entrâncias
judiciárias.

*Suspenso por medida cautelar deferida pelo STF na Adin n.º 1451
(aguardando julgamento do mérito).

Maranhão

Constituição Estadual

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Art. 115.

Parágrafo único. O cargo de Delegado de Polícia Civil integra as carreiras


jurídicas do Estado.

Goiás

Constituição Estadual

Art. 123. À Polícia Civil, dirigida por Delegados de Polícia, cuja carreira
integra, para todos os fins, as carreiras jurídicas do Estado, incumbem as
funções de polícia judiciária e a apuração das infrações penais, exceto as
militares e as de competência da União. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n.º 47, de 05.07.2011, DO de 13.07.2011.)

Pará

Constituição Estadual

Art. 197.

Parágrafo único. O cargo de Delegado de Polícia Civil, privativo de


bacharel em direito, integra para todos os fins as carreiras jurídicas do
Estado.

Paraná

Constituição Estadual

Art. 47. A Polícia Civil, dirigida por delegado de polícia, preferencialmente


da classe mais elevada da carreira, é instituição permanente e essencial à
função da Segurança Pública, com incumbência de exercer as funções de
polícia judiciária e as apurações das infrações penais, exceto as militares.

§ 1.º A função policial civil fundamentase na hierarquia e disciplina.

§ 2.º O Conselho da Polícia Civil é órgão consultivo, normativo e


deliberativo, para fins de controle do ingresso, ascensão funcional,
hierarquia e regime disciplinar das carreiras policiais civis.
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§ 3.º Os cargos policiais civis serão providos mediante concurso público de


provas e títulos, observado o disposto na legislação específica.

§ 4.º O cargo de Delegado de Polícia integra, para todos os fins, as


carreiras jurídicas do Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional 27, de
11.08.2010.) [Fonte: Estados que reconhecem a carreira jurídica do
delegado de polícia. Disponível em: ]

[4] A ProcuradoriaGeral da República ajuizou ações diretas de


inconstitucionalidade perante o STF, opondose às normas constitucionais
dos Estados de São Paulo (ADI 5522), Espírito Santo (ADI 5517), Santa
Catarina (ADI 5520), Tocantins (ADI 5528) e Amazonas (ADI 5536), que
reconheceram os Delegados de Polícia desses Estados como integrantes de
carreiras jurídicas.

[5] SANNINI NETO, Francisco. A importância do inquérito policial para


um Estado Democrático de Direito. Disponível em:
<www.jusnavegandi.com.br>.

[6] BRUTTI, Roger Spode. O princípio da insignificância frente ao poder


discricionário do Delegado de Polícia. Disponível em:
<www.jusnavegandi.com.br>.

[7] MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo penal. 17. ed. São Paulo: Atlas,
2005.

[8] CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 13. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2006. P. 262.

[9] PEREIRA, Maurício Henrique Guimarães. Habeas Corpus e polícia


judiciária, p. 233234.

[10] TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. 26. Ed. Rev.,
atual. E aum. São Paulo: Saraiva, 2004. V. 3, p.

460.

[11] Idem, p. 477.


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[12] LÉPORE, Paulo; BRENE, Cleyson. Manual do delegado de polícia


civil. Salvador: Juspodivm, 2013. P. 132.

[13] Idem, p. 133.

[14] NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução


penal. 9. Ed. Rev., atual. E ampl. São Paulo: RT, 2012. P. 600601.

[15] LIMA, Renato Brasileiro de. Nova prisão cautelar: doutrina,


jurisprudência e prática. 2. Ed. Niterói: Impetus, 2012. P. 221222.

[16] Na mesma linha o delegado de polícia, Sandro Vergal leciona que:


“[…] O controle social exercido pelo Delegado de Polícia é muito
significativo, de tal modo que se mostra necessário a existência de
instrumentos legais e prerrogativas, capazes de lhes conferir a segurança
indispensável em seus atos de polícia judiciária”. (Manifesto pela
independência funcional da carreira jurídica de Delegado de Polícia, jun.
2016. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/49623/manifestopela-
independenciafuncionaldacarreirajuridicadedelegadodepolicia>. Acesso
em: 18 ago. 2016).

[17] SANTIS, Fabricio de. Lavratura do auto de prisão em flagrante pelo


delegado de polícia com o advento da Lei 12.830/13, 9 jul. 2013. Disponível
em:.

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