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Lei n. 12.830/2013 – Dispõe Sobre a
Investigação Criminal Conduzida pelo
Delegado de Polícia
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 12.830/2013 – Dispõe Sobre a Investigação Criminal Conduzida pelo
Delegado de Polícia
Péricles Mendonça
Sumário
Lei n. 12.830-2013 – Dispõe Sobre a Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado
de Polícia................................................................................................................................................................................3
Lei n. 12.830 – Investigação Criminal Conduzida por Delegado de Polícia.....................................3
Questões de Concurso...................................................................................................................................................5
Gabarito............................................................................................................................................................................... 10
Gabarito Comentado......................................................................................................................................................11
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Lei n. 12.830/2013 – Dispõe Sobre a Investigação Criminal Conduzida pelo
Delegado de Polícia
Péricles Mendonça
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia.
O legislador trouxe a expressão investigação criminal, porém, na prática temos que, basica-
mente, o delegado de polícia presidirá o inquérito policial.
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de
polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação
criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo
a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
Este artigo traz um conceito já conhecido por nós, que é a indicação do delegado de polícia
como sendo a autoridade policial, sendo que ele, nesta qualidade, presidirá o inquérito policial,
com o objetivo de apurar a materialidade e autoridade das infrações penais.
Veja que este parágrafo é uma consequência lógica do previsto no anterior, já que cabe ao
delegado a presidência do inquérito, caberá a ele também a solicitação e requisição de deter-
minadas medidas, como, por exemplo, a requisição de perícia.
§ 3º (VETADO).
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avo-
cado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de
interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento
da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
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A ideia do legislador foi a proteção do interesse público, mais do que isso, conforme ex-
pressa Guilherme Nucci, o legislador trouxe algo semelhante ao princípio do juiz natural.
O superior hierárquico do delegado de polícia somente poderá avocar ou redistribuir a pre-
sidência do inquérito, sob duas condições, quais sejam o interesse público ou em alguma hi-
pótese de inobservância de procedimentos previstos, por exemplo, em regulamentos internos.
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensa-
do o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Públi-
ca e do Ministério Público e os advogados.
Este artigo traz somente um dos requisitos para o ingresso na carreira de delegado de
polícia, sendo que cada Estado ou ainda a Polícia Federal, trazem outros requisitos, como, por
exemplo, atividade jurídica ou tempo de atividade policial.
Sobre os tratamentos dados ao delegado de polícia, a lei afirma que devem ser os mesmos
garantidos aos magistrados, defensores públicos, membros do MP e advogados, basicamente,
seria o tratamento por “doutor”.
Terminamos aqui a nossa aula. Essa lei não é nada extensa e bem tranquila de fazermos a
leitura e por isso mesmo é importante que façamos a leitura da lei seca.
Grande abraço, bons estudos e sucesso!
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (SIMULADO/GRAN CURSOS/2021) Durante a investigação criminal, não cabe ao delega-
do de polícia a requisição de:
a) exame de corpo de delito.
b) informações.
c) interceptação telefônica.
d) documentos.
e) exame de local de crime.
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b) O cargo de delegado é privativo de Bacharel em Direito, mas não deve lhe ser dispensado o
mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados.
c) Cabe ao delegado de polícia e aos investigadores de polícia a condução da investigação
criminal, por meio do inquérito policial.
d) A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.
e) Na qualidade de autoridade policial, o delegado não poderá permitir que o inquérito policial
seja avocado por superior hierárquico, nos termos da legislação e da Constituição Federal.
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GABARITO
1. c
2. a
3. c
4. d
5. d
6. b
7. d
8. c
9. b
10. e
11. a
12. e
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GABARITO COMENTADO
001. (SIMULADO/GRAN CURSOS/2021) Durante a investigação criminal, não cabe ao delega-
do de polícia a requisição de:
a) exame de corpo de delito.
b) informações.
c) interceptação telefônica.
d) documentos.
e) exame de local de crime.
Aqui o examinador “brincou” com uma palavra, que foi a “requisição”. Em algumas oportuni-
dades o Delegado de Polícia vai requisitar e em outras ele vai representar. O delegado deve
representar pela interceptação e não requisitar.
Art. 1º, § 2º, da Lei n. 12.830/2013: Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a
requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
Letra c.
