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MODELO 1

(Ilicitude de prova + Falta de provas GENÉRICO)

Toda a prova colhida no decorrer da instrução não se mostrou suficiente para


confirmar, para além da dúvida razoável, que o acusado teria praticado o crime
narrado na Denúncia.
Preliminarmente, a prova colhida através do (citar a espécie de prova) deve
ser considerada ilícita, uma vez que (narrar circunstância que viola o procedimento
legal).
Nestes casos, o Eg. STJ entende que a inobservância do procedimento legal
para a produção da (citar a espécie de prova) acarreta a ilicitude do meio de prova:

(citar a jurisprudência do banco de teses)

Afastada a prova ilícita (art. 157, §1º e §3º do CPP), incumbiria a acusação
demonstrar outras provas extraídas de fontes independentes que permitissem
confirmar o fato narrado na Denúncia. Considerando que o MP não se desincumbiu
deste ônus, é necessária a absolvição nos termos da jurisprudência do STJ:

“(...) 10. Ainda que seja difícil - em termos epistemológicos - atingir um


standard de certeza plena e absoluta sobre o que viria a ocorrer no futuro,
por se tratar de raciocínio hipotético sobre o curso causal de fatos que não
chegaram efetivamente a acontecer, é preciso que a acusação demonstre,
com clareza e amparo concreto em elementos dos autos, no mínimo, a alta
probabilidade de que os eventos fatalmente se sucederiam de forma a
atingir o mesmo resultado alcançado de maneira ilícita. Presente dúvida
razoável sobre esse curso causal hipotético, a solução deve ser favorável
ao réu, em respeito às garantias fundamentais da presunção de inocência
e da vedação ao uso de provas ilícitas. (...) 12. Ordem concedida para
anular toda as provas colhidas e absolver o paciente. (HC n. 695.895/MS,
relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em 8/11/2022,
DJe de 16/11/2022)”

Em relação ao mérito, os depoimentos das testemunhas ouvidas em


audiência não foram capazes de confirmar para além da dúvida razoável ocorrência
do fato e/ou a autoria.
Ao ser ouvida em juízo a testemunha (nome) disse que (trecho do
depoimento favorável a defesa).
No mesmo sentido a testemunha (nome) narrou que (trecho do depoimento
favorável a defesa).
Por fim, a testemunha (nome) declarou que (trecho do depoimento favorável
a defesa).

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Por sua vez, a vítima em sua oitiva disse que (trecho do depoimento
favorável a defesa).
Ao ser interrogado o acusado disse que (relatos favoráveis a sua defesa no
interrogatório).
Para além da prova colhida em audiência, não existe nos autos prova
documental, prova pericial ou qualquer outra espécie de prova que confirme a
hipótese acusatória.
Ressalta-se que de acordo com o Eg. STJ a ausência de provas produzidas
pelo MP conduz a absolvição por falta de provas em observância ao in dubio pro reo:

“(...) 3. A denúncia foi recebida, ante a presença de indícios de


materialidade e autoria, mas os elementos de informação colhidos no
inquérito policial não foram confirmados em juízo, sob o manto do
contraditório e da ampla defesa, na forma do art. 155 do Código de
Processo Penal. 4. Diante da ausência de prova robusta da própria conduta
criminosa (dolosa ou culposa) descrita na denúncia, conclui-se existir
dúvida razoável acerca da materialidade do fato, o que impõe a absolvição
nos termos do art. 386, II, do Código de Processo Penal. 5. Rejeição da
pretensão punitiva, com a consequente absolvição do acusado. (APn n.
878/DF, relator Ministro Benedito Gonçalves, Corte Especial, julgado em
15/12/2021, DJe de 3/3/2022)”

“(...) 5. No processo penal, prova positiva é ônus do Ministério Público,


não cabendo aos réus comprovarem fato negativo indeterminado; isto é,
produzirem provas de que não estariam presentes presencialmente em
nenhuma das oportunidades em que os supostos fatos criminosos teriam
sido praticados. Aplicação do princípio in dubio pro reo. (STJ, EDcl na
APN 702, Rel. Min. Nancy Adrighi, Corte Especial, DJe 02/09/2021)”

Por tudo isso, requeremos a absolvição de ___________________________


em razão da ausência de provas nos termos do Art. 386, incisos II, V e VII do Código
de Processo Penal.

