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PEÇA 4 - MEMORIAIS
Processo nº __
I – DOS FATOS
II – PRELIMINARMENTE
Senhor excelentíssimo juiz desta honrada vara, é com respeito e apreço que
solicitamos uma nova apreciação do caso em questão pois vemos diversidade de situações que
conflitam com os mandos legais dos processos no ordenamento jurídico brasileiro.
É de se ver que o código de processo legais determinam todos os ritos dos quais
nenhum membro do judiciário da federação pode se afastar. O Código de Processo Penal, em
seu artigo 396, “oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-
la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito no prazo de 10
(dez) dias”, e quando o acusado não o fizer, o artigo 396-A, em seu parágrafo 2º, “o juiz
nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. ”
Assim, atende-se as garantias da carta magma, em seu artigo 5º, parágrafo LV, em
verbis:
Art.5º, parágrafo LV, Constituição Federal: aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Agindo fora das normas legais citadas incorrerá em nulidade processual nos termos
do parágrafo IV do artigo 564 do Código de Processo Penal.
II.II – TESTEMUNHA
A testemunha tem o poder de conduzir o juiz até o universo do delito, até o meio onde
viveram os agentes envolvidos na ação, bem como ao local onde supostamente ocorreu o
crime. Em um país onde a diversidade econômica e cultural é tão vasta quanto o Brasil, a
prova testemunhal é uma forma de remeter o magistrado à realidade das partes, muitas vezes
absolutamente diversa daquela em que ele vive. As declarações da testemunha deve nortear o
julgador a um veredito justo. A testemunha que não trazer fatos verídicos, somente ilações e
achismos, coloca dúvida a suas declarações e não corroboram com a elucidação da autoria do
fato. André Nicolitt declara o seguinte:
A prova testemunhal é de inegável valor probatório. Contudo, há de ter sempre em
mente que o ser humano é incapaz de reproduzir fielmente um fato pretérito. É
comum que durante o depoimento, mormente diante da solenidade do ato e com a
presença inibidora das autoridades do judiciário e do Ministério Público, o
nervosismo tome conta da testemunha, o que facilita sobremaneira a imprecisão de
informações. Desta forma o magistrado deve ter muito cuidado na apreciação da
prova para discernir entre pequenas incongruências do depoimento, fruto do
nervosismo natural do ato, incoerências que comprometam seu valor probatório.
Ibidem, p.413
III - DO MÉRITO
Senhor juiz desta honrada vara, é com respeito e estima que solicitamos uma nova
apreciação do caso em questão pois vemos que a ré não foi garantida o direito à ampla defesa
e não foi respeitado o devido processo legal a ela garantido no Parágrafo 3º do Art. 396 do
Código de Processo Penal, o qual define os procedimentos cabíveis no caso de o acusado não
exercer o seu direito de resposta, in verbis:
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário.
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista
dos autos por 10 (dez) dias.
Assim, não deveria este juízo se afastar das linhas do código independente da
vantagem ou desvantagem ao processado. Nesse sentido versa o parágrafo IV do art. 564 do
Código de Processo Penal:
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: IV - por omissão de formalidade
que constitua elemento essencial do ato.
Ademais, quanto a quaisquer inquéritos e processos que, por ventura, envolva a ré, a
Súmula 444 do STJ diz ser “vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base”.
Que seja considerado inocente este requerente para todos os efeitos pela falta de prova
de autoria;
Se não, que seja declarado a nulidade processual com base no artigo 564 do Código de
Processo Penal;
Se não, que diante da falta de evidência para aplicação das agravantes, solicita a
alteração da classificação do crime e, consequentemente, a modificação da pena.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rondonópolis/MT, data.
Advogado
OAB/MT: XXXXXXX