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a) Errada. Conforme prevê a lei, durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a
requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos
(art. 2º, § 2º);
b) Errada. O artigo 3º da lei afirma que o cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel
em direito, mas não traz a necessidade de inscrição na OAB;
c) Certa. Essa é a previsão do artigo 2º da lei, que afirma que as funções de polícia judiciária
e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica,
essenciais e exclusivas de Estado;
d) Errada. A lei não traz a necessidade da fundamentação se dar pelo Governador do Estado;
e) Errada. A lei também não fala que essa fundamentação será do Secretário de Segurança.
Letra c.
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b) Errada. Além de ser privativo de bacharel em Direito, a lei afirma que ao cargo de Delegado
deverá ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os mem-
bros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados;
c) Errada. A lei não fala sobre os investigadores de polícia, somente trata sobre o delegado
de polícia;
d) Certa. Essa é a previsão do artigo 2º, § 5º;
e) Errada. Conforme dispõe o § 4º do artigo 2º, o inquérito poderá ser avocado por superior
hierárquico.
Letra d.
a) Errada. Essa é quase a previsão do artigo 2º da lei, tendo o examinador alterado o termo
“jurídica” por “técnica”, uma questão bem maldosa;
b) Errada. A lei não trata sobre o momento quando ocorrerá o indiciamento, se deverá ser fei-
to ao final;
c) Errada. O indiciamento é ato privativo da autoridade policial (Delegado de Polícia) não tendo
essa possibilidade de requisição;
d) Certa. Literalidade do artigo 2º, § 6º;
e) Errada. Poderá ocorrer uma devolução para novas diligências, agora não poderá para indicia-
mento, que, como já vimos, é um ato privativo do delegado de polícia.
Letra d.
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a) Errada. O legislador não tratou especificamente sobre esse tópico na Lei n. 12.830/13;
b) Errada. Caberá à autoridade policial requisição de perícia, informações e documentos que
interessem a apuração dos fatos;
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c) Errada. O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá
ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por
motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos
em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação;
d) Certa. As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo dele-
gado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado;
e) Errada. Não existe essa previsão na lei, tanto é que, se estiver previsto no regulamento da
corporação a questão da avocação, o Delegado deverá seguir o disposto nesta regra.
Letra d.
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Veja, meu(minha) querido(a), que a Lei n. 12.830/13 não proporciona uma gama de questões,
até mesmo porque é uma lei nova e pequena, então, por diversas vezes, o examinador cobra a
letra da lei.
A única opção prevista corretamente na lei é a letra “b” que trata sobre o cargo de delegado de
polícia ser um cargo privativo de bacharel em direito.
Letra b.
a) Errada. O indiciamento é ato privativo do Delegado de Polícia, ou seja, o MP não vai exigir o
indiciamento;
b) Errada. O indiciamento deverá indiciar a autoria, materialidade e suas circunstâncias;
c) Errada. O indiciamento não é um ato obrigatório;
d) Errada. O inquérito realmente é de natureza administrativa, porém a apuração das infrações
realizada pelo delegado de polícia é de natureza jurídica;
e) Certa. Essa é a previsão do artigo 2º, § 2º da lei.
Letra e.
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a) Errada. Conforme prevê o artigo 2º, § 6º, o indiciamento, privativo do delegado de polícia,
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar
a autoria, materialidade e suas circunstâncias;
b) Errada. Para ocorrer a avocação ou redistribuição é necessário um despacho fundamenta-
do, conforme prevê o § 4º do artigo 2º;
c) Errada. A lei não trata sobre esse assunto, porém o examinador retirou esse item de uma
Súmula do STJ (Súmula n. 234), vejamos: “A participação de membro do Ministério Público na
fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento
da denúncia.”;
d) Errada. Para resolvermos esse item, também iremos buscar a resposta fora desta lei, vamos
ao CPP em seu artigo 5º, § 2º: Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inqué-
rito caberá recurso para o chefe de Polícia;
e) Certa. Essa é a previsão do artigo 2º, § 2º.
Letra e.
Péricles Mendonça
Péricles Mendonça de Rezende Júnior é Agente da Polícia Civil do Distrito Federal (aprovado no concurso
realizado pelo CESPE em 2013).
Hoje, com 32 anos, tem em seu histórico aprovações em concursos como o do BRB, Serpro (Analista),
Secretaria de Educação (Analista de Gestão Educacional), MPU (Técnico e Analista), PMDF/2009 e
PCDF/2013 (Agente e Escrivão).
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