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MODELO 2
(Falta de provas por ausência de EXAME DE CORPO DE DELITO)

Toda a prova colhida no decorrer da instrução não se mostrou suficiente para


confirmar, para além da dúvida razoável, que o acusado teria praticado o crime
narrado na Denúncia.
Os depoimentos das testemunhas ouvidas em audiência não foram capazes
de confirmar para além da dúvida razoável ocorrência do fato e/ou a autoria.
Ao ser ouvida em juízo a testemunha (nome) disse que (trecho do
depoimento favorável a defesa).
No mesmo sentido a testemunha (nome) narrou que (trecho do depoimento
favorável a defesa).
Por fim, a testemunha (nome) declarou que (trecho do depoimento favorável
a defesa).
Também não se pode olvidar que não foi produzida prova adequada acerca
da materialidade delitiva, em razão da ausência de realização do exame de corpo de
delito.
A jurisprudência do Eg. STJ entende ser indispensável a realização de exame
pericial nas infrações que deixam vestígio, bem como que a condenação exige a
demonstração da hipótese acusatória para além de qualquer dúvida razoável:

“(...) 1. Esta Corte considera indispensável a prova técnica nas infrações


que deixam vestígios, admitindo, apenas em caráter excepcional, que a
ausência do exame pericial seja suprido pela prova testemunhal, nas
hipóteses em que não for possível a realização de perícia ou os traços
indicativos do fato a ser constatado pelo exame tiverem desaparecido.
Precedentes. 2. Registrou-se, no presente feito, que não houve
demonstração, para além de qualquer dúvida razoável, das acusações
descritas na denúncia, pois, atentando-se para o fato de que não se
realizou perícia contábil, sobrelevou-se que "nas duas contas bancárias
referidas pela denúncia houve entradas de dinheiro de ao menos duas ou
três pessoas, não é possível, à luz da frágil prova técnica emprestada,
afirmar induvidosamente que valores nelas depositados constituíam
numerário furtado da Sociedade Fábio Kadi Advogados", afirmando-se,
ainda, que "[a] mera análise dos extratos de ambas as contas não propicia
conclusões distintas". (...) 4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no
AREsp n. 2.026.625/SP, relator Ministro Olindo Menezes (Desembargador
Convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, julgado em 21/6/2022, DJe de
24/6/2022.)

Nestes casos, quando a prova não é produzida pelo órgão acusador o Eg. STJ
vem considerando que a perda de uma chance probatória (AREsp 1.940.381/AL e
AgRg no AREsp 2.203.435/SP) enseja a absolvição.
Por tudo isso, requeremos a absolvição de ___________________________
em razão da ausência de provas nos termos do Art. 386, incisos II, V e VII do Código

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de Processo Penal.

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MODELO 3
(Falta de provas – palavra ISOLADA da VÍTIMA)

Toda a prova colhida no decorrer da instrução não se mostrou suficiente


para confirmar, para além da dúvida razoável, que o acusado teria praticado o crime
narrado na Denúncia.
Os depoimentos das testemunhas ouvidas em audiência não foram capazes
de confirmar para além da dúvida razoável ocorrência do fato e/ou a autoria.
Ao ser interrogado o acusado esclareceu que (relatos favoráveis a sua defesa
no interrogatório).
Para confirmar suas declarações o acusado apresentou em juízo (acrescentar
as provas trazidas pelas Defesa, se houver).
Por sua vez, a vítima em sua oitiva relatou que (trecho do depoimento
favorável a defesa).
Sabe-se que a palavra da vítima assume especial relevância em crimes
clandestinos ocorridos longe da presença de testemunha. Mas, quando valorada
isoladamente, a palavra da vítima não pode ensejar um decreto condenatório, se não
estiver harmônica a outras provas ou quando existir contradição relevante em seu
depoimento.
A jurisprudência dos Tribunais Pátrios reconhece que a presença de
contradições na palavra da vítima deve ser resolvida em favor do acusado:

“APELAÇÃO CRIMINAL. PENAL E PROCESSO PENAL. ESTUPRO DE


VULNERÁVEL. PROVA INSUFICIENTE. ABSOLVIÇÃO MANTIDA.
RECURSO MINISTERIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 1 Em crimes
contra a dignidade sexual, normalmente praticados às ocultas, deve-se
conferir especial relevância à palavra da vítima. 2. No caso, as declarações
da vítima apresentam graves contradições, especialmente no que diz
respeito à autoria dos supostos abusos, atribuída pela criança a pessoas
diversas a cada oitiva. Além disso, os elementos colhidos revelam um
ambiente familiar conflituoso, envolvendo diversos membros, o que pode
indicar a influência de parentes na versão narrada pela vítima. E se assim
é, dúvida que se resolve em favor do acusado. 3. Apelação ministerial
conhecida e improvida (BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios. Segredo de Justiça 0003261-77.2014.8.07.0012. Relator:
Desembargadora Maria Ivatônia. Diário Judiciário Eletrônico- DJe, 19
dez. 2018)”

