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Excelentíssimo Sr. Dr.

Juiz de Direito da 1ª Vara Crimina


l da Comarca de xxxx.

Autos do processo nº xxx

BRAD NORONHA, já devidamente qualificado nos autos da presente ação


penal, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seu patrono que ora assina, alicerçado no art. 593, inc. I, da
Legislação Adjetiva Penal, interpor, tempestivamente (CPP, art. 593,

RECURSO DE APELAÇÃO,

em razão da r. sentença que demora às fls. 175/184 do processo em espécie, a


qual condenou o Recorrente à pena de cinco (5) anos e (6) seis meses de
reclusão e 100 (cem) dias-multa, como incurso no art. 157, § 2º, inc. II, do
Estatuto Repressivo, motivo qual, apresenta as Razões do recurso ora acostadas.

Dessa sorte, com a oitiva do Ministério Público


Estadual, requer-se que Vossa Excelência conheça e admita este recurso, com a
consequente remessa do mesmo ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado.

RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

Apelante: Brad Noronha


Apelado: Ministério Público
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
COLENDA TURMA JULGADORA
PRECLAROS DESEMBARGADORES

Segundo o relato fático contido na peça acusatória, no dia xx de xxxxx do ano de


xxxx, Brad durante a fase do inquérito policial,
foi reconhecido pela vítima. Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima
olhou através de pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apen
as o réu. Já em sede de instrução criminal, nem vítima, nem testemunhas, afirm
aram ter escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no
sentido de assegurar que o assaltante portava uma. Não houve perícia,
pois os policiais que prenderam o réu em flagrante não lograram êxito em apree
nder a arma. Tais policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de
“pega ladrão!?”, viram o réu correndo e foram ao seu encalço. Afirmaram que, d
urante a perseguição, os passantes apontavam para
o réu, bem como este jogou um objeto no córrego que passava próxima ao local
dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo utilizada.
O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio.
Ao cabo da instrução criminal, Brad foi condenado a dez anos e
seis meses de reclusão,
por roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido fixado o regime inicial fech
ado para cumprimento da pena.
O magistrado, para fins
de condenação e fixação da pena, levou em conta os depoimentos testemunhais
colhidos em juízo e
o reconhecimento da vítima em sede policial, bem como o fato de o réu ser reinc
idente e portador de maus antecedentes, circunstâncias provadas no curso do pr
ocesso.

Preliminar ao mérito

Cerceamento de defesa
Indeferimento de perguntas
CPP, art. 564, inc IV c/c art. 212 e CF, art. 5.º, inc. LV

É inescusável que houve um error in procedendo. O Juiz, condutor do feito,


quando da oitiva da testemunha presencial Francisca Maria das Quantas (fls.
123/124), indeferiu perguntas essenciais à defesa, concorrendo, com este
proceder, a cerceamento de defesa e à refutação da garantia do contraditório. As
perguntas, urge asseverar, eram essenciais para o deslinde da causa e, mais,
foram devidamente registradas em ata de audiência e também destacadas nos
memoriais substitutivos de debates orais.

Consta do termo de audiência as seguintes perguntas (indeferidas) à


testemunha supramencionada:
Consta do termo de audiência as seguintes perguntas (indeferidas) à
testemunha supramencionada:

“...a defesa busca indagar à testemunha Francisca Maria das Quantas se o


primeiro Réu e autor do crime mantivera, por ocasião do roubo, algum contato,
seja verbal ou por sinais, um com o outro. Questionou, mais, se a mesma
presenciou alguma participação do segundo Réu na perpetração do crime pelo
primeiro Acusado. Indeferiu-se as mencionadas perguntas porquanto não têm
relação com a causa. Nada mais...”

Para a defesa inexistiu minimamente qualquer relevância da atitude do


Apelante com a produção do resultado delituoso em vertente. O fato deste se
encontrar estacionado próximo ao locado do episódio em nada afetou na
concretização do delito. E há de existir uma relevância causal, como antes
assinalado, para que, enfim, seja considerada participativa a atitude do
Recorrente. Isso não ocorreu, obviamente.

Desse modo, as perguntas eram pertinentes ao desiderato almejado.

No tocante às perguntas formuladas em juízo, disciplina a Legislação Adjetiva


Penal que:

Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. juiz "a quo", impõe-se a refor
ma de respeitável sentença que condenou o Apelante, pelas seguintes razões de f
ato e fundamentos a seguir expostas:

I - Dos Fatos
O Apelante foi denunciado, processo e pronunciado como incurso no artigo...

II - Do Direito

Preliminar: inobservância do procedimento reconhecimento de pessoas, artigo


226, II, CPP, e a consequente nulidade art. 564, IV do CPP.

Mérito: Autoria não comprovada; Prova ilícita.


Alternativamente, arma não apreendida e, por conseguinte, não periciada. Descl
assificação de roubo majorado para roubo/furto. Absolvição, artigo 386, V do C
PP.

lll - Do Pedido

Ante o exposto requer:

a- O conhecimento e provimento do presente recurso de apelação, com o


intuito de reformar a sentença, haja vista e error in judicando, que julga
improcedente o pedido deduzido;
b- Benefícios da justiça gratuita;
c- Inversão de ônus de sucumbência e fixação de honorários advocatícios;
d- Que seja analisada situação de juiz natural, bem como a necessidade sw
abertura de instrução processual, que não houve cerceamento de ampla
defesa, contraditório e devido processo legal.
Requer que todas as intimações sejam publicadas.

Nestes termos pede deferimento,

Fortaleza, 3 de abril de 2017.

ADVOGADA
OAB/CE XXXX

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