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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE SANTOS – SP

Processo nº

RUI, já qualificado nos autos, vem, por seu defensor, que esta subscreve, perante
Vossa Excelência, inconformado, concessa máxima venia, com a respeitável sentença
condenatória que o condenou a pena máxima de 6 anos de reclusão, em regime
fechado, como incurso no artigo 157, parágrafo 2º, VII do Código Penal, interpor,
tempestivamente, recurso de APELAÇÃO, com fundamento no artigo 593, inciso I, do
Código de Processo Penal.

Requer – se, o recebimento do presente recurso, com as inclusas razões


em anexo, a fim de que sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo.

Santos, 22 de fevereiro de 2023.

______________________

ADVOGADO

OAB Nº
Apelante: Rui

Apelado: Ministério Público

Vara de Origem: 1ª Vara Criminal da Comarca de Santos – SP

Autos de origem sob o nº_____.

“RAZÕES DE APELAÇÃO”

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,

Colenda Câmara,

Ínclita Procuradoria de Justiça,

Em que pese a respeitável sentença condenatória ser da lavra do


eminente Juiz a quo, data máxima venia, não andou sua Excelência com o costumeiro
acerto ao decidir a presente questão. Senão vejamos:

I. DOS FATOS:

O Réu responde processo por ter supostamente praticado um roubo com


uma faca, sendo denunciado pelo Ministério Público por infração ao artigo 157,
parágrafo segundo, inciso VII do Código Penal. Durante a instrução criminal que
transitou perante a 1º Vara Criminal da Comarca de Santos, o juiz ouviu a vítima, que
disse ter dúvidas sobre a autoria, uma vez que o ladrão estava utilizando máscara,
não sendo possível visualizar seu rosto por completo. Os policiais não localizaram a
arma utilizada no crime. Nenhuma testemunha de defesa foi ouvida. Ao ser ouvido, o
réu negou a autoria do delito, pois no dia dos fatos estava em outra cidade,
comprovando sua tese com documentos. O réu é primário e nunca foi preso ou
processado anteriormente. As partes nada requereram e o Magistrado abriu vista para
o Ministério Público se manifestar. Em manifestação escrita, o Ministério Público
pugnou pela condenação do réu nos exatos termos da denúncia, sendo que o
advogado pleiteou a absolvição, vez que que o acusado não cometeu o crime e como
tese subsidiária, o afastamento do emprego de arma branca. O juiz condenou o réu a
pena de 6 anos de reclusão, em regime fechado. O Ministério Público não recorreu. A
intimação ocorreu no dia 01/02/2023, segunda – feira.

II. DA FUNDAMENTAÇÃO:

A prova apresentada é absolutamente frágil, a própria vítima na instrução


criminal alegou não ter certeza sobre a autoria, pois devido a utilização da máscara o
reconhecimento foi falho. O réu comprovou que não estava no local, no dia e no
horário dos fatos. Ademais Excelência, o instrumento não foi localizado, não havendo,
portanto, a comprovação da materialidade.

Vejamos o que diz o artigo 386, inciso IV e VII do Código de Processo


Penal:

“Artigo 386 - O juiz absolverá o réu,


mencionando a causa na parte dispositiva,
desde que reconheça:

IV - estar provado que o réu não concorreu


para a infração penal;

VII - não existir prova suficiente para a


condenação.”

Destarte, não estão presentes os requisitos para que o réu seja


condenado.

III. DO PEDIDO:

Ante o exposto, reque-se a esta colenda Câmara, o provimento do


presente recurso, a fim de que seja o apelante absolvido, com fundamento no artigo
386, inciso IV e VII, ambos do Código de Processo Penal.

De Santos para São Paulo, 22 de fevereiro de 2023

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ADVOGADO

OAB nº

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