No presente caso, ao ser ouvida na delegacia a vítima disse que (relatos da


vítima), por sua vez em seu depoimento prestado em juízo relatou que (mostrar
contradição relevante).
Percebe-se que ao sopesar o depoimento da vítima que disse (relatos da
vítima) a prova documental (ou outra prova, por exemplo testemunhal, pericial e
outras) através da qual se constata que (conclusão diversa) percebe-se que não há
harmonia entre as declarações da vítima e a prova colhida, devendo prevalecer o in
dubio pro reo.
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Por tudo isso, requeremos a absolvição de ___________________________
em razão da ausência de provas nos termos do Art. 386, incisos II, V e VII do Código
de Processo Penal.

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MODELO 4
(Falta de provas por fragilidade do testemunho POLICIAL)

Toda a prova colhida no decorrer da instrução não se mostrou suficiente para


confirmar, para além da dúvida razoável, que o acusado teria praticado o crime
narrado na Denúncia.
Ao ser interrogado o acusado esclareceu que (relatos favoráveis a sua defesa
no interrogatório).
Por sua vez, ao ser ouvido em juízo o Policial (nome) disse que (trecho do
depoimento favorável a defesa).
No mesmo sentido o Policial (nome) narrou que (trecho do depoimento
favorável a defesa).
É importante ressaltar que o depoimento de Policiais não representa uma
verdade absoluta, sobretudo considerando que por ser responsáveis pela prisão do
acusado ou por atos de investigação, é natura que suas declarações sejam voltadas a
ratificar os atos praticados.
Sobre o tema, a doutrina majoritária representada por GUILHERME DE
SOUZA NUCCI adverte que:

“Preceitua o art. 202 do CPP que “toda pessoa poderá ser testemunha”,
logo, é indiscutível que os policiais, sejam eles os autores da prisão do réu
ou não, podem testemunhar, sob o compromisso de dizer a verdade e
sujeitos às penas do crime de falso testemunho. Ressaltamos, entretanto,
que é preciso cautela, em determinadas peculiares situações, para a
aceitação incondicional desses depoimentos. Parece-nos cauteloso que o
magistrado, visualizando, em processos de apuração de crime de tráfico
ilícito de entorpecentes, um rol de testemunhas de acusação formado
somente por policiais, indague dos mesmos a razão pela qual não se
obteve nenhuma outra pessoa, como testemunha, estranha aos quadros da
polícia.” (NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais
comentadas. 6. ed. rev., reform. e atual. - São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2012, volume 1, p. 33)

Ressalta-se que o Eg. STJ vem evoluindo em relação ao tema, passando a


reconhecer que o depoimento policial que apresenta inconsistências não permite a
condenação:

“(...) 1. Os depoimentos judiciais dos agentes policiais que efetuaram a


prisão do réu em flagrante apresentam inconsistências, detectadas pela
sentença absolutória, que não foram adequadamente ponderadas no
acórdão recorrido. 2. O testemunho prestado em juízo pelo policial deve ser
valorado, assim como acontece com a prova testemunhal em geral,
conforme critérios de coerência interna, coerência externa e sintonia com
as demais provas dos autos, não atendidos na hipótese. Inteligência dos

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arts. 155 e 202 do CPP. 3. Ressalta-se a visão minoritária do Ministro
Relator, acompanhada pelo Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, segundo a qual a palavra do agente policial quanto aos fatos
que afirma ter testemunhado o acusado praticar não é suficiente para a
demonstração de nenhum elemento do crime em uma sentença
condenatória. É necessária, para tanto, sua corroboração mediante a
apresentação de gravação dos mesmos fatos em áudio e vídeo. 4. Embora
não tenha prevalecido no julgamento essa compreensão restritiva do
Ministro Relator sobre a necessidade de corroboração audiovisual do
testemunho policial, foi unânime a votação pela absolvição do réu, por
insuficiência de provas, na forma do art. 386, V e VII, do CPP. 5. Agravo
conhecido para dar provimento ao recurso especial, a fim de restaurar a
sentença absolutória. (AREsp n. 1.936.393/RJ, relator Ministro Ribeiro
Dantas, Quinta Turma, julgado em 25/10/2022, DJe de 8/11/2022.)

Neste ambiente, deve prevalecer a versão apresentada pelo acusado em seu


interrogatório em observância ao princípio do in dubio pro reo.
Por tudo isso, requeremos a absolvição de ___________________________
em razão da ausência de provas nos termos do Art. 386, incisos II, V e VII do Código
de Processo Penal